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SÃO PAULO 470 ANOS

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Comemoração do aniversário da cidade dia 25 de janeiro: Da Permanência à Inovação, a Rota para uma Metrópole Inteligente e Conectada

“Sampa”. “Selva de pedra”. “A locomotiva do Brasil”. “A cidade que nunca dorme”. “A cidade que não para”… São diversas as expressões comumente associadas à cidade de São Paulo. No entanto, poucos se recordam de que uma dessas afirmações já foi: “São Paulo deve parar!”.

Nos anos 1950, a população paulistana saltou de pouco menos de 2,2 milhões de habitantes para mais de 3,6 milhões. Naquele momento, o antropólogo e professor Claude Lévi-Strauss observou: “A cidade desenvolve-se com tal rapidez que é impossível traçar um mapa: cada semana exigiria uma nova edição”. Na prática, quando o crescimento populacional acelerado não é acompanhado por uma expansão equivalente das infraestruturas (ambientais, socioculturais e econômicas), as demandas sociais se acumulam. Portanto, não é difícil compreender o ponto de vista daqueles que indicavam o processo de crescimento urbano como responsável pelos problemas sociais paulistanos e, consequentemente, como algo que precisava ser interrompido.

Não defenderei aqui que São Paulo deva parar. Na verdade, não penso que seja possível ou desejável. Contudo, ao celebrarmos os 470 anos da cidade, argumento que brasileiros, paulistas e paulistanos devem. E, neste breve instante, contemplar o que éramos, o que somos e o que pretendemos ser.

Nas cidades, as análises das mudanças sociais são referências para as suas temporalidades e especificidades: o padrão de crescimento, a expansão dos bairros periféricos, a tardia ação do Estado, a segregação socioespacial, os diferentes graus de inclusão/exclusão, os problemas ecológicos, a vulnerabilidade civil e econômica, a falta de confiança e legitimidade nas leis e instituições, as manifestações de violência, entre outros. Cada um desses aspectos é muito revelador.

De fato, a rápida mudança citadina tende a acarretar em desorganização social; poucas são as esferas da vida social que se mantêm equilibradas ou integradas nessa condição. Os serviços públicos não acompanham o crescimento urbano; há crise habitacional, apesar do ritmo acelerado das construções; o sistema de transporte mostra-se ineficiente, afetando os ecossistemas e a qualidade de vida das comunidades. Enfim, o crescimento desordenado manifesta-se em níveis desiguais de infraestruturas e usos de tecnologias para atender às necessidades vitais da população.

Já sabemos bastante sobre tudo isso. Então, a questão que se coloca não é “de onde viemos” ou “o que somos”, mas “para onde vamos” – ou, na verdade, para onde queremos ir. Nesse momento percebemos que, em São Paulo, existe espaço tanto para permanências quanto para as inovações.

As permanências (afirmação e repetição) tornam-se mais benéficas quando entendemos como os mecanismos de mudança reajustam as partes do sistema social para mantê-lo coeso e conhecido. O desafio aqui é compreender o que muda em uma sociedade, o ritmo da transição e os fatores que contribuem para seu desenvolvimento e transformação.

No que diz respeito às inovações (processo e resultado), elas são mais efetivas quando consideramos simultaneamente as condições favoráveis ou desfavoráveis para o desenvolvimento e os impactos na reintegração do sistema social diante das mudanças que se busca implementar. Essa avaliação abrange elementos cruciais como o contexto local, o momento e as vulnerabilidades dos grupos afetados.

Em uma metrópole dinâmica como São Paulo, onde passado e futuro coexistem, a concepção de cidade inteligente ganha destaque. Integrando tecnologia, dados e participação cidadã, as cidades conectadas devem otimizar serviços urbanos, promover a sustentabilidade e promover o bem-estar de todos. Nesse cenário, a reflexão sobre “para onde queremos ir” torna-se intrinsecamente ligada à visão de uma cidade resiliente e eficiente, capaz de adaptar-se às mudanças, antecipar desafios e, assim, criar um ambiente mais tecnológico e humano.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

COMO REDUZIR A EMISSÃO DE CO2 E MELHORAR A MOBILIDADE URBANA?

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Uso de combustíveis fósseis é uma das principais fontes para a produção de toneladas de dióxido de carbono lançadas na atmosfera

A redução da emissão de CO2 e a melhoria da mobilidade são objetivos interligados. Afinal, o uso de combustíveis fósseis é uma das principais fontes para a produção de toneladas de dióxido de carbono lançadas na atmosfera.

De acordo com um relatório publicado pela Agência Internacional de Energia (IEA), a queima de combustíveis fósseis representa 87% das emissões globais de CO2. Ou seja, foram 39,3 bilhões de toneladas de carbono equivalente em 2022, uma alta de 0,8% com relação a 2021.

Por sua vez, os transportes são responsáveis pela maioria das emissões anuais de CO2. Os carros representam dois quintos do total e dividem espaço com o transporte rodoviário em geral, ferroviário, marítimo e aéreo.

O que é a emissão de CO2?

A emissão de CO2 se refere ao lançamento de gases do efeito estufa na atmosfera, sendo o dióxido de carbono o principal. Na prática, a queima de combustíveis fósseis gera as emissões, entre outros fatores.

Até mesmo a respiração de pessoas e animais gera o CO2. O desmatamento, queimadas e lavagem de polpa de celulose e papel também são responsáveis pelas emissões, porém cada prática com sua respectiva proporção.

Qual o problema da emissão de CO2?

O problema é que as emissões em excesso de CO2 trazem graves consequências. Por exemplo, o transporte e a agropecuária podem gerar desequilíbrios nos reservatórios naturais de carbono, gerando riscos.

Em suma, o CO2 é tóxico para o ser humano. Pode causar ou agravar doenças cardiopulmonares, entre outras consequências.

Além disso, a alta concentração do dióxido de carbono é um dos fatores responsáveis pelo efeito estufa. Portanto, o aumento da temperatura global é uma preocupação mundial que tem como origem os gases do efeito estufa.

Por fim, o CO2 também pode provocar chuva ácida. Na prática, isso pode afetar o solo, as águas e até mesmo a vegetação, trazendo ainda mais consequências para os seres humanos.

Leia também: Inovação social e o potencial da interseccionalidade nas políticas públicas

Como reduzir o CO2?

A redução do CO2 é um trabalho conjunto entre o governo, as empresas e a sociedade. Por exemplo, algumas políticas governamentais são mais rígidas para o controle da emissão do gás. O uso de energia renovável, sobretudo no transporte, também é uma excelente saída.

O incentivo a alternativas de transporte e veículos menos poluentes também contribui para as reduções. Assim como políticas voltadas ao reflorestamento, agricultura sustentável e redução de desmatamento.

Os transportes sustentáveis podem ser movidos por energia limpa, como biocombustíveis ou energia elétrica, por exemplo. Além disso, o incentivo ao uso do transporte público e bicicletas, por exemplo, também podem contribuir para a redução de poluentes.A realização de pesquisas, com o apoio de universidades e empresas, também contribui para a redução de poluentes. Afinal, quanto mais tecnologias existentes, maiores são as chances de soluções inovadoras para o setor de transportes.

Fonte: Mobilidade Estadão

CINCO TENDÊNCIAS QUE SINALIZAM O RUMO DA TECNOLOGIA EM 2024

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Amy Webb, futurista renomada, divulga tendências tech em sua carta anual do Future Today Institute

Eu sempre gostei de dizer que inovação é a união de processo com repertório. Ela não vem do acaso e eu acredito fortemente que empresas e lideranças precisam priorizar e estruturar ações que resultarão em inovação, e para isso, precisamos primeiramente implementar alguns processos. Criar momentos intencionais para fóruns de ideias, estabelecer squads de inovação e estimular um ambiente de criatividade e aprendizagem são alguns exemplos de como começar.

Mas não é só isso. Em seguida, vem a importância do ganho de repertório. Ele não se limita às paredes da organização e surge quando nos colocamos presentes em momentos para aprender com outras pessoas, seja através do networking direto ou até mesmo em palestras e eventos.

Se eu puder dar um dica de evento para participar e expandir repertório, eu indicaria o South by Southwest, o SXSW, que entre muito conteúdo e presenças ilustres, conta também com a famosa palestra da Amy Webb – a futurista, professora da Universidade de Nova York e fundadora e CEO do Future Today Institute (FTI). Todo ano, Webb, que é uma das atrações mais esperada do SXSW, divulga seu relatório de tendências para o ano, e em 2023, estive presente para acompanhar as boas reflexões que, de fato, mexeram com o mercado durante o ano.

Para 2024, a futurista já divulgou a sua carta anual com uma revisão geral do que vivemos em 2023 e, principalmente, alguns sinais do que podemos esperar para os próximos meses. Veja, abaixo, alguns dos insights da carta:

Cinco temas tech que estarão em alta em 2024, segundo Amy Webb:

1- IAs que tiram as ideias do papel desencadeiam nova onda de inovação

O que ela chama de “concept-to-concrete AIs”, ou inteligências artificiais que vão da ideia ao produto final, são as ferramentas que simplificam a geração e o refinamento de ideias. Em um esforço colaborativo, que pode durar alguns dias, você reflete sobre perguntas e respostas junto com sua IA e desenvolve suas ideias transformando-as em realidade.

2- Tornando a sustentabilidade de fato, sustentável

As grandes empresas enfrentam desafios para alcançar metas de emissões zero de gases com efeito estufa até 2030, e Amy destaca a necessidade de tornar a sustentabilidade mais sustentável. Ela aponta que a resistência em encarar iniciativas climáticas como investimentos cruciais, somada à relutância em buscar conhecimentos externos, tem limitado o progresso desde 2018. Amy enfatiza a urgência de inovações em áreas como redes de energia, materiais alternativos e transparência nos mercados de carbono, com a Inteligência Artificial desempenhando um papel acelerador.

3- Os algoritmos, agora essenciais na força de trabalho, podem precisar de licenças profissionais

Com o avanço da automação e a integração de algoritmos, algumas ocupações tradicionalmente realizadas por profissionais especializados em áreas como finanças, atendimento ao cliente ou processamento de dados, foram progressivamente assumidas por sistemas automatizados.

Por isso, a carta de Webb sugere a possibilidade de regulamentação semelhante à exigida para profissionais humanos.

4- Fim dos smartphones e início de uma nova era de wearables

Em 2024, uma nova era de dispositivos vestíveis (ou wearables) impulsionados por IA personalizada, como smartwatches e óculos de realidade aumentada, surge, oferecendo respostas visuais e de voz avançadas.

Empresas como Meta, Google e Microsoft desenvolvem óculos inteligentes, enquanto a Humane.ai cria um pino controlado por voz, câmera e gestos. A próxima geração de wearables será alimentada por sistemas multimodais de IA, prometendo experiências altamente personalizadas em tempo real.

5- Possíveis mudanças na imunidade legal em relação ao conteúdo do usuário

Grandes empresas de tecnologia estão enfrentando problemas legais em relação à responsabilização de conteúdos postados em suas plataformas. Recentemente, a Suprema Corte dos EUA concordou em analisar se leis estaduais que tentam regulamentar empresas como Meta, Google e TikTok estão de acordo com a Constituição.

Tradicionalmente, as empresas eram vistas apenas como intermediárias, mas a IA generativa desafia isso, já que agora cria-se conteúdo por conta própria, sem a ajuda de pessoas, fazendo com que as empresas argumentem se o que a IA produz deve ser considerado como trabalhos originais.

Fonte: Exame

O QUE ESPERAR, AFINAL, DA MOBILIDADE URBANA NESTE ANO?

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Eletrificação dos transportes coletivo e individual é uma forte tendência para este ano

Passado o ano em que o mundo bateu recordes históricos de temperatura, é praticamente impossível falar da vida nas cidades sem pensar em como garantir modos ambientalmente sustentáveis de interação. E isso passa pelo deslocamento das pessoas, pela mobilidade urbana.

Isso é ainda mais verdadeiro para o Brasil, País de dimensões continentais em que 61% da população vive em cidades com mais de 100 mil habitantes, onde o transporte tem papel notável nas emissões de gases de efeito estufa.

Por isso, vale ressaltar que 2023 trouxe algumas boas notícias sobre esse tema, fortalecendo tendências positivas para este ano. Por aqui, o setor de transportes é responsável por 8% das emissões de gases de efeito estufa, sendo que 46% delas provêm de veículos leves, segundo o Sistema de Estimativa de Emissões de Gases.

Dessa forma, alcançar um Brasil carbono neutro passa necessariamente por incentivar um transporte coletivo mais ambientalmente correto, ao mesmo tempo em que também se torna mais limpa a mobilidade em automóveis individuais.

Transportes coletivo e individual

E uma das tendências para 2024 é justamente a eletrificação de ambos. A cidade de São Paulo, por exemplo, acrescentou 50 novos ônibus elétricos em setembro passado, o que significa 5.300 toneladas a menos de CO2 emitidos por ano. O município tem a meta de eletrificar 20% da sua frota até o final de 2024, um total de 2.400 veículos.

Fica mais fácil, então, imaginar um futuro no qual o sistema coletivo de transporte seja mais sustentável do ponto de vista ambiental. Existem até mesmo estimativas segundo as quais 40% do transporte coletivo brasileiro será atendido por ônibus elétricos até 2050.

Saiba mais: ABDI e ANFAVEA assinam ACT para impulsionar conectividade 5g de fábricas do setor automotivo

Nacionalização

Apesar das boas notícias sobre o transporte coletivo, a realidade é que milhões de pessoas ainda utilizam meios individuais para fazer seus deslocamentos urbanos. Por esse motivo, é importante destacar que a venda de veículos eletrificados está batendo mais uma vez o recorde anual.

Entre janeiro e outubro de 2023, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), houve um aumento de 73% no emplacamento e de 36% nas vendas desse tipo de veículo em relação ao mesmo período do ano passado.

No entanto, a principal notícia nesse tema é que o Brasil passará a produzir veículos eletrificados totalmente nacionais em 2024. A perspectiva desta nacionalização pode ajudar a desenvolver o know-how necessário para produzirmos cada vez mais e melhor por aqui.

E pode ser também um passo importantíssimo para termos automóveis elétricos ou híbridos mais baratos, condição fundamental para uma maior popularização dessa tecnologia. Ainda sobre o transporte individual, sabemos que sua adoção massificada é uma das principais fontes de congestionamentos urbanos.

A novidade, porém, é que 2023 registrou uma queda relevante no volume de engarrafamentos em grandes cidades. Locomover-se está ficando mais rápido, provavelmente, porque muitas pessoas estão deixando de se deslocar em alguns dias da semana.

Segundo dados da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo, a melhora tem ocorrido principalmente às segundas e sextas-feiras, o que indica que o fenômeno provavelmente está associado à adoção do trabalho híbrido. Assim, a manutenção dessa tendência neste ano está diretamente relacionada a forma como as empresas vão lidar com a evolução dos modelos de trabalho.

Diversificação de fontes

Já a estrada para um transporte mais sustentável não passa apenas pela eletrificação. Os biocombustíveis também têm um papel. Em dezembro, durante a COP 28, em Dubai, o ministro das Minas e Energias, Alexandre Silveira, disse que o Brasil pretende investir até R$ 200 bilhões no setor de combustíveis sustentáveis.

Se o uso de eletricidade e de biocombustíveis já aumentava constantemente, segundo dados da Agência Internacional de Energia (IEA), esta medida pode acelerar sua adoção. Por outro lado, o uso de combustíveis derivados de petróleo está em queda acentuada desde 2014, e pode cair ainda mais rapidamente.

A tônica para 2024, por fim, parece ser prosseguir com as tendências do ano que se encerrou: movimentar o maior número possível de pessoas pelos espaços urbanos, mas de maneira cada vez mais sustentável e rápida. Ganha o planeta, ganhamos todos nós.

Fonte: Mobilidade Estadão

ABDI E ANFAVEA ASSINAM ACT PARA IMPULSIONAR CONECTIVIDADE 5G DE FÁBRICAS DO SETOR AUTOMOTIVO

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Ações voltadas para o ecossistema automotivo incluem a qualificação da cadeia de manufatura de veículos automotores em redes de hiperconectividade e uso de IoT focado em segurança do trabalho

CHUVAS EM SÃO PAULO E SEUS EFEITOS NA MOBILIDADE URBANA

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Ações para evitar inundações, desabamentos e outros transtornos desta temporada deveriam ter sido tomadas antes pelas autoridades

Com o início das precitações na região Sudeste do País, é acionado o alerta para ocorrências como inundações, desabamentos, quedas de árvores e de energia e outros transtornos. Na primeira semana de janeiro, as chuvas em São Paulo já mostraram que o ano não será diferente dos anteriores nesse quesito.

Dia 11, após quatro dias consecutivos de precipitações em São Paulo, a capital registrava 400 árvores caídas e estado de atenção para alagamentos acionado pelo Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE), com dezenas de pontos intransitáveis.

Além de milhares de pessoas sem energia elétrica, trânsito acima da média para o período, especialmente no final da tarde, entre diversos outros transtornos.

População vulnerável

Entretanto, a preocupação é ainda maior dos moradores de áreas de infraestrutura precária, que vivem perto de encostas de morros ou à beira de rios.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que, em 2018, eram 8,27 milhões de brasileiros vivendo em áreas de risco em 872 municípios. Assim, desse total, 26,1% não contavam com saneamento básico e 4,1% estavam sem destino adequado para o lixo.

A incidência desses acontecimentos impacta diretamente na mobilidade, ou na falta dela, uma vez que esses incidentes bloqueiam vias e limitam o ir e vir das pessoas, desencadeando uma série de outros prejuízos.

De acordo com Renato Cymbalista, arquiteto e urbanista graduado pela Universidade de São Paulo (USP), as perdas, após cada acontecimento causado pelas chuvas, são enormes e difíceis de serem contabilizadas.

“Ruas e estradas são interrompidas por enchentes e deslizamentos, sistemas e transporte coletivo param de funcionar e, após os desastres, é necessário reparar todos os danos. Mas o mais importante são os prejuízos em sofrimentos e vidas perdidas”, diz.

De maneira geral, as áreas de risco estão associadas à deficiência de infraestrutura urbana e saneamento básico, normalmente regiões de mananciais ou encostas ocupadas de forma incorreta e sem sistema de drenagem.

“Aa periferias são grandes afetadas, pois são áreas de grande densidade populacional e onde a atuação do Poder Público tem menor alcance”, explica Luciano Machado, engenheiro civil e diretor comercial da MMF Projetos, empresa de engenharia especializada em projetos de infraestrutura.

Repermeabilização do solo poderia ser uma solução

De acordo com o engenheiro, as medidas para evitar os que são chamados pelas autoridades de “desastres naturais” deveriam ter sido tomadas ao longo do ano.

“Agora, não há mais tempo hábil para se realizar as obras necessárias. O mais eficaz, em grande parte, seria investir de forma consistente em infraestrutura básica; porém, o tema enfrenta resistência pela complexidade e pelo alto custo de execução”, diz Machado.

Os custos das obras são os principais empecilhos, alegam as autoridades, mas, quando observamos o impacto das catástrofes, esse argumento não faz sentido, principalmente se pensarmos nas vidas perdidas.

Para o arquiteto e urbanista Renato Cymbalista, desastres naturais como deslizamentos ou mesmo enchentes são, em grande medida, evitáveis com o uso responsável do solo e com boas políticas de habitação para que as pessoas não precisem ocupar áreas de risco.

Nas regiões já densamente ocupadas, é possível remediar a situação, com a repermeabilização do solo e com o engajamento da população – por exemplo, na instalação de lugares de drenagem e jardins de chuva”, explica.

Leia também: 4 têndencias para mobilidade urbana em 2024 

Como a população pode contribuir

As mudanças estruturais, na opinião do engenheiro da MMF Projetos, devem partir do Poder Público, que, além de desenvolver as reformas e melhorias, também tem a responsabilidade de alertar as pessoas para mudanças preventivas de comportamento, tanto de topografia como de volume das precipitações.

Na falta de uma atuação efetiva pelos órgãos competentes, algumas ações, tomadas pela própria população, podem ajudar a diminuir os danos desencadeados pelas chuvas.

São elas: descartar o lixo de forma correta, nunca jogando os resíduos em encostas, córregos e bocas-de-lobo; manter limpos ralos, esgotos, galerias e valas; e, de maneira nenhuma, construir às margens de cursos d’água, sobre aterros ou próximo a brejos.

Foto: Werther Santana | Agência Estado

Moradores de áreas consideradas de risco também devem estar atentos a alguns sinais durante o período mais intenso das chuvas. Alguns dos mais comuns são árvores inclinando nos arredores, trincas nas paredes ou mesmo no chão.

De acordo com Machado, é preciso redobrar a atenção em caso de movimentações do terreno e observar se a água da chuva está barrenta ou se contém plantas e troncos, que são indícios de inundação. “É importante fortalecer muros e paredes poucos confiáveis e providenciar a poda ou o corte de árvores com risco de queda”, afirma o especialista.

Alagamentos mais comuns 

De acordo com Prefeitura de São Paulo, existem na cidade 287 rios, riachos e córregos que atravessam o município. O Projeto Rios e Ruas registra, além destes, em torno de 300 cursos d’água nas imediações.

Com a urbanização e a consequente pavimentação das ruas e avenidas, a absorção da água pelo solo fica cada vez mais difícil, e mais comuns os alagamentos.

“Inicialmente, o que deveria ter sido feito era a ocupação controlada das áreas de mananciais e adjacentes a rios e córregos na cidade. Considerando o nível de ocupação que já existe, o Poder Público deve intervir realocando as famílias que se encontram em locais mais críticos”, diz Machado.

De acordo com ele, o lixo descartado incorretamente agrava ainda mais o problema. “O descarte irregular dificulta o escoamento de córregos, cria pontos de estrangulamento do fluxo das águas, gera superfícies propícias a deslizamento de solo e detritos. Essa condição também está associada a áreas com deficiência de infraestrutura urbana”, completa.

5 passos que ajudam na prevenção de desastres

  1. Descarte o lixo corretamente, sempre em local elevado e protegido da água em caso de alagamento
  2. Nunca construa em áreas de risco, como encostas, às margens de cursos d’água, sobre aterros ou próximo a brejos.
  3. Fique atento a sinais dentro da residência, como trincas nas paredes ou mesmo no chão, que indicam que a estrutura pode estar comprometida
  4. Observe a cor da água: se estiver barrenta, é indício de inundação
  5. Providencie, junto à Prefeitura, a poda de árvores no entorno da residência que estão com risco de queda.

CARROS ELÉTRICOS ESTIMULAM BUSCA POR FONTES DE ENERGIA RENOVÁVEL

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Energia fornecida pelo sol e pelos ventos é uma solução viável para abastecer veículos modernos

eletromobilidade é uma realidade na indústria automotiva e o crescimento da frota de carros movidos a bateria traz à tona um tema importante: a necessidade de gerar energia elétrica em alta escala por meio de fontes limpas e renováveis.

“A mobilidade elétrica é uma alternativa para melhorar a eficiência energética no transporte e para a integração com as energias renováveis”, afirma Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI).

O Brasil é privilegiado em termos de abundância de fontes renováveis, como, por exemplo, a energia solar e a eólica. “É uma boa notícia para a transição energética, quando se trata da expansão de infraestrutura de recarga para veículos elétricos”, diz o professor.

Impacto pequeno

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil tem condições de mudar sua matriz energética – o conjunto de fontes de energia disponíveis – até 2029. Isso reduziria a dependência de hidrelétricas e aumentaria a participação das fontes eólicas e solar.

Mesmo assim, numa projeção de que os veículos elétricos poderão representar entre 4% e 10% da frota brasileira em 2030, estudos da CPFL Energia preveem que o acréscimo no consumo de energia ficaria entre 0,6% e 1,6%. Ou seja: os impactos seriam insignificantes. Não precisaríamos de novos investimentos para atender à demanda.

Entretanto, a chegada dos veículos elétricos torna plenamente viável a sinergia com outras fontes renováveis, disponíveis em abundância no País. “As energias solar e eólica são intermitentes e geram energia de forma uniforme ao longo do dia”, diz o professor. “A eletromobilidade abre uma perspectiva interessante nessa discussão.”

Leia também: Plano de mobilidade urbana: o que é, para que serve e como fazer?

Incentivo à energia eólica

Um bom exemplo vem do Texas (Estados Unidos), onde a concessionária de energia criou uma rede de estações de recarga para veículos elétricos alimentada por usinas eólicas. O consumidor paga um valor mensal de US$ 4 para ter acesso ilimitado aos 800 pontos da rede.

Segundo Delatore, painéis fotovoltaicos podem, inclusive, ser instalados diretamente nos locais onde estão os pontos de recarga.

“A eletrificação da frota brasileira deveria ser incentivada, por causa das fontes limpas e renováveis existentes no País. Cerca de 60% da eletricidade nacional vem das hidrelétricas, ao passo que, na Região Nordeste, 89% da energia tem origem eólica.”

Híbridos no contexto

Contudo, a utilização de fontes renováveis não se restringe aos carros 100% elétricos. Os modelos híbridos também se enquadram nesse cenário.

Um estudo do periódico científico Energy for Sustainable Development fala das vantagens dos híbridos, ao afirmar que suas emissões de gases de efeito estufa são inferiores às do veículo puramente elétrico.

“Os veículos híbridos possuem baterias menores, com proporcional redução das emissões de poluentes. Essas baterias reduzem o impacto ambiental da mineração dos componentes necessários à sua fabricação. Os resultados demonstram que a associação de baterias de veículo que usam biocombustíveis tem efeito sinérgico mais positivo”, conclui o documento.

Fonte: Mobilidade Estadão

CIDADES CONECTADAS, O DESAFIO

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As mudanças e avanços tecnológicos impõem pressões sociais, empresariais e governamentais sobre produtos e serviços digitais

O ano começa e as previsões surgem em todos os cantos, muitos tentando apostar em quais serão as novas tecnologias, novas trends, enfim, o “pulo do gato” digital. Mas, sempre vale a pena ressaltar, a essência será sempre a conexão.

As mudanças e avanços tecnológicos impõem pressões sociais, empresariais e governamentais sobre produtos e serviços digitais. Essa é uma realidade da grande maioria da população mundial. 

Hoje, todo mundo está conectado, essa é uma meia verdade.

Segundo o relatório Digital 2023 Brazil, feito por We Are Social e Meltwater, a proporção de brasileiros conectados chegou a 84,3%. Com isso, o país chegou à marca de 181,3 milhões de internautas dentre os 211 milhões de habitantes. O número é significativo, mas não é “todo mundo”.

Os países que estão na liderança no ranking, Suíça e Noruega, possuem população conectada que chega a 98,4% e 99% do total, respectivamente. Numa realidade mais próxima à nossa, os internautas representam 90,2% do povo chileno, 87,2% do argentino e 90,1% do uruguaio. Índices acima dos brasileiros.

Em outro extremo, a África tem penetração de menos de 30%, a Índia tem menos de 50% de pessoas conectadas e em países mais pobres da Ásia/Pacífico são 65%. A média mundial é de 64,4% da população conectada. 

Então, a não-conectividade, ainda é um abismo digital que provoca o abismo social da população. Pessoas, regiões e países não-conectados estão à margem de produtos e serviços; informação e conhecimentos; de acesso e inclusão cada vez mais necessário em um mundo globalizado.

Criar uma infraestrutura de conectividade em um país ou uma cidade não é tarefa simples. Alguns pontos são críticos e podem influenciar o acesso à internet como a infraestrutura das telecomunicações; o acesso à banda larga; o custo do acesso; a regulamentação; as condições climáticas e a disponibilidade geográfica.

Estamos presenciando a evolução e esforço de governos e empresas para solucionar problemas relacionados a esses pontos. Ano passado, SpaceX Starlink e T-Mobile anunciaram que o serviço 5G se conectará aos satélites a partir de 2024. Elon Musk (o engenheiro chefe da SpaceX) e Mike Sievert (CEO e Presidente da T-Mobile), falaram sobre como as duas empresas trabalharão em conjunto para aumentar a conectividade da população global. Os satélites com  antenas enormes, entre 5 e 6 metros de diâmetro, foram lançados e usarão a estrutura da T-Mobile para enviar sinal de 5G para terra. Os empresários prometem “que se você vir o céu limpo, você poderá estar conectado”. 

Ou seja, a infraestrutura caminha bem, mas essa é apenas uma ponta da equação. O desafio nas cidades brasileiras ainda é facilitar o acesso para toda a população, principalmente a mais carente. 

Destaco aqui uma iniciativa importante da Prefeitura de Curitiba, na qual trabalhei até junho passado na Agência de Inovação: o projeto WI-FI Curitiba, que leva acesso gratuito de internet a 310 pontos na cidade. Esse foi um dos projetos que ajudaram a cidade a conquistar o Smart City Awards, em Barcelona, em novembro último.

Há outras boas iniciativas pelo País, mas o desafio é grande e urgente. Discutirmos isso é fator importante para a real transformação digital nas cidades. 

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade da autora, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities 

CICLOVIAS E DUPLICAÇÕES CRIAM NOVOS RUMOS PARA A MOBILIDADE EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

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São José dos Campos deu o pontapé inicial em um ambicioso projeto de melhoria viária na região sudeste da cidade. Com investimento de R$ 14,4 milhões, a administração municipal anunciou que as obras terão início em breve, com a previsão de conclusão em 14 meses. O destaque fica por conta da duplicação da Avenida Lívio Veneziani, além da criação de uma extensa ciclovia, proporcionando uma transformação radical na mobilidade urbana da área.

Duplicação da Avenida Lívio Veneziani: Mais fluidez e segurança no trajeto

Uma das etapas cruciais do projeto é a duplicação de um trecho estratégico da Avenida Lívio Veneziani, que se estende da rua dos Jaburus até a Avenida Hélio Siqueira Pinto, no Residencial São Francisco. Atualmente, operando como mão dupla com apenas uma faixa de rolamento, a via passará a ter duas faixas em ambos os sentidos, promovendo maior fluidez e segurança para os motoristas.

Leia também: O que é uma zona de baixa emissão

Avenida Tangará: Renovação total com mão única e novo sistema de fluxo

A Avenida Tangará, que atualmente permite o tráfego nos dois sentidos, passará por uma revitalização completa. Além do recapeamento e nova sinalização, a via será transformada em mão única, com duas faixas, direcionadas para o bairro e Via Cambuí. A implementação de um sistema binário entre as Avenidas Lívio Veneziani e Tangará visa otimizar o fluxo de veículos, prometendo uma circulação mais eficiente.

Ciclovia: Inovação sustentável no coração do projeto

Uma das novidades mais aguardadas é a inclusão de uma ciclovia moderna e integrada em todo o complexo viário. Com aproximadamente 2 quilômetros de extensão, a nova ciclovia abrangerá a continuação da Avenida Lívio Veneziani, conectando-se à Avenida Madre Teresa de Calcutá, integrando-se aos sistemas cicloviários já existentes nas Avenidas dos Astronautas e Via Cambuí. Essa adição não apenas promoverá um meio de transporte sustentável, mas também incentivará um estilo de vida mais saudável para os moradores da região.

O projeto, além de melhorar a infraestrutura viária, visa proporcionar uma experiência mais segura e eficiente para todos que transitam pela área.

Fonte: Guia Campos

PLANO DE MOBILIDADE URBANA: O QUE É, PARA QUE SERVE E COMO FAZER?

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Lei Federal de 2012 instituiu uma política que determina que todos os municípios do país com mais de 20 mil habitantes devem elaborar o documento

O plano de mobilidade urbana tem como objetivo orientar a política de mobilidade de uma cidade. Ou seja, estabelece hierarquia viária, além das diretrizes para o sistema de transporte público, incluindo a rede cicloviária. Além disso, mapeia as obras necessárias em um período de dez anos.

Na prática, o que é o plano de mobilidade urbana?

Um documento que reúne essas diretrizes para melhorar o deslocamento de uma cidade de forma sustentável. Assim, considera a melhor forma de ir e vir das pessoas.

A Lei Federal nº 12.587/2012 instituiu a Política Nacional de Mobilidade Urbana. Assim, a legislação determinou que todos os municípios do Brasil com mais de 20 mil habitantes elaborassem planos de mobilidade.

Na ocasião, a lei trouxe um prazo para que essas cidades elaborassem o documento. Assim, o plano passou a ser um requisito para que pudessem acessar recursos federais para investimentos no setor.

Contudo, em julho de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou uma medida provisória (MP 1179/2023) que amplia esse prazo. Com a mudança, a data ficou em 12 de abril de 2024, para cidades com mais de 250 mil habitantes, e 12 de abril de 2025, para cidades com até 250 mil habitantes.

De acordo com o Ministério das Cidades, a ampliação do prazo permitirá “a continuidade de ações de apoio visando à ampliação das capacidades municipais, permitindo que cidades pequenas tenham um tempo hábil para a conclusão de suas obrigações, sem prejudicar a população”.

Assim, as cidades com mais de 20 mil habitantes são obrigadas a aprovar planos, considerando os serviços de transporte público, acessibilidade para pessoas com deficiência e restrição de mobilidade. Contudo, dados do Ministério das Cidades apontam que a maioria dos municípios com até 250 mil habitantes ainda não fizeram os documentos.

Como fazer um plano de mobilidade urbana

Para elaborar o documento, é preciso levar em consideração os elementos que devem estar no plano de mobilidade urbana. Por exemplo, serviços de transporte coletivo, circulação viária, infraestrutura do sistema de mobilidade, acessibilidade, integração de diversos modos de transporte público e privado, transporte de cargas, estacionamentos, horários de acesso a áreas restritas e uma sistemática de avaliação, revisão e atualização periódica do plano, dentro de 10 anos.

Portanto, é preciso formar uma equipe de gestores e técnicos para trabalhar na obtenção dos dados para o plano. Neste passo, o grupo identifica problemas, delega responsabilidades e define prazos.

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Depois, a cidade precisa de um escopo para nortear o planejamento. Nesta etapa, os responsáveis definem metas e prioridades. Em seguida, são definidos procedimentos gerenciais, assim como a projeção de custos e cronograma de ações, por meio de parcerias para a construção do plano.

Por fim, entra em vigor a etapa de elaboração do plano em si, para ao final passar por avaliação e aprovação. Municípios com população inferior a 100 mil habitantes dispõem de auxílio técnico do Ministério das Cidades para elaborarem seus Planos de Mobilidade Urbana.

Fonte: Mobilidade Estadão