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ÔNIBUS ELÉTRICOS CHAMAM ATENÇÃO NA SEMANA DA MOBILIDADE URBANA

Jens Giersdorf
Jens Giersdorf
Com mais de 14 anos de experiência no setor de energia para o desenvolvimento sustentável exerce atualmente o cargo de Management Head da Transformative Urban Mobility Initiative (TUMI) pela Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ).

Em cumprimento ao seu Plano de Ação Climática que prevê zerar emissões até 2050, Curitiba inicia os testes de eletrificação da frota do transporte coletivo. Outras cidades também se preparam para mudar a fonte de combustível e ampliar o acesso a um serviço de qualidade.

Nesses dias em que se comemora a Semana da Mobilidade, cidades de diferentes países realizam eventos educativos sobre segurança no trânsito e a necessidade de novas políticas públicas para o deslocamento de pessoas nos centros urbanos. Reduzir as emissões de gases de efeito estufa é o compromisso que muitos governos fizeram para mitigar os efeitos das mudanças climáticas nas cidades, em cumprimento ao Acordo de Paris. Curitiba, a capital paranaense, que tem a meta de zerar emissões até 2050, está realizando testes com ônibus elétricos de última geração para apresentar à população a alternativa de menor impacto ambiental. 

Logo no primeiro fim de semana os passeios gratuitos atraíram diferentes perfis de passageiros e passageiras: pessoas acostumadas a usar o modal diariamente, busólogos e busólogas – as pessoas aficionadas por ônibus, e quem não andava de transporte coletivo há mais de uma década. A partir de um edital de chamamento público, a prefeitura espera receber para os testes diferentes fabricantes nacionais e internacionais até março de 2023. 

Substituir os combustíveis fósseis por fontes não poluentes, como o ônibus 100% elétrico movido a baterias recarregáveis, e diminuir a dependência do transporte individual são estratégias essenciais para colocar em prática os Planos de Ação Climática dos municípios. 

O setor de transportes é a fonte de emissões de gases de efeito estufa que mais cresce em todo o mundo. Nas áreas urbanas brasileiras a maior parte das emissões é oriunda da geração e do uso de energia, relacionada majoritariamente ao transporte de cargas, passageiros e produção de combustíveis. Em Curitiba, correspondem a 67% do total de emissões. A eletrificação das frotas é uma estratégia eficaz, especialmente num país onde 83% da matriz elétrica é de fontes renováveis. 

Os testes são importantes para engajar a população, validar as configurações dos itinerários, verificar o desempenho dos veículos, e aperfeiçoar o treinamento de motoristas na nova tecnologia. Não se trata apenas de trocar o tipo de combustível – o diesel por eletricidade. 

O apoio técnico que a Missão Ônibus Elétrico da Iniciativa Transformadora de Mobilidade Urbana (TUMI, na sigla em inglês) vem dando para cinco cidades no Brasil – Curitiba, São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro e Salvador – tem como base a transição justa e equitativa para a economia zero carbono. 

Ao investir na transição, aproveita-se para redesenhar os serviços, tornando o transporte público mais atraente e inclusivo. Por exemplo, considerando os diferentes usos feitos por homens e mulheres. Enquanto a maioria dos usuários masculinos costuma fazer um trajeto linear (casa-trabalho-casa), a maioria das mulheres usa o transporte público em formato de estrela (casa-creche-supermercado-casa dos pais-trabalho-creche-casa). Prioriza-se também ampliar o acesso às pessoas de baixa renda, ao mesmo tempo em que se busca formas de tornar o serviço mais preciso e confortável, para também atrair quem não anda de ônibus ou deixou de usar este modal. 

As parcerias com o terceiro setor, o compromisso dos agentes políticos, o interesse econômico de fabricantes para investir em inovações, e o acesso a linhas de financiamento com baixos juros são fundamentais para que as metas dos Planos de Ação Climática, baseadas na ciência, sejam concretizadas. Além de reduzir os riscos de saúde pública, com menor poluição sonora e atmosférica, colocar os projetos em prática vai gerar empregos e combater a desigualdade.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

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