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CIDADES INTELIGENTES PRECISAM DE MAIS MULHERES NA ÁREA TECNOLÓGICA

Apesar dos inegáveis avanços nos últimos anos, a participação das mulheres na área tecnológica ainda está longe da meta. Segundo dados do Sistema Confea/Crea e Mútua, em 2021, as mulheres eram só 14% dos profissionais registrados no País. Agora, já somos 19%. Um crescimento considerável, mas ainda tímido. Isso sem falar que continuamos sendo minoria nas posições de liderança e tomada de decisões.

Especialistas em mercado de trabalho e gênero estimam que, mantendo o ritmo atual, serão necessários mais de 200 anos de ações e projetos para chegar a uma paridade de gênero. Para não esperar todo esse tempo, precisamos acelerar o passo. Especialmente nas áreas de Engenharia, Agronomia e Geociências, onde esse desafio é ainda maior. Neste sentido, estamos caminhando com projetos que aceleram a mudança.

O Programa Mulher, desenvolvido pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) e instituído no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo (Crea-SP) em 2021, já tem dado resultados e é um bom exemplo. Outubro é mês de começar os balanços das ações do ano e, no calendário nacional, um período focado em ações para as mulheres. Sendo assim, é também uma oportunidade de trazer o assunto para a pauta — e, para tirar o atraso, não podemos perder nenhuma.

Na área tecnológica, temos falado muito de cidades inteligentes e precisamos nos lembrar que a diversidade tem tudo a ver com isso. Cidades inteligentes são aquelas que utilizam a tecnologia a serviço das pessoas e do futuro que queremos construir. Além disso, os projetos mais inovadores costumam surgir da junção de pensamentos diferentes. E, se as mulheres são mais de metade da população brasileira, precisam fazer parte desses projetos.

No Crea-SP estamos caminhando nessa direção. Entre os avanços de 2023, pela primeira vez, a pauta das mulheres foi um eixo temático de discussão nas etapas regionais do Colégio de Inspetores, resultando em um relatório técnico produzido pelo Conselho e entregue aos municípios e ao governo do estado, com direcionamentos claros de como começar. Nossa ideia foi mostrar que dá para fazer, evidenciando não só as dificuldades que as mulheres enfrentam na área, mas também caminhos para superá-las.

Estimular crianças e adolescentes a ingressarem na área tecnológica é uma das formas de fazer isso, mas o método de ensino das escolas e faculdades precisa ser adaptado, usando a tecnologia como aliada para inovar nas aulas. Também é urgente aumentar a proporção de mulheres em lideranças de associações de classe, além de lutar pela equidade salarial e contra todas as formas de assédio e discriminação.

A própria tecnologia pode ajudar com ideias inovadoras para promover a igualdade de gênero. A criação de Femtechs, por exemplo, é uma das ideias mais promissoras. São chamadas assim as startups focadas no desenvolvimento de soluções e produtos para o empoderamento das mulheres. O desenvolvimento de uma empresa com essas bases é uma alternativa eficiente para engajar mais mulheres e meninas na área tecnológica. O relatório também traz ações práticas que podemos começar a adotar para isso.

Mas, como fazer isso em um campo tão masculino? A aposta é trazer os homens para esse debate porque eles precisam entender a importância de ocuparmos os mesmos espaços e, também, que precisamos deles para isso. Ao trabalharmos juntos, o futuro da área tecnológica será mais diverso, e a sociedade como um todo será favorecida.

*Eng. Poliana Krüger é coordenadora do Comitê Gestor do Programa Mulher do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP)

Sobre o Crea-SP – Instalada há 89 anos, a autarquia federal é responsável pela fiscalização, controle, orientação e aprimoramento do exercício e das atividades profissionais nas áreas da Engenharia, Agronomia e Geociências. O Crea-SP está presente nos 645 municípios do Estado, conta com cerca de 350 mil profissionais registrados e 95 mil empresas registradas.

Crédito: Assessoria Crea-SP

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