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EXPLORANDO CIDADES EUROPEIAS: LIÇÕES APRENDIDAS DE ROMA A GENEBRA PARA POLÍTICAS PÚBLICAS DE MOBILIDADE E PLANEJAMENTO URBANO

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No contexto brasileiro, sabemos que algumas cidades enfrentam desafios na implementação de políticas de micromobilidade sustentável, incluindo a regulamentação e utilização dos patinetes elétricos

As cidades inteligentes têm se tornado uma realidade cada vez mais presente em todo o mundo, com o objetivo de promover um ambiente urbano mais eficiente, sustentável e inclusivo. Durante uma viagem de lua de mel pela Europa, visitando cidades como Roma e Genebra, pude observar de perto diferentes abordagens e políticas públicas adotadas por essas cidades, especialmente em relação à micromobilidade e ao planejamento urbano.

Micromobilidade e Patinetes Elétricos em Roma

Durante minha estadia em Roma, um aspecto que chamou minha atenção foi a presença abundante de patinetes elétricos espalhados pelas ruas. Essa forma de micromobilidade ganhou popularidade em várias cidades ao redor do mundo, mas também trouxe desafios e dilemas regulatórios.

Em relação às políticas de micromobilidade, Roma adotou regulamentações específicas para lidar com a presença dos patinetes elétricos em suas ruas. A cidade estabeleceu zonas delimitadas para estacionamento de patinetes e impôs regras claras para a velocidade máxima permitida. Essas medidas visam garantir a segurança dos pedestres e a organização do espaço público.

No entanto, mesmo com essas regulamentações, muitos usuários não têm respeitado as regras, resultando em más experiências para os pedestres e moradores. Os patinetes inundam calçadas em diversos pontos da cidade, inclusive em pontos turísticos, podendo permanecer por dias no mesmo local, obstruindo as vias públicas e dificultando a passagem.

Relatos de acidentes envolvendo patinetes elétricos e pedestres destacaram a necessidade de uma maior conscientização e educação dos usuários, além da importância da fiscalização por parte das autoridades. Esses incidentes servem como alerta para que outras cidades, ao implementar políticas semelhantes, considerem cuidadosamente a regulação, a fiscalização e a educação dos usuários como elementos-chave para garantir uma micromobilidade segura e eficiente.

No contexto brasileiro, sabemos que algumas cidades enfrentam desafios na implementação de políticas de micromobilidade sustentável, incluindo a regulamentação e utilização dos patinetes elétricos. Em São Paulo, houve uma rápida expansão dos serviços de compartilhamento de patinetes, mas também surgiram problemas, como estacionamento inadequado e conflitos com pedestres. Embora a cidade tenha implementado regulamentações, como limites de velocidade, estacionamentos específicos e penalidades por má utilização, não foi o suficiente para que a Grow, empresa que operava os patinetes elétricos na cidade, mantivesse as operações.

A empresa enfrentou desafios relacionados à regulação e fiscalização por parte das autoridades municipais. A falta de uma regulamentação clara e abrangente para o uso de patinetes elétricos nas ruas da cidade gerou incertezas e dificultou a operação das empresas do setor, além de impedir um modelo de negócios rentável, um dos motivos de a Grow ter suspendido suas operações em São Paulo.  As questões envolvendo estacionamento inadequado, desrespeito às regras de circulação e conflitos com pedestres também contribuíram para uma imagem negativa dos patinetes elétricos e influenciaram a decisão de suspensão das operações em São Paulo.

Essas experiências destacam a importância de um ambiente regulatório favorável e de políticas públicas bem definidas para o sucesso de iniciativas de mobilidade sustentável, como o compartilhamento de patinetes elétricos. É fundamental que as cidades estabeleçam regras claras, promovam a fiscalização adequada e desenvolvam infraestrutura apropriada para garantir uma convivência harmoniosa entre os diversos modos de transporte, visando a segurança de todos os usuários e o uso eficiente do espaço urbano.

Carros elétricos na Europa: avanço notável e desafios no Brasil

Ainda no contexto da mobilidade sustentável, outro aspecto que chamou a atenção durante a viagem foi a presença dos carros elétricos e seus diversos pontos de abastecimento. Uma diferença notável em comparação com o cenário brasileiro. 

O avanço dos carros elétricos na Europa tem sido significativo nos últimos anos. Vários países europeus têm implementado políticas de incentivo e regulamentações favoráveis aos veículos elétricos, como subsídios na compra e benefícios fiscais. Além disso, a infraestrutura de recarga está em constante expansão, com um número crescente de pontos de recarga disponíveis em vias públicas, estacionamentos e residências. Essas medidas têm impulsionado a adoção dos carros elétricos, resultando em um aumento significativo no número de veículos elétricos nas estradas.

Por outro lado, no Brasil, o avanço tem sido mais lento. Apesar de haver um interesse crescente por veículos elétricos no país, a infraestrutura de recarga ainda é limitada e muitas cidades brasileiras enfrentam desafios em termos de planejamento urbano e disponibilidade de pontos de recarga públicos. Além disso, a falta de incentivos fiscais e subsídios significativos torna os veículos elétricos mais caros e menos acessíveis para a maioria dos consumidores brasileiros. 

Planejamento Urbano em Genebra: O Caso dos Bairros Planejados

Em Genebra, na Suíça, as políticas públicas de planejamento urbano têm sido bem-sucedidas na criação de bairros planejados que incorporam uma abordagem holística e sustentável do desenvolvimento urbano. Esses bairros são concebidos de forma integrada, considerando diferentes aspectos urbanos, como mobilidade, habitação, espaços verdes e serviços públicos.

Durante a visita a Genebra, conheci o bairro de Plan-les-Outes, projetado com uma abordagem inovadora e sustentável, enfatizando a qualidade de vida dos moradores e a preservação do meio ambiente. O planejamento urbano em Plan-les-Ouates buscou criar uma comunidade coesa, com infraestrutura completa e serviços integrados. O bairro foi projetado levando em consideração a conectividade e a acessibilidade, com uma rede de transporte público eficiente, ciclovias e calçadas bem projetadas para promover a mobilidade sustentável.

Plan-les-Ouates é um bairro que busca maximizar o uso eficiente do espaço, preservar áreas verdes e oferecer uma combinação equilibrada de espaços residenciais, comerciais e industriais. O destaque desse bairro está na sua ênfase na sustentabilidade ambiental, com medidas de eficiência energética, uso de energias renováveis e criação de espaços verdes. Além disso, o bairro conta com uma infraestrutura completa, incluindo escolas, creches, centros comunitários, áreas esportivas e espaços culturais, visando atender às necessidades dos moradores e promover a coesão social. Plan-les-Ouates é um exemplo notável de planejamento urbano bem-sucedido, que proporciona um ambiente urbano equilibrado, sustentável e com alta qualidade de vida.

Essa abordagem de planejamento urbano em Genebra demonstra a importância de uma visão integrada e de longo prazo na construção de cidades inteligentes. Ao considerar cuidadosamente os aspectos de mobilidade, infraestrutura, serviços e meio ambiente, as políticas públicas podem contribuir para o desenvolvimento de cidades mais equilibradas e sustentáveis.

Um futuro urbano sustentável e integrado

A viagem pela Europa, explorando cidades como Roma e Genebra, proporcionou valiosas lições sobre políticas públicas relacionadas à mobilidade e planejamento urbano nas cidades. Os exemplos observados ressaltam a importância de abordagens integradas e sustentáveis para o desenvolvimento urbano.

Embora Roma ainda enfrente desafios na regulação dos patinetes elétricos, destacando a necessidade de conscientização e educação dos usuários, o país já avançou na adoção de políticas mais sustentáveis de mobilidade. A tendência europeia também pode ser observada na adoção de carros elétricos. 

Genebra exemplifica a importância do planejamento urbano sustentável na criação de bairros planejados que oferecem qualidade de vida, preservação ambiental e integração de serviços essenciais, destacando a relevância da conectividade, acessibilidade, sustentabilidade ambiental e inclusão de instalações e serviços públicos para promover comunidades coesas e equilibradas.

Em resumo, as observações realizadas nas cidades europeias destacam a necessidade de políticas públicas eficazes e abrangentes para enfrentar os desafios da mobilidade e planejamento urbano nas cidades. Essas políticas devem considerar aspectos como regulação, fiscalização, educação, incentivos e infraestrutura adequada. Ao adotar políticas integradas e sustentáveis, as cidades podem avançar em direção a um futuro urbano mais eficiente, inclusivo e amigável ao meio ambiente.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

ETANOL E ELETRIFICAÇÃO, COMBINAÇÃO QUE DÁ SAMBA

Stellantis desenvolve plataforma tecnológica para potencializar as vantagens únicas da matriz energética brasileira

Em 1979 foi lançado o primeiro carro movido a etanol no Brasil, o Fiat 147. Desenvolvido por uma questão de segurança energética, o novo combustível consolidou-se também como uma grande vantagem competitiva do País sob o prisma da sustentabilidade, já que é produzido a partir de uma fonte renovável, as plantações de cana-de-açúcar. Hoje, a Stellantis – dona de 14 marcas, incluindo Fiat, Jeep, Ram, Peugeot, Citroën e Abarth – está empenhada em construir novos capítulos dessa história, conectando o etanol ao futuro e contribuindo, assim, para a descarbonização do transporte brasileiro.

Um dos símbolos desse processo é a criação da plataforma BIO-ELECTRO, que tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento no Brasil de soluções, tecnologias e componentes para veículos híbridos que combinem etanol e eletrificação. “Essa é a rota tecnológica que a empresa definiu para que a transição tecnológica do setor de transporte possa ser feita no Brasil com equilíbrio entre os pilares social, ambiental e econômico”, explica João Irineu Medeiros, vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Stellantis para a América do Sul.

A proposta da nova plataforma é agregar um grande conjunto de parcerias estratégicas que, em sinergia com o corpo técnico da Stellantis, acelerem o desenvolvimento e a implementação de soluções de motopropulsão e de descarbonização da mobilidade. “Ao contribuir para nacionalizar soluções, tecnologia e produção, a iniciativa impulsionará uma onda setorial de reindustrialização”, projeta Antonio Filosa, presidente da Stellantis para a América do Sul.

 A BIO-ELECTRO está apoiada em três pilares: Academy, Lab e Tech. O pilar Academy abrange informação, formação e recrutamento. Lab diz respeito à incubação de ideias e ao desenvolvimento do ecossistema. Já o pilar Tech agrupa a materialização de soluções, da inovação e da localização da produção. “É um trabalho de gestão de uma rede de talentos”, sintetiza Medeiros.

A ideia é possibilitar a disseminação gradual dos veículos elétricos no Brasil, sem que isso represente uma ruptura drástica sob qualquer aspecto. Com o desenvolvimento de veículos híbridos, a dependência das baterias será bem menor do que nos 100% elétricos e a rede de postos de abastecimento que existe hoje no País continuará sendo usada, sem a necessidade imediata de desenvolver uma ampla infraestrutura de carregamento elétrico.

Vantagens comparativas

A Stellantis entende que a propulsão elétrica é a tendência dominante do setor automotivo mundial, mas que ainda tem um custo muito elevado para amplas faixas de consumidores. Assim, a solução inteiramente elétrica precisa ser desenvolvida e aprimorada para ganhar escala e entrar como alternativa de massa em uma estratégia efetiva de descarbonização em um país em desenvolvimento com características de renda como as do Brasil.

Enquanto isso, a combinação com o etanol surge como o melhor caminho para a redução das emissões de CO2. Do ponto de vista da sustentabilidade, esse combustível apresenta desempenho muito semelhante ao dos veículos elétricos, considerando-se o ciclo completo de produção e consumo. Ao longo do seu processo de crescimento, a cana-de-açúcar absorve de 70% a 80% do CO2 liberado na produção e queima do etanol combustível.

As vantagens comparativas da combinação entre etanol e eletrificação “à brasileira” se tornaram ainda mais evidentes depois de um teste dinâmico realizado pela Stellantis. Um automóvel foi abastecido com etanol e comparado em tempo real com três alternativas, nas mesmas condições de rodagem. A comparação foi feita com base em metodologia e tecnologia de conectividade desenvolvidas pela Bosch, que consideram não apenas a emissão de CO2 associada à propulsão, mas as emissões correspondentes a todo o ciclo de geração e consumo da energia utilizada.

Durante o teste, o veículo percorreu 240,49 km com cada fonte e o melhor desempenho foi do motor 100% elétrico (BEV) com energia brasileira (21,45 kg CO2eq), seguido pelo etanol (25,79 kg CO2eq) – que apresentou vantagens inclusive em comparação ao veículo elétrico a bateria abastecido com energia gerada na Europa, considerando-se as características da matriz energética daquele continente (30,41 kg CO2eq). A gasolina (tipo C) teve o pior desempenho (60,64 kg CO2eq). “Os resultados comprovam as vantagens comparativas da matriz energética brasileira, principalmente a importância dos biocombustíveis para uma mobilidade mais sustentável”, avalia Antonio Filosa, presidente da Stellantis para a América do Sul.

Projetamos a descarbonização completa do ciclo de produção até 2038

Ao estruturar-se para alcançar esses resultados, a Stellantis torna-se referência no setor automotivo rumo à neutralidade de carbono, afirma o executivo

ntonio Filosa, presidente da Stellantis para a América do Sul

Antonio Filosa, presidente da Stellantis para a América do Sul, fala sobre as vantagens da combinação de etanol e eletrificação, descreve detalhes da estratégia da empresa e compartilha a visão de um futuro bem mais sustentável para o transporte, no Brasil e no mundo.

Qual a motivação da Stellantis ao conceber a plataforma BIO­-ELECTRO?

O objetivo principal é desenvolver as melhores soluções tecnológicas em motopropulsão híbrida baseada no etanol e na eletrificação. A consolidação de um ecossistema de desenvolvimento requer a elaboração conceitual, seleção e capacitação de talentos, identificação de parceiros, desenvolvimento e teste de solução, para, ao final do processo, iniciar a produção de componentes e sistemas que serão utilizados nos veículos da Stellantis que adotarão a motopropulsão híbrida. O grande diferencial do projeto é o propósito de localizar as soluções, as tecnologias e a produção de componentes aqui no Brasil. Não queremos importar soluções prontas, e sim fortalecer a indústria nacional.

Como a plataforma BIO-ELECTRO dialoga com a estratégia da empresa como um todo?

Investir nessa rota tecnológica é uma opção estratégica da Stellantis, líder do mercado automotivo no Brasil e na América do Sul. O intuito é promover a crescente descarbonização da mobilidade e valorizar as características positivas da matriz energética brasileira, em que se destacam os biocombustíveis e a energia elétrica gerada por meios renováveis. Essa  é uma enorme vantagem comparativa do Brasil, que pode oferecer uma mobilidade mais sustentável a faixas expressivas do mercado consumidor.

Como essas vantagens competitivas da matriz energética brasileira se alinham ao planejamento global da empresa?

A Stellantis América do Sul é parte ativa do plano estratégico de longo prazo Dare Forward 2030 e trabalha para atingir regionalmente as metas de descarbonização e de eletrificação. Cada país deve buscar o arranjo mais eficiente de sua matriz energética para a motopropulsão. No Brasil, desenvolvemos a plataforma BIO-ELECTRO porque o etanol é uma vantagem do País, disponível em todos os postos de combustíveis. Só o Brasil tem essa característica, que constitui uma enorme vantagem comparativa no processo de descarbonização da mobilidade. Assim, a combinação de etanol com eletrificação é uma tecnologia muito competitiva para o Brasil. Outros países devem buscar seu modelo a partir das características de sua matriz energética.

Que importância o ESG tem para a Stellantis e como esses princípios e metas permeiam os mais diversos setores e projetos da empresa?

A Stellantis foi constituída em janeiro de 2021, a partir da fusão da FCA e PSA, com uma visão de mobilidade sustentável. As estratégias do grupo estão alinhadas ao desenvolvimento de soluções de eficiência energética em produtos e serviços, redução de emissões, eletrificação e hibridização, direção autônoma, carros mais conectados por meio de plataformas de conteúdos e e-commerce. O plano estratégico global da empresa, Dare Forward 2030, projeta a descarbonização completa de todo o ciclo de produção até 2038, com uma redução de 50% já em 2030. Ao estruturar-se para alcançar esses resultados, a companhia se torna referência no setor automotivo rumo à neutralidade de carbono, visto que a maior parte das fabricantes de veículos pretende chegar a esse patamar apenas a partir de 2040. Com isso, evoluímos de montadora para “empresa de tecnologia da mobilidade”.

Como a Stellantis projeta que estará posicionada no mercado em 2030, ano que é referência do planejamento estratégico global da empresa e, também, dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU)?

Para cumprir os objetivos traçados, a Stellantis planeja que 100% de suas vendas na União Europeia em 2030 sejam de veículos elétricos. Nos Estados Unidos, a participação dos elétricos nas vendas no final da década será de 50%. Considerando suas 14 marcas icônicas, até 2030 a Stellantis planeja oferecer globalmente 75 modelos de propulsão elétrica (BEV), que representarão vendas anuais de 5 milhões de unidades em todo o mundo. Tudo isso envolve um investimento global de 30 bilhões de euros até 2025 em eletrificação e desenvolvimento de software.

Como a empresa se prepara para assegurar os insumos necessários para essa produção?

A Stellantis está construindo uma ampla infraestrutura para alcançar seus objetivos, incluindo a construção, já em curso, de uma rede global de cinco gigafábricas de baterias veiculares, capazes de fornecer até 400 gigawatts-hora em produção de baterias até 2030. Paralelamente, a empresa tem assumido posições relevantes no mercado de matérias-primas estratégicas, através de aquisições e associações em projetos de lítio e cobre, entre outros.

Fonte: Mobilidade Estadão

DESDE 2013, INVESTIMENTO PÚBLICO EM MOBILIDADE NAS CIDADES CAIU À METADE

Dez anos depois das manifestações de 2013, que se espalharam pelo país a partir dos protestos contra o aumento da passagem de ônibus em São Paulo, a situação da mobilidade urbana no Brasil piorou. Em uma década, o investimento público no setor caiu a menos da metade, de acordo com estudo do economista Claudio Frischtak, da Inter.B Consultoria.

Se, em 2013, os R$ 8,6 bilhões em recursos estatais aplicados em transporte público já não eram considerados suficientes, o montante de R$ 4,1 bilhões no ano passado aponta uma tendência preocupante.

Enquanto isso, subsídios para automóveis e combustíveis só aumentam. Ainda no ano passado, antes do programa de incentivos fiscais para baratear carros lançado pelo governo federal na semana passada, o setor automotivo já tinha sido beneficiado com isenções tributárias da ordem de R$ 8,8 bilhões, mais que o dobro do investido pelo setor público em mobilidade nas cidades.

Só a desoneração dos impostos sobre combustíveis no último ano do governo de Jair Bolsonaro (mantida parcialmente neste primeiro do de Lula) representou R$ 29,8 bilhões a menos nos cofres públicos.

Os números divulgados na semana passada pelo Ministério do Planejamento indicam, portanto, que, só em 2022, o país investiu em transporte coletivo e de massa cerca de 10% do que concedeu de subsídios tributários para o uso do carro.

Via-crúcis de 3 horas

Esse contraste ajuda a explicar a via-crúcis de quem faz o percurso casa-trabalho-casa todos os dias como passageiro de modais de transportes nas cidades brasileiras, cujas vias têm cada vez mais engarrafamentos, mesmo em cidades do interior.

Para chegar ao trabalho por volta das 9h30, no Flamengo, na Zona Sul do Rio, a empregada doméstica Rosalva Lourenço da Silva, de 60 anos, precisa acordar às 6h, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, para atravessar a cidade.

A missão de chegar ao trabalho não é simples. Ela alterna entre ônibus, trem e metrô cheios. E faz tudo de novo na volta: três horas em pé nos três modais, ao custo de R$ 26 por dia. Só há uma opção de ônibus para ir da casa dela até a estação de trem. A única alternativa é a van. O pior trecho é o do trem, ela conta. As composições demoram muito paradas em cada estação.

— Transporte público é isso, toda hora dá problema. Chegamos atrasados no serviço por causa disso, mesmo acordando todo dia na mesma hora — diz Rosalva.

Ela conta que até há um ônibus que vai direto para a Zona Sul, mas o tempo da viagem é ainda maior no trânsito pesado e com as obras na Avenida Brasil, que dá acesso ao Centro do Rio. Rosalva gostaria de morar mais perto do trabalho, mas é inviável:

— Não tem como. Tenho casa própria, e se eu tiver que morar perto do serviço, terei que pagar aluguel.

País fica para trás na América Latina

Maior economia da América Latina, o Brasil está ficando para trás em relação a outros países da região nessa área. Segundo o estudo de Frischtak, para equiparar as 15 principais regiões metropolitanas brasileiras ao padrão atual de Santiago (no Chile) e Cidade do México, modelos de mobilidade urbana na América Latina, seria preciso investir de uma só vez R$ 295,3 bilhões, ou 3% do Produto Interno Bruto (PIB).

Em duas décadas, o país teria de gastar entre 0,10% e 0,15% do PIB para alcançar as duas capitais, bem acima do 0,06% aportado entre 2018 e 2022. Para o economista, essa deficiência cobra um preço alto da economia brasileira:

— As duas áreas absolutamente críticas para o bem-estar da população e a produtividade da economia são mobilidade urbana e saneamento básico. São setores que historicamente têm subinvestimento. O Brasil é um ponto fora da curva em saneamento e mobilidade urbana.

O especialista em infraestrutura alerta que o problema não está restrito aos grandes centros. Já afeta a dinâmica de cidades médias, que convivem com engarrafamentos diários.

— Estimular o transporte individual automotivo é realmente um passo atrás. Não importa se é elétrico ou não. O transporte público de massa é que precisa de apoio (do governo) — diz Frischtak sobre o programa do governo que vai gastar R$ 1,5 bilhão para desonerar carros, caminhões e ônibus (que ficam com a menor fatia, R$ 300 milhões).

‘Gasolina na fogueira’

Se a situação já era ruim antes da pandemia, o isolamento imposto por ela foi como “jogar gasolina na fogueira”, define o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Rafael Pereira:

— Nos últimos 20, 30 anos, houve redução no volume de passageiros e aumento no custo da tarifa. É uma tendência, uma espiral descontrolada. E a pandemia pôs gasolina nesse movimento, com queda abrupta e mais forte do número de passageiros. Com isso, há queda na qualidade e o tempo de deslocamento só aumenta.

Doze conduções num dia

Antes das 5h, a professora de educação infantil e estudante de Letras na UFRJ Ana Caroline Fernandes, de 24 anos, já está no ônibus. É o início do percurso diário entre Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e o trabalho, no Vidigal, comunidade da Zona Sul do Rio.

Ela desembarca no Centro da capital e segue para o metrô. Viaja até a estação de São Conrado e logo embarca em uma van para a Praça do Vidigal. Ali, ainda pega um mototáxi para chegar à creche onde trabalha. Tudo, segundo ela, leva cerca de 2h30 em dias “tranquilos”:

— Qualquer coisa fora do normal, a conta já não fecha.

Com o fim do expediente às 15h30, ela refaz o caminho, mas não chega antes das 19h em casa. O número de conduções em um dia aumenta de oito para 12 quando vai à faculdade, na Zona Norte do Rio, contando com o ônibus interno do campus, que é gratuito. Nesses dias, Ana só chega em casa às 23h40. Dorme apenas quatro horas. Não à toa, reserva os fins de semana só para estudar e dormir.

— Sinto que nunca descanso — conta.

Para economistas, esse desgaste joga contra a produtividade do trabalhador brasileiro. Segundo Pereira, embora o tempo de deslocamento seja maior para os mais pobres, os mais ricos sofrem cada vez mais. O aumento da frota nas ruas agrava engarrafamentos e torna o problema de todos:

— Mesmo que persista um grau de desigualdade, a situação está começando a pegar todo mundo.

Fonte: Revista Ferroaria

JUNDIAÍ É A 3ª CIDADE BRASILEIRA COM CERTIFICAÇÃO DE INDICADORES

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Jundiaí foi agraciada com a Certificação de Cidade Sustentável ISO 37120, que avalia indicadores em conformidade com a qualidade de vida, sustentabilidade e eficiente prestação de serviços. A formulação do documento contou com a orientação da Bright Cities, plataforma referência na elaboração de diagnósticos e metodologias para a construção de cidades inteligentes.

Para o futuro melhor das cidades, é necessário compreender cenários e indicadores de desempenho de dimensões dinâmicas que compõem uma vida em sociedade, como economia, saúde, educação e meio ambiente. Para mensuração e aplicabilidade estratégica de dados selecionados, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estudou e traduziu as normas internacionais ISO 37120, 37122 e 37123, para auxiliar gestores públicos no planejamento de ações e investimentos de políticas em prol do desenvolvimento sócio-sustentável.

Uma das normas consideradas é a ISO 37120, que avalia o uso de indicadores em conformidade com a qualidade de vida, sustentabilidade e adequada prestação de serviços urbanos à sociedade. No final de maio, chegou a vez de Jundiaí (SP) receber esta modalidade de Certificação de Cidades Sustentáveis. 

A cidade é a terceira do Brasil a conquistar a certificação que reconhece a existência de monitoramento dos indicadores da norma em questão. O levantamento foi elaborado pela Prefeitura de Jundiaí, com auxílio da plataforma Bright Cities, com duração de três meses. A plataforma abrange uma equipe especializada no desenvolvimento de estudos e metodologias de gerenciamento de dados, como instrumentos de apoio para a criação de certificações e incentivo de políticas públicas.

Metodologia de trabalho e conquista do nível bronze de certificação

O trabalho de mapeamento, coleta e estudo levantou 45 indicadores essenciais, acrescidos de 14 indicadores de apoio, na cidade de Jundiaí. Todo esse processo de trabalho resultou na conquista do nível bronze de certificação pela cidade. 

Para  possibilitar a conquista desta categoria no processo de certificação, a Unidade de Gestão de Governo e Finanças (UGGF) de Jundiaí destaca a criação “em 2017, do Escritório de Avaliação de Políticas Públicas, que consolida indicadores e informações sobre o município tanto para a gestão como para a população. Ao longo dos anos, os indicadores foram sendo ampliados e se tornaram robustos, chegando a um total de 385 indicadores em 2023, o que facilitou o processo de certificação.”

Para atendimento aos critérios de conformidade exigidos pela norma 37120, foram avaliados os seguintes eixos temáticos: Água, Agricultura local/urbana e segurança alimentar, Economia, Educação, Energia, Esgotos, Esporte e Cultura, Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Finanças, Governança, Saúde, Habitação, População e Condições Sociais, Planejamento Urbano, Recreação, Segurança, Resíduos Sólidos, Telecomunicações e Transporte. 

Trabalho do Observatório de dados foi essencial para a conquista da certificação

O portal Observatório de Jundiaí, que abrange dados, informações e indicadores estratégicos para consulta da Administração Municipal, integra o novo modelo de governança da gestão pública da cidade. A ferramenta auxilia na tomada de decisões e no alcance de metas consideradas no planejamento plurianual, buscando tornar a governança da cidade cada vez mais democrática, transparente e acessível aos cidadãos. 

“O Observatório possibilita uma melhor utilização dos recursos públicos, ampliando o impacto dos investimentos realizados e gerando maior qualidade de vida para a população. Soma-se a maior eficiência dos investimentos, maior interesse acadêmico pelo município, o que se traduz em novas pesquisas, além de melhor interlocução do poder público com a sociedade”, afirma a UGGF.

Certificação estimula o crescimento de cidades inteligentes

O reconhecimento de cidades inteligentes, sob o viés da certificação ABNT, identifica boas práticas de gestão e incentiva a busca de melhorias de indicadores de desenvolvimento humano, econômico e sustentável que contemplem os parâmetros estabelecidos pelo padrão internacional ISO. 

No âmbito nacional, São José dos Campos foi a primeira cidade inteligente reconhecida do Brasil. O município foi reconhecido também como a cidade mais resiliente (nível ouro) e sustentável (nível platinum) do país.

Neste cenário, a expansão da certificação colabora para a construção de cidades mais promissoras. “O monitoramento permite ao município ampliar seu impacto e suas entregas para a população, ao identificar quais áreas demandam maior investimento comparado ao padrão internacional, ampliando a assertividade dos gestores e tornando a cidade cada vez mais inteligente, conectada e inclusiva”, destaca a Unidade do Governo.

De acordo com a Bright Cities, algumas cidades do Rio de Janeiro, como Maricá; Minas Gerais, como Juiz de Fora e Pernambuco, como Recife já estão desenvolvendo esse processo de certificação, com assessoria da plataforma. 

Para saber mais sobre o Observatório de dados de Jundiaí, confira aqui o programa Cidades, Café e Prosa que contou com a participação do Prefeito de Jundiaí, Luiz Fernando Machado; Gestor Adjunto de Governo, Jones Henrique Martins; e Gestor de Governo e Finanças, José Antonio Parimoschi.

O MERCADO DE PPPS VOLTA À CENA

Desde a sua criação em 2004, as Parcerias Público-Privadas (PPPs) vêm se consolidando como um instrumento moderno e capaz não só de alavancar investimentos, mas principalmente de assegurar a prestação de serviços públicos ou de interesse público de qualidade à população. Projetos que já estão em operação como o da PPP de unidades escolares em Belo Horizonte, do Complexo Penal do Estado de Minas Gerais e o de Hospitais na Bahia e em São Paulo evidenciam, apenas para citar alguns exemplos, como é possível viabilizar infraestrutura e serviços públicos de qualidade de forma sustentável.

Entre os setores que vêm sendo ou podem ser beneficiados pelo avanço das PPPs, há destaque para Iluminação Pública, Saneamento, Rodovias, Educação, Saúde e Energia Renovável. Ao elencar tais setores, não é preciso discorrer muito para deixar claro que as PPPs podem trazer um avanço social e econômico brutal para o Brasil, propiciando a solução de gargalos de infraestrutura e serviços de qualidade em áreas fundamentais para o desenvolvimento sustentável do país.

Entretanto, mesmo com avanços que levaram o país a atingir quase 200 projetos viabilizados, o alcance da expansão em áreas estratégicas nos seus quase 20 anos de existência foi aquém do seu potencial, o que motiva aprimoramentos no arcabouço institucional desse instrumento para que ocorra a aceleração do ritmo de estruturação e viabilização de projetos para o atendimento da demanda social represada.

Exatamente por ser um instrumento moderno que tem potencial para impulsionar investimentos e, principalmente, levar infraestrutura e serviços de qualidade para a população de forma eficiente, que o Governo Federal, por intermédio do Ministério da Fazenda e Casa Civil, colocou o tema na agenda prioritária.

Na primeira fase das medidas anunciadas está a criação de instrumento para propiciar que a União possa atuar como garantidora de projetos de PPPs de Estados e Municípios. A estruturação de garantias adequadas é um dos principais gargalos que inviabilizam bons projetos, o que é um diagnóstico consensual entre especialistas do setor. Assim, essa medida cria condições para redução de riscos nos projetos e propicia condições mais favoráveis para atração do interesse de investidores nesses projetos, o que se traduzirá em mais projetos viabilizados, com mais concorrência entre os investidores e, portanto, com menor preço para o setor público e mais serviços de qualidade para a população.

Mas não é só. A possibilidade de realização de operações de crédito para aportes durante a fase de obras desses projetos também passa a ser disponibilizada pela União aos Estados e Munícipios, na mesma linha de aumento de atratividade e redução de riscos ao parceiro privado, viabilizando projetos mais atrativos e mais eficientes.

Por fim, amplia-se a possibilidade de emissão de debêntures incentivadas por parte dos investidores. Antes restrita a infraestrutura econômica, agora também será estendida a projetos de infraestrutura social, incluindo habitação social e requalificação urbana, educação, saúde, parques urbanos e unidades de conservação, equipamentos culturais e esportivos, entre outros. Essa medida cria condições para que os próprios concessionários possam ir a mercado e captar mais recursos a menores custos para viabilizar os investimentos necessários em seus projetos.

Tais medidas por si só já possuem o condão de impulsionar o setor e provavelmente representam o maior avanço no arcabouço institucional desde 2004, mas ainda há mais por fazer. Há mais gargalos a serem resolvidos para que esse mercado possa crescer exponencialmente e que  nos próximos 4 ou 5 anos mais projetos possam ser viabilizados do que nos 20 anos de existência das PPPs no Brasil. É possível e agora será necessário criar estímulos para que a capacidade de estruturação de projetos também cresça exponencialmente, o que passa pelo incremento do funding para financiamento da estruturação de projetos, melhorias regulatórias e capacitação em escala de profissionais para que não se tenha gargalos de recursos humanos para o setor. Enfim, os primeiros passos foram dados de forma consistente e irão impulsionar a agenda da infraestrutura no país.

Fonte: CNN Brasil

INSTITUTO AROMEIAZERO LANÇA “GUIA MAIS BICICLETÁRIOS” COM O INTUITO DE PROMOVER O USO DA BICICLETA E AGREGAR OUTROS SERVIÇOS AO SISTEMA DE BICICLETÁRIOS

A publicação gratuita foi desenvolvida pela ONG com o apoio do Itaú Unibanco e parceria técnica da 23 Sul Arquitetura e Urbanismo 

Pensando em alimentar políticas públicas, apresentar um modelo de hub urbano voltado para fomento da bicicleta e da economia local e criar modelo de bicicletário que seja replicável, o Instituto Aromeiazero irá lançar,  no dia 23 de junho, durante o Parque da Mobilidade Urbana (PMU), o “Guia Mais Bicicletários”. O material é gratuito e estará disponível para download no site da ONG.

Desenvolvido pelo Instituto com o apoio do Itaú Unibanco e parceria técnica da 23 Sul Arquitetura e Urbanismo, o guia apresenta modulações diversas de bicicletários no contexto São Paulo, podendo ser adequados para outras cidades.  “Bicicletários não são depósitos de bicicletas. Eles devem ser vistos como modelo de infraestrutura urbana, que agrega serviços e usuários diversos”, comenta Heloisa Ribeiro, coordenadora de projetos do Aromeiazero.

Os módulos de bicicletários agregam serviços como oficina mecânica, hub de ciclologística, espaço de apoio ao cicloentregador, estações de bicicletas compartilhadas e  pontos de varejo alimentício, com objetivo desses serviços contribuírem para a sustentabilidade financeira do complexo. Compreendendo sua importância para a intermodalidade, estão próximos a estações de trem e metrô, terminais de ônibus, e outros, como parques, orlas e centros culturais .

Um dos exemplos citados no documento, é o projeto para o Bicicletário da estação Guaianazes da CPTM, que agrega o bicicletário a uma oficina mecânica e a um conjunto de serviços alimentícios, conectados por meio de uma praça de acesso, convidativa aos usuários.

Vale ressaltar também, que todo conjunto de bicicletário, de acordo com o  manual, terá o sistema de atendimento inicial aos ciclistas integrado através de um conjunto mobiliário, unificando a recepção e a oficina de manutenção, consertos e serviços rápidos para bicicletas. Os projetos partem das premissas de serem modulares, acessíveis, sustentáveis, com comunicação visual clara e tendo em suas fachadas a possibilidade de publicidade e aplicação de naming rights.

Através do projeto “Mais Bicicletários”, o Instituto Aromeiazero propõe-se a constituir um bicicletário próximo a estação de alta capacidade em área com altos índices de vulnerabilidade, na borda da cidade de São Paulo. A iniciativa passou pela fase 1, de estudo territorial com o apoio da pesquisa feita pela Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade); e  fase 2, de mobilização e ativação.

Recentemente foi lançado pelo Aromeiazero, o relatório “Mais Bicicletários”, responsável por  mostrar o trabalho de pesquisa e articulação para ampliação das vagas em bicicletários nas periferias de São Paulo. Tanto o relatório, quanto o manual, poderão ser acessados de forma gratuita através do site: https://www.aromeiazero.org.br/maisbicicletarios.

“Que a gente consiga promover cada vez mais a intermodalidade, geração de renda para a população local e descarbonização da região. Também queremos dialogar, através desses materiais e de conversas, com o poder público, para mostrar a importância dessas ferramentas para possibilitar a intermodalidade”, finaliza Heloisa.

Sobre o Aromeiazero 

O Instituto Aromeiazero é uma organização sem fins lucrativos que utiliza a bicicleta para reduzir as desigualdades sociais e contribuir para tornar as cidades mais resilientes. O Aromeiazero conta com o patrocínio institucional do Itaú Unibanco, além de leis de incentivo, sendo grande parte das ações em periferias e comunidades vulneráveis. Desde 2011, as iniciativas do Aro promovem uma visão integral da bicicleta, potencializando expressões culturais e artísticas, geração de renda e hábitos de vida saudáveis.

Para maiores informações: https://www.aromeiazero.org.br/.

Com informações da Assessoria de Imprensa

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PARCERIA TRAZ DADOS INÉDITOS SOBRE MOBILIDADE NO PAÍS

Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade traz inteligência para a gestão de frotas e transporte

Fruto de uma parceria inédita entre Veloe e Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade trará, mensalmente, diversos indicadores sobre a mobilidade no Brasil, incluindo a variação dos preços dos combustíveis em todo o País.

Para elaborar o boletim, analisam, diariamente, os dados de mais de 30 mil postos de combustíveis do Brasil. São monitorados os preços de gasolina comum e aditivada; diesel comum e S-10; etanol hidratado; e gás natural veicular.

“Os dados disponibilizados pela Veloe permitiram a construção de indicadores precisos e abrangentes”, avalia Vanessa Rissi. Foto: Divulgação

“A quantidade e qualidade dos dados disponibilizados pela Veloe permitiram a construção de indicadores precisos e abrangentes”, avalia a superintendente de Marketing e Analytics da Veloe, Vanessa Rissi. Os dados são, então, tabulados e, atualmente, são divulgados semanalmente para a imprensa. “Isso permite às instituições públicas, privadas ou aos cidadãos interessados  realizar análises para a melhor tomada de decisão”, completa.

Além do Indicador de Preço de Combustíveis, o Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade traz outros dados relevantes. O primeiro deles é o Indicador de Custo-Benefício Flex, que apresenta qual combustível, entre gasolina e etanol, é o mais vantajoso em cada Estado e capitais.

Outro é o Indicador de Poder de Compra de Combustíveis, que revela quanto o abastecimento compromete a renda familiar em cada região. “Uma informação muito mais fiel, pois relaciona o percentual da renda domiciliar mensal necessário para abastecer um tanque com 55 litros de gasolina comum”, esclarece a superintendente de Marketing e Analytics da Veloe.

Decisões inteligentes 

Com o objetivo de ser uma importante ferramenta de gestão de preços e do impacto do custo do combustível no bolso das famílias, o Panorama Veloe traz mais inteligência para o processo de tomada de decisões. De posse dessas informações, um gestor de frotas, por exemplo, pode não apenas calcular custos diferentes, mas também tomar decisões com base na região em que vai atuar, qual combustível é melhor para ele abastecer, entender a volatilidade dos preços, entre outras vantagens.

O BRASIL DIGITAL PRECISA DE POLÍTICAS PÚBLICAS UNIFICADAS

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Relatório recente, publicado pela IDC, mostra que o mercado brasileiro de tecnologias da informação e comunicação (TIC) deve crescer 5% em 2023.

Após um ano da adoção do 5G no Brasil, a avaliação dos governos e do mercado é que o país está indo muito bem na implantação da infraestrutura e na expansão da rede.  Em alguns casos, está até adiantado em relação ao cronograma estabelecido pela Anatel. Essa situação merece celebração, pois mostra o interesse da sociedade brasileira nas oportunidades econômicas que estão surgindo com a nova conectividade.

Relatório recente, publicado pela IDC, mostra que o mercado brasileiro de tecnologias da informação e comunicação (TIC) deve crescer 5% em 2023. A expectativa é que, juntos, os mercados aproximem-se de um total de US$ 80 bilhões. Em recortes separados, a IDC Brasil projeta um avanço de 3% em Telecom e de 6,2% em TI. Este último impulsionado pelo consumo de tecnologia pelas empresas, que deve crescer 8,7% puxado pelo investimento em software e cloud¹.

No mundo, de acordo com a análise da Academia Chinesa de Tecnologia da Informação e Comunicação, a economia digital contribuiu com mais de 47% do PIB global em 2022, e estima-se que representará mais de 60% do PIB global até 2025. Dados da Roland Berger mostram que, de 2016 a 2025, o valor potencial da transformação digital em todo o mundo será de US$ 27 trilhões.

A Nação Digital

Diante desses dados, quero reforçar, nesse artigo, a importância do conceito de Nação Digital ou Brasil Digital, que tivemos a oportunidade de apresentar ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sua visita à China em abril. Esse conceito tem como foco as políticas governamentais unificadas (governos inteligentes), a realização prática dessas políticas (cidades inteligentes), a transformação digital da economia (a digitalização dos setores produtivos) e a sustentabilidade, além do acesso à internet de qualidade e a instalação de estruturas de datacenters. 

Estamos vivendo um momento excepcional para o avanço da transformação digital no Brasil, mas, para aproveitar esta oportunidade é chegada a hora de acelerar também a elaboração de políticas públicas unificadas, lideradas pelo governo federal, com apoio de estados e municípios, que se tornem referência para a condução da transformação digital da economia brasileira nos próximos anos. 

Governos Inteligentes

Um dos principais conceitos da Nação Digital refere-se ao de governos inteligentes. É a capacidade de formular políticas públicas levando em consideração o desenvolvimento econômico e social digital do país a curto, médio e longo prazos. Abrange o planejamento e a criação de serviços públicos inclusivos e digitais por meio da aplicação de tecnologias que melhorem a qualidade de vida, a cidadania e a relação entre os cidadãos e as instituições do estado. Envolve desde a educação e a capacitação para o digital aos serviços de justiça, por exemplo.

Cidades inteligentes

Na Nação Digital, os governos inteligentes se tornam realidade, na prática, nas cidades inteligentes, uma abordagem que visa melhorar a utilização dos espaços urbanos e a vida nas cidades por meio de tecnologias para a criação de melhores serviços de transporte, de moradia, de saúde, de energia, de educação e de segurança. 

Outros exemplos que podemos adicionar são a segurança pública, o gerenciamento de tráfego, o gerenciamento ambiental e as respostas a emergências. Além disso, o desenvolvimento de cidades inteligentes depende da construção de infraestrutura digital, o que pode atrair mais investimentos. É a concretização, para o cidadão, das políticas públicas focadas na transformação digital. 

A digitalização da indústria

A digitalização da indústria consiste, dentro da chave da Nação Digital, em permitir que a tecnologia digital atinja todos os setores, incluindo, entre outros, a agricultura, a mineração, as finanças, a energia, o transporte e a manufatura. O governo pode incentivar e orientar as empresas a aprimorarem a consciência digital e a promoverem a transformação digital completa das suas operações, reduzindo custos, aumentando a eficiência e gerando postos de trabalho.

A importância das escolas

Sabemos que o governo brasileiro tem como objetivo principal fornecer acesso à internet de alta qualidade em todo o país e alcançar a inclusão social na conectividade. Por isso, estamos propondo melhorar a rede de conexão em nível nacional, incluindo cobertura de rede wifi e de fibra fixa. Além das cidades de grande e médio porte, também consideramos a cobertura de áreas remotas como pequenas cidades e a malha rodoviária nacional, que também inclui uma rede de alta qualidade e baixo custo conectando 138.000 escolas públicas e 40.000 hospitais públicos e clínicas em todo o país. O objetivo é criar uma rede nacional de dados que será a base fundamental para a transformação digital do Brasil e o desenvolvimento da economia digital, possibilitando a circulação ubíqua de dados.

A importância dos datacenters

O fortalecimento da construção de centros de dados nacionais e centros de computação deve aumentar a soberania nacional e a segurança de dados no Brasil e aumentar a importância geográfica e política do país no Hemisfério Sul, permitindo, futuramente, a construção de um centro de computação na América Latina, o que criará mais oportunidades para o desenvolvimento econômico.

A sustentabilidade e a geração de energia limpa e renovável

A sustentabilidade e a baixa emissão de carbono são uma parte importante do Brasil Digital. Como todos sabemos, o país possui uma vasta área territorial e recursos energéticos renováveis únicos. A energia hidrelétrica representa mais de 60% no mapa energético do Brasil. No entanto, devido às condições naturais, como a seca, a estrutura energética precisa ser otimizada. O Brasil possui excelente potencial solar e é um dos poucos países do mundo com duração média anual de insolação superior a 3.000 horas. Nos últimos anos, com o amadurecimento da tecnologia de energia solar e a redução de custos, a energia solar vem assumindo um papel cada vez maior no abastecimento, dando uma forte garantia para o funcionamento da infraestrutura digital e da segurança energética.

Essa é a essência do conceito de Nação Digital, que muitos países ao redor do mundo já adotam com sucesso.  Com o desenvolvimento contínuo das tecnologias de comunicação e computação, juntamente com a crescente importância da transformação digital dentro da estrutura do governo brasileiro, acreditamos que o país está abrindo novas oportunidades. Nos próximos anos, as tecnologias e o acesso à internet de alta qualidade devem melhorar a eficiência da indústria e a produtividade, a qualidade de vida e promover a criação de riqueza e de melhores serviços públicos. Estamos só no início dessa jornada.

¹Fonte: IT Forum

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities.  

#CONECTATALKS COM O CEO E FUNDADOR DA SCIPOPULIS, ROBERTO SPEICYS – STARTUP EM SOLUÇÕES DE INOVAÇÃO PARA O AVANÇO DE CIDADES INTELIGENTES E DA MOBILIDADE URBANA

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Nesta edição, Enzo Fioretti, colaborador da Plataforma Connected Smart Cities, foi o entrevistador do Conecta Talks.

O Conecta Talks é uma iniciativa do Connected Smart Cities, plataforma que, ao integrar com seu ecossistema, acelera o processo de desenvolvimento das cidades inteligentes no Brasil.

Em conversa exclusiva com o  CEO e fundador da Scipopulis, Roberto Speicys Cardoso, o executivo apresentou a história e soluções inovadoras da empresa, uma parceira de longa data do Connected Smart Cities, para o avanço de cidades inteligentes e práticas de mobilidade urbana mais humanas, conectadas e sustentáveis.

DESTAQUES DA ENTREVISTA:

  1. No início da conversa, Roberto Speicys abordou rapidamente o início da trajetória da empresa, a partir de 2013, com propostas de melhoria do transporte público, através de investimentos em inovação e inteligência de dados.
  2. Para o incentivo da construção de cidades cada vez mais inteligentes, a Scipopulis investe na criação de aplicativos e plataformas de integração, análise e compartilhamento de dados do ecossistema de mobilidade urbana para auxílio da gestão pública e busca da qualidade de vida das cidades. Sobre este aspecto, o CEO explicou como funcionam as estratégias de atuação na prática, conforme o público-alvo.
  3. Com 10 anos de fundação, a Scipopulis vem promovendo diversas iniciativas voltadas ao incremento da digitalização dos serviços públicos, aperfeiçoamento de sistemas de atendimento ao cidadão e fortalecimento do conceito smart city. Nesta parte da entrevista, foram destacados alguns cases de sucesso.
  4. Perspectiva para a participação da 9ª edição do Prêmio Connected Smart Cities, que tem o objetivo de incentivar discussões, ideias e práticas comprometidas com o desenvolvimento de cidades inteligentes. Neste âmbito, o fundador da Scipopulis  também frisou os temas essenciais para debate no Connected Smart Cities & Mobility 2023, que será realizado nos dias 4 e 5 de setembro, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo.

Assista a entrevista na íntegra aqui.

NOVA TECNOLOGIA DE MONITORAMENTO DE ESTRADAS EM MINAS GERAIS GARANTE MAIS SEGURANÇA AOS USUÁRIOS E QUALIDADE DAS VIAS CONCESSIONADAS DO ESTADO

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A Systra, empresa líder global em mobilidade e na concepção de sistemas de infraestrutura de transporte, participou da elaboração do aplicativo, um amplo banco de dados que ajudará no  acompanhamento, em tempo real, das condições das estradas, auxiliando na melhoria de serviços de manutenção de rodovias.

A Systra, empresa líder global em mobilidade e na concepção de sistemas de infraestrutura de transporte, participou da elaboração do aplicativo, um amplo banco de dados que ajudará no  acompanhamento, em tempo real, das condições das estradas, auxiliando na melhoria de serviços de manutenção de rodovias.Para a realização de viagens mais seguras, investimentos em infraestrutura e medidas de conservação de rodovias são fundamentais. Recentemente, a Systra, um dos maiores grupos de consultoria e engenharia, com mais de 20 anos de atuação em trabalhos de fiscalização de tráfego do país, participou do desenvolvimento de uma ferramenta de monitoramento e supervisão geral de alguns trechos concessionados de rodovias do estado de Minas Gerais. 

A idealização do aplicativo é fruto de uma parceria firmada entre a Secretaria de Estado e Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra), o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG) e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede).

A iniciativa integra uma agenda de ações do Governo de Minas Gerais que busca estratégias para o aperfeiçoamento da qualidade das estradas estaduais, a partir do fortalecimento de contratos de concessão privada de rodovias. Neste processo, o poder público ficará encarregado de acompanhar todos os dados enviados ao aplicativo sobre o dia a dia das estradas que contribuirão para estudos de viabilidade e no planejamento de ações de operação, manutenção e monitoramento.

“Há mais de 20 anos, a Systra apoia os órgãos reguladores na fiscalização de concessões rodoviárias, garantindo que os padrões de serviços acordados em contratos sejam cumpridos, assim como as expansões e manutenção dos sistemas viários, o que consequentemente resulta em viagens mais seguras e com fluidez”, destaca o Diretor de Operações Viárias da empresa, Marcos Monteiro.

Benefícios do novo recurso de monitoramento digital

Diretor de Operações Viárias – Marcos Monteiro
Diretor de Operações Viárias da Systra

A ferramenta tecnológica é moderna, inovadora e possibilita um processamento de dados eficiente baseado nas informações coletadas durante as movimentações nas estradas. O banco de dados digital é de confiabilidade e auxilia no planejamento de ações e na tomada de decisões em prol do conforto, da segurança viária, dentre outros aspectos referentes à gestão eficiente de tráfego, agregando mais valor às próprias rodovias. 

Neste sentido, o processo beneficia todos os atores que utilizam as rodovias, desde trabalhadores até transportadores e motoristas. Os registros ocorrem por meio do uso de sistemas de georreferenciamento, que reúnem imagens e vídeos, além de informações compartilhadas pelos próprios usuários das vias, enviadas por meio de dispositivos móveis.

Com isso, caso algum problema ou irregularidade seja identificada nos trechos percorridos, como um acidente ou algum tipo de dano, presença de obra arriscada, nas pistas, os motoristas podem relatar os casos diretamente para o DER-MG, que repassam às concessionárias responsáveis pela administração das rodovias. Em seguida, as informações serão analisadas e verificadas antes da implementação de soluções corretivas e de regularização. 

“As rodovias possuem uma dinâmica na qual o acompanhamento constante identifica ações de correção e ferramentas, como essa, permitem que essas ações sejam executadas de forma rápida. Por exemplo, problemas com sinalização vertical, com o pavimento, barreiras de proteção, entre outros, exigem ações rápidas para que se evite acidentes”, explica Monteiro.

Ampliação da conectividade e tecnologia digital para todas as estradas mineiras

A ferramenta digital, que começou a ser testada na BR-135, será, em breve, implementada na MG-050. O objetivo da gestão pública é expandir o uso e a disponibilidade dessa tecnologia para todas as estradas do estado de Minas Gerais, que já estão sob concessão do poder privado, integrando-a ainda com outros recursos de dados.