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EM BUSCA DE INTELIGÊNCIA NAS CIDADES

Nível pode ser medido por uma série de indicadores, vários deles relacionados à mobilidade, a exemplo de economia, capital humano, tecnologia e meio ambiente

As grandes cidades do planeta dependem de inovações arquitetônicas, urbanísticas e tecnológicas para que consigam se adaptar às demandas por um mundo mais sustentável e à expectativa de que se tornem mais humanas. Mobilidade é um ponto crucial nos projetos das chamadas smart cities, as cidades inteligentes, conceito que se refere à interação entre a infraestrutura urbana e as pessoas para impulsionar simultaneamente o desenvolvimento econômico e a qualidade de vida. O nível de “inteligência” de uma cidade pode ser medido por uma série de indicadores, vários deles relacionados de alguma forma à mobilidade, a exemplo de economia, capital humano, planejamento urbano, tecnologia e meio ambiente.

No início de setembro, a plataforma Connected Smart Cities publicou o ranking 2023 das cidades brasileiras que mais se aproximam do conceito. Florianópolis (SC) ficou no topo pela primeira vez desde que o ranking começou a ser elaborado, em 2015. A capital catarinense alcançou nota 36,762, seguida por Curitiba (PR) 35,789, São Paulo (SP) 35,604, Belo Horizonte (MG) 35,540 e Niterói (RJ) 35,492. No pilar específico de Mobilidade, São Paulo ficou em primeiro lugar, seguida por Florianópolis.

As cidades brasileiras estão muito atrás do padrão global, no entanto. No versão mais recente do ranking publicado anualmente pela Iese Business School, da Universidade de Navarra, na Espanha, foram avaliadas 183 grandes cidades ao redor do planeta. As cinco representantes brasileiras tiveram péssimo desempenho: São Paulo (130ª posição), Rio de Janeiro (136ª), Curitiba (153ª), Brasília (159ª) e Salvador (169ª). Santiago, capital do Chile, conquistou a melhor posição da América do Sul (75ª no geral).

A campeã do ranking, Londres, superou a concorrência pesada que completa as cinco primeiras posições: Nova York, Paris, Tóquio e Berlim. A força da capital inglesa está no conjunto: entre os nove pilares avaliados, alcançou a 1ª posição em capital humano, planejamento urbano e perfil internacional, ficou na 2ª colocação em governança e na 4ª posição em mobilidade e transporte – categoria vencida por Nova York, graças, principalmente, à ampla diversidade de modalidades de transporte oferecidas na cidade.

Avanços na mobilidade

Quando se fala em smart cities, Cingapura – 7ª colocada no ranking da Iese – tem sido um ícone global. Reconhecida como importante centro financeiro, a cidade-Estado é como um laboratório aberto de inovações em diversas áreas, incluindo mobilidade. Com população de 5,4 milhões de habitantes em 728 km2 (média de quase 7,5 mil habitantes por km2), a ilha utiliza as mais avançadas tecnologias para a gestão do transporte, cada vez menos poluente.

Com um plano de investimentos que inclui a ampliação da rede de metrô – dos atuais 230 km para 360 km até 2030 – e melhorias em outras modalidades de transporte coletivo, Cingapura está próxima de extinguir os congestionamentos. Trata-se de uma ilha com território apenas 10% maior e população dez vezes superior à de Florianópolis, também localizada numa ilha. Apesar do reconhecimento representado pela liderança no ranking Connected Smart Cities, no entanto, Florianópolis tem sofrido cada vez mais com os congestionamentos.

Um dos projetos de destaque em Cingapura envolve a lógica de V2X, abreviação modernosa de Vehicle-to-everything (“Veículos para tudo”). O ambicioso plano inclui a meta de que todos os veículos em circulação na ilha se tornem autônomos até o fim de 2025. Com os avanços da Internet das Coisas e os fortes investimentos para adaptação da infraestrutura viária, os veículos logo estarão em condições de manter comunicação constante com os outros veículos e com as rodovias (daí o nome “veículos para tudo”), condição essencial para viabilizar a circulação de carros sem a figura do motorista – só com passageiros a bordo.

Amsterdã, capital da Holanda, 8ª no ranking da Iese, também é frequentemente citada entre as cidades que conseguem combinar infraestrutura sustentável com qualidade de vida. Além do grande incentivo à produção de energia renovável e da disseminação do conceito de economia circular, a cidade tem dado ênfase à mobilidade. A capital holandesa anunciou que terá zonas de emissões zero para veículos e embarcações comerciais a partir de 2025. Nessas áreas, só serão permitidos modelos sem emissão de gases de escape, regra que será aplicada a táxis e veículos de entrega dos mais diversos tipos. Automóveis de passageiros deverão ser submetidos posteriormente à mesma exigência.

As dez principais smart cities do planeta

  1. Londres, Inglaterra
  2. Nova York, Estados Unidos
  3. Paris, França
  4. Tóquio, Japão
  5. Berlim, Alemanha
  6. Washington, Estados Unidos
  7. Cingapura
  8. Amsterdã, Holanda
  9. Oslo, Noruega
  10. Copenhague, Dinamarca

Fonte: Mobilidade Estadão

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