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ESTUDO APONTA QUE, COM METRÔ, SALVADOR DEIXOU DE EMITIR 45 MIL TONELADAS DE CO2 EM OITO ANOS

Cerca de 90% dos passageiros entrevistados afirmaram que utilizariam ônibus para realizar a viagem, caso não existisse o metrô

Um estudo inédito revelou que a operação do Sistema Metroviário de Salvador e Lauro de Freitas fez com que a capital baiana deixasse de emitir mais de 45 mil toneladas de CO2 em oito anos, considerando o período de 2014 a 2021. O montante corresponde à emissão de 23.564 veículos comerciais leves, movidos à gasolina em um ano ou a 24.456 viagens de norte ao sul do Brasil, considerando ida e volta.

Lançado na comemoração aos nove anos da CCR Metrô Bahia, o estudo Projeto Economia de Baixo Carbono é pioneiro dentro do próprio grupo e piloto na concessionária baiana. “Sabemos que o CO2 é o principal gás de efeito estufa responsável pela intensificação das mudanças climáticas, então uma redução como esta é bastante significativa”, explica Onara Lima, superintendente de ESG do Grupo CCR.

O estudo foi realizado pela WayCarbon, empresa especializada no desenvolvimento de projetos corporativos sobre sustentabilidade e mudança do clima. A redução está em consonância com o Plano de Ação Climática da capital baiana, que visa a implementação de 100% da frota de transporte público com veículos mais eficientes até 2049, além de redução do número de viagens particulares em 25% até 2024.

Os dados também apontam que, devido à operação do metrô, houve reduções em relação a outros gases nocivos á saúde, como o monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio, metano, óxido nitroso, entre outros.

Como foi feito o estudo

Higor Turcheto, gerente da WayCarbon, afirma para a metodologia, a empresa estimou o total de emissões de CO2 num cenário sem o metrô baiano, diminuindo deste montante as emissões pelo uso de energia do metrô e as emissões indiretas, a exemplo do meio utilizado pelo passageiro para chegar ao sistema metroviário.

Também foi realizada uma pesquisa com clientes do metrô baiano para coletar informações relacionadas às distâncias médias percorridas pelos passageiros usando os diferentes formas de deslocamentos e aos modais que seriam utilizados. O resultado apontou que cerca de 90% das pessoas utilizariam ônibus para realizar a viagem, caso não existisse o metrô.

Ação humana

A mudança climática é um dos maiores problemas enfrentados na atualidade. De acordo com o relatório Climate Change 2021: The Physical Science Basis, do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, 2021), as emissões acumuladas de gases de efeito estufa (GEE), desde a revolução industrial, já levaram a cerca de 1,09 °C de aquecimento global, do qual 1,07 °C provavelmente deriva de ações humanas.

Para limitar o aquecimento global induzido pelo homem, é necessário limitar as emissões de GEE, destaca também o relatório. No Brasil, o setor de transporte, em 2021, foi responsável por 8,39% das emissões, sendo que as emissões do transporte rodoviário, em específico, corresponderam a 7,79%.

Isso significa, por exemplo, que a eletrificação de todo o setor de transporte rodoviário, fazendo uso de uma matriz elétrica descarbonizada, teria o potencial de reduzir as emissões do País em quase 8%.

Segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), se a mobilidade urbana fosse baseada em veículos compartilhados e elétricos, as emissões de CO2 do trânsito poderiam cair até 60%.

“Nesse contexto, os sistemas de transporte em massa sob trilhos, movidos à eletricidade, são uma iniciativa importante na descarbonização do transporte urbano, reduzindo o uso de modais mais intensivos em GEE, por exemplo, carros e ônibus à combustão fóssil”, completa Turcheto.

Outras iniciativas

Na Linha 2 do Sistema Metroviário de Salvador e Lauro de Freitas, nove estações valorizam a utilização de recursos energéticos naturais adequados às condições climáticas brasileiras.

A empresa explica que as chamadas estações ‘típicas’ são compostas por dez abóbadas metálicas alinhadas e sobrepostas que propiciam a entrada de luz e ar. Com isso, as luminárias das plataformas, mezaninos, bem como os acessos que possuem a iluminação natural permanecem desligadas parcial ou totalmente durante o dia.

Como resultado, possibilitam uma economia de até 50% no consumo total de energia. Quando escurece, lâmpadas de LED garantem a iluminação plena com redução do consumo.

As chamadas estaçoes ‘típicas’ do Metrô Salvador, responsáveis pela economia de energia. Foto: Divulgação/CCR Metrô Bahia

A CCR Metrô Bahia também adota práticas sustentáveis voltadas para a economia de água. Todas as estações da Linha 2 estão adaptadas para captar água pluvial para uso nas descargas dos banheiros, com um potencial total de economia de água potável de 190 m³ – a capacidade de reserva de água do sistema.

A água de chuva é captada, armazenada em reservatórios e distribuída para esses locais. Outra ação de destaque é o reaproveitamento de água na lavagem dos trens. A máquina lavadora automática de trens obedece a padrões mundiais de tecnologia e normas ambientais e tem como principal finalidade, recuperar, tratar e reutilizar aproximadamente 85% do total da água utilizada.

Lava-rápido de trens: máquina lavadora reutiliza em torno de 85% da água utilizada na limpeza. Foto: Divulgação/CCR Metrô Bahia

A concessionária utiliza ainda arejadores econômicos para torneiras, monitoramento do consumo de água remoto através de telemetria, sensor nas escadas rolantes para redução de velocidade na ausência de usuários, entre outras ações.

Em consonância com essas iniciativas, a CCR Metrô Bahia afirma que também possui um trabalho de educação ambiental permanente que segue as diretrizes da política de sustentabilidade do Grupo CCR e visa a melhoria das comunidades onde atua.

Fonte: Mobilidade Estadão

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