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SMART CITIES E OS DESAFIOS DA MOBILIDADE URBANA

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Uma cidade inteligente é antes de tudo uma cidade que tem como centro das suas políticas a otimização do uso dos recursos, a inclusão social, econômica e digital, a desburocratização e a capacidade de ser inovadora e disruptiva

Sempre que ouvimos a expressão Smart Cities a nossa imaginação viaja para robôs limpando as ruas, sensores super sofisticados coletando dados e imagens, drones sobrevoando nossas cabeças fazendo entregas ou transportando pessoas. Esse cenário futurista poderá compor o que chamamos de cidade inteligente, mas não será nunca a sua essência.

Uma cidade inteligente é antes de tudo uma cidade que tem como centro das suas políticas a otimização do uso dos recursos, a inclusão social, econômica e digital, a desburocratização e a capacidade de ser inovadora e disruptiva. Isso tudo pode acontecer – e é bom que aconteça – com uso de tecnologia, mas também pode acontecer com soluções simples e baratas.

No campo da mobilidade urbana eu penso que temos três grandes desafios que podem ser resumidos nestas três palavras : Evitar, Substituir e Melhorar. Evitar a realização de viagens ou reduzir suas distâncias, Substituir viagens motorizadas por mobilidade ativa e melhorar a oferta do transporte público, com política de uso do espaço e investimentos em infraestrutura.

Como uma cidade inteligente pode realizar essas três ações e alcançar uma mobilidade mais sustentável, segura e inclusiva?

Eu costumo dizer que quando visitamos uma cidade que tem sérios problemas de mobilidade urbana é como se estivéssemos diante de um paciente que tem febre. Sabemos que a febre não é a doença, mas apenas o sintoma dela. Linhas de metrô e ônibus lotadas, trânsito congestionado e que provoca muitas mortes são sintomas de uma doença que é o inadequado planejamento urbano. 

Cidades inteligentes focam em promover um novo desenvolvimento urbano que replique as centralidades econômicas em diversas áreas, diminuindo o desejo de viagem, porque as pessoas terão oportunidade de empregos nos bairros onde moram, ou em regiões bem mais próximas, evitando os imensos deslocamentos que, em geral, são necessários com o desenho atual das cidades brasileiras. Essa é a solução mais eficiente para uma mobilidade sustentável.

Depois disso, as cidades inteligentes promovem a mobilidade ativa. Criam infraestrutura e desenvolvem soluções destinadas a incrementar a caminhada e o uso da bicicleta. Nada menos inteligente do que cuidar apenas do pavimento asfáltico para carros. Carros são responsáveis por apenas 26% dos deslocamentos no Brasil. As pessoas andam muito mais a pé e de transporte público.  Paris, recentemente, redesenhou suas ruas centrais para os pedestres e para as bicicletas, além de outras políticas de incentivo à mobilidade ativa. Rapidamente viu uma explosão de novos ciclistas que viajam sem emitir nenhum gás contaminante, sem causar barulho e praticamente sem riscos à segurança. O que pode ser mais inteligente?

Por fim, a prioridade ao transporte público, que, depois da mobilidade ativa, é o modo de transporte mais sustentável, inclusivo e seguro. Um ônibus Padron pode transportar quase 80 passageiros. A média de uso dos automóveis na cidade de São Paulo é de apenas 1,1 passageiro por carro. Ou seja, um ônibus costuma transportar o equivalente a 72 carros. Em uma cidade inteligente, esse ônibus teria 72 vezes mais espaço que o automóvel. Priorizar o transporte público, em uma cidade inteligente, significa garantir espaços exclusivos. Idealmente com a construção de corredores de ônibus em pistas centrais, praticamente eliminando a interferência de congestionamentos sobre a operação dos coletivos. Mas uma faixa exclusiva, à direita, já ajuda muito, tendo potencial de incrementar em até 30% a produtividade dos ônibus. Fica uma dica: implantar faixas exclusivas não demanda vultosos investimentos. É preciso apenas tinta, para sinalização horizontal, placas, para sinalização vertical, e um eficiente sistema de fiscalização. 

Planejar um desenho de rede de ônibus que integre diferentes níveis de serviço (linhas locais e troncais), com terminais e pontos de ônibus confortáveis e seguros. Implantar tecnologia que permita ao usuário o completo gerenciamento de suas viagens, diminuindo o tempo de espera pela passagem dos ônibus. Um sistema de cobrança de tarifas inteligente e que permita integrações tarifária.

Outra prioridade fundamental em uma cidade inteligente é a eliminação das mortes e ferimentos graves no trânsito. Nenhuma morte no trânsito deveria ser aceitável. E neste campo, com inteligência e pouco dinheiro se pode fazer muito. Gerenciar as velocidades das vias (maior fator de risco), redesenhar os espaços para proteção a pedestres e ciclistas, fiscalizar o comportamento no trânsito e engajar a sociedade em torno de uma agenda segura são características de inteligência. Fortaleza e Bogotá são duas cidades que demonstram o sucesso de uma política inteligente voltada para a segurança viária: reduziram em mais de 50% as mortes no trânsito na última década.

Como se vê, falamos muito de soluções inteligentes e quase nada sobre drones ou robôs. A inteligência às vezes está apenas em aplicar soluções simples, mas que implicam em ampliar a sustentabilidade a inclusão social e a segurança viária.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities.  

CREDENCIAMENTO: FALTA 1 SEMANA PARA O FÓRUM DE MOBILIDADE ANPTRILHOS

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Na próxima 4ª feira, 24 de maio, a Associação Nacional de Transportadores de Passageiros sobre Trilhos realizará o Fórum de Mobilidade ANPTrilhos, em Brasília (DF). O evento reunirá as principais autoridades governamentais e especialistas para debater questões fundamentais, desafios e perspectivas para o avanço da rede de transporte metroferroviário de passageiros nacional. 

O credenciamento para imprensa já está aberto e pode ser feito aqui. 

Conheça as autoridades confirmadas: 

  • Leonardo Cezar Ribeiro, Secretário Nacional de Transporte Ferroviário do Ministério dos Transportes;
  •   Hildo Rocha, Secretário Executivo do Ministério das Cidades;
  •   Marcus Cavalcanti, Secretário Especial do Programa de Parcerias de Investimentos da Casa Civil da Presidência da República;
  •       Jorge Bastos, Diretor-Presidente da INFRA S.A;
  •       Lola Bravo, Diretora Econômico-Financeira da TMB (Barcelona);
  •       Saskia Berling, KFW Banco de Desenvolvimento;
  •       Vander Costa, Presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT);
  •       Marcio Hannas, Presidente da CCR Mobilidade;
  •       Valter Casimiro, ex-Secretário de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal;
  •       Sérgio Avelleda, Sócio-Fundador da Urucuia Inteligência em Mobilidade Urbana;
  •       Renato Meirelles, Presidente da CAF Brasil;
  •       E os Presidentes de todas as Operadoras Metroferroviários:

CCR Metrô Bahia e VLT Carioca, André Luis Costa

SuperVia, Antonio Carlos Sanches

Metrô de São Paulo, Antonio Julio Castiglioni Neto

CTB, Ana Cláudia Nascimento e Sousa

ViaQuatro e ViaMobilidade, Francisco Pierrini

MetrôRio, Guilherme Ramalho

Metrô-DF, Handerson Cabral Ribeiro

CFLP, José Augusto de Carvalho

CBTU, José Marques de Lima

CPTM, Pedro Tegon Moro

Trensurb, Pedro Bisch

Metrofor, Plínio Pompeu de Saboya Magalhães Neto

Programação temática 

  • Painel Setorial 1 – Desenvolvimento do Transporte Metroferroviário Urbano;
  • Painel Setorial 2 – A retomada dos trens regionais de passageiros;
  • Painel Setorial 3 – Autoridade Metropolitana de Transporte como agente de desenvolvimento da mobilidade estruturante;
  • Painel Setorial 4 – Avanço dos projetos e atração de investimento;
  • O desenvolvimento da mobilidade sobre trilhos na Bahia e perspectiva nacional.

Confira a programação completa do Fórum de Mobilidade ANPTrilhos aqui.

 CREDENCIAMENTO DE IMPRENSA: O credenciamento de imprensa para o Fórum de Mobilidade ANPTrilhos pode ser feito em www.forummobilidade.com.br/credenciamento-imprensa.

Serviço

Fórum de Mobilidade Urbana
24 de maio
Unique Palace, Brasília (DF)
Para mais informações, acesso à programação completa e inscrições, clique aqui.

 

ACESSIBILIDADES NA MOBILIDADE URBANA FAVORECE TODO MUNDO

Por: Glaucia Pereira

Quando falamos em acessibilidade em mobilidade urbana, a maioria das pessoas faz uma relação direta do tema com pessoas com deficiência ou com pessoas idosas. Mas ninguém pensa que podemos nos machucar, contrair alguma doença que pode limitar nosso ir e vir, ficar sem emprego, dentre outras questões que podem afetar nossa mobilidade.

Pensar em #mobilidadeurbana e #acessibilidade no Brasil é pensar em inclusão social e na igualdade de oportunidades para todas as pessoas. São muitos desafios a serem enfrentados, especialmente em relação à negligência de quem faz a gestão da cidade. Esse descaso afeta, em especial, pessoas idosas, pessoas com deficiência e aquelas de baixa renda que muitas vezes enfrentam barreiras físicas e econômicas para se locomover na cidade.

De acordo com o Censo 2010, do IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 10% da população brasileira tem alguma deficiência, o que representa mais de 23 milhões de pessoas. Os dados ainda mostraram que a população idosa (com 60 anos ou mais) representa 14,3% da população brasileira. Esse enorme contingente já deveria ser suficiente para sensibilizar o Estado sobre a prioridade da acessibilidade nas cidades brasileiras. Segurança e autonomia é tudo o que desejamos na nossa locomoção cotidiana, mas, infelizmente, a grande maioria das cidades não possuem, sequer, calçadas adequadas. Faltam ainda rampas de acesso em vias públicas, transportes coletivos adaptados, sinalização adequada com avisos sonoros, dentre outros elementos que poderiam melhorar a acessibilidade.

Está provado que uma das maiores barreiras para a acessibilidade na mobilidade urbana, em especial, no transporte coletivo, é a questão tarifária. O dossiê publicado em março pelo Journal of Sustainable Urban Mobility com apoio institucional da Fundação Rosa Luxemburgo, mostra bem esse aspecto. Sabemos também que pessoas com baixa ou nenhuma renda, em sua maioria negras, não podem pagar o valor integral da passagem de ônibus, metrô ou trem, o que limita sua locomoção. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2019, revelaram que 52,5% da população brasileira vive com até dois salários mínimos. Ou seja, para cerca de 88 milhões de pessoas, o transporte público é essencial para garantir o acesso a serviços básicos como saúde, educação e trabalho.

Enfrentar o desafio para a oferta de uma mobilidade urbana acessível só pode ser feito com políticas públicas transversais, com campanhas educativas e comunicação sistemática sobre a importância da questão. As políticas passam pela adaptação da  infraestrutura urbana, dos ônibus, dos trens e das estações, que devem ser guiadas pelo princípio da universalidade.

Contudo, nenhuma mudança poderá ser mais eficiente que compreender que cidades e mobilidades acessíveis passam pelo entendimento de que somos diferentes e que precisamos que nossas diferenças e necessidades sejam inegociáveis. Todo mundo ganha com essa mudança de paradigma. Em algum momento da vida, todas as pessoas vão passar por alguma restrição de mobilidade. E estou falando aqui de fatores que podem restringir a nossa mobilidade como questões físicas, etárias e também financeiras. É inevitável. Por que não clamar pela mudança hoje se sabemos que vamos depender dela amanhã?

Fonte: Multiplicidade Mobilidade Urbana

ENTENDA A RELAÇÃO ENTRE CICLOVIAS E A SEGURANÇA DOS CICLISTAS

De acordo com urbanista Hannah Arcuschin Machado, a chave para diminuir as mortes no trânsito com o modal está na infraestrutura, que precisa ser adequada para todas as idades e realidades

A expansão das redes cicloviárias nos grandes centros, como na capital paulista, costuma ser mencionada como uma das formas de oferecer mais segurança a quem pelada. Afinal, trata-se de uma estrutura segregada dos demais modais, especialmente dos motorizados.

Mas, para que seja efetiva, é preciso que essa rede cresça e, também muito importante, que a estrutura existente passe por manutenções constantes e seja requalificada. Para falar sobre o tema, conversamos com Hannah Arcuschin Machado, urbanista e pesquisadora visitante no Massachusetts Institute of Technology (MIT), em Boston (EUA). Confira.

Qual o potencial da bike como meio de transporte em centros como a cidade de São Paulo?

Hannah Arcuschin Machado: A bicicleta é um modo muito eficiente de transporte em termos de velocidade alcançada, da massa movimentada – na comparação com o carro, que pesa uma tonelada para transportar pessoas com 70 kg, em média – e, por meio dela, é possível aumentar consideravelmente o raio de alcance em relação ao deslocamento a pé.

Então, para trajetos de até 5 km, vejo a bicicleta como um excelente modal. Passando dessa quilometragem, já começa a ficar penoso e acredito que se foge do perfil de ciclista comum. Então, pensando nas grandes distâncias como as encontradas na capital paulista, o equipamento é um ótimo complemento para a última milha, nas duas pontas do sistema.

De modo que a pessoa pode ir pedalando até um terminal de ônibus, deixar sua bike lá no paraciclo ou estacionamento seguro, ir até o metrô ou trem e, ao sair, usar uma bike compartilhada, o que gera economia de dinheiro e ganho de tempo. E, finalmente, é importante destacar também o prazer de pedalar, pois esse é um modo de transporte que, caso haja uma infraestrutura adequada, pode gerar uma situação de bem-estar.

E como oferecer a segurança necessária para quem pedala?

Hannah: Na minha visão, a resposta está na infraestrutura adequada para todas as idades e realidades. É fundamental que ela transmita segurança para todos os perfis de ciclistas, e não apenas para os de nível avançado, que se aventuram no meio dos carros.

Então, a infraestrutura tem que ser desenhada pensando nas crianças, nos idosos, que possuem reflexos mais lentos, entre outros perfis. E a capital paulista ainda não chegou lá: vejo alguns trechos de ciclovias que atendem a esse padrão, mas, em sua maioria, ainda temos o desafio fundamental de reconquistar o espaço da via para permitir o uso da bicicleta, fazendo sua requalificação.

Esse é o desafio, um trabalho constante, para que se possa chegar a uma situação em que todos se sintam confortáveis e seguros. Então, fazer ciclovias segregadas, bem sinalizadas, com uma largura e pavimento adequados, além da receptividade do entorno – como velocidades compatíveis dos veículos, por exemplo – são aspectos fundamentais que precisam acontecer ao mesmo tempo.

Como você avalia a expansão da rede cicloviária da capital paulista?

Hannah: O que acontece na cidade de São Paulo, ainda que em um ritmo aquém do desejado, é um processo de recuperação do espaço para uso da bicicleta para que essa infraestrutura seja requalificada, aos poucos, até que se chegue a uma malha ideal.

prefeitura assumiu o compromisso, em seu Plano de Ação Climática, de aumentar as viagens de bicicleta – que hoje representam menos de 1% do total de deslocamentos – para atingir 4% do total até 2030. Então, para isso, é fundamental requalificar a infraestrutura. A prefeitura sabe o estado das ciclovias e ciclofaixas, pois foi feito um trabalho de auditoria em parceria com a associação Ciclocidade, o que demonstra que não é falta de informação.

No Plano de Mobilidade da cidade, de 2015, está determinado que, até 2028, devemos ter mais de mil quilômetros de ciclovia e estamos distantes disso, com 667 km. Então, nos próximos anos, esse trabalho precisa ser intensificado, com a construção de ciclovias em outras regiões da cidade, além da manutenção e qualificação das existentes.

O Brasil tem evoluído no quesito segurança para ciclistas?

Hannah: Vejo com muita preocupação a diminuição na queda do número de mortes de ciclistas na cidade de São Paulo, a partir de 2015. Quando refletimos sobre os dados, e vemos que a bike representa menos de 1% das viagens feitas atualmente, mas que equivale a 5% do total de mortes em acidentes de trânsito no Brasil, temos um ponto de atenção enorme.

Essa reflexão é importante para que se comece a mudar comportamentos. Aqui, pensando na segurança, reforço a importância das ciclovias e da bicicleta como modo de transporte: existe uma relação de ganha-ganha, do ponto de vista da saúde, que é muito relevante.

Pedalar é uma atividade física que traz muitos benefícios, é um modal não poluente, que pode, com as condições e infraestrutura corretas, reverter em qualidade de vida para as pessoas, tanto aos praticantes como para toda a sociedade.

Como a falta de local para treino para ciclistas de velocidade – que acabam impactando em acidentes de ciclistas nas estradas – pode ser resolvido?

Estou vivendo atualmente em Boston (EUA) e aqui há uma iniciativa muito interessante: uma vez por mês eu pedalo 1h30 até uma cidade vizinha, Bedford, onde há um lago para banho, por uma grande ciclovia segregada, chamada Minuteman Bike Path.

Ela foi instalada em uma ferrovia desativada e esse espaço, por pressão dos cicloativistas – pois haviam muitas pessoas contrárias, por isso destaco aqui a importância da participação popular nesses temas – se e transformou em um local muito seguro e agradável para pedalar. O Brasil é enorme e no país também poderiam existir locais semelhantes, basta que sejam feitos estudos e que isso seja priorizado.

Fonte: Mobilidade Estadão

PRIMEIROS ÔNIBUS ELÉTRICOS DE CURITIBA DEVEM COMEÇAR A RODAR ATÉ JUNHO DE 2024

Os primeiros ônibus elétricos devem começar a rodar em Curitiba entre maio e junho de 2024, anunciou nesta quinta-feira (11/5) o prefeito Rafael Greca, ao participar do Workshop Modelos de Negócio para Eletromobilidade, no Complexo Imap no Parque Barigui.

Greca confirmou a compra dos primeiros 70 ônibus elétricos de Curitiba, com investimentos de R$ 200 milhões, como o marco do programa de eletromobilidade do município.

Sem emissão de CO2 e ruídos, o ônibus elétrico é considerado o futuro da mobilidade nas grandes cidades e é uma das principais agendas do município para os próximos anos, dentro do compromisso de reduzir a emissão de poluentes. No médio prazo, até 2030, 33% da frota de ônibus de Curitiba deverá operar com emissão zero; alcançando 100% até 2050, como parte do Plano de Ação Climática (PlanClima), alinhado às ações globais de sustentabilidade.

Do total de veículos a serem adquiridos, 28 serão articulados e 42 modelos Padron. A primeira linha a receber os modelos será a Interbairros II. O projeto contempla ainda a utilização de veículos zero emissões no novo Inter 2 e no BRT Leste/Oeste.

“Queremos que o nosso BRT, consagrado e copiado por mais de 200 cidades em todo mundo, seja o metrô de superfície elétrico, moderno e não poluente. O futuro do transporte coletivo e das cidades passa pela descarbonização”, afirmou Greca.

Os fabricantes devem ser definidos com base nos testes em curso na cidade, que envolvem as empresas Volvo, Mercedes, Eletra, Marcopolo, BYD e Higer. “Temos oito veículos homologados para testes até outubro desse ano, que serão avaliados de acordo com autonomia, segurança e conforto do passageiro”, disse Ogeny Pedro Maia Neto, presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs).

Primeiros testes

No mês passado, tiveram início os primeiros testes técnicos com um ônibus elétrico da chinesa BYD no transporte coletivo. O modelo articulado está circulando, sem passageiros, pelas rotas das linhas Interbairros II, Inter 2 e no Eixo Leste/Oeste. Nos próximos dias devem começar os testes com a fabricante brasileira Eletra.

“Estamos iniciando o processo de migração para a matriz elétrica, não poluente. Trata-se de uma tecnologia nova, que precisa ser avaliada dentro da realidade do transporte coletivo. O teste técnico é muito importante para medir qual é a performance dos diversos modelos elétricos, mapear resultados e ainda verificar possíveis desafios”, afirmou Maia Neto.

Segundo ele, o modelo de aquisição dos veículos está sendo estudado. “Podemos ter um modelo privado, público, híbrido, com a participação pública e privada, ou ainda com o abastecimento separado. Estamos avaliando todas as possibilidades para escolhermos a melhor opção para Curitiba”, disse.

Com a compra dos veículos, o município vai preparar a infraestrutura de apoio, com a implantação de melhorias viárias, requalificação de ruas, estações-tubo e pontos de recarga nas garagens das empresas de ônibus e em áreas públicas da capital.

Fonte: Prefeitura Curitiba

GOIÂNIA É REFERÊNCIA EM PROGRAMAS DE INOVAÇÃO E TECNOLOGIA VOLTADOS À SAÚDE, EDUCAÇÃO E MOBILIDADE

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Em seu 3º episódio, o Programa Cidades, Café e Prosa entrevistou representantes do poder público da cidade sobre ações e propostas de transformação digital para melhoria da prestação de serviços essenciais e ampliação de soluções em conectividade com foco no cidadão.

Dentre os programas citados, destacam-se: o Goiânia Inovação, Brasil Mais e Goiânia Adiante.

Na manhã desta segunda-feira, 15/05, a Plataforma Connected Smart Cities realizou uma nova transmissão do Programa Cidades, Café e Prosa com enfoque no cenário de ações implementadas em smart cities pela cidade de Goiânia (GO), além da promoção de debate sobre perspectivas de novos projetos em desenvolvimento neste âmbito.

Na abertura do programa, Willian Rigon, sócio-diretor de Novos Negócios da Plataforma Connected Smart Cities, recepcionou o secretário de Prioridades Estratégicas, Everton Sergio Schmaltz, e a diretora de Cidades Inteligentes da Secretaria Municipal de Inovação, Ciência e Tecnologia, Ana Paula Cintra Andrade, ambos da Prefeitura de Goiânia. E, destacou a 25ª posição conquistada no último Ranking CSC, além da 3ª colocação na região Centro-Oeste, no levantamento das cidades mais inteligentes e conectadas do Brasil.

No mesmo ano, Goiânia ainda foi agraciada pelo reconhecimento do Selo CSC, na categoria prata, que integra cidades que já executaram pelo menos uma das dimensões de boas práticas no desenvolvimento de cidades inteligentes, consideradas pela iniciativa. 

Investimentos em programas de T&I beneficiam a qualidade de vida local

Durante o bate papo, as autoridades apresentaram uma agenda de ações promissoras que vêm tornando a cidade de Goiânia cada vez mais inteligente. “O projeto Goiânia Inovação recebeu investimentos de R$ 2 bilhões e faz parte de um plano plurianual previsto até 2025”, ressaltou a diretora de Cidades Inteligentes, Ana Paula Cintra. “Este projeto passou a enxergar a cidade de forma mais humana com o investimento de equipamentos e ferramentas tecnológicas maravilhosas para que o cidadão receba benefícios voltados à Saúde, como os serviços de telemedicina, e à Mobilidade, com instrumentos de reconhecimento facial”, complementou o secretário de Prioridades Estratégicas,  Everton Sergio Schmaltz.

O secretário também destacou a importância de outros projetos de fomento à smart cities, como o Brasil Mais e o Goiânia Adiante, que já destinou “R$ 300 milhões para a instalação de equipamentos tecnológicos para a Saúde; R$ 200 milhões para a Secretaria de Educação, melhorando processos de sistematização funcional; e R$ 1,2 bilhão para investimentos em infraestrutura, que incluem a instalação de BRTs, semaforização e projetos de acompanhamento de tráfego”.

Além da efetivação de parcerias estratégicas com o Parque Tecnológico de Itaipu, Universidade Federal, órgãos públicos e criação do Sandbox Regulatório. Todo esse apanhado de iniciativas estratégicas foram idealizadas em prol da transformação de cenários e aumento da produtividade em setores públicos, além de mirarem no incentivo à abertura de novos modelos de negócios. Em síntese, o cenário evidencia o incremento de práticas em inovações tecnológicas, de transformação digital e empreendedoras, favorecendo a construção de uma cidade goianense mais inteligente, conectada e inclusiva.   

Nesta dinâmica, o secretário destacou ainda o uso de “tecnologias artificiais mais inteligentes, em parceria com startups”, para a formulação de projetos de infraestrutura digital, infovias, segurança cibernética, mobilidade sustentável, logística inteligente e  controle e mapeamento urbano integrado. Na prática, esse sistema vem auxiliando na instalação de sensores especiais, fiscalização de tráfego de veículos e pedestres, expansão da rede de internet móvel gratuita e de qualidade em espaços públicos, entre outros aspectos.

“Em termos de infraestrutura digital, já temos 200 câmeras de monitoramento instaladas na cidade e 280 km de fibra óptica para a conectividade”, pontuou o secretário. Para Ana Paula, toda esta realidade de avanço em projetos de cidades inteligentes é fruto do alcance de um alto nível de maturidade que a cidade, mais arborizada do Brasil, atingiu.

Aproveitando este gancho da conversa, Willian Rigon ressaltou que a busca de parcerias e concretização de relacionamentos com atores externos ajuda no compartilhamento de informações e busca de soluções em todas as dimensões da cidade. Confira todo o encontro online na íntegra, acessando este link.

5 TENDÊNCIAS QUE VÃO IMPACTAR OS APLICATIVOS DE MOBILIDADE

Mobilidade aérea urbana e inteligência artificial estão entre as tendências que devem movimentar o setor

O setor de aplicativos de transporte está passando por transformações significativas nos últimos anos. As novas demandas de mobilidade aceleraram ainda mais o ritmo de inovação no segmento. Portanto, algumas movimentações que já vêm ocorrendo de forma casual devem ganhar mais força e se consolidar.

É como avalia Bruno Muniz, sócio-executivo da Gaudium, startup focada nos mercados de mobilidade e logística. O executivo cita como exemplos o caso da descentralização dos grandes apps de transporte, do crescimento do modelo de e do uso de tecnologias de inteligência artificial e machine learning.

Para Muniz, estar atento ao que deve ganhar força na mobilidade é um dos primeiros passos para estar à frente da transformação digital que já vem ocorrendo nos apps de transportes. Avaliando o cenário do mercado, o especialista lista as seis principais tendências que devem estar no radar da mobilidade nos próximos anos.

Confira:

1- Inteligência artificial e machine learning

Essas tecnologias já fazem parte do mundo dos aplicativos de transporte, mas devem ser ainda mais exploradas nos próximos anos. De acordo com o executivo, juntas, elas têm o potencial de oferecer soluções cada vez mais personalizadas às necessidades dos usuários.

Com o uso da IA, é possível ter acesso em tempo real a fatores que possam afetar o tráfego. Por exemplo, condições meteorológicas e obras, sugerindo percursos com tempo reduzido e aumentando a eficiência das corridas.

Já a machine learning é capaz de identificar padrões e prever a demanda de corridas por regiões e horários de pico, ajudando motoristas a planejar e otimizar suas rotas e horários.

2- Crescimento de apps de transporte locais

Em vez de um grande aplicativo multinacional presente em todas as cidades do Brasil, Muniz aponta a tendência do fortalecimento dos aplicativos regionais. Afinal, eles conseguem se conectar melhor aos motoristas e passageiros por serem geridos por empreendedores da região.

De acordo com Muniz, muitas vezes, eles até oferecem diferenciais atraentes àquela localidade específica. No país, aplicativos como Urbano Norte e Ubiz Car Brasil lideram este modelo, focando suas operações em cidades de pequeno e médio porte.

3- Mobilidade aérea

Apesar de parecer vinda de um filme de ficção científica, a mobilidade aérea urbana nunca esteve tão perto de se tornar realidade. Por exemplo, a Eve, braço da Embraer no setor, realizou seis voos diários entre o Aeroporto Internacional do Galeão e a Barra da Tijuca, ambos no Rio de Janeiro, em novembro de 2021.

Os testes não foram realizados ainda com o veículo que será utilizado no futuro, o eVTOL, e sim com um helicóptero. Mas os testes ajudaram a empresa a conceber, junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o primeiro Conceito de Operações para Mobilidade Aérea Urbana no Brasil.

4- Consolidação do PIX como meio de pagamento em transportes

Para Muniz, o PIX conquistou espaço pela simplicidade e praticidade que oferece a todos os envolvidos. “É um meio que oferece mais flexibilidade financeira para os passageiros, além de existir menos chances de os usuários transferirem valores errados ou caírem em golpes. Para motoristas, o valor é creditado na hora e não é preciso pagar pela taxa da maquininha”, aponta.

Segundo uma pesquisa da Gaudium, o Pix movimentou mais de R$ 60 milhões em transações de aplicativos de transporte regionais apenas no ano passado.

5- Mobilidade elétrica

Com a necessidade cada vez maior da substituição dos combustíveis fósseis, veículos à base de energia limpa deverão tomar a frente também no transporte por aplicativo. A Uber, por exemplo, tem o objetivo de ter sua frota composta 100% por veículos elétricos até 2040, inclusive já oferecendo bônus nos EUA para motoristas trocarem seus veículos por um modelo mais sustentável.

IA, CAMINHO SEM VOLTA

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O conceito de Smart City logo estará numa fase de transição, em breve as cidades que não usarem Inteligência Artificial de forma ampla estarão em um segundo plano em relação às que tiverem IA em 100% de seus sistemas e serviços públicos.

“Cris Alessi atualmente é a presidente da Agência Curitiba, uma instituição da Prefeitura de Curitiba responsável por coordenar ações e projetos para promover o desenvolvimento econômico e social da cidade como um todo e liderado iniciativas para a inovação, não apenas no Vale do Pinhão, mas em toda a cidade de Curitiba”. Não estou querendo me exibir não, esta é minha minibio feita pelo ChatGPT, o trend mundial do momento. Ela está 100% correta, mas o Chat ganhou fama por motivos um pouco fora de ordem.

O mais engraçado é que depois de tantos anos de uso de quase mil aplicações de Inteligência Artificial, a polêmica só ganhou força quando a IA criou imagens do Papa com uma linda jaqueta branca, que o deixou bem fofinho e elegante, e com a suposta prisão de Donald Trump, o que ninguém duvida que um dia possa realmente acontecer por tantas ações e provocações que ele fez nas últimas décadas. 

Claro que fake news é sempre algo ruim e deve ser combatida, mas Inteligência Artificial não foi criada para gerar fake news, o mau uso dela é que pode acarretar em situações inadequadas, às vezes criminosas ou perigosas, e isso não é de agora.

O ChatGPT hoje causa pânico nas escolas por fazer tarefas para os alunos. Quando a calculadora eletrônica portátil foi inventada, nos anos 1960,  essa preocupação surgiu também. Hoje praticamente todo mundo tem uma calculadora no telefone celular, e como ela nos é útil, não é mesmo? 

Há algumas semanas, um grupo de notáveis se mobilizou em favor da suspensão das pesquisas com IA. Entre eles, Elon Musk, da Tesla, que nos últimos anos já explodiu vários foguetes em sua tentativa de fabricar uma nave espacial. Ainda bem que ele explora naves não tripuladas, mas o seu projeto não deixa de ser uma pesquisa avançada de algo novo e disruptivo, como é a IA.

O grupo de Musk pede uma pausa até que sejam definidos modelos de governança; criação de órgãos regulatórios; meios de supervisão de sistemas; e de ferramentas que ajudem a distinguir o que é criado por Inteligência Artificial. O grupo também defende a responsabilização por danos causados pela IA e a criação de instituições que possam fazer frente às “dramáticas perturbações econômicas e políticas (especialmente para a democracia) que a IA causará”.

As propostas são todas pertinentes, mas vale adicionar que Musk foi um dos cofundadores da OpenAI, criadora do ChatGPT, e junto com ele no grupo estão representantes de vários concorrentes dessa ferramenta. Então o pedido de paralisação das pesquisas também pode ser apenas uma estratégia empresarial, e não exatamente um propósito. 

Concordo com todas as necessidades de governança e cuidados de cibersegurança e ética no uso da IA, mas tenho preocupação maior com uma possível “gentrificação” da IA: 85% dos programadores são homens brancos, então como garantir que a Inteligência Artificial que está sendo criada não tenha apenas a visão de mundo de homens brancos, sem levar em conta as perspectivas de outras raças e gêneros?

O fato é que a IA é um caminho sem volta há muito tempo, bem antes da jaqueta de neve do Papa. Os seus benefícios são imensos em todas as áreas, e muitas delas envolvem o dia-a-dia das cidades, como saúde, segurança, mobilidade, urbanismo, meio ambiente, defesa civil, entre outras.

O conceito de Smart City logo estará numa fase de transição, em breve as cidades que não usarem Inteligência Artificial de forma ampla estarão em um segundo plano em relação às que tiverem IA em 100% de seus sistemas e serviços públicos. Serão as Super Smart Cities, com ferramentas para diagnosticar câncer em 30 segundos, evitar acidentes de trânsito momentos antes que possam acontecer, reconhecer de imediato um estranho que entra numa escola e gerar alertas de tempestades ou terremotos com precisão e em tempo de evacuação das áreas ameaçadas.

Enfim, o debate é amplo. Os benefícios da IA são imensuráveis e os riscos, em parte, ainda desconhecidos. Mas não há ilusão, as pesquisas não vão parar. Precisamos então acelerar a governança, as regras e os mecanismos que garantam ética e segurança.   

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade da autora, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

GOVTECHS MODERNIZAM SETOR PÚBLICO, MAS RITMO AINDA É LENTO

Empresas enfrentam espera por processos de licitações e têm de adaptar sistemas para diferentes realidades das cidades brasileiras

As delegacias brasileiras registram inúmeros casos de lesão corporal todos os dias, um crime que é considerado de baixo potencial agressivo, segundo a legislação. Alguns desses registros trazem pontos em comum que podem ligar a um delito mais grave, mas nem sempre os agentes de segurança conseguem identificar.

No entanto, em 2021, um sistema de inteligência artificial — criado especialmente para o Ministério Público — passou a sugerir que milhares dessas ocorrências fossem enquadradas na Lei Maria da Penha. O algoritmo faz a leitura dos relatos das vítimas e mostra aos promotores pontos que podem indicar que se trata de um caso de violência doméstica.

Essa ferramenta foi desenvolvida pela Softplan, uma das empresas responsáveis pela criação de soluções tecnológicas para o setor público. As chamadas “govtechs” têm ajudado a modernizar sistemas de prefeituras e órgãos do governo, mas em um ritmo ainda lento, porque dependem da espera por licitações e adaptações para as diferentes realidades das cidades brasileiras.

Fundada na década de 1990 e com sede em Santa Catarina, a Softplan oferece serviços com impacto em todas as esferas do poder judiciário brasileiro. Só no Tribunal de Justiça de São Paulo, indicado como maior do mundo em volume de processos, a companhia diz ter economizado mais de 25 milhões de horas de trabalho com a ferramenta de distribuição automática de ações.

“O TJSP já foi considerado um problema insolúvel e, hoje, é o segundo melhor em produtividade do país, segundo o Conselho Nacional de Justiça”, avalia Rafael Stabile, diretor de negócios da Softplan. “Isso demonstra que, quando bem pensado, um projeto tem condições de resolver os problemas da população”.

Segundo o último relatório do CNJ, um processo leva, em média, 2 anos e 3 meses para ser baixado no Brasil. Essa morosidade tem como plano de fundo a quantidade de ações que tramitam no sistema judiciário todo ano — entraram cerca de 27 milhões novos só em 2021 —, mas também a burocracia que ainda rege toda a máquina pública do país.

Na tentativa de acelerar a execução desses processos, vários tribunais têm procurado maneiras de incluir tecnologia nos bastidores. Só de ferramentas que usam IA, calcula-se que hoje existam 111 propostas em andamento, sendo a maior parte delas nos estados de Rondônia (23), Rio Grande do Sul (11) e Paraná (9).

A maioria desses algoritmos, criados pelas próprias equipes internas, é voltada para o aumento de produtividade dos funcionários dos tribunais, mas há um número também relevante de iniciativas que visam digitalizar os órgãos, melhorar a qualidade dos serviços ou, ainda, reduzir os custos do setor.

Já da iniciativa privada, as soluções vão desde a automatização das rotinas dos gabinetes à integração de todos os elos que fazem o sistema funcionar, como advogados, promotores e juízes.

“Trabalhar com o governo no Brasil tem uma barreira de entrada muito alta, em razão da burocracia da contratação pública, mas que é importante. Mesmo assim, é possível manter condições de apostar e investir em novas tecnologias, para conseguir ficar à frente sempre trazendo novidades para esse mercado”, destaca Stabile.

Agilidade nas compras públicas

Com seu tamanho continental, o Brasil tem quase 5,6 mil prefeituras, cada uma com características bastante diferentes. Enquanto o município de Saudade, no interior de Minas Gerais, tem apenas 800 habitantes, a população da cidade de São Paulo passa de 12,3 milhões de pessoas, por exemplo.

Por certo, não há um modelo de gestão único que seja capaz de atender todas as particularidades de cada prefeitura, mas já há projetos de tecnologia que tentam facilitar os procedimentos internos, a começar pela contratação de serviços. É o caso do Portal de Compras Públicas, uma “govtech” que surgiu com o objetivo de diminuir a burocracia que existe no processo licitatório do setor público.

Em 2016, a startup começou criando sites individuais de compras para cada cliente, mas foi adaptando seu modelo de negócio com o passar do tempo até lançar um sistema único que atende as diferentes figuras do setor público, do executivo ao judiciário. Neste formato, o órgão público faz seu cadastro, indica os itens que deseja adquirir e espera uma espécie de leilão virtual, com diversos fornecedores que também usam a plataforma.

Desta forma facilitada, a startup promete uma economia de 27% aos cofres públicos, além de uma celeridade de 76% nos processos de aquisição. Leonardo Ladeira, CEO e co-fundador do Portal de Compras Públicas, diz que quase a metade das prefeituras brasileiras já usaram o serviço alguma vez, sendo que 89% dos municípios do Pará, 91% do Rio Grande Norte e outras 5 capitais são clientes ativos.

Os dados internos registram a intermediação de R$ 10 bilhões todo mês em compra de produtos ou contratação de serviços. A expectativa da empresa é alcançar R$ 150 bilhões no fechamento deste ano.

“Quando falamos em compras públicas, é natural que as pessoas logo pensem nos extratos bilionários do governo federal [dada a sua responsabilidade]. As compras acontecem do mesmo jeito, mas em quantidades muito menores, já que os municípios compram praticamente as mesmas coisas. No final, damos duas soluções: visibilidade para que as empresas saibam que aquela prefeitura quer comprar e fazemos com que o negócio ocorra com competitividade”, destaca Ladeira.

Ainda de acordo com a empresa, todas essas transações ficam públicas na internet, à disposição dos tribunais de contas, de forma a contribuir no combate à corrupção. Segundo a Transparência Internacional, o Brasil é um dos 90 países com os maiores índices de percepção da corrupção, bem atrás de alguns vizinhos, como Uruguai e Chile.

“É evidente que toda a informação do processo está disponível através de atas no portal, mas os órgãos de controle de cada estado conseguem buscar os dados de forma estruturada, com IP das máquinas e horário das transações, inclusive. Isso facilita o acompanhamento dos órgãos de controle, contribui para a transparência e aumenta a governança do gasto público brasileiro”, conclui Ladeira.

Fonte: InfoMoney

BUSCA POR PONTO DE RECARGA DE CARROS ELÉTRICOS NO BRASIL DOBRA EM 1 ANO

Segundo o Google, pesquisa por carregadores de carros elétricos cresceu 106% entre 2022 e 2023; serviço passou a ser oferecido no País em 2018.

O aumento das vendas de carros elétricos no Brasil já reflete nos mapas do Google. Segundo a gigante de tecnologia, a busca por pontos de recarga cresceu 106% na comparação dos dados de abril de 2022 com os de abril de 2023.

Alias, o Google Maps passou a oferecer esse serviço em 2018. Seja como for, a empresa não revelou números absolutos de busca, apenas o porcentual de crescimento. O resultado faz parte de levantamento feito pelo Google sobre tendências de pesquisas por rotas e recursos sustentáveis na plataforma.

elétricos

De olho no aumento da demanda por carros elétricos, a plataforma também passou a oferecer novos recursos para carros que têm o Google Maps instalado. É o casos dos Volvo C40 e XC40, por exemplo.

Assim, é possível adicionar paradas para recarga em viagens mais curtas. Além disso, o sistema passa a sugerir o melhor local com base em fatores como trânsito em tempo real, nível de carga nas baterias e consumo de energia.

Atualmente, o Google Maps exibe cerca de 300 estações públicas de recarga nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Além disso, esses locais incluem pontos onde a recarga é grátis, como shoppings centers e supermercados, por exemplo.

Além disso, dá para listar as estações de recarga rápida. Ou seja, onde há carregadores com potência de 150 kW ou mais. Neles, a recarga completa das baterias leva, em média, 40 minutos.

Conforme comunicado do Google, o sistema também vai mostrar locais como supermercados que tiverem estações de recarga. “Portanto, se você estiver indo às compras, poderá escolher mais facilmente uma loja que também permita a recarga do carro”, informa a nota da empresa.

Waze já tem o serviço

Seja como for, muitos usuários preferem utilizar o Waze em vez do Google Maps. Afinal, o app de navegação por GPS também oferece esse serviço. Ou seja, desde março deste ano, é possível pesquisar onde há pontos de recarga de carros elétricos disponíveis.

Portanto, para habilitar a função no Waze, basta que o usuário altere o tipo de veículo para elétrico. Ou seja, Meu Waze > Configurações > Detalhes do Veículo > Tipo de veículo > Elétrico. Desse modo, o sistema mostrará os pontos de recarga no trajeto e nas proximidades.

A tendência é que esse tipo de recurso ganhe cada vez mais destaque.

Afinal, a demanda por veículos elétricos e híbridos plug-in mantém a tendência de alta. Conforme a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o número de veículos a baterias no Brasil já passa de 126 mil.

Fonte: Portal Movilidad