São Sebastião é também um importante local para as operações da Petrobras
Empresas do setor de energia que atuam na região do litoral paulista mobilizaram esforços para auxiliar as comunidades atingidas pelas fortes chuvas nos últimos dias. A cidade de São Sebastião (SP), a mais afetada pelas enchentes, é também um importante local para as operações da Petrobras, pois é onde está o maior terminal da subsidiária Transpetro. O Terminal de São Sebastião recebe petróleo por meio de navios para o abastecimento de quatro refinarias no Estado de São Paulo. Desde segunda-feira, a estatal disponibilizou o heliponto do terminal como ponto de apoio para a Polícia Militar, a Defesa Civil e outras autoridades, para o sobrevoo de reconhecimento das áreas afetadas.
Governo federal ampliou o prazo da consulta pública sobre a proposta para o marco legal do transporte coletivo no país. Acesse o link e mande sugestões até 27/2
O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) prorrogou até 27 de fevereiro o prazo para envio de sugestões ao projeto de lei para a reestruturação do modelo de prestação de serviços do transporte público coletivo no Brasil. O texto propõe diretrizes, objetivos e definições sobre o transporte coletivo, sugere nova organização e modo de financiamento dos serviços e também aponta soluções adequadas para a contratação de empresas operadoras.
A proposta surgiu dentro do Fórum Consultivo de Mobilidade Urbana (veja uma apresentação) a partir da crise generalizada nos transportes públicos, agravada com a pandemia de Covid 19, e foi construída considerando visões dos usuários, dos gestores públicos, das empresas operadoras e de organizações que trabalham para o desenvolvimento da mobilidade sustentável. Oferece avanços, mas pode ser aperfeiçoada, com a participação mais ativa de pessoas de todas as partes do país.
A proposta estará aberta a sugestões até 27 de fevereiro (segunda-feira) no site governamental Participa + Brasil. Para comentar e sugerir é necessário estar logado na plataforma gov.br:
Convênio firmado entre as secretarias de Desenvolvimento Urbano e Transportes Metropolitanos permitirá a integração duas áreas
Em mais uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo para tornar as cidades mais sustentáveis e promover a melhoria da qualidade de vida da população paulista, os secretários de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Marcelo Branco, e de Transportes Metropolitanos, Marco Antônio Assalve, assinaram Termo de Cooperação para estruturação de um sistema de planejamento urbano integrado entre transporte público de passageiros, mobilidade e habitação para as regiões metropolitanas do estado.
“O objetivo é resgatar a capacidade de planejamento do estado, integrando áreas prioritárias da administração para a elaboração de políticas públicas para o desenvolvimento das regiões metropolitanas, em especial as áreas centrais que precisam ser adensadas. Quantos mais aproximarmos a população das regiões onde os serviços públicos já estão estruturados, menos deslocamentos serão necessários e mais investimentos serão possíveis”, disse o governador, Tarcísio de Freitas.
“Estamos resgatando a capacidade de planejamento do estado e integrando áreas prioritárias da administração em prol do desenvolvimento das regiões metropolitanas. Ao aproximar a população das áreas onde os serviços públicos já estão estruturados, reduzimos a necessidade e o número de deslocamentos, a utilização de transportes individual e a demanda pela expansão urbana horizontal. Por outro lado, geramos mais economia ao estado e qualidade de vida aos cidadãos”, afirmou o governador Tarcísio de Freitas.
Para o Secretário Marcelo Branco, a avaliação é de que a lógica de enfrentamento ao déficit habitacional e desenvolvimento urbano deve caminhar conjuntamente com a expansão do transporte público e estar integrada à malha urbana existente. “São Paulo não pode olhar para o futuro como espectador, é preciso ter uma visão de que cidades queremos e planejar o caminho para chegar até lá”, disse.
“A combinação de ações da Secretaria dos Transportes Metropolitanos e da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação é essencial para que sejam ultrapassados os desafios das políticas urbanas e que se possa estruturar um planejamento urbano integrado para melhorar a qualidade de vida da população”, destaca o secretário Marco Antônio Assalve.
Pelo termo assinado, a estruturação do planejamento integrado deverá se relacionar com os marcos regulatórios dos municípios que compõem as regiões metropolitanas do Estado de SP, do Plano Diretor Estratégico (PDE), Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo e Planos Regionais das Subprefeituras, no caso do município de São Paulo. O convenio prevê ainda a concepção de um sistema georreferenciado como ferramenta essencial para a tomada de decisão que auxilie governos locais e estadual a aprimorar a eficiência na implantação dos projetos urbanos.
Em um prazo de até cinco dias, as pastas indicarão os gestores para integrar o grupo de trabalho responsável pelo desenvolvimento dos planos de ação relacionados à expansão do transporte e projetos habitacionais integrados.
Principal objetivo da eletrificação dos veículos é reduzir as emissões de gases poluentes, especialmente de CO2, que contribuem para o aquecimento global.
O Parlamento Europeu aprovou uma regulamentação que proíbe a venda de veículos novos com motores a gasolina e diesel a partir de 2035. O objetivo é reduzir a zero as emissões de CO2 de veículos e caminhonetes durante este período. A nova regra representa o fim das vendas de veículos novos com motores a gasolina e diesel, assim como dos híbridos (movidos a combustível e eletricidade).
O transporte em rodovias é um dos setores mais intensivos em carbono da União Europeia, sendo responsável por cerca de um quinto das emissões. Com o novo acordo, a Comissão Europeia deve aplicar regras semelhantes para veículos pesados.
Atenção às mudanças climáticas
No geral, o texto é mais uma ofensiva do continente para conter as mudanças climáticas e atingir uma meta ambiciosa de redução nas emissões de carbono — de 55% até 2030. A mudança prevê a redução a zero das emissões de CO2 de carros e caminhonetes zero quilômetro.
Segundo o parlamentar responsável pela regulamentação no parlamento, Jan Huitema, comprar e dirigir carros com emissão zero se tornará mais barato para os consumidores com o tempo. Além disso, essas metas criam clareza para a indústria automobilística e estimulam a inovação e investimentos para os fabricantes de automóveis.
A União Europeia é o maior bloco comercial do mundo e abriga alguns dos maiores fabricantes de automóveis, como Volkswagen e Mercedes. O novo acordo tem implicações para todos os países, pois a União Europeia é conhecida por estabelecer padrões internacionais.
Eletrificação de veículos
A eletrificação dos veículos é uma tendência cada vez mais forte no mundo inteiro. Com o objetivo de reduzir a poluição e combater as mudanças climáticas, governos e empresas têm investido em tecnologias que permitem a produção de veículos mais eficientes e menos poluentes. Neste artigo, vamos discutir os objetivos e benefícios dessa tendência.
O principal objetivo da eletrificação dos veículos é reduzir as emissões de gases poluentes, especialmente de CO2, que contribuem para o aquecimento global e as mudanças climáticas. Com a eletrificação, os veículos passam a ser movidos por baterias e motores elétricos, o que reduz ou até elimina a emissão de poluentes. Além disso, os veículos elétricos são mais eficientes em termos de consumo de energia, o que reduz a dependência de combustíveis fósseis.
Os benefícios da eletrificação dos veículos são muitos. Em primeiro lugar, a redução das emissões de poluentes melhora a qualidade do ar e reduz os riscos de doenças respiratórias. Isso é especialmente importante nas grandes cidades, onde a poluição é um problema grave.
Em segundo lugar, a eletrificação dos veículos permite a redução da dependência de combustíveis fósseis, o que ajuda a garantir a segurança energética e a estabilidade dos preços de energia. Além disso, os veículos elétricos são mais eficientes e mais baratos de operar do que os veículos movidos a combustão, o que pode resultar em economias significativas para os consumidores e empresas.
Outro benefício importante da eletrificação dos veículos é o potencial para integrá-los com as redes elétricas inteligentes. Com a tecnologia adequada, os veículos elétricos podem ser usados para armazenar energia e fornecê-la de volta para a rede quando necessário. Isso permite a integração de fontes de energia renovável, como a solar e a eólica, na rede elétrica, o que pode ajudar a reduzir ainda mais as emissões de CO2.
Veículos elétricos serão a nova moda do futuro?
Muitos países já estabeleceram metas ambiciosas para a eletrificação dos veículos. A Noruega, por exemplo, pretende eliminar a venda de veículos a combustão até 2025. A França, a Alemanha, a Inglaterra, a China e os Estados Unidos também estabeleceram metas para a eletrificação dos veículos.
No Brasil, a expectativa é que os veículos elétricos comecem a ganhar espaço nos próximos anos, especialmente com a entrada em vigor do programa Rota 2030, que estabelece incentivos para a produção de veículos mais eficientes e menos poluentes.
Em resumo, a eletrificação dos veículos é uma tendência cada vez mais forte no mundo inteiro. Com seus objetivos de reduzir a poluição e combater as mudanças climáticas, e seus benefícios de melhorar a qualidade do ar, reduzir a dependência de combustíveis fósseis, integrar fontes de energia renovável e gerar economias para os consumidores e empresas, a eletrificação dos veículos é uma solução promissora para um futuro mais sustentável.
Vantagens de carros elétricos
Os carros elétricos são uma alternativa cada vez mais popular aos veículos movidos a gasolina ou diesel, e apresentam vantagens e desvantagens em relação a essas opções mais tradicionais. Aqui estão alguns exemplos:
Vantagens dos carros elétricos:
Economia: em geral, os carros elétricos têm custos operacionais mais baixos do que os carros movidos a gasolina ou diesel. Isso se deve em parte ao fato de que a eletricidade é mais barata do que o combustível fóssil, além de haver menos peças móveis no motor elétrico, o que reduz a necessidade de manutenção.
Sustentabilidade: os carros elétricos não emitem gases poluentes, contribuindo para a redução da poluição do ar e ajudando a combater as mudanças climáticas. Além disso, as baterias dos carros elétricos podem ser recicladas, o que ajuda a reduzir o impacto ambiental.
Conforto e praticidade: muitos carros elétricos são projetados para serem mais silenciosos e suaves do que os carros movidos a gasolina ou diesel, oferecendo uma experiência de condução mais agradável. Além disso, a maioria dos carros elétricos pode ser carregada em casa, o que significa que os motoristas não precisam mais ir a postos de gasolina.
Em resumo, os carros elétricos oferecem muitas vantagens em termos de economia, sustentabilidade e conforto, mas ainda apresentam alguns desafios em relação a preço, autonomia e tempo de recarga. À medida que a tecnologia avança e mais infraestrutura de carregamento é construída, espera-se que os carros elétricos se tornem uma opção cada vez mais atraente para os motoristas em todo o mundo.
A experiência internacional mostra que as vantagens superam os riscos
No primeiro dia útil de 2023, começou a vigorar a resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que regulamenta o sistema de livre de passagem em rodovias e vias urbanas, o chamado free flow. Trata-se de um sistema sem as tradicionais praças de pedágio: o fluxo é livre e o pagamento é proporcional à quantidade de quilômetros rodados. O principal objetivo é cobrar de forma igualitária todos os que utilizam as vias.
A primeira experiência com o sistema teve início em três pontos da BR-101/RJ (Rodovia Rio-Santos). A Via Dutra prevê o sistema em um trecho paulista, a partir do quarto ano da concessão, renovada no início de 2022. O potencial é enorme, já que, no Brasil, apenas 50% das pessoas realizam pagamentos automáticos.
Experiência chilena
O free flow nos mostra que criar soluções que permitam uma mobilidade mais fluida e democrática, seja no espaço urbano, seja nas rodovias, passa, necessariamente, pela tecnologia. E essa tecnologia do sistema, que já foi implementada em mais de 20 países, substitui as praças de pedágio tradicionais, combinando recursos de identificação por radiofrequência, com base em antenas, fixadas em pórticos, ao longo das rodovias.
Ao passar por esses pórticos, é feita a identificação e o registro do veículo, além de gerar a tarifa, automaticamente. O pagamento é finalizado quando a fatura chega ao endereço em que a placa do carro está registrada. O Chile, por exemplo, tem quase 20 anos de experiência na operação de rodovias no sistema. No Brasil, há uma série de estudos em andamento, especialmente no Estado de São Paulo.
Do ponto de vista de infraestrutura tecnológica, o modelo homologado para o pedágio free flow utiliza, prioritariamente, as tags. Há outras opções, como leitura de placa e solução mobile, mas a tag tem demonstrado ser a mais eficaz. Recentemente, a Associação Brasileira das Empresas de Pagamento Automático para Mobilidade (Abepam) apresentou à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) um amplo estudo com sugestões para a implementação do free flow no Brasil, com foco na adoção das tags como o modelo principal. Primeiro, porque já existe um sistema em uso em boa parte das rodovias brasileiras. Além disso, as tags contribuem para a redução do tempo de viagem de veículos leves e pesados porque permitem uma viagem mais fluida, promovem maior justiça tarifária e, por fim, reduzem o custo operacional das rodovias.
Menor custo
Embora exista certa preocupação com a inadimplência na operação inicial do modelo, dadas às questões comportamentais e culturais – ainda somos um país muito ligado ao pagamento físico do pedágio nas cabines –, a experiência internacional mostra que as vantagens superam os riscos. Em algumas rodovias estrangeiras, pagar a tarifa de pedágio após a viagem pode significar aumento de mais de 100%, em relação ao preço cobrado na modalidade automática, segundo o levantamento da Abepam.
Nos Estados Unidos, por exemplo, a Northwest Parkway cobra de seus usuários até US$ 1,75 adicional pela cobrança posterior, com o aumento indo de 20% a 120%, em relação ao preço inicial. Em algumas rodovias chilenas, como a Ruta 68, os usuários pagam o dobro da tarifa original, independentemente do tipo de veículo ou do horário de passagem. E o pagamento deve ser feito em até 72 horas após a viagem. Ou seja, a pessoa tem de lembrar de realizar o pagamento depois de ter utilizado o serviço e por um curto período de tempo.
É aí que entra a questão cultural: é essencial haver uma conscientização dos brasileiros para essa nova forma de pagamento, com foco na mudança comportamental. Para que a adesão seja efetiva, é fundamental que se criem incentivos (planos de desconto, cashback, entre outros) para estimular a adoção desse meio de pagamento, já que é um modelo que pesa menos no bolso do usuário.
É um processo que envolve estudos de viabilidade tecnológica e operacional nas rodovias, além das questões culturais, como legislação, código de trânsito, identificação do veículo e motorista. Estamos avançando, e a expectativa é de que, nos próximos anos, o free flow seja cada vez mais uma realidade no Brasil.
Tecnólogos ambiciosos afirmam há décadas que os carros autônomos são o futuro. No entanto, nos últimos anos, a maior revolução veio dos veículos de duas rodas, não de quatro. Alimentados pela pandemia, aumento dos preços do petróleo, mudanças climáticas e o desejo de estilos de vida mais saudáveis, vivemos agora no meio de um renascimento da bicicleta. Mas para entender como chegamos até aqui, é fundamental olhar para trás. Quando o automóvel foi difundido no início dos anos 1900, rapidamente se tornou um símbolo de progresso com tudo o que ele implicava: velocidade, privatização e segregação. Adotando uma abordagem centrada no carro, os urbanistas tiveram que reorganizar cidades inteiras para separar o tráfego. Os carros ocuparam os espaços públicos que costumavam abrigar a vida dinâmica da cidade e estacionamentos, rodovias e postos de gasolina tornaram-se paisagens comuns. Os pedestres que antes dominavam as ruas foram conduzidos para as calçadas e as crianças relegadas a playgrounds cercados. Ironicamente, as cidades estavam sendo projetadas para carros em vez de seres humanos.
No entanto, uma grande mudança de paradigma alterou a percepção de como devemos nos movimentar e viver nas cidades – e, portanto, de como devemos projetá-las. A pirâmide de tráfego literalmente se inverteu, priorizando modos de transporte sustentáveis e que usam o espaço de maneira mais eficiente em vez de veículos motorizados contaminantes. Os pedestres retomaram o espaço público e as bicicletas os acompanharam. Como resultado, cada vez mais cidades estão procurando incentivar o ciclismo e tornar suas ruas bike-friendly; enquanto algumas estão vários passos atrás, outras assumiram um papel de liderança. Copenhague, conhecida como uma das cidades mais felizes do mundo, foi pioneira no assunto. Os seus residentes não andam de bicicleta porque as preferem mais do que outras formas de locomoção, mas sim porque é uma forma rápida, segura e fácil de se deslocar nas suas rotinas diárias.
Copenhague foi nomeada a Capital Mundial da Arquitetura UNESCO-UIA em 2023 e sediará o Congresso Mundial de Arquitetos UIA devido ao seu forte legado e liderança mundial em arquitetura e desenvolvimento urbano inovador. Isso inclui, é claro, os avanços da cidade na direção de um transporte sustentável, principalmente com bicletas. A capital dinamarquesa oferece uma variedade de condições favoráveis para o ciclismo, entre elas terreno plano, proximidade urbana densa e distâncias curtas. Mas o que realmente o destaca é um bom design. O pensamento criativo de arquitetos – junto com altos investimentos em infraestrutura – é o que transformou Copenhague em uma das cidades maisbike-friendly do mundo, o que exigiu a adoção de uma série de medidas: bicicletários bem pensados, ciclovias amplas, pontes sem carros, áreas livres para pedalar livremente e redes de bicicletas conectadas a espaços públicos e privados.
Enquanto as cidades centradas no carro tendem a simplesmente construir mais ciclovias para atender à demanda, Copenhague presta atenção à qualidade e não apenas à quantidade. Os arquitetos projetam a infraestrutura necessária para que os moradores possam se deslocar confortavelmente e, ao mesmo tempo, apreciar belas paisagens e participar da vida urbana. Em última análise, essas transformações urbanas e arquitetônicas favoráveis às bicicletas encorajaram as pessoas a usar muito menos seus carros; tanto que o número de bicicletas supera em muito o de carros e de pessoas. De mãos dadas com a sustentabilidade e um estilo de vida saudável, o fenômeno das duas rodas mudou completamente a forma como a cidade e seus edifícios são projetados, e também como ela continuará evoluindo e sendo redescoberta.
Então, como Copenhague se consolidou como uma das cidades mais bike-friendly do mundo? A seguir, mergulhamos nas medidas urbanas e arquitetônicas que tornaram isso possível, explorando uma seleção de projetos inspiradores que, atuando juntos, criam uma cultura de bicicleta de sucesso.
Copenhague é cortada por canais e praticamente cercada por água. As pontes, portanto, fazem parte de sua identidade. Isso inclui uma série de pontes sem carros, destinadas exclusivamente a pedestres e ciclistas, conectando o tecido urbano e proporcionando importantes pontos de encontro. A Bicycle Snake, por exemplo, é uma ciclovia laranja surpreendentemente esbelta e curvilínea que liga duas partes principais da cidade, elevando os ciclistas sete metros acima do mar. À medida que a estrutura de aço desce, as curvas controlam a velocidade da bicicleta e depois se conectam com outras pontes no porto para criar uma rota contínua, eficiente e divertida com excelentes vistas.
Bicycle Snake / DISSING+WEITLING Architecture. Imagem cortesia de DISSING+WEITLING Architecture
Bicycle Snake / DISSING+WEITLING Architecture. Imagem cortesia de DISSING+WEITLING Architecture
A Ponte Cirkelbroen é um marco arquitetônico, descrito por muitos como um dos mais belos. O porto de Copenhague já foi um centro de atividade marítima, e esta ponte é um testemunho dessa história. Constituída por cinco plataformas circulares de vários tamanhos com mastros de diferentes alturas, a estrutura assemelha-se a uma série de iates à vela colocados um ao lado do outro. O design em zigue-zague faz com que os usuários reduzam a velocidade e os incentiva a fazer uma pausa, criando um ponto de encontro e aprimorando a conectividade. Cerca de 5.000 pessoas atravessam a ponte todos os dias, entre ciclistas, corredores e pedestres que apreciam o porto de um ponto de vista privilegiado.
A ponte de 160 metros conecta um dos bairros mais pitorescos de Copenhague, Christianshavn, e o centro da cidade. Com um design elegante e moderno, a estrutura aparece como uma fita torcida sobre a água. É caracterizada por três conceitos; primeiro, uma forma curva que se alinha e evoca o grande arco de muralhas e fosso de Christianshavn (que não é aparente quando visto da cidade). Em segundo lugar, a ponte é disposta como duas asas nas laterais que definem uma borda muito aguda, dividindo a luz da sombra. Em terceiro lugar, o perfil curvo da ponte cria um espetáculo visual impressionante quando as duas seções oscilantes se abrem para o tráfego marítimo.
Nenhuma cidade que incentiva o ciclismo pode funcionar sem estacionamentos adequados. E em Copenhague, os arquitetos encontraram maneiras criativas e inovadoras de integrá-los sem interromper a vida urbana. O estacionamento situado na praça pública Karen Blixens Plads é um excelente exemplo. Localizada entre a Universidade de Copenhague e a Biblioteca Real Dinamarquesa, a praça é uma das maiores da capital e abriga atividades multifuncionais. Partes da superfície ondulada são projetadas como pequenas colinas que atendem a diferentes funções, incluindo estacionamento de bicicletas de alta capacidade com espaço para 2.000 bicicletas. Dessa forma, o design prático e divertido facilita o uso da bicicleta sem interferir muito no espaço livre acima dela.
Outra forma de consolidar a cultura da bicicleta é mesclar os edifícios – especialmente os hotspots que atraem muito tráfego – com as redes de bicicletas. A premiada torre Maersk, por exemplo, faz isso incorporando uma ciclovia flutuante em zigue-zague e um caminho de pedestres ao seu redor, permitindo o acesso do público e conectando o campus com as ruas ao redor. Seguindo uma forma orgânica, a plataforma ondulada e íngreme, projetada pelos arquitetos paisagistas da SLA, permite que os usuários se aproximem da torre, proporcionando vistas das áreas verdes próximas e das ruas da cidade. A ciclovia alimenta uma espécie de porão de bicicletas, onde o portão se abre automaticamente quando um ciclista se aproxima. Em suma, essas medidas favoráveis à bicicleta incentivam os cidadãos a experimentar a arquitetura com profunda intimidade, uma qualidade inerente às cidades agitadas.
Uma cidade que incentiva o ciclismo claramente não se constrói sozinha. Requer interesse, investimento, profundo conhecimento dos padrões urbanos e, acima de tudo, uma boa arquitetura, inteligente e criativa. Copenhague abraça graciosamente esses critérios, provando ao mundo que o futuro da mobilidade sustentável pode de fato ter duas rodas e não quatro.
Por: LUIZ FERNANDO MACHADO – Prefeito de Jundiaí (PSDB-SP)
Os municípios brasileiros começam a avançar com o uso mais intensivo da tecnologia, permitindo conectar as pessoas e os equipamentos urbanos — oferecendo serviços públicos eficientes e de qualidade — bem como facilitando e democratizando o seu acesso pela população. A chegada da tecnologia 5G começa a ser instalada no país e vai promover a expansão dessas ferramentas de forma exponencial.
Uma cidade inteligente tem como um dos pilares uma forte gestão de dados, que vai garantir o sucesso de políticas públicas. Um dos exemplos é o Observatório Jundiaí, portal que criamos com 300 indicadores vinculados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), formulados pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Nele, o morador tem acesso a informações das áreas de saúde, educação, transporte, segurança, economia, obras em tempo real, entre outras. Fizemos ainda uma atualização, agregando 100 indicadores voltados à primeira infância, incluindo dados sobre a cobertura de vacinas, saúde bucal, internações e matrículas escolares.
Os munícipes têm ainda uma ferramenta de gerenciamento inteligente do Plano Plurianual (PPA) da cidade e podem observar os avanços dos programas e dos investimentos previstos para o município de forma mais transparente. Além disso, o App Jundiaí traz mais de 130 funcionalidades nas mais variadas áreas como segurança, cultura e saúde, bem como 45 opções de serviços da prefeitura.
O investimento em tecnologia, ao contrário do que pode parecer, humaniza o atendimento à população. Uma gestão mais eficiente, capaz de diagnosticar eventuais gargalos e rotas a serem corrigidas, oferece serviços de melhor qualidade. Na economia, uma pesquisa internacional mostra que as cidades inteligentes serão responsáveis por 60% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2025. Mas esse é apenas o começo de um desafio fascinante para as administrações municipais.
A tecnologia 5G prevê a implantação de sensores de internet das coisas (também conhecida como IoT). Se na tecnologia 4G vivenciamos a jornada da internet dos aplicativos com a conectividade de celulares mais rápida, agora as portas se abrem para uma rede de alta velocidade e baixa latência, garantindo uma conexão muito mais rápida dos dispositivos. O poder disruptivo do 5G está apenas engatinhando e traz oportunidades de gestão e negócios ainda nem sequer imaginados.
Para o administrador público, é a oportunidade de utilizar ferramentas que ajudarão no planejamento urbano. Já é possível entender como a população se movimenta e os horários de picos do transporte público. Com isso, podemos ampliar a oferta de ônibus, estimular o uso de bicicletas e colocar na mão do munícipe a melhor alternativa para locomoção, utilizando inclusive mais de um modal. De acordo com pesquisas internacionais, será possível reduzir fatalidade no trânsito e de violência entre 8% e 10% e queda de 30% na criminalidade com o uso de dispositivos conectados à rede 5G.
Na área da saúde, as soluções devem garantir um atendimento transversal dos cidadãos. Com os dados, podemos analisar as informações da população de um determinado bairro e quais os serviços públicos mais adequados. Por exemplo: em uma localidade com um grande número de pessoas com diabetes, a prefeitura poderá instalar equipamentos para estimular atividades físicas e a implantação de empresas de produtos saudáveis, bem como treinar equipes de saúde para atendimentos específicos. Já os bairros com um maior número de jovens, a administração municipal pode adotar políticas públicas de estímulo à leitura, com bibliotecas, incentivo às atividades esportivas, com quadras, entre outros equipamentos.
Esse é o momento que começamos a descortinar um futuro de muitas possibilidades para uma administração pública com serviços de qualidade e transparência. É um desafio estimulante, que ocorrerá com rapidez surpreendente. Precisamos estar preparados para esse momento.
Projetos podem não só melhorar a qualidade do ar dos centros urbanos, mas, também, ter efeitos positivos sobre as finanças dos municípios e das empresas, mostra estudo da KPMG
A KPMG realizou uma pesquisa global chamada “Net Zero Readiness Spotlight: Cities” sobre como as administrações das cidades têm lidado com o tema da descarbonização. Segundo a companhia, a maioria das cidades no mundo colocou em prática planos ambiciosos e ações climáticas de emergência para zerar as emissões de gases de efeito estufa e cumprir o Acordo de Paris sobre o clima.
Embora essas medidas possam ser afetadas por barreiras financeiras, políticas e regulatórias, e prioridades conflitantes, as cidades devem alavancar tecnologias, orçamentos, políticas verdes, parcerias e novos modelos de governança para influenciar a redução das emissões. Assim, as cidades precisam agir para descarbonizar as principais cadeias de suprimentos e utilizar cenários urbanos e regionais para retirar carbono da atmosfera.
“As cidades precisam colocar em prática estruturas robustas e ágeis de governança climática para zerar as emissões de gases de efeito estufa. Juntamente com isso está a aplicação de estruturas inovadoras e criativas de gerenciamento para enfrentar desafios operacionais. As cidades também devem atuar na educação, orientação e estímulo à mudança comportamental, especialmente nas escolhas sobre consumo, gerenciamento de resíduos, reciclagem e mobilidade”, afirma Leonardo Giusti, sócio-líder de Infraestrutura, Governo e Saúde da KPMG no Brasil.
Segundo o estudo, engajar cidadãos ajuda na aceleração da ação climática, sendo que os centros urbanos concentram mais de 50% da população mundial, 80% do PIB global e mais de 70% das emissões anuais de carbono. A estimativa, segundo a companhia, é que 70% da população mundial viverá nas cidades até 2050, o que aumentará a demanda por infraestrutura de energia. Pensando nisso,a KPMG listou 5 etapas para a descarbonização para as cidades:
1- Atração de investimentos do capital privado
Os recursos financeiros necessários para uma transição global ao carbono zero precisam vir também do capital privado, além de cidades e governos nacionais, para, assim, facilitar as transições físicas e econômicas. Pensando nessa tendência, o mercado financeiro sustentável está se expandindo e essa nova categoria de investidores, chamados investimentos mistos, buscam catalisar a descarbonização integrando a tríade de clima, finanças e tecnologia.
2- Operacionalização de ações justas pelo clima urbano
É necessário que as cidades assegurem que a equivalência climática não seja somente reconhecida, mas também se torne um procedimento que garanta ganhos sobre as ações climáticas com redistribuições eficazes. Para isso, é preciso exigir novas soluções e parcerias.
3- Criação de colaborações inovadoras e de parcerias
Para zerar as emissões de gases de efeito estufa, as cidades precisam integrar setor privado, governos estaduais, governo nacional, organizações não governamentais e outros parceiros. As parcerias, além de cruciais, também devem priorizar a colaboração com as comunidades considerando que políticas, projetos e iniciativas podem ser executados localmente para mitigar riscos e ampliar a participação da sociedade.
4- Utilização de ferramentas de dados corretos para integrar políticas
Grandes centros urbanos precisam avaliar e monitorar os resultados de suas ações de mitigação e adaptação. Para isso, o big data e a inteligência artificial (IA) se mostram como ferramentas cruciais para alcançar as metas das cidades. Para gerir os dados, as estruturas públicas municipais, estaduais e federais precisam operar integrados. Dito isso, os dados e as informações precisam ser reforçadas no nível municipal para ajudar a assegurar uma transição organizada para o carbono zero.
5- Aceleração da ação carbono zero com alavancagem da tecnologia
Os relatórios mais recentes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas enfatizam a importância das tecnologias de emissões negativas, que se mostram essenciais para as cidades zerarem as emissões de gases de efeito estufa. Segundo o painel, aproximadamente 50% das emissões deveriam ser cortadas para que o carbono zero possa ser uma realidade. Por esse motivo, as cidades precisam de pesquisa para desenvolverem tecnologias que correspondam às atuais necessidades.
“A crise das mudanças climáticas vai além das fronteiras municipais e nacionais, exigindo o poder coletivo de uma coalizão global, e as cidades têm mais capacidade do que imaginam para avançarem rumo a um futuro de baixo carbono enquanto ajudam a garantir a prosperidade. As cidades inteligentes são uma oportunidade para alavancar as tecnologias inovadoras e aumentar a eficiência das operações da administração municipal”, afirma Tatiana Gruenbaum, sócia-diretora líder do segmento de Infraestrutura da KPMG no Brasil.
Acordo deve disseminar no país os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e os dez princípios do Pacto Global da ONU
O Pacto Global da ONU no Brasil e o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) assinaram na terça-feira, 14, o Acordo de Cooperação Técnica para promover os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no País e disseminar os dez princípios do Pacto Global da ONU.
Na sessão ordinária realizada em Brasília, Rinaldo Reis Lima, conselheiro do CNMP, explicou que a parceria focará principalmente em dois objetivos: implementação dos ODS e em desenvolver instrumentos e estratégias mais eficientes e eficazes na defesa da Floresta Amazônica.
“Nosso objetivo é trazer as empresas para essa discussão de maneira efetiva. Elas têm capacidade produtiva e de inovação e são o problema, mas também são a solução para avançar nos ODS, reduzir os impactos negativos e extrair tudo o que podemos de positivo nesses temas”, explicou Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU no Brasil, durante a solenidade.
Já Camila Valverde, COO do Pacto Global da ONU no Brasil e diretora da Frente de Impacto, diz que: “Estamos motivados e esperançosos com esta cooperação entre Pacto Global e CNMP, pois acreditamos na força das instituições e sua capacidade de transformar a realidade em prol do desenvolvimento sustentável”.
Para a região Amazônica, a cooperação pretende desenvolver estratégias de proteção, fiscalização e fortalecimento das atividades humanas sustentáveis. Os projetos serão coordenados pela Comissão de Meio Ambiente do CNMP e por um Grupo de Trabalho criado pelo Pacto Global da ONU no Brasil.
No mesmo encontro, a Future Carbon Holding anunciou que será a empresa responsável por elaborar o inventário de emissão de carbono do Conselho, que permitirá avaliar os processos e pensar ações para se tornar carbono neutro. “O Ministério Público, que tem em seu quintal a Floresta Amazônica, dará um exemplo para o Brasil e para o planeta”, comentou Fábio Galindo, chairman e co-CEO do grupo.
Agenda em Brasília: agro sob a ótica da ética e da sustentabilidade
Representantes da Plataforma de Ação Contra a Corrupção do Pacto no Brasil estiveram na entrega do Selo Mais Integridade 2022/2023 do Ministério da Agricultura e Pecuária. O prêmio reconhece empresas e cooperativas do agronegócio com práticas de integridade sob a ótica da ética, responsabilidade social e sustentabilidade ambiental. A partir da versão 2023/2024, ser parte do Pacto Global da ONU no Brasil será critério para recebimento do Selo.
Levantamento analisou, também, propriedade de veículos e uso apps de compartilhamento por região, renda e idade
Entender a influência da sustentabilidade nas formas de deslocamento das pessoas em todo o Brasil foi a motivação para uma pesquisa feita pela consultoria Brain Inteligência Estratégica no final do ano passado.
Isso quer dizer que a pesquisa buscou entender como a mobilidade sustentável se materializa na vida das pessoas.
O estudo foi realizado em novembro e contou com 1.200 entrevistas, com pessoas de todas as regiões do País.
“Nosso objetivo foi o de trazer ao centro da discussão, usando dados e números, como a sociedade brasileira traduz conceitos sustentáveis em seus hábitos diários”, explica Fábio Tadeu Araújo, sócio dirigente da Brain.
Veículos particulares
Adicionalmente, foi analisada a posse de veículo por região demográfica, com Norte, Centro-Oeste, Sul e Sudeste posicionadas com os maiores índices de veículos individuais para uso.
Nas regiões Norte e Centro-Oeste, juntas, 38% dos entrevistados afirmam ter carro apenas para uso próprio, e 13% o compartilham com a família.
Em contrapartida, o menor índice de automóveis particulares fica no Nordeste (25% do total com uso apenas pelo proprietário e 16% compartilhado com os familiares).
Dessa forma, a região se destaca, também, pelo maior percentual de proprietários de motocicleta (12% do total).
Perfil por renda
Os entrevistados inseridos no padrão alto (entre R$ 6 mil e R$ 15 mil) se destacam por terem carros individuais.
Já no padrão médio estão os maiores índices de veículos compartilhados entre os familiares e o uso de motocicletas.
O estudo mapeou, ainda, o comportamento por faixa etária: quem possui entre 35 anos e 59 anos têm, na maioria, carros individuais (para 38% dos entrevistados, usados exclusivamente pelo proprietário).
Por sua vez, pessoas entre 25 e 34 anos (49% do total) e acima de 60 anos (47%) não possuem veículo próprio.
Aplicativos de mobilidade
Observa-se que, na média, 36% dos entrevistados nunca usam carros compartilhados, chegando a 50%, no caso dos com renda acima dos R$ 15 mil.
Já para os entrevistados com renda entre R$ 3 mil e R$ 6 mil, 8% faz uso assíduo desse serviço, com frequência de cinco vezes, na semana, ou mais.
Já 7% dos entrevistados usam de três a quatro vezes, semanalmente; e 14%, de uma a duas vezes.
“Praticamente, metade da população pesquisada faz uso razoável de serviços de compartilhamento, com pelo menos três vezes, por mês, ou 44% dos brasileiros”, diz Araújo.