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“INOVAÇÃO PODE ATRAIR USUÁRIOS PARA O SISTEMA DE TRANSPORTE PÚBLICO”

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Sérgio Avelleda, sócio-fundador do Grupo Urucuia, fala sobre necessidade da construção de cidades mais inteligentes, inclusivas e resilientes

As cidades crescem em um ritmo acelerado. Tráfegos intensos, elevação de riscos à saúde e segurança dos cidadãos, maior ocorrência de impactos ambientais, como poluição, enchentes e deslizamentos, são fatores que constituem as realidades cotidianas de grandes áreas urbanas brasileiras.

Uma estratégia fundamental para uma boa gestão da mobilidade urbana é o investimento em ações e soluções em inovação tecnológica, aliadas aos propósitos ESG, que focam no bem-estar e na qualidade de vida socioambiental. Para refletir sobre o tema, conversamos com Sergio Avelleda, coordenador do Núcleo de Mobilidade Urbana do Laboratório de Cidades Arq.Futuro, do Insper, e sócio-fundador da Urucuia, de Inteligência em Mobilidade Urbana.

Avelleda: “Inovação deve mudar a vida das pessoas”. Foto: Arquivo pessoal

Como as ações em inovação podem trazer melhorias e avanços aos sistemas de transporte e mobilidade urbana?

Sérgio Avelleda: Os investimentos, nesse setor, podem romper esse ciclo de perda de usuários, que o transporte público vive. Por exemplo, aplicativos que conectam os usuários com as informações diretas dos sistemas de transporte, integrando-as aos de bilhetagem inteligente, podem ser muito atrativos para o gerenciamento de viagens. Temos de alcançar esse mesmo nível de inovação – ou parecido – no transporte público.

A inovação, por exemplo, na infraestrutura dos veículos, trazendo ônibus elétricos que não poluem, silenciosos e com condução mais suave, é outro aspecto que pode atrair muitos usuários. Não podemos pensar em inovação, simplesmente, por inovação. As mudanças nas cidades passam primeiro pela elaboração de políticas públicas dedicadas a melhorar a qualidade de vida das pessoas. Logo, o foco central tem de ser desburocratizar, aumentar o acesso e aprimorar a qualidade dos serviços.

Por exemplo, a telemedicina para consultas básicas pode revolucionar o Sistema Único de Saúde (SUS), reduzindo custos e melhorando a capacidade do usuário de interagir com o médico. Serviços municipais informatizados, também, permitem o acesso via internet, diminuindo a necessidade de deslocamento. A cidade precisa ir além da inovação, buscando se aproximar mais das necessidades dos cidadãos e trazendo os serviços públicos para a palma da mão.

Como políticas em inovação podem fomentar boas práticas em inclusão e cidadania?

Avelleda: As ações inovadoras precisam estar diretamente conectadas aos objetivos da cidade, que também devem estar vinculados aos Objetivos Globais de Desenvolvimento Sustentável e aos Objetivos de Sustentabilidade, de Governança e de Inclusão Social.

Qual é o papel dessa linha de frente, em relação a outros pilares de ESG, como governança e meio ambiente?

Avelleda: A inovação tem que estar diretamente ligada à capacidade de mudar a vida das pessoas. E, muitas vezes, inovar não é utilizar plataformas tecnológicas. Redesenhar uma rua para colocar nela mais bicicletas, pessoas, transporte público e menos carros não demanda o uso de tecnologia, mas pode contribuir muito para a melhoria de vida. Isso é uma forma inovadora de fazer política pública.

Como o estímulo ao aumento de parcerias público-privadas pode garantir mais inovação tecnológica na mobilidade urbana brasileira?

Avelleda: A parceria público-privada é fundamental para o desenvolvimento de políticas públicas, especialmente na área de tecnologia. Tecnologia e burocracia nos serviços públicos são coisas incompatíveis entre si. E, essas parcerias ajudam a acelerar investimentos – infraestrutura, compra de ônibus, melhoria dos metrôs, expansão dos sistemas de transporte – e podem ser beneficiadas pela agilidade e flexibilidade que o setor privado oferece. Entretanto, isso não exime a responsabilidade do Estado de regular, fiscalizar e controlar medidas para a proteção de interesses dos usuários e de toda a coletividade.

Qual sua perspectiva em relação à nova gestão do governo para a busca de melhores políticas de mobilidade nos próximos anos? Quais são os maiores desafios?

Avelleda: A nova gestão traz a racionalidade, que havíamos perdido no governo anterior, em relação ao tema políticas públicas. A gestão anterior era movida por uma ideologia muito preconceituosa, e este novo parece estar mais aberto à discussão de políticas públicas, o que é muito bem-vindo. E, também, mais aberto ao engajamento da sociedade civil. Este governo se abre para a participação de conselhos, ONGs, entidades, especialistas. Já o governo anterior era muito fechado em si mesmo. Com isso, a qualidade da política pública tende a melhorar.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO PLANEJAMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA AS CIDADES INTELIGENTES

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A utilização de inteligência artificial no contexto das smart cities não é recente, sendo que 80% do uso de IA para cidades inteligentes está baseado em tecnologia de vídeo

Nos últimos meses, o ChatGPT, um chatbot de inteligência artificial, ganhou destaque nas mídias devido a sua capacidade de responder a diversas perguntas em formato de diálogo. Outras iniciativas da Open AI, que é a mesma empresa que desenvolveu o ChatGPT, tiveram vasta repercussão no âmbito tecnológico e incluem o desenvolvimento de modelos de inteligência artificial que permitem a criação de imagens e de códigos de linguagem de programação a partir de textos discricionários.

Apesar de o tema “inteligência artificial” estar em alta e ser alvo de diversas discussões envolvendo o futuro do mercado de trabalho, o mundo acadêmico e o desenvolvimento de habilidades cognitivas e comportamentais, sabemos que a IA é um recurso amplamente utilizado em diversas ferramentas de uso cotidiano, como aplicativos de rotas, assistentes de voz, e-mail, Google, Netflix, Spotify, redes sociais, reconhecimento facial, entre muitas outras, inclusive soluções aplicadas na esfera profissional como marketing digital, vendas, gestão financeira, etc. 

E como tem sido a aplicação da inteligência artificial para a resolução de problemas nas cidades? Esta tecnologia tem de fato contribuído para o desenvolvimento de políticas públicas mais assertivas no longo prazo, ou para um desenvolvimento sustentável das cidades? 

A utilização de inteligência artificial no contexto das smart cities não é recente, sendo que 80% do uso de IA para cidades inteligentes está baseado em tecnologia de vídeo. Apesar de as áreas de mobilidade e segurança serem as que mais utilizam a IA agregando inteligência para a tomada de decisão e a otimização de recursos, outras áreas como educação, saúde e sustentabilidade também podem se beneficiar desta tecnologia. 

Muitos municípios têm avançado com iniciativas de implementação de IoTs, os dispositivos que coletam dados nos territórios. Algumas cidades buscam integrar esta coleta de dados em centros de controle operacional, os CCOs, a fim de gerir as informações advindas de múltiplas entradas, como câmeras, semáforos, sensores, lâmpadas, aplicativos de transporte, segurança etc. 

Embora a gestão dos dados seja um desafio, diante da complexidade e falta de integração entre os diversos dispositivos coletores de dados, as cidades têm avançado e utilizado a inteligência artificial para identificar situações de risco e antecipar problemas, fornecendo análises que possam auxiliar na elaboração de políticas públicas mais assertivas. 

No âmbito da mobilidade, a inteligência artificial tem sido amplamente utilizada e contempla o mapeamento do trânsito, alertas de acidentes, previsão do tempo de espera para o transporte público, otimização de rotas, obtendo dados tanto de veículos do transporte público como de usuários, que através de empresas de base tecnológica, fornecem dados de locomoção, alavancando a inteligência das soluções. 

Na área da segurança pública a IA é fundamental para diminuição dos índices de criminalidade. As câmeras de segurança espalhadas na cidade podem identificar atividades suspeitas e auxiliar na vigilância, se utilizando por exemplo de face analytics para reconhecer criminosos. Além disso, a utilização de câmeras favorece a gestão da cidade a partir do monitoramento de coletas de lixo, detecção de incêndios, vandalismo, ou até mesmo em casos de inundações e outras situações de perigo. 

A inteligência artificial também está presente em soluções para o cidadão, como os aplicativos que ofertam os serviços públicos online e ajudam a identificar padrões de utilização, como os serviços mais acessados, contribuindo com a previsibilidade da demanda no planejamento de atendimentos e redução de prazos. Um aplicativo que se utiliza de IA para o cidadão consegue verificar a disponibilidade de remédios na rede pública, vagas em escolas, possibilita agendamentos com base em critérios de proximidade ou tempo de espera, e inclui otimizações que melhoram a qualidade do serviço público prestado. 

A IA é uma importante aliada para reduzir o índice de evasão escolar e identificar padrões de aprendizagem dos alunos. Para o social, possibilita detectar situações de vulnerabilidade e violência doméstica, considerando regiões, faixa etária, faixa salarial, entre outros critérios, que combinados a todos os outros dados das demais áreas constituem uma fonte de informação única, disponível na palma da mão do gestor público. 

Ao analisarmos todo esse contexto, cabe refletirmos se diante da quantidade de dados disponíveis e dos recursos existentes no mundo da tecnologia, estamos repensando as políticas públicas com base em evidências, levando em conta o futuro da sociedade, os hábitos, as tendências comportamentais e mercadológicas, a produção, indústria e comércio, a eficiência energética, ou quaisquer outros fatores que possam influenciar no planejamento de cidades mais sustentáveis. Embora ainda tenhamos desafios na integração de dados e na implementação de soluções que incorporem todos os recursos disponíveis, sabemos que a tecnologia aliada à inteligência artificial representa a eficiência do poder público e uma gestão com visibilidade para a tomada de decisão, para que se governe com responsabilidade, planejamento e previsibilidade. 

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

VISÃO CRÍTICA DOS JURADOS ESTIMULA AVANÇO DA MOBILIDADE

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Especialistas destacam tendências e avaliam aplicação das categorias Inovação e Práticas em ESG no mercado

Nesta segunda edição do estudo 100 Empresas Mais Influentes em Mobilidade, o levantamento contou com a avaliação de 33 jurados, nomes de peso que atuam em diversas frentes desse amplo setor. Esse trabalho resultou na seleção das 100 companhias mais representativas do segmento, entre as mais de 300 avaliadas.

O comitê de jurados, time formado por profissionais, representantes do setor e especialistas do Estadão, respondeu a perguntas específicas nos formulários, em cada uma das categorias propostas, contribuindo com opiniões para o fortalecimento da mobilidade urbana.

Conheça, a seguir, as avaliações de cinco profissionais que participaram do estudo.   

O que pensam os jurados

Cristina Albuquerque, gerente de mobilidade urbana do Programa Cidades da WRI Brasil

“Sobre a eletromobilidade, com certeza, temos diversos benefícios ambientais e sociais em qualificação do sistema de transporte coletivo. E precisamos avançar ainda mais nessa pauta no País. Ainda temos desafios a serem superados, como a questão do alto custo do capital de tecnologia e da maior necessidade de competitividade com outros tipos de veículo. Não só em relação ao veículo padrão convencional mas também no que se refere aos veículos menores e maiores para atender a demais cidades no processo de descarbonização. Temos, também, outros modelos de negócio com diferentes atores ajudando a destravar a barreira financeira para alcançarmos, de fato, o benefício social da eletromobilidade.
Estamos vendo atores do setor de energia começando a participar dos negócios, investidores, fundos de investimento para ajudar a aumentar a frota e fazendo contratos de locação para minimizar a barreira inicial do custo de capital elevado que os elétricos ainda têm. Também vemos essa movimentação nos diferentes fabricantes para termos maior oferta de veículos no mercado brasileiro.” Cristina Albuquerque

Paulo Miguel Júnior, presidente da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla)

“As locadoras de automóveis vêm buscando criar novas iniciativas em ESG. Entretanto, já estamos vendo, em algumas empresas, o desenvolvimento de iniciativas no aspecto de compensação de carbono e na destinação de resíduos, com a inclusão não só no atendimento aos clientes mas também para o seu público interno.” Paulo Miguel Júnior

Janayna Bhering Cardoso, Gerente de Negócios e Parcerias da Fundep‘ (Fundação de Desenvolvimento de Pesquisa)

“A Fundep tem atuado em diversos esforços públicos e privados pautados pela inovação e práticas ESG. Neste contexto, atuamos como coordenador de três das seis linhas prioritárias do Programa Rota 2030 ligado ao governo federal e que visa o aumento da competitividade da cadeia automotiva. Além disso, atuamos na Plataforma Nacional da Mobilidade Elétrica (PNME), plataforma multidisciplinar que reúne diferentes atores para construir soluções concretas para a mobilidade elétrica no Brasil. Desta forma, buscamos apoiar diversas ações em mobilidade ESG no Brasil, que se destacam pela preocupação com assuntos envolvendo a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade. Acreditamos e apoiamos o desenvolvimento de novos modelos de negócios pautados pela inovação que possibilitem o maior acesso à população em geral, contribuindo para que a transição energética se dê de forma sustentável.” Janayna Bhering Cardoso

Rodrigo Tortoriello, vice-presidente da Federação das Empresas de Mobilidade do Estado do Rio de Janeiro (Semove)
“Vemos que as práticas de ESG são cada vez mais relevantes no processo de gestão de cada uma das empresas. No setor de mobilidade, é fundamental que se invista nessa tríade, porque não há como falar em melhorar o transporte público sem que se pense em como ser ainda mais eficiente do ponto de vista ambiental. Para o passageiro, o transporte público já é mais ambientalmente amigável do que o individual. Mesmo assim, como podemos ser ainda mais eficientes e conseguir resultados melhores no aspecto ambiental? Isso vai depender do tipo de combustível utilizado até as práticas internas de manuseio e gestão do combustível, de óleos lubrificantes, como são lavados os veículos e como são tratados os resíduos dentro das unidades ou empresas.” Rodrigo Tortoriello
Lilian Frazão, CEO da Quero Pedalar e co-organizadora do Pedal Voluntário

“Vou citar uma empresa que está na minha área de atuação. A Tembici trouxe um modelo de negócio disruptivo, um serviço de compartilhamento de bicicletas que não havia no Brasil, mas eu já havia visto, há alguns anos, na Europa. Um modelo relativamente novo e que ainda está em fase de crescimento, mas já envolvido na forma de locomoção das pessoas nas cidades. A empresa utiliza alta tecnologia para gerenciar a frota de bicicletas para oferecer o melhor a seus clientes. Ao pensar em ESG e bicicleta, ela já nasce com a preocupação ambiental, pois promove a mobilidade urbana sustentável e contribui para a redução das emissões de carbono.” Lilian Frazão

CONHEÇA ALGUNS NÚMEROS DO LEVANTAMENTO DAS 100 EMPRESAS MAIS INFLUENTES EM MOBILIDADE DE 2023

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Comprometimento com o meio ambiente, como iniciativas de eletromobilidade, foi um dos aspectos avaliados no levantamento

Nesta segunda edição do levantamento das 100 empresas mais influentes em mobilidade, 33 jurados avaliaram um universo total de 339 companhias. Foram definidas nove categorias, que representam o amplo ecossistema da mobilidade no País.

Veja, no gráfico abaixo, a quantidade de empresas em cada um dos nove segmentos que compõem o levantamento.

gráfico pizza com números das 100 empresas mais influentes em mobilidade de 2023
Veja a divisão por categoria das 100 empresas mais influentes em mobilidade de 2023. Fonte: Connected Smart Cities

Confira a relação das 100 empresas mais influentes em mobilidade de 2023.

Fonte: Mobilidade Estadão

SEGUNDA EDIÇÃO DO ESTUDO ANALISA BOAS PRÁTICAS EM INOVAÇÃO E ESG DE 339 EMPRESAS DO SETOR

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Segunda edição do estudo avalia boas práticas em Inovação e ESG de mais de 300 companhias do setor; saiba como foi feita a votação e conheça os critérios usados para premiação das vencedoras

Buscar caminhos viáveis para a expansão de cidades inteligentes é um dos grandes desafios da atualidade. Nesse sentido, é fundamental que o poder público e a iniciativa privada planejem e desenvolvam uma agenda de ações estratégicas que seja capaz de cumprir essa missão.

Na mobilidade, as boas práticas, principalmente sistemas de transporte que facilitem os deslocamentos, podem transformar cenários urbanos, tornando-os mais resilientes, inclusivos e sustentáveis. No fim, o foco está em inovações e iniciativas com potencial para melhorar a vida da população.

Para analisar o papel das corporações nesse sentido, além de identificar tendências que podem ser implementadas em escala, a plataforma Connected Smart Cities e o Mobilidade Estadão apresentam a segunda edição do levantamento das 100 empresas mais influentes em mobilidade de 2023.

Um minucioso estudo foi feito entre janeiro e fevereiro deste ano, considerando as melhores iniciativas em mobilidade urbana e as com maior potencial para avanço no ecossistema.

A votação e análise de dados ficaram a cargo de um comitê de jurados, um time seleto composto por 39 profissionais, representantes do setor, além de especialistas do Estadão.

Critérios para votação

No levantamento, as empresas analisadas foram divididas em nove segmentos de atuação:

* Fabricantes e Operadores de Transporte Público (FOTP)
* Fabricantes e Operadores de Veículos (FOV)
* Fabricantes e Operadores de Caminhões (FOC)
* Fabricantes e Operadores de Motos (FOM)
* Fabricantes e Operadores de Bicicletas, incluindo modelos elétricos, patinetes e outros levíssimos (FOB)
* Tecnologias e Operadores de Compartilhamento (TOC)
* Tecnologia & Inovação para Mobilidade (TIM)
* Consultorias (CON)
* Mobilidade Aérea Urbana, incluindo drones e aeronaves elétricas de decolagem e pouso na vertical – as eVTOLs (MAU). Este último, incorporado nesta edição do evento.

Após a segmentação, foram consideradas as seguintes categorias para avaliação crítica: Inovação, elegendo ações e programas de mobilidade mais modernos, tecnológicos e resilientes; e Práticas em ESG (ambiental, social e de governança).

Foram priorizadas iniciativas comprometidas com investimentos em eficiência energética; bem-estar social e ambientalmente sustentável; e, por fim, gestão e políticas empresariais embasadas na defesa dos direitos humanos e dos pilares de inclusão (diversidade e equidade), transparência e ética.

No levantamento, os jurados não precisavam votar em todas as empresas e categorias listadas, que foram mais de 300. Dessa forma, os participantes da votação só apontaram empresas que conheciam e que, consequentemente, se sentiam aptos para justificar as razões de seus votos.

MERCEDES-BENZ INAUGURA FÁBRICA DE RECICLAGEM DE BATERIAS

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Com 96% de taxa de reciclagem, produção anual vai ultrapassar os 50 mil módulos para carros elétricos da marca alemã

A Mercedes-Benz inaugura sua primeira fábrica de reciclagem de baterias neutra em CO2 em Kuppenheim, no sul da Alemanha. O objetivo da montadora é estabelecer o ciclo fechado completo de reciclagem do componente e reduzir a dependência dos metais a longo prazo.

A unidade piloto deverá ter capacidade anual de 2.500 toneladas. Os materiais recuperados serão utilizados para produzir mais de 50 mil módulos de bateria para novos carros elétricos da Mercedes-Benz, volume que poderá ser ampliado a médio e longo prazo.

A primeira etapa da fábrica, a desmontagem mecânica de baterias de veículos elétricos, está prevista para começar a funcionar no fim deste ano. A Mercedes-Benz espera instalar uma linha-piloto de hidrometalurgia alguns meses depois, a depender do resultado de discussões em andamento com o setor público, segundo nota à imprensa.

Sem especificar a quantia, a montadora afirmou ainda que o investimento é da ordem de dois dígitos de milhões de euros na construção da fábrica zero emissão. O empreendimento é financiado pelo Ministério da Economia e Proteção Climática da Alemanha como parte de um projeto de pesquisa científica.

Mercedes-Benz desenvolve ciclo fechado de reciclagem

Com taxa de reciclagem de mais de 96%, a planta de Kuppenheim é um passo decisivo para fechar o ciclo de material para as baterias dos carros elétricos da marca, afirmou o membro do conselho do Grupo Mercedes-Benz, Jörg Burzer, em nota. No futuro, a fábrica cobrirá todas as etapas, desde a desmontagem no nível do módulo até a trituração e secagem e processamento de materiais para baterias.

A Mercedes-Benz atua em parceria com a Primobius, joint venture de tecnologia entre a empresa alemã de engenharia mecânica SMS Group e o desenvolvedor de projetos australiano Neometals.

Fonte: Automotive business

CICLOVIAS DO RIO DE JANEIRO VÃO DOBRAR DE TAMANHO EM DEZ ANOS

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Ao todo, serão injetados R$ 250 milhões na iniciativa, de acordo com a prefeitura

As ciclovias do Rio de Janeiro, que hoje totalizam 457 quilômetros de extensão, vão ultrapassar os 1 mil quilômetros até 2023. Isso quer dizer que a estrutura cicloviária da cidade carioca vai mais que dobrar em dez anos.

A medida é resultado do Plano de Expansão Cicloviário do Rio de Janeiro, lançado nesta quinta-feira (09/03) por Eduardo Paes, prefeito da cidade, que assinou um decreto com essa finalidade no Palácio das Cidades e foi batizado de CicloRio.

Intermodalidade

De acordo com Paes, a expectativa é de que, até o próximo ano, a malha cicloviária carioca seja expandida a ponto de conectar com todos os pontos de transporte da cidade, integrando com o VLT, metrô e barcas.

Com essa finalidade, o Plano de Expansão prevê duas redes: uma estrutural, de 602 quilômetros, e outra complementar, com 490 quilômetros de extensão, a serem finalizadas em uma década.

Participação das pessoas

De acordo com a Prefeitura, entre abril e maio de 2022, a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio) realizaram oficinas para discutir o plano.

Assim, foram feitos convites a moradores de todas as regiões da cidade, junto a uma enquete virtual.

“Os participantes foram ouvidos sobre as principais necessidades de infraestrutura ciclobiária dessas regiões e sobre os novos trechos propostos para cada área. As contribuições recebidas da população foram fundamentais para a consolidação do trabalho”, detalhou a Prefeitura, em nota enviada na época.

Prefeitura ressaltou, ainda, que o CicloRio está alinhado com a campanha global Cidades Pedaláveis, do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP).

CIDADES INTELIGENTES TRANSFORMAM A VIDA DOS CIDADÃOS

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As cidades inteligentes são um conceito que tem ganhado cada vez mais espaço no mundo.

Essas cidades utilizam tecnologia e a digitalização para melhorar a qualidade de vida dos seus habitantes ao promover a eficiência e a otimização dos serviços públicos.

No entanto, de acordo com o Ranking Connected Smart Cities 2021, que avalia o grau de conectividade e sustentabilidade de 700 municípios brasileiros, a digitalização dos serviços públicos ainda é uma questão desafiadora para muitas cidades. O estudo aponta que apenas 9,5% dos municípios analisados possuem serviços digitais para emissão de alvarás e licenças, por exemplo.

Além disso, uma pesquisa divulgada em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que 63,7% das prefeituras brasileiras não contavam com serviços de atendimento ao cidadão por meio de plataformas digitais.

Para o gerente de software Antônio Puças, da  SMAR APD, que atua no desenvolvimento de sistemas de ERPs para gestão pública, quando se pensa no conceito de cidades inteligentes, um dos principais benefícios é exatamente a melhoria dos serviços públicos e do atendimento ao cidadão: as cidades inteligentes transformam a vida dos cidadãos ao promover a eficiência dos serviços públicos.

“Um dos principais benefícios é a eficiência dos serviços públicos. Ao oferecerem serviços digitais, como por exemplo, pagar impostos e multas pela internet, acessar informações sobre a cidade, reservar espaços públicos e agendar serviços de saúde e educação, tornam a vida dos cidadãos mais prática e conveniente”, explica Puças.

No entanto, o especialista ressalta que é importante que as cidades inteligentes devem ser pensadas de forma integrada e participativa, levando em conta as necessidades e demandas dos habitantes.

Além disso, as cidades inteligentes devem ser sustentáveis e inclusivas, garantindo que todos os cidadãos tenham acesso aos benefícios proporcionados pela tecnologia.

“É necessário que haja um planejamento que leve em conta as questões ambientais, sociais e econômicas, e que promova a equidade e a justiça social. Um exemplo de impacto nesse sentido que presenciamos foi o desenvolvimento de um software adaptado que possibilitou que um servidor municipal com deficiência visual conseguisse trabalhar com um novo sistema implantado em uma prefeitura uma vez que o sistema foi feito para permitir a leitura em voz alta da tela do computador. Para atuar nesse mercado, essas empresas desenvolvedoras de softwares devem estar atentas às necessidades e demandas das cidades e dos cidadãos. É importante que as soluções sejam integradas e capazes de se comunicar com outras tecnologias e sistemas, garantindo a eficiência e a eficácia da implementação” avalia Puças.

Outro ponto relevante é a redução de custos e aumento de eficiência. A digitalização dos serviços públicos permite que as atividades sejam realizadas de forma mais rápida e com menos recursos, possibilitando a realocação de verbas para outras áreas e projetos. Além disso, a digitalização permite a otimização de processos, redução de burocracia e aumento da eficiência na gestão pública.

Fonte: Portal Comunique-se 

REINCORPORANDO A NATUREZA NA CIDADE: UMA SOLUÇÃO PARA MÚLTIPLOS PROBLEMAS URBANOS

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Tecnologias inspiradas em sistemas naturais chamadas de Soluções baseadas na natureza (SbN) ou adaptação baseada em ecossistemas (AbE) podem ser a chave para um desenho urbano para cidades mais resilientes, inteligentes e saudáveis. 

Os efeitos das mudanças climáticas estão cada vez mais evidentes no nosso dia-a-dia. A combinação de riscos climáticos com uma rápida e intensa urbanização, como a verificada nas cidades brasileiras desde meados do século XX, acaba muitas vezes por expor a população urbana a problemas variados, como picos de temperatura, chuvas intensas que resultam em alagamentos, perda de biodiversidade, e também perdas econômicas e o aumento da desigualdade sócio-espacial.

Para responder a essas e outras questões cada vez mais urgentes das nossas cidades, tornando-as mais resilientes, agradáveis e saudáveis, podemos aprender mais uma vez olhando para os sistemas naturais e a ciência. As chamadas soluções baseadas na natureza (SbN) são tecnologias que se inspiram nos sistemas naturais para responder a questões contemporâneas de maneira eficiente, holística e relativo baixo custo.

As experiências pelo mundo demonstram cada vez mais a efetividade das soluções para responder tanto a questões ambientais como também a problemas urbanos como a infiltração e tratamento das águas pluviais, tratamento de esgoto, controle de ilhas de calor, melhoria da qualidade do ar, melhoria da qualidade de vida, aumento da biodiversidade urbana, melhoria dos espaços públicos e até mesmo impacto sobre a saúde mental podem ser associados à renaturalização das cidades.

Pensar a renaturalização das nossas cidades como um projeto holístico e multissetorial pode ser uma saída inteligente e economicamente muito efetiva para responder a demandas de infraestrutura, de saúde e de lazer, além da urgente questão climática e ambiental que deve ser encarada nas próximas décadas.

Jardins de chuva, áreas de biorretenção, corredores verdes, alagados construídos (wetlands), telhados verdes e biovaletas são algumas das soluções urbanas possíveis dentro desta perspectiva. Tais soluções podem tanto serem desenhadas e planejadas em uma escala pontual e local, como idealmente serem incorporadas nos planos municipais para que a escala possa responder aos problemas de maneira mais ampla.

Entre outras experiências realizadas no mundo, seja sob o nome guarda-chuva de soluções baseadas na natureza, adaptação baseada em ecossistema, infraestrutura verde-azul, cidades esponja ou similares, vale citar alguns exemplos dinamarqueses. A iniciativa Vandplus¹, por exemplo, implementou projetos pilotos para comprovar o benefício econômico ao se planejar de maneira unificada a drenagem e o desenho urbano qualificado. Já  o plano para uma vizinhança climaticamente resiliente em Østebro², em Copenhague, transformou vias largas em agradáveis ruas arborizadas com áreas de refúgio, incremento da biodiversidade infiltração e tratamento local de águas pluviais, utilizando para isto as áreas residuais planejadas anteriormente para os automóveis e intervindo nas áreas comuns dos conjuntos edificados. Há também locais onde jardins de chuva foram implementados como buffers de proteção entre a área da rua destinada aos carros e a ciclovia, melhorando a segurança e a sensação de agradabilidade.

Estes são apenas alguns dos exemplos de como aliar a sabedoria da natureza com um bom desenho urbano e ajustes institucionais pode ser uma chave valiosa para construirmos cidades mais resilientes, inteligentes e saudáveis.

¹ VANDPLUS (realdania.dk)
² Klimakvarter Østerbro

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

CONHEÇA O SISTEMA BINÁRIO DE TRÂNSITO E VEJA COMO ELE PODE AJUDAR NA MOBILIDADE URBANA

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Na prática, alternativa transforma ruas ou avenidas paralelas e próximas, de mão dupla, em vias de sentido único

O sistema binário de trânsito é uma alternativa que visa solucionar alguns dos problemas de mobilidade urbana que existem atualmente. Na prática, transforma ruas ou avenidas paralelas e próximas, de mão dupla, em vias de sentido único.

Embora seja uma medida que recebe críticas dos motoristas, moradores e comerciantes, é uma alternativa defendida por alguns especialistas. Afinal, tem como principal objetivo melhorar o fluxo de veículos e tornar a via mais rápida.

Além disso, o sistema binário de trânsito também torna a circulação mais segura. Isso porque são mais faixas com veículos indo para o mesmo sentido.

Portanto, os binários distribuem as mãos de direção das vias para garantir a fluidez do trânsito. Assim, o objetivo é contribuir para o melhor uso do espaço da via e reduzir o conflito entre veículos.

Com todos indo para o mesmo sentido, as chances de acidentes são menores e a fluidez aumenta. Além disso, a medida também reduz os conflitos entre carros e motos, pedestres e ciclistas.

Outro ponto é que o sistema binário pode otimizar o fluxo do transporte coletivo. Por exemplo, em uma via com a circulação de ônibus compartilhada com carros, a fluidez é maior quando as duas faixas de uma rua têm o mesmo sentido, para facilitar ultrapassagens.

Exemplos de sistema binário

Um dos exemplos de sistema binário no estado de São Paulo foi a implantação na entrada de Santos, no Litoral Paulista. O objetivo foi modernizar a região e o acesso ao porto (Conexão Porto-Cidade). Além de envolver as mudanças de mobilidade, as obras também incluíram a drenagem.

A primeira fase foi entregue em setembro de 2020. Na ocasião, as obras permitiram que o tráfego de entrada e saída da cidade passasse a ser apenas pelas pistas centrais, enquanto o fluxo para o Porto passou a ocorrer pela via marginal.

Além disso, o projeto incluiu a construção de três viadutos, a implantação de vias locais para facilitar o acesso aos bairros Jardim Piratininga, Jardim São Manoel e São Jorge, uma ciclovia do km 60 ao km 65 da rodovia (ligação do Jardim Casqueiro, em Cubatão, à malha viária de Santos) e a implantação de duas passarelas.

Outros municípios já utilizam o sistema binário para otimizar o fluxo de veículos de forma pontual. Por exemplo, em Campinas no interior de São Paulo, a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) implementou a configuração em diversas regiões.

Desafios para implantação

Para o mestre em transportes e professor da Faculdade de Engenharia Civil da Unicamp, Creso de Franco Peixoto, o binarismo viário tem vantagens. Afinal, morar em uma cidade onde em vez de ruas e avenidas sejam oferecidas apenas avenidas pode tornar as viagens mais rápidas e sem tantos veículos se cruzando, forçando o motorista a desviar ou até a frear de forma brusca.

De acordo com o especialista, esta configuração urbana pode ser o sonho de qualquer planejador de trânsito urbano, mas não sai do papel em todos os casos. Isso porque a falta de espaço para transformar uma rua em avenida ou aumentar o número de faixas de uma avenida inviabiliza qualquer projeto desta ordem. Outros desafios são os altos custos, desapropriações e o impacto humano que elas geram.

“Na cidade de São Paulo, a implantação da Avenida Faria Lima nos anos 1960 iniciou um processo como uma estranha cirurgia no peito da Rua Iguatemi. Projeto que a manteve na UTI até aos anos 1990, quando a facada se tornou mortal a esta rua de referência. A melhoria no trânsito, na inauguração de cada fase, se perdeu ao longo do frenético processo de motorização. Permaneceu a cicatriz urbana, com sofrimento e tristeza para os que foram afastados de suas queridas moradias”, relembra o especialista.

“O conceito de que carro é solução é museu do pensamento dos que ainda não entenderam que não há espaço para tal fim. Basta citar que, em uma faixa de tráfego, onde passam ônibus comuns em vez de carros, a capacidade é 4 ou 5 vezes maior em deslocamento de pessoas por hora. Caso seja do já conhecido sistema de ônibus rápido, Bus Rapid Transit (BRT), a capacidade seria 10 vezes maior”, afirma também.

Desvantagens da medida

Segundo Creso, sob ótica viária, a saída pode ser semaforizar, automatizar sistemas e alterar o uso e sentido de deslocamento de vias, sob análise de medições de frequências de viagens. Neste contexto, uma solução inclui a implantação de avenidas binárias, mas que também têm um lado negativo.

“Avenidas onde ambas as pistas têm o mesmo sentido, aumentando sensivelmente a capacidade, por permitir algum aumento de velocidade, devido ao aumento da distância entre veículos e melhor funcionalidade operacional. Esta solução acarreta desconforto e aumento de duração nas viagens de mão oposta, as que ‘perderam a eleição’ majoritária de uso direcionado, em prol de melhor fluidez para as viagens mais frequentes. Aplicativos na forma de navegadores urbanos auxiliam nestes deslocamentos”, avalia.

Fonte: Mobilidade Estadão