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O CAMINHO DA INFRAESTRUTURA E ECOSSISTEMA PARA VEÍCULOS ELÉTRICOS

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Qual é o caminho da infraestrutura e do ecossistema para veículos elétricos no Brasil? O Portal do Trânsito foi atrás da resposta.

No Brasil e no mundo, a pauta sobre veículos elétricos está cada vez mais em destaque. Seja em eventos de mobilidade, reuniões sobre o tema e publicações afins. No entanto, é importante compreender qual é o caminho da infraestrutura e do ecossistema para veículos aqui no país.

Neste cenário, o Portal do Trânsito ouviu com exclusividade o vice-presidente de Infraestrutura da Associação Brasileira do Veículo Elétrico – ABVE, Paulo Maisonnave, também Head da Enel X Way Brasil.

Maisonnave é mestre em administração, com foco em inovação no setor elétrico brasileiro, e engenheiro elétrico pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), com especialização em regulação e gestão de projetos elétricos pela Fundação Getúlio Vargas-RJ, IESE Business School (Espanha), SDA Bocconi (Itália) e Centro Robert Schuman de Estudos Avançados (Itália).

Boa leitura!

Portal do Trânsito – De modo geral, qual é o cenário da infraestrutura para veículos elétricos que temos no Brasil?

Paulo Maisonnave – O País tem criado sua infraestrutura de recarga com apoio do setor público e iniciativas privadas para atendimento da demanda inicial de veículos elétricos, seja nas cidades ou nas estradas.

O Brasil tem um grande potencial e uma série de vantagens para a criação de uma infraestrutura robusta e adequada à demanda de carros elétricos. Conta com uma matriz elétrica majoritariamente renovável. Além disso, um sistema de transmissão nacional interconectado por todo país e uma rede de distribuição capaz de absorver a demanda por energia para os veículos.

As grandes cidades contam com locais apropriados para estacionamentos de veículos, sejam nas residências ou em locais de interesse. Isso facilita a instalação de pontos de recarga de conveniência ou de oportunidade. Estes carregadores são mais lentos, no entanto, cumprem com a necessidade de recarga dentro das cidades em tempo e custo requerido pelos clientes.

Sendo um país continental, com extensa malha rodoviária, a instalação de pontos de recarga rápidos nas estradas se faz necessária. Até para acompanhar o crescimento de veículos elétricos que necessitam realizar viagens de longo alcance.

Portal do Trânsito –  E em se tratando de ecossistema, como estamos?

Paulo Maisonnave – O conceito de criação de ecossistema é muito importante para o consumidor, dando a ele uma experiência de qualidade de serviço em todos os momentos de sua jornada – ou seja, em casa, no trabalho ou em viagens. Para isso, as tecnologias devem convergir para um sistema comum onde equipamentos conectados e inteligentes permitam um processo fluido de prestação de serviços de recarga. Pense na evolução da tecnologia dos celulares no Brasil, que atualmente permite a conexão de todos os operadores de telefonia, de forma fácil e transparente. Este é o modelo que vislumbramos.

Portal do Trânsito – De que modo as organizações dos setores público e privado podem se articular para fomentar a infraestrutura e o ecossistema para veículos elétricos no Brasil?

Paulo Maisonnave – Os setores público e privado devem trabalhar juntos para entender a oferta e demanda de uma nova tecnologia com crescimento exponencial e uma capacidade de disrupção no setor de mobilidade. Em se tratando de algo novo, é necessária uma coordenação entre os entes, de forma constante e eficiente. O objetivo é atender a infraestrutura e demandas dos clientes, assim como adequar e adaptar temas regulatórios para facilitar o uso dos novos serviços.

Portal do Trânsito – Nesse contexto, quais estratégias podem ajudar a compreender qual deve ser a oferta dos produtos e serviços ao consumidor de veículos elétricos?

Paulo Maisonnave – Os stakeholders devem conhecer as experiências internacionais assim como adaptar à realidade local do País, considerando todos os aspectos específicos do nosso mercado.

A regulação setorial deve entender o nível de inovação do setor e propor Sandboxes para avaliação de novos produtos e serviços à população. Também, do ponto de vista regulatório, é importante regulamentar sem restringir, possibilitando que os novos entrantes tragam soluções eficientes do ponto de vista técnico-econômico.

Portal do Trânsito – Quais são os desafios para viabilizar melhorias no método de monetização e receita, tecnologias, regulação e normas para a cadeia produtiva de veículos elétricos?

Paulo Maisonnave – Com o rápido avanço das tecnologias financeiras bem como de comunicação, não há restrições técnicas para viabilizar modelos de cobrança dos pontos de recarga. Já existem vários players do setor praticando seus modelos de monetização. O mais importante, em minha opinião, é como o cliente de mobilidade elétrica percebe o valor do serviço prestado e está disposto a pagá-lo. Por isso, é importante pensar na qualidade do serviço e da criação de ecossistema durante toda sua jornada. Além disso, da criação de um processo simples e rápido de utilização dos carregadores e atender as demandas deste novo consumidor.

Portal do Trânsito – Quanto às recargas, quais são as tendências para que tenhamos uma infraestrutura de recarga inteligente, integrada e sustentável para os modais da mobilidade elétrica?

Paulo Maisonnave – O mercado irá tender à universalização dos serviços com integração de diferentes plataformas conectadas e inteligentes. Uma das soluções vistas com grande demanda, por exemplo, é a formação de hubs de recarga que receberão frotas, motoristas de aplicativo, táxis e clientes eventuais em um ambiente propício, seguro e conveniente para efetuarem seus carregamentos.

Com relação aos equipamentos, veremos o incremento da velocidade de carregamento. Além disso, aumento da autonomia dos veículos e novos pontos de recarga sendo criados por todo o País.

Portal do Trânsito – Por fim, qual é o futuro da infraestrutura e do ecossistema para veículos elétricos no Brasil?

Paulo Maisonnave – O Brasil demandará grandes investimentos em infraestrutura nos próximos anos, considerando que a frota elétrica crescerá exponencialmente em todos os setores da economia. O caminho para criação de uma infraestrutura robusta assim como conectada é o trabalho conjunto entre todos os agentes do setor. Dessa forma, evitaremos sobreposição de investimentos ou a criação de pontos que não atendam às expectativas de qualidade dos clientes.

Fonte: Portal do Trânsito e Mobilidade

EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS ASSOCIADOS NO DESENVOLVIMENTO DE CIDADES INTELIGENTES E EFICIENTES

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Tanto o poder público quanto o privado têm importância no desenvolvimento de cidades inteligentes, com foco na qualidade de vida da população

O setor da construção civil está cada vez mais envolvido com o desenvolvimento das cidades inteligentes, influenciando diretamente no dia a dia do cidadão, visto que a construção de um condomínio ou de uma estação de trem ou metrô poderá alterar a rotina das pessoas, a circulação naquele local e até mesmo poderá tornar aquela localização mais atrativa para o comércio, por exemplo, ou até mais valorizada.

Com base nessas importâncias e outras, o Connected Smart Cities 2022 apresentou o painel “Empreendimentos Imobiliários Associados no Desenvolvimento de Cidades Inteligentes e Eficientes”, dentro da agenda estratégica proposta pela Urban Systems, que contou com a participação de Roberto Gentilezza, Economista de Transportes da Addax; Cláudio Ferreira, Diretor Comercial do Metrô SP; Natalia Melo, Gerente de Novos Negócios da CPTM, e com a moderação de Thomaz AssumpçãoCEO da Urban Systems.

Imagem: Roberto Gentilezza, Cláudio Ferreira e Natália Melo no CSC 2022 – Reprodução

Dificuldades e desafios

Tanto o poder público quanto as empresas privadas enfrentam grandes desafios e dificuldades corriqueiramente, que podem ser desde o início, na concepção do projeto, quanto durante e após as execuções dos empreendimentos. Cláudio Ferreira citou, por exemplo, que o Metrô SP tem os desafios e objetivos de “cuidar das pessoas, trazer maior conforto durante as viagens e melhorar a qualidade de vida e transporte dos passageiros”. Para tornas esse objetivo realidade, ele diz que a publicidade nas estações, o desenvolvimento de áreas de varejo e desenvolvimento imobiliário associado às estações auxiliam para que os objetivos sejam alcançados, trazendo receita extra a operação.

Segundo Ferreira, a gestão atual do Metrô de SP tem depositado energias em projetos para revitalizar o entorno de algumas das estações de metrô, com o chamado “Polo Intermodal”, que busca atrair o interesse da iniciativa privada, através de concessões. Então, a ideia é de que ocorram reformas dos espaços internos e externos das estações, a fim de que o espaço possa ser usado de diversas formais, tais como: comércio, prédios corporativos, estacionamentos, shoppings, hotéis, instituições de ensino, dentre outros.

O Polo Intermodal Barra Funda, projeto para mudar o entorno da Estação Palmeiras-Barra Funda, é um dos mais ambiciosos, e hoje conta com 600 mil pessoas circulando diariamente na Estação. O projeto prevê uma arrecadação anual bruta de até 120 milhões de reais. Além disso, há exemplos atuais que já existem, que são os Shoppings no entorno ou até mesmo dentro das estações de metrô de São Paulo, como são os casos dos shoppings: Shopping Metrô Santa Cruz (mais antigo Shopping em metrô, linha 1 Azul) e os Shoppings Metrô Itaquera e Metrô Tatuapé (linha 3, vermelha).

Imagem: Site Metrô SP – Ilustração do interior do Projeto para revitalizar a estação Palmeiras-Barra Funda – Reprodução

Já Natalia Melo falou sobre os desafios de proporcionar “conforto aos passageiros, entregar o que ele necessita e atender cada vez mais pessoas”. Segundo ela, a colaboração de todos os envolvidos nos projetos é imprescindível para que os problemas sejam resolvidos.

Alguns casos importantes foram citados, como a reforma e reestruturação das estações Franco da Rocha (linha 7 Rubi, que a reforma foi concluída) e Brás (linha 12 Safira, com reforma em andamento). Segundo ela, a estação Franco da Rocha precisava de resolução de problemas (como enchentes, que podem acontecer em épocas de chuva no município) e foi totalmente modernizada. Já na estação Brás há dificuldades de melhorias, pois é uma planta grande, com circulação diária que chega a atingir 900 mil pessoas. A estação Brás está passando por melhorias no sistema de iluminação e passará ainda por trocas nos pisos de borracha por modelos de granito e terá implantações de painéis interativos.

Imagem: Nova Estação de Trem de Franco da Rocha – Reprodução

Possíveis caminhos, exemplos e tendências

Thomaz Assumpção citou a importância dos transportes e mobilidade nas cidades, e terem um planejamento integrado: “as cidades são ancoradas no transporte”, afirma Assumpção, e esse planejamento ajuda no desenvolvimento de novas centralidades, no desenvolvimento das cidades e na qualidade de vida das pessoas. A criação de uma estação de metrô, trem ou terminal (ou até algum empreendimento em geral) irá influenciar diretamente no desenvolvimento daquela cidade e na sua lógica urbana. Entretanto, os administradores públicos e o mercado imobiliário devem buscar efetuar esse desenvolvimento da melhor forma possível, visando sempre a qualidade de vida da população.

Imagem: Natália Melo e Thomaz Assumpção no CSC 2022 – Reprodução

Já Roberto Gentilezza abordou temas que trazem exemplos internacionais e que podem e já estão ajudando aqui no Brasil, como por exemplo, o conceito de LVC – Land Valued Capture (Captura do Valor da Terra, em tradução livre), que é um instrumento importante para ajudar as cidades brasileiras a gerarem receita própria e diminuírem a dependência de recursos externos, e o TOD (Transit Oriented Development) ou DOT (Desenvolvimento Orientado pelo Transporte), que é uma maneira de adensamento urbano e que melhora a qualidade de vida da população daquele local. O TOD já está, inclusive, no Plano Diretor de São Paulo (SP), Teresina (PI) e outras cidades do Brasil e América do Sul.

Dentre seus objetivos estão: deixar ambientes públicos mais integrados e atrativos à população, opções de comércio, negócios, escolas, prédios públicos, ciclovias e calçadas de fácil acesso. Gentilleza citou exemplos de sucesso do TOD em diferentes localidades do mundo, como nos Estados Unidos e França, além de São José dos Campos (SP). O Desenvolvimento Orientado pelo Transporte está no *Plano Diretor da cidade, e em determinado trecho, é possível entender sua relevância nos objetivos da cidade: “O conceito envolvido na definição dos parâmetros das operações urbanas deverá ser construído a partir dos princípios de desenvolvimento orientado pelo transporte coletivo, cujo fundamento é o desenvolvimento de áreas servidas por transporte coletivo, promovendo a mescla de atividades residenciais, empregos, comércio e serviços num entorno entre 400 e 800 metros de distância dos corredores de transporte coletivo, oferecendo a possibilidade de acesso numa distância facilmente percorrida a pé.”*

O painel em questão mostrou que realmente há a busca pelo desenvolvimento de cidades inteligentes e eficientes, sendo visadas diferentes formas para que isso seja alcançado, proporcionando um melhor aproveitamento do espaço e também com qualidade de vida e agilidade ao cidadão dentro de centros urbanos já consolidados.

Acesse aqui o relatório completo do Ranking Connected Smart Cities 2022.

Consulte também o Portal Urban Systems elaborado para o Connected Smart Cities, trazendo todos os nossos conteúdos, serviços e soluções para auxiliar no desenvolvimento de cidades mais inteligentes, clicando aqui.

Os resultados do Ranking CSC, por eixos, região, porte de cidade e por estado, podem ser consultados diretamente na plataforma online e este ano é possível comparar a evolução das cidades entre 2021 e 2022, confira aqui.

Fonte: Urban Systems

AURICCHIO ASSINA OPERAÇÃO DE CRÉDITO DE US$ 62,5 MILHÕES PARA OBRAS DE INFRAESTRUTURA

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São Caetano do Sul dá um grande passo para o início de obras estruturantes na cidade. O prefeito José Auricchio Júnior e o representante da CAF (banco de desenvolvimento da América Latina), Jaime Holguín, assinaram operação de crédito de US$ 62,5 milhões para a execução de intervenções nas áreas de drenagem, mobilidade urbana e saneamento. O ato ocorreu nesta quinta-feira (20/10), em Brasília.

Do conjunto da operação, US$ 12,5 milhões são a contrapartida da Prefeitura – os demais US$ 50 milhões são provenientes da CAF. Os valores serão aplicados ao longo dos próximos cinco anos. As intervenções do Programa ReFundação, o Plano Diretor Estratégico para um novo Bairro Fundação, estão entre as que serão viabilizadas pelo montante.

“É um dia histórico. Essa operação, que vínhamos pleiteando há 11 anos, garante a possibilidade imediata de investimentos estruturantes em São Caetano do Sul, que deixarão um grande legado de melhoria de qualidade de vida da nossa população. Estamos construindo uma cidade para as pessoas, investindo no presente e no futuro”, afirmou Auricchio.

Entre as ações do ReFundação que serão executadas com os recursos está a construção de um piscinão. Também será realizado o alteamento viário da Avenida do Estado; construído muro de contenção de 4 km em toda a extensão da margem da via na cidade; e o projeto de macrodrenagem em até 7 km, com a reforma e ampliação de todas as galerias para aumentar a vazão das águas pluviais.

Há registros de cheias na região desde o século XVI. No Fundação está localizado o vértice do Rio Tamanduateí (com águas que vêm de Mauá e Santo André) com o Ribeirão dos Meninos (que, antes de chegar a São Caetano, recebe águas provenientes das cabeceiras de rios que passam por Diadema, São Bernardo e São Paulo). O grande volume de águas (especialmente com as chuvas de verão) e a geografia do bairro (que em alguns pontos está abaixo da margem do Tamanduateí), resultam nas enchentes.

“Estamos muito felizes em apoiarmos esse programa, que faz parte de um conjunto de soluções de demandas que já duram pelo menos 100 anos e que irão, entre outros aspectos, livrar os moradores das enchentes recorrentes, que afetam tanto o cotidiano da região da Fundação, a região mais antiga da cidade”, declarou Jaime Holguín.

O procurador da Fazenda Nacional, Luiz Henrique Vasconcelos Alcoforado, o secretário municipal de Governo, Jefferson Cirne da Costa, e o assessor especial da Prefeitura, Fabio Mesquita, também participaram do ato.

Fonte: Diário Regional

TECNOLOGIA A FAVOR DA MOBILIDADE SUSTENTÁVEL

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A eletromobilidade é uma realidade que já vivenciamos e ampliar os recursos tecnológicos para que estes veículos elétricos tragam experiências de conforto e dirigibilidade são fundamentais para a popularização  

Os olhares do mundo estão voltados para a eletromobilidade, afinal, a descarbonização do meio ambiente é um dos principais desafios dos dias de hoje. Com isso, o que antes era visto como uma solução futurista, tornou-se uma realidade. Hoje, esses veículos já estão em circulação e, de acordo com uma pesquisa da Associação Brasileira do Veículo Elétrico, ABVE, somente em janeiro deste ano, o Brasil registrou um crescimento de 93% nos emplacamentos de veículos elétricos, na comparação com o mesmo mês de 2021. 

Mais do que reforçar o interesse do brasileiro pelo veículo elétrico a cada dia, o dado mostra que existe um vasto campo de oportunidades para as indústrias que atuam no segmento. Afinal, com o fortalecimento da tendência por veículos mais sustentáveis, surge também a necessidade de soluções que se adaptem ao estilo de vida das pessoas.

Nesse sentido, a engenharia automotiva, que demonstra constantemente o seu potencial de evolução, atua ativamente para ir além do desenvolvimento de motores sem emissão de gases poluentes. Esse é um trabalho que envolve uma atenção para as reais necessidades de passageiros e motoristas, sejam de veículos particulares ou coletivos, para garantir que eles se sintam seguros, confortáveis e contem com o apoio de soluções tecnológicas e ferramentas capazes de tornar os veículos mais inteligentes. 

Nesse trabalho de promover o equilíbrio entre conforto, segurança e tecnologias, as soluções embarcadas podem ditar os novos caminhos que a mobilidade elétrica seguirá. Um dos exemplos é a telemetria, que por meio de um equipamento promove a comunicação de dados do veículo, via nuvem, e monitora o desempenho do carro e do motorista, com isso é possível ter acesso a dados de consumo de energia, informações analíticas sobre o desempenho dos veículos. Ou seja, com a tecnologia é possível receber avisos de reabastecimentos da energia, acompanhar o desempenho de consumo de energia e gerar alertas sobre a direção segura. 

Outro destaque é a digitalização de processos e o desenvolvimento de projetos em ambientes virtuais, com simulações numéricas, realidade aumentada e ferramentas de gestão ágil do ciclo de vida de cada produto. Aliado a essas tecnologias, temos o avanço da indústria 4.0, que cresce com a implementação de equipamentos aplicados ao processo de manufatura, com atividades como controle de torque de fixação, rastreabilidade, gestão de processo, manufatura aditiva (impressão em 3D de protótipos), equipamentos inteligentes que podem se mover em uma rota definida, os chamados AGV´s, e a robotização.

Com esse pacote de recursos, os veículos elétricos se tornaram mais eficientes e benéficos ao meio ambiente, contribuindo com a popularização das unidades eletrificadas. Podemos dizer que a indústria está pronta para atender aos anseios do mercado, com tecnologias capazes de tornar os veículos mais inteligentes, confortáveis e seguros. 

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

CITROËN E BASF REVELAM O CARRO-CONCEITO TOTALMENTE ELÉTRICO OLI

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Novo conceito de carro para uma mobilidade sustentável e acessível

Não se trata mais do carro mais rápido ou mais luxuoso. A Citroën e a BASF revelaram o carro-conceito totalmente elétrico oli [all-ë], um manifesto de quanto pode ser economizado reduzindo o peso e o uso de recursos. “Este carro-conceito mostra o que pode ser alcançado quando os parceiros confiam uns nos outros e são ousados o suficiente para trilhar novos caminhos”, explica Uta Holzenkamp, presidente da Divisão de Tintas, representando a equipe automotiva da BASF. “O resultado é um microcosmo de ideias e soluções que vão muito além do conceito original”.

Com velocidade limitada a 110 km/h (68 mph) e aceleração próxima ao modelo clássico de 2CV, o carro-conceito ganha um alcance mais amplo e melhora significativamente a vida útil da bateria. A abordagem minimalista abriu o caminho para um design revigorante e inovador. Vários componentes foram radicalmente reinterpretados e construídos usando materiais em um contexto diferente. Por exemplo, o encosto do banco é inteiramente impresso em 3D com um material plástico flexível (Ultrasint® TPU88A). A estrutura de malha aberta proporciona um fluxo de ar natural, substituindo toda a ventilação do assento. Para isso, assim como para produzir cerca de vinte peças, foi utilizada a competência do escritório de serviços de impressão 3D Sculpteo, na França, uma marca da BASF. E não se preocupe em procurar um sistema de som ou de navegação, porque você não encontrará um. Afinal, a maioria dos clientes tem um telefone celular e um alto-falante portátil, que pode ser plugado ao painel e automaticamente conectado ao veículo.

Redução da complexidade, aumento da sustentabilidade e design atrativo

Outra característica marcante é que muitos dos novos componentes são projetados e fabricados a partir de materiais da mesma família de produtos químicos. Componentes colados e soldados feitos de diferentes materiais são um desafio na reciclagem mecânica. Por esta razão, os designers criaram o maior número possível de componentes a partir de um único material.

Este princípio de simplicidade também foi implementado durante a produção. Com as portas do motorista e do passageiro da frente sendo idênticas, há economia em ferramentas de prensagem e redução da complexidade. O mesmo se aplica a todas as caixas de rodas e para-choques. O carro-conceito oli é a prova de que a sustentabilidade e um design atraente não são contraditórios.

A cor da carroceria transmite perfeitamente o conceito do carro. À primeira vista parece ser uma cor branca pura, mas foram adicionadas partículas de mica para enfatizar a forma do carro. Em contraste com o exterior, os materiais do interior – como os bancos e o piso – foram pintados com uma cor laranja intensa.

Co-criação como chave para novas soluções

O fabricante automotivo Citroën trabalhou em estreita colaboração com a BASF durante o desenvolvimento e design. As soluções inovadoras da empresa química desempenharam um papel vital neste esforço de cocriação. “Projetos como o desenvolvimento do carro-conceito em conjunto com a Citroën são um grande impulso em nosso caminho para um futuro mais sustentável”, afirma Uta Holzenkamp. “É preciso inovação e mentes criativas para unir as ideias das diferentes empresas”. A BASF vem buscando uma estratégia ambiciosa de sustentabilidade há anos. Alguns dos principais pilares desta estratégia incluem o projeto ChemCyclingTM que implementa a reciclagem química dos plásticos, bem como a abordagem do balanço da biomassa, no qual os recursos fósseis são substituídos por energias renováveis na produção.

Além de sua experiência em produtos e engenharia, a BASF também conseguiu contribuir com sua experiência em design através do Centro de Criação. “Foi aqui que nasceu o projeto”, diz Alex Horisberger, gerente de Design Industrial da BASF. “Em uma visita ao estúdio criativo da Citroën, conseguimos convencer seus designers com nossos materiais e análise de tendências. Trabalhar de igual para igual com os designers de interiores e exteriores da Citroën foi um ponto alto pessoal para mim”.

Laurence Hansen, diretora de Produto e Estratégia da Citroën, vê a colaboração sob uma perspectiva semelhante. “A colaboração com a BASF foi um fator-chave no projeto do oli e no desenvolvimento de um veículo elétrico que seja o mais divertido e eficiente possível para o futuro próximo. O carro elétrico inovador contraria a tendência de veículos cada vez mais pesados e mais complexos, concentrando-se, ao invés disso, na facilidade e simplicidade. Ele demonstra como reduzir o impacto ambiental ao mínimo, enquanto traz de volta a diversão de um veículo elétrico funcional”, disse Hansen.

Ampla gama de soluções de material da BASF para um carro-conceito inovador

Muitas soluções automotivas ajudam a implementar esta ideia: outro plástico de alto desempenho da BASF pode ser encontrado nos apoios de braço traseiros e no piso interno. O Infinergy®, um poliuretano termoplástico expandido (TPU), também é utilizado em calçados de corrida e pisos esportivos. É elástico como a borracha, mas mais leve, robusto e altamente resistente à abrasão. No oli, o material proporciona uma superfície agradável, mas estável em apoios de braço e pisos. Além disso, amortece o ruído e as vibrações.

Além disso, uma tinta especial é aplicada para assegurar uma vida útil extralonga. A tinta à base de água NovaCoat-P é ideal para proteger substratos macios contra a abrasão, radiação UV, sujeira e produtos químicos. E como o piso é impermeável, ele pode ser facilmente limpo com água. É aqui que os plugues integrados feitos de Elastollan® são úteis, pois podem ser removidos para drenar água e sujeira.

O peso do exterior do veículo também foi consideravelmente reduzido, aumentando a estabilidade e durabilidade ao mesmo tempo. O capô, teto e porta-malas são feitos de painéis que combinam o sistema de poliuretano Elastoflex® e o sistema de pintura por spray Elastocoat®. Graças à estrutura em forma de sanduíche alveolar, estes painéis são tão estáveis que você pode até ficar de pé sobre eles. Isto é parte da funcionalidade do veículo.

Usado para pintar a carroceria do carro, o R-M® AGILIS® é outro produto BASF que proporciona maior sustentabilidade. A tinta à base de água tem um teor muito baixo de compostos orgânicos voláteis (VOCs).

O revestimento e-coat CathoGuard® 800 protege a caixa da bateria contra a corrosão, contribuindo para uma maior economia de recursos. Destaca-se por seu alto desempenho e ecocompatibilidade por ser livre de estanho/HAPs e com baixo teor de solventes.

Há informações sobre cada detalhe deste carro conceito no site Concept Car Citroën BASF

Com informações da Assessoria de Imprensa

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SIEMENS APRESENTA SOLUÇÕES DE DIGITALIZAÇÃO PARA O SETOR ELÉTRICO NO XVI STPC

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Evento será presencial e a Siemens contará com estande, palestras de seus especialistas e apresentação de cases de seus clientes;

Seminário vai fomentar conhecimento sobre sistemas de proteção e controle e seus processos de gestão, comerciais e regulatórios;

A Siemens apresentará tecnologias facilitadoras na modernização do setor elétrico como Process Bus, MPLT-TS e Siprotec Digital Twin.

A Siemens estará presente no XVI Seminário Técnico de Proteção e Controle (STPC), promovido pelo Comitê de Proteção e Automação (CE B5) da CIGRE Brasil, de 24 a 27 de outubro de 2022, no Windsor Barra Hotel & Congressos, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. O objetivo do evento é estimular conhecimento para que o setor elétrico brasileiro se modernize rumo à digitalização, o que irá permitir que seus processos de transmissão e distribuição de energia sejam mais eficazes e inteligentes.

Além de contar com um estande e realizar apresentação de cases de clientes, a Siemens participa do circuito de palestras do evento com dois especialistas da empresa. Osvaldo Foroni Jr, especialista de Engenharia da Siemens, falará sobre Process Bus e integração com subestação digital, e Alessandro Bonequini, Especialista de Telecomunicações da Siemens, falará sobre Esquemas de Teleproteção Diferencial de Linha e Transfer-Trip no mundo de Pacotes (MPLS-TP).

Dentro de um cenário de efervescência em busca da digitalização de seus processos, as transmissoras de energia estão sendo direcionadas a substituir as suas redes de multiplexadores SDH’s (Synchronous Digital Hierarchy) pela tecnologia TDM (Time Division Multiplexing) de forma gradativa pelas redes de tecnologia de pacotes, PTN (Packet Transport Networks), que podem utilizar o MPLS-TP como protocolo de comunicação de transporte.

Em geral, os principais desafios nesta fase de transição são voltados a como realizar a migração de suas infraestruturas de comunicações baseada em comutações de circuitos para pacotes em atendimento às transmissões das mensagens críticas de maneira confiável e segura.

A Siemens também apresentará a plataforma Siprotec Digital Twin em seu estande ao longo de todo o seminário, mostrando todas as suas funcionalidades e possibilidades de redução de custos e otimização de recursos mantendo a excelência em todas as etapas de fornecimento de sistemas de proteção e controle, bem como durante a sua operação e manutenção. Adicionalmente, serão apresentados dois informes técnicos de parceiros que utilizaram esta plataforma como base no desenvolvimento de seus trabalhos.

Serviço

XVI Seminário Técnico de Proteção e Controle (STPC)

24 a 27 de outubro de 2022

Windsor Barra Hotel & Congressos

Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.

Inscrições e informações do evento aqui

Palestras

25/10 — 9h: Esquemas de Teleproteção Diferencial de Linha e Transfer-Trip no mundo de Pacotes (MPLS-TP), com Alessandro Bonequini, Especialista de Telecomunicações da Siemens;

26/10 — 11:15h: Experiência de Itaipu e da Siemens em WAMPACS, com Osvaldo Foroni Jr, especialista de Engenharia da Siemens;

26/10 — 15h: Experiência Siemens em testes de aceitação de fábrica utilizando barramento de processos, com Osvaldo Foroni Jr, especialista de Engenharia da Siemens;

26/10 — 17h: Experiencia da CPFL na implantação do process bus em subestações de distribuição de energia elétrica, com Osvaldo Foroni Jr, especialista de Engenharia da Siemens.

Com informações da Assessoria de Imprensa

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MAS AFINAL O QUE É GOVERNANÇA?

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Tenho percebido nos últimos tempos que o uso das teorias de governança ganhou espaço em diversas áreas. Por isso resolvi escrever este artigo.

A proposta aqui é trazer alguns conceitos, mas também esclarecer o que é governança, o que é governança colaborativa e como ela pode contribuir no processo de desenvolvimento de Smart Cities e Destinos Turísticos Inteligentes.

Então vamos lá!

As organizações e os mercados se encontram em constante transformação setorial, com mudanças que acontecem ao longo do tempo e que atingem todos os atores envolvidos no processo de co-evolução (KAMP; FORN, 2016).

Para lidar com essas transformações, vivenciamos processos de transições, tais como as mudanças estruturais em subsistemas sociais como fornecimento de energia, habitação, mobilidade, agricultura, saúde, entre outros (GEELS, 2002), as políticas multi-atores são fundamentais para a definição de objetivos e metas coletivas a longo prazo.

São esses sistemas sociais que, por meio de estruturas criadas, evidenciam a necessidade do gerenciamento das transições e a “construção de uma agenda que estabeleça os caminhos para experimentação, inovação, adaptação, avaliação, reflexão, difusão e aprendizado” (LOORBACH, 2007, p. 88).

Sendo assim, a definição de governança é composta por várias visões, entre elas a que define que ela pode ser entendida como um conjunto de redes organizadas, referindo-se à gestão de redes que se auto-organizam (MILANI; SOLINS, 2002).

Os conhecidos: orçamentos participativos e conselhos de representantes municipais, são exemplos de governança no universo de parcerias e gestões compartilhadas que envolvem diferentes agentes e atores.

Pode-se compreender governança como a cooperação e o compartilhamento de responsabilidades entre o setor público, o setor privado, e o terceiro setor na implantação e implementação de políticas públicas (GUARDIA, 2020). Sua construção é um processo onde atores sociais colocam em jogo suas estratégias individuais e coletivas, sendo capazes de integrar suas diferenças, estruturando coalizões dentro de processos específicos por meio de ações coletivas (MOREIRA; TELES, 2007).

Entre os papeis da governança colaborativa, segundo Loorbach, estão: administrar adversidades e incertezas, heterogeneidade e as possibilidades dentro da sociedade. Também é papel da governança colaborativa identificar e induzir mudanças a longo prazo.

Nas últimas duas décadas, novos formatos e estratégias de governança foram desenvolvidas para lidar com as complexidades do mundo contemporâneo.

A governança no turismo está organizada em instâncias locais e regionais como uma maneira de administrar parcerias, unicidade de ações e tomada de decisões coletivas sobre assuntos que envolvem a gestão de conflitos de interesses e que “tratam de impulsionar processos de inovação social, de fortalecimento dos atores mais frágeis do sistema e a mudança das dinâmicas turísticas que geram impactos negativos” (VELASCO-GONZÁLEZ, 2014, p. 19).

Fica evidente então a importância da governança para o desenvolvimento de Smart Cities e também dos Destinos Turísticos Inteligentes, afinal a cooperação dos atores ajuda a reduzir as dúvidas, aumentando a eficiência nas ações políticas e enfrentar as pressões externas. Baseia-se em critérios de confiança e reciprocidade elevando a uma lógica da cooperação para atingir um objetivo comum. O processo precisa ser autônomo, voluntario e altamente dinâmico (COUTINHO; NÓBREGA, 2019).

Por: Angelica Molteni Paixão

Com informações da Assessoria de Imprensa

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CAMINHOS DA MOBILIDADE URBANA: OS 10 ANOS DO BIKE ITAÚ

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Presente hoje em cidades de quatro países, iniciativa pioneira estimulou um bem-vindo interesse de empresas como Netflix, Magalu e iFood pelo tema da mobilidade urbana

Reproduzimos a seguir artigo, assinado pela integrante do Comitê Executivo do Itaú Unibanco Leila Melo, sobre os bem-sucedidos 10 anos do sistema de bicicletas compartilhadas da Tembici, hoje operante em onze cidades de quatro países: Brasil, Chile, Argentina e Colômbia.

“Atribui-se ao matemático, físico e filósofo francês Blaise Pascal a criação da mobilidade urbana. Não do termo em si, que surgiria bem mais tarde e mudaria drasticamente ao longo dos tempos, mas sim da ideia de ampliar o deslocamento coletivo na Paris dos anos 1660.

O inventor chamou de “Carrosses à Cinq” a sua invenção, uma frota de sete carruagens que percorriam a cidade em itinerários fixos, com tarifa (de cinco sols, a moeda à época) e horários regulares. Dizem os historiadores que Pascal convenceu o rei Luiz XIV a autorizar o serviço ao lançar um argumento decisivo: o de que resolver a questão do vaivém da população – só os nobres tinham carruagem – era primordial para criar um fluxo constante de pessoas e acelerar o desenvolvimento da cidade, não apenas do ponto de vista social, mas também econômico.

Democratização, alternativas de locomoção, desenvolvimento de relações econômicas e sociais. Adicione a este tripé, quatro séculos depois, conceitos como transporte intermodal para driblar trânsitos caóticos e a urgente preservação ambiental, e teremos a versão de mobilidade urbana atualizada com sucesso.

É um tema que sempre me interessou e que nas últimas semanas parece ter aflorado por conta das comemorações de dez anos do Bike Itaú, um projeto que acompanhei desde a criação e sobre o qual tenho imenso carinho.

Para além de todos os números vitoriosos das laranjinhas – e não foram poucos – está o fato de termos criado uma parte importante desta engrenagem de mobilidade em algumas das maiores cidades brasileiras. Pioneirismo que estimulou um bem-vindo interesse de outras marcas e empresas pelo tema. Nossas parcerias com Netflix e Magalu, além de ações de copatrocínio com iFood, são prova disto.

Nos últimos anos, principalmente durante a pandemia, observamos mudanças relevantes nas relações dos habitantes de grandes cidades com as alternativas de transporte. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Itaú em parceria com Cebrap, entre o mês de fevereiro e março de 2021, na cidade de São Paulo, os veículos particulares, táxis/app e bicicletas surgiram como as principais opções da população para driblar o transporte público, de modo a evitar aglomerações. O automóvel recebeu dos respondentes a maior nota para segurança em relação à contaminação (8,4), seguido da locomoção ‘a pé’ (7,7) e bicicleta (7,0).

Ainda na cidade de São Paulo, 77% dos entrevistados concordam que o poder público deve investir mais em um sistema de transporte que priorize deslocamentos de bicicleta e a pé após a pandemia. E a maior parte é favorável (37%) ou muito favorável (48%) à implementação de novas ciclovias e ciclofaixas na cidade, especialmente nas periferias, que mantém grande parte da circulação da cidade. Esse recorte ilustra bem as oportunidades para a aplicação de políticas voltadas à melhoria da mobilidade urbana em grandes cidades. Não apenas com o intuito de otimizar a movimentação dos habitantes, mas também com o foco em reduzir as emissões provenientes da queima de combustíveis fósseis.

Segundo um estudo realizado pela WRI Brasil, as emissões do setor de transporte são as que mais contribuem para as mudanças climáticas. Representam 14% de todas as emissões anuais e 25% das emissões originadas na queima de combustíveis fósseis. Do outro lado, o relatório publicado pelo ITDP em 2017 indica a possibilidade de reduzir as emissões com transporte em mais de 80% até 2050 por meio de estratégias de eletrificação e automação, além do investimento no modelo de compartilhamento.

Só na cidade de São Paulo, foram registradas 1,6 bilhão de bicicletas em 2021. A pandemia mostrou que mais pessoas estão se tornando adeptas do ciclismo, seja como alternativa de condução, por esporte ou até mesmo como trabalho. Os lockdowns e o consequente aumento das e-commerce/delivery durante o biênio 2020/2021 aumentou a presença de ‘ciclo-entregadores’ em grandes cidades. E para melhorar a experiência e a segurança dos ciclistas, as cidades passaram a oferecer ciclovias e ciclofaixas exclusivas.

É nesse contexto que o Itaú comemora dez anos do Bike Itaú. Uma década de apoio à causa da mobilidade urbana, sempre acompanhando a transformação das cidades no período. Estimular esse movimento é uma das nossas metas para a construção de cidades mais inteligentes, saudáveis e sustentáveis, facilitando o trânsito e o fluxo das pessoas e ajudando na descarbonização.

O sistema de bikes, em parceria com a Tembici, está presente em quatro países – Brasil, Chile, Argentina e Colômbia –, cobrindo hoje onze cidades. Já foram registradas mais de 71 milhões de viagens realizadas e 440 milhões de quilômetros rodados, o equivalente a 15 mil voltas ao mundo. A ideia é sempre reforçar e ampliar a cobertura do sistema, como a chegada das laranjinhas elétricas, novidade que estreou em São Paulo neste aniversário de dez anos. Vida longa às bikes e a todas as inovações sustentáveis que virão na área da mobilidade urbana.

Fonte: Mobilize

CIDADES INTELIGENTES, NA PRÁTICA

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5G é testado em diferentes contextos e expectativa do mercado é positiva

A cerca de 100 quilômetros de São Paulo, uma cidade se propõe a encontrar caminhos e testar soluções para o 5G. Pioneiro no Estado, o Parque Tecnológico São José dos Campos é um oásis para a inovação ao criar um ambiente que estimula a criação de novas tecnologias. É um local, com mais de 55 mil m² de área construída, onde empresas e startups de diversos segmentos buscam validar suas ferramentas.

“As companhias podem testar dispositivos e produtos, nesse cenário, mas, depois, precisam oferecer esses serviços à população e pagar ao Estado”, sintetiza Marcelo Nunes, diretor de desenvolvimento de negócios do parque. “Quando falamos em cidades inteligentes, estamos falando do cidadão, de fato, tendo melhoria de eficiência e qualidade de vida”, comenta.

Entre as empresas que atuam no parque, atualmente, uma parte foca na construção de recursos ligados ao 5G. “Veremos o surgimento de novos negócios e a criação de respostas aos problemas que vivemos”, pontua Nunes. “Com o 4G, a quantidade de dispositivos IoT, no mundo real, ainda é incipiente, mas, aqui no parque, o número de startups que querem utilizar a tecnologia é imenso”, exemplifica.

Esse potencial, defende ele, se estrutura no fortalecimento da coleta de dados. “A robustez e a velocidade do 5G aceleram o tempo de resposta e melhoram serviços relacionados à mobilidade e saúde, por exemplo”, comenta. Além da criação de robôs autônomos, Nunes entende que os sensores, aliados à análise dessas informações, em tempo real, vão ajudar a tomar decisões importantes mais rápido.

Entradas e saídas

A promessa, feita pelo 5G, de entregar facilidades e promover eficiência nesse movimento de cidades inteligentes ganha força ao ser adotada por negócios que atuam no setor de tecnologia. É claro que o cenário ainda não está completamente desenhado por causa das limitações atuais de alcance da rede, mas o recurso já é visto como transformador de águas.

Seja para ajudar a decidir em quais regiões colocar bicicletas compartilhadas ou para acompanhar os medidores de água dos imóveis, diversas companhias encontram no 5G uma forma de aperfeiçoar suas soluções. Esse é o caso da Unike, startup que utiliza biometria para melhorar a experiência de consumo das pessoas. A empresa estima que os custos operacionais podem ter uma redução de 25% com a “nova internet”.

“Sem o 5G, somos obrigados a utilizar a rede dos nossos clientes, principalmente a fibra óptica. Isso gera um custo muito maior para operacionalizar um projeto e ainda envolve uma questão complexa com compliance”, esclarece Danilo Barbosa, CIO da Unike. “Com o 5G, é necessário apenas levar um modem para conseguir compartilhar as informações com os servidores, na nuvem”, comenta.

Fundada em 2019, a empresa atua em diversas frentes com serviços de autenticação de identidade. Com base em uma tecnologia de biometria facial, é possível, por exemplo, realizar pagamentos instantâneos, acessar eventos e shows, identificar perfis de consumidores em shoppings, aumentar a inteligência de dados para a área da saúde e simplificar a entrada em prédios comerciais e residenciais.

Tecnologias de reconhecimento facial devem melhorar a capacidade com a propagação do 5G. Foto: Getty Images

Danilo explica que a diversidade de soluções permite dar um atendimento customizado ao cliente e facilidade no consumo. “A latência do 5G permite trafegar mais informações em um piscar de olhos”, adiciona. “Pode ser para entrar em um evento ou no próprio condomínio, mas esse tipo de iniciativa ajuda a diminuir custos e trazer benefícios à população, especialmente em lugares mais distantes dos centros.”

Próximos passos do 5G

Os exemplos práticos no uso do 5G ainda não são tão populares e difundidos, mas o panorama e a perspectiva dos atores do mercado indicam um caminho de evolução rumo às cidades inteligentes. À medida que a inovação começa a se espalhar, a tendência é de que as melhorias sejam visíveis e transformem a forma como as pessoas se relacionam com os espaços urbanos, com a mobilidade e com seus próprios lares.

Fonte: Mobilidade Estadão

COMO A NÃO MOBILIDADE IMPACTA A QUALIDADE DE VIDA E PRODUTIVIDADE NAS CIDADES

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“A indústria da mobilidade está passando por uma transformação profunda e acelerada, que não se compara a outros setores.”

As transformações na maneira como nos locomovemos estão bem mais presentes no nosso dia a dia e devem, cada vez mais, colocar o desenvolvimento sustentável e o bem-estar social no centro das discussões. Mais do que falar de mobilidade, temos que olhar para a ‘não mobilidade’ como fator preponderante na qualidade de vida e ganho de produtividade.

A vida se transformou a tal ponto de que, hoje, é essencial que não se deslocar seja considerado também um fator de impacto na mobilidade urbana. O crescimento da telemedicina, do entretenimento no ambiente digital e do consumo em casa (seja via apps de entrega, seja pelo e-commerce) fez com que a ‘não mobilidade’ se tornasse parte, também, das opções de mobilidade urbana, por mais contraditório que possa parecer.

Inclusão social

Dá para ir além: a partir do momento em que não é necessário ir do ponto A ao ponto B para um determinado compromisso ou atividade, a mobilidade se torna híbrida e ferramenta de inclusão social. Basta ver o entretenimento, com espetáculos, antes restritos a teatros nas principais capitais, que passaram a ser transmitidos nos cinemas ou em plataformas de streaming, de forma mais acessível à população em geral.

Esse cenário, juntamente com as mudanças que estamos presenciando nos modelos de trabalho, com o fortalecimento do sistema remoto/online, faz com que a perspectiva da mobilidade urbana seja de uma transformação cada vez mais acelerada. Horários e rotas fixas, preços, formas de consumo. As pessoas têm novas demandas, que impactaram o jeito como pensamos e utilizamos a mobilidade.

São questões muito conectadas com a qualidade de vida. Hoje, há uma tendência clara de busca por trabalho próximo de casa, de forma híbrida, e uma resistência mais consolidada à obrigatoriedade de frequentar o escritório físico.

Segundo reportagem publicada no Estadão em setembro, um levantamento feito pela empresa de recrutamento Robert Half, com 1.161 profissionais, mostra que 39% dos funcionários buscariam um novo emprego se a empresa onde trabalham decidisse não oferecer uma opção, ao menos parcialmente, remota. Em outra matéria também do Estadão, a Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo registrou redução de 13%, na média, nos congestionamentos, em agosto de 2022, na comparação com agosto de 2019, antes da pandemia.

Soluções criativas

Para as empresas da indústria de mobilidade, é um cenário que exige adaptabilidade, resiliência e criatividade. Percebemos a mobilidade mais fragmentada e multimodal, o que pede o desenvolvimento de soluções também diversas, uma vez que pessoas não têm mais uma forma única de ir e vir.

Dá para se locomover de bicicleta, a pé, de trem, de metrô, de ônibus, alugar ou assinar um veículo, entre outras opções. Sabemos que há entraves, no âmbito do transporte público, mas as empresas precisam olhar para a mobilidade como benefício a seus colaboradores e como ganho de qualidade de vida e de produtividade, por causa da eliminação do atrito no deslocamento.

De outro lado, a não mobilidade impacta, também, no deslocamento de mercadorias. Se ficamos mais em casa, estamos mais expostos a um novo comportamento de consumo: no delivery ou via comércio eletrônico. O sistema logístico ganhou impulsão e trouxe novas perspectivas gigantescas ao mercado de gestão de frotas e frete.

Afinal, presenciamos um trânsito de mercadorias bem maior, em um país como o Brasil, de dimensões continentais, pautado na tríade asfalto, caminhão e diesel. Portanto, quanto mais soluções tivermos para promover o melhor fluxo de pessoas com ganho de produtividade e circulação de mercadorias – frota e frete –, mais evoluímos na mobilidade. O que falta é discutir a padronização dos meios de pagamento e a aquisição dos serviços, que ainda é muito fragmentada. É preciso criar uma solução mais homogênea, que traga ganhos de produtividade e tempo.

A indústria da mobilidade está passando por uma transformação profunda e acelerada, que não se compara a outros setores. Desde a melhor ocupação possível do solo, com o uso racional da mobilidade urbana e soluções de transporte, passando pela informação e educação, pela logística, pela tecnologia e pela segurança. Vamos presenciar mudanças bem mais profundas e rápidas nos próximos cinco ou dez anos do que no último século. O tema é urgente e impacta a todos nós.

Fonte: Mobilidade Estadão