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CENTRO DE CONTROLE OPERACIONAL: MUITO ALÉM DA SEGURANÇA

Fábio Ferraz
Fábio Ferraz
Master em Liderança e Gestão pelo CLP – Centro de Liderança Pública com módulo internacional na Harvard Kennedy School of Governament, mestre em Gestão de Políticas Públicas pela FGV/SP, advogado e especialista em Direito Processual Civil, é Secretário de Governo da Prefeitura de Santos, onde também já liderou as pastas de Planejamento e Inovação, Saúde e Gestão e foi o responsável pela concepção e implementação do programa Participação Direta nos Resultados (PDR). 

Os conhecidos CCOs também podem contribuir para a integração de serviços públicos e beneficiar outras áreas dos governos municipais

Quando temos notícia sobre a implementação de um Centro de Controle Operacional (CCO) em algum município ou outro órgão público geralmente associamos este investimento à área da segurança. 

De imediato, pensamos que as câmeras e as tecnologias empregadas nesta central de inteligência irão contribuir apenas na prevenção e combate de roubos, furtos e demais crimes.

Em grande parte, isso é verdade! Investir em monitoramento urbano traz muitos benefícios para a população, desde a maior sensação de segurança até a diminuição de estatísticas oficiais de criminalidade. 

Divulgação Prefeitura de Santos.

E a criação de um CCO sob a gestão municipal também pode contribuir para a integração de serviços públicos e beneficiar diversas outras áreas dos governos municipais.

Na Prefeitura de Santos, inauguramos há pouco mais de três anos – em 11 de setembro de 2020 – um avançado Centro de Controle Operacional no Palácio José Bonifácio, prédio do Paço Municipal localizado no Centro Histórico da Cidade. 

Inspirado em iniciativas de sucesso no País e exterior, como as do Rio de Janeiro e de Nova Iorque, ele recebeu mais de R$ 40 milhões de investimentos em obra, mobiliário, equipamentos e avançados sistemas. 

A central integra atualmente 1.736 câmeras instaladas em vários pontos e equipamentos públicos, monitoradas todos os dias (24 horas) em tempo real.

Divulgação Prefeitura de Santos.

No CCO de Santos, muitos recursos tecnológicos estão em operação, como o sistema IVA (análise de vídeo inteligente), que permite verificar automaticamente pessoas em locais e horários que não são permitidos, ajudando principalmente a evitar invasões de escolas e unidades de saúde.

Nos principais acessos à Cidade e avenidas de maior fluxo, há câmeras dotadas com o sistema OCR (reconhecimento óptico de caracteres, tradução da sigla em inglês), que permite a leitura de placas de veículos.

As imagens captadas são repassadas em tempo real ao sistema Detecta, utilizado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado, e à plataforma Córtex, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Divulgação Prefeitura de Santos.

Ao todo, o CCO santista foi planejado para reunir 22 agências públicas, visando maior eficiência das equipes em atividades diárias e situações de emergência, como acidentes de trânsito, alagamentos e ocorrências policiais.

A unidade conta com o trabalho das equipes da Guarda Municipal, Defesa Civil, Ouvidoria, Urgência Urbana, Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), SAMU e Polícia Militar, além de apoio a outras corporações, com supervisão da Secretaria Municipal de Governo.

Divulgação Prefeitura de Santos.

O equipamento contabilizou, até o final de 2023, mais de 254 mil ocorrências relacionadas a monitoramento urbano e atendimento ao cidadão, uma média de 6.500 por mês.  

Deste total, as ocorrências relacionadas à segurança representaram 18% do total, atrás das demandas de serviços públicos (29%) e de ouvidoria (39%). Entre as principais solicitações, as cinco primeiras foram relativas à limpeza, iluminação, guia rebaixada, manutenção de vias e vistorias. 

OTIMIZAÇÃO 

Um exemplo da integração que um CCO permite pode ser dado por um acidente de trânsito. Pelas câmeras, os operadores identificam a gravidade da ocorrência, se há vítimas ou pessoas presas em ferragens, obstrução ou congestionamento da via pública e outras importantes informações. 

Todos estes dados captados ajudam a definir se é preciso enviar uma ambulância, de qual tipo e o percurso mais rápido, quantos agentes de trânsito são necessários e até solicitar o serviço responsável pela desobstrução da via. 

Assim, há maior agilidade no atendimento da ocorrência e otimização dos recursos empregados, também gerando economicidade aos cofres públicos.

Drones ampliam atuação do CCO 

O sistema de monitoramento também pode contribuir para coibir invasões e ocupações irregulares, proteção de áreas de preservação e controle do tráfego nas ruas e avenidas. Neste sentido, a utilização de drones pode ser uma grande aliada, ampliando o alcance do centro de controle operacional. 

Em Santos, dois equipamentos de alta performance foram adquiridos pelo Município no final de 2023, os quais permitem a transmissão das imagens em tempo real para o CCO. 

Eles foram utilizados no patrulhamento durante a festa do Réveillon e também estão sendo usados na região da Orla – área de maior fluxo de motoristas e pedestres na temporada de verão – para auxiliar nas ações em prol de maior fluidez e segurança do trânsito.

Divulgação Prefeitura de Santos.

Ainda, contribuem para o monitoramento do acesso de veículos à faixa arenosa, estacionamento irregular, trânsito lento e outras ocorrências, contribuindo para o deslocamento de agentes com maior agilidade.

AMPLIAÇÃO

A nossa meta é que, cada vez mais, o CCO seja a ‘nave-mãe’ da Administração Municipal coletando dados estruturados e não estruturados para auxiliar na tomada de decisões estratégicas.

Em breve, iremos dobrar o número de câmeras, superando a marca de 3 mil aparelhos, garantindo a cobertura em 100% das escolas e unidades de saúde.

Paralelamente, por meio de parcerias público-privadas (PPPs) pretendemos que a gestão da limpeza e destinação dos resíduos sólidos e da iluminação pública também esteja integrada ao CCO. 

Este avanço permitirá, por exemplo, rastrear e monitorar em tempo real as frotas de caminhões de coleta dos resíduos e dos serviços de manutenção das luminárias, aperfeiçoando a supervisão e resultando em melhores serviços prestados à população.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

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