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MERCADO DE ELETRIFICAÇÃO DO TRANSPORTE PÚBLICO AVANÇA NO BRASIL

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Através do Projeto Attivi Integral, a empresa automotiva Marcopolo estimula a eletromobilidade coletiva e o desenvolvimento da mobilidade urbana sustentável.

Com o objetivo de oferecer soluções sustentáveis em mobilidade no Brasil e, ao mesmo tempo, fortalecer a expansão do mercado automotivo nacional, a Marcopolo  iniciou o cronograma de operações das primeiras unidades de ônibus elétricos do Projeto Attivi Integral nas cidades do país.

No momento, o projeto está na etapa de demonstrações em diferentes cidades do país e, a partir dessas experiências, busca comprovar a alta capacidade produtiva da indústria automotiva, embasada pela expertise da engenharia nacional. 

Como funciona o Projeto Attivi Integral

O Projeto Attivi Integral tem o objetivo de fabricar ônibus elétricos com chassis e carrocerias robustas e adequadas para o mercado nacional. No final de junho, já foram iniciados os testes das primeiras unidades do lote inicial de 130 veículos, produzidos pela companhia, nas capitais de Curitiba e Porto Alegre.

Ao longo do ano, a empresa visa expandir as demonstrações em outras cidades brasileiras. Os modelos abrangem configurações técnicas específicas e diferenciadas. São flexíveis, adaptáveis e capazes de atender às condições de operação e durabilidade exigidas pelas cidades brasileiras que buscam por soluções sustentáveis de mobilidade. 

“O Attivi consolida o desenvolvimento de uma solução completa de mobilidade urbana sustentável, com planos de serviços, atendimento pós-vendas e peças de reposição, incluindo sistema de recarga e manutenção das baterias. Além disso, não podemos deixar de reforçar que é um projeto que estimula a contratação de mão de obra local, por ser feito integralmente por uma indústria nacional”, explica Ricardo Portolan, Diretor de Operações Comerciais Mercado Interno e Marketing da Marcopolo. 

Compromisso com a descarbonização no transporte coletivo

A produção do Attivi Integral também está alinhada com a estratégia da Marcopolo de investir em ações e soluções inovadoras e sustentáveis de fomento à eletromobilidade para contribuir com a redução de emissão de poluentes na atmosfera, favorecendo a descarbonização do transporte coletivo mundial.

“Como principal fabricante brasileira de ônibus, reforçamos que estamos prontos para suprir as necessidades de transporte coletivo eletrificado de conglomerados urbanos. O Attivi Integral é uma solução que prioriza o uso de componentes nacionais e que conta com a tradição e confiança de uma marca que está no mercado há mais de 70 anos”, pontua Portolan. 

Ficha Técnica Attivi 

  • Chassi Integral Low Entry com capacidade total de 20,6 mil kg
  • Capacidade – até 90 passageiros de acordo com a configuração
  • Autonomia de até 250 km e Tempo de Carga de até 4 horas
  • Modelo de Plug de carregamento utilizado no chassi PLUG CCS 2
  • Motor de tração Central com potência de 395 KW e torque de 2800Nm
  • Capacidade do Eixo Dianteiro – 7,6 mil kg
  • Capacidade do Eixo Traseiro – 13,0 mil kg
  • Comprimento – até 13 m
  • Largura – 2,55 m
  • Freios a disco com ABS/EBS (Door Brake)
  • Direção eletro-hidráulica
  • Suspensão pneumática 

Com informações da Assessoria de Imprensa da Marcopolo

ATUALIZAÇÕES LEGISLATIVAS AJUDAM A PROMOVER INOVAÇÃO E SEGURANÇA JURÍDICA EM ARACAJU

De maneira a acompanhar as transformações surgidas com o desenvolvimento tecnológico, fomentar um ambiente de inovação na cidade e oferecer segurança jurídica para a sociedade civil e para a própria administração municipal, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal de Governo (Segov), tem proposto atualizações legislativas importantes, como o estabelecimento de uma Política Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação, regulamentação da tecnologia 5G e fomento ao estabelecimento de empresas dessa natureza na capital.

Os textos mencionados foram aprovados pela Câmara Municipal de Aracaju (CMA) no final de 2022 e sancionados pelo prefeito Edvaldo Nogueira. A Lei nº 5.540/22, por exemplo, estabelece mecanismos para estimular a inovação, a economia criativa, o empreendedorismo, a pesquisa e qualificação científica e tecnológica, por meio de  uma política específica para que Aracaju avance no sentido de ser uma cidade cada vez mais humana, inteligente e sustentável.

Para tanto, essa nova legislação, de autoria do Poder Executivo municipal, propõe traçar o desenvolvimento da cidade direcionado à qualidade de vida e ao empoderamento do cidadão, por meio da colaboração entre poder público, sociedade civil e instituições de ensino, buscando criar as condições para surgimento de criatividade local e a utilização das ferramentas tecnológicas para resolução de problemas cotidianos, ou seja permitindo uma gestão pública mais eficiente e a otimização de recursos, além de um ambiente com regramento fácil de entender e previsível.

“O município de Aracaju tem sempre se mantido atento e acompanhando as mudanças que surgem com o avanço tecnológico, tanto do ponto de vista dos equipamentos quanto da legislação, uma vez que o ambiente jurídico precisa acompanhar as inovações. Ao propor atualizações nas normas promovemos ainda mais segurança jurídica para a população e para a administração municipal também”, explica o secretário municipal de Governo, Evandro Galdino.

A Política Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação, então, avança no desenvolvimento de soluções, geração de conhecimentos que se convertam em produtos tecnológicos, criação de ambientes especializados e colaborativos, com participação de empresas, instituições de ensino e do poder público, de forma a proporcionar o surgimento de uma espécie de ecossistema, em que agentes diversos possam unir forças, gerar ideias e tirá-las do papel, para benefício da população aracajuana, com mais rapidez.

Lei das Antenas
É nesse contexto que foi aprovada também e já está em vigor a Lei Nº 5.547/22,  que diz respeito ao licenciamento, cadastramento e comunicação de instalação de infraestrutura de suporte para Estação Transmissora de Radiocomunicação, mais especificamente aquela relacionada à 5G, que é a nova geração de redes móveis, promete altas velocidades e é essencial para a chamada “Internet das Coisas”, uma vez que os dispositivos modernos estarão conectados o tempo todo, compilando dados e os utilizando para analisar cenários e propor melhorias.

A ideia é modernizar a legislação para que as operadoras, empresas que arremataram lotes no leilão promovido pelo Governo Federal, tenham facilidade em estabelecer a infraestrutura necessária para o funcionamento do 5G, fazendo avançar de forma mais célere a cobertura e consequente oferta de serviços. Para atingir esse objetivo, a administração municipal descreve como se dará o licenciamento para instalação dos equipamentos, as responsabilidades dos órgãos públicos municipais de análise documental e fiscalização, entre outras normas.

A grande vantagem é ser capaz de simplificar os procedimentos, o que coloca a capital em uma posição privilegiada em relação a outros municípios do mesmo porte e pode significar uma cobertura como qualidade de sinal mais consistente e estabelecida em tempo relativamente mais curto.

Redução da carga tributária
Aliado a uma estrutura de incentivo organizacional, adequações do ambiente jurídico, com regramento fácil de compreender e promoção do uso de ferramentas tecnológicas, há também o incentivo tributário, que toma forma na Lei Complementar Nº 183/22, responsável por reduzir a alíquota do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN, de 5% para 2%, incidente sobre os serviços desenvolvidos pelas empresas de base tecnológica e de inovação, bem como de pesquisa e qualificação científica e tecnológica, estabelecidas em Aracaju.

A medida é relevante por tornar a cidade mais atrativa para companhias que fabricam equipamentos ou oferecem serviços, por aplicativos, por exemplo, com maior valor agregado, trazendo desenvolvimento econômico, aumento de arrecadação e redução das desigualdades sociais, uma vez que oportunidades de emprego com maiores salários são possibilitadas. Além disso, ajuda a efetivar a própria noção de ambiente colaborativo, como descrito anteriormente.

Ao estabelecer essas diretrizes, ganha sentido, no âmbito da administração municipal, a criação de uma órgão específico para acompanhar essas mudanças, com condições de aprender com elas e, então, propor políticas novas. É nesse contexto que surge a Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico e Inovação (Semde), cuja atuação está regulamentada na Lei N.º 5.543/22, e tem por finalidade programar, organizar, executar e acompanhar, direta e indiretamente, a política do Governo Municipal relativa a estímulos à economia e inovação, e as demais atividades relacionadas.

“Penso que a Semde vem coroar um processo importantíssimo de reafirmação de Aracaju como uma cidade inteligente, preocupada com o desenvolvimento e o futuro. O conjunto de ações sob a responsabilidade desta pasta possui uma relevância muito grande, na medida em que cabe a ela estabelecer interlocuções com diversos instrumentos de produção de conhecimento, saberes e tecnologia”, ressalta o líder do Executivo na Câmara Municipal de Aracaju, Antônio Bittencourt.

As transformações mais recentes propostas, aprovadas e que ganharam força de Lei na capital são instrumentos para que Aracaju não perca esta janela de oportunidade surgida em meio aos avanços tecnológicos, encaminhando-a no sentido de ser uma cidade com capacidade de inovação e abrindo-se para as enormes vantagens decorrentes disso.

Fonte: Prefeitura Aracajú

CARROS ROBÔS JÁ FAZEM PARTE DA MOBILIDADE URBANA NO MUNDO

Veículos sem volante ou pedal já rodam nas cidades ou estradas de países como os Estados Unidos e outros, muitos deles com passageiros a bordo

Alardeados como veículos do futuro, muitos carros autônomos já estão presentes no trânsito de algumas cidades ou estradas, em testes que já demostram o comportamento real desses sistemas. Uma das empresas que se dedica fortemente a esse movimento é a General Motors, montadora que irá investir US$35 bilhões até 2025 no desenvolvimento de tecnologias que envolvem esses ‘carros robôs’.

Para entender sobre a evolução da empresa nesse campo, falamos com Elbi Kremer, diretor de engenharia da GM América do Sul. Confira na entrevista a seguir.

Quando os veículos autônomos se tornaram realidade na empresa?

Elbi Kremer, diretor de engenharia da GM América do Sul: A visão da GM é de um futuro com zero acidente, zero emissão e zero congestionamento. Para isso, estamos investindo US$ 35 bilhões até 2025 em três importantes tecnologias de mobilidade: os veículos autônomos, os veículos elétricos e os veículos conectados.

Dessa forma, em 2017 lançamos o Super Cruise, o primeiro sistema global de auxílio à condução autônoma em estradas. E em 2020, a empresa apresentou o Cruise Origin, um veículo nível máximo de autonomia, sem volante ou pedal.

Há décadas, a GM oferece para seus carros sistemas que auxiliam o motorista, como é o caso do assistente de permanência na faixa, que alerta e é capaz de fazer correções no esterçamento do volante na tentativa de manter o veículo na faixa em caso de distração, entre outros exemplos de recursos.

Quais são as principais evoluções tecnológicas dos autônomos?

Kremer: A tecnologia dos veículos autônomos tem sido aprimorada desde o início dos testes. Em 2022, o serviço de robô-táxis da Cruise na cidade de San Francisco atendeu 26 mil passageiros, rodando mais de 1,3 mil quilômetros com um uma média de ocupação por corrida de 1,9 pessoa. Interessante reforçar que 94% das pessoas disseram confiar na tecnologia depois de experimentá-la.

Vale destacar que existem vários níveis de veículos autônomos, numa escala que vai do 1 ao 5. No mais alto, o carro não possui nem volante nem pedais, caso do Orign, modelo desenvolvido em parceria com sua subsidiária Cruise, com previsão de chegar ao mercado neste ano. Mas a tecnologia que usa radares, câmeras e sensores para dispensar a necessidade do motorista começou a ser utilizada em caráter experimental em 2016 em unidades adaptadas do elétrico Chevrolet Bolt EV.

A GM possui também o mais avançado sistema de condução semiautônoma, o Super Cruise, próprio para estradas e que faz ultrapassagens automaticamente. Atualmente, mais de 600 mil quilômetros de estradas pelos Estados Unidos e Canadá já estão mapeadas para o seu funcionamento: basta apertar um botão para o carro dirigir sozinho.

Uma câmera no volante monitora se o condutor continua atento ao trânsito, para reassumir em casos de emergência. O Super Cruise está sendo trazido para 22 veículos GM ainda neste ano, além de uma versão mais avançada, o Ultra Cruise, que funcionará, também, em perímetros urbanos.

O que podemos mencionar de melhorias em relação à segurança desses veículos?

Kremer: Desde que os veículos autônomos começaram a ser projetados, a preocupação com a segurança é constante, pois o impacto das soluções também são mensurados pela confiança dos motoristas. Um exemplo de evolução tecnológica é o serviço comercial sem motorista da Cruise lançado em 2022, em San Francisco, Phoenix e Austin, marcado pelo relatório de segurança mais abrangente e transparente da indústria e o progresso realizado para obter aprovação federal para operar comercialmente.

Outro exemplo é o Origin, o primeiro veículo elétrico e autônomo que usa algoritmos avançados para prever e responder ao movimento das pessoas ao redor do automóvel, tendo como premissa a segurança. Vale citar que em parceria com a General Motors, a Cruise submeteu uma petição ao Conselho Nacional de Administração e Segurança Rodoviária, em fevereiro de 2022 buscando aprovação para construir e implantar o Origin, reforçando o compromisso da companhia com a segurança.

Dentre as melhorias implementadas no Cruise, menciono a fivela com um recurso que garante que os cintos de segurança dos ocupantes estejam afivelados antes de iniciar a direção, as portas deslizantes para facilitar a entrada e saída do veículo, bem como evitar risco de acidentes com outros automóveis, motocicletas ou ciclistas, além dos sensores posicionados nos cantos superiores, para otimizar as linhas e aumentar o campo de visão dos ocupantes.

Como a GM enxerga o futuro dos autônomos no Brasil e no mundo?

Kremer: Acreditamos que autônomos são a mobilidade do futuro, assim como os elétricos. A indústria automotiva está vivendo a maior transformação dos últimos 100 anos, com os automóveis dando um salto evolutivo expressivo. O desenvolvimento de novas tecnologias viabilizou a chegada de uma nova geração de veículos elétricos, de sistemas mais avançados de condução autônoma e de conectividade, que são pilares fundamentais para a concretização da visão de futuro da empresa de zero acidente, zero emissão e zero congestionamento.

Os autônomos também estão cada vez mais próximos: os investimentos privados, políticas públicas e os ganhos de escala reduzem custos de produção e possibilitam a massificação dessas tecnologias na frota global.

Exemplo disso são as tecnologias semiautônomas já aplicadas nos veículos atuais, como a frenagem automática de emergência, assistência de manutenção na faixa de rodagem e o alerta de ponto cego, já disponíveis na linha de automóveis Chevrolet no Brasil, para proporcionar mais segurança aos clientes da marca e ajudar a diminuir o número de acidentes de trânsito.

Fonte: Mobilidade Estadão

CIDADE E SEGURANÇA

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É possível tratar do tema “Segurança” a partir de um ponto de vista expandido, com o cuidado que merece para que possamos ir além da “segurança como coerção da violência

Recentemente, participei de debates a respeito de “Segurança em Cidades Inteligentes”. Fiquei preocupado com a noção, amplamente aceita, de que “Segurança” é uma palavra sinônima de “Coerção da Violência”, ou “Combate ao Crime”. Mesmo que os especialistas em segurança pública não declarem isso de modo tão direto, é o que se pode depreender de suas falas, propostas e ações.

Por outro lado, é possível tratar do tema “Segurança” a partir de um ponto de vista expandido, com o cuidado que merece para que possamos ir além da “segurança como coerção da violência”. Creio que, mais uma vez, estamos reféns de conceitos urbanos bastante disseminados e aceitos – sobre os quais muito se fala e faz – mas que poderiam se beneficiar de um ponto de vista crítico, renovado e criativo.

Um Cenário Análogo – Prevenção de Incêndios

Quanto ao tema “incêndios”, creio que todo mundo concorda com a seguinte afirmação:

– “uma cidade de sucesso, é aquela que tem pouquíssimos incêndios.”

E ninguém concordaria com:

– “uma cidade de sucesso, é aquela com muitos incêndios, mas dotada de um corpo de bombeiros muito eficiente!”

Em outras palavras, uma cidade de bom desempenho, quanto à questão “incêndios”, é uma em que incêndios não acontecem, sim? Ou é uma cidade em que prédios se incendeiam o tempo todo, mas somos capazes de atendimento rápido e competente?

No caso de uma cidade em chamas, não deveríamos nos perguntar o porquê de tantos incêndios? Pois, se trata de um problema sistêmico: as causas de tanto fogo estariam nos métodos construtivos e materiais utilizados, no arranjo dos edifícios, nas práticas de uso de fogo para cozinhar, aquecer água e outras atividades, nas condições das instalações elétricas, etc. Não se trata de bombeiros mais ou menos competentes: não são eles que poderiam impedir os incêndios – podem apenas lidar com o incêndio iniciado.

Obviamente, as duas questões estão inter-relacionadas: prevenção e combate a incêndio. Mas, pensando a longo prazo, a prevenção a incêndios tem um papel prioritário, frente ao combate de incêndios. Ninguém dirá que sente segurança em um prédio que pode pegar fogo a qualquer momento, mas o corpo de bombeiros logo virá ao resgate.

Um outro ponto de vista

No caso da segurança pública, a opinião geral a respeito do assunto “prevenção da violência” parece ser apenas uma variação do assunto “combate ao crime”.

Será que, ao invés de priorizar a coerção à violência, não poderíamos priorizar ações que promovem uma cidade segura por meio do incremento da socialidade (a qualidade do meio social) e da socialização (o ato de participar da sociedade)?

Esse ponto de vista não é novo. Na verdade, ele é quase unânime em urbanismo. Fala-se insistentemente do papel de comunidades vivas e vibrantes como um meio quase certo de redução drástica da violência urbana. Afinal, basta observar um bairro em que a sociedade está inativa ou ausente – ruas desertas, muros altos, tráfego intenso – para saber que estamos em um lugar inseguro.

No entanto, uma abordagem que procura reduzir a violência urbana por meio do incremento dos laços comunitários e sociais aparece apenas de modo tímido na gestão da segurança pública: salvo raras e valiosas exceções, pouco se fala de cidades seguras porque habitadas por comunidades ativas, compostas por pessoas que se conhecem mutuamente: a raridade da violência é produto de um contexto social naturalmente não-violento.

Essa abordagem compreende a segurança não apenas como a “proteção de pessoas inocentes” frente à ameaça de “malfeitores”, mas prioritariamente como a realização cotidiana de um conjunto de rituais de presença e observação mútua – que criam o senso de pertença a uma comunidade viva, que se auto-regula em suas relações de confiança, interdependência, criação de riqueza coletiva, movimentos de visualização e reconhecimento mútuos.

Mas é importante reconhecer que a segurança urbana é um assunto complexo. Não podemos afirmar que sabemos, de modo resumido, o que é “segurança” – trata-se de um conceito que entrelaça a guerra e suas técnicas, a concentração ou distribuição de renda, os ritos sociais, os lugares sócio-políticos, gênero e raça, o próprio entendimento do conceito de “cidade”.

Uma cidade segura é uma cidade vigiada, bem protegida? Ou é uma cidade integrada, na qual os laços de participação e pertença, respeito e convívio são tão estreitos e numerosos que simplesmente não há espaço para a violência?

Um Cenário Futuro: Cidade Sem Muros – Cidade Vigiada

Imagine um mundo urbano em que tudo é rastreado 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive pessoas.

Isso é possível por meio da tecnologia da Identificação por Rádio-Frequência (RFID), que já é utilizada, hoje, para numerosas formas de controle de patrimônio, acesso a edifícios, circulação de veículos urbanos, tráfego aéreo, rastreamento de carga (viva e não-viva), alimentos, animais e pessoas. Trata-se de uma tecnologia barata, confiável e flexível. Um dos seus usos mais evidentes está nas formas de pagamento “touchless”: o chamado Near-Field Communication (NFC), disponível em smartphones e cartões de débito/crédito. Usamos RFID para tantas finalidades diferentes, que alguns consideram que a Internet das Coisas (IoT) é quase um sinônimo de RFID e sua miríade de aplicações.

Um aspecto preocupante da aplicação do RFID para segurança pública é que já houve propostas em diversos países para que o uso da tecnologia seja obrigatória em seres humanos – por meio de seu implante subcutâneo: desta maneira, as autoridades saberiam onde todas as pessoas estão o tempo todo. As experiências históricas com a marcação de pessoas nos ensinaram que essa prática conduz, quase inevitavelmente, a situações terríveis (para um exemplo assustador, é só lembrar do nazismo).

Mas, mesmo que o uso de implantes RFID não seja mandatório (espero que não!), a chamada “visão computacional” permite, em tempo real, interpretar imagens capturadas por câmeras de vigilância, gerando muita informação a respeito das cidades: número de pessoas que circulam em uma rua ou bairro, seus múltiplos percursos pela cidade, a identidade de cada indivíduo, localização e quantidade de veículos que circulam na malha viária, o estado de conservação das áreas verdes e vegetais, fauna urbana, tráfego aéreo, manifestações sócio-culturais, etc.

Neste contexto tecnológico, o reconhecimento facial vem levantando preocupações similares ao implante mandatório de RFID: são relativamente comuns os chamados “falsos positivos” (quando o reconhecimento facial identifica erroneamente um cidadão como um criminoso procurado), assim como perderemos o anonimato (valor fundamental de uma sociedade verdadeiramente cosmopolita) em uma cidade permanentemente vigiada: vislumbra-se um futuro em que o cidadão comum será oprimido por um sistema de vigilância que restringe sua liberdade de ir e vir.

Ainda, a geração maciça de dados, por meio de sensores dos mais diversos tipos em todo o meio urbano – acoplados a veículos, objetos, mercadorias, seres vivos e pessoas – é um dos grandes motivadores do enorme movimento global de convergência entre Cidades Inteligentes, IoT e Big Data e Inteligência Artificial na criação de sistemas de monitoramento urbano para segurança pública.

Um exemplo que ilustra essa convergência tecnológica, mesmo que fora do área de segurança pública, é o aplicativo Waze: por meio de Big Data em tempo real, o app é capaz de recomendar trajetos menos congestionados, utilizando um modelo de tráfego atualizado em tempo real a partir de dados oriundos dos smartphones de milhões de usuários simultâneos e anônimos.

Na convergência entre visão computacional, big data, RFID, IoT, e outras tecnologias (especialmente as redes rápidas do 5G), se descortina um futuro em que a vigilância, mesmo que minimamente invasiva (sem implantes ou reconhecimento facial), se desempenha de modo complexo e, ainda assim, eficaz: sistemas “inteligentes” serão capazes de criar modelos da “situação urbana” em tempo real, com extremo detalhe/granularidade e alto grau de confiabilidade. Como afirmou um especialista de segurança: no passado, os personagens de filmes de espionagem diziam “siga aquele carro!”, no futuro, diremos “siga todos os carros na cidade, há uma semana atrás” – dados altamente detalhados estarão armazenados e disponíveis para consulta posterior ao fato. Aquilo que não foi diretamente registrado será depreendido por inteligência artificial.

Mas, como seria uma cidade permanentemente vigiada?

Por um lado, existe o temor, perfeitamente justificado, de que perderíamos a característica libertária das cidades: em nome da segurança, as cidades deixariam de ser ambientes metropolitanos e cosmopolitas – viveríamos em uma sociedade pautada pelo controle social e pelo extremo cerceamento da liberdade individual.

Por outro lado, é possível que todos os dispositivos que inventamos, ao longo da história das cidades, para evitar “eventos violentos”, se tornem obsoletos: muros, portas, trancas, cofres, cadeados, portões altos, cercas, fossos, pontes levadiças, etc. Quase todos esses dispositivos impedem o acesso de pessoas indesejadas ou perigosas a locais específicos (nossa casa, e todos os outros lugares urbanos). Mas, em uma sociedade totalmente vigiada, qual seria a função desses dispositivos tão familiares?

Um exemplo dessa nova realidade é o sistema de pedágio baseado em RFID, cada vez mais comum: no lugar de um funcionário controlando (vigiando) a passagem de veículos, um sistema automatizado monitora a posição dos veículos e faz a cobrança. Hoje, já existem “zonas pedagiadas” em algumas grandes metrópoles, sem nenhum monitoramento humano local ou qualquer obstáculo físico – para evitar a inadimplência, os valores viriam associados aos impostos (como IPVA) ou na forma de multas.

Como seria uma cidade que não impõe obstáculo físico algum ao movimento das pessoas? Em que a segurança (por meio da constante vigilância e eventual coerção) é um dado, não uma dúvida? Uma cidade em que estão completamente ausentes os dispositivos tradicionais de segurança – muros, portas trancadas, cercas, grades, etc. – seria um ambiente totalmente diferente de qualquer coisa que a humanidade chamou até hoje de “cidade”.

Uma rara referência tradicional são as vilas e aldeias de povos aborígenes: não há meios de se impedir a circulação das pessoas em uma comunidade indígena – as pessoas entram onde sabem que podem entrar, nunca onde não são bem-vindas; e essas restrições são de caráter simbólico, não de segurança ou fuga da violência.

Talvez, esses modos de vida tradicionais possam ser um indício para imaginarmos uma cidade segura para o momento atual, mesmo sem a alta-tecnologia que mencionei acima. Talvez, nossa crença na tecnologia como algo que possa garantir segurança pública seja motivada por nossa descrença na possibilidade de uma sociedade igualitária e pacífica.

A segurança é um acordo silencioso.

O que torna uma cidade segura? O que faz de uma região urbana um ambiente confiável, em que pessoas vulneráveis podem passear à vontade?

São numerosos os condicionantes que precisam ser articulados para criar-se um ambiente urbano seguro.

Um aspecto fundamental é a melhoria da distribuição de renda, por meio da qual pode-se promover um ambiente social de abundância e conforto, não expondo a população a meios de sobrevivência que são desesperados, possivelmente ilícitos e violentos.

A segurança passa também pelo modo como se faz a guerra. Longe de ter sido erradicada, a guerra se tornou um processo menos “cinético” (conflitos armados) e mais “informacional” (conflitos ideológicos e de contra-informação). Na antiguidade e período medieval, a guerra envolvia o enfrentamento direto entre batalhões: as cidades eram muradas, para dificultar o acesso e bloquear a circulação. À medida que a guerra foi se sofisticando, o meio urbano também se transformou: a guerra de pólvora tornou os muros obsoletos, a guerra aérea e de satélites tornou a ocupação territorial obsoleta, e a guerra informacional (a chamada “guerra híbrida”) tornou os limites urbanos obsoletos – vivemos uma cidade expansiva, sem distinção clara entre o meio urbano e rural, entre público e privado, etc.

Por outro lado, a segurança também tem a ver com o modo como criamos pactos tácitos e explícitos entre as pessoas que habitam uma mesma região urbana: As pessoas se conhecem e se apoiam mutuamente? Ou mal se conhecem, estão se lixando umas para as outras? 

Algo a se aprender, ao ponderar sobre segurança, e sua miríade de condicionantes, é que não podemos concentrar nossos esforços para tornar a cidade segura lidando apenas com a coerção da violência: quando chegamos nesse ponto, a batalha já está perdida, e estamos lidando com mortos e feridos. É como se estivéssemos vivendo em uma cidade em chamas, bombeiros trabalhando 24 horas por dia.

A segurança é um pacto silencioso. É um arranjo social, econômico e cultural favorável, corroborado por rituais complexos que integram todos esses aspectos.

No caso da concretização do cenário tecnológico futuro que desenhei acima, novos rituais de segurança irão emergir. Não porque a tecnologia vai aguardar que criemos esses rituais, mas porque seremos forçados, pela própria tecnologia, a criá-los. Seria interessante fazer isso de modo intencional.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

GOVERNO AMPLIA PRAZO PARA QUE MUNICÍPIOS ELABOREM PLANO DE MOBILIDADE URBANA

A Medida Provisória 1.179/2023 estende o limite até 12 de abril de 2024, para cidades com mais de 250 mil habitantes, e até 12 de abril de 2025 para municípios com até 250 mil

Os municípios brasileiros que ainda não conseguiram estruturar seus planos de Mobilidade Urbana ganharam novo prazo para fazer o planejamento. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, editou nesta sexta-feira (7/7) a Medida Provisória 1.179/2023, que altera a Lei 12.587/12 e estende o limite para 12 de abril de 2024 — para cidades com mais de 250 mil habitantes — e 12 de abril de 2025, para municípios com até 250 mil.

A MP foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). A mudança permitirá a continuidade das ações de apoio, iniciadas pelo Governo Federal, para a ampliação das capacidades municipais, permitindo que as cidades pequenas tenham tempo hábil para a conclusão de suas obrigações, sem prejudicar sua população.

O Plano de Mobilidade Urbana é um instrumento fundamental para a efetivação de uma Política Nacional. Os municípios com mais de 20 mil habitantes são obrigados a elaborar e a aprovar planos de mobilidade, considerando serviços de transporte público, circulação viária, acessibilidade para pessoas com deficiência e restrição de mobilidade, bem como a operação e o disciplinamento do transporte de carga na infraestrutura viária, entre outras diretrizes previstas na Lei 12.587/12.

A norma também estabelece que a sistemática de avaliação, revisão e atualização periódica do Plano de Mobilidade Urbana deve ocorrer em um prazo não superior a dez anos.

Dados do Ministério das Cidades, pasta responsável pela Política Nacional, apontam que a maioria das cidades com até 250 mil habitantes ainda não possui o plano municipal elaborado e aprovado — e ainda alguns municípios com mais de 250 mil habitantes não concluíram.

INVESTIMENTOS — O cenário é preocupante porque afeta grande parte dos municípios brasileiros, que ficarão sem efetivo instrumento de planejamento local para auxiliar as decisões. De acordo com Jader Filho, ministro das Cidades, a pasta deve trabalhar este ano com R$ 2,7 bilhões em investimento para mobilidade.

O Governo Federal disponibiliza o acesso para gestores municipais a um sistema de apoio à elaboração de planos de mobilidade urbana. O PlanMob está disponível neste link: https://planmob.mdr.gov.br/login.

Fonte: Gov.br

CREAS SP E SE DISCUTEM CIDADES INTELIGENTES DO BRASIL

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Presidente do Conselho paulista vai a Aracaju (SE) para Simpósio Nacional

Em São Paulo, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado (Crea-SP) tem discutido com as gestões públicas municipais e estadual a participação das profissões no desenvolvimento de cidades inteligentes. Agora, esse conhecimento e experiência será compartilhado à nível federal durante o Simpósio Nacional de Cidades Inteligentes, evento promovido em parceria com Conselho Regional de Sergipe (Crea-SE), que acontece nesta sexta-feira (14/07), das 9h às 18h, em Aracaju (SE), no auditório do Tribunal de Contas sergipano (TCE-SE).

O objetivo é criar conexões na área tecnológica, formada pelas Engenharias, Agronomia e Geociências, para fomentar que mais municípios se tornem inteligentes no País, já que o primeiro certificado com tal título fica em SP (São José dos Campos). Para isso, o Simpósio, além de presencial, será transmitido ao vivo pela TV Crea-SP. As inscrições, que garantem certificação, podem ser feitas no Sympla.

“Quando falamos de cidades inteligentes, precisamos nos aproximar das referências e buscar projetos em comum para resolução dos principais desafios enfrentados na administração pública”, afirma o presidente do Conselho paulista, engenheiro Vinicius Marchese. “Os profissionais que compõem o Sistema Confea/Crea, que são os engenheiros, agrônomos, geocientistas e tecnólogos, estão imersos nesse ambiente disruptivo de inovação que trata os problemas como oportunidades. Então, por que não levar isso também para os municípios? É o que precisamos fazer: falar de desenvolvimento, sustentabilidade e gestão pública na área tecnológica e fora dela”, completa.

O presidente do Crea-SE, engenheiro Jorge Roberto Silveira, destaca esse papel fundamental de concepção e implementação de projetos inovadores. “Os avanços e as soluções inteligentes desenvolvidas pelos profissionais da área tecnológica têm o potencial de transformar as cidades em espaços mais acolhedores, inclusivos e eficientes”, finaliza.

Confira abaixo a programação completa:

9h – Credenciamento

9h30 – Abertura

10h – Palestra: Tecnologia em BIM aplicada na Gestão de Cidades, com o engenheiro civil Rodrigues Lopes de Oliveira

11h – Palestra: Gestão pública na prática: como construir uma cidade inteligente?, com o prefeito de Aracaju e presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, Edvaldo Nogueira

12h – Painel: Perspectivas de mercado, consumo consciente e desafios para o futuro, com a engenheira ambiental Maria Constantino; a coordenadora do Projetar-SE, arquiteta Shirley Carvalho Dantas; e a especialista em cidades inteligentes e fundadora da Bright Cities, Raquel Cardamone

13h – Almoço

14h30 – Painel: Cidades Inteligentes viabilizando projetos inovadores no Brasil, com o diretor do programa de Pós-Graduação em Cidades Inteligentes e Sustentáveis da Universidade Nove de Julho (Uninove), advogado Wilson Levi; o ex-deputado estadual Sérgio Victor; e a engenheira ambiental Maiara Resende Ribeiro

15h30 – Palestra: O papel da engenharia na construção de cidades inteligentes, com o presidente do Crea-SP, engenheiro Vinicius Marchese

16h30 – Palestra Magna: Cidades Inteligentes: projetos de mobilidade, transporte aéreo e infraestrutura, com a especialista em mercados de cidades inteligentes, Paula Faria

17h30 – Encerramento

Serviço:

Simpósio Nacional de Cidades Inteligentes

Data: sexta-feira, 14 de julho

Horário: das 9h às 18h

Local: Tribunal de Contas do Estado de Sergipe

Endereço: Avenida Conselheiro Carlos Alberto Barros Sampaio, S/N, Capucho, Aracaju/SE

Sobre o Crea-SP – Instalada há 89 anos, a autarquia federal é responsável pela fiscalização, controle, orientação e aprimoramento do exercício e das atividades profissionais nas áreas da Engenharia, Agronomia e Geociências. O Crea-SP está presente nos 645 municípios do Estado, conta com cerca de 350 mil profissionais registrados e 95 mil empresas registradas.

Contatos para a imprensa: crea-sp@cdicom.com.br – 11 98609-1837

Giovanna Gravina – 11 96971-2695

Juliana Sampaio – 11 9444-05683

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Marianna Marimon – 11 98939-3350

PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO IRÁ IMPLANTAR REDE PÚBLICA DE ELETROPOSTOS

Em parceria com a EZVolt, o projeto prevê a instalação de oito postos de recarga espalhados pela cidade

A startup de eletromobilidade EZVolt, que compõe o portfólio de energias renováveis da Vibra, foi selecionada para o projeto Sandbox.Rio, implementado pela Prefeitura do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação. Através da iniciativa a startup irá instalar uma rede de eletropostos para a recarga de veículos elétricos, em pontos mapeados da cidade.

A EZVolt foi selecionada depois de uma chamada pública por projetos que buscavam serviços inovadores para a cidade e que ainda não se enquadravam nas regras vigentes. Com o Sandbox regulatório, estas soluções poderão ser testadas no Rio de Janeiro, através de autorização concedida pelo município e em um ambiente controlado.

O projeto prevê a instalação de oito postos de recarga ultra rápidos, espalhados por bairros com maior potencial de recarga de veículos. Os eletropostos poderão atender não apenas usuários de carros híbridos e elétricos, moradores locais ou turistas, mas também frotas logísticas e carros de aplicativos.

A vice-presidente de negócios e marketing da Vibra, Vanessa Gordilho, explica que a iniciativa é um passo importante na transformação do Rio de Janeiro em uma cidade mais sustentável: “Sandboxs são modelos de sucesso em outros países e uma forma de trazer novas tecnologias, um ambiente de inovação para a cidade, um caminho para tornar o Rio uma smartcity”.

Iniciativa Sandbox.Rio

A Prefeitura do Rio lançou o Sandbox.Rio, uma espécie de incubadora regulatória, para testar produtos, serviços e processos inovadores que podem trazer inovações e benefícios para a população carioca e para a cidade do Rio.

Desde o ano passado, a Prefeitura tem à sua disposição um instrumento de suporte à inovação e ao desenvolvimento econômico local que, a partir dos dados coletados ao longo da experiência, viabiliza o aperfeiçoamento de um marco regulatório mais receptivo às novas tecnologias. Também estimula a concepção de políticas públicas mais alinhadas à inovação no Rio, que se firma como uma cidade inteligente.

O CEO da EZVolt, Gustavo Tannure, destacou a importância da iniciativa para a maior adoção de carros elétricos na região:

“É muito bom ver que a Cidade do Rio de Janeiro está se tornando um HUB de inovação e ESG, com cada vez mais iniciativas visando a sustentabilidade. Isso permitirá a rápida expansão da eletromobilidade na cidade, uma vez que a maior barreira à adoção de elétricos é justamente a carência de pontos de recarga”.

Fonte: Portal Solar

SOLUÇÃO ORIENTADA POR PROBLEMA: SETE DICAS PARA INOVAR EM UM DESAFIO SOCIOAMBIENTAL

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Objetivo é chegar no ponto ideal de compreensão para se ter segurança na orientação da construção da solução inovadora que será proposta, sem perder a lente de pesquisa e análise do problema

Um dos erros mais comuns cometidos em trilhas de inovação é tentar ajustar um problema em uma solução ou tecnologia, enquanto a definição de qual solução deve ser gerada e quais tecnologias serão as ideias em seu desenvolvimento e uso deve partir da natureza e demanda do problema o qual ela se empenha em resolver. 

Isso acontece porque nos apaixonamos por promessas de novas tecnologias, suas histórias de sucesso em outros usos ou mesmo por nossas ideias centradas no que fazer para que o problema seja mitigado.

O risco é ter uma solução com baixo valor agregado, atratividade para públicos-alvo envolvidos ou que não endereça o problema em sua magnitude ou da melhor forma possível. O que no melhor dos casos resulta em subutilização de recursos e ativos, e no pior, em desuso e descontinuidade da solução gerada.

Por isso é importante aprofundarmos nossos conhecimentos no desafio posto e priorizado, para só então idear nossa solução e seus componentes. Para isso, existem algumas boas práticas. 

A dica número zero é saiba priorizar o desafio que será tratado. É de extrema importância sabermos o porque o nosso desafio, entre tantos outros, é o que deve ser resolvido de imediato, e isso deve levar em consideração seu impacto, relevância, urgência e partes interessadas.

Com o desafio priorizado, devemos:

1 – Explorar o histórico do desafio, suas origens, efeitos e trajetória ao longo do tempo. Essa observação nos permite compreender seu eixo central e seus componentes, possibilitando maior clareza de possibilidades de ação e recortes de seus aspectos que serão destacados.

2 – Descobrir quais são as pessoas afetadas pelo desafio, não apenas na localidade em que vamos propor a intervenção, mas em demais casos análogos. O mapeamento deve ser expandido para todas as partes interessadas. Após descobrirmos que essas pessoas, instituições ou grupos são, o ideal é coletar, de forma direta ou indireta, suas perspectivas sobre o desafio, em todos os eixos cabíveis.

3 – Entender peculiaridades locais que influenciam no desafio. Os critérios territoriais e culturais importam, portanto localizar seu desafio no respectivo contexto significa aprofundar sua maturidade de compreensão dele.

4 – Mapear quem está tentando resolver ou já resolveu, mesmo que parcialmente, seu desafio e a forma como estão fazendo isso, expandindo o mapeamento para as soluções disponíveis, existentes e descontinuadas.

A ideia aqui não é copiar ou ligar o modo concorrência ostensiva de mercado, e sim entender o que tem dado certo ou errado, para pensar a sua solução; e compreender possibilidades de parceria e atuação conjunta.

Por que reinventar a roda? Por que não atuar em conjunto, somando esforços e dividindo custos de desenvolvimento de soluções? Ambas as decisões são estratégicas e devem ser analisadas em custos e benefícios de suas possibilidades.

5 – Diversifique os olhares sobre as informações e conhecimentos adquiridos sobre o seu desafio. Diferentes perspectivas e novos olhares ampliam a compreensão do desafio, o mesmo acontece na fase de ideação da solução.

Para otimizar esse processo, priorize a diversidade de perfil das pessoas envolvidas, de gênero, raça, idade, formação, experiências de vida, entre outros. O incentivo participativo de partes interessadas e que experimentam o desafio em suas rotinas também é um ganho agregado.

6 – Estabeleça metas claras e específicas de resolução do problema. Os objetivos de impacto gerados na resolução do desafio devem representar o foco da ideação da solução inovadora.

As metas dependem do recorte do problema que será diretamente afetado pela solução, portanto, a clareza das metas representam uma nova priorização do problema, representando ganho de maturidade em sua perspectiva.

Dois pontos de atenção são necessários: as metas devem ser realistas e podem ser alteradas conforme a solução é estruturada.

7 – A última dica é a mais relevante: se você acha que você conhece 100% o seu problema, existe muita chance de você estar errado.

Dentro da agenda socioambiental, a complexidade das temáticas tratadas é inerente. Existe sobreposição entre as agendas, que se relacionam de forma multirreferenciada, o que significa que existem muitas variantes simultâneas que afetam seus respectivos contextos e que as alterações despendidas tendem a afetar as demais partes do ecossistema.

O fato de não conhecer seu problema de forma integral não significa que você não o conhece suficientemente para intervir nele. O objetivo é chegar no ponto ideal de compreensão para se ter segurança na orientação da construção da solução inovadora que será proposta, sem perder a lente de pesquisa e análise do problema. Não deixe inseguranças de desconhecimento travarem o seu processo.

A sistematização de dados coletados e inteligências realizadas durante todo o percurso de aprofundamento de compreensão do desafio é fortemente recomendada, assim como realizar ambas as etapas em grupo e de forma colaborativa.

Existem metodologias que apoiam nesse processo, como o Design Thinking em suas fases de “Empatizar” e “Definir”; o Canvas de Proposta de Valor em sua fase “Explorar”; Ciclo Sprint, em “Planejamento”, “Aprender” no Lean, ou mesmo as tradicionais Árvore de Problema e Espinha de Peixe. Ferramentas em planejamento estratégico não faltam, nem suas explicações de uso em domínio público, teste algumas e adote a de sua preferência para uso.

Instrumentalizar a ideação de sua solução é a segunda etapa para se ter um bom serviço, produto ou processo de impacto socioambiental positivo, sendo que essa trilha, após a exploração do problema, tende a seguir com mapeamento de possibilidades de soluções, seleção da solução que mais atende os objetivos esperados e seu planejamento detalhado de desenvolvimento e operação, para que então seja testada, validada, e se bem sucedida, expandida.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

5G COMPLETA 1 ANO NO BRASIL: PERSPECTIVAS PARA O CENÁRIO EM SC

Por Fernando Gomes de Oliveira, coordenador do Grupo de Trabalho do 5G da ACATE.

O 5G completa 1 ano de operação comercial no Brasil, marcado pela ativação do sinal na faixa de 3.5GHz em Brasília, no dia 6 de julho de 2022. Naquela época, havia muitas dúvidas, dificuldades e questionamentos se a regra definida no Edital nº 1/2021, da Anatel, conseguiria ser cumprida.

Havia uma escassez de filtros para a mitigação da interferência, bem como uma falta de experiência e conhecimento por parte dos atores envolvidos. No entanto, também havia uma forte determinação para fazer acontecer, sem medo de errar, e construir um modelo de sucesso que traria ao Brasil grandes possibilidades de desenvolvimento socioeconômico.

Apenas um ano depois, 1.610 municípios estão liberados para a ativação da tecnologia 5G e ela já está disponível em 184 cidades brasileiras, sendo usada por mais de 10 milhões de usuários, contando com mais de 13 mil  antenas por todo o país e 184 modelos de smartphones compatíveis com a tecnologia.

Ainda há muito o que fazer, mas não podemos negar que os resultados são excelentes, superando as expectativas e o que havia sido estabelecido pela Anatel. Especificamente em Santa Catarina, ao menos 174 cidades estão liberadas para a 5ª geração de comunicação móvel, o sinal está disponível em 4 delas (Florianópolis, São José, Joinville e Jaraguá do Sul), Blumenau, Chapecó e Criciúma possuem estações licenciadas que, embora ainda não estejam ativas, deverão ter sinal disponível em breve.

É um grande progresso, considerando que, nesta data, apenas 7 cidades deveriam de fato estar liberadas (Florianópolis, Joinville, São José, Blumenau, Chapecó, Criciúma, Itajaí) e o sinal disponível apenas em Florianópolis.

Municípios já liberados (verde) e com planejamento de liberação aprovado (amarelo)
Municípios já liberados (verde) e com planejamento de liberação aprovado (amarelo). Fonte: Anatel

Apesar de todos esses avanços e antecipações, o 5G vive um momento de desencantamento, todas as promessas incríveis que falamos e ouvimos durante os últimos 18 meses, quando iniciamos as atividades do Grupo de Trabalho do 5G da vertical de Smart Cities da ACATE, ainda não são realidade e é natural que as críticas, perguntas e dúvidas apareçam, fazendo que a percepção da sociedade seja negativa e surja um descrédito sobre o 5G.

A verdade é que o 5G é uma infraestrutura de telecomunicações que traz de fato inúmeras vantagens em relação às gerações anteriores, como maior velocidade, maior capacidade de conexão e melhor tempo de resposta e disponibilidade, mas só passaremos a sentir esses efeitos quando existirem aplicações que façam uso delas, e essas aplicações ainda não existem.

Assim, às vésperas do aniversário de um ano da operação comercial do 5G no Brasil, a Prefeitura Municipal de São Francisco do Sul e a Associação Comercial e Industrial de São Francisco do Sul, com o apoio do SENAI, da ACATE e da CDL, realizaram o evento Impacto 5G – A chave para a diversificação e o fortalecimento econômico de São Francisco do Sul, onde propusemos a apresentação de soluções e casos reais de uso 5G, no Brasil e no mundo, a uma audiência composta por governo, indústria, academia e sociedade civil organizada.

Mais de 80 pessoas puderam ouvir, interagir e aprender como o 5G está sendo usado, e mais, ouvir dos principais atores econômicos da cidade, como o porto e indústria, como eles esperam ver o 5G ajudá-los.

Seminário Impacto 5G – A chave para a diversificação e o fortalecimento econômico de São Francisco do Sul.

Nos 4 blocos foram discutidos vários aspectos vitais da tecnologia 5G e sua implantação no Brasil. As discussões abordaram desde o funcionamento e a regulamentação do 5G até suas aplicações práticas em diversos setores.

Os palestrantes compartilharam insights sobre o papel do governo e dos ecossistemas de inovação na facilitação da implantação, a importância da 5G para o desenvolvimento econômico local e como as empresas podem se preparar para esta transição.

Também foram discutidos casos de uso em operações portuárias e de logística, destacando o impacto transformador que a tecnologia pode ter na eficiência e economia desses setores. Além disso, os debates deram especial atenção à influência do 5G na automação industrial, destacando como a tecnologia pode otimizar processos e reduzir custos.

Outro ponto crucial debatido durante o evento foi a importância da Lei de Antenas e as responsabilidades das cidades brasileiras em criar ou adequar a sua legislação que regula o uso do solo e da instalação de infraestrutura de suporte de telecomunicações.

5G demandará de 5 a 10 vezes mais antenas, e por isso é muito importante que os municípios se adequem às novas necessidades, permitindo o licenciamento mais ágil e a possibilidade de uso das chamadas infraestruturas de pequeno porte, que por muitas vezes se confundirão com o mobiliário urbano, como luminárias, bancas de jornal e outros aparelhos disponíveis nos ambientes urbanos.

Na ocasião, foi assinada pelo prefeito Godofredo Gomes Moreira Filho, ao lado gestor do Núcleo de Desenvolvimento Econômico e Sustentável, Maikon Maciel e o vereador Sidnei Eunézio de Mira, a sanção nº 2.685 que dispõe sobre as normas para implantação e compartilhamento de infraestrutura e suporte de telecomunicações.

O prefeito destacou que isso só é possível graças ao trabalho realizado em conjunto entre o setor público e privado:

“Sabemos que esse é o início de uma nova era, e em breve, diversos setores em nossa cidade irão se beneficiar do sinal, como por exemplo, o porto, a saúde e segurança pública”.

Assinatura da sanção Nº 2.685

O seminário promoveu uma discussão profunda e significativa sobre a revolução que o 5G traz à nossa sociedade. Os especialistas participantes, um elenco diversificado que incluiu representantes da Anatel, Siga Antenado, Deloitte, Muitobonsventos, Porto de São Francisco do Sul, TESC, ArcerlorMittal Vega, ACATE, entre outros, compartilharam insights valiosos sobre a implementação e o impacto do 5G em várias indústrias.

As perspectivas oferecidas foram tão amplas, discutindo questões regulatórias e políticas, quanto profundamente focadas, demonstrando aplicações práticas de 5G em cenários de logística e industrial. No coração de todas as discussões estava o entendimento inconfundível do poder transformador do 5G e a necessidade de preparar adequadamente o Brasil para a adoção em larga escala dessa tecnologia.

As conclusões foram repletas de otimismo e determinação. Ficou evidente que o 5G tem o potencial de revolucionar diversos setores, otimizar processos, aumentar a eficiência e reduzir custos, trazendo inúmeros benefícios para o município. Os participantes enfatizaram a necessidade de políticas públicas eficazes, de uma infraestrutura adequada e de um ecossistema inovador para possibilitar essa transformação.

O entusiasmo e a prontidão demonstrados pelos debatedores para fomentar a inovação local e adotar soluções 5G foram contagiantes e inspiradores. O seminário concluiu com uma sensação de progresso tangível e um compromisso renovado de todos os envolvidos para continuar a impulsionar a adoção do 5G no Brasil.

Fonte: Economia SC

#CONECTATALKS COM O CEO E FUNDADOR DA EXXAS SMART CITY, GIOVANI BERNARDO – CONSULTORIA EM SOLUÇÕES INTELIGENTES, GERAÇÃO DE OPORTUNIDADES E NEGÓCIOS PARA A TRANSFORMAÇÃO DAS CIDADES

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Como a empresa atua para o fortalecimento do poder de conexões e promoção de melhores serviços  e soluções, que atendam às demandas do setor público, em prol do avanço dos ecossistemas de cidades inteligentes?

NOTÍCIA:

Enzo Fioretti, colaborador da Plataforma Connected Smart Cities, foi o entrevistador desta edição do Conecta Talks.

O Conecta Talks é uma iniciativa do Connected Smart Cities, uma plataforma que, ao integrar com sua comunidade, acelera o processo de desenvolvimento das cidades inteligentes no Brasil.

Na abertura da entrevista exclusiva com o CEO e fundador da Exxas Smart City, Giovani Bernardo, o executivo elogiou a parceria com a Plataforma Connected Smart Cities e destacou sua importância para o incremento de tendências em smart cities no Brasil.  

Em seguida, o CEO compartilhou brevemente a trajetória da Exxas Smart Citiy e suas contribuições para o crescimento de ecossistemas de cidades brasileiras, tornando-as mais conectadas, transparentes e colaborativas.

DESTAQUES DA ENTREVISTA:

  1. Durante o bate papo, Giovani Bernardo destacou a  trajetória do grupo, que tem mais de 10 anos de mercado, e sua missão de buscar soluções em inovação e estratégias para melhorias do setor público.
  2. Há cerca de seis anos, a startup decidiu conectar o trabalho dirigido ao ecossistema de inovação com o desafio da conquista de desenvolvimento de cidades inteligentes, a partir da integração de pessoas e soluções para a transformação das sociedades. O executivo compartilhou as premissas e a experiência dessa jornada.  
  3. Em relação ao slogan do grupo “Conectamos pessoas e soluções para a transformação da sociedade do futuro!”. O CEO elucidou como o poder da tecnologia e da conectividade podem contribuir para melhorar a qualidade de vida das pessoas.
  4. Destaque de dois cases de sucesso que representam a entrega de soluções inteligentes para comunidades frente aos desafios presentes nas grandes cidades brasileiras.
  5. Em abril, a Exxas Smart City participou do painel temático “Infraestrutura digital, LGPD e a construção da segurança e privacidade online”, durante a 1ª edição do CSC GovTech. Giovani Bernardo  contou como foi a experiência de debate e abordou os desafios que devem ser vencidos para o fortalecimento da cibersegurança, a partir de uma migração eficiente de dados para a nuvem.
  6. Desde o surgimento da Exxas, a empresa já impactou positivamente os ecossistemas de 23 cidades brasileiras. Neste âmbito, o CEO contou um pouco como foi desenvolvido esse trabalho, abordando o perfil dessas cidades, suas principais dores e como a empresa ajudou a solucionar problemas de caráter emergencial?
  7. No encerramento do programa, o convidado respondeu a uma pergunta fora da caixa, refletindo sobre os caminhos viáveis para a construção de uma cidade inteligente do zero em um local inexplorado.

Assista a entrevista na íntegra aqui.