spot_img
Home Blog Página 88

CIDADES INTELIGENTES: COMO INTEGRAR SUSTENTABILIDADE E ARQUITETURA?

0

Uma das principais tendências urbanistas, o tema é fundamental para o futuro do planeta 

Estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que 55% da população mundial vive em zonas urbanas e a expectativa é que esse número só cresça, chegando a 68% até 2050. Junto com o crescimento populacional, outras questões preocupam os especialistas, que buscam encontrar nas Cidades Inteligentes uma solução que alie tecnologia e sustentabilidade para promover a qualidade de vida.

Para entender melhor sobre o assunto e o papel dos profissionais de arquitetura para a construção desse futuro, conversamos com a arquiteta, mestre em Planejamento Urbano e Regional, e professora do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG), Lizia De Zorzi Carraro.

Quais são os princípios das Cidades Inteligentes?

Cidades Inteligentes podem ser inteiramente planejadas, ou seja, criadas do zero, dentro dos padrões definidos pelo conceito, para oferecer qualidade de vida aos seus futuros moradores. Porém, a principal tendência é que o conceito seja incorporado a cidades já existentes, apenas melhorando seus aspectos para atingir o objetivo.

O principal pilar das Cidades Inteligentes é usar a tecnologia a seu favor, aplicando-a como ferramenta para criação de projetos de desenvolvimento social e populacional. Assim como na busca pelo progresso econômico, sustentável e social da cidade.

Tudo é pensado e construído para que os habitantes tenham acesso a uma cidade de qualidade, assim como para reduzir as desigualdades sociais. Por isso, uma das principais ações para criação destes dispositivos é ouvir a comunidade, afinal ninguém melhor para falar sobre as necessidades da população do que os próprios habitantes.

O papel das Cidades Inteligentes para o futuro

De acordo com a Carta Brasileira para Cidades Inteligentes as ações desenvolvidas devem acontecer a nível de mobilidade, habitação, fontes de energia, saúde, educação e administração, que devem ser garantidas por diversos setores, utilizando a transformação digital de forma responsável para um desenvolvimento urbano sustentável e inclusivo. Nesse sentido, outros aspectos também devem ser observados para garantir a própria manutenção do planeta.

Construções verdes, por exemplo, são outra das possibilidades para Cidades Inteligentes melhorarem as condições de seus ambientes urbanos. Com elas, é possível reduzir o consumo de energia, regular a qualidade do ar e das temperaturas, restabelecer as reservas de água do município, diminuir os índices de poluição ambiental e sonora, além de deixar a cidade mais bonita, claro.

Para Lizia De Zorzi Carraro, especialista em Planejamento Urbano e Regional, e professora de arquitetura da FSG, Cidades Inteligentes são fundamentais para a preservação ambiental.

– O crescimento das cidades sem o planejamento dessas estratégias inteligentes gera cidades não sustentáveis, ruins de se viver, com ilhas de calor, com elevada pegada ecológica e contribuindo para o agravamento do aquecimento global – afirma.

Cidades Inteligentes na prática

Questionada sobre alguns exemplos de cidades que já desenvolvem ações inteligentes, Lizia mencionou cidades como Londres (Inglaterra) e Curitiba (PR), que incentivam a utilização do transporte público para uma maior qualidade de mobilidade, assim como diminuição das taxas de poluição.

– O transporte público de Londres conta com mais de 400 km de metrô, além de estar integrado aos trens, ônibus, táxis e bicicletas, com restrição de circulação de carros e cobrança de taxas para veículos poluentes – explica.

Curitiba, por sua vez, foi considerada como pioneira na adoção e desenvolvimento de projetos voltados à sustentabilidade, tecnologia e empreendedorismo de acordo com o Ranking Connected Smart Cities 2022.

– Dentre as ações destaca-se, por exemplo, o fato de o município ter sido o primeiro do mundo a testar uma luminária inteligente com antenas 5G integrada e as iniciativas para disseminação de energias renováveis – ressalta.

Fonte: Gauchazh

ASSOCIADOS DA ANPTRILHOS ESTÃO ENTRE AS 100 EMPRESAS MAIS INFLUENTES EM MOBILIDADE DE 2023

0

Dez operadores e empresas que fazem parte da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos) estão entre as 100 empresas mais influentes em mobilidade de 2023 – Aerom, Alstom, CBTU, CCR Metrô Bahia, CPTM, MetrôRio, Metrô de São Paulo, SuperVia, ViaQuatro e VLT Carioca. Elas compõem a segunda edição do levantamento realizado pela plataforma Connected Smart Cities e o Mobilidade Estadão, especial do jornal O Estado de S.Paulo dedicado ao transporte, publicado nesta 4ª feira (15/03).

“Estamos orgulhosos de ver o nosso setor tão bem representado nesta seleta lista de empresas influentes na mobilidade. Somos um setor voltado para as práticas ambientais, sociais e de governança”, destaca Roberta Marchesi, Diretora Executiva da ANPTrilhos.

Ela explica que as grandes contribuições do nosso setor estão relacionadas aos pilares do ESG – governança ambiental, social e corporativa, do inglês Environmental, social, and corporate Governance. O transporte de passageiros sobre trilhos é um transporte limpo e movido a energia elétrica, na sua maioria, sem emissões de poluentes na atmosférica; e de alta capacidade, transportando muitas pessoas com rapidez, contribuindo para a redução de acidentes e congestionamentos.

“É um setor responsável com as práticas de governança corporativa, com transparência. Também é atuante nas causas sociais com o apoio a instituições e parcerias em ações voltadas para a população, normalmente, realizadas nas estações. Esses são alguns dos exemplos que mostram a importância que os trilhos têm no ecossistema de uma cidade e da sociedade”, explica Roberta.

O estudo foi feito entre janeiro e fevereiro deste ano, considerando as melhores iniciativas em mobilidade urbana e as com maior potencial para avanço no ecossistema. A votação foi realizada por um comitê de jurados, composto por 39 profissionais, representantes do setor, além de especialistas do Estadão.

Conheça a lista completa em: 100+ influentes – Connected Smart Cities | Cidades Inteligentes, Humanas e Sustentáveis

Fonte: ANPTrilhos

MINISTÉRIO DAS CIDADES RECEBE 870 CONTRIBUIÇÕES AO TEXTO DO PROJETO DE LEI DO MARCO LEGAL DO TRANSPORTE PÚBLICO COLETIVO

0

A minuta foi submetida à Consulta Pública por intermédio da Plataforma Participa+Brasil, no período de 28 de novembro de 2022 a 27 de fevereiro de 2023

A Consulta Pública ao texto do Projeto de Lei do Marco Legal do Transporte Público Coletivo, realizada pelo Ministério das Cidades, colheu 870 contribuições de cidadãos, empresas, instituições públicas, movimentos e organizações da sociedade civil, dentre as quais notas técnicas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). As propostas vieram de 65 contribuintes das cinco regiões brasileiras. Agora, o texto está em fase de consolidação pela equipe técnica da Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana (Semob) do Ministério das Cidades.

Os colaboradores pertencem a 29 cidades, de 12 estados brasileiros. As regiões com maior participação foram Sudeste, com 29 contribuintes, e Centro-Oeste, com 14. Em relação ao perfil dos cidadãos, 84% possuem pelo menos o nível superior completo, sendo que 27% (18) possuem mestrado ou doutorado. São, em sua maioria, engenheiros (14), arquitetos (9), e advogados (6). Os trechos que receberam mais sugestões foram o Capítulo I (235) e Capítulo II (211), que dizem respeito, respectivamente, às disposições gerais (princípios fundamentais, objetivos e conceitos da lei) e a organização dos serviços (definições, planejamento, regulação, transparência, publicidade e controle social).

Quando consolidado pela equipe do Ministério das Cidades, o texto será discutido no âmbito do Fórum Consultivo de Mobilidade Urbana. Após essa nova etapa de debates, uma nova minuta considerando as sugestões será novamente submetida ao crivo da população, desta vez por meio de audiências públicas regionais a terem início ainda no primeiro semestre de 2023. “Assim, a expectativa é que o projeto, elaborado com transparência e participação popular, seja submetido ao Congresso Nacional ainda este ano, em meio à celebração da Semana da Mobilidade 2023”, afirma Carolina Baima, diretora do Departamento de Regulação da Mobilidade e Trânsito Urbano da Semob/Mcid.

Ministério das Cidades recebe 870 contribuições ao texto do Projeto de Lei do Marco Legal do Transporte Público Coletivo 1

Projeto de Lei – A mobilidade urbana é um tema de repercussão geral que diz respeito não apenas à forma como a população se transporta no seu cotidiano, mas está diretamente ligada à qualidade de vida das pessoas. Com intuito de formar uma rede única de transporte, organizada com linhas e rotas, que possam ter diferentes funções e modos de deslocamento e que possa ser universalizada, o Ministério das Cidades elaborou a minuta do projeto de um novo Marco Legal do Transporte Público Coletivo, visando colaborar para o aprimoramento da Política Nacional de Mobilidade Urbana e organizar uma rede de transporte público coletivo formada por modos e serviços de transporte complementares.

O Projeto de Lei foi elaborado com a participação de organizações da sociedade civil, no âmbito do Fórum Consultivo da Mobilidade Urbana, e com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que procurou identificar as demandas regulatórias e temas críticos que deveriam compor uma proposta de legislação. A minuta foi submetida à Consulta Pública por intermédio da Plataforma Participa+Brasil, no período de 28 de novembro de 2022 a 27 de fevereiro de 2023.

Ministério das Cidades recebe 870 contribuições ao texto do Projeto de Lei do Marco Legal do Transporte Público Coletivo 2

A proposta trata da diversificação de modelos de contratação de serviços de transporte público coletivo, de instrumentos de financiamento ao setor e de subsídios ao funcionamento desse tipo de serviço. Outro ponto de destaque é a preocupação e a integração dos modais, que devem ser acessíveis física e economicamente, além da adoção de padrões de qualidade para a prestação dos serviços.

Ministério das Cidades recebe 870 contribuições ao texto do Projeto de Lei do Marco Legal do Transporte Público Coletivo 3

Fonte: Gov.br

CSC 2023: NA PRÓXIMA SEMANA, A PLATAFORMA CONNECTED SMART CITIES INICIA O CICLO DE EVENTOS ONLINES DO ANO

0

O primeiro encontro vai trazer para discussão o tema Mobilidade, abordando o estudo das 100 empresas mais influentes do setor em 2023, lançado em parceria com o Mobilidade Estadão, e o anúncio do  Prêmio Mobilidade Urbana. 

Na próxima terça-feira, dia 21/03, a partir das 10h, a Plataforma Connected Smart Cities iniciará uma série de encontros online para debater diversos temas que integram os ecossistemas de cidades inteligentes. O objetivo é refletir e discutir ações e estratégias para o desenvolvimento de smart cities nos âmbitos social, econômico e ambiental, em conjunto com especialistas convidados.  

Nesta primeira ocasião, a CEO e idealizadora do Connected Smart Cities, Paula Faria, e o sócio-diretor da plataforma, Willian Rigon, realizarão a abertura do evento, que inclui a apresentação do levantamento das 100 empresas mais influentes em mobilidade urbana de 2023, um estudo iniciado em janeiro e finalizado no final de fevereiro, em parceria com o Mobilidade Estadão, que reconhece os melhores profissionais e iniciativas de destaque no setor. O caderno especial com a lista de todas as empresas vencedoras deste ano pode ser acessado aqui.

“A série de eventos online, que serão realizados pela plataforma Connected Smart Cities ao longo do ano, foi pensada para fortalecer a discussão de pautas pontuais referentes ao universo de cidades inteligentes e projetos associados para conhecimento de públicos de interesse e sociedade em geral, que se preocupam com o planejamento e desenvolvimento de cidades mais conectadas, resilientes e sustentáveis”, destaca Paula Faria.

O primeiro evento online da plataforma também contará com a presença do editor do Caderno e do Portal – Mobilidade Estadão, Dante Grecco, e do colunista, empreendedor e um dos especialistas em mobilidade mais renomados do país, Sérgio Avelleda.

Concurso 100+

Neste ano, o CSC e o Mobilidade Estadão realizaram a 2ª edição do estudo das 100 empresas mais influentes em mobilidade do Brasil de 2023. Ao todo, participaram 339 empresas finalistas, de nove nichos diferentes do mercado, analisadas por 33 jurados, segundo as categorias de análise: Inovação e Pilares ESG (Social, Ambiental e Governança). 

“A avaliação e votação demandaram o cumprimento de critérios específicos capazes de elencar as empresas realmente merecedoras do reconhecimento de sua atuação, com geração de resultados positivos, para o avanço da mobilidade nacional”, analisou o editor do Caderno Mobilidade Estadão.

Lançamento do Prêmio Mobilidade Urbana

Para enriquecimento dos debates das pautas neste dia, o sócio-diretor da Urucuia – Inteligência em Mobilidade Urbana, Sérgio Avelleda, anunciará o lançamento do Prêmio Mobilidade Urbana, idealizado em parceria com a plataforma CSC e a própria Urucuia. “A premiação tem o propósito de reconhecer práticas inovadoras em mobilidade que são cruciais para o desenvolvimento econômico e sustentável”, analisa Avelleda.

Serviço

Eventos online CSC 2023

Mobilidade, apresentação do estudo sobre as 100 empresas mais influentes em mobilidade, lançamento do Prêmio Mobilidade Urbana e outras pautas prioritárias para o desenvolvimento de cidades inteligentes. 

21 de março

10h às 11h

Para inscrições gratuitas, clique aqui.

PANORAMA ESG: EMPRESAS BRASILEIRAS PRIORIZAM MAIS O ‘S’ DO QUE O ‘E’ E O ‘G’, DIZ PESQUISA

Estudo, que ouviu mais de 40 mil empregadores em 41 países, aponta que cumprir a legislação e refletir sobre os valores da organização são os grandes impulsionadores do ESG

Uma pesquisa do ManpowerGroup, consultoria global com especialização em recursos humanos, afirma que 42% das empresas no Brasil estão priorizando o pilar social (o S de ESG), enquanto no contexto global este número diminui para 37%. Depois dele, o pilar do meio ambiente (o E, de environmental) é a segunda prioridade, seguida por governança coorporativa (G, de governance). No Brasil, os estados que mais priorizam o parâmetro social são, em ordem: Paraná (com 51%), seguido por Minas Gerais (45%) e Rio de Janeiro (com 42%). A pesquisa ouviu mais de 40 mil empregadores em 41 países.
Levando em consideração os dados da pesquisa, fica evidente que a priorização das ações socais é uma tendência no Brasil e no mundo. Por esse motivo, é importante que cada empresa entenda qual é a melhor iniciativa a ser aplicada para gerar um impacto positivo. Dentre as opções de práticas sociais, estão: ações de igualdade de gênero e de abertura à diversidade, cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e atenção às questões trabalhistas.
“Incorporar os eixos de ESG na realização e no encadeamento das companhias impulsiona comportamentos alinhados a essa agenda. Demanda que colaboradores sejam encorajados a adotar uma postura responsável e consciente em suas próprias ações diárias, bem como incentiva que toda a cadeia se movimente para alcançar esse patamar de atuação”, afirma Wilma Dal Col, diretora de gestão estratégica de pessoas da ManpowerGroup.
Os consumidores estão atentos à forma com que as empresas se posicionam socialmente, valorizando a colaboração e lembrando que ações sociais podem ser relevantes financeiramente para a atração e retenção de talentos e valorização da marca, pois, hoje, a geração Z está exigindo mais das marcas, ressalta a diretora.

Motivos para adoção da agenda ESG

Segundo a pesquisa, os principais motivos pelos quais as empresas adotam um programa ESG são para cumprir com a legislação e os regulamentos vigentes (42% no Brasil), seguido dos fatores de reflexão dos valores da organização, redução de custos – empatados em 39% – e, em 33%, está o motivo de ganhar vantagem competitiva.

Pensando nisso, o estudo afirma que a agenda ESG auxilia os empregadores a reforçarem a marca da empresa e diminuir custos, criando uma relação positiva entre as organizações, as pessoas que as compõem e o planeta.

A relação entre as contratações e as práticas ESG

Quando o assunto é contratação de novos colaboradores, a pesquisa aponta que 90% das empresas brasileiras vão olhar para o time interno para depois tomar a decisão de contratar talentos fora da empresa. Neste mesmo contexto, 63% dos empregadores entendem que precisam treinar e desenvolver talentos existentes nos pilares ESG.

O primeiro desafio para implementar o ESG nas empresas, de qualquer segmento ou porte, é conseguir formar uma equipe multidisciplinar para aplicar o planejamento e transformá-lo em ações práticas. Pensando nisso, só 5% dos respondentes afirmaram ter todos os talentos necessários dentro da organização.

“A partir da pesquisa, entendemos que as empresas estão construindo suas estratégias considerando seus potenciais internos em primeiro lugar. Esse dado é relevante para destacar a importância de desenvolver talentos e apostar em boas práticas internas”, conclui Wilma.

Fonte: Exame

A NECESSIDADE DE RENOVAR A TEORIA SOBRE EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

0

Por: Mauricio Portugal Ribeiro

Esse texto foi escrito para expor a necessidade e o escopo de curso aberto sobre equilíbrio econômico-financeiro de contratos que Mauricio Portugal Ribeiro e Felipe Sande vão ministrar em 15 e 16 de maio de 2023.

As inscrições para o curso serão abertas no website do P3C na semana do dia 20 de março de 2023.

As regras em torno do equilíbrio econômico-financeiro de contrato se modificaram nos últimos 25 anos.  Até 25 anos atrás, os pleitos de reequilíbrio eram decididos em uma mesa de negociação entre o chefe do poder executivo e o presidente da empresa contratada da administração pública, em um ambiente político, influenciado pelas expectativas de contribuições das empresas para a campanha eleitoral.

A crescente desconfiança da sociedade em relação aos agentes públicos e privados dos setores de infraestrutura, aprofundada pela Operação Lava a Jato, e o fortalecimento e crescente interferência dos controladores da administração nas decisões dos poderes concedentes e agências reguladoras sobre os contratos em curso de concessão, de PPP ou de obra pública mudou o mundo dos processos para reequilíbrio econômico-financeiro de contratos na esfera administrativa, arbitral e judicial.

Esses processos evoluíram da sua dimensão política para se tornarem processos com conteúdo eminentemente técnico, estruturados sobre conhecimentos (a) de natureza conceitual, como, por exemplo, o sobre o funcionamento da distribuição de riscos dos contratos, e os (b) de natureza quantitativa, como o dimensionamento dos desequilíbrios e reequilíbrios por meio do tratamento do valor do dinheiro no tempo a partir de fluxos de caixa com efeitos regulatórios, elaborados seguindo regras definidas nos contratos.

Ao mesmo tempo, a partir de 2005, os contratos de concessão e PPP passaram a prever regras sobre as técnicas e os métodos para quantificação dos desequilíbrios e reequilíbrios. Nesse contexto, temas que eram tratados com o status de boas práticas financeiras se tornaram em virtude dessas novas regras objeto de reflexões de natureza jurídica.

Mais recentemente, a Lei n० 14.133/21 trouxe uma série de regras sobre distribuição de riscos e equilíbrio econômico-financeiro dos contratos, que terão impacto em todos os contratos administrativos.

Apesar dessas mudanças em torno dos contratos administrativos e, particularmente, em torno do tema do seu equilíbrio econômico-financeiro, a maior parte dos especialistas continua sem conseguir conciliar as noções antigas de equilíbrio econômico-financeiro – que foram construídas por juristas sem formação econômica ou financeira – com a sua evolução recente. Isso porque, ou são especialistas com formação quantitativa, ou com formação jurídica. É, contudo, indispensável para a compreensão atual do tema uma perspectiva multidisciplinar.

O presente curso pretende mostrar que é possível uma compreensão teórica sólida do tema do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos a partir de uma perspectiva multidisciplinar jurídica e econômico-financeira, usando um cabedal teórico capaz de dar conta da multiplicidade das situações concretas em que ocorrem eventos de desequilíbrio e com o uso das diversas técnicas e metodologias para tratamento do tema previstas nos contratos ou na atividade regulatória das agências reguladoras. Portanto, é um curso que vai de exemplos práticos – vários deles decorrentes da vasta experiência dos professores – até as elaborações teóricas mais recentes que permitem o tratamento rigoroso da experiência e dos casos concretos.

Nesse sentido, o presente curso é desdobramento dos artigos que Mauricio e Felipe têm publicado sobre esse tema (https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=3771770 e https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=4251145), que demonstram a possibilidade de compreensão teórica abrangente e unitária das práticas atuais sobre equilíbrio econômico-financeiro do contrato, permitindo inclusive definir e delimitar as melhores práticas em torno do tema.

Além disso, o curso pretende mostrar que (e como) os processos de reequilíbrio bem estruturados a partir de uma gestão contratual diligente podem ser alavancas de valor para as concessionárias.

Fonte:  Mauricio Portugal Ribeiro

PROJETO DUS LANÇA EDITAL PARA SELEÇÃO DE MUNICÍPIOS PILOTOS.

0

Chegou a oportunidade de elaborar e implementar projetos de desenvolvimento urbano integrado!

O Ministério das Cidades e a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, no âmbito do Projeto “Desenvolvimento Urbano Sustentável (DUS)”, convidam municípios de todo Brasil para submeterem propostas de projetos demonstrativos no tema de Desenvolvimento Urbano integrado, inclusivo e resiliente ao clima. O Projeto DUS é financiado pelo Ministério da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento (BMZ, sigla em alemão).

O Projeto DUS oferece às cidades a oportunidade de submeter ideias para a implementação de projetos demonstrativos sobre desenvolvimento urbano integrado, contribuindo à superação de desafios relacionados as desigualdades sociais e resiliência climática.

Acesse o Edital de Seleção, cronograma e outras informações no website do Ministério das Cidades, clicando aqui.

Prazo para inscrições: 14/03/2023 ao dia 04/04/2023

A submissão de propostas está aberta a todos os municípios do Brasil, sendo possível uma parceria ou consórcio de municípios vizinhos. A inscrição se dá através do preenchimento completo do formulário disponível na ReDUS.

Webinário –  Projeto DUS promoveu um seminário virtual para detalhar o processo e apresentar o edital, pelo canal do Ministério das Cidades no YouTube.

Fonte:

PRÁTICAS ESG NORTEIAM SELEÇÃO DAS 100 EMPRESAS MAIS INFLUENTES

0

Uso de indicadores ambientais, sociais e de governança auxilia na busca de soluções para setor

A crise ambiental global é uma realidade e pode afetar, consideravelmente, a qualidade de vida das pessoas, com impacto maior nos grandes centros.

O setor de transportes, tradicionalmente, responde por grande parte da emissão na atmosfera de gases causadores do efeito estufa, por causa do uso de combustíveis fósseis.

Nesse contexto, torna-se urgente a reformulação de hábitos e a adoção de práticas mais responsáveis e sustentáveis para a configuração de cidades mais inteligentes e equilibradas.

Pela importância do tema, as práticas ESG – ambientais, sociais e de governança, na sigla em inglês – foram adotadas nesta segunda edição do levantamento das 100 empresas mais influentes em mobilidade de 2023, atuando como categoria fundamental para avaliação crítica das companhias.

Para que o cenário seja transformado, sociedade e empresas precisam rever suas estratégias de negócios, integrando-os aos propósitos do conceito ESG e promovendo, dessa forma, melhorias em mobilidade urbana como nos sistemas de transporte e outros, com foco na redução de impactos socioambientais.

Transformação na mobilidade

Com base nesse panorama, a plataforma Connected Smart Cities e o Mobilidade Estadão consideraram as premissas ambientais, sociais e de governança como requisitos essenciais para estudo e votação das 100 empresas mais influentes, entre as 300 companhias totais que participaram do levantamento.

Com isso, durante o estudo e a votação, os jurados analisaram ações e políticas de eficiência energética, com uso de fontes renováveis em suas produções, práticas socioambientais responsáveis, projetos e resultados positivos em prol da inclusão, diversidade e equidade, planos de governança transparentes e éticos com geração de benefícios para o meio ambiente e para a população.

Aplicação prática

Roberta Marchesi, diretora executiva da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), destaca a importância de práticas em ESG em seu nicho de atuação.

“O transporte de passageiros sobre trilhos é limpo e movido a energia elétrica, na sua maioria, sem emissões de poluentes na atmosfera. Além disso, é de alta capacidade, transportando muitas pessoas com rapidez, contribuindo para a redução de acidentes e dos congestionamentos”, diz Roberta.

O segmento também é atuante no âmbito das pautas sociais. “É um setor responsável, com práticas de governança corporativa e transparência. Da mesma forma, atua nas causas sociais com o apoio a instituições e parcerias em ações voltadas para a população, que, normalmente, são realizadas nas estações”, analisa.

Visões complementares

De acordo com Paulo Miguel Júnior, presidente da Associação Brasileira de Locação de Automóveis (Abla), já existem alguns reflexos positivos da adoção de tais conceitos na sociedade brasileira.

“Estamos vendo, em algumas empresas, o desenvolvimento de iniciativas, no aspecto de compensação de carbono e na destinação de resíduos. Vemos, também, a inclusão não apenas no atendimento aos clientes como também para o seu público interno”, destaca Júnior.

“INOVAÇÃO PODE ATRAIR USUÁRIOS PARA O SISTEMA DE TRANSPORTE PÚBLICO”

0

Sérgio Avelleda, sócio-fundador do Grupo Urucuia, fala sobre necessidade da construção de cidades mais inteligentes, inclusivas e resilientes

As cidades crescem em um ritmo acelerado. Tráfegos intensos, elevação de riscos à saúde e segurança dos cidadãos, maior ocorrência de impactos ambientais, como poluição, enchentes e deslizamentos, são fatores que constituem as realidades cotidianas de grandes áreas urbanas brasileiras.

Uma estratégia fundamental para uma boa gestão da mobilidade urbana é o investimento em ações e soluções em inovação tecnológica, aliadas aos propósitos ESG, que focam no bem-estar e na qualidade de vida socioambiental. Para refletir sobre o tema, conversamos com Sergio Avelleda, coordenador do Núcleo de Mobilidade Urbana do Laboratório de Cidades Arq.Futuro, do Insper, e sócio-fundador da Urucuia, de Inteligência em Mobilidade Urbana.

Avelleda: “Inovação deve mudar a vida das pessoas”. Foto: Arquivo pessoal

Como as ações em inovação podem trazer melhorias e avanços aos sistemas de transporte e mobilidade urbana?

Sérgio Avelleda: Os investimentos, nesse setor, podem romper esse ciclo de perda de usuários, que o transporte público vive. Por exemplo, aplicativos que conectam os usuários com as informações diretas dos sistemas de transporte, integrando-as aos de bilhetagem inteligente, podem ser muito atrativos para o gerenciamento de viagens. Temos de alcançar esse mesmo nível de inovação – ou parecido – no transporte público.

A inovação, por exemplo, na infraestrutura dos veículos, trazendo ônibus elétricos que não poluem, silenciosos e com condução mais suave, é outro aspecto que pode atrair muitos usuários. Não podemos pensar em inovação, simplesmente, por inovação. As mudanças nas cidades passam primeiro pela elaboração de políticas públicas dedicadas a melhorar a qualidade de vida das pessoas. Logo, o foco central tem de ser desburocratizar, aumentar o acesso e aprimorar a qualidade dos serviços.

Por exemplo, a telemedicina para consultas básicas pode revolucionar o Sistema Único de Saúde (SUS), reduzindo custos e melhorando a capacidade do usuário de interagir com o médico. Serviços municipais informatizados, também, permitem o acesso via internet, diminuindo a necessidade de deslocamento. A cidade precisa ir além da inovação, buscando se aproximar mais das necessidades dos cidadãos e trazendo os serviços públicos para a palma da mão.

Como políticas em inovação podem fomentar boas práticas em inclusão e cidadania?

Avelleda: As ações inovadoras precisam estar diretamente conectadas aos objetivos da cidade, que também devem estar vinculados aos Objetivos Globais de Desenvolvimento Sustentável e aos Objetivos de Sustentabilidade, de Governança e de Inclusão Social.

Qual é o papel dessa linha de frente, em relação a outros pilares de ESG, como governança e meio ambiente?

Avelleda: A inovação tem que estar diretamente ligada à capacidade de mudar a vida das pessoas. E, muitas vezes, inovar não é utilizar plataformas tecnológicas. Redesenhar uma rua para colocar nela mais bicicletas, pessoas, transporte público e menos carros não demanda o uso de tecnologia, mas pode contribuir muito para a melhoria de vida. Isso é uma forma inovadora de fazer política pública.

Como o estímulo ao aumento de parcerias público-privadas pode garantir mais inovação tecnológica na mobilidade urbana brasileira?

Avelleda: A parceria público-privada é fundamental para o desenvolvimento de políticas públicas, especialmente na área de tecnologia. Tecnologia e burocracia nos serviços públicos são coisas incompatíveis entre si. E, essas parcerias ajudam a acelerar investimentos – infraestrutura, compra de ônibus, melhoria dos metrôs, expansão dos sistemas de transporte – e podem ser beneficiadas pela agilidade e flexibilidade que o setor privado oferece. Entretanto, isso não exime a responsabilidade do Estado de regular, fiscalizar e controlar medidas para a proteção de interesses dos usuários e de toda a coletividade.

Qual sua perspectiva em relação à nova gestão do governo para a busca de melhores políticas de mobilidade nos próximos anos? Quais são os maiores desafios?

Avelleda: A nova gestão traz a racionalidade, que havíamos perdido no governo anterior, em relação ao tema políticas públicas. A gestão anterior era movida por uma ideologia muito preconceituosa, e este novo parece estar mais aberto à discussão de políticas públicas, o que é muito bem-vindo. E, também, mais aberto ao engajamento da sociedade civil. Este governo se abre para a participação de conselhos, ONGs, entidades, especialistas. Já o governo anterior era muito fechado em si mesmo. Com isso, a qualidade da política pública tende a melhorar.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO PLANEJAMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA AS CIDADES INTELIGENTES

0

A utilização de inteligência artificial no contexto das smart cities não é recente, sendo que 80% do uso de IA para cidades inteligentes está baseado em tecnologia de vídeo

Nos últimos meses, o ChatGPT, um chatbot de inteligência artificial, ganhou destaque nas mídias devido a sua capacidade de responder a diversas perguntas em formato de diálogo. Outras iniciativas da Open AI, que é a mesma empresa que desenvolveu o ChatGPT, tiveram vasta repercussão no âmbito tecnológico e incluem o desenvolvimento de modelos de inteligência artificial que permitem a criação de imagens e de códigos de linguagem de programação a partir de textos discricionários.

Apesar de o tema “inteligência artificial” estar em alta e ser alvo de diversas discussões envolvendo o futuro do mercado de trabalho, o mundo acadêmico e o desenvolvimento de habilidades cognitivas e comportamentais, sabemos que a IA é um recurso amplamente utilizado em diversas ferramentas de uso cotidiano, como aplicativos de rotas, assistentes de voz, e-mail, Google, Netflix, Spotify, redes sociais, reconhecimento facial, entre muitas outras, inclusive soluções aplicadas na esfera profissional como marketing digital, vendas, gestão financeira, etc. 

E como tem sido a aplicação da inteligência artificial para a resolução de problemas nas cidades? Esta tecnologia tem de fato contribuído para o desenvolvimento de políticas públicas mais assertivas no longo prazo, ou para um desenvolvimento sustentável das cidades? 

A utilização de inteligência artificial no contexto das smart cities não é recente, sendo que 80% do uso de IA para cidades inteligentes está baseado em tecnologia de vídeo. Apesar de as áreas de mobilidade e segurança serem as que mais utilizam a IA agregando inteligência para a tomada de decisão e a otimização de recursos, outras áreas como educação, saúde e sustentabilidade também podem se beneficiar desta tecnologia. 

Muitos municípios têm avançado com iniciativas de implementação de IoTs, os dispositivos que coletam dados nos territórios. Algumas cidades buscam integrar esta coleta de dados em centros de controle operacional, os CCOs, a fim de gerir as informações advindas de múltiplas entradas, como câmeras, semáforos, sensores, lâmpadas, aplicativos de transporte, segurança etc. 

Embora a gestão dos dados seja um desafio, diante da complexidade e falta de integração entre os diversos dispositivos coletores de dados, as cidades têm avançado e utilizado a inteligência artificial para identificar situações de risco e antecipar problemas, fornecendo análises que possam auxiliar na elaboração de políticas públicas mais assertivas. 

No âmbito da mobilidade, a inteligência artificial tem sido amplamente utilizada e contempla o mapeamento do trânsito, alertas de acidentes, previsão do tempo de espera para o transporte público, otimização de rotas, obtendo dados tanto de veículos do transporte público como de usuários, que através de empresas de base tecnológica, fornecem dados de locomoção, alavancando a inteligência das soluções. 

Na área da segurança pública a IA é fundamental para diminuição dos índices de criminalidade. As câmeras de segurança espalhadas na cidade podem identificar atividades suspeitas e auxiliar na vigilância, se utilizando por exemplo de face analytics para reconhecer criminosos. Além disso, a utilização de câmeras favorece a gestão da cidade a partir do monitoramento de coletas de lixo, detecção de incêndios, vandalismo, ou até mesmo em casos de inundações e outras situações de perigo. 

A inteligência artificial também está presente em soluções para o cidadão, como os aplicativos que ofertam os serviços públicos online e ajudam a identificar padrões de utilização, como os serviços mais acessados, contribuindo com a previsibilidade da demanda no planejamento de atendimentos e redução de prazos. Um aplicativo que se utiliza de IA para o cidadão consegue verificar a disponibilidade de remédios na rede pública, vagas em escolas, possibilita agendamentos com base em critérios de proximidade ou tempo de espera, e inclui otimizações que melhoram a qualidade do serviço público prestado. 

A IA é uma importante aliada para reduzir o índice de evasão escolar e identificar padrões de aprendizagem dos alunos. Para o social, possibilita detectar situações de vulnerabilidade e violência doméstica, considerando regiões, faixa etária, faixa salarial, entre outros critérios, que combinados a todos os outros dados das demais áreas constituem uma fonte de informação única, disponível na palma da mão do gestor público. 

Ao analisarmos todo esse contexto, cabe refletirmos se diante da quantidade de dados disponíveis e dos recursos existentes no mundo da tecnologia, estamos repensando as políticas públicas com base em evidências, levando em conta o futuro da sociedade, os hábitos, as tendências comportamentais e mercadológicas, a produção, indústria e comércio, a eficiência energética, ou quaisquer outros fatores que possam influenciar no planejamento de cidades mais sustentáveis. Embora ainda tenhamos desafios na integração de dados e na implementação de soluções que incorporem todos os recursos disponíveis, sabemos que a tecnologia aliada à inteligência artificial representa a eficiência do poder público e uma gestão com visibilidade para a tomada de decisão, para que se governe com responsabilidade, planejamento e previsibilidade. 

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities