Passadas as eleições municipais, restam as preocupações sobre o futuro dos projetos de Smart City nas cidades brasileiras. Obviamente, não acompanhei as campanhas nos mais de 5 mil municípios brasileiros, mas o pouco que vi é desanimador.
De forma geral, com pouca exceção, nenhuma proposta significativa para deixar a cidade inteligente melhorando a vida das pessoas com tecnologia e inovação. Pelo contrário, apesar da presença de redes sociais, tecnologia e até Inteligência Artificial nas campanhas, essas ferramentas foram mais usadas para atacar adversários do que como propostas de gestão.
Aliás, em nossa maior cidade, São Paulo, os debates viraram combates de verdade, com cadeirada em um candidato e soco no olho de assessor de outro, tudo ao vivo.
Nos ringues pelo Brasil, a maior a discussão era sobre quem é de esquerda e quem é de direita, quem é comunista e quem é bolsonarista. Isso aconteceu, pasmem, até em minha cidade, Curitiba, onde vacina da Covid e cloroquina foram discutidas.
Você não está ficando louco, vacina da Covid e cloroquina foram debates importantes numa das cidades mais inteligentes do mundo. Uma candidata, que prefiro nem citar o nome, usou a campanha para reativar o negacionismo, e foi para o segundo turno falando mal da cidade.
Essa eleição acompanhei de perto, e me assustei. No ranking nacional Connected Smart Cities, Curitiba ficou em primeiro lugar em 2018 e 2022; em terceiro lugar em 2019, 2020 e 2021; em segundo lugar em 2023; e em quarto lugar em 2024, com a primeira colocação no eixo Tecnologia e Inovação. Conquistou o World Smart City Awards de Barcelona em 2023, o Seul Smart City Prize em 2024 e o Intelligent Community of the Year (Canadá) em 2024. Ou seja, não sou eu que estou dizendo que Curitiba é uma das melhores cidades, são os principais rankings do Brasil e do mundo.
E mesmo assim teve candidata que passou a campanha falando de Curitiba como se fosse um lugar horroroso. Felizmente, o resultado das urnas manteve a continuidade da gestão que mais inovou na cidade, e da qual tive a honra de fazer parte por seis anos e meio. O prefeito eleito, Eduardo Pimentel, que foi vice nos 8 últimos anos, além de ser formado em Administração, tem especialização em Cidade Inteligente pela FGV com módulo em Nantes, na França.
Este não é um artigo político, mas é um alerta que uma Cidade Inteligente começa na política. A campanha eleitoral é um momento importante para o cidadão observar quem tem proposta verdadeira para a cidade, momento de separar o joio do trigo e o Plano de Governo da cadeirada e do soco no olho. 2024 já foi, que fiquem suas lições.
As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade da autora, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities
O evento reuniu mais de 600 participantes e 70 palestrantes em debates sobre financiamento, infraestrutura e potencial regional.
O P3C Regional Nordeste foi concluído com grande sucesso, reunindo 621 participantes e 73 palestrantes em um evento que reforçou o potencial da região para o desenvolvimento de parcerias público-privadas. Realizado em um formato dinâmico e multifacetado, o evento promoveu diálogos estratégicos, rodadas de negócios e expo, consolidando-se como um espaço para a troca de experiências e busca de soluções para o mercado de ppps.
O evento contou com a presença de importantes autoridades nacionais e regionais, como George Santoro, Secretário-Executivo do Ministério dos Transportes; Mariana Pescatori, Secretária-Executiva do Ministério de Portos e Aeroportos; e Priscila Krause, Vice-Governadora de Pernambuco. Entre os destaques também estiveram José Aldemir Freire, Diretor de Planejamento do Banco Nacional do Nordeste (BNB); Luciene Machado, Superintendente da Área de Soluções para Cidades do BNDES; e Massimo Giovanni Maschio Cadorin, Vice-Presidente da FIEPE.
Os patrocinadores, especialmente o BNB e o BNDES, desempenharam um papel central ao liderar discussões essenciais nos painéis do evento. No painel de Financiamento de Projetos, Neydson Ferreira de Moura, Gerente Executivo da Superintendência Estadual de Pernambuco do BNB, explorou os desafios e oportunidades para a financiabilidade de PPPs de pequena escala, destacando a crescente relevância do tema no mercado de crédito.
No painel de Saneamento, os debates se concentraram na visão dos entes subnacionais e operadores sobre a operacionalização das metas do Marco Legal do Saneamento, com base nas diretrizes da União. Já no painel de Rodovias e Ferrovias, Tiago Toledo Ferreira, Chefe do Departamento de Transporte e Logística do BNDES, trouxe propostas e desafios para promover a integração regional por meio de concessões e autorizações no setor de transportes. No campo da Infraestrutura Social, Andréa Soares, Gerente de Estruturação de Projetos de Infraestrutura Social do BNDES, destacou as estratégias federais e os desafios enfrentados por estados e municípios na estruturação de projetos voltados para esse setor crucial.
Além das palestras, o evento promoveu rodadas de conexões e negócios e contou com espaços como workstations e salas de reunião, proporcionando um ambiente propício para a conexão entre gestores públicos e investidores. Na expo, empresas e governos apresentaram soluções tecnológicas de ponta, ampliando as perspectivas de parcerias e investimentos estratégicos na região.
Com uma agenda repleta de debates relevantes e iniciativas transformadoras, o P3C Regional Nordeste reafirmou sua importância como plataforma essencial para impulsionar o desenvolvimento do Nordeste brasileiro, promovendo soluções práticas e colaborativas que visam transformar o futuro da região.
A edição nacional do P3C ocorre nos dias 24 e 25 de fevereiro de 2025, onde continuarão as discussões regionais e nacionais para a criação de um ambiente mais seguros para investimento em infraestrutura no país. Serão mais de 30 painéis com temas setoriais e transversais, que reunirão os principais decisores público e privado do setor. Será realizada ainda a 4ª edição do Prêmio P3C a principal premiação do setor, que está com inscrições prorrogadas até o dia 03 de dezembro de 2024 neste site.
Iniciativas sustentáveis em concessões ambientais e projetos urbanos apontam caminhos para transformar o potencial turístico do Brasil em motor de crescimento econômico
O Brasil, reconhecido por sua biodiversidade e potencial turístico, está vivendo um momento estratégico para alavancar o desenvolvimento econômico por meio de projetos sustentáveis. Iniciativas envolvendo parques, florestas e projetos urbanos ganham destaque, com crescente criação de parcerias público-privadas.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem desempenhado um papel central na estruturação de projetos de concessão envolvendo florestas e parques nacionais. Em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o BNDES tem investido em iniciativas que aliam a preservação ambiental ao uso sustentável, com destaque para a Bacia Amazônica. Exemplos incluem a Floresta Nacional do Jamanxin e o Parque Nacional de Anavilhanas. Além disso, a instituição anunciou a inclusão do comércio de créditos de carbono como uma das fontes de receita para concessionários, iniciativa possibilitada pela nova Lei 14.590/23.
Essa legislação, publicada recentemente, amplia as possibilidades de exploração sustentável de florestas públicas. Ela permite, entre outras medidas, o manejo unificado entre concessionários de áreas contínuas, a comercialização de créditos de carbono e a exploração de produtos e serviços florestais não madeireiros. A expectativa é que essas mudanças atraiam investimentos significativos, contribuindo para a geração de receitas e o combate ao desmatamento.
Com a nova lei, o Brasil entra com mais força no mercado global de créditos de carbono. Empresas interessadas poderão adquirir permissões relacionadas à mitigação de emissões de gases do efeito estufa, tornando as concessões florestais ainda mais atraentes para investidores. O Serviço Florestal Brasileiro (SFB), em parceria com o BNDES, já planeja leilões de áreas degradadas para restauração, onde os concessionários poderão gerar e comercializar créditos de carbono.
Enquanto o âmbito federal avança com concessões ambientais, as cidades investem em infraestrutura urbana para atrair turismo e desenvolvimento econômico. Projetos como centros de convenções, estádios e estacionamentos têm sido estruturados em modelos de Parcerias Público-Privadas (PPP). Essas iniciativas visam modernizar equipamentos urbanos, melhorar a experiência dos usuários e gerar impactos positivos na economia local.
O histórico de concessões em espaços urbanos e naturais mostra resultados promissores. No Parque Nacional do Iguaçu, por exemplo, a concessão atraiu investimentos que multiplicaram o número de visitantes e fortaleceram a economia local. Estudos indicam que cada real investido em unidades de conservação retorna até 15 vezes esse valor em benefícios econômicos diretos e indiretos.
Apesar do potencial inexplorado, o Brasil ainda ocupa posições modestas no cenário global de competitividade turística. Dados do Fórum Econômico Mundial colocam o país na segunda posição em atratividade de recursos naturais, mas apenas no 49º lugar em número de visitantes internacionais.
As concessões de florestas e parques e os projetos urbanos representam uma oportunidade única para mudar esse cenário. Alinhando preservação ambiental, inovação e infraestrutura, o país pode não apenas atrair mais turistas, mas também fortalecer sua economia de forma sustentável, gerando empregos e promovendo a conservação de seu rico patrimônio natural.
No Palco 5: Desenvolvimento Econômico e Turismo, o evento P3C 2025 trará discussões fundamentais sobre o futuro de parques e florestas, abordando o equilíbrio entre rentabilidade e sustentabilidade, com destaque para o Crédito de Carbono como uma alternativa viável para projetos ambientais. Ainda no mesmo palco, serão explorados arranjos para transformar o desenvolvimento econômico e urbano em cidades brasileiras, com foco em equipamentos como estacionamentos, centros de convenções, zoológicos, estádios e companhias de abastecimento. Para saber mais informações sobre o encontro nacional, acesse: https://p3c.com.br/
A importância da ESG na administração pública também está ligada à capacidade do governo de influenciar outras esferas da sociedade
O conceito de ESG (Environmental, Social, and Governance) tem ganhado destaque global, principalmente em ambientes corporativos, como um conjunto de critérios que norteiam práticas empresariais sustentáveis e socialmente responsáveis. A sua aplicação na administração pública vem se mostrando igualmente central – especialmente quando relacionada ao tema das “Cidades Inteligentes e Sustentáveis”, oferecendo uma abordagem mais estruturada para a gestão dos recursos públicos e da governança.
O termo ESG se refere a três pilares fundamentais que são usados para medir a sustentabilidade e o impacto ético de um investimento em uma empresa ou projeto. Esses pilares—ambiental, social e governança—foram inicialmente adotados no setor privado como critérios para orientar decisões de investimento socialmente responsáveis.
No entanto, à medida que as questões relacionadas à sustentabilidade e responsabilidade social se tornaram mais prementes, o conceito de ESG começou a ser integrado também na administração pública: O Pilar Ambiental (E) no contexto da administração pública envolve o compromisso do governo em adotar políticas que minimizem o impacto ambiental de suas operações, promovendo a eficiência energética, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa e implementando práticas de conservação. O Pilar Social (S) foca em aspectos como a equidade no acesso a serviços públicos, a inclusão social, e o respeito aos direitos humanos. O Pilar de Governança (G), por sua vez, trata da transparência, responsabilidade e ética na condução das atividades governamentais.
A crescente demanda por transparência e responsabilidade por parte dos cidadãos, aliada às pressões internacionais para o cumprimento de metas de sustentabilidade, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), tem impulsionado a incorporação desses critérios na gestão pública. A importância da ESG na administração pública também está ligada à capacidade do governo de influenciar outras esferas da sociedade: Governos que adotam práticas ESG não apenas melhoram a gestão interna, mas também estabelecem padrões e expectativas que podem impulsionar mudanças significativas em todo o setor público e privado.
A adoção do ESG na administração pública oferece uma série de benefícios que vão além da simples conformidade com regulamentos ambientais ou sociais, tais como:
Transparência e Prestação de Contas: A transparência é um dos componentes mais críticos do pilar de governança no ESG (Governos que adotam práticas transparentes ganham a confiança dos cidadãos, o que é vital para a legitimidade das instituições públicas). Um exemplo disso é o fortalecimento das Leis de Acesso à Informação (LAI) em diversos países, que obrigam as administrações públicas a divulgar dados relevantes sobre suas operações.
Sustentabilidade Ambiental: A dimensão ambiental do ESG está relacionada à responsabilidade do governo em gerir os recursos naturais de forma sustentável. Isso inclui a promoção de políticas de energia limpa, a gestão eficiente dos resíduos e a conservação da biodiversidade. Por exemplo, iniciativas como o Programa Nacional de Energia Renovável visam reduzir a dependência de fontes de energia não-renováveis e diminuir a pegada de carbono do setor público.
Equidade Social e Inclusão A dimensão social do ESG é central para garantir que todos os cidadãos tenham acesso equitativo aos serviços públicos. Governos que implementam políticas inclusivas, como a criação de programas de habitação acessível ou a garantia de acesso universal à saúde e educação, estão alinhados com os princípios do ESG. A implementação de políticas que promovem a inclusão social também ajuda a mitigar desigualdades, o que é fundamental para a estabilidade e o desenvolvimento socioeconômico.
Eficiência Operacional e Redução de Custos: A adoção de práticas ESG na administração pública também pode levar à melhoria da eficiência operacional. Por exemplo, a transição para edifícios governamentais sustentáveis, que utilizam tecnologias de energia renovável e sistemas de eficiência energética, não apenas reduz o impacto ambiental, mas também gera economia de custos a longo prazo. Além disso, práticas sustentáveis podem melhorar a resiliência das operações governamentais frente a crises, como desastres naturais ou pandemias.
A adoção de práticas ESG na administração pública já tem produzido resultados tangíveis em diversos países:
Programa Cidades Sustentáveis, Brasil: Este programa visa transformar as cidades brasileiras em espaços mais sustentáveis, utilizando os princípios do ESG como base. O programa incentiva os municípios a adotarem políticas que promovam o uso eficiente de recursos, a inclusão social e a governança transparente.
The European Green Deal, União Europeia: O Green Deal Europeu é uma das iniciativas mais ambiciosas da União Europeia, que visa tornar a Europa o primeiro continente neutro em carbono até 2050. Este plano envolve uma ampla gama de políticas públicas que incluem a redução de emissões de carbono, a transição para uma economia circular e a promoção da biodiversidade.
Projeto de Eficiência Energética em Edifícios Públicos, Alemanha: A Alemanha lançou um projeto nacional para melhorar a eficiência energética dos edifícios públicos. Esta iniciativa, que se alinha ao pilar ambiental do ESG, inclui a renovação de escolas, hospitais e prédios administrativos para que atendam aos padrões de energia limpa.
Sistema de Governança Eletrônica da Estônia: A Estônia é reconhecida como uma das nações mais avançadas em termos de governança digital, onde a integração de práticas ESG tem sido central para o desenvolvimento de um sistema de governo eletrônico robusto. O uso de tecnologia digital para aprimorar a transparência e a eficiência governamental, aliado a práticas ambientais sustentáveis, fez da Estônia um líder global em inovação pública.
A dimensão ESG está se tornando cada vez mais relevante na gestão e governança pública. À medida que os governos enfrentam desafios complexos relacionados à sustentabilidade ambiental, equidade social e governança ética, a adoção de práticas ESG oferece um caminho promissor para melhorar a eficiência, transparência e responsabilidade na administração pública. Os exemplos práticos apresentados demonstram que a incorporação desses princípios pode gerar benefícios significativos, não apenas para o setor público, mas para toda a sociedade. Assim, é essencial que os gestores públicos continuem a explorar e expandir a aplicação do ESG em suas práticas diárias, garantindo que os governos estejam preparados para enfrentar os desafios do século XXI de maneira sustentável e inclusiva.
Novidades incluem implementações da faixa azul para motos, ônibus elétricos e teleférico urbano
São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Fortaleza (CE) e Salvador (BA) são as cinco maiores capitais do Brasil em termos de quantidade de habitantes. Agora, com as eleições municipais de 2024 encerradas, fica a pergunta: o que os prefeitos eleitos – e reeleitos – irão fazer para a mobilidade?
Automotive Business consultou os planos de governo dos vitoriosos (e mais algumas promessas esporádicas feitas por aí) e traz a lista para ficarmos de olho no futuro.
Como Brasília não tem prefeito (por não ser considerada município, não tem prefeito ou vereadores, apenas deputados distritais), adicionamos ao texto a sexta capital mais populosa, Belo Horizonte (MG).
São Paulo – Ricardo Nunes (MDB)
Ricardo Nunes (MDB) foi eleito com quase 60% dos votos em São Paulo após um segundo turno relativamente tranquilo, com sua campanha apostando no lema de “voto seguro”.
Durante o seu primeiro mandato, que Nunes herdou do falecido Bruno Covas, seus principais projetos em mobilidade foram a tarifa zero nos ônibus aos domingos e a inauguração do transporte via balsa na represa Billings, que circula entre dois terminais na represa.
Estas são suas promessas para a área de mobilidade nos próximos quatro anos:
Programa Mamãe Tarifa Zero – transporte gratuito em dias úteis para mães que levam seus filhos para a escola
Subaquático da represa de Guarapiranga nos mesmos moldes do que opera na Billings
14 novos corredores de ônibus e BRTs (8 que estão em obras e serão entregues e 6 novos, que ainda entrarão em obras)
Aquisição de 2.600 ônibus elétricos (promessa feita ao blog “Fiscal do Clima”)
Mais 200 km de faixa azul exclusiva para motociclistas (atualmente são 145 km, com promessa de chegar a 200 km até o final do ano)
Inauguração de um VLT (Veículo Leve sob Trilhos) no Centro da cidade
Expansão das ciclovias – uma meta numérica não foi dada. Nunes não cumpriu a promessa de entregar 1.000 km até 2024
Revitalização de pontes, viadutos e túneis
Concessão de 11 terminais da zona Leste, mais o Parque D. Pedro, na região central, à iniciativa privada
Construção de Novos Terminais de Integração de Ônibus
Requalificação de calçadas e calçadões para melhorar o trajeto para pedestres
Extensão da Marginal Pinheiros
Rio de Janeiro – Eduardo Paes (PSD)
Eduardo Paes (PSD) vai para seu quarto mandato no Rio de Janeiro (foi eleito em 2008, 2012 e 2020).
No campo da mobilidade, a maior conquista deste último mandato, segundo o prefeito, foi o programa BRT Seguro, parceria com a Guarda Municipal e a Polícia Militar para trazer mais segurança aos ônibus da cidade. O programa teria diminuído em 90% as ações de vandalismo nos veículos e terminais.
O programa de governo do prefeito tem poucas propostas sobre mobilidade. São elas:
Começar a transição do sistema BRT (sobre rodas) para um sistema leve de trilhos (modelo VLT) a partir da Transcarioca e da Transoeste, no trecho do Jardim Oceânico ao Parque Olímpico. Essa já havia sido uma promessa do mandato anterior e não foi cumprida
Implantação de três novas linhas de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), somando 226 km
Renovação da frota de ônibus municipais, que passará a ser 100% climatizada e integrada a outros modais
Construção de um corredor para VLT ligando Botafogo à Gávea, substituindo um antigo projeto de metrô
Criação de mais uma via de conexão do BRT de Sepetiba, em direção ao terminal Pingo D’água
Iniciar a eletrificação da frota de ônibus
Implementar a faixa azul para motos nas principais vias da cidade
Com a nova bilhetagem digital (Programa Jaé), reestruturar a política tarifária do transporte público
Fortaleza – Evandro Leitão (PT)
Esta é a primeira vez em que Leitão, três vezes deputado estadual no Ceará, é eleito para um cargo executivo. Fortaleza foi a única capital que elegeu um prefeito do PT, partido que demonstrou uma perda de fôlego nesta eleição.
A votação foi apertada contra o candidato do PL, André Fernandes, e Leitão irá assumir a cidade sem ter uma maioria numérica na Câmara de Vereadores. Ou seja: vai precisar de jogo de cintura para criar alianças e garantir a aprovação de projetos.
Estas são suas propostas para a mobilidade:
Isenção de 50% do IPVA para os motoristas de aplicativo
Criação da “paradinha”, base de apoio aos motociclistas que trabalham para aplicativos
Investimento na carreira dos motociclistas, especialmente em direção defensiva, ecodrive e na gestão da carreira
Melhoria das calçadas da cidade para diminuir os desníveis e melhorar sinalização para PCDs
Criação de corredores verdes para pedestres e ciclistas interligando parques e espaços de lazer
Implementação da faixa azul na cidade, aos moldes de São Paulo
Integração dos modais de transporte público (ônibus, metrô e VLT)
Ampliação do passe livre estudantil para os finais de semana
Criação de pontos de parada e terminais de transportes públicos seguros, acessíveis e acolhedores para usuários, especialmente para mulheres, pessoas idosas e pessoas com deficiência, através da integração com sistemas de vigilância, segurança cidadã e iluminação pública ostensiva
Manutenção preventiva e corretiva da malha pública
Salvador – Bruno Reis (União)
O atual prefeito foi reeleito no primeiro turno com 76,87% dos votos válidos, representando uma importante vitória do “centrão” – que, a partir do ano que vem, vai governar um terço das cidades brasileiras.
O transporte é uma das principais bandeiras do candidato, que apresentou um plano de governo recheado de projetos:
Criação do Teleférico de Salvador, também referido como “Teleférico do Subúrbio”. O projeto prevê um percurso de 4,5 km, 27 torres e 4 estações: Praia Grande, Mané Dendê, Pirajá e Campinas de Pirajá, esta última localizada próxima à Linha 1 do Metrô, permitindo a integração dos modais
Ter 100% dos ônibus do transporte público com ar-condicionado
Ampliar para mais de 50% a frota dos ônibus elétricos que fazem parte do BRT
Inaugurar faixas exclusivas para ônibus em diversos pontos da cidade, além de um corredor ligando a Orla à Cidade Baixa, via San Martin, e a continuidade da obra do BRS Pituba-Aeroporto
Criação de um novo sistema de transporte, com micro-ônibus elétricos, para atender aos bairros do centro: Campo Grande, Avenida Sete, Pelourinho e Comércio. Entre o Farol da Barra e Santo Antônio Além do Carmo, o novo sistema ofertará 10 veículos com tecnologia headway, que reduz a resistência ao rolamento, resultando em economia de combustível e menor impacto
Criação de uma intermodalidade entre o sistema cicloviário e o transporte coletivo
Regularização do Subsistema de Transporte Complementar (STEC), o Amarelinho
Aperfeiçoamento na sinalização de informação aos passageiros, com a disponibilização de painéis nos principais pontos de Salvador
Ampliação de vias para ciclistas – meta é ter mais de 200 km entre ciclovias e ciclofaixas em toda a cidade até 2028
Instalação de escadas rolantes ligando regiões estratégicas, como o Vale das Pedrinhas à avenida Antônio Carlos Magalhães, para melhorar o acesso ao BRT e ao Metrô
Melhorias na iluminação e sinalização das estações de BRT e Metrô, e estímulo à implementação de estacionamentos seguros nas redondezas
Regulamentação da velocidade em novos pontos da capital e ampliação das chamadas áreas de “trânsito calmo”
Elaborar o Programa Municipal de Transporte Hidroviário
Desenvolver estudos para implantação do acesso ferroviário aos portos de Salvador, ao Terminal Portuário de Cotegipe e ao Terminal Marítimo de Granéis
Belo Horizonte – Fuad Noman (PSD)
Após ficar em segundo lugar no primeiro turno, Fuad Noman (PSD) conseguiu reverter o resultado e assegurar a vitória no turno derradeiro, com 53,73% dos votos válidos. Noman era vice-prefeito de Alexandre Kalil, que deixou o cargo em 2022 para concorrer ao governo do estado.
Uma das principais promessas do candidato é revisar os contratos das empresas que operam o transporte público em Belo Horizonte. “Precisamos modificar completamente esse sistema”, declarou ele.
Confira as propostas do prefeito reeleito:
Renovação da frota de ônibus. Uma meta numérica não é estabelecida, mas o prefeito diz que entregou 757 veículos novos em um ano
Aumento do número de viagens diárias pelos veículos do transporte público
Manutenção das gratuidades implementadas durante a atual gestão: Vale-Transporte Saúde (para pacientes oncológicos e acompanhantes), Auxílio Transporte Mulher (para mulheres em situação de violência doméstica), Passe Livre Estudantil e Passe Livre das linhas de ônibus que circulam em vilas e favelas da capital
Continuação do programa Tolerância Zero, que pune a má qualidade na prestação de serviço das operadoras de ônibus. Segundo o prefeito, mais de 630 veículos são fiscalizados por semana
Continuação do Plano de Mobilidade Limpa de Belo Horizonte, que prevê a substituição de 40% da atual frota, até 2030, por ônibus com energia limpa, entre os quais ônibus elétricos. A Prefeitura obteve R$ 317 milhões no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a compra de 100 ônibus elétricos
Implementação do BRT da Avenida Amazonas, atualmente em fase de estudos, que terá mais de 40 km de extensão
Cidade está com obras de expansão em 5 diferentes frentes; saiba onde ficam
Boa notícia para os paulistanos: ao que tudo indica, a população contará com mais transporte sobre trilhos em breve. O metrô, os trens e o monotrilho da região metropolitana da capital paulista estão em expansão em cinco frentes diferentes e devem modificar o trajeto diário dos cidadãos.
Em um painel da 30ª Semana da Tecnologia Metroferroviária, organizada pela Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (AEAMESP), realizada em São Paulo, engenheiros e funcionários do Metrô-SP detalharam as obras que estão em andamento. Confira os detalhes.
Expansão da Linha 2-Verde do Metrô
Em primeiro lugar, citamos a expansão do Metrô na Linha 2-Verde. O novo trecho deve ligar a Estação Vila Prudente, atual fim da linha, à Estação Penha, da Linha 3-Vermelha. Em seguida, um outro trecho será construído.
“O empreendimento está dividido em duas fases; hoje estamos fazendo o trecho entre a Estação Vila Prudente e a Estação Penha”, conta Eduardo Maggi, engenheiro do Metrô e gerente de empreendimento da Linha 2-Verde.
“Nós estamos construindo a Estação Penha da Linha 2, reformando a Estação Penha da Linha 3 e também estamos construindo a Estação Penha da CPTM (Linha 11-Coral), que será um ponto muito importante para a distribuição da população que vem da zona leste”, explica o engenheiro.
Além dos pontos de parada, entre a Estação Vila Formosa e Santa Isabel, o Metrô também está construindo o Complexo Rapadura, um pátio que permitirá o estacionamento e a manutenção dos trens.
Atualmente, o tatuzão escava o Trecho 1 e se encontra entre a Estação Anália Franco e Santa Clara. A máquina começou seu trajeto no Complexo Rapadura, no meio do percurso. Depois de chegar à Estação Vila Prudente, será desmontada e transportada até a Estação Penha, onde começará a cavar rumo ao Complexo Rapadura novamente.
Dentre os desafios do projeto, Maggi explica que “as outras linhas passam sob avenidas, predominantemente. Com isso, há uma menor dificuldade, já que não há imóveis acima. Já a expansão da Linha 2-Verde encontra um grande desafio. Estamos passando sob uma região intensamente ocupada por imóveis antigos e frágeis”.
Trecho 2 da expansão da Linha 2-Verde do metrô
Sobre o trecho dois, Maggi ressalta que o projeto “ainda está em estudo. O ramal vai começar na Estação Penha e, pela primeira vez, levará o Metrô para outro município além de São Paulo: a cidade de Guarulhos. Lá teremos as Estações Ponte Grande e Dutra”. Atualmente, o Metrô está realizando a desapropriação e demolição dos imóveis entre as estações Gabriela Mistral e Fernão Dias.
Por fim, é importante ressaltar que o primeiro trecho tem previsão de inauguração para novembro de 2027, entre Vila Prudente e Vila Formosa. De acordo com Maggi, “temos 52% de avanço na Fase 1; a Estação Orfanato é a mais próxima da conclusão, com 82% pronta”.
Resumo: expansão da Linha 2-Verde do metrô
Adição de 8.3 km, na Fase 1
8 novas estações na Fase 1
320 mil novos passageiros por dia útil
Novas conexões com as linhas 3-Vermelha, 11-Coral, 12-Turquesa, 13-Jade e 15-Prata
*Considerando apenas os trechos em construção
Expansão da Linha 9-Esmeralda de trens
A Linha 9-Esmeralda, de trens urbanos, é operada pela ViaMobilidade, mas conta com uma nova estação em construção pela CPTM. O novo ponto de embarque, além de receber os passageiros do transporte sobre trilhos, também terá conexão com um terminal de ônibus, permitindo que os moradores da zona sul migrem de um modal para outro.
A Estação Varginha, que ficará no extremo sul da Linha 9-Esmeralda, está com as obras em fase final. No entanto, a parada de trens teve sua entrega adiada devido à presença de uma rocha inesperada. A previsão para a entrega do novo ponto, de acordo com a CPTM, ainda é para o segundo semestre de 2024.
Resumo: expansão da Linha 9-Esmeralda de trens
Adição de 4.5 km
1 nova estação
50 mil novos passageiros por dia útil
*Considerando apenas os trechos em construção
Expansão da Linha 15-Prata do monotrilho
Ramal ganhará novas estações a leste e oeste. Os nomes em vermelho mostram as obras em execução. Fonte: Giovani Sorice Neto
O monotrilho também será expandido em São Paulo. Ao leste, o ramal ganhará duas novas estações (Boa Esperança e Jacu-Pêssego). Ao mesmo tempo, a oeste, a Linha 15-Prata se conectará com a Linha 10-Turquesa, na Estação Ipiranga. Uma nova estação de trem também está sendo construída pela CPTM no local, para permitir o trânsito de passageiros.
“Entre a Estação Ipiranga e Vila Prudente, há muitos desafios. Essa é uma área ocupada por uma comunidade com mais de 60 famílias. Temos que passar por baixo de duas linhas de transmissão de energia e vencer áreas privadas e do Governo Federal”, explica Giovani Sorice Neto, engenheiro do Metrô e gerente de empreendimento da Linha 15-Prata.
Outras quatro estações ainda estão previstas no projeto, chegando até o Hospital Cidade Tiradentes. No entanto, esse trecho se encontra em planejamento, uma vez que a área exige o alargamento da Estrada do Iguatemi.
Atualmente, o Metrô está construindo as fundações da Estação Boa Esperança e da Estação Jacu-Pêssego. A via elevada, na qual o monotrilho deverá correr, está em construção entre o pátio de operação e Jacu-Pêssego. “O trecho entre a Estação Boa Esperança e o Jardim Colonial depende da duplicação do viário [ruas que passam abaixo da via], outro desafio que estamos enfrentando”, explica Sorice.
Por fim, a previsão é de que as três novas estações operem em 2027. Para o Trecho 2, ainda não há data definida para o começo da operação.
Resumo: expansão da Linha 15-Prata do monotrilho
Adição de 5.7 km, na Fase 1
3 novas estações na Fase 1
400 mil novos passageiros por dia útil
Conexão com a Linha 10-Turquesa
*Considerando apenas os trechos em construção
Inauguração da Linha 6-Laranja do metrô
Ramal é uma obra da Linha Uni, deve ser inaugurado em 2026. Fonte: Governo do Estado, adaptado.
A expansão do metrô paulista também ocorre com linhas totalmente novas. A futura Linha 6-Laranja deve ser inaugurada em dois momentos distintos. Em primeiro lugar, o trecho entre Brasilândia e Perdizes, com nove estações, poderá ser percorrido em 2026. Em seguida, o trecho entre Perdizes e São Joaquim, onde haverá conexão com a linha 1-Azul, deve começar a funcionar em 2027.
A construção emprega dois tatuzões; um deles segue rumo ao norte e chegará em breve à Estação Itaberaba-Hospital Vila Penteado. Por outro lado, o tatuzão que segue em direção ao sul irá passar direto pela Estação 14-Bis Saracura, onde foram encontrados achados arqueológicos que atrasam a construção da estação.
Por fim, a estação mais perto da conclusão é a Santa Marina, com 66.73% das obras completas. No momento, a Linha Uni, concessionária responsável pela construção e operação do ramal, está escavando o caminho do trem, construindo estações e estruturas complementares, como saídas de emergência.
Resumo: criação da Linha 6-Laranja do metrô
Criação de 15.3 km
15 novas estações
633 mil novos passageiros por dia útil
Novas conexões com as linhas 1-Azul, 4-Amarela, 7-Rubi e 8-Diamante
*Considerando apenas os trechos em construção
Inauguração da Linha 17-Ouro do monotrilho
Apenas o Trecho 1 do ramal está em construção no momento, os outros trechos são planos de longo prazo. Fonte: Roberto Torres Rodrigues
A Linha 17-Ouro do monotrilho irá ligar a Estação Morumbi, da Linha 9-Esmeralda, ao Aeroporto de Congonhas. O ramal irá operar em “Y”; em outras palavras, terá dois caminhos diferentes, um levando passageiros para o terminal de aviões e outro para a Estação Washington Luís.
A meta de inauguração do Trecho 1, que está em construção, é para o ano de 2026. “Em nosso planejamento de longo prazo, temos o Trecho 2 com cinco estações e 6 km, e o Trecho 3, com cinco estações e 3,5 km”, conta Roberto Torres Rodrigues, engenheiro do Metrô e gerente de empreendimento da Linha 17-Ouro. No entanto, esses projetos ainda não estão em construção.
“É a primeira linha de Metrô que vai colocar o passageiro dentro do aeroporto”, explica Rodrigues. Ele ressalta que, devido às conexões, será possível que pessoas de diversas áreas de São Paulo tenham acesso mais fácil ao terminal de aviões.
De acordo com Rodrigues, 66% do trecho 1 Linha 17-Ouro está completo. A estação mais avançada é a Aeroporto de Congonhas, que está 79% pronta. A via elevada, por outro lado, está 85% pronta e é a construção mais avançada do ramal.
Resumo: criação da Linha 17-Ouro do monotrilho
Criação de 7.4 km
8 novas estações
Primeiro ramal em “Y”
93 mil novos passageiros por dia útil
Novas conexões com as linhas 5-Lilás e 9-Esmeralda
Saiba como é possível pagar os seus débitos mesmo sem parar em nenhuma cancela
Mais um pedágio free flow entrou em operação em São Paulo no dia 1º de novembro. O pórtico está localizado no km 110 da Rodovia Carlos Tonanni (SP-333), entre as cidades de Sertãozinho e Jaboticabal (SP). A instalação foi feita pela concessionária EcoNoroeste, que administra a via.
“A implantação faz parte do contrato firmado pela EcoNoroeste com o Governo do Estado de São Paulo e a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (ARTESP), que prevê a substituição de todas as praças físicas por pórticos de cobrança, de forma gradual, até 2030”, afirma a concessionária em nota.
Anteriormente, a concessionária já havia instalado mais um pedágio sem cancela, no km 179 da Rodovia Laurentino Mascari (SP-333), em Itápolis. Até o prazo de 2030, a empresa deve implantar sete pórticos free flow na região que administra.
Por fim, o preço da tarifa se mantém o mesmo no trecho. Portanto, os veículos de passeio pagam R$ 16, as motos pagam R$ 8 e os caminhões e ônibus terão os valores multiplicados pelo número de eixos que possuem.
Como funcionam os pedágios free flow ou sem cancela?
Com um pedágio free flow (sem cancela), os motoristas não precisam diminuir a velocidade para pagar a sua tarifa. Usando pórticos com câmeras, antenas e sensores, o sistema consegue identificar as placas dos veículos e emitir uma cobrança.
Os condutores que possuem tags têm os valores descontados diretamente de suas contas. Por outro lado, aqueles que não contam com o dispositivo, ou os motociclistas, que ainda não podem utilizar tags, têm que usar um dos outros métodos de pagamento disponíveis.
Algumas maneiras de quitar os débitos são: o site oficial da EcoNoroeste, o aplicativo da concessionária (disponível para iOS e Android) ou o WhatsApp 0800-326-3663. Por fim, também é possível fazer o pagamento em uma das três bases do SAU (Serviço de Atendimento ao Usuário) da SP-333:
Barrinha, no km 100, sentido Sertãozinho-Jaboticabal;
Taquaritinga, km 139, sentido Jaboticabal-Itápolis;
Itápolis, km 197, sentido Borborema-Itápolis
É importante destacar que as regras do free flow mudaram recentemente. Agora, os motoristas possuem um prazo de 30 dias para quitar seus débitos, com direito a pagamento no próximo dia útil se a data final cair em um final de semana ou feriado. Por fim, não pagar as tarifas resulta em multa no valor de R$195,23 e na soma de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do condutor.
Sistema de descontos com tags
A EcoNoroeste oferece descontos para os condutores que utilizam tags. Desde a primeira passagem, é possível abater 5% da tarifa e pagar apenas R$ 8,45 no caso dos veículos de passeio.
Por fim, os automóveis recorrentes terão descontos especiais, “aplicados a partir da segunda passagem por uma mesma praça de pedágio, no mesmo sentido e dentro do mesmo mês”, descreve a empresa. É possível economizar até 96% da tarifa na 30ª passagem, quando o valor permanecerá o mesmo.
Benefícios do pedágio free flow
“O sistema promete melhorar a eficiência das concessionárias ao reduzir os custos operacionais, além de diminuir o tempo de viagem dos usuários, que não precisarão enfrentar filas nos pedágios”, afirma Pedro Hermano, CEO da Attri, empresa de tecnologia rodoviária que está investindo R$ 3 milhões no desenvolvimento e aperfeiçoamento de pedágios free flow no Brasil.
O CEO ainda ressalta que menos paradas nas estradas significam menos emissões de gases do efeito estufa. Assim, os benefícios se estenderiam além da praticidade para os motoristas, mas também para o meio ambiente.
Hermano acredita que esse novo modelo de cobrança é o futuro, e que a tecnologia veio para ficar. “O free flow representa uma evolução crucial no sistema de gestão de pedágios do Brasil, permitindo uma operação mais eficiente”.
Os desafios atuais das cidades brasileiras se manifestam em todas as dimensões da vida urbana cotidiana. Do ponto de vista do gestor público das cidades, o crescimento populacional e o decorrente aumento das demandas por mais moradias, melhor mobilidade e maior acesso aos serviços básicos de saúde, educação e saneamento trazem a necessidade de melhor planejar, executar os investimentos e dar funcionalidade à vida urbana.
No seu dia a dia, os gestores precisam lidar com a avaliação de opções para escolha de soluções sistêmicas mais eficientes. O planejamento urbano precisa integrar em uma visão de desenvolvimento áreas residenciais e comerciais com acesso à infraestrutura, em que o acesso a serviços públicos de forma inclusiva e sustentável seja realidade.
Já a execução do que foi planejado, essencial para converter o que foi idealizado em bem-estar, esbarra na capacidade de execução dos investimentos necessários e estes, na restrição fiscal (em maior ou menor grau) enfrentada pelos entes públicos. Garantir continuidade na execução dos investimentos é o que dá a medida do sucesso das políticas públicas, isso porque o equacionamento de problemas urbanos complexos depende de ampla articulação dos poderes públicos federal, estadual e municipal, perpassando vários ciclos políticos.
O papel das parcerias com o setor privado
As diferentes formas de parceria de longo prazo com a inciativa privada podem ser aliadas dos gestores públicos para viabilizar ou acelerar a implementação de soluções dos gargalos urbanos. A estruturação de projetos alinhando interesses públicos e privado exigem, além da capacidade técnica de proposição de soluções práticas, a permanente escuta e equilíbrio de uma ampla gama de interesses envolvidos.
A seleção do parceiro privado em processo competitivo é apenas um primeiro passo. É preciso que o modelo de parceria adotado contenha as ferramentas de gestão e governança adequados que facilitem o monitoramento e as eventuais ações corretivas do poder público na fase de operação. A busca pelo equilíbrio entre a eficiência na operação e a observância do interesse público deve perdurar durante todo o contrato de parceria.
BNDES como parceiro de Estados/Municípios e da iniciativa privada
A compreensão desse cenário de múltiplos desafios para dotar as cidades de infraestrutura compatível com as necessidades, traz para o BNDES, como tradicional financiador desses investimentos, a oportunidade de apoiar os gestores públicos, desde as etapas de formulação do planejamento passando pela escolha do modelo de parceria e, posteriormente, com sua gestão e monitoramento.
Para o BNDES, os papeis de estruturador de projetos de infraestrutura e de financiador dos investimentos são complementares entre si e alinhados à sua missão. O aprendizado como financiador da infraestrutura das cidades em diferentes setores apoia a estruturação de projetos atrativos aos financiadores dos investimentos que vão garantir a prestação adequada do serviço público. No sentido inverso, a estruturação de projetos traz para o BNDES financiador da infraestrutura e seus parceiros cofinanciadores (bancos, mercado de capitais, instituições de desenvolvimento, entre outros) projetos urbanos resilientes e sustentáveis, que alocam riscos de forma eficiente.
Atualmente a atuação setorial tradicional do BNDES no saneamento e na mobilidade urbana é complementada pela visão sistêmica onde as práticas de desenvolvimento urbano sustentável, como a construção de edifícios verdes, o uso de energia renovável, a gestão eficiente dos recursos hídricos, estão presentes. É necessário reverter a tendência de esvaziamento econômico dos centros urbanos, adotando diferentes estratégias tais como o incentivo à moradia, a requalificação de espaços públicos, os investimentos em transporte público e demais serviços básicos para tornar os centros funcionais e novamente atrativos à população.
Assim, a requalificação urbana hoje é um dos núcleos de atuação da estruturação de projetos, direcionando o foco dos projetos imobiliários que o BNDES desenvolve. Exemplo concreto dessa priorização, o BNDES desenvolveu para o Município do Rio de Janeiro um masterplan em que estudou os espaços do centro da cidade e mapeou 75 imóveis subutilizados ou desocupados localizados em posições estratégicas para revitalização das áreas onde estão localizados. Para 46 imóveis desse conjunto, além da caracterização básica de cada ativo, foi feito também estudo de possíveis novas vocações para reorientar seus usos. Projetos com objetivos similares estão sendo desenvolvidos para o Município de Recife para a revitalização da Avenida dos Guararapes e para o Estado do Rio Grande do Sul, para o ordenamento territorial de áreas nos municípios de São Leopoldo e Sapucaia.
Com mais contratos assinados no setor de saúde e novos projetos em educação, as Parcerias Público-Privadas (PPPs) se destacam como solução para reduzir o déficit de infraestrutura e melhorar a qualidade dos serviços públicos no Brasil.
As Parcerias Público-Privadas (PPPs) têm se consolidado como uma estratégia vital para o desenvolvimento de projetos de infraestrutura no Brasil, especialmente nos setores de saúde e educação, as chamadas PPPs Sociais. Essas parcerias são uma forma de mobilizar recursos da iniciativa privada para suprir lacunas nos serviços públicos, contribuindo para a melhoria da qualidade dos serviços oferecidos e para a aceleração de investimentos.
As PPPs sociais têm se tornado uma solução estratégica para a gestão de setores críticos, onde os déficits são elevados e a necessidade de investimentos é urgente. Nos últimos anos, o aumento do volume de projetos junto aos estados e municípios têm demonstrado que essas parcerias são uma alternativa viável para melhorar a eficiência dos gastos públicos e garantir a implementação de serviços de qualidade.
No setor educacional, as PPPs têm se mostrado uma resposta eficaz para acelerar a implementação de novos projetos, considerando a crescente demanda por melhorias na infraestrutura de escolas e a necessidade de acelerar investimentos no setor. As PPPs de educação no Brasil têm focado principalmente na construção de novas escolas, creches e na ampliação e reforma de unidades de ensino já existentes. Embora a gestão pedagógica e a contratação de profissionais permaneçam sob responsabilidade dos governos locais, a operação e a manutenção das infraestruturas ficam a cargo das empresas privadas.
Recentemente, o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) tem estruturado diversos projetos de PPPs de creches, como o modelo em Pernambuco, que prevê a construção de 40 unidades educacionais com capacidade para 9 mil vagas. A expectativa é que mais estados e municípios se unam ao modelo, levando adiante um número crescente de projetos de infraestrutura educacional. Além disso, o apoio financeiro do governo, com o uso de fundos como o FEP e o FDIRS, deverá intensificar a expansão dessas iniciativas.
Para garantir a atratividade dessas parcerias é fundamental o desenvolvimento de mecanismos de garantias mais robustos para os investidores. Isso criaria um ambiente mais seguro e ampliaria o interesse de novos players no setor, acelerando a celeridade dos projetos.
Avanços na Saúde
Após a pandemia, o setor de saúde se tornou um dos mais debatidos no contexto de PPPs. O aumento da demanda por serviços médicos e hospitalares gerou a necessidade de uma modernização e expansão da infraestrutura de saúde em diversas regiões do país. Atualmente, já são mais de 20 contratos de PPPs e concessões assinados, envolvendo hospitais, unidades básicas de saúde e redes de diagnóstico.
A construção e operação de hospitais e centros de saúde, como unidades básicas em Aracaju (SE) e Recife (PE), estão entre os principais projetos em andamento. Esses projetos têm o potencial de reduzir o gap existente entre a demanda e a oferta de serviços de saúde pública no Brasil, mas exigem uma gestão eficiente para garantir que as obras não sejam prejudicadas por questões administrativas. O desafio no setor de saúde é amplo, com a necessidade de estruturar novos projetos em uma área já sobrecarregada.
Com mais de R$ 1 bilhão em recursos disponíveis para investimentos em infraestrutura em estados e municípios, o cenário das PPPs sociais no Brasil está em expansão. Segundo o secretário especial do PPI, Marcus Cavalcanti, os recursos do FDIRS e do FEP deverão acelerar o ritmo de novos projetos, com foco inicial em áreas como saúde e educação. A prioridade, neste momento, é estruturar as PPPs que já estão na fila de espera, principalmente aquelas voltadas para iluminação pública, resíduos sólidos e, no caso da educação, a implementação de creches.
Além disso, as PPPs têm o potencial de reconfigurar os serviços públicos em diversas áreas, como habitação, urbanização e transporte, com a proposta de modernizar a gestão e promover mais eficiência no uso dos recursos. No entanto, será necessário que os prefeitos e governadores eleitos em 2024 se envolvam ativamente na criação de consórcios municipais, permitindo que cidades de pequeno porte também possam usufruir desses modelos de parceria, compartilhando recursos e infraestrutura.
A expectativa é que, com o fortalecimento dos modelos de PPP, o Brasil consiga atingir mais rapidamente suas metas de desenvolvimento, gerando impactos positivos não só no crescimento econômico, mas também na melhoria dos serviços essenciais para a população.
O Evento Nacional P3C conta com diferentes palcos temáticos para discutir e aprofundar as questões centrais das Parcerias Público-Privadas no Brasil, com foco em setores estratégicos como saúde, educação, habitação e infraestrutura urbana. Cada palco reúne especialistas, gestores públicos e representantes de instituições que exploraram as oportunidades e desafios específicos de cada área, além de destacar casos de sucesso e modelos inovadores de financiamento e governança. Temas como a expansão de PPPs em municípios menores, a necessidade de garantias e segurança jurídica para investidores e os novos fundos de apoio são abordados em sessões interativas, promovendo debates sobre as melhores práticas e o futuro das PPPs no país. Dessa forma, o evento busca criar um espaço de troca e colaboração para aprimorar os modelos de PPP e fomentar a sustentabilidade e a eficiência nos serviços públicos essenciais.
O uso de soluções tecnológicas se mostra essencial para acelerar o cumprimento e aumentar a eficácia de resultados dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável promovidos pela ONU
Estabelecidos em 2015, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são uma coleção de 17 metas globais, estabelecidas pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) para que as pessoas vivam em um ambiente capaz de oferecer condições dignas de vida para todos.
Entre os objetivos, estão metas mais conhecidas como a eliminação da pobreza, o término da fome, combate às mudanças climáticas e a garantia de saúde e bem-estar para todos. E também objetivos de médio e longo prazo, como o desenvolvimento de cidades mais sustentáveis, consumo mais responsável e o fomento da economia nos países.
O processo liderado pela ONU envolveu seus 193 Estados Membros e a sociedade civil global. Em 2030, os objetivos serão revistos para entender o que outras ações sejam pensadas para que o mundo alcance esses objetivos da forma mais rápida possível.
Pensando no impacto que o cumprimento desses objetivos terá na vida de todos, é importante pensar em soluções que contribuam para essas metas. E o uso da tecnologia pode fazer a diferença nesse caso.
Tecnologia: aliada essencial para cumprir os ODS
Já sabe-se que a maioria dos objetivos alinhados em 2015 não terão sido alcançados em 2030; além da reorganização das metas, os países devem investir no médio e longo prazo em iniciativas que contribuam para o maior bem-estar social e econômico da população. E é nesse cenário que a tecnologia tem potencial para atuar.
E como o uso de ferramentas tecnológicas pode contribuir, de forma geral, para o alcance dos ODS? Apresento abaixo cinco exemplos de usos:
Acompanhamento de indicadores
Todos os ODS estipulados pela ONU possuem indicadores de desempenho, que são usados para medir o quão próximo um país está de atingir determinada meta.
Com o uso de softwares como CRMs, ligados a bancos de dados compartilhados, é possível realizar esse acompanhamento em tempo real e de uma forma muito mais abrangente e estratégica. No futuro, esses dados e benchmarks podem ser compartilhados entre outros países, acelerando a resolução de problemas pontuais.
Compliance e eficácia
Com a expansão do conceito de bem-estar Ambiental, Social é de Governança (ESG), é essencial garantir que os indicadores atrelados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável sejam registrados de forma a comprovar a veracidade dos dados registrados.
Também é importante que essas informações sejam inseridas em conjunto com metodologias e documentações e disponíveis de forma fácil, para garantir a transparência dos processos
Sistemas como plataformas de gestão de documentos desenvolvidas com base na metodologia BPMN podem ser grandes aliadas para assegurar que essas informações sejam inseridas de acordo com os padrões arquivísticos e facilmente visualizadas por meio de portais de serviço.
Monitoramento ambiental
Garantir a preservação da fauna e da flora é uma preocupação que ganha cada vez mais importância para os governos globais.
Aliados ao uso de drones, sensores e ferramentas que supervisionam florestas e regiões preservadas, também é necessário realizar um maior controle das licenças ambientais, multas e taxas que precisam ser pagas – de forma que esse dinheiro seja investido em iniciativas de fomento à preservação de recursos naturais.
Análises preditivas
A evolução tecnológica faz com que o mundo fique cada vez mais voltado para coleta, processamento e análise de dados.
Combinado com a inteligência artificial, o uso dessas plataformas pode se tornar bastante estratégico para o alcance das metas de desenvolvimento sustentável, já que é possível realizar análises de médio e longo prazo e, a partir dos resultados, realizar mudanças que contribuam para a meta.
São inúmeros os desafios que os países enfrentam buscando alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável faltantes. É um trabalho que, certamente, levará décadas para obter mudanças significativas. Mas que pode ser muito mais eficiente com o uso adequado da tecnologia.
As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities.