Ferramenta, desenvolvida em parceria com a startup ISGAME, promove aulas gratuitas que desenvolvem os aspectos cognitivos, físicos e sociais
A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania e da Coordenação de Políticas para a Pessoa Idosa, deu início, nesta quarta-feira (1º), a um programa de aulas on-line destinado a pessoas com mais de 60 anos, durante o período de quarentena.
As aulas, gratuitas, serão realizadas às segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras, das 15h às 16h, administradas por profissionais qualificados que orientarão os participantes durante as atividades, realizadas por meio do aplicativo de celular Cérebro Ativo.
A ferramenta estimula o raciocínio lógico, a criatividade, o planejamento, a concentração e a socialização das pessoas idosas, que neste período de isolamento necessário ficaram ainda mais vulneráveis.
No dispositivo as pessoas são estimuladas a criar os seus próprios jogos de videogame, de modo a desenvolver aspectos cognitivos, físicos e sociais, de forma leve e divertida.
A solução móvel foi desenvolvida pela startup ISGAME, parceira da iniciativa, que desde 2014 se dedica a desenvolver ferramentas tecnológicas para estimular atividades físicas e mentais para prevenir déficits cognitivos.
Para participar do programa, basta se inscrever pelo site da ISGAME www.isgame.com.br ; email: contato@isgame.com.br ou pelo whatsapp (11) 94489-2019. O aplicativo para celulares pode ser baixado nas lojas para Android e IOS.
A solução, desenvolvida pela Masterdom e baseada no IBM Watson Assistant, foi reconhecida pela ONU como uma das iniciativas mais inovadoras para ajudar na luta contra o coronavírus no Brasil
Com o impacto da pandemia da Covid-19 no Brasil e no mundo, a Prefeitura de Jundiaí – no interior de São Paulo – está lançando um assistente virtual baseado no IBM Watson Assistant na nuvem pública da IBM, e desenvolvido pela Masterdom, para ajudar a responder as dúvidas dos cidadãos relacionadas a Covid-19, de forma rápida e disponível 24×7 através do website jundiai.sp.gov.br/coronavirus.
A iniciativa é parte das ações da Prefeitura de Jundiaí para combater o coronavírus, cujos esforços foram reconhecidos e indicados pela ONU para integrar o Mapa da Reação, um mapeamento oficial das soluções inovadoras que apoiam a resposta do Brasil aos problemas causados pela pandemia.
A solução visa prover respostas automatizadas às perguntas frequentes sobre sintomas, recomendações de saúde e higiene, orientações sobre os serviços municipais e outras dúvidas relacionadas a Covid-19. A MILLA também é habilitada para direcionar o atendimento a um especialista humano, caso o usuário precise de apoio adicional emocional ou de saúde.
“A transparência e o acesso às informações são, também, auxiliares no combate à pandemia. Entendemos que para ter êxito nas ações de enfrentamento, é necessário que haja esforços conjuntos entre o governo e a população. Por isso, fizemos o sistema de monitoramento do coronavírus chegar às pessoas para mostrar o cenário epidemiológico real da cidade e facilitar o entendimento sobre a necessidade de prevenção. Agora, com a nova ferramenta para assistência virtual, conseguimos fortalecer as medidas preventivas colocadas em prática pela Prefeitura. Trata-se de uma doença nova e todas as alternativas lançadas para esclarecimentos de dúvidas devem estar ao alcance das pessoas”, avalia o Prefeito de Jundiaí Luiz Fernando Machado.
O novo assistente virtual ‘MILLA’ oferece à população um canal de fácil acesso onde as pessoas podem tirar suas dúvidas de forma rápida e apropriada. A solução visa prover respostas automatizadas às perguntas frequentes sobre sintomas, recomendações de saúde e higiene, orientações sobre os serviços municipais e outras dúvidas relacionadas a Covid-19. A MILLA também é habilitada para direcionar o atendimento a um especialista humano, caso o usuário precise de apoio adicional emocional ou de saúde.
A plataforma MILLA utiliza recurso de IA baseado no IBM Watson Assistant e foi alimentada com dados disponibilizados por profissionais da Prefeitura de Jundiaí, para responder aos cidadãos com informações oficiais nacionais e municipais. O assistente virtual foi treinado por especialistas da Masterdom com o apoio e desenvolvimento das integrações técnicas da CIJUN – Companhia de Informática de Jundiaí – e pode entender e interagir com as pessoas em linguagem natural.
“Estamos em um momento crucial para a cidade de Jundiaí, no qual a cooperação entre os setores privado e público é essencial para melhorar cada vez mais o atendimento aos cidadãos, e neste sentido nossa parceria com a Masterdom e com o uso da tecnologia IBM foi fundamental”, diz Amauri Marquezi, CEO da CIJUN. “O uso de novas tecnologias, como Inteligência Artificial, nos ajuda a estar mais perto dos cidadãos, a reduzir tempos de espera, a atender às suas necessidades atuais em termos de informação, dar assistência e até suporte psicológico”.
“Nós, na IBM, estamos trabalhando com nossos clientes para ajudá-los a emergir ainda mais fortes deste momento sem precedentes que estamos vivendo. Estamos comprometidos em atender suas necessidades atuais com soluções duradouras que poderão nos fortalecer como indivíduos, instituições e como sociedade. Como parte desses esforços, é um grande prazer ajudar a Masterdom e a Prefeitura de Jundiaí com tecnologias de cloud e IA para ajudá-los a engajar os cidadãos, em qualquer lugar”, comenta Tonny Martins, Gerente Geral da IBM Brasil.
“A ideia da Masterdom foi incentivar o uso da tecnologia e da nossa plataforma Milla que já possui conhecimento preparado para algumas áreas das empresas, inclusive sobre a Covid-19, ajudando a esclarecer e conscientizar o máximo de pessoas possível sobre a doença através da Inteligência Artificial”, diz Marcos Roberto de Barros Silva, Sócio-Diretor da Masterdom.
Como o impacto do coronavírus irá afetar o planejamento das cidades e quais são as novas tendências que despontaram durante a pandemia
Especialistas dizem que, quando a pandemia global acabar, o mundo que as pessoas irão encontrar será completamente diferentes de antes. Futuristas internacionais apontam que o vírus serve com um acelerador de futuros, apressando mudanças que já estavam acontecendo. A relação com a cidade e os espaços públicos, assim como transformações sociais e econômicas, passaram por transformações e diferentes tendências despontam no cenário pós pandemia.
O IBGE registrou um aumento de 20% no trabalho remoto entre os anos de 2017 e 2018– com medidas de isolamento social, muitas empresas passaram pelo processo de adaptação a essa modalidade e perceberam que, além de ser mais viável economicamente, existe um aumento de produtividade. Com o aumento da adoção do trabalho remoto, a maneira com que a população se desloca, em especial a utilização do transporte público, deve mudar quando a volta à normalidade.
Outra tendência forte criada em resposta ao isolamento social são shows e espetáculos online, que conecta artistas com um grande número de telespectadores utilizando a tecnologia de plataformas de streaming. Além disso, toursvirtuais em museus ganharam destaque, promovendo o uso da tecnologia para conectar pessoas em experiências culturais imersivas, sem necessitar de deslocamento.
A crise financeira decorrente do coronavírus também está mudando os hábitos de consumo da população: de acordo com o Copenhagen Institute for Futures Studies, consumidores estão buscando ter menos bens materiais e procuram consumir de maneira consciente. Cada vez mais, se leva em consideração o impacto ambiental e até mesmo o impacto social que o consumo trás, o que leva pessoas a consumirem em menor quantidade e também se engajarem mais em produtos e marcas que tenham maior engajamento com causas sociais.
Todas essas mudanças só são possíveis graças ao uso de novas tecnologias: o coronavírus acelerou processos de digitalização e as cidades sairão da pandemia mais conectadas que nunca. Cada vez mais, processos de análise de algoritmos estão sendo desenvolvidos, aliando políticas públicas à BIG DATA, IoT e Cybersecurity: o Connected Smart Cities realizou uma série de matérias sobre novas tecnologias dentro de cidades inteligentes, clique aqui para conferir as matérias.
A tendência é que, dentro do contexto de cidades, a população passe a valorizar mais o que é local: campanhas intensivas para que as pessoas consumissem em pequenos comércios dentro de seus bairros podem contribuir para a ampliação dos ‘mapas afetivos’ que a população possui com sua cidade.
Com isso, talvez o maior impacto que o coronavírus deixou para as cidades é a maior abertura a mudanças: tanto empresas e gestores públicos, quanto instituições de ensino, artistas, comércios e diversos setores da sociedade, tiveram que se adaptar às pressas a nova realidade e tornar a tecnologia uma aliada nesse processo.
5G, inteligência artificial e IoT são as mais afetadas pela covid-19 de forma positiva; carros autônomos têm impacto negativo
Um estudo da KPMG com líderes globais da indústria de semicondutor, concluído em abril deste ano, mostrou que as empresas que atuam com 5G, inteligência artificial e internet das coisas (cada um com 59%) serão as mais afetadas de forma positiva pelo impacto da covid-19 no que diz respeito aos investimento, crescimento e implementação. Enquanto isso, carros autônomos podem ser os mais impactados de maneira negativa (27%).
Mais da metade dos líderes globais deste segmento (59%) acreditam que haverá uma queda de 1 a 10% no crescimento da receita da indústria em relação ao mesmo período do ano anterior. Já 23 % acham que o crescimento será de 1 a 10%; e 18% apontam que o setor não será afetado nem com queda e nem com crescimento.
“A covid-19 mobilizou os líderes de semicondutores para rapidamente tomarem decisões no curto prazo, e com implicações de longo prazo talvez ainda não totalmente compreendidas. Conforme as cadeias de suprimentos globais e o funcionamento das empresas no dia a dia são afetados, muitos executivos da indústria estão se concentrando em medidas de resiliência para garantir que os riscos para funcionários e clientes sejam antecipados e gerenciados”, afirma o sócio-líder de tecnologia da KPMG no Brasil, Felipe Catharino.
AÇÕES DE CURTO E LONGO PRAZOS
De acordo com os entrevistados pelo estudo, a principal ação de curto prazo que líderes estão adotando nas empresas para responder à Covid-19 foi permitir arranjos de trabalho alternativos para os funcionários, como home office e horários flexíveis. Em segundo lugar, estão a garantia que os fornecedores e parceiros da cadeia de suprimentos tenham planos de continuidade de negócios; envio de comunicações regulares à equipe sobre os processos que estão sendo implementados para protegê-la e para manter as operações críticas; e a manutenção da vigilância cibernética conforme os planos de trabalho remoto e de contingência de negócios são implementados.
Para longo prazo, 55% dos entrevistados esperam revisar os planos de continuidade de negócios e implementar atualizações tecnológicas, como tecnologias de colaboração, de nuvem e automação. Já 23% esperam aumentar a diversidade geográfica da cadeia de suprimentos, incluindo fundição externa e parceiros externos de montagem e teste de semicondutores.
Informação está em pesquisa divulgada hoje pelo IBGE
Vitória (ES), Florianópolis (SC) e Campinas (SP) passaram à condição de metrópole, segundo a pesquisa Regiões de Influência das Cidades (Regic), com base em dados de 2018, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje (25).
As três cidades passaram a figurar entre as atuais 15 metrópoles brasileiras. Com a ascensão de Campinas, único município que não é uma capital estadual, São Paulo se tornou a primeira unidade da federação a ter duas metrópoles.
Segundo o IBGE, Vitória, Florianópolis e Campinas atingiram o nível de metrópole por terem elevado o número de empresas e instituições públicas, atraindo contingentes populacionais muito significativos de outras cidades para acessarem bens e serviços.
O gerente de Redes e Fluxos Geográficos do IBGE, Bruno Hidalgo, destacou as atividades econômicas que impulsionaram o alto número de empresas nas novas metrópoles. Ele lembrou que Campinas é um polo tecnológico e logístico relevante, cortada por rodovias importantes, com uma das principais universidades brasileiras – a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Já a capital do Espírito Santo abriga o Porto de Tubarão, um dos mais importantes do país, com exportação de minério de ferro. O estado tem produção de petróleo, siderurgia e celulose. No caso de Florianópolis, diz o pesquisador, não só o turismo é importante para a economia, mas o estado abriga agroindústria, produção naval e empresas de tecnologia.
São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Salvador e Manaus completam o grupo das metrópoles.
Entre as capitais regionais, são 32 novas cidades nessa categoria, totalizando 97. O estado de São Paulo apresentou o maior aumento absoluto, passando de 12 para 20 capitais regionais. Mato Grosso e Rondônia, que tinham apenas Cuiabá e Porto Velho como capitais regionais, passaram a ter mais duas cidades nesse nível, respectivamente, Sinop e Rondonópolis; e Cacoal e Ji-Paraná. Goiás, que não tinha nenhuma, passou a ter Anápolis como capital regional.
Bruno Hidalgo chamou a atenção para o fato de que as capitais regionais de Goiás, Mato Grosso e Rondônia estão ligadas às frentes do agronegócio.
DESLOCAMENTOS POPULACIONAIS
A pesquisa mostrou também a distância a ser percorrida pela população de um determinado local para adquirir produtos e serviços em outras cidades. Para cursar ensino superior, a média de deslocamento foi de 92 quilômetros (km) enquanto para atividades culturais, o estudo mostra que a média foi de 66 km. Para atividades esportivas, a média é de 73 km.
De acordo com o levantamento, há grande difusão da procura por cursos de nível superior pelo território, com cidades médias atraindo estudantes além das capitais estaduais. “É um tema que depende do estado e da região, mas em geral, tem uma presença de centros intermediários importantes em relação a outros temas da pesquisa”, disse Hidalgo.
A ida a aeroportos proporciona a maior distância média de deslocamento, com 174 km – considerando medidas em linha reta das ligações entre cidades. Segundo o IBGE, como os aeroportos estão presentes em um pequeno número de centros urbanos, os brasileiros necessitam se deslocar mais para acessar esse serviço.
O estado que registrou o maior deslocamento médio foi Mato Grosso, com 284 km na média, seguido pelo Amazonas, com 273 km. No outro extremo, os estados que proporcionaram os menores deslocamentos são os de pequena área territorial, como Sergipe (74 km) e Alagoas (114 km).
As ligações rodoviárias e hidroviárias apresentam elevada capilaridade. Por esse motivo, a média nacional de deslocamento para transporte rodoviário e hidroviário foi de 75 km, considerando as medidas das ligações entre as cidades em linha reta.
Para serviços de saúde de alta complexidade, o deslocamento da população entre cidades foi de 155 km, enquanto para serviços de saúde de média e baixa complexidade foi de 72 km.
O deslocamento médio da população para comprar eletroeletrônicos e móveis foi de 73 km. Já o deslocamento médio para a aquisição de vestuário e calçados foi de 78km.
Segundo o IBGE, os dados relativos aos serviços de saúde e de compras de vestuário e eletroeletrônicos foram antecipados em abril e maio, respectivamente, para auxiliar no combate à pandemia de covid-19.
A pesquisa, feita a cada dez anos pelo IBGE, identifica e analisa a rede urbana brasileira, estabelecendo a hierarquia dos centros urbanos e as regiões de influência das cidades. O resultado mostra a forma pela qual as cidades se relacionam entre si, por meio do deslocamento de pessoas em busca de bens e serviços, bem como pelas ligações entre sedes e filiais de empresas e instituições públicas multilocalizadas.
Teste de baixo custo e alto desempenho, em desenvolvimento pela Biolinker, visa gerar kits para a detecção de anticorpos contra o novo coronavírus no soro sanguíneo
A Biolinker, startup de biotecnologia residente na Incubadora USP/IPEN–Cietec, está desenvolvendo um teste de diagnóstico para a COVID-19, de baixo custo e alto desempenho, com insumos totalmente nacionais. O objetivo da ação é gerar kits padronizados de reação de ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) para a detecção de anticorpos circulantes IgG, produzidos em uma fase mais tardia da COVID-19, no soro de pacientes.
A detecção de IgG no soro dos pacientes será feita por meio de antígenos do nucleocapsídeo N – fração antigênica da proteína da superfície do SARS-CoV-2, usada pelo novo coronavírus para se conectar a um receptor nas células humanas, a proteína ACE2 – e infectá-las. Trata-se de um ensaio que poderá ser usado em qualquer lugar para a triagem epidemiológica da doença.
TECNOLOGIA
Por meio de um projeto apoiado pela FAPESP, a Biolinker conseguiu desenvolver e validar, ao longo dos últimos dois anos, um aptâmero, peptídeo que se liga a uma molécula-alvo, que mostrou alta afinidade e especificidade à fração constante de anticorpos IgG humanos. A startup pretende usá-lo de forma conjugada com a biotina (que funciona como coenzima no metabolismo de purinas e carboidratos) para a detecção de IgG.
Os testes serão viabilizados por meio desta tecnologia que usa um sistema in vitro de transcrição e tradução, ou seja, livre de células, para acelerar e otimizar processos de produção de proteínas. Por meio desta solução, os pesquisadores da startup já desenvolveram uma proteína que está sendo testada. De acordo com Mona das Neves Oliveira, co-founder da Biolinker, os custos de produção do teste serão baixos porque a produção tanto dos aptâmeros, como dos antígenos, pelo método sem a presença de células são econômicos. “Além disso, já possuímos plasmídeos, moléculas duplas de DNA com capacidade de reprodução, próprios para expressão das proteínas e protocolos de produção bem estabelecidos”, informa.
Segundo a pesquisadora, a empresa já está em negociação com grupos interessados em fabricar os testes, depois que estiverem 100% calibrados e prontos para serem usados na população em larga escala. “Os testes estão funcionando muito bem. Já produzimos a proteína e agora estamos tratando de purificá-la ao máximo para evitar qualquer tipo de falso positivo ou negativo”, afirma Mona.
Além do sistema livre de células, a startup também está trabalhando com as formas tradicionais de produção de proteínas para comparar e verificar qual tipo de produção apresenta melhor antigenicidade.
PROJETO
O projeto conta com a parceria da professora Ester Sabino, pesquisadora do Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), que liderou o sequenciamento do novo coronavírus no Brasil. Além disso, foi um dos seis primeiros selecionados em um edital lançado pelo PIPE-FAPESP em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), para apoiar o desenvolvimento de produtos, serviços ou processos criados por startups e pequenas empresas de base tecnológica no Estado de São Paulo, voltados ao combate da COVID-19.
“A Biolinker é uma prova de que o nosso investimento e incentivo contribui para o desenvolvimento de produtos ou serviços de base tecnológica em benefício da sociedade, especialmente, neste momento de combate à pandemia. Ficamos muito orgulhosos com a seleção da Biolinker neste edital e esperamos que os testes fiquem prontos rapidamente para agilizar o combate da doença”, afirma Sergio Risola, diretor-executivo do Cietec.
O investimento no setor pode economizar bilhões de dólares a longo prazo, além de ser essencial para a construção de cidades inteligentes e sustentáveis
Um dos pilares das cidades inteligentes é a utilização de fontes renováveis, limpas e sustentáveis de energia. A promoção de energia renováveis também está sendo apontada como um dos principais mecanismos de recuperação da economia pós pandemia, possibilitando a criação de novos empregos e seguros.
De acordo com um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a energia renovável está mais econômica que nunca, sendo que no segundo semestre de 2019 as usinas solares fotovoltaicas reduziram os custos em 83% em comparação à década anterior. Nesse sentido, a tendência de smart cities, como é o exemplo de Fujisawa no Japão, é abastecer residências com energia solar e até incentivar financeiramente os cidadãos que reduzirem o consumo de energia.
No Brasil, projetos como o SUCRE, que utiliza a palha da cana-de-açúcar para gerar energia renovável, buscam reduzir as emissões de gases de efeito estufa por meio da geração de energia sustentável. O projeto, executado pelo Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR), utiliza algo que antes era considerado um ‘resíduo’ para geração de eletricidade e faz parte do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização que faz parte do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
Iniciativas como9 essa podem gerar a economia de 621 bilhões de dólares para a região da América Latina e Caribe até 2050, segundo outro relatório realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Considerando que a descarbonização das matrizes energéticas e o fornecimento completo de transporte com emissões líquidas zero pode reduzir até 2050 1,1 bilhão de toneladas de CO2, é possível economizar 300 bilhões de dólares em despesas evitadas no transporte terrestre de passageiros e 222 bilhões de dólares nos custos de eletricidade, além de 30 bilhões de dólares no custo com saúde.
A pandemia do coronavírus impactou diretamente o setor de combustíveis fósseis e, como consequência, houve uma queda nos preços do petróleo e na demanda por eletricidade movida a carvão e gás. Como resultado desse fenômeno, os governos precisarão se atentar para fontes de energias renováveis, assim como a descarbonização do transporte, da construção civil e das indústrias.
O Connected Smart Cities Digital Xperience irá contar com um painel para discutir O papel das cidades na promoção da transição para a energia limpa, abordando temas como: Novo modelo de distribuição e gerenciamento de energia; Como acelerar a inovação e transformação nos setores de energia urbana; e A transição das cidades para um novo cenário energético de baixa emissão de carbono. Confira mais informações sobre o evento digital aqui.
A regulamentação do transporte público por ônibus é um dos principais mecanismos para garantir e viabilizar a prestação do serviço. Os modelos de contratação vigentes no País, em sua maioria, concedem às empresas privadas a operação do sistema, enquanto o poder público fica responsável pela sua fiscalização e gestão
A crise sanitária causada pela Covid-19 colocou em evidência desafios já vivenciados pelo transporte público nas últimas décadas. Com a diminuição significativa de passageiros, que chegou a mais de 70% em algumas cidades, o equilíbrio financeiro dos sistemas e a continuidade da oferta do serviço foram colocados à prova, e mostram que novos parâmetros precisam compor as regras de prestação deste serviço. A necessidade de rever a regulamentação do transporte público por ônibus abre uma oportunidade para incorporar novas tecnologias que promovam sistemas mais limpos e sustentáveis para as cidades, além de garantir segurança, eficiência e qualidade.
Os contratos de concessão determinam questões técnicas e operacionais sobre como a frota vai ser disponibilizada e como o serviço vai ser ofertado. Apontam também questões econômicas e financeiras sobre como as empresas vão ser remuneradas e penalizadas caso haja descumprimento das obrigações contratuais estabelecidas. Nesse sentido, a regulamentação pode criar barreiras ou garantir oportunidades para viabilizar a transição e implementação em escala de frotas elétricas nas cidades.
COMO OS CONTRATOS PODEM AUXILIAR NA ADOÇÃO DE ÔNIBUS ELÉTRICOS
No cenário de crise atual, a discussão sobre os impactos da poluição do ar tem dado ainda mais destaque à eletromobilidade, em vista do potencial que ônibus elétricos têm para reduzir os impactos à saúde e ao meio ambiente. A busca por formas de estabelecer modos de deslocamento mais sustentáveis, e que colaboram com o aprimoramento da qualidade do ar, já levaram algumas cidades brasileiras a se engajar na adoção de ônibus zero emissões em suas frotas.
Diversas cidades do mundo também têm avançado na incorporação desses veículos. Santiago, no Chile, é a cidade da América Latina que mais têm avançado. Dos 1.229 ônibus elétricos em circulação na América Latina, a cidade é a que mais contribui com este número, com 413 veículos. O destaque é resultado de um contrato de concessão que considerou incentivos na inclusão e renovação da frota por veículos mais limpos. É exigido, por exemplo, que pelo menos um serviço de cada lote do contrato opere com um veículo que apresente tecnologia de baixa emissão, como veículos movidos a diesel com tecnologia Euro VI e veículos híbridos, ou veículos de zero emissão, como os veículos elétricos.
Outra cidade na América Latina que tem feito grandes avanços para reduzir a poluição é Bogotá, na Colômbia. A cidade têm previsão de incluir cerca de 486 ônibus elétricos à frota. O edital lançado em 2019 estabelece critérios importantes para garantir a incorporação destes veículos, como garantia de espaço suficiente para atividades de manutenção e operação da frota elétrica, ponto essencial para carregar os veículos com segurança – seja nas garagens, ou ao longo da rota.
A capital colombiana também traz um diferencial no seu modelo de contrato, separando a regulamentação em duas partes, uma relacionada à provisão dos veículos e outra à operação. Esse tipo de modelo assegura contratos com prazos alinhados ao tipo de tecnologia veicular a ser utilizada. Dessa forma, é possível reduzir os custos e riscos relacionados à tecnologia, além de garantir competitividade do contrato e aderir à legislação ambiental vigente.
Londres, na Inglaterra, tem cerca de 269 ônibus elétricos em sua frota. O órgão responsável pelo transporte público londrino possui uma política para introduzir ônibus limpos desde 2014. Para atingir esse objetivo, as concessões, cujos contratos têm duração de 5 anos, facilitam a adoção de novas tecnologias na frota. O contrato também estabelece que a capacitação dos motoristas deve ser feita com foco na redução das emissões.
No Brasil, São Paulo é a cidade que mais tem avançado no tema, com 217 ônibus elétricos em circulação. A adoção da Lei do Clima em 2018 teve papel fundamental nesta medida e estabeleceu metas para reduzir poluentes até 2038, que foram incorporadas ao contrato de concessão. Para atingir o objetivo em duas décadas, a capital paulista estabeleceu parâmetros no seu contrato, como a renovação da frota preferencialmente por veículos mais limpos, preferencialmente de zero emissões.
COMO ANDAM AS CIDADES BRASILEIRAS?
Apesar do avanço em São Paulo na incorporação de veículos elétricos, a introdução de uma nova tecnologia à frota pode ser desafiadora. A ausência de informações e dados sobre operação de veículos elétricos ou o comprometimento com a compra de veículos com os quais os operadores não estão acostumados são algumas barreiras enfrentadas.
A regulamentação não pode dificultar e criar mais um obstáculo nesse processo. Experiências nacionais e internacionais contém incentivos que podem estimular a transição para eletromobilidade, como:
Separar os contratos de provisão de veículos dos contratos de operação para definir prazos de duração de contrato condizentes com o tipo de serviço ofertado, aprimorando a qualidade;
Estabelecer prazos de provisão ou posse dos veículos de 15 anos para ônibus elétricos e de até 10 anos para outras tecnologias veiculares;
Estipular prazos de operação menores que 10 anos para garantir a incorporação de atualizações tecnológicas e estabelecer maior competitividade;
Especificar no edital o tipo de tecnologia a ser utilizada na frota, considerando o atendimento às normas do CONAMA ao longo do período de contrato;
Monitorar as emissões veiculares de forma regular;
Fiscalizar se as metas e normas quanto aos níveis de emissão de poluentes estão sendo cumpridas – e penalizar quando não estiverem;
Estabelecer e aplicar multas ou sanções vinculadas ao atendimento das exigências ambientais e de aprimoramento da qualidade do serviço;
Inserir elementos nos critérios de remuneração relacionados ao aprimoramento da qualidade do serviço para o usuário;
Garantir a renovação regular da frota considerando a transição para frotas limpas como parâmetro;
Priorizar a renovação de veículos antigos, ou de tecnologia veicular desatualizada;
Garantir que garagens e locais de abastecimento sejam cobertos e arejados para evitar a exposição dos veículos e da bateria às variações climáticas;
Estabelecer treinamento obrigatório e regular aos funcionários e condutores com foco nas novas tecnologias adotadas.
O infográfico Incentivos na regulamentação podem ser chave para eletrificação traz os principais obstáculos e oportunidades encontradas nos contratos de 13 capitais brasileiras, considerando elementos que podem estimular a transição para eletromobilidade.
“Todos nós concordamos que as cidades precisam reduzir sua pegada de carbono e que a eletrificação é uma ótima maneira de se fazer isso. Contudo, temos poucos incentivos para efetuar essa mudança de tecnologia e acredito que o governo tem um papel fundamental nesse processo”, Juan Carlos MuñosConselheiro Executivo do BRT Center of Excellence.
Os contratos precisam incentivar a utilização dos veículos elétricos entendendo o potencial e os benefícios que eles trazem às cidades. Os estímulos precisam ser incorporados nos editais de licitação ou no momento de revisão dos contratos, e podem ser chave para transição para frotas limpas no Brasil.
Lançamento da Muralha Digital, quase 500 novas câmeras de videomonitoramento serão instaladas em pontos estratégicos da cidade até o fim do ano
Quase 500 novas câmeras de videomonitoramento serão instaladas em pontos estratégicos da cidade até o fim do ano. São equipamentos de alta resolução full HD e que incluem câmeras com reconhecimento facial, panorâmicas, térmicas e com reconhecimento de placas de veículos, que se somam às cerca de 700 câmeras já existentes em ruas e estações-tubo.
O projeto, que marca o lançamento da Muralha Digital, é uma parceria da Prefeitura com o Instituto das Cidades Inteligentes (ICI). A programação das etapas do projeto e exemplos da utilização da câmera foram apresentados ao prefeito Rafael Greca, na tarde desta segunda-feira (29/6).
“A ideia é dar a Curitiba um instrumento de controle para a área de Defesa Social e de Segurança Pública. Serão 488 novas câmeras, somadas com as 697 câmeras que a cidade já dispõe para uso de controle de trânsito e de segurança, nos terminais, nas praças e nas ruas. A ideia é dar a Curitiba o que há de mais moderno em termos de tecnologia”, disse o prefeito.
O objetivo é que essa articulação proporcione melhorias significativas nos processos de gestão do trânsito, transporte coletivo, segurança preventiva, defesa civil e assistência social, por meio do processamento, em tempo real, de informações coletadas por dispositivos de videomonitoramento, permitindo o tratamento desses dados e sua transformação em inteligência.
De acordo com o prefeito, este é o começo de um grande programa que criará, no prédio do ICI, um novo Centro de Controle de Operações (CCO).
“Isso nos tornará a mais moderna das cidades do Brasil em inteligência de defesa social”, destacou Greca.
MAPA DO CRIME
As novas câmeras estarão em terminais, praças, parques e alguns pontos definidos com base no mapa do crime da cidade. Escolas municipais são alguns dos locais em que se pretende instalar parte do projeto da Muralha Digital, conforme informações do diretor-presidente do ICI, Fabrício Ormeneze Zanini.
“Por exemplo, um colégio onde aconteça qualquer incidente. Esse colégio vai estar em contato diretamente com a nossa central de operação, que vai estar sendo gerida pela competente Defesa Social, que vão ajudar a tornar Curitiba cada vez mais segura e mais inteligente”, disse ele.
INTEGRAÇÃO COM SISTEMA DE RADARES
Todo esse sistema de videomonitoramento estará integrado com os radares de trânsito e com as câmeras de alta qualidade da iniciativa privada. Pela nova licitação de radar, em andamento, são 804 faixas monitoradas – o equivalente a cerca de 300 equipamentos – todos com leitura de placa, como observou o secretário municipal de Defesa Social e Trânsito, Guilherme Rangel, também presente na reunião.
Já empresas da iniciativa particular e cidadãos que quiserem compartilhar as imagens com o poder público podem fazer esse procedimento, conforme prevê a lei municipal de videomonitoramento jás aprovada pela Câmara de Vereadores.
“A gente vai poder dar um salto muito grande na otimização do uso da tecnologia em prol da segurança, ampliando os olhos e braços da Guarda Municipal, da Polícia Militar e da Polícia Civil, lembrando que essa integração entre as forças policiais é muito importante e cada vez mais algo corriqueiro para gente, sempre pensando em segurança efetiva para a população de Curitiba”, afirmou o secretário.
Segundo lembrou Rangel, o projeto de muralha digital é inspirado em grandes cidades que já têm esse método funcionando, como Jerusalém, Tel Aviv, Chicago e Barcelona.
A apresentação da Muralha Digital foi acompanhada pelo secretário municipal de Administração e de Gestão Pessoal, Alexandre Jarschel de Oliveira; pelo superintendente da Guarda Municipal, Carlos Celso dos Santos Junior; pelo superintendente de tecnologia da Informação, Leandro Vergara Raimundi; pelos diretores da Superintendência de Trânsito (Setran) Pedro Darci da Silva Junior (planejamento e operação) e Bernardo Fidalgo de Barros (infrações, recursos e tecnologias).
A conselheira para o Desenvolvimento Sustentável no Serviço Econômico da Embaixada da França, Françoise Méteyer-Zeldine destaca a cooperação entre as empresas francesas e o Brasil para o desenvolvimento de cidades
Paula Faria, CEO da Necta e idealizadora do Connected Smart Cities & Mobility, especialista em mercados de cidades inteligentes, mobilidade, aeroportos, segurança pública, PPPs e inovação social. A executiva se destaca, principalmente, por fomentar as iniciativas voltadas para o desenvolvimento das cidades e conduz o Conecta Talks.
No bate-papo com a conselheira para o Desenvolvimento Sustentável no Serviço Econômico da Embaixada da França, Françoise Méteyer-Zeldine, a conselheira destacou a cooperação entre as empresas francesas e o Brasil para o desenvolvimento de cidades, por meio do Clube Cidades Sustentáveis, iniciativa da Embaixada, que reúne 70 membros e integra as atividades de cooperação França-Brasil.
DESTAQUES DA ENTREVISTA:
1. Como a expertise da França no modelo de Parcerias público-privadas (PPPs), que foi implantado na França há 500 anos e hoje é o mais utilizado para a gestão dos serviços públicos urbanos, que precisa ter o cidadão como figura central, pode contribuir com o desenvolvimento dos municípios brasileiros.
2. Françoise Méteyer-Zeldine enfatiza pontos da parceria do Connected Smart Cities e o Clube Cidades Sustentáveis, apontado a importância da Plataforma no desenvolvimento de cidades mais inteligentes e o seu papel como catalisadora junto aos setores público e privado.
3. Também foram apresentados durante a entrevistas exemplos de projetos do Clube Cidades Sustentáveis e seus resultados para os municípios onde vem sendo implementados.
4. Além de outros pontos como o desenvolvimento das cidades no contexto da pandemia da Covid-19.