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A IMPORTÂNCIA DA INFRAESTRUTURA DE TELECOMUNICAÇÕES PARA A CRIAÇÃO DE CIDADES INTELIGENTES

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Com mais de um ano da chegada do 5G ao Brasil, percebe-se uma defasagem entre o avanço da tecnologia e as necessidades regulatórias para sua expansão

A existência de uma infraestrutura de telecomunicações robusta e atualizada é fundamental para a criação de cidades inteligentes. Essa tarefa começa na regulação, por meio de leis municipais – as populares “Leis das Antenas” -, do uso e ocupação do solo para a instalação de um conjunto de sistemas como torres, mastros, postes, antenas e outros equipamentos essenciais para atender às demandas de conectividade atuais.

Com mais de um ano da chegada do 5G ao Brasil, percebe-se uma defasagem entre o avanço da tecnologia e as necessidades regulatórias para sua expansão. Segundo dados da Conecte 5G, iniciativa setorial das operadoras e da Conexis, o Brasil hoje conta com 459 municípios com leis de antenas atualizadas, beneficiando mais de 101 milhões de pessoas, o que representa quase 50% da população do país.

Para a entidade, é um avanço positivo para enfrentar os desafios da implantação do 5G e de futuras tecnologias, mas esse número ainda corresponde a apenas 8,54% de todos os municípios brasileiros. Isso significa que boa parte do Brasil ainda não tem legislação adequada para o 5G, incluindo grandes zonas rurais e extensões territoriais das quais fazem parte o agronegócio, por exemplo. 

É necessário ressaltar também que, desse número, um terço das leis aprovadas não estão em pleno acordo com as diretrizes federais, ou seja, possuem lacunas que, em algum momento, precisam ser preenchidas. Isso se reflete, muitas vezes, em maior burocracia para a instalação dos equipamentos, regras pouco claras, taxas não condizentes com as necessidades de instalação, prazos de respostas longos e consultas a vários órgãos diferentes para a obtenção de licenças.

A Conecte 5G informa que o país possui 172 municípios onde o 5G está operando comercialmente, e outros 1.852 municípios possuem autorização para o uso do espectro, o que é um número significativamente maior do que o número de cidades com leis atualizadas. Entre as capitais, 25 têm legislação adequada. O estado de São Paulo lidera com 200 municípios com regras definidas.

Para o Movimento Antene-se, criado em 2021 por entidades do ecossistema de telecomunicações e que conta com o apoio da Anatel, as leis antigas e inadequadas trazem uma triste consequência: a falta de conectividade, principalmente nas periferias e áreas de urbanização recente, prejudica a população de baixa renda e aprofunda a desigualdade social e digital. Como consequência, o abismo digital aumenta.

Esse panorama revela que ainda é necessário mobilizar a atenção dos gestores públicos sobre a importância do 5G para o desenvolvimento de seu município. O conceito de cidades inteligentes pressupõe a transformação digital dos serviços públicos, como os de saúde, educação e mobilidade urbana. Ao mesmo tempo, estabelece o surgimento de novas indústrias, comércios e serviços, movimentando o espaço urbano, criando receitas e empregos.

Na zona rural, por exemplo, já existe a agricultura de precisão, com máquinas sendo monitoradas a distância em tempo real. Nas escolas, há uma transformação pedagógica em curso pelo acesso a um infinito conjunto de informações, além do acompanhamento customizado dos alunos gerenciado por Inteligência Artificial. O acesso à internet de qualidade e universal deve entrar na lista de serviços públicos essenciais. Atrasar um processo inevitável por meio de burocracias desnecessárias pode fazer regiões inteiras ficarem para trás.

Há mecanismos para facilitar a adoção das melhores normas como o Projeto de Lei Modelo elaborado pela Anatel, Ministério da Economia e Ministério das Comunicações. Ele é uma referência para os legisladores locais atualizarem as normas municipais sobre o tema. Há exemplos também de legislações que estão ajudando a avançar a estrutura de seus municípios, como em Araraquara (SP), que ficou em primeiro lugar no Ranking Cidades Amigas do 5G 2023, do Conecte 5G.

Além desse modelo, o governo federal sancionou, em 2022, uma lei que regula o chamado “silêncio positivo” para infraestrutura de telecomunicações. A legislação autoriza a instalação de antenas 5G caso o órgão competente ultrapasse o prazo de 60 dias para manifestar a sua decisão sobre o uso do espaço.

Estamos vivendo uma transformação digital em escala global que se intensifica com o 5G, mas não se encerra com ele. Em poucos anos, teremos o 5.5G e, até o final da década, o 6G. Além disso, mesmo as redes fixas e as redes móveis 4G se beneficiam, pois as regras se aplicam a qualquer equipamento de telecomunicações que precise ser instalado. A evolução das novas tecnologias é inevitável e pode ser um divisor de águas na criação de um mundo mais inclusivo, próspero e sustentável. Nesse contexto, a iniciativa pública é o primeiro passo para que a cidade desempenhe o seu papel nessa transformação. 

A cidade inteligente torna mais fácil o caminho que os cidadãos e as empresas precisam percorrer para criar prosperidade. As novas tecnologias fomentam negócios, aumentam a eficiência, reduzem custos e melhoram a produtividade. Os serviços digitais governamentais são capazes de mudar a realidade daqueles que estão nos lugares mais afastados, incluindo a todos. 

No atual cenário, a criação da infraestrutura de telecomunicações moderna por meio de leis adequadas é fundamental. Compete a cada prefeito e gestor público a compreensão de que a transformação digital de seu município está em sua iniciativa de modernização.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities. 

CONGONHAS TESTA ÔNIBUS ELÉTRICOS PARA TRANSPORTAR PASSAGEIROS AOS AVIÕES

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Aeroporto de São Paulo vai implantar veículos movidos a bateria para o deslocamento dos usuários; TEVX Higer faz testes com o Azure A12BR

Aos poucos, os aeroportos brasileiros estão eletrificando suas operações internas. Em junho passado, o caminhão elétrico Volkswagen e-Delivery começou a ser usado para o trabalho de reabastecimento dos aviões no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP).

Agora, o tradicional Aeroporto de Congonhas, cujo nome oficial é Deputado Freitas Nobre, na zona sul de São Paulo, se prepara para adotar ônibus movidos a bateria no transporte de passageiros dos portões de embarque até as aeronaves e vice-versa.

Administrado pela operadora aeroportuária Aena Brasil, Congonhas vem passando por uma fase de testes para definir a empresa que fornecerá 25 ônibus para executar o serviço.

Representada no Brasil pela empresa TEVX, a chinesa Higer Bus, maior fabricante de ônibus elétricos do mundo, está no páreo e atuou em Congonhas ao longo de dez dias com o Azure A12BR.

Desenvolvido exclusivamente para o mercado brasileiro e já em circulação em algumas cidades, o modelo tem emissão zero de gases e ruídos e desenvolve autonomia de 270 quilômetros.

Comodidade total

A empresa comemora os resultados. “A sensação de conforto e bem-estar deve começar e terminar a jornada do usuário. Ou seja, antes de ele entrar no avião ou depois que a viagem acaba. E nosso ônibus proporciona isso”, afirma Adriana Taqueti, diretora da TEVX Higer, responsável pela operação nos aeroportos.

Ela conta que o Azure A12BR comporta 80 pessoas. Durante os testes operacionais, porém, foi adaptado para transportar de 57 a 60 passageiros para que os usuários levassem a bagagem de mão com mais comodidade.

Seja como for, o layout dos bancos ergonômicos não teve alterações em relação ao modelo usado no transporte urbano, mas foram retirados balaustres e catraca. “O ônibus foi projetado com piso baixo e um exclusivo sistema de ‘ajoelhamento’ da suspensão, ajudando o acesso de passageiros com dificuldades de locomoção”, diz.

Além disso, o ar-condicionado ficou ligado 100% do tempo. “O sistema do ar do Azure é diferente. Ele não é dividido por zonas. A saída é feita por toda a lateral do veículo, de forma homogênea na frente, no meio e no fundo, envolvendo todas as pessoas”, explica Taqueti. O Azure A12BR também receberá telas que mostram aos passageiros os horários de voo e conexões, assim como acontece nos saguões dos aeroportos.

Outros diferenciais do ônibus elétrico da Higer são o maior número de carregadores USB, vidros com proteção contra raios ultravioleta, elementos de cromoterapia, com luzes de LED no teto, para aumentar a sensação de relaxamento dos passageiros, e isolamento térmico no habitáculo. “O pavimento dos aeroportos é diferente, o que aumenta o impacto do calor”, revela.

Treinamento

O desempenho do ônibus também é um aspecto importante a ser considerado no trabalho de transporte de passageiros na área externa dos aeroportos. “Nesse caso, a prioridade não são os quilômetros rodados, mas sim as horas de operação”, destaca a executiva.

Em uma operação considerada severa, o Azure A12BR percorreu, em média, 55 quilômetros por dia e manteve-se em atividade 17 horas ininterruptas, incluindo a troca de turno de motoristas. A jornada começava às 6h e se estendia até às 23h.

Os condutores, aliás, passaram por treinamento específico da Higer antes do início dos testes. “Dirigir um ônibus elétrico é totalmente diferente do veículo com motor diesel”, salienta Taqueti. “É preciso entender a performance do veículo zero-emissão, que não deve sofrer acelerações fortes e freadas bruscas. A condução é mais linear.”

Os motoristas também puderam conhecer a tecnologia do freio regenerativo, capaz de recuperar até 30% da energia da bateria, o cockpit com banco de suspensão pneumática e câmeras internas e externas com visão de 360 graus. Houve, ainda, uma sessão informativa com a equipe de apoio que faz a manutenção e a limpeza do veículo.

Venda ou locação

A implantação de ônibus elétricos no Aeroporto de Congonhas terá também a presença da empresa Engie Soluções, responsável pela recarga das baterias dos veículos.

Para Raul Moya, diretor de infraestrutura, operações e TI da Aena Brasil, a iniciativa tem um olhar no conforto do passageiro e outro na sustentabilidade das operações, com a redução significativa de emissão de dióxido de carbono (CO2). “Vamos reafirmar o compromisso com a pauta ESG, a inovação e a descarbonização”, ressalta.

A TEVX Higer garante que fará sua parte. De acordo com a empresa, o Azure A12BR 100% elétrico deixa de despejar na atmosfera 110.000 kg de CO2 por ano, número equivalente ao plantio de 770 árvores.

Adriana Taqueti afirma que o modelo de negócios com a Aena Brasil pode ser de venda ou aluguel dos veículos, em contratos de 10 ou 15 anos. A TEVX Higer mantém conversas para fazer testes em outros aeroportos, além de negociações com prefeituras para fornecer veículos destinados ao transporte urbano.

“Os clientes já entendem que, no primeiro momento, o ônibus elétrico não traz viabilidade econômica. Mas ele se paga ao longo de seu ciclo de vida, com a relação custo-benefício, economia de combustível e menores gastos com manutenção”, completa.

Azure A12BR em Congonhas

17 horas/dia de trabalho
10.000 pessoas transportadas
1.300 pessoas transportadas/dia
213 viagens realizadas
27 viagens/dia        

Fonte: Mobilidade Estadão

A VOLTA DAS PATINETES CONTRIBUEM PARA DESCARBONIZAÇÃO DOS CENTROS URBANOS

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Dados de uma pesquisa recente realizada pela Whoosh mostra que patinetes tem 70% menos de emissões em comparação a outros meios de transporte, além de reduzir emissões de CO2 em 4 mil toneladas métricas

De acordo com uma pesquisa da Whoosh, aplicativo de patinetes para uso compartilhado como meio de locomoção, a cada 82.600.000 km viajados com scooters da empresa, a emissão de CO2 na atmosfera é reduzida em aproximadamente 4 mil toneladas métricas. Além disso, segundo a pesquisa da ITF e dados internos da Whoosh, o uso de patinetes tem 70% menos de emissões em comparação a outros meios de transporte. Enquanto as scooters da marca emitem 75g CO2/vkm*, outros patinetes registram 105g de emissão de CO2 por quilômetro percorrido.

Já táxis e aplicativos de transporte privado emitem cerca de 225g de CO2/vkm. As viagens de carros particulares emitem 245g de CO2 por km. “Esses dados mostram que, de fato, a micro mobilidade urbana é a chave para cidades mais sustentáveis”, afirma Francisco Forbes, CEO da Whoosh no Brasil.

A micro mobilidade urbana envolve o uso de veículos pequenos e elétricos para deslocamentos em áreas urbanas congestionadas, oferecendo uma alternativa aos carros particulares e ao transporte público. As scooters elétricas são um exemplo popular desse conceito, funcionando com um motor elétrico e bateria recarregável, sendo alugadas através de aplicativos móveis, como o da Whoosh. Sua portabilidade facilita o transporte e armazenamento, enquanto sua sustentabilidade reduz as emissões locais e alivia o tráfego.

“Vemos as patinetes como um modo de complementar o transporte motorizado nas cidades, contribuindo para a sustentabilidade e redução do impacto ambiental nessas aglomerações. Nosso propósito é, através da micromobilidade, descarbonizar os centros urbanos”, comenta Forbes. “Embora a eletricidade utilizada para carregar as scooters elétricas possa ser proveniente de fontes não renováveis, ainda é geralmente mais eficiente em termos de emissões de carbono do que carros a gasolina. Isso contribui para os esforços de combate às mudanças climáticas”, adiciona Forbes.

Diante desse cenário, a Whoosh trabalha com o consumo inteligente de patinetes por meio da reutilização de peças e o prolongamento do uso de baterias.

As scooters elétricas são alimentadas por baterias, que não emitem poluentes atmosféricos locais, como dióxido de nitrogênio (NOx) e partículas finas. Isso melhora a qualidade do ar e reduz problemas de saúde relacionados à poluição do ar nas áreas urbanas.

Além da redução de emissões na atmosfera, os benefícios do uso de scooters nas cidades incluem:

  • Redução de Congestionamento: O uso de scooters elétricas ajuda a reduzir o congestionamento do tráfego nas cidades, uma vez que ocupam menos espaço nas estradas do que carros. Isso pode resultar em viagens mais rápidas e eficientes para todos os usuários das vias públicas.
  • Uso Combinado com Transporte Público: As scooters elétricas são frequentemente usadas em conjunto com outros modos de transporte público, como ônibus e trens, tornando mais fácil para as pessoas se locomoverem pela cidade de forma eficiente e sustentável.
  • Promoção da Saúde Pública: O uso de scooters elétricas pode incentivar um estilo de vida mais ativo, já que os usuários precisam se movimentar para pilotar as scooters. Isso pode contribuir para uma população mais saudável e reduzir os problemas de saúde relacionados ao sedentarismo.
  • Uso Eficiente do Espaço Urbano: As scooters elétricas ocupam menos espaço do que carros para estacionamento e circulação, o que pode permitir o uso mais eficiente do espaço urbano, como a criação de áreas verdes, ciclovias ou espaços para pedestres.
  • Acessibilidade: As scooters elétricas são acessíveis e geralmente têm baixo custo de uso, tornando-se uma opção viável para uma ampla gama de pessoas, independentemente de sua renda.

A Whoosh já conta com 8 milhões de usuários ativos, mais de 51 milhões de passeios realizados ao redor do mundo e já tem em pauta outras iniciativas que incluirão instrutores e atividades educacionais para incentivar a circulação segura de patinetes na cidade. A marca chegou ao Brasil em julho deste ano, em Florianópolis, onde já conta com 1300 patinetes, disponíveis para uso 24 horas. Em outubro, a empresa inicia suas operações em Porto Alegre.

*CO2/vkm é uma medida que representa a quantidade de dióxido de carbono (CO2) emitido por quilômetro percorrido (vkm, do inglês “vehicle-kilometer”) por um veículo ou frota de veículos.

Sobre a Whoosh
A Whoosh é uma empresa internacional de tecnologia que desenvolve e implementa de forma independente soluções de transporte de micromobilidade, por meio do uso de patinetes. A empresa que gerencia o serviço também lançou uma escola de condução online para garantir a segurança dos usuários. As patinetes da marca são equipadas com o seu próprio módulo Whoosh IoT (Internet of Things), que permite controlar totalmente o estado e as condições do veículo. Os dados recebidos dos equipamentos permitem a criação de relatórios analíticos sobre micromobilidade, que podem ser de informação muito útil para as autoridades urbanas responsáveis pelo planeamento e desenvolvimento de políticas ambientais das cidades onde a Whoosh opera.
Mais informações no https://whoosh.bike/br

Fonte: Assessoria de imprensa

PASSE LIVRE: 24 CIDADES ADERIRAM À TARIFA ZERO EM 2023, MAIOR NÚMERO ATÉ AGORA

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Atualmente, 88 municípios oferecem gratuidade integral no sistema de transporte público

Até o mês de novembro deste ano, 24 cidades implementaram a tarifa zero em todos os seus serviços de transporte público. Esse é o maior número de adesão ao modelo até o momento. No total, há 88 municípios que oferecem gratuidade integral para toda a população.

Os dados são do pesquisador Daniel Santini, mestrando pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP e autor do livro Passe Livre – As possibilidades da tarifa zero contra a distopia da uberização. A visualização dos dados possui, ainda, um mapa com as regiões e as mais recentes atualizações.

Desde o início do mês de novembro, mais dois municípios iniciaram o serviço gratuito de transporte público. São Caetano do Sul (SP) e Carambeí (PR) iniciaram a modalidade nos dias 1º e 6 de novembro, respectivamente. Desde então, São Caetano do Sul é a maior cidade do Estado de São Paulo a adotar a tarifa zero.

Região mais representativa

O Sudeste se destaca como a região com mais cidades que fazem uso do transporte gratuito. Apenas os Estados de São Paulo e Minas Gerais reúnem mais da metade dos municípios com tarifa zero do País, totalizando 48 localidades. Outras 10 cidades ficam no Rio de Janeiro e apenas uma no Espírito Santo.

Por outro lado, os Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste são as regiões com menos iniciativas sw tarifa zero. Mato Grosso do Sul e Roraima têm apenas uma cidade em cada Estado com passe livre e o Ceará é o único representante do Nordeste, com três cidades.

O Estado do Ceará, apesar de ser o único da região Nordeste com exemplos de tarifa zero em funcionamento, tem a cidade com transporte público gratuito para o maior número de habitantes: Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza, com cerca de 355 mil habitantes.

Tarifa zero como política

Em Caucaia, no Estado do Ceará, a tarifa zero é uma realidade desde 2021. O programa ‘Bora de Graça’ foi lançado em setembro daquele ano, em meio ao auge da pandemia de Covid-19 e a consequente queda no uso dos transportes públicos.

Durante o primeiro ano de aplicação da tarifa zero, a quantidade de passageiros saltou de 35.284, em agosto de 2021, para mais de 2 milhões, em setembro do ano seguinte. Hoje, a frota do transporte público da cidade oferece 70 veículos. De acordo com a prefeitura, em 2021, eram 48 ônibus rodando pelo município.

O subsídio da prefeitura utiliza como base os quilômetros rodados pelos ônibus. Segundo o prefeito de Caucaia, Vitor Valim, são direcionados mensalmente cerca de R$ 3 milhões para o transporte público. “Essa política permite uma abrangência muito grande desse povo que passou a ter direito de circular”, afirma.

A iniciativa da cidade já se espalha pelo Estado. Atualmente, está tramitando na Assembleia Legislativa do Ceará o programa ‘VaiVem Livre’, que pretende dar gratuidade integral em viagens partindo das cidades metropolitanas para a capital, Fortaleza.

De acordo com o governo do Estado, o programa deverá ter subsídio do Estado do Ceará, com categorias específicas de usuários. Os detalhes sobre as categorias ainda não foram apresentados oficialmente.

Crise no transporte público

“O que mudou é que houve um agravamento da crise que afetou todo o sistema de transporte coletivo”, afirma Daniel Santini. De acordo com o pesquisador, essa crise é anterior à pandemia de covid-19, iniciada em 2020.

Somente em São Paulo, o serviço de transporte por ônibus perdeu 1 bilhão de passageiros entre 2013 e 2022, por exemplo. Os ônibus municipais, que transportavam cerca de 3 bilhões de usuários em 2013, passaram a transportar 2 bilhões, em 2022.

Com menos passageiros, as cidades passam a oferecer menos serviços de transporte público e por valores mais altos. “É um ciclo vicioso da tarifa e da redução de passageiros. Para poder se manter financeiramente, as empresas aumentam a tarifa, o que afasta ainda mais as pessoas que utilizam o transporte”, explica. E, com menos pessoas utilizando, mais caras as passagens ficam.

Outros fatores também diminuem o uso dos transportes coletivos, como a segurança e as alternativas privadas, como os aplicativos de viagem.

Fonte: Mobilidade Estadão

ALÉM DO CUSTO, MUDAR A CULTURA DE MOBILIDADE É DESAFIO PARA DESCARBONIZAÇÃO

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Assunto foi discutido por especialistas na sede da SME em Belo Horizonte

Em evento na sede da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME), ontem, os principais desafios e propostas para a descarbonização do transporte e mobilidade urbana estiveram na mesa de discussões. Além de que o alto custo em mudar a fonte energética, destaque unânime entre os participantes é a mudança da cultura de mobilidade urbana na sociedade brasileira, tida como principal desafio para êxito na descarbonização.

Para Bianca Gonçalves Lara, superintendente de Transporte Intermunicipal e Metropolitano da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra), incentivos do poder público são essenciais para fazer com que o custo elevado não seja um dos impeditivos para a eletrificação. O valor do veículo elétrico é 2,5 vezes maior de um veículo convencional.

“Agora vai começar um movimento maior de política pública nesse sentido, sem contar o que estamos vivendo, sentindo na pele os efeitos das mudanças climáticas, então está em pauta mesmo. Se não tiver uma contrapartida do poder público, o custo do veículo vai para a tarifa. Mas está muito no começo para eliminar essa discussão. Creio que vão haver, sim, incentivos no futuro por essa urgência desse cenário que vemos hoje”, disse.

“Nós temos que fazer tudo com muita cautela porque custa muito caro. Estamos dando passos graduais”, comentou o superintendente da Secretaria de Mobilidade (Semob) de Belo Horizonte, André Dantas, que emenda: “O passo gradual é testar um veículo, abrir para várias tecnologias, investir na substituição parcial da frota, e acumular a experiência para ter um retorno no investimento. No longo prazo, com outras alterações estruturais, viabilizar o resultado final que é a descarbonização”, completa.

Assim como Bianca Lara, o secretário afirma que a descarbonização da mobilidade exige superar o desafio de ser realizada sem transferir o custo para a tarifa, que seria como praticamente “expulsar” o usuário do transporte coletivo.

Mudança cultural

Mas para além do custo, a descarbonização necessita de um passo não menos importante: desincentivar o uso do transporte individual. “O maior desafio é mudar o modelo de desenvolvimento urbano voltado para o automóvel. Se nós não incentivarmos o transporte individual, nós já vamos estar contribuindo para a descarbonização. São várias ações que têm que ser tomadas ao mesmo tempo”, conta Dantas.

A superintendente Bianca Lara aponta a qualidade do serviço como passo importante para incentivar a migração de pessoas dos carros para o transporte coletivo. “Quando falamos em poluição, 60% vem dos automóveis individuais e apenas 27% do transporte coletivo. Não adianta pensar em eletrificação, não só no transporte coletivo, mas nos veículos individuais, e só substituindo veículos. Sem estar tirando veículos das ruas, isso não resolve os demais problemas de mobilidade”, comenta.

Virgínia Campos, presidente da SME, afirma que a descarbonização dependerá do nível de urgência que a sociedade brasileira vai demandar. “A mudança cultural é algo lento. Mesmo que tenhamos soluções, quem vai viabilizar toda essa questão é a sociedade. Quem vai determinar a celeridade ou não dessas mudanças é a participação e o entendimento da sociedade sobre esses problemas e importância dessa questão”, pontua.

Interação entre setores

A presidente da SME destacou que os gargalos para desenvolver a economia de baixo carbono são operacionais, não necessariamente na solução em si. “Soluções estabelecidas, viáveis, mas não possíveis de serem operacionalizadas por falta de estrutura. A restrição não está numa não solução, porque a solução já está definida. Mas numa infraestrutura capaz de dar suporte para uma solução já pensada”, pontua.

Para Virgínia Campos, esse tipo de encontro promove a interação entre setores com potencial de conhecimento e investimentos em infraestrutura para a descarbonização. “É uma questão da qual nós da Sociedade Mineira de Engenheiros podemos participar, que é estar definindo essa interação entre governo, mercado e sociedade civil na busca das necessidades de infraestrutura, das prioridades e das tendências que temos que discutir”, finaliza.

Fonte: Diário do comércio

TEM ESPAÇO PARA BICICLETA NAS GRANDES CIDADES NORDESTINAS?

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Para moradores de grandes centros urbanos, o deslocamento cotidiano para trabalho ou estudo gera estresses com a perda de tempo, de grana e até mesmo de saúde física e mental. A construção de uma mobilidade desigual atinge diretamente o acesso às oportunidades e a possibilidade de ascensão social quando falamos de uma população com menor renda, que depende de metrô, trem e ônibus, ou de ruas com calçadas adequadas ou infraestrutura cicloviária. Problemas urbanos, do trânsito nosso de cada dia, comprometem a qualidade de vida e faz muitas pessoas se questionarem se de fato vale a pena morar nas maiores cidades do Nordeste. O Censo de 2022 mostrou que metrópoles como Fortaleza, Recife e Salvador perderam moradores nos últimos anos, com destaque para a capital baiana que diminuiu em 9,6% em comparação ao censo de 2010.

Plano Nacional de Mobilidade de 2012 fala em “prioridade dos modos de transportes não motorizados sobre os motorizados” e “dos serviços de transporte público coletivo sobre o transporte individual motorizado”. Mas essa prioridade não se materializa nos incentivos políticos. No primeiro semestre deste ano, a indústria automobilística se fortaleceu com um desconto do Governo Federal para compra de carros. Já em agosto de 2023 um novo Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) foi lançado, destinando 349 bilhões de reais para o “transporte eficiente e sustentável”. A mobilidade ativa (não motorizada) não foi incluída. O dinheiro vai para rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias do País.

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Atualmente cerca de um quarto das emissões globais de CO2 tem origem no transporte motorizado movido a combustão. Nas três maiores cidades nordestinas, o principal responsável pela emissão de CO2 é o setor de transportes, com destaque para o veículo particular. Segundo os inventários municipais mais recentes de emissões de gases de efeito estufa, o setor responde por 74% das emissões de Salvador, 59% de Fortaleza e 57% de Recife. Por ser um veículo simples, barato e não poluente, a Organização das Nações Unidas (ONU) classifica a bicicleta como “símbolo do transporte sustentável”.

Atualmente a mais populosa cidade do Nordeste conta com um total de 428 km de ciclovias, ciclofaixas, ciclorrotas ou passeios compartilhados. O Plano Diretor Cicloviário de Fortaleza, lançado em 2015, prevê 524 km até o prazo máximo de 2030. O texto fala em prioridade de atendimento às áreas adensadas com baixa renda. Segundo a plataforma Mobilidados, que reúne informações sobre mobilidade e desenvolvimento urbano, 51% da população mora a até 300 metros de alguma infraestrutura cicloviária. É a maior porcentagem entre as capitais nacionais. Além de rotas pedaláveis, a capital cearense tem investido em bicicletas compartilhadas, conexão com transporte público e redução da velocidade em algumas avenidas. Cerca de 235 mil pessoas realizam viagens diárias de bicicleta. A Prefeitura fala em dobrar esse número nos próximos dez anos.

“Fortaleza tem mais de oito anos de continuidade numa política de ciclomobilidade muito relacionada à segurança viária, ao esforço em reduzir acidentes. Além disso, outro ponto foi a da comunicação interna, para demonstrar à população a importância da pauta, e também externa, para atrair mais olhares e investimentos para a cidade”, diz Bernardo Serra, gerente de Políticas Públicas e Clima do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP). Apesar do destaque em nível nacional, o mapa cicloviário de Fortaleza ainda mostra uma concentração da infraestrutura em bairros centrais, onde mora uma população mais rica, mais motorizada e que, em geral, pedala menos.

“Tem essa mística, que muitas vezes é real, de que as pessoas que vocalizam a pauta da bicicleta são aquelas de renda média e alta. Mas essa é uma classe que não é a principal beneficiada. Via de regra, quem usa mesmo é uma população mais pobre, mais negra, e que está nas periferias”, explica Bernardo. Ele conta que é necessário entender a bicicleta para além do esporte ou do lazer no fim de semana. Afinal, para a maioria das pessoas que a utilizam, ela é um veículo de transporte cotidiano. Sua atratividade, porém, ainda é baixa devido à falta de segurança pública e viária nas grandes cidades.

Apesar de serem maioria da população, mulheres pedalam bem menos do que homens. Além da falta de infraestrutura, elas estão mais sujeitas a violências e manifestações da cultura do machismo na rua. Seu deslocamento também costuma ser mais segmentado ao longo do dia, sendo as principais responsáveis por levar a criança para a escola, fazer compras e visitar familiares com problemas de saúde. Outro ponto da desigualdade de gênero é que, ao contrário dos homens, muitas mulheres não aprendem a pedalar ou não são incentivadas a fazer isso durante a infância.

Uma mulher negra veste blusa rosa e saia branca e pedala uma bicicleta simples. Ela está em um cruzamento, esperando o sinal abrir, entre duas vias movimentadas. À sua direita, passam um carro, um ônibus e outra bicicleta
Mulher num cruzamento da cidade do Recife, nas primeiras contagens de ciclistas, em 2013 | Foto: Pedro Guedes/Ameciclo

Em Recife, a arquiteta Bárbara Barbosa começou no ativismo ensinando mulheres a pedalar por meio da rede de voluntários do Bike Anjo. Hoje ela é uma das articuladoras da Associação Metropolitana de Ciclistas do Recife (Ameciclo), que desde 2013 faz pesquisas, estudos e incidência política no território. Em 2014, Pernambuco, em parceria com 14 prefeituras, lançou o Plano Diretor Cicloviário da Região Metropolitana do Recife, um ano antes de Fortaleza. Porém, mesmo saindo na frente, Recife conta hoje com 183 km de rotas cicláveis, quase 250 km a menos que a capital do Ceará. Apenas 30% da população mora a até 300 metros de alguma infraestrutura cicloviária.

Bárbara explica que, por falta de interesse político, o modal fica sempre no fim da fila, e que mesmo as pequenas conquistas só vieram ao custo de muita pressão. “O cicloativismo entra nesse lugar de mostrar para a comunidade os nossos direitos. Foi caro fazer o Plano Diretor Cicloviário, e não dá para todo ano morrer um ciclista. Mas por que a bicicleta? Qual o impacto que ela tem na cidade? Como ela auxilia a agenda do clima? A gente (ativista) senta, se reúne e debate a pauta, lei orçamentária, plano de descarbonização, e mastiga as informações de forma que todo mundo consiga entender”, afirma a arquiteta.

Em 2021, a Ameciclo fez um estudo mostrando que apenas 15% da população recifense se desloca com veículo motorizado particular, mas que esse público fica com 85% dos investimentos da Prefeitura em mobilidade. “Toda vez que eu não incentivo o deslocamento ativo, eu aumento o consumo de gasolina e diesel, eu estimulo o uso de transporte individual com emissão de carbono. A gente precisa pensar numa cidade diferente, com calçadas adequadas, com ruas onde eu possa me sentir segura. A gente precisa priorizar quem está a pé, de bicicleta ou de ônibus”, destaca Bárbara.

Mesmo não sendo totalmente livre de poluentes, o transporte coletivo movido a combustão também é ativo, já que ele não busca o usuário na porta, força seu deslocamento a pé até uma parada ou terminal integrado mais próximo. Além disso, segundo este estudo do Ipea, um único ônibus com 70 passageiros substitui 50 automóveis na via pública, a um média 1,5 pessoa por veículo particular. Mais ônibus significa uma drástica redução nos congestionamentos e nos níveis de poluição atmosférica e sonora nos centros urbanos.

Em agosto de 2023, o Governo de Pernambuco retirou 200 ônibus da frota que atende a Região Metropolitana do Recife, ao passo que aumentou os incentivos tributários para compra e uso de carro e motocicleta. “Se o debate climático não fala de redução da mobilidade passiva e motorizada, da racionalização dos recursos que extraímos e do corte de subsídios concedidos às indústrias automotivas, esse debate climático não está com os pés no chão”, afirma Lucas Vinícius, programador, estudante de Análise de Sistemas no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) e também integrante do Observatório de Mobilidade de Salvador (ObMobSSA).

Um mapa destaca o território de Salvador, na Bahia, entre o Oceano Atlântico e a Baía de Todos-Os-Santos. Esse mapa compara a renda familiar média e a rede cicloviária próxima (ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas) nos bairros de Salvador. A cor varia entre o bege (mais claro), para os bairros com menor renda, e o marrom escuro, para os de maior. A rede cicloviária é representada no mapa como uma linha verde. A linha aparece de forma de mais intensa nos bairros mais ricos da cidade ao mesmo tempo que desaparece nos mais pobres
Relação entre renda familiar média estimada nos bairros de Salvador e a rede cicloviária existente. Nos bairros mais pobres, de coloração clara, falta infraestrutura | Fonte: PlanMob Salvador, 2017

A capital baiana tem 310 km de malha cicloviária. Ao contrário de Fortaleza e Recife, a cidade ainda está elaborando o seu plano diretor cicloviário, instrumento que serve de base para a execução de políticas públicas. O mapa atual expõe uma concentração de ciclovias e ciclofaixas nos bairros mais próximos da Orla Atlântica, rota turística onde reside uma população com maior poder aquisitivo. Neste relatório de diagnóstico, bairros populosos do subúrbio e do miolo da cidade apresentam imensos vazios em termos de infraestrutura. Segundo o Mobilidados, Salvador tem apenas 21% da sua população morando a até 300 metros de um espaço minimamente seguro para se pedalar.

“Pedalar em Salvador é desafio. É um tipo de ‘esporte radical’, pois estamos expostos a ônibus e caminhões em alta velocidade, motoristas debochados, os ‘donos da rua’. Ser ciclista, aqui, é estar sempre no lado mais fraco da corda, exposto a todo o tipo de intempérie. Ainda assim, para alguns motoristas, nós somos uma ameaça, como se nós estivéssemos ‘roubando’ as ruas deles”, relata Lucas Vinícius. Na sua opinião, a bicicleta ainda é vista como um acessório para pequenos grupos desfrutarem de pequenas partes protegidas de Salvador, o que se reflete em uma malha reduzida, desconectada, em mau estado de uso e perigosa. Um ‘desenvolvimento urbano’ que não promove equidade, não reduz a emissão de poluentes, tampouco os sinistros e episódios de violência no trânsito.

É consenso entre pesquisadores que investir em infraestrutura cicloviária atrai mais pessoas à rua. A bicicleta, além de ser um carro a menos, pode ser utilizada tanto para deslocamentos curtos, dentro de uma comunidade, como para longos percursos metropolitanos em integração com ônibus ou metrô. No entanto, nas três maiores cidades nordestinas, pedalar continua sendo um ato de resistência, ainda que em graus de dificuldade diferentes. Em meio a uma estrutura desigual e com a conta climática batendo na nossa porta, já passou da hora de inverter as prioridades no espaço público. Só existe futuro sustentável possível com o direito à mobilidade no centro do debate.

Fonte: Eco Nordeste 

REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO, TELETRABALHO E DOMENICO DE MASSI

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Com uma visão estreita do futuro as empresas banem o teletrabalho de forma sutil e atrasam o desenvolvimento do ciclo virtuoso por vir

O ecossistema de tecnologia elevou o teletrabalho nos anos 2020 e 2021 ao patamar de destaque na gestão de recursos humanos permitindo a manutenção do trabalho e aperfeiçoamento laboral com melhorias de entregas, para em 2022 e 2023 o mercado insistir no trabalho presencial e reduzir pouco-a-pouco o home office, utilizando-se estrategicamente do trabalho híbrido.

Essa insistência sinestésica das empresas é gerada não só pelas suas culturas organizacionais, ou por sua incapacidade gerencial de manutenção ou melhoria de produtividade, mas principalmente pelo arcaísmo de toda uma sociedade (ai incluído o próprio colaborador) em manter seu status quo na tradicional estrutura hierárquica chefe-subordinado. 

Poucos sabem a origem da palavra trabalho. É importante notar que a própria etimologia da palavra “trabalho” remonta a um instrumento de opressão que causava dor, o tripalium. No Japão, o trabalho estava associado a perigo e sujeira, contrastando com a figura de nossa icônica personagem preguiçosa, o Macunaíma, no Brasil.

Com uma visão otimista, o futuro do trabalho foi profundamente estudado pelo filósofo italiano Domenico de Massi (01/02/38 * 09/09/23+). Domenico, ainda no século XX, conseguiu descrever não só as bases do teletrabalho dos dias atuais, mas dos anos vindouros, onde haverá uma crescente necessidade do home office, que se constituirá não um fim em si para a realização das empresas e labor dos seus colaboradores, mas um meio singelo e clarividente para a realização plena do ser humano na criação e na realização.

Na visão de Domenico, o futuro promissor reside na busca do bem-estar dos trabalhadores, proporcionando-lhes mais tempo livre para a criatividade. Isso impulsionará a humanidade na criação de riqueza, permitindo uma redução substancial da jornada de trabalho, com aumento da produtividade, qualidade e conhecimento. O conceito-chave aqui é o “ócio criativo”, uma revolução comportamental que promete transformar a sociedade.

O filósofo foi incisivo “Nos próximos anos, a porcentagem de quem trabalha em tempo integral em troca de um salário vai diminuir e a porcentagem de quem não trabalha, ou que trabalha algumas horas, vai crescer, transformando várias atividades de graça (voluntariado, esporte, arte etc.) e receber rendimentos de cidadania. A maioria das atividades não será paga e servirá àqueles que as carregam para atender às suas necessidades de introspecção, amizade, amor, beleza, diversão e convívio. Isto é, ócio criativo.”

Com uma visão estreita do futuro as empresas banem o teletrabalho de forma sutil e atrasam o desenvolvimento do ciclo virtuoso por vir. Essa tendência de retorno ao escritório também vem do mindset voltado para o passado impossibilitando um passo largo na nova direção. De fato, parece impossível nessa primeira metade do século XXI fazermos a virada de chave com o modelo atual de gestão usado pelas corporações, e com os profissionais disponíveis no mercado.

Por outro lado, alguns esforços estão em andamento. No Recife, por exemplo, o Prefeito João Campos recomendou ao seu time que todos lessem “Utopia para Realistas” de Rutger Bregman, escritor que defende abertamente a redução da carga de trabalho repercutindo na melhoria dos negócios. No Recife, ainda, a EMPREL empresa pública responsável pela tecnologia no município regulou através de acordo com os trabalhadores o “Teletrabalho Inteligente” inspirado em Domenico de Massi. Não há obrigatoriedade de adesão de nenhuma das partes, até porque nem todo trabalhador está apto ao teletrabalho, como também nem todos o querem. Críticas e elogios vieram de parte a parte, mas sempre construtivas para melhorar a produtividade da empresa, com qualidade de vida para o trabalhador.

Nesse contexto de interesses divergentes, é possível encontrar um caminho que ofereça menos trânsito, melhor qualidade de vida, redução de despesas, ar mais puro e mais tempo livre para as pessoas. No entanto, isso requer o comprometimento e a qualificação dos gerentes para apoiar os colaboradores e alcançar metas com excelência.

A nível nacional, o Governo Federal está retomando a discussão sobre a redução da jornada de trabalho para trinta e duas horas semanais. Embora seja essencial debater essa questão, em um processo de transformação, o diálogo é crucial, pois decisões abruptas que não contam com o acordo de ambas as partes interessadas podem levar ao fracasso e ao retrocesso. O progresso inspirado no legado do grande, admirado e saudoso Domenico de Massi passa pela construção de um consenso que visa à evolução da humanidade, onde o trabalho deixe de ser um tripalium e se torne um momento de prazer e realização.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

PELA 1ª VEZ NA HISTÓRIA, FOI REALIZADO ONTEM UM VOO TRANSATLÂNTICO COM 100% DE COMBUSTÍVEL SUSTENTÁVEL

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A fabricante norte-americana de jatos executivos Gulfstream Aerospace anunciou hoje, 20 de novembro, que concluiu com sucesso o primeiro voo transatlântico da história usando 100% de combustível de aviação sustentável (SAF).

Realizado no domingo, dia 19 de novembro, o voo foi feito com uma aeronave Gulfstream G600, que saiu da sede da empresa em Savannah, nos Estados Unidos, e pousou 6 horas e 56 minutos depois no aeroporto de Farnborough, na Inglaterra.

Imagem: Gulfstream

Equipada com motores Pratt & Whitney PW815GA, ambos alimentados com 100% de SAF, esta missão mostra o potencial para o uso futuro de combustíveis renováveis ​​na aviação, que apresentam menor teor de carbono, enxofre e aromáticos.

Os dados coletados deste voo ajudarão a Gulfstream e seus principais fornecedores a avaliar a compatibilidade das aeronaves com futuros combustíveis renováveis ​​de baixo teor de aromáticos, especialmente sob temperaturas frias para voos de longa duração.

O SAF utilizado no voo foi produzido pela World Energy e entregue pela World Fuel Services. Era composto 100% de ésteres e ácidos graxos hidroprocessados ​​(HEFA puro), que tem pelo menos 70% menos emissões de CO2 no ciclo de vida do que o combustível de aviação de base fóssil, ajudando a reduzir o impacto da aviação no clima.

Além disso, este combustível com zero adição de aromáticos tem um impacto reduzido na qualidade do ar local e um teor de enxofre muito baixo, o que pode reduzir os impactos ambientais não relacionados com o CO2.

Mark Burns, presidente da Gulfstream, disse: “Uma das chaves para alcançar as metas de descarbonização de longo prazo da aviação executiva é o amplo uso de SAF em vez de combustível de aviação de base fóssil. A conclusão deste voo de classe mundial ajuda a avançar a missão abrangente de sustentabilidade da aviação executiva e a criar impactos ambientais positivos para as gerações futuras.”

A Gulfstream ressalta que foi o primeiro fabricante de equipamento original do segmento de jatos executivos a voar 100% SAF. Outros parceiros importantes que apoiam este marco incluem Honeywell, Safran e Eaton.

“Gostaríamos de agradecer a todos os nossos parceiros pela ajuda na concretização deste voo marcante e pela parceria contínua na colaboração para defender o caminho da indústria da aviação para o uso 100% do SAF”, disse Burns.

Fonte: Aeroin

PRÊMIO P3C: CALL FOR PAPERS

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Prêmio P3C Reconhece Líderes e Inovações na Mobilidade Urbana

O Prêmio P3C destaca-se como uma iniciativa pioneira no cenário brasileiro, consolidando-se como um catalisador para tornar o ambiente de negócios mais previsível e seguro para investidores. Organizado pela Necta e co-realizado pelo Estadão, o P3C tem apoio da B3 e do Portugal Ribeiro Advogados, sendo o principal evento multissetorial sobre infraestrutura especializado no mercado de Parcerias Público-Privadas (PPPs) e Concessões, reunindo empresas, entidades e governos com a missão fundamental de encontrar alternativas que promovam critérios ambientais, sociais e de governança. Este evento é direcionado a profissionais do setor de infraestrutura e serviços, congregando executivos de empresas privadas e estatais, investidores, concessionárias, operadoras, consultores, financiadores, agentes públicos, seguradoras, procuradores e demais interessados nos desafios e oportunidades que permeiam os setores de infraestrutura.

Call for Papers

Em paralelo ao Prêmio P3C, lançamos o Call for Papers, uma oportunidade única para pesquisadores, estudiosos, empreendedores e organizações compartilharem propostas inovadoras que impulsionam o avanço e desenvolvimento do setor de infraestrutura. O objetivo é valorizar a diversidade de perspectivas e experiências, buscando contribuições que promovam a solidez do ambiente de negócios no Brasil. Os trabalhos selecionados serão apresentados em formato de mesa redonda durante a 3ª edição do P3C, agendada para fevereiro de 2024, em São Paulo.

O Call for Papers está aberto a pesquisadores, estudiosos, empreendedores e organizações dedicados a projetos e estudos inovadores, focados em soluções para tornar o ambiente de negócios mais previsível e seguro para os investidores no Brasil.

Prêmio

A terceira edição do Prêmio P3C está agendada para o dia 26 de fevereiro de 2024, na B3, e promete ser um evento notável destinado a reconhecer destacados profissionais, empresas e órgãos públicos que se destacaram na atuação em infraestrutura econômica, social e ativos ambientais no Brasil. Com o propósito de celebrar aqueles que contribuíram significativamente para o fortalecimento e desenvolvimento sustentável do setor, o Prêmio P3C destaca-se como uma plataforma anual de reconhecimento.

O distinto corpo de jurados inclui Felipe Sande, Especialista em modelagem econômico-financeira de concessões e reequilíbrio de contratos, também Coordenador do curso de Modelagem Econômico-Financeira de Concessão e PPPs na Fipe/Radar PPP. Renata Perez Dantas, Mestre e Investment Officer da IFC, do Grupo Banco Mundial, que atua como advogada e Investment Officer na Unidade de PPP da International Finance Corporation-IFC, e Marcelo Lennertz, sócio da Lobo de Rizzo Advogados, especialista em questões relacionadas à estruturação e regulação de projetos de infraestrutura. Este evento anual pretende destacar e celebrar o compromisso excepcional desses profissionais e organizações na construção de um ambiente de negócios mais robusto e sustentável no Brasil. Mais informações sobre o Prêmio P3C podem ser encontradas no site do evento

Prazos Importantes:

  • Envio de propostas Call for Papers: 06 a 27 de Novembro de 2023
  • Período de Inscrições para o Prêmio: de 13 de novembro a 08 de dezembro de 2023
  • Análise das propostas Call for Papers: 02 a 12 de Janeiro de 2024
  • Julgamento do Prêmio: 08 a 19 de janeiro de 2024
  • Confirmação de Call for Papers: 15 de Janeiro de 2024
  • Divulgação da programação: 22 de Janeiro de 2024
  • Apresentação dos ganhadores: 26 de fevereiro de 2024

Estamos entusiasmados em receber propostas inovadoras e participantes engajados para juntos construirmos um ambiente de negócios mais robusto e promissor para o Brasil. Para mais informações e submissões, acesse site do evento.

Agradecemos antecipadamente pela sua contribuição para o sucesso do Prêmio P3C e do Call for Papers.

Sobre a Necta

A Necta desenvolve plataformas que conectam pessoas, criando ecossistemas de negócios nos segmentos de aeroportos, aviação, PPPs, infraestrutura, cidades, mobilidade, segurança pública e inovação social. A equipe é formada por profissionais das áreas de marketing, comercial, comunicação, designer, web, mídia social, pesquisa e estratégia. A Necta cria plataformas de conteúdo para clientes e parceiros, e também desenvolve projetos próprios, como o Connected Smart Cities & Mobility; AirConnected & Connected Urban Air Mobility, PMU – Parque da Mobilidade Urbana. 

Assessoria de Imprensa:
imprensa@nectainova.com.br
+55 11 95368-8829

INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA MOBILIDADE: PARQUE DA MOBILIDADE URBANA DESTACA TENDÊNCIAS NA EDIÇÃO REGIONAL CENTRO-OESTE

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O Parque da Mobilidade Urbana Regional Centro-Oeste acontecerá no dia 14 de dezembro de 2023 e terá o Distrito Federal como anfitrião.


O Parque da Mobilidade Urbana emerge como uma iniciativa comprometida em promover a mobilidade urbana sustentável, inclusiva e disruptiva. O crescimento acelerado das cidades, a partir da expansão da urbanização, desafia cada vez mais o poder público e gestores de negócios a buscarem soluções estratégicas para o aperfeiçoamento da dinâmica do ecossistema de mobilidade em prol da maior integração e do incentivo à sustentabilidade no funcionamento de espaços compartilhados.

O PMU, realizado pelo Connected Smart Cities, em conjunto com o Mobilidade Estadão, visa proporcionar experiências enriquecedoras e reflexões profundas para o avanço da mobilidade nas cidades. Com atividades que abrangem exposições de produtos, serviços e tecnologias, demonstrações interativas, test drives e test rides, atividades recreativas, espaços de convivência e conteúdo relevante, o Parque da Mobilidade Urbana é o maior evento do gênero na América Latina. 

Parque da Mobilidade Urbana Regional Centro-Oeste: 

O ecossistema da mobilidade urbana é multifacetado, conectando pessoas, bens e serviços nas cidades com impactos socioeconômicos, logísticos e ambientais. O Parque da Mobilidade Urbana Regional Centro-Oeste, que acontecerá no dia 14 de dezembro de 2023, com o Distrito Federal como anfitrião, busca aprofundar discussões regionais, considerando questões locais e destacando desafios e oportunidades na região Centro-Oeste: “nesse contexto, investimentos significativos no Distrito Federal, como o programa Brasília Vida Segura e a expansão de ciclovias, refletem o compromisso com a mobilidade urbana sustentável“, ressalta Paula Faria, idealizadora do evento e da Plataforma Connected Smart Cities.

Temas em Destaque no Parque da Mobilidade Urbana Regional Centro-Oeste

Mobilidade Ativa e Compartilhada

O Distrito Federal conta com Plano de Mobilidade Ativa, que visa orientar e coordenar as ações voltadas à mobilidade a pé e à ciclomobilidade. Além dos 664,7 km de ciclovias, o governo irá publicar edital de mais 105 km de ciclovias e prevê para os próximos anos a existência de 1.000 paraciclos para bicicletas compartilhadas.

Eletrificação do Transporte Coletivo

Em circulação desde 2018 em Brasília, ônibus elétricos já deixaram de emitir cerca de três mil toneladas de CO2 na atmosfera, o que equivale ao plantio de mais de 21 mil árvores. No mesmo período foram economizados mais de 150 mil litros de óleo diesel.

Já em Goiás, o Governo do Estado prevê a modernização e aquisição de 65 ônibus elétricos para circular no Eixo Anhanguera, principal corredor de mobilidade urbana da Região Metropolitana de Goiânia.

Tendências

Entre os temas e tendências para a mobilidade urbana no Centro-Oeste, estão: aplicativos públicos para o sistema de caronas compartilhadas; o uso de informações e dados para a gestão da mobilidade urbana e o transporte coletivo; a expansão dos centros de operação e controle para outras cidades, assim como já existente no Distrito Federal; o sistema de pagamento digital ampliado para novos formatos; a integração modal; a eletrificação da frota de veículos e muito mais.

—Patrocinador Apresentador – FAP

Serviço:

Parque da Mobilidade Urbana  – Regional Centro-Oeste 2023

Local: PMURC-  Centro de Eventos e Convenções Brasil 21, Brasília – DF

Quando: 14 de dezembro de 2023

Site: https://parquedamobilidadeurbana.com.br/pmu-regional-centro-oeste/

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