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MOBILIDADE URBANA MAIS INCLUSIVA PASSA PELO USO DA BICICLETA

Painel discute no Parque da Mobilidade Urbana a importância das bikes em um cenário mais democrático na locomoção das pessoas nos grandes centros urbanos

Se as cidades brasileiras quiserem entrar definitivamente na rota da inclusão social e da mobilidade urbana, elas devem, então, adotar a bicicleta como parte da solução do ir e vir das pessoas. Essa foi a conclusão unânime dos participantes do painel “Quais são os caminhos para a construção de cidades diversas, inclusivas e democráticas”, que fez parte do Parque da Mobilidade Urbana (PMU), no último dia 23, realizado na capital paulista.

“A bicicleta é alternativa eficiente, limpa e econômica, mas precisa de estrutura, como espaços amplos e estacionamentos seguros durante a jornada do usuário”, afirma Iuri Moura, gerente de desenvolvimento urbano do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP), mediador do debate, que contou com as participações de Fábio Ney Damasceno, secretário de Mobilidade e Infraestrutura do Espírito Santo e presidente do Conselho Nacional dos Secretários do Transporte (Consetrans), Renata Falzoni, arquiteta, cicloativista e criadora do canal Bike é Legal, e Cadu Ronca, diretor do Instituto Aromeiazero.

Durante sua apresentação inicial, Moura falou da importância de fomentar a integração entre os modais de transporte: “Hoje, de 70% a 90% dos espaços das vias são destinados aos automóveis. É preciso pensar no pedestre e estimulá-lo a caminhar”, diz. “O transporte coletivo também assume papel fundamental. Se for rápido e acessível, torna-se opção atraente para evitar o transporte individual.”

Moura destaca que os padrões de mobilidade urbana são influenciados por aspectos sociodemográficos. O homem tem uma vida mais linear, basicamente dirigindo-se da casa ao trabalho. Já a mulher precisa se desdobrar, com paradas na creche dos filhos, no mercado e no banco, por exemplo. “Esses fatores devem ser considerados, para que toda a população seja atendida”, defende.

Ações em favor da bike

A pandemia de covid-19 acarretou o agravamento da crise da mobilidade urbana e o consequente aumento dos congestionamentos e das emissões de poluentes, que trouxeram perdas sérias para a economia mundial. “A partir desse cenário, cerca de 100 cidades europeias implantaram ações para favorecer o uso de bike”, aponta Moura.

Ele mostra alguns exemplos: a utilização de bicicleta aumentou 8% na Europa e 16% nos Estados Unidos. A Cidade do México, capital mexicana, ampliou as ciclovias em 350% e Bogotá, capital da Colômbia, criou 84 quilômetros de ciclovias emergenciais – 34 deles tornaram-se permanentes.

O Brasil também vem adotando medidas importantes. Segundo Fábio Ney Damasceno, sete munícipios da região metropolitana de Vitória, capital do Espírito Santo, estão implementando políticas acessíveis de transporte, que impactam dois milhões de moradores.

Uma das principais obras é a revitalização do Sistema Aquaviário, que liga as cidades de Vitória, Cariacica e Vila Velha. As embarcações são confortáveis, terão preço unificado e permitirão o embarque das bicicletas dos usuários que, ao chegar no destino, poderão seguir viagem pedalando nas ciclovias.

“Também transformamos uma via totalmente degradada em sete quilômetros de ciclovia toda iluminada e com pista bidirecional de 2,5 metros de largura”, salienta o secretário. Ele acrescenta que estacionamentos de carros deram lugar a duas praças, com espaço para bikes, pista de skate, academia para idosos e iluminação pública.

Política transversal

Para Cadu Ronca, os ciclistas vivem uma situação bastante vulnerável nas grandes cidades. “A infraestrutura não se resume às ciclovias e ciclofaixas. O uso da bike é uma política transversal, porque envolve diversas secretarias. Precisamos ter mais segurança viária e pública, pontos de recarga para as bikes elétricas, além de conforto e iluminação nas vias”, afirma.

Ronca acredita que ainda há muito por fazer em uma cidade como São Paulo, como a instalação de racks para transportar bicicletas nos ônibus e adaptação de rampas no lugar de escadarias, tão comuns em vários pontos do município. “Só assim conseguiremos atrair mais ciclistas”, diz.

Renata Falzoni, uma das maiores defensoras da bike em favor da mobilidade urbana mais democrática, vê dificuldades no panorama atual: “É mais fácil alterar a trajetória de um planeta do que mudar uma cultura enraizada nas pessoas. Quem está fora do automóvel é marginalizado”, revela.

Para ela, se os governos quiserem tratar os temas inclusão nas cidades, mobilidade urbana e transporte público terão, então, de colocar necessariamente a bike no centro da discussão. E dispara contra os automóveis: “Carro ocupa espaço, polui, mata e segrega”, salienta. “A bike é a única máquina inventada pelo ser humano que multiplica energia. Ela acalma o trânsito e cria um ambiente saudável.”

Falzoni defende que as crianças devem ser incentivadas a pedalar desde cedo. “Os pais precisam parar de falar que a rua é umlugar perigoso. Perigoso é quem está ao volante dos veículos, que desrespeita outras maneiras de locomoção. A solução da mobilidade urbana tem de partir, necessariamente, da inclusão de mulheres e crianças”, conclui.

Fonte: Mobilidade Estadão

PARQUE DA MOBILIDADE URBANA RECEBE NOVOS EXPOSITORES EM NOVA EDIÇÃO

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As marcas Skape e  Scipopulis, que oferecem soluções de inovação e tecnologia em mobilidade ativa, inclusiva e sustentável, participaram do evento, realizado entre os dias 22 e 24 de junho, no Complexo Esportivo do Pacaembu.

Neste ano, o Pacaembu sediou a 2ª edição do Parque da Mobilidade Urbana (PMU), o maior evento de mobilidade da América Latina, cujo objetivo foi oferecer uma programação de conteúdo diversificado e exclusivo para a promoção de uma mobilidade urbana mais sustentável, inclusiva e disruptiva.

Além de conferências temáticas e ações interativas, o evento contou com a exposição de produtos, serviços e tecnologias de vários nichos de negócios voltados aos segmentos automotivo, de mobilidade elétrica, transporte individual, transporte coletivo, mobilidade ativa, startups, empresas interligadas à área de infraestrutura, seguradoras, entre outros. 

No rol dos novos expositores participantes desta edição, integraram-se as marcas Skape, de micromobilidade elétrica ativa e assistida, englobando dispositivos móveis, como e-bikes dobráveis, patinetes e monociclos; e a Scipopulis, que realiza atividades de processamento, integração e análise de dados para o desenvolvimento de plataformas de conteúdo, como instrumentos de auxílio para gestores tornarem as cidades mais humanas, sustentáveis e conectadas.

Jarbas Braga Neto, fundador da Skape, enaltece a importância da participação de empreendedores no evento, que é realizado pela Plataforma Connected Smart Cities, em conjunto com o Mobilidade Estadão, para a apresentação de soluções, novidades e tendências no setor. 

“Estamos participando pela primeira vez do Parque da Mobilidade Urbana, um evento que apresenta soluções disruptivas em mobilidade urbana. E, para a Skape é uma honra estar aqui, já que temos a oportunidade de apresentar soluções em mobilidade ativa, que abrange bicicletas leves, boas de pedalar e eletricamente assistidas, com cinco níveis de potência. Além de serem práticas, dobráveis e facilmente transportáveis”. 

Participante testa bike da Skape em circuito do PMU. Fonte: PMU

Thayane Carvalho, representante comercial da Scipopulis, também demonstra contentamento com a estreia da participação da marca no PMU. “É um orgulho para a Scipopulis estar presente no evento, que é de extrema importância e traz atores fundamentais para a discussão dessa pauta global, de melhorar a eficiência do transporte e reduzir a emissão de poluentes”.

Stand da Scipopulis no PMU. Fonte: PMU

Neste ano, o Parque da Mobilidade Urbana recebeu mais de 3 mil visitantes na feira de negócios. Confira as novidades e a cobertura completa do Parque da Mobilidade Urbana 2023 no Portal e YouTube da Plataforma Connected Smart Cities. Conheça também a repercussão do evento nas redes sociais oficiais do PMU – Instagram e LinkedIn.

DESAFIO DA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA DA CADEIA RUMO À DESCARBONIZAÇÃO DOS AUTOMÓVEIS

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Em painel no Parque da Mobilidade Urbana (PMU), especialistas discutem como superar os obstáculos da infraestrutura para elétricos no Brasil

A descarbonização dos automóveis é um tema que vem sendo cada vez mais discutido por todos os elos da indústria: montadoras, empresas de infraestrutura para recarga, de energia, de compartilhamento de veículos e órgãos governamentais. Esse um dos aspectos tratados no painel ‘Como superar as barreiras da infraestrutura dos carros elétricos no Brasil’, realizado em 23/06, durante o PMU.

João Irineu, vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Stellantis para a América do Sul, reforçou a importância da preparação, o quanto antes, de toda a cadeia envolvida na produção dos automóveis. “Ações de descarbonização passam por discussões muito amplas, envolvendo todo o País. E a transição precisa ser muito bem planejada, pois nosso objetivo é fazer aqui esse carro”, afirma, anunciando o desejo da montadora de produção local para elétricos e híbridos.

Metas

De acordo com ele, a Stellantis tem como meta atingir a descarbonização completa do seu ciclo produtivo até 2038.  Mesmo com a maior frota atual de elétricos, com sete modelos, a empresa acredita que o caminho para superar os gargalos atuais de infraestrutura passa por uma transição gradual, combinando etanol e a eletrificação, estratégia que no País foi batizada de BIO-ELECTRO.

A empresa contempla, também, o uso do biometano, aproveitando o posicionamento que o País tem de grande produtor global.

Paulo Maisonnave, responsável pela Enel X Way Brasil, destacou alguns dos obstáculos que a empresa enfrentou em seu primeiro ano de atuação no País. “Nós oferecemos soluções de valor agregado para cidades, com infraestrutura de mobilidade pública elétrica para pessoas e empresas”, disse.

De acordo com ele, já foram entregues, nesse período, 5 mil carregadores, entre venda e aluguel. “Além, obviamente, do desenvolvimento da infraestrutura, que afeta a todos, outro grande desafio é a capacitação de todos os envolvidos”, afirma.

Desafios

Maisonnave reforçou a missão da empresa de facilitar a transformação tecnológica nos centros urbanos, por meio do fornecimento de estações de recarga, e, para empresas, de um ecossistema personalizado e preparado para expansão de soluções de recarga inteligente.

Além disso, a estratégia também contempla frotas de VEs​ com integração vehicle-to-grid, que consiste no fornecimento de energia para a rede quando o veículo elétrico/híbrido estiver parado. “Com a abertura do mercado livre de energia, será possível definir planos e momentos mais apropriado para carregamento. São estratégias que podem nos trazer muitas oportunidades”, afirma.

Para Guilherme Cavalcante, CEO e fundador da Ucorp, empresa de tecnologia para mobilidade corporativa elétrica, os desafios da companhia evoluíram com o negócio. “Hoje são desafios, no início eram barreiras. De maneira geral, hoje temos discussões e uma rede de pessoas para troca de informações”, explica.

De acordo com ele, hoje um dos maiores pontos de atenção é a questão de cyber segurança. “Dedicamos muito tempo e investimentos ao controle de fraudes, mas faz parte dos nossos esforços essa construção de um ambiente seguro”, diz.

Para Diego Duarte, co-fundador da EZvolt, embora ainda haja incerteza sobre a eletrificação de maneira geral, já houve evolução. “Por volta de janeiro de 2021, criamos o eletroposto do condomínio, em uma época em que tínhamos dúvidas se podíamos vender recarga. Hoje já temos algumas dessas respostas”, disse.

Entre as conquistas, Duarte cita o fornecimento dessas estruturas de recarga para empresas que operam regularmente com frotas elétricas, como JBS, Mercado Livre, Americanas, entre outras.

Fonte: Mobilidade Estadão

CARROS INTELIGENTES TRANSFORMAM A RELAÇÃO ENTRE O TR NSITO E O MOTORISTA

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Tecnologia nos veículos auxilia na estruturação de cidades mais dinâmicas 

O primeiro automóvel movido a gasolina foi inventado em 1885, e desde então a tecnologia já evoluiu a ponto de tornar coisas inimagináveis em realidade. Se há 30 anos alguém falasse que não demoraria muito para que fosse possível dirigir um carro sem encostar no volante, provavelmente daríamos risada. 

Por mais que esse tipo de veículo ainda não seja um dos mais acessíveis, grande parte dos carros populares atuais são criados para serem automatizados, tanto que algumas montadoras praticamente suspenderam a fabricação de automóveis com câmbio manual. No Brasil, os carros automáticos já conquistaram os motoristas: de acordo com o levantamento de emplacamento entre janeiro e maio de 2022 da revista Quatro Rodas, 63% dos veículos de passeio e picapes do mercado têm caixa automática. 

Os carros automáticos oferecem funções aparentemente simples, mas que facilitam a vida dos passageiros e tornam a experiência no volante superior à de um veículo manual. Um carro inteligente, por exemplo, permite que o motorista pague pedágios, estacionamentos e outros estabelecimentos automaticamente, sem a necessidade de se preocupar com carregar dinheiro ou usar cartões. Imagine a tranquilidade de uma longa viagem de carro com esse recurso à disposição.

Funcionalidades como um sistema de emergência que entra em contato automaticamente com autoridades e órgãos públicos em caso de incidente e até mesmo um dispositivo que auxilia o motorista a fazer uma curva de maior risco são alguns exemplos do conforto que um carro moderno pode oferecer. Com artifícios assim, motoristas PCDs também são beneficiados e tendem a ter uma experiência mais conveniente ao volante. 

Um trânsito mais sustentável e seguro

Outra grande tendência dos carros inteligentes é o carregamento elétrico, benéfico para o meio ambiente, por conta da baixa emissão de carbono, e para o bolso do condutor, com a economia em combustível. Felizmente, esse tipo de veículo está ganhando popularidade no Brasil. De acordo com a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), houve um crescimento de 41% na venda de carros elétricos em 2022, em comparação a 2021. Atualmente, a frota nacional de veículos eletrificados chega a aproximadamente 126 mil.

Os novos modelos de carros contribuem para uma cidade conectada. Em breve, os automóveis facilitarão não apenas a vida de seus condutores, mas também de toda a população, pois serão capazes de reportar prontamente alguns problemas da cidade, como buracos, acidentes e até condições climáticas. 

Desde que foi criado, o Waze tem o objetivo de transformar qualquer carro em um veículo mais inteligente. Por meio da comunidade de usuários, o aplicativo consegue reportar tráfego lento, acidentes de trânsito, radares e buracos, além de outras funções que contribuem para o bom desempenho da mobilidade urbana. 

Recentemente, o Waze deu mais um passo na ampliação de serviços para os veículos mais autônomos: agora todos os carros com Google Built-in (Serviços Automotivos do Google) podem visualizar rotas e alertas em tempo real do Waze diretamente na tela embutida do carro, sem a necessidade de um smartphone. Além disso, o app também sinaliza postos de carregamento para veículos elétricos. 

Enquanto o carro que praticamente dirige sozinho não se torna acessível para mais pessoas, usufruir das tecnologias já disponíveis é o melhor caminho para que qualquer motorista tenha uma experiência mais cômoda em seu automóvel. E mais importante, consciência, prudência e cuidado ao pegar no volante sempre serão a melhor forma de tornar o trânsito mais eficaz para todos. 

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

A NEOINDUSTRIALIZAÇÃO ESTÁ NAS RUAS

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Ônibus elétricos brasileiros lideram a eletromobilidade no país

Pedirei licença para mencionar um evento ocorrido no início de junho na empresa na qual trabalho para comprovar um argumento que tenho reiterado neste espaço.

A eletromobilidade avança no Brasil, e está sendo puxada pela indústria brasileira de transporte público sustentável, com tecnologia nacional.

Isso não é propriamente novidade. A novidade é que as principais autoridades do país passaram a prestar atenção a esse fenômeno.

No dia 2 de junho, o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e mais oito ministros (entre os quais, Fernando Haddad, da Fazenda) visitaram as novas instalações da Eletra, na Via Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP).

Na ocasião, cercado de ônibus elétricos 100% brasileiros, o presidente Lula afirmou: “É muito importante nossa parceria com a China, mas prefiro que sejam comprados os ônibus nacionais”.

E anunciou o apoio do governo federal a um programa de renovação de frotas de transporte público, com preferência para os veículos de baixa emissão.

O presidente referia-se aos ônibus elétricos produzidos com tecnologia de tração elétrica Eletra (uma empresa 100% brasileira), chassis Mercedes-Benz e Scania (indústrias instaladas há décadas em São Bernardo), carrocerias Caio (empresa nacional de Botucatu-SP) e baterias e motores elétricos WEG (grande multinacional brasileira, com sede em Jaraguá do Sul/SC).

Duas semanas depois, o BNDES informou que lançará uma nova linha de crédito para financiar a fabricação de ônibus elétricos no Brasil, desde que tenham alto conteúdo nacional.

Essa sequência de eventos ocorreu poucos dias depois da publicação de um artigo a quatro mãos, no jornal “O Estado de S. Paulo”, no qual o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin defenderam a “neoindustrialização” do país, ou seja, um processo de recuperação do dinamismo da indústria brasileira pautado pela sustentabilidade ambiental.

Ambos puderam testemunhar em São Bernardo um exemplo concreto da neoindustrialização: uma parceria estratégica entre empresas brasileiras para produzir um veículo elétrico de alta performance, com tecnologia nacional.

Um veículo que já está circulando em várias cidades (como Salvador, Vitória, Curitiba, Goiânia, São Bernardo e Guarujá) e permitirá ao prefeito Ricardo Nunes cumprir sua promessa de ter 2.600 ônibus elétricos em operação em São Paulo até o final de 2024.

Ao mesmo tempo, outras empresas (como BYD, Marcopolo, Higer, Volkswagem) anunciam planos e investimentos no país para produzir ônibus elétricos.

Como tenho insistido aqui, o Brasil conseguiu formar rapidamente uma cadeia produtiva completa e competitiva de ônibus elétricos. Não é uma meta, é uma realidade.

Essa indústria está em condições de atender à demanda por eletrificação de frotas nas grandes cidades do país e, em breve, será capaz de recuperar a histórica liderança brasileira no mercado latino-americano de transporte público (hoje, dominado por ônibus elétricos importados da China).

Tudo isso gerando empregos, criando tecnologia e pagando impostos em território brasileiro. E com prioridade ao transporte coletivo e à despoluição do ar nos grandes centros urbanos.

O que o presidente Lula viu em São Bernardo muitos brasileiros também estão vendo, provando e aprovando em diferentes regiões do país, em condições reais de operação.

Temos mais veículos elétricos rodando nas cidades brasileiras e mais autoridades públicas conscientes de que a eletromobilidade é o caminho para a revitalização da indústria nacional.

A neoindustrialização já está nas ruas.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade da autora, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

AVANÇOS NA OFERTA DA MOBILIDADE URBANA COMO UM SERVIÇO NO BRASIL

Mobilidade urbana ainda esbarra na falta de integração tarifária; abertura da bilhetagem é essencial para oferta de transporte público eficiente

A mobilidade nos grandes centros mudou com a entrada dos aplicativos de transporte e o aumento da malha de ciclovias, mas ainda esbarra na falta de integração de tarifas e na impossibilidade de pagamento dos diferentes meios utilizados por um único canal, como recorda o professor Ciro Biderman.

Pesquisador do Centro de Estudos em Política e Economia do Setor Público na Fundação Getúlio Vargas FGV, ele foi o mediador do painel “Avanços na oferta de mobilidade urbana como serviço no Brasil”, realizado na quinta-feira, 22 de junho, durante o Parque da Mobilidade Urbana (PMU).

“O usuário tem até a possibilidade de fazer longos trechos com a ajuda de aplicativos de transporte público, mas não pode fazer o pagamento neles”, recorda Biderman. “A bilhetagem tem de ser aberta. É uma questão já superada em grandes cidades como Berlim (AL). A integração tarifária é um passo essencial. ”Ele lembra ainda que aplicativos como Uber, 99 e de bicicletas compartilhadas também devem estar integrados para que a mobilidade como serviço seja plena.

A vice-presidente da empresa de transportes MobiBrasil, Niege Chaves, se queixa da necessidade de cartões diferentes para os ônibus que rodam apenas na capital paulista ou em outras cidades ao redor: “Os passageiros devem ser tratados como clientes e a mobilidade, pensada de forma integrada”, afirma.

O assessor técnico da Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo (STM), Ulysses Carraro, cita alguns dos problemas que impedem a total integração entre ônibus e outros modais: “Ela envolve custos, pressupõe tarifas sem reajuste e subsídios cada vez mais altos. Nos consórcios [que reúnem diferentes companhias de transporte], os entendimentos ocorrem até onde é possível.”

Gratuidade gera polêmica

Os participantes do painel também abordaram o tema sensível do transporte urbano gratuito, a exemplo do que ocorre em Maricá (RJ). Os royalties do petróleo permitiram o benefício na cidade litorânea. “Tarifa zero como ideal é legal, mas quando se diz que o governo pagará, na verdade nós pagaremos”, afirma Carraro, da STM.

Biderman, da FGV, relata: “Tenho muito receio quanto à tarifa zero porque ‘não existe governo grátis’.” Para ele, há pouca transparência em relação às tarifas atuais e, se forem zeradas, isso tende a piorar.

Da esq. para a direita, Murilo Casagrande, Ulysses Carraro, Ciro Biderman, Niege Chaves e Thiago Piovesan. Foto: Divulgação PMU 2023

Niege, da MobiBrasil, dispara: “Antes de pensar em gratuidade, o que precisamos é do marco regulatório.” Ela se refere a um conjunto de regras para a prestação de serviço e também sobre as formas de financiamento do transporte.

O diretor do Instituto Aromeiazero, Murilo Casagrande, admite que o transporte público gratuito não pode ser aplicado em todos os lugares, mas insiste que é preciso que haja essa discussão. O Aromeiazero é uma organização voltada ao transporte por bicicletas e ações que incentivem seu uso.

Estacionamentos e prestação de serviços

Com 370 pontos distribuídos por shopping centers, hospitais, prédios comerciais e aeroportos, a rede Indigo traz o know how adquirido na Europa e amplia a oferta de serviços no País:

“A visão tradicional do estacionamento é de uma parada, mas hoje podemos oferecer outros itens que complementem a jornada, de acordo com a unidade. Cada uma delas tem uma necessidade, como carregadores, carros elétricos compartilhados, bicicletas e cadeiras de mobilidade”, afirma o CEO da Indigo Brasil, Thiago Piovesan.

Pensando nessa ampliação dos serviços, a Indigo criou uma equipe local dedicada ao tema cidades inteligentes. Ela consegue identificar as necessidades de cada um desses estacionamentos e buscar parcerias para instalar esses serviços complementares. A experiência internacional permite até mesmo a implantação de bicicletários com infraestrutura completa para o ciclista, com chuveiro e vestiário para o ciclista, além de ferramentas e ar comprimido.

Mais ações em favor das bikes

Murilo Casagrande, do Instituto Aromeiazero, relata outras ações que podem ser adotadas, além da construção de ciclovias. “Sabemos que a criação e manutenção de bicicletários no entorno de estações e terminais é vista pelo poder público como despesa, mas na verdade eles atuam como uma forma de retenção de receita do transporte.”

Ele conta que o instituto participa de ações para reforma e ampliação de ciclovias e bicicletários a partir de estudos territoriais. Casagrande ressalta o papel socioambiental das bicicletas e cobra políticas de incentivo ao transporte sustentável e maior integração a outros modais.

Fonte: Mobilidade Estadão

PARQUE DA MOBILIDADE URBANA PROMOVE ATIVIDADES INTERATIVAS PARA IMERSÃO NO UNIVERSO DA MOBILIDADE

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Experimentações de test drive e test ride, conhecimento da Rádio Ônibus e ações dinâmicas voltadas a públicos de todas as idades proporcionaram experiências sensoriais e enriquecedoras interligadas ao ecossistema da mobilidade.

O PMU é realização da Plataforma Connected Smart Cities e do Mobilidade Estadão e ocorreu entre os dias 22 e 24 de junho no novo Pacaembu.

Além da participação de palestras e debates, é possível construir um olhar sobre o cenário, os desafios e as perspectivas da mobilidade urbana nas cidades por meio de atividades lúdicas e educativas. Sob esta concepção, a 2ª edição do Parque da Mobilidade Urbana (PMU) concebeu uma programação, além da prática de conferências temáticas, que incluiu ações interativas conectadas ao âmbito da mobilidade e de cidades inteligentes.    

Uma realização da Plataforma Connected Smart Cities e do Mobilidade Estadão, o Parque da Mobilidade Urbana é o maior evento de mobilidade urbana da América Latina e tem a missão de incentivar debates, compartilhamento de ideias, apresentação de soluções e tecnologias pelos principais atores desse ecossistema da esfera social para a promoção de uma mobilidade mais sustentável, inclusiva e disruptiva nas cidades brasileiras.

Neste ano, o PMU foi promovido no Complexo Esportivo do Pacaembu, em São Paulo, entre os dias 22 e 24 de junho. Confira a cobertura completa do Parque da Mobilidade Urbana 2023 no Portal e YouTube da Plataforma Connected Smart Cities. Além de acompanhar a repercussão do evento nas redes sociais oficiais do PMU – Instagram e LinkedIn.

Experimentações com veículos elétricos

Durante os três dias de evento, os visitantes tiveram a oportunidade de participar de test drive de carros elétricos da marca Stellantis e do aplicativo da startup Ucorp. Além de experimentar o test ride de bicicletas elétricas e patinetes da Skape e Bike Fácil e usufruir de atividades de realidade virtual e de inteligência artificial com o uso de óculos 3D, por exemplo.

“Usei o carro elétrico, patinete e outros equipamentos. Gostei e aproveitei todas as possibilidades de experimentar novas experiências para pensar a concepção de mobilidade, muito além do simples ato de se transportar”, afirma uma estudante do Curso de Graduação Engenharia de Transportes, da Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas (FCA/UNICAMP), que integrou uma caravana de cerca de 40 alunos que visitaram a feira no sábado, quando o evento estava aberto gratuitamente a todos.

Os jovens estudantes também destacaram a importância da transição energética na sociedade para uma mobilidade mais sustentável. “Precisamos pensar e conectar os mundos do transporte e da mobilidade coletiva para, não apenas gerenciar melhor o tráfego, como reduzir danos e impactos sociais e ambientais”, destaca um deles.

Ônibus elétrico no espaço do PMU. Crédito: PMU

Neste âmbito de reflexão e discussão do fomento a uma matriz energética mais limpa e renovável do transporte coletivo, ação estimulada pelo grupo Enel X, os presentes também puderam conferir a exposição de ônibus elétricos das empresas  Eletra, Marcopolo e Higer. Com isso, foi possível conhecer os veículos internamente e compreender a lógica de funcionamento de frotas menos poluentes, cujos quantitativos tendem a aumentar na sociedade para a busca do desenvolvimento mais sustentável e inteligente das cidades.

Rádio Ônibus

Rádio Ônibus. Crédito: PMU

A Rádio Ônibus também integrou o espaço do PMU. Na parte externa do pavilhão, ficou posicionado o modal interativo, caracterizado como a primeira rádio móvel do Brasil e do mundo, que transmite informações e curiosidades sobre o universo do transporte coletivo.

“O PMU é sensacional, já que tem tudo a ver com o universo da mobilidade e do transporte. Além de ser um momento de troca de ideias entre empresas sobre a importância de se pensar a mobilidade urbana aliada à tecnologia para o transporte, e também entre as pessoas que vão utilizar estes serviços”, destaca Carlos Henrique Rodrigues dos Santos, locutor profissional e idealizador do projeto.

“E, mais uma vez, a Rádio Ônibus está presente no evento. É um momento de aprendizado poder receber as lideranças de diversos setores para um bate papo, gravar um podcast dentro do nosso estúdio móvel. Também ajuda a dar grande visibilidade ao nosso trabalho e conseguir levar até a comunidade a discussão sobre a mobilidade urbana e o transporte coletivo em geral da forma que estes temas realmente merecem ser tratados”, finaliza ele. 

Ateliê da Mobilidade Urbana no PMU

Oficina do Ateliê da Mobilidade Urbana. Crédito: PMU

Como as crianças veem e imaginam uma cidade ideal para se viver? Os espaços urbanos devem ser geridos para o bem-estar, a segurança e a qualidade de vida de toda a população. Este processo de acesso democrático à cidade está totalmente interligado ao sistema de mobilidade e o público infantil, geralmente, é prejudicado e deixado à margem dessa dinâmica de apropriação e inclusão social.

Com o objetivo de integrar as crianças aos aspectos de uma cidade, principalmente da mobilidade urbana, estimulando revelação de experiências, pensamentos e dores, o Coletivo Andirá  criou o projeto Ateliê de Mobilidade Urbana que, a partir da realização de oficinas e brincadeiras, incentiva interpretações e a construção de ideias acerca do espaço e da mobilidade urbana sob o viés infantil.

“Sabemos que, apesar de serem parte significativa da sociedade, as crianças são comumente ignoradas nas decisões sociais, políticas e no planejamento urbano. É urgente que as crianças sejam vistas como sujeitos de direitos. Essa é a missão do Coletivo Andirá: encontrar maneiras de instigar as crianças em relação aos mais diversos temas e assim poder escutar suas opiniões e teorias”, destaca Larissa Udiloff, Educadora e uma das responsáveis pela idealização do projeto.

Como funciona o projeto na prática?

A metodologia de aplicação é composta por diálogos, sessões de escuta e atividades lúdicas, dentro de uma concepção de Laboratório de Mobilidade Urbana, com duração máxima total de 1 hora.  As ações interativas focam em três pilares temáticos: Construir a cidade; Crianças urbanistas e Prefeitura das Crianças. No final da experiência, o projeto reúne materiais para a produção de um e-book com propostas e reivindicações das crianças.

Com o intuito de oferecer uma experiência imersiva nesse sentido, as educadoras Beatriz Faria e Larissa Udiloff aplicaram o projeto no dia de encerramento do PMU, no último sábado, em 24 de junho. Em parceria com a BusUp, uma empresa de fretamento inteligente, o Coletivo Andirá conduziu cerca de 90 pessoas ao evento, entre crianças da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Gabriel Prestes e seus familiares. 

“Para nós, educadores, é sempre muito desafiador viabilizar projetos desse porte. Desde o princípio, o Parque da Mobilidade Urbana acreditou na nossa visão e possibilitou que nossa ação fosse além dos muros das escolas, trazendo junto com a BusUp diversas famílias para desfrutar do evento”, ressalta Beatriz Faria.

A iniciativa foi bem recebida e recebeu elogios dos responsáveis pelas crianças. “É muito interessante e relevante este convite que possibilitou a vinda das crianças ao evento, porque no fundo estamos planejando a formação do cidadão. E, este trabalho tem que ser feito desde cedo”, ressalta Cristina S. “Quanto mais conhecimento, melhor para as crianças lidarem com os desafios do futuro nas cidades”, enfatiza outra mãe.

Jogos de Bicicletas

Jogos de Bicicletas em circuito exclusivo. Crédito: PMU

O projeto Jogos de Bicicletas, promovido pela organização Transporte Ativo (TA), também marcou presença no PMU. O objetivo da iniciativa é incentivar a prática de exercícios físicos, estimular a coordenação motora e a condução das bicicletinhas pelos pequenos sem as tradicionais rodinhas de apoio. Na prática, a iniciativa fomenta a arte de aprender brincando de uma forma divertida, barata e sustentável. 

A partir do uso de materiais recicláveis, como potes e caixas de papelão, é possível moldar circuitos, que incluem cones de sinalização, para a realização das brincadeiras. “Uma cidade que é boa para crianças é boa para todas as pessoas. Realizar os Jogos de Bicicleta no Parque da Mobilidade Urbana é uma forma de apresentar a bicicleta como ferramenta de transformação nas cidades”, ressalta Fábio Nazareth, coordenador do projeto.

 

BICICLETAS NO PARQUE DA MOBILIDADE

As bicicletinhas, movidas a feijão com arroz, marcaram presença no Parque da Mobilidade Urbana (PMU), pelo segundo ano consecutivo, neste final de semana em São Paulo. Dezenas de crianças, seus amigos e familiares se divertiram com os Jogos de Bicicleta. Como sempre, foi incrível ver como as crianças descobrem rápido a forma certa para aprender a equilibrar suas bicicletinhas para pedalar sem as tradicionais rodinhas de apoio.

 

Além das crianças, os adultos ficam curiosos, fazem perguntas, participam e até se emocionam ao lembrarem dos tempos de infância, quando um simples lençol poderia se transformar em cabanas, túneis e esconderijos para suas brincadeiras. Tem papo de sobra quando começam a contar a forma como aprenderam a pedalar, suas aventuras em duas rodas e os passeios incríveis que fizeram ao longo da vida com suas bicicletas.

 

As crianças se divertem, ao mesmo tempo que aprendem, e a gente aproveita para compartilhar com os adultos, diversas formas para promover os jogos em suas casas, usando utensílios como potes de mantimentos ou caixas de papelão, embalagens de produtos de limpeza e uma série de itens que toda casa costuma ter. Desse modo, sem gastar nada, podem transformar o que iria para o lixo em obstáculos para criar circuitos, como se fossem cones de sinalização e tantas outras coisas que a imaginação desejar.

 

Uma cidade que oferece segurança e divertimento para as crianças é uma cidade segura para todas as pessoas. Ficamos na torcida para que as cidades se transformem, a cada dia, em um verdadeiro parque de mobilidade urbana.

Fonte: Transporte Ativo

REAL SUCESSO DO FREE FLOW DEPENDE DE ADESÃO A TAGS E ACESSO A DADOS DO VEÍCULO

Sistema de cobranças a partir das placas aumenta risco de inadimplência e pode elevar o valor das tarifas

O uso massivo de tags e o acesso à base de dados dos veículos serão essenciais para garantir o sucesso de implantação do free flow (fluxo livre, sem praças de pedágio) em todas as rodovias do País. Esta foi a constatação dos palestrantes do painel “Qual é o papel das novas tecnologias nas rodovias?”, que ocorreu na quinta-feira, 22, no Parque da Mobilidade Urbana (PMU), realizado no Complexo do Pacaembu, na capital paulista.
“Quando o veículo não tem uma tag [como aquelas de cobrança automática nos pedágios], o grande desafio para as concessionárias está na possibilidade de acesso futuro aos dados do veículo, para envio da cobrança a partir da leitura da placa”, afirma Karina Fera, diretora jurídica da Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR).
Da esq. para a direita, Gabriel Fajardo, Cléber Chinelato, Karina Fera, Alexandre Fontes e Paulo Eustáquio Torres de Carvalho Júnior falam sobre a modernização das rodovias. Foto: Divulgação PMU 2023

Ela recorda que as concessionárias ainda não podem enviar elas mesmas a cobrança ao endereço vinculado à placa por causa da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Num trecho da Rodovia Rio-Santos (BR 101) em que já foi implantado o free flow, em março deste ano, o proprietário do veículo sem tag tem prazo de 15 dias para pagar pelo deslocamento a partir dos canais da operadora.

Pode ser pelo site, aplicativo, chatbot ou pela rede credenciada, que está no site. O não pagamento nesse prazo é considerado evasão de pedágio, uma infração de trânsito que resulta em multa de R$ 195,23 e cinco pontos na carteira de habilitação. Esse trecho tem três pórticos instalados nos quilômetros 414 (em Itaguaí), 447 (Mangaratiba) e 538 (Paraty), todos no Estado do Rio de Janeiro, com placas que alertam para a cobrança eletrônica e o prazo para pagar.

A diretora jurídica da ABCR recorda que o free flow aumentou o risco de inadimplência: “Para mitigar a evasão de pedágio, seria importante que o poder concedente promovesse a distribuição de tags com desconto e também houvesse a possibilidade de pagamento antecipado.” Karina recorda que, quanto o maior o risco de inadimplência para as concessionárias, maior a precificação.

O superintendente de arrecadação da CCR, Cléber Chinelato, afirma que cresceu muito a utilização de tags naquele trecho da Rio-Santos desde a implantação do free flow: “Quando começou a cobrança, 38% dos carros utilizavam tags. Este número cresceu para 55%. E os números de pagamentos pendentes entre os carros sem tags estão caindo mês a mês.”

O executivo acredita que o incentivo ao uso das tarjetas eletrônicas a partir de políticas de desconto seria muito positivo. Na Rio-Santos é possível obter abatimentos de 5% a 70% na tarifa, segundo a CCR.

Big data rodoviário

A tecnologia aplicável às rodovias permite melhora não apenas no fluxo de carros, mas também na segurança e possibilidade de aplicação de tarifas mais justas, como conta Paulo de Carvalho Júnior, diretor da Systra, empresa de consultoria e engenharia.

“A contagem de veículos com processos automatizados, sem interferência humana e com a ajuda da inteligência artificial, permite melhora significativa no planejamento  e operação das concessionárias, resultando em redução do tempo de viagem e também dos acidentes.”

Carvalho Júnior recorda que há uma grande diferença do que havia no passado, pela utilização de pranchetas e contagem manual dos veículos.“O big data atual nos permite transformar dados em informação consistente. Com essa grande massa de dados é possível tornar as licitações muito mais atraentes, pelo volume e confiabilidade dos dados.”

Embora a legislação em vigor permita que os carros circulem sem tags nos trechos com free flow, os palestrantes do painel ressaltam que a experiência mundial aponta este como o melhor caminho: “A tag é a garantia de interoperabilidade, quer dizer, a transição tranquila de uma rodovia para a outra. Sem ela, quando o usuário sair de uma estrada com free flow e entrar em outra com praças de pedágio, ele terá de enfrentar filas”, adverte o superintendente de operações da Veloe, Alexandre Fontes.

O executivo diz ainda que a utilização das tags para pagamento de pedágios pode ocorrer sem a cobrança de mensalidade e também permite outros benefícios ao cliente, como a oferta de descontos em postos de combustível e hospedagens.

Próximo passo

Para o futuro, o que se pode esperar das rodovias com maior presença de tecnologias é a redução nas interrupções do fluxo e o aumento da segurança: “Será possível garantir bem-estar aos usuários com bom sinal de internet e com a transição tranquila entre estradas de diferentes concessões”, prevê Karina Fera.

Chinelato, da CCR, recorda que os novos contratos de concessão preveem acesso ao sinal de internet ao longo das estradas. As discussões sobre o papel das novas tecnologias foram mediadas pelo secretário adjunto de Parcerias e Concessões do Rio Grande do Sul, Gabriel Fajardo.

Fonte: Mobilidade Estadão

ESTACIONAMENTOS DA INDIGO NO BRASIL TERÃO NOVOS SERVIÇOS SOB MEDIDA

Empresa identifica potencial de cada unidade e vai atrás de parcerias para implantar de lava-rápidos a painéis solares

No Brasil há seis anos, a Indigo já administra 370 estacionamentos em cerca de cem cidades, totalizando 300 mil vagas. Para melhorar a experiência dos usuários e aumentar a rentabilidade desses espaços, a empresa, de origem francesa, criou no País uma equipe dedicada a Smart Cities. Esse time pesquisa o potencial de cada área e viabiliza a oferta de novos serviços sob medida a partir da tropicalização de iniciativas bem-sucedidas nos diferentes mercados onde a Indigo atua.

“A equipe foi criada em 2022, com foco na ‘cidade de 15 minutos’. O objetivo é diversificar o uso dos estacionamentos, criando espaços e conectando soluções para uma mobilidade tranquila”, afirma o head de Smart Cities da Indigo Brasil, Eduardo Trindade.

Indigo oferece locação de bikes elétricas em estacionamentos, na França. Foto: Divulgação/ Indigo

Com uma ampla expertise sobre os novos serviços que podem ser oferecidos nos estacionamentos, a equipe de Smart Cities da Indigo opera em quatro grandes frentes de atuação ou hubs. A primeira delas contempla iniciativas ESG, que incluem desde pontos de recarga para veículos elétricos até descarte consciente de lixo, com a renda da coleta seletiva revertida para o próprio estacionamento.

Outra iniciativa nesse segmento ocorre no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em Curitiba. Uma das soluções encontradas para rentabilizar a área e, ao mesmo tempo, investir na sustentabilidade foi a instalação de painéis solares no local. Os equipamentos geram 50% da energia consumida pelo estacionamento e alimentam os carregadores para veículos elétricos oferecidos aos usuários.

O segundo hub de serviços é voltado à experiência do cliente e pode incluir lava-rápidos e outros serviços automotivos, a presença de lojas (no modelo pop-up store, com contratos de curta ou longa duração), armários com circuito de segurança 24 horas e baixo custo de implantação ou mesmo guarda-volumes de maior porte (do tipo self-storage). Todas essas opções, implantadas em espaços ociosos no estacionamento, facilitam o dia a dia dos usuários.

A terceira frente busca a rentabilização dos estacionamentos a partir de parcerias com locadoras de automóveis e empresas especializadas em entregas de última milha, por exemplo, facilitando a logística de mercadorias dentro dos grandes centros urbanos. A utilização dos espaços do estacionamento para publicidade também faz parte do escopo desse hub.

Buscar soluções em mobilidade é a principal meta da quarta frente de atuação do time de Smart Cities. A equipe procura parcerias que envolvam bicicletas e patinetes elétricas, carros elétricos compartilhados e cadeiras de roda motorizadas. “As patinetes elétricas, por exemplo, podem ser usadas tanto para a ronda, nos estacionamentos, como para o atendimento ao cliente”, exemplifica Trindade.

Edifício garagem da Indigo recebe projeto de compensação de carbono. Foto: Divulgação/ Indigo

O head de Smart Cities da Indigo Brasil explica ainda que, além de estudar e entender a vocação de cada estacionamento, a empresa está sempre atenta a oportunidades e ao que acontece fora do Brasil. O time tem reuniões mensais com representantes da Indigo em diferentes países para trocar experiências. “Com isso, é possível descobrir o que cada um está fazendo em outros mercados, como França, Bélgica e Colômbia, por exemplo.”

Na França, um projeto que chama a atenção é o armazenamento e distribuição de hortaliças e alimentos perecíveis, viabilizados por meio de uma parceria com a rede Mon-marché.fr. Para diminuir o tempo de deslocamento, a varejista criou centros de distribuição em estacionamentos subterrâneos, com a instalação de câmaras frigoríficas e a presença de equipes que separam e entregam os pedidos com bicicletas elétricas carregadas no próprio local.

Com operações em 24 Estados brasileiros, a Indigo está atenta às necessidades dos clientes e buscando parcerias para avançar com esses projetos também no Brasil. Será que, em breve, você também não vai receber na comodidade do seu lar, com agilidade e segurança, alimentos frescos armazenados num espaço de estacionamento bem perto da sua casa?

Fonte: Mobilidade Estadão