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5G PODE COLOCAR A “CARROÇA NA FRENTE DOS BOIS”, ALERTA DIRETOR DA CLARO

Para Eduardo Polidoro, diretor de Negócios de IoT, a maioria das demandas podem ser atendidas pela tecnologia 4G, que ainda não foi pago

Acelerar a implantação da tecnologia móvel de quinta geração, a 5G, talvez seja como “colocar a carroça na frente dos bois”, pois a maioria das soluções é atendida por 4G, comparou o diretor iOT da Claro, Eduardo Polidoro, durante evento online promovido pela Plataforma Connected Smart Cities. “A telemedicina acabou de ser implementada. Imagina fazer uma cirurgia remota”, exemplificou.

Segundo o diretor, o agronegócio do Brasil não precisa do 5G. “Se eu entregar o 4G ou o 4.5G, o agronegócio vai chorar de felicidade, porque não tem nem 2G hoje”, detalhou. “Não é preciso a 5G, por exemplo, para fazer a condução autônoma de uma colheitadeira de agronegócio. Hoje é feito com 4G sem problema”, pontuou.

Polidoro avaliou que os casos de uso da 5G no mundo ainda estão bastante imaturos. “A gente precisa ter cuidado para não criar a expectativa de que a 5G vai resolver os problemas da economia,vai mudar nossas vidas de um dia para o outro, porque não vai. Os casos de uso não estão aí”, completou o executivo.

INVESTIMENTO MULTIBILIONÁRIO

Pelas projeções de Polidoro, não deve valer a pena fazer investimentos multibilionários para entrar no leilão das frequências da nova tecnologia. Como exemplo, citou uma das exigências da minuta do leilão do 5G, que é assegurar cobertura de estradas federais.

“Cobrir uma estrada federal com 5G só para fazer caminhão autônomo eu  não sei se fecha a conta. Até porque os caminhões autônomos que estão rodando na Europa ainda têm um motorista atrás”, argumentou.

Na avaliação do diretor, o 4G ainda tem “muita lenha pra queimar”. Disse que o 4,5G ainda não foi monetizado e  oferece serviço de alta qualidade.

Fonte: Tele Síntese


OPERADORAS FAZEM TESTES PILOTOS DE CIDADES INTELIGENTES

Representantes da Claro e da Algar relataram inovações tecnológicas e reivindicam a adoção de parcerias público-privadas (PPPs) para tornar mais eficientes os gastos públicos

Experiências de serviços a serem usados para tornar as cidades inteligentes estão sendo testados pelas operadoras Algar e Claro. Inovações tecnológicas já permitem controlar o consumo de água potável, energia elétrica e até verificar o entupimento de bueiros. O uso de parcerias público-privadas (PPPs) também é uma alternativa para tornar mais eficientes os gastos dos recursos públicos

Representantes das operadoras da Claro e da Algar relataram hoje, 10, as experiências desenvolvidas pelas empresas durante evento online promovido pela Plataforma Connected Smart Cities. Algar está testando serviços de cidades inteligentes em Uberlândia (MG). Já a Claro defende que PPPs sejam a alternativa para o acesso a novas tecnologias, diferentemente do menor preço exigido na Lei das Licitações.

A  Algar está testando serviços de cidades inteligentes em um bairro planejado, para gerar tecnologias que economizem água e energia elétrica. Criado há quatro anos, o Granja Marileusa está localizado em Uberlândia e foi planejado para que as pessoas trabalhem e morem em um ambiente totalmente tecnológico.

O bairro está sendo usado para teste de soluções em pequena escala, para que, comprovada a eficácia, possam ser expandido para outros mercados. Por lá, são explorados oito eixos de atuação: mobilidade, urbanismo, meio ambiente, consumo de energia, economia, educação, saúde e segurança.

CONFORTO

“Como estratégia de entrada, nós apostamos em soluções que vão gerar conforto”, afirmou Zaima Milazzo, presidente do Brain – Centro de Inovação fundado pela Algar Telecom. “Nas casas a gente está automatizando energia e água para que a pessoa tenha um controle do uso. Ou identificar possíveis vazamentos em tempo real”.

A cidade tecnológica promove a automação das casas, escritórios, hospitais e do espaço externo como um todo. “Além dos espaços internos, a Granja Marileuza mostra que existem muitas oportunidades voltadas para a eficiência da própria cidade, como os bueiros inteligentes, o easy bus que aprimora o transporte público e gera melhor serviço para a população”, contou Zaima.

CONTRATAÇÕES DE QUALIDADE

Eduardo Polidoro, Diretor de Negócios de IoT – Claro, ressaltou a importância da parceria entre o público – privado, a fim de possibilitar qualidade na contratação destas tecnologias. “As PPPs são importantes porque a Lei das Licitações não dá espaço para contratações de qualidade. Com a PPP o nível de qualidade pode ser refletido. Dá mais ferramentas jurídicas para que o ente público contrate serviços melhores”, disse.

Fonte: Tele Síntese


A DIFERENÇA ENTRE GOVERNANÇA E GOVERNABILIDADE

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Como o conceito de governança agrega para o desenvolvimento de cidades inteligentes? E quais fatores influenciam para Brasília se classificar na 1ª posição nesse eixo no Ranking Connected Smart Cities?  

Existe uma imprecisão quanto a definição do conceito de governança. A governança é uma concepção ainda muito abstrata que pode ter aplicação em diversos campos e com sentidos variados.  De acordo com o Banco Mundial, em seu documento Governance and Development de 1992, o significado da expressão é: “a maneira pela qual o poder é exercido na administração dos recursos sociais e econômicos de um país visando desenvolvimento”.

O sentido do termo governança é frequentemente confundido com o sentido de governabilidade, já que o conceito de ambas é muito correspondente. A governabilidade, porém, se restringe apenas ao meio essencialmente estatal, estando ligada diretamente ao sistema político. Enquanto a governança tem um caráter mais amplo e, apesar de englobar dimensões presentes na governabilidade, opera em um contexto mais extenso, abrangendo toda a sociedade.

A governança não é, portanto, o mesmo que governo: seu sentido compreende relações sociais, culturais, políticas e pessoais. Essa é, consequentemente, a ação conjunta entre a sociedade e o Estado na busca de melhores resultados.

Não é por acaso que Brasília está no topo do recorte de Governança no Ranking Connected Smart Cities, elaborado pela Urban Systems: a “cidade sonho” foi idealizada pelo arquiteto Lúcio Costa como uma “cidade planejada para o trabalho ordenado e eficiente, mas ao mesmo tempo cidade viva e aprazível, própria ao devaneio e à especulação intelectual, capaz de tornar-se, com o tempo, além de centro de governo e administração, num foco de cultura dos mais lúcidos e sensíveis do país”.  

Brasília se destaca no Ranking CSC pela Escala Brasil Transparente, Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal, despesas com saúde, educação, urbanismo e segurança. O Eixo de Governança tem indicadores que apontam a transparência do município, participação social, nível de desenvolvimento municipal e nível de formação do gestor da cidade. Além disso, existe um recorde direto à gestão municipal, como os investimentos per capta em educação, saúde, urbanismo e segurança.

A cidade desenvolveu o Projeto Passaporte para o Futuro, em que 13 laboratórios de robótica oferecem cursos de tecnologias, de transformação digital e cidadania para a qualificação de jovens de 15 a 18 anos. O objetivo do projeto é desenvolver soluções tecnológicas para oferecer soluções inovadoras para os problemas e necessidades da cidade. Até o final de 2022, Brasília contará com 100 laboratórios do tipo.

Existe também o Plano Diretor de Tecnologias de Cidades Inteligentes (PDCTI) em que estão sendo implementadas diversas ações do governo com a finalidade de desenvolver novas tecnologias para melhorar a qualidade de vida da população brasiliense. 

RANKING CONNECTED SMART CITIES

O recorte de Governança apresenta uma concentração nas cidades das regiões Sudeste e Sul nas melhores posições do Ranking, sendo Brasília a única cidade da Região Centro-Oeste. Ainda existe uma divisão significativa do porte do município nas 100 melhores posições, sendo 22 com até 100 mil habitantes; e 25 com mais de 500 mil habitantes.

Brasília se destaca, também, na primeira posição do recorte de governança pela distinção nos indicadores de Escala Brasil Transparente de 9,92, Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal de 0,7799, despesas com saúde e educação acima de R$1.000 por habitante, despesas com urbanismo acima de R$500 por habitante e despesas com segurança de R$246 por habitante. 

Entenda mais sobre o Ranking Connected Smart Cities e confira mais resultados aqui.

CURIOSIDADES SOBRE BRASÍLIA

É popularmente difundida a ideia de que o formato da cidade de Brasília teria sido inspirado em um avião, ou até mesmo em borboletas. Contudo, o arquiteto que planejou a construção da cidade, Lúcio Costa, teria se inspirado no formato de uma cruz para a construção da cidade. A ideia surgiu com a necessidade de abrigar duas funções principais de uma cidade: a administrativa e a residencial. 

O formato atual é resultado de muitas adaptações do plano inicial para se adequar ao terreno da região. Apesar disso, engana-se quem pensa que ‘Asa Norte’ e ‘Asa Sul’ são termos destinados apenas por conta da forma que acabou se assemelhando a de um avião: os termos são designações muito utilizadas para projetos de arquitetura e urbanismo. Ao que tudo indica, os termos acabaram influenciando na associação de Brasília com a forma de um avião. 

RADAR CSC

Mesmo com a recessão econômica causada pela pandemia de coronavírus, 14.133 negócios novos foram abertos em Brasília entre 17 de março e 5 junho. De acordo com os dados do levantamento feito pela Junta Comercial, Industrial e Serviços do Distrito Federal, o número de empresas fechadas também foi similar ao mesmo período no ano passado: foram 5.369 fechamentos agora e 5.315 em 2019.  

Desde segunda-feira (8), informações sobre abertura e fechamento de empresas estão disponíveis no site do órgão, permitindo com que gestores públicos possam desenvolver medidas a partir desses dados, levando em conta a crise econômica causada pelo coronavírus. De acordo com o presidente da Junta Comercial, o órgão tem como objetivo auxiliar políticas públicas nesse momento: “Assim como as demais autarquias, empresas públicas e secretarias, a Junta Comercial está fazendo a parte dela ao divulgar esses dados e enriquecer as ações do governo para reerguer a economia do DF no momento pós pandemia”.

Bloco #05 | Tendências para a mobilidade inteligente

Inteligência artificial, mobilidade aérea urbana, drones, carros autônomos: realidade próxima ou futuro distante?

Entrevistados: Major Aviadora Daniele Lins, Chefe da Seção de Planejamento de Aeronaves não tripuladas (UAS) no DECEA – Departamento de Controle do Espaço Aéreo / Helio Oyama, Diretor de Product Management – Qualcomm / Pedro Leme Fleury, Diretor de Produtos e Tecnologia – Webmotors

Entrevistador: Willian Rigon, Diretor Comercial e Marketing – Urban Systems

Este bloco faz parte da série online “Mobilidade Inteligente” da Plataforma Connected Smart Cities & Mobility.

MOBILIDADE URBANA EM SMART CITIES

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Entrevista exclusiva com o diretor geral da Kido Dynamics no Brasil aborda como a implementação de novas tecnologias pode auxiliar na gestão da  mobilidade urbana 

A maneira como se entende a mobilidade urbana mudou muito com a chegada de novas tecnologias: cada vez mais o número de aplicativos voltados para a mobilidade aumentam, assim como novas maneiras de se realizar o mapeamento e gestão do transporte público. Com soluções inovadoras, a mobilidade inteligente passa a ser essencial para garantir o cotidiano das cidades e promover um futuro sem congestionamentos. 

Para discutir o tema da implementação da tecnologia na mobilidade urbana, o Connected Smart Cities realizou uma entrevista exclusiva com Luiz Eduardo Viotti, diretor geral da Kido Dynamics no Brasil. A empresa, que ficou em segundo lugar no Prêmio Connected Smart Cities ano passado, tem como objetivo a democratização da tecnologia de Big Data, promovendo melhores insights e tornando as cidades mais inteligentes e conectadas. Os seus serviços são baseados em big data e machine learning por meio de dados de telefonia celular, o que fornece informações sobre o comportamento da mobilidade das pessoas- possibilitando que as organizações possam utilizar essas informações nos seus processos de planejamento e operação.  

– Como a tecnologia está mudando a maneira que cidades organizam a mobilidade urbana atualmente? 

Luiz Eduardo Viotti: O Brasil tem aproximadamente 205 milhões de habitantes e, destes, 160 milhões vivem nas cidades, ou seja, o Brasil é predominantemente urbano. Percebemos nas nossas cidades um excesso de veículos e muitas pessoas se locomovendo por grandes distâncias nos mesmos horários todos os dias. O transporte público muitas vezes é ineficiente e o planejamento e a infraestrutura existente são insuficientes para garantir boas condições de transporte urbano. Acreditamos que a tecnologia é uma das ferramentas mais poderosas para estabelecermos um ambiente mais sustentável na mobilidade urbana. O monitoramento de fluxo em tempo real nas vias através de câmeras e sensores, sistemas de controle semafóricos e os próprios aplicativos de mobilidade que indicam rotas alternativas são exemplos de como a tecnologia pode favorecer a otimização do tráfego em uma cidade. É importante destacar, entretanto, que apenas a tecnologia em si não resolve todos os problemas de mobilidade de um lugar. Para isso é necessário aliar a tecnologia a um bom planejamento urbano, a uma adequação da infraestrutura e também a uma mudança de comportamento geral da população. 

– Qual o impacto que os aplicativos possuem na gestão urbana? 

Luiz Eduardo Viotti: Existem atualmente diversos aplicativos com diferentes impactos na gestão urbana. Falando de mobilidade podemos dar o exemplo dos aplicativos de transporte sob demanda, que se tornaram novas opções de mobilidade para as pessoas e que causaram grande impacto na demanda de transporte coletivo. Com respeito à micro-mobilidade, os aplicativos de compartilhamento de patinetes e bicicletas criaram novos padrões de locomoção, resolvendo o problema da “última milha” e servindo também como meio de transporte recreativo e turístico em grandes cidades. Existem ainda os aplicativos de orientação de rotas, que são amplamente utilizados pelo transporte individual motorizado, que ajudam os motoristas a encontrar rotas alternativas e evitar vias mais congestionadas. Consideramos que o impacto geral dos aplicativos na gestão da mobilidade urbana é positivo, mas que, por si só, também não resolve os nossos grandes problemas de mobilidade. É fundamental que tenhamos mais atenção ao planejamento urbano e que se promova uma mudança de mentalidade coletiva. A utilização de big data aliada às tecnologias atuais, como por exemplo, os celulares adiciona bastante valor ao entendimento e à capacidade de gerenciamento da mobilidade urbana. 

– Quais são os principais desafios que o Brasil enfrenta na implementação de novas tecnologias para auxiliar a gestão da mobilidade urbana?

Luiz Eduardo Viotti: Um dos principais desafios que percebemos é fazer com que os tomadores de decisão dentro dos municípios percebam a importância das novas tecnologias e que estejam dispostos a aprimorar a forma como se planeja a mobilidade urbana atualmente. O maior 

exemplo disso está na obtenção dos dados de mobilidade da população que servem para a elaboração das matrizes de origem-destino, o insumo fundamental para o planejamento de mobilidade de uma cidade ou região. Os métodos de levantamento de dados tradicionais envolvem pesquisas de campo caras e que levam meses para serem realizadas, obtendo amostras pouco representativas da população total. Por outro lado, a tecnologia fornecida pela Kido Dynamics, por exemplo, permite a geração de matrizes de origem-destino em poucos dias, com amostras bastante representativas da população total e com custos ínfimos por pessoa pesquisada. Outros desafios envolvem questões burocráticas e até mesmo a capacidade de penetração da mentalidade inovadora em alguns municípios do país. É importante que o setor público conheça as novas tecnologias que estão à disposição para que possa implementar uma melhor gestão da mobilidade urbana. 

– De acordo com o Ranking Connected Smart Cities, São Paulo é a cidade que mais se destaca no eixo de mobilidade urbana no Brasil. Como uma grande metrópole deve utilizar a tecnologia ao seu favor, com o objetivo de integrar os serviços de transporte e ter um futuro sem congestionamentos? 

Luiz Eduardo Viotti: Acreditamos que em primeiro lugar é importante que se faça um bom diagnóstico da mobilidade urbana em toda a região metropolitana de São Paulo. Como se sabe, a mobilidade é bastante dinâmica e sofre grandes variações de ano para ano. Por isso é fundamental que se tenha uma base de dados com alta frequência de atualização e que seja capaz de representar com bastante assertividade os movimentos populacionais que ocorrem na cidade. A integração de dados gerados pelas empresas operadoras de transporte público e pelos aplicativos de mobilidade com as matrizes de origem-destino obtidas através de dados oriundos das redes de telefonia móvel permite ao tomador de decisão descobrir novas formas de balancear a relação entre a oferta e a demanda de transporte com as infraestruturas existentes na cidade. Porém, mais uma vez ressaltamos que isso também passa pela mudança de comportamento geral da população, seguindo ideais mais coletivos como o próprio compartilhamento. 

– Houve expansão da iniciativa após o prêmio Connected Smart Cities? Como que está a implementação dos serviços detalhadamente hoje? 

Luiz Eduardo Viotti: A Kido Dynamics tem atuado fortemente no setor de Smart Cities e Smart Mobility, fornecendo dados de mobilidade da população para empresas de consultoria em transportes e mobilidade urbana que atendem o cliente final, que normalmente é o setor público municipal. Desenvolvemos também projetos para empresas operadoras de transporte coletivo urbano que visam reestruturar seu sistema de transporte, otimizando itinerários e reajustando as relações de demanda e oferta de transporte público em uma cidade. Também atuamos no fornecimento de dados de mobilidade para o apoio das empresas que se lançam nos processos de concessão de rodovias, mas que não possuem informação sobre os fluxos de pessoas nos trechos rodoviários em que estão se aplicando. Já estamos presente também nos setores de turismo, varejo e mercado imobiliário em que a proposta de valor da Kido Dynamics reconhecidamente oferece um grande diferencial em relação aos métodos tradicionais de pesquisa e análise de tráfego de potenciais consumidores. 

AGENDA 10/06 (4ª FEIRA): SECRETÁRIO DE TELECOMUNICAÇÕES DO MCTIC PARTICIPA DE EVENTO DIGITAL DO CONNECTED SMART CITIES SOBRE CONECTIVIDADE EM TEMPOS DE COVID-19

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Além do Secretário de Telecomunicações do MCTIC, Vitor Menezes, o evento, que acontece na quarta (10 de junho), às 10h, conta com a participação de representantes da Algar Telecom, Claro e do Connected Smart Cities 

A Plataforma Connected Smart Cities, iniciativa da Necta, realiza na quarta-feira (10 de junho de 2020), às 10h, o Bloco de encerramento da série online “O Papel da Tecnologia no Combate ao Coronavírus”, no contexto da Covid-19, utilização de tecnologias e a revolução digital. A abordagem do evento será sobre: Algar Telecom e Claro atuam para garantir plena conectividade em tempos de Covid-19 para permitir o funcionamento remoto da sociedade brasileira. Como será o mundo hiperconectado após a pandemia? As inscrições são gratuitas e estão disponíveis por meio do link:  https://evento.connectedsmartcities.com.br/evento-online-cidades-conectadas/

O evento, que faz parte da programação do evento nacional Connected Smart Cities, que em 2020 será totalmente digital, conta com a participação: do secretário de Telecomunicações do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Vitor Menezes; da presidente do Brain – Centro de Inovação fundado pela Algar Telecom, Zaima Milazzo; do diretor de negócios de IoT da Claro, Eduardo Polidoro; e da idealizadora do Connected Smart Cities e CEO da Necta, Paula Faria.

“A série contempla três blocos e tem enfatizado ainda mais a importância da pauta para o país, principalmente no atual momento de pandemia. Trouxemos as contribuições dos setores público e privado e, nesse bloco de encerramento, destacaremos, por exemplo, pontos sobre a infraestrutura da internet no Brasil e o aumento de tráfego, além de analisar se estamos diante de circunstância ou tendência. Abordaremos também a importância do país conectado, as dificuldades da falta de acesso a internet e quais as mudanças devem ser incorporadas no pós-pandemia. Sem dúvida, será um debate amplo e que contribuirá com a implementação de políticas públicas nas cidades nesse contexto”, comenta a idealizadora do Connected Smart Cities e CEO da Necta, Paula Faria.

A especialista destaca, ainda, que o evento está inserido nos projetos digitais da Necta. “Desde março último, estamos desenvolvendo ações digitais com o objetivo de implementar iniciativas que resultem em benefícios para os setores de transporte aéreo, cidades, mobilidade, inovação social, segurança pública, além de saneamento básico. As ações contam com apoio e ampla participação de gestores dos setores público e privado, especialistas e entidades”.

PROGRAMAÇÃO DA SÉRIE: O PAPEL DA TECNOLOGIA NO COMBATE AO CORONAVÍRUS

Covid-19, Utilização de Tecnologias e a Revolução Digital

27/05/2020

– BLOCO #01 | A Importância do Empoderamento e a Construção da Inteligência Coletiva: lições digitais que estamos aprendendo com a Covid-19 para construirmos cidades inteligentes; 

03/06/2020 – BLOCO #02 | Soluções de rastreamento e mapeamento georreferenciado para o monitoramento da Covid-19.

O acesso aos Blocos já realizados está disponível no link: https://bit.ly/2MK9gY4

10/06/2020 – BLOCO #03| Algar Telecom e Claro atuam para garantir plena conectividade em tempos de Covid-19 para permitir o funcionamento remoto da sociedade brasileira. Como será o mundo hiperconectado após a pandemia?

Fonte: Comunicação e Imprensa do Connected Smart Cities

FALTA DE SANEAMENTO BÁSICO E ACESSO A ÁGUA TRATADA DEIXA MILHÕES DE BRASILEIROS MAIS VULNERÁVEIS AO CORONAVÍRUS

O mundo todo enfrenta a pandemia causada pelo COVID-19 com grandes dificuldades, porém, no Brasil, a falta de infraestrutura básica se torna um complicador gravíssimo para a contenção do vírus

Além do isolamento social, a principal recomendação das autoridades mundiais de saúde no combate ao coronavírus (COVID-19) é intensificar o cuidado com a higiene. Lavar as mãos com frequência, higienizar roupas, objetos e o uso do álcool em gel já são medidas conhecidas por todos e, aparentemente, as mais simples para evitar o avanço do vírus. No entanto, no Brasil mais 35 milhões de pessoas não têm acesso à água potável, um recurso básico para a higienização correta recomendada pelas autoridades médicas. Os números são do Instituto Trata Brasil* e destacam ainda que 1 milhão e 718 mil moradias no País, não possuem banheiro e 100 milhões de pessoas vivem em localidades sem acesso à coleta de esgoto.

Essa realidade se torna ainda mais preocupante quando consideramos que, somente em 2018, foram mais de 230 mil internações decorrentes de doenças relacionadas à falta de saneamento básico. “Em 2020, esse problema continua e essas pessoas continuarão a precisar de internações e disputarão vagas com os doentes de COVID-19”, comentou Edison Carlos, presidente do Instituto Trata Brasil.

DESPERDÍCIO

É preciso acrescentar a todos esses dados outro problema gravíssimo: o desperdício de água potável. Segundo o Sistema de Informações sobre Saneamento do Governo Federal (SIS)*, em 2018, cerca de 40% de toda a água potável distribuída no País foi desperdiçada. No desperdício estão inclusos problemas como vazamentos, roubos e problemas em hidrômetros. Isso significa que, de cada 100 litros de água potável, 40 não chegam corretamente às pessoas. Essa perda equivale a 6,5 bilhões de m³ ou 7,1 mil piscinas olímpicas por dia. O prejuízo anual é de R$12 bilhões, curiosamente o mesmo valor investido anualmente em saneamento no Brasil. O presidente do Instituto Trata Brasil completa dizendo que, para que o Brasil se iguale aos países desenvolvidos seria preciso investir cerca de R$40 bilhões em infraestrutura básica.

CONEXÃO

A COVID-19 reforça o que a Urban Systems já destacava desde 2014, quando do desenvolvimento da primeira edição do Ranking Connected Smart Cities: existe um enorme déficit no investimento em infraestrutura no País e o saneamento básico deve ser prioridade e uma política permanente do Estado já que se conecta a diversos outros problemas. “O desenvolvimento só é atingido quando os agentes envolvidos nas cidades compreendem a capacidade de conexão entre todos os eixos. Exemplo disso é o fato de a cada R$ 1 investido em saneamento e infraestrutura outros R$ 4 são economizados no sistema de saúde pública. O planejamento da educação está atrelado à sustentabilidade da cadeia produtiva, geração de empregos, entre outros” explica Thomaz Assumpção, CEO da Urban Systems.

Segundo Assumpção é essencial planejar a educação, a saúde e os investimentos em infraestrutura, que proporcionarão desenvolvimento urbano com uma visão de longo prazo. “Para isso é preciso um envolvimento maior do setor privado. Não adianta delegar toda a responsabilidade para o setor público que está deficitário, com falta de pessoal capacitado e dificuldade em administrar recursos” comenta.

SMART CITIES

Willian Rigon, Diretor de Marketing da Urban Systems e pesquisador responsável pela elaboração do Ranking Connected Smart Cities relembra o impacto de inserir os indicadores de abastecimento de água, perdas na distribuição, coleta e tratamento de esgoto na primeira edição do estudo, há seis anos. “Pesquisando todas as publicações sobre cidades inteligentes, estudos internacionais e globais, nenhum deles traz em sua lista de indicadores as questões de abastecimento de água ou coleta de esgoto. Isto porque esta é uma questão já solucionada em países desenvolvidos, onde o acesso a eles já se tornou universal. No Brasil, temos capitais como Salvador, Rio de Janeiro, Brasília, Manaus e Recife com menos de 90% de atendimento de esgoto nas áreas urbanas, e gestores públicos fecham os olhos para essas questões e focam em tecnologias de semáforos inteligentes, por exemplo”.

No desenvolvimento de cidades inteligentes, mais humanas e sustentáveis, não é possível pular etapas do planejamento e deixar lacunas em questões tão básicas. “Pelo nível de atraso das cidades do nosso país, é imprescindível que se pense cidades inteligentes de forma conectadas e em todos os seus eixos, corrigindo problemas históricos de infraestrutura, como os de saneamento (eixo de meio ambiente e saúde), sem perder o foco nas questões tecnológicas, de inovação e empreendedorismo”, comenta Rigon.

O país se comprometeu junto aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) a melhorar seus indicadores de saúde e meio ambiente, e para isso, é imprescindível que municípios busquem soluções para contornar o déficit orçamentário e continuar investindo em soluções para a infraestrutura.

SETOR PRIVADO

As PPPs – Parcerias Público Privadas – principalmente em projetos de infraestrutura e transporte já são consideradas essenciais para o crescimento econômico do Brasil nos próximos anos, principalmente pós pandemia. Segundo estudos do Ministério da Economia, a aprovação do Marco Legal do Saneamento propiciaria investimentos na ordem de 700 bilhões de reais para o setor até 2033, o que, de acordo com a pasta, seria suficiente para gerar cerca de 700 mil empregos na construção civil ao longo dos próximos 14 anos.

O Marco Legal do Saneamento, PL nº. 4.162/2019*, de iniciativa do Governo Federal, aprovado pela Câmara dos Deputados no final de 2019 está, atualmente, em tramitação no Senado Federal. Em síntese, altera o marco legal do saneamento básico, abre a possibilidade de participação da iniciativa privada e estabelece metas para o setor.

A Urban Systems atua em diferentes frentes para auxiliar municípios a entenderem seus GAPs de infraestrutura e serviços, por meio de diagnóstico de cidades, até a busca de soluções para corrigir esses problemas, elaborando planos de ação que possam trazer a solução ideal para cada cidade de acordo com suas questões econômicas, urbanas e geográficas. Atua também junto a operadoras de serviços de água e esgoto, no entendimento das oportunidades atuais e futuras em cidades em que já atuam, ou buscando novos mercados.

*Fontes: Instituto Trata Brasil; Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – Governo Federal; Marco Legal Saneamento

Fonte: Urban Systems

#CONECTATALKS COM O SECRETÁRIO DE TELECOMUNICAÇÕES VITOR MENEZES| A TECNOLOGIA NO COMBATE AO CORONAVÍRUS

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A tecnologia não só permite com que as pessoas se mantenham conectadas nesse momento, como também possui um papel ativo no combate ao coronavírus: a idealizadora do Connected Smart Cities e CEO da Necta, Paula Faria, entrevistou o Secretário de Telecomunicações, Vitor Elisio Góes de Oliveira Menezes, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações para discutir o papel da tecnologia no combate ao coronavírus. 

A discussão aborda como é a infraestrutura de internet no Brasil, o papel da internet na pandemia no contexto das cidades, como garantir o acesso em um país desigual e quais serão as mudanças pós pandemia. Além disso, o Secretário explica como está sendo o processo da chegada da tecnologia 5G e como essa tecnologia funciona. 

O Secretário irá participar da série online do Connected Smart Cities nesta quarta-feira (10) para debater a utilização de tecnologias e a revolução digital em meio a pandemia, levantando a questão de como será o mundo hiperconectado pós coronavírus. Confira mais informações sobre o evento online aqui. 

PORTO ALEGRE: STARTUPS TESTAM TECNOLOGIAS QUE PODEM AJUDAR A COMBATER O CORONAVÍRUS NA CAPITAL

Programa Start.Health, do Pacto Alegre, selecionou 16 empresas para desenvolverem softwares e equipamentos

Totens instalados nas portas de escolas, abrigos e repartições públicas que fazem reconhecimento facial, medem temperatura por sensores infravermelho e alertam autoridades sanitárias caso haja suspeita de infecção por covid-19. Drones que pulverizam água e cloro em regiões de alta movimentação, como a orla do Guaíba ou o Mercado Público. Softwares capazes de organizar automaticamente escalas em hospitais e postos de saúde, mantendo afastados médicos e enfermeiros com sintomas do coronavírus.

Reconhecido como um dos mais fortes do Brasil, o polo tecnológico da Capital foi acionado pelo Pacto Alegre, movimento que une instituições de ensino, governos, iniciativa privada e sociedade civil, para desenvolver programas e equipamentos que possam ajudar Porto Alegre a combater a pandemia. 

O programa Start.Health: Startups vs. Covid recebeu propostas de 60 startups e, em maio, selecionou 16 para avançarem nos testes. As ideias mais promissoras poderão ser financiadas para começar a fornecer tecnologia para governo do Estado e prefeitura. 

— As startups mostraram que têm projetos maduros, capazes de ajudar imediatamente a cidade a enfrentar a pandemia — analisa o assessor técnico da Diretoria da Inovação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Porto Alegre, Carlos Aranha, um dos coordenadores do Start.Health. 

Nas últimas semanas, os empreendedores selecionados receberam treinamento para ajustar seus produto aos desafios impostos pelo coronavírus. A Pix Force, empresa que usa Inteligência Artificial (AI, na sigla em inglês) para processar imagens em indústrias, fazendas e companhias de energia, adequou seu software para identificar aglomerações. O programa poderá ser rodado na rede de câmeras da prefeitura e da Brigada Militar espalhadas pela cidade, alertando autoridades quando houver grande concentração de pessoas.

— Já temos experiência em captar e interpretar imagens com AI, a única adaptação será “ensinar” as câmeras das forças de segurança a reconhecerem aglomerações e gerarem alerta — detalha o diretor da Pix Force, Danilo Moura.

Outra novidade da empresa é o totem de reconhecimento facial e medição de temperatura. A tecnologia tem sido encomendada por indústrias da região metropolitana de Porto Alegre para serem instaladas nas portas de fábricas — e apenas liberam as catracas quando o empregado está saudável. Nos próximos dois meses, a empresa espera vender mil unidades à iniciativa privada.

— A tecnologia pode ser muito eficiente para controle em estabelecimentos públicos, e a um custo baixo em relação a manter seguranças fazendo a medição da febre manualmente  — aposta Moura.

Carlos Aranha esclarece que, após a fase de adaptação, o Start.Health começará a planejar um modelo de investimento para ajudar as startups a escalarem seu produto — ou seja, produzirem em larga escala. Ainda não há prazo estabelecido para esta etapa. 

— Talvez seja criado um mecanismo de doações ou crowdfunding para injetar capital nestas empresas, deixando-as preparadas para atenderem a um chamado da prefeitura — afirma Aranha.

Por esta razão, alguns dos projetos do Start.Health fazem parte de um cenário de mais longo prazo para o avanço da doença em Porto Alegre. Ou seja, não seriam usados na fase atual, apenas diante de um agravamento. Um destes projetos é o drone de pulverização de produtos químicos para eliminar focos do coronavírus.

A empresa responsável, a SkyDrones, presta serviço de pulverização de agroquímicos em lavouras. Em testes realizados no Mercado Público e no Parque da Harmonia em março, constatou que seria possível aproveitar no ambiente urbano os mesmos drones, mudando apenas o produto químico. Cada voo pode levar 10 litros de cloro, volume que desinfecta a área de um hectare.

 — Quando houve o surto do zika vírus no Brasil, em 2014 e 2015, usamos nossos drones para pulverizar larvicida em ferro velhos. Podemos fazer a mesma coisa se os casos de coronavírus se acelerarem em Porto Alegre — afirma Ulf Bogdawa, diretor da empresa. 

Entretanto, ele avalia que ainda não é a hora dos equipamentos voarem pelas ruas de Porto Alegre. 

— Como o cloro tem cheiro forte e desagradável a muitas pessoas, seria utilizado em um contexto em que a covid-19 avançasse mais rápido na Capital ou espaços onde houvesse surtos — projeta.

Fonte: GAÚCHAZH

VACINA EM SPRAY, COM APLICAÇÃO NO NARIZ, SERÁ TESTADA CONTRA A COVID-19

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Empresa farmacêutica desenvolverá os protótipos; testes em camundongos devem começar em até três meses

Uma vacina por spray nasal é a nova aposta da USP contra a covid-19. O modelo de imunização, já testado em camundongos contra hepatite B, foi redirecionado para tentar frear a disseminação do SarS-Cov-2.

A equipe, coordenada pelo médico veterinário Marco Antonio Stephano, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP, desenvolveu uma nanopartícula a partir de uma substância natural. Dentro dela, foi colocada uma proteína do vírus. Uma vez administrada, dentro das narinas, espera-se que o corpo produza a IgA secretora – anticorpos presentes na saliva, na lágrima, no colostro e em superfícies do trato respiratório, intestino e útero. “Além de inibir a entrada do patógeno na célula, a vacina impedirá a colonização deles no local da aplicação”, explica Stephano ao Jornal da USP.

A nanopartícula criada pelos pesquisadores possui propriedade muco-adesiva, ou seja, permite que o material permaneça nas narinas de 3 a 4 horas até ser absorvido pelo organismo e ativar a resposta imune. Essa especificidade impede, também, que o antígeno seja expelido pelo organismo por meio de espirros.

VIA DE IMUNIZAÇÃO

A imunoglobulina A (IgA) é um anticorpo produzido por plasmócitos – células de defesa diferenciadas a partir dos linfócitos B – quando há um agente invasor, juntamente com outras imunogloblinas, como a IgG. Já a IGA secretora (sIgA) é a imunoglobulina A presente nas secreções e superfícies dos organismos e, devido ao componente secretor, tem a capacidade de atravessar as membranas das mucosas. Desta forma, a IgAs torna-se o primeiro anticorpo a neutralizar o vírus.

Stephano trabalha no desenvolvimento de modelos vacinais na USP desde 2009. O primeiro foi desenhado para imunizar filhotes de cães contra a parvovirose. “Pensamos nos animais que ficam desprotegidos do desmame até a primeira dose da vacina injetável v8, aplicada aos 40 dias de vida”, diz o veterinário.

Logo depois, um aluno de doutorado procurou o pesquisador com a ideia de produzir uma vacina contra a hepatite B. “Testamos em camundongos e, depois de 15 dias, eles estavam imunizados”, comemora. A tecnologia serviu de base para o desenvolvimento da vacina contra a covid-19.

Stephano diz que os protótipos devem ficar prontos em três meses, quando será possível iniciar os testes em animais.

VANTAGENS

A imunização nasal traz vantagens em relação às vacinas injetáveis. É bem aceita por crianças e idosos, não é invasiva e tem menos reações ou efeitos colaterais. “Sempre que se pensa em infecções respiratórias, acreditamos que uma vacina com esse tipo de abordagem é melhor, pois ela gera imunidade no local da aplicação e produz IgA”, explica ao Jornal da USP a imunologista Cristina Bonorino, da Sociedade Brasileira de Imunologia e professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.

Virologistas e imunologistas do Instituto de Ciências Biomédicas, especialistas em nanotecnologia do Instituto de Química da USP, pesquisadores da Plataforma Científica Pasteur-USP, da Unicamp, além de uma startup estão envolvidas no projeto. Para garantir a imunização, serão necessárias quatro doses – duas em cada narina, a cada 15 dias.

Os pesquisadores estimam que o produto seja repassado ao público a um custo de R$ 100 reais. “Temos todos os atores necessários para que ele se torne realidade”, finaliza Stephano.

Segundo a OMS, existem pelo menos 100 vacinas contra a covid-19 em desenvolvimento no mundo. Algumas delas já se encontram na fase de testes clínicos.

IMUNIDADE COLETIVA – OU DE REBANHO

Imunidade coletiva, popularmente conhecida como “imunidade de rebanho”, é o conceito criado por imunologistas para calcular quantas pessoas numa população precisam estar imunes a um agente infeccioso para que ele não atinja indivíduos vulneráveis. A ideia é simples: quanto mais pessoas vacinadas, menos pessoas doentes, menos vírus circulando.

A expressão tornou-se mais conhecida depois que o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) veio a público dizer que a epidemia só terminaria depois que 70% da população fosse contaminada. Para Cristina Bonorino, da Sociedade Brasileira de Imunologia e professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, a imunidade não é algo que se estabelece naturalmente. “O que sabemos sobre o SarS-Cov-2 é baseado em epidemias anteriores causadas por outros coronavírus, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers) e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars).”

Ainda não se sabe ao certo qual porcentagem da população precisaria contrair o SarS-Cov-2 para estar imunizada e não transmitir a doença, mas algumas pesquisas estimam que este número estaria entre 60% e 80%. Cristina enfatiza, ainda, que a proteção coletiva só é possível por meio de campanhas de vacinação. “A exposição da sociedade ao coronavírus custaria a vida de milhões de cidadãos.”

Os programas de vacinação no Brasil, por exemplo, permitiram erradicar algumas doenças que já mataram milhares de pessoas, como a poliomielite, o sarampo e a rubéola.

“Com a varíola também foi assim”, relata Cristina ao Jornal da USP. As campanhas dos anos 1960 mostraram que a vacinação em massa tinha o poder de erradicar a doença. “Nunca existiu imunidade de rebanho para a varíola; as pessoas estavam expostas porque não tinham opção. Cada vez que vinha o surto, muitos simplesmente morriam”, relembra a imunologista.

“Isso não é imunidade de rebanho, isso é fragilidade da população a um vírus”, completa.

O último caso de varíola notificado no País foi em 1971.

Por Por Fabiana Mariz

Fonte: Jornal da USP