spot_img
HomeEIXOS TEMÁTICOSEducaçãoCESAR SCHOOL PROPÕE CAMINHOS PARA RESOLVER O GAP NO MERCADO DE TI

CESAR SCHOOL PROPÕE CAMINHOS PARA RESOLVER O GAP NO MERCADO DE TI

Entre as propostas estão: investir sempre no setor computacional, probabilístico, estatístico e investigativo, além da criação de cursos que estejam alinhados com o perfil de profissional buscado pelo mercado

A pandemia trouxe um grande processo de digitalização nos negócios e no dia a dia da população. Empresas e o mercado de trabalho, de um modo geral, passaram a buscar profissionais do mercado de TI (Tecnologia da Informação), como uma forma de atender a essa crescente demanda. Diante desse cenário, a CESAR School, escola do centro de inovação CESAR, realizou um levantamento em parceria com a consultoria IKopp para mapear ações que possam contribuir para a resolução da defasagem de profissionais de TI no mercado de trabalho.

A busca por colaboradores qualificados no setor não tem sido fácil e se agravou com a pandemia. Um relatório emitido pela BRASSCOM (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais) no ano passado sinalizou uma demanda de 797 mil profissionais do gênero até 2024. Entre 2020 e 2021, período da pandemia, o setor de TI cresceu 183% e com uma previsão para gerar, até 2024, uma demanda de 159 mil profissionais por ano. Para alcançar o demandado pelo mercado, será necessário formar talentos rapidamente.



Confira a seguir quatro norteadores que, segundo levantamento feito pela CESAR School e a Ikopp, podem contribuir para a resolução do problema dos déficits quantitativos e qualitativos desses profissionais. Foram consultadas cinco organizações, seis bases de dados e um consultor empresarial, José Carlos Cavalcanti, professor de Novos Modelos de Negócios na CESAR School. As organizações ouvidas foram: BRASSCOM, INSPER, Joy Street, Porto Digital e CESAR. Para os dados, foram consultados: IBGE/PNAD, RAIS/ CAGED, ENADE e ENEM.

Para acessar o Ebook completo, com todo o levantamento, clique aqui.

Investir em trilhas de pensamentos como o computacional e o estatístico desde a base

De acordo com o levantamento, a taxa de crescimento anual de emprego para especialistas em base de dados e redes apresentou o crescimento mais expressivo na comparação às outras áreas de atuação: 13% ao ano. O resultado pode ser validado com o atual volume de vagas e ofertas de cursos rápidos voltados à formação de quem está no setor de Ciências de Dados.

Para um profissional atuar na área, os requisitos costumam ser: Ciência da Computação, Matemática, Estatística e Especialização Científica, entre outros. Porém, dados trazidos pela pesquisa ao avaliar o ENEM 2019, por exemplo, mostram enormes disparidades na aprendizagem de matemática entre os estados brasileiros, o que já culmina em alunos saindo da escola com uma defasagem nesta importante matéria para o setor.

Dessa forma, a CESAR School aponta a importância de, desde cedo, dar enfoque a alguns estudos que ajudarão o profissional do setor em sua carreira: “Pelo levantamento que fizemos, acreditamos que um ponto central para revertermos esse cenário é investir no desenvolvimento de competências computacionais, probabilísticas, estatísticas e investigativas de estudantes da Educação Básica. Isso tende a auxiliar os alunos a criarem o racional que a profissão exigirá deles. É uma maneira de ajudá-los a adquirir o perfil exigido pela TI”, diz Walquíria Castelo Branco, Consultora, pesquisadora e professora na CESAR School.

O levantamento também propõe outras soluções, tais como: trilhas de aprendizagem que aproximem os estudantes do Ensino Fundamental das práticas investigativas; um itinerário formativo que permita a exploração com práticas orientadas a Ciências de Dados para os estudantes; além do desenho de currículos para tecnólogos voltados para tecnologias emergentes, tais como: a Internet das Coisas, Cloud Computer e segurança, aproximando esses estudantes da atual lacuna do mercado de trabalho.

Currículos voltados ao raciocínio lógico e à resolução de problemas

O total de formandos em todos os tipos de cursos de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) em 2019 foi de 44.891 alunos, de acordo com dados do Censo do Ensino Superior. Destes, 32.376 são de Desenvolvimento de Sistemas de Informática e 1.555 de Desenvolvimento de Software. Em 2020, 53 mil alunos abandonaram os estudos, quando levamos em consideração todo o setor de TI. Portanto, é urgente que se desenvolvam iniciativas para equilibrar essa defasagem e, além disso, formar o perfil que o mercado de trabalho identifica como necessário ao seu crescimento.

Um dado do ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) de 2019 mostra um índice preocupante: alto número de estudantes dos cursos de TI afirmou terem se deparado com questões que não foram ensinadas durante a graduação. Este conjunto de dados pode sinalizar baixa qualidade dos cursos na área, principalmente para os egressos que atuarão na base da pirâmide.

“Diante desse cenário, o que estamos propondo são currículos que valorizem elementos como o raciocínio lógico, a abstração, resolução de problemas, argumentação matemática e análise de dados, levando em conta as necessidades do contexto global e local em termos das formações que o mercado de trabalho necessita. Além disso, outra proposta é fazer associações e parcerias com instituições reconhecidas em termos de qualidade na educação, inovação e serviços, a fim de ajudar a solucionar problemas de ponta a ponta, da entrada no curso até o efetivo início no mercado de trabalho daquele profissional”, diz a pesquisadora.

Investir nas competências profissionais dos docentes

O levantamento sinalizou a importância de aplicar métodos inovadores que sejam eficazes de fato na aprendizagem. No ENADE de 2019, mais de 60% dos estudantes de cursos como Tecnólogo em Gestão da Tecnologia da Informação, Licenciatura em Ciências da Computação, Bacharelado em Ciências da Computação, entre outros, foram total ou parcialmente expostos a experiências de aprendizagem inovadoras. Apesar disso, quando questionados sobre os obstáculos com os quais se depararam ao realizar as provas do ENADE (2019), mais de 20% dos estudantes relataram dificuldades por desconhecimento do conteúdo. Além disso, em média 40% dos estudantes não foram capazes de resolver as questões, comparados aos que experimentaram diretrizes pedagógicas inovadoras ao longo dos seus cursos.

Diante disso, a análise feita pela CESAR School propõe alguns caminhos: investir em iniciativas que projetem, mapeiem e desenvolvam competências profissionais de docentes e que permitam maior nível de certificação de professores, com boas condições técnicas e pedagógicas para desenvolver experiências eficazes de aprendizagem; a realização de ações que ofereçam desenvolvimento profissional para os professores que atuam em cursos de ensino superior e voltados à formação do profissional de TI; além do desenho de propostas de acreditação de cursos de ensino superior e direcionados à formação do profissional de TI, capazes de avaliar a eficácia dos aspectos inerentes aos modelos pedagógicos desses cursos em respeito à aprendizagem efetiva dos estudantes.

Currículos em atualização constante

De acordo com o Instituto IKOPP, o setor de TIC enfrenta uma carência de profissionais com perfil de cunho mais técnico, relacionados à base da pirâmide. Para este público-alvo há um gap anual de 17 mil vagas que não são preenchidas. Os pesquisadores realizaram um levantamento de 200 anúncios de empregos disponíveis em duas plataformas para desenvolvedores. A exigência para a maior parte das ofertas é o conhecimento em linguagens de programação. Na média, pela avaliação do levantamento, um jovem que se empregue em alguma das ocupações do público-alvo, com o ensino médio completo, recebe um rendimento anual médio de R$41.868,53. Há espaço para um ganho de renda anual de R$711.680.010,00, neste mercado de trabalho específico.

“A área de TI é muito técnica e está em constante evolução. Dessa forma, é preciso ajudar a formar um perfil adequado ao que a área pede e onde estão os maiores salários do setor. Nossas sugestões nesse ponto são: atualizar os currículos dos cursos técnicos com as tecnologias emergentes e maduras; propor uma aprendizagem baseada em trabalho ou problemas próximos ao do ambiente profissional; e que as instituições de ensino se envolvam e sejam uma ponte entre o aluno e a entrada dele em estágios, sempre trazendo avaliações de qualidade em sua formação”, diz Walquíria.

Com informações da Assessoria de Imprensa FSB Comunicação

CLIQUE AQUI E ACESSE OUTRAS MATÉRIAS SOBRE EDUCAÇÃO

Artigos relacionados
- Advertisment -spot_img
- Advertisment -spot_img
- Advertisment -spot_img

Mais vistos