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CINCO CIDADES BRASILEIRAS AVANÇAM NA IMPLEMENTAÇÃO DE ÔNIBUS ELÉTRICOS NO TRANSPORTE PÚBLICO

Patricia Esteves
Patricia Esteves
Assessora de Imprensa da Necta - Conexões com Propósito

Série temática realizada por Enel X, em parceria com Connected Smart Cities & Mobility, discute desafios da eletrificação do transporte no Brasil

Campinas, Curitiba, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo estão entre as 20 cidades pelo mundo encontrando maneiras de melhorar a capacidade e a eficiência do transporte público. Estas 5 cidades brasileiras já assinaram a carta de intenção Missão TUMI E-Bus – que quer colaborar tecnicamente para a aquisição de 100 mil ônibus elétricos até 2025, em cerca de 500 cidades.   

Esse assunto foi um dos pontos abordados na série temática que discutiu “Os desafios da Eletrificação do Transporte no Brasil”, apresentada de 23 de junho a 28 de julho, pela Enel X em parceria com o Connected Smart Cities & Mobility. 



O evento

A série temática foi realizada em 05 blocos, com moderação de Edgar Barassa, fundador da Barassa & Cruz Consulting, sempre trazendo convidados representantes de governos e instituições privadas, para discutirem acerca da eletrificação no transporte público brasileiro.

Enel X

O objetivo da Enel X é ser referência no Brasil com iluminação pública, eficiência energética e smart building, e mobilidade elétrica e urbana. Os projetos da empresa foram repensados de acordo com a realidade atual e os projetos de e-city tentam redesenhar os desafios das cidades inteligentes.

Illan Cuperstein, vice-diretor regional para a América Latina da C-40, e um dos palestrantes, citou a parceria Zebra com o objetivo de fomentar todas novas aquisições nas principais cidades latino-americanas, para tecnologias com zero emissões. Já Beto Costa, diretor executivo da Estapar, comentou sobre o Eco Vargas, a primeira rede semipública com 250 postos de recarga nas operações da Estapar, em 23 cidades diferentes. A reflexão foi sobre a criação do setor de mobilidade elétrica, levando em consideração a dificuldade de fluidez, e como acessar o serviço.

Os especialistas concordaram que, se o ambiente regulatório for favorável para empresas de distribuição e outros setores, será possível trabalhar preços menores para consumidores e distribuidores. Também foi discutido que é de extrema importância as parcerias com as indústrias. 

São Paulo anunciou mais de 3 mil veículos elétricos novos nos últimos 3 anos. Adalberto Maluf, diretor da BYD do Brasil, disse que a cidade tem uma iniciativa louvável e um projeto que pode viabilizar o setor da eletromobilidade no Brasil, a competição com o Diesel em condição de gás. “Existe demanda em uma cidade como São Paulo onde morrem 10 mil pessoas por ano, devido a poluição com o Diesel, isto é saúde pública”, comentou Maluf. 

Eletra

A Eletra produz no Brasil ônibus elétricos a partir da montagem de chassi nacional, motores, inversores e baterias. Para Ieda Oliveira, diretora da Eletra, políticas de incentivo e fomento é o que vai fazer com que o Brasil esteja em condições de igualdade. “Nossa intenção é trazer novas tendências e tipos de materiais que possam ser produzidos no Brasil, como uma carroceria mais leve. Precisamos do apoio da infraestrutura de energia para as garagens, é um trabalho em conjunto que se faz necessário”, comentou.

BNDES

Rafael Pimentel, chefe do departamento de mobilidade urbana e logística do BNDES, afirmou que é necessário comparar as taxas de risco com os mesmos prazos. “Aos operadores, a preocupação é em relação ao custo e, quanto mais eles podem adiar a decisão dos ônibus elétricos, eles vão adiar, caso não haja políticas públicas a favor desta mudança”, disse. Pimentel afirmou ainda que o banco atua na parte de estudos e projetos à frente do crédito, financiando os equipamentos e o eixo de garantias. “O financiamento de crédito na mobilidade urbana acontece com operações diretas para clientes de grande porte, e as operações indiretas para clientes de todos os portes”, completou. 

Banco Mundial

Taís Fonseca, especialista em transporte urbano no Banco Mundial, confirmou que o primeiro ponto do banco é trazer estudos técnicos e analíticos para ajudar fabricantes e municípios com sistemas de regulação, políticas fiscais e políticas de importação. As operações de crédito para financiamento do material ou infraestrutura de recarga dentro de projetos que já estão sendo estruturados, e os sistemas de garantias tanto a nível federal, como municipal tem o apoio do Banco Mundial. 

Municípios e Estados na Eletromobilidade 

Luís Fernando Jamur – secretário de governo da Prefeitura de Curitiba, e presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento da cidade, disse que a meta é neutralizar o carbono até 2050. Para isso, existem projetos com operação de ônibus elétricos no Inter-2 (o segundo corredor mais carregado no trânsito de Curitiba) e o corredor Leste-Oeste da cidade. Em meados de outubro, a capital paranaense deve licitar o primeiro lote para execução da obra, e operar inicialmente com 116 ônibus elétricos. “Uma grande ajuda aos municípios é o Governo Federal desonerar os impostos destes veículos elétricos”, comentou Jamur. Curitiba já possui 32 ônibus híbridos (diesel/elétricos) em sua frota.

Em Salvador, Nelson Pelegrino, secretário de desenvolvimento urbano do Estado da Bahia, comentou que a capital baiana está abrindo licitação para o transporte metropolitano iniciar operações com ônibus elétricos. O secretário lembrou que o custo de um ônibus elétrico é superior ao movido à diesel ou gás, mas que a vantagem do investimento na eletromobilidade do transporte público é a vida útil superior. “Enquanto um ônibus à óleo tem vida útil de 5 a 8 anos, o elétrico pode chegar a 15. O combustível que ele consome é em torno de 40% do consumo de um carro à óleo diesel, além da manutenção ser mais barata”, disse o secretário.

Mesa Redonda

Na mesa redonda, realizada por Nicola Cotugno, country manager da Enel Brasil; Jens Giersdorf, advisor – TUMI – Transformative Urban Mobility Initiative; e Carlos Eduardo Cardoso de Souza, responsável e-city da Enel X, a opinião compartilhada foi de que a mobilidade e o transporte podem fazer algo pela mudança climática, pelo fator econômico e pela sustentabilidade das cidades. “Mobilidade elétrica é criar um ecossistema que oferece uma experiência inovadora, podendo estimular um uso mais amplo do serviço público”, disse Giersdorf. Nicola Cotugno afirmou que o que  vai acelerar o processo é olhar a experiência de países vizinhos. 

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