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GM ABRE O JOGO SOBRE VEÍCULOS ELÉTRICOS POR AQUI (E HÁ BOAS NOTÍCIAS)

Presidente Santiago Chamorro cobra diretrizes do governo para o segmento e acredita que em até três anos EVs terão custo de produção similares ao de veículos a combustão.

Por ora, vivemos aqui o pior dos mundos para o setor automotivo. Altos custos de produção, o que encarece o preço final, e baixa demanda. Esse combo é apontado pelas montadoras como principais entraves para investimento na fabricação de veículos 100% elétricos no Brasil. Um BEV (Battery Electric Vehicle) ou um EV (Electric Vehicle), como são tecnicamente conhecidos, não saem por menos de R$ 150 mil. Para efeito de comparação, nos EUA um Equinox elétrico chegará ao mercado este ano a partir de US$ 30 mil (cerca de R$ 156 mil). Por isso, por aqui as vendas acumuladas desde o início da comercialização representam pouco mais de 9% da frota nacional zero quilômetro, um total de 131 mil carros eletrificados em circulação. Mas esse cenário pode mudar até meados desta década. Pelo menos é o que acredita Santiago Chamorro, presidente da GM para a América do Sul.

O custo global de fabricação de um carro elétrico, segundo o executivo, vai praticamente se igualar ao de um veículo a combustão até 2025. O colombiano aposta até que os modelos a combustão ficarão mais caros. O motivo? “Com leis mais rigorosas para o controle de emissões, as montadoras serão obrigadas a investir cada vez mais em equipamentos, o que provocará a elevação dos preços”, disse Chamorro na sexta-feira (10), durante a exibição da Chevrolet Montana a concessionários, em São Paulo. Com motor flex, é o principal lançamento da marca em 2023.

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RUMO À INDUSTRIALIZAÇÃO O desenvolvimento de baterias para os veículos elétricos é um dos principais desafios para as montadoras pelo mundo. (Crédito:Divulgação)

Para que os preços dos carros puramente elétricos mantenham a curva descendente, Chamorro defende a manutenção da alíquota zero para a importação de modelos, diferentemente da postura da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que cobra a retomada gradual do imposto como forma de estimular a industrialização local. “O mercado tem mostrado crescimento por causa dos incentivos. Não é bom que sejam retirados.” Trata-se de um pedaço da verdade, já que o tal mercado é incipiente e não muda nada o problema de emissão de toda a frota.

A expectativa do presidente é que o Brasil “siga a direção de mercados maduros”, como a Europa e a China, onde a indústria e os consumidores recebem incentivos para trocar o veículo a combustão pelo eletrificado. “Vemos também que grandes polos exportadores, como México e Coreia do Sul, já começaram a tomar esse rumo”, afirmou ele, ao destacar que é preciso estudar mecanismos para a industrialização de veículos elétricos na região. Enquanto isso não ocorre, revelou que a GM seguirá importando modelos — a companhia já vende no mercado local o Chevrolet Bolt e lançará nos próximos meses o Bolt EUV, a Blazer EV e o Equinox EV.

Hoje, a indústria brasileira se divide. Uma parte aposta nos puros EVs e a outra no híbrido. A GM está no primeiro grupo e descarta o desenvolvimento de tecnologias híbrido flex — estratégia adotada por concorrentes como Stellantis, Toyota e Volkswagen. Esse nó não vai se desfazer enquanto o governo federal não se posicionar. Por isso Chamorro cobra uma posição de Brasília para assim definir os próximos passos da marca no País, o que inclui a (remota) possibilidade de produção local de modelos elétricos ou a oportunidade (mais provável) de o mercado local, principal do continente, se tornar um hub de exportação para a região. Produzir aqui exigiria uma cadeia de fornecedores que hoje começa a se instalar, com incentivos, nas maiores economias do mundo, e o Brasil é periférico nesse movimento.

ROTA 2030 Mesmo assim, a marca americana aposta na possibilidade de produzir localmente. As diretrizes da eletrificação do setor automotivo nacional devem estar definidas na próxima fase do Rota 2030, em formulação pelo governo com o auxílio da indústria. “O plano da GM é o de produzir os veículos nos países onde vendemos”, disse o colombiano, que enxerga um cenário favorável para o segmento em virtude da existência de minérios para produção de baterias, além de matriz energética limpa e de parque industrial estabelecido.

Globalmente, a GM ruma ao desenvolvimento de uma cadeia de suprimentos, pois as baterias de motores elétricos utilizam matérias-primas não habituais na produção de carros a combustão. Busca montar uma rede de fornecedores e, para isso, negocia uma fatia da cisão de metais básicos da mineradora Vale. Em 2022, as companhias revelaram um acordo para a compra de níquel. As negociações devem ser concluídas até o fim do semestre.

Presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Adalberto Maluf está confiante no desenvolvimento da indústria da eletromobilidade no Brasil após a troca de comando no governo federal. “Estamos entusiasmados com as possibilidades de adensamento da cadeia produtiva do transporte de baixa emissão a partir de agora.” A ABVE está satisfeita com os discursos do novo governo em prol da economia verde. A depender do otimismo de Chamorro e de Maluf, carros elétricos em circulação nas ruas deixarão de ser uma exceção.

Fonte: Isto É

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