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GOVERNO INTELIGENTE A PARTIR DOS DADOS E DO CONHECIMENTO

Governos inteligentes buscam, por meio de plataformas abertas, promover a transparência na administração pública e usar a inteligência do coletivo para a competitividade. 

Hoje, muito se sabe da importância dos dados para a gestão e promoção do desenvolvimento econômico, social e ambiental. De acordo com Elinor Ostrom, que recebeu o Prêmio Nobel de Ciências Econômicas com Oliver E. Williamson em 2009, os dados são considerados como um bem comum (commons), 1990. Bens comuns são aqueles que podem beneficiar a sociedade como um todo, tais como recursos naturais ou culturais acessíveis a todos os membros de uma sociedade, incluindo os recursos digitais e intelectuais (como dados e conhecimento). 

Governos inteligentes utilizam dados como ativos intangíveis como forma de fomento a fim de gerar inovação, e os mesmos devem estar voltados para o bem-estar da população da cidade. Governos inteligentes buscam, por meio de plataformas abertas, promover a transparência na administração pública e usar a inteligência do coletivo para a competitividade. 

Por meio das plataformas abertas, o governo desenvolve empreendedorismo e inovação, ganha transparência e utiliza a inteligência da sociedade para resolver os problemas identificados em sua região, e todos ganham com isso. Neste contexto, os dados passam a ser uma forma de fomento à inovação. Empreendedores inovadores podem desenvolver software e aplicativos e testar em espaços públicos seus serviços e produtos, tornando a cidade um laboratório vivo, no qual o cidadão é usuário que testa e contribui para a melhoria nos produtos e serviços. Esses laboratórios a céu aberto se caracterizam por espaços neutros e de cocriação de conhecimento. 

Os governos inteligentes, por meio da comunicação e educação, promover ambientes que reforçam os atores do ecossistema de inovação, trazendo uma legislação adequada, fomentando startups por meio de incubadoras e consolidando as mesmas em seus parques tecnológicos, atraindo fundos de investimento, estando próximos e alinhados com as entidades de classe, capacitando e formando o seu cidadão com centros de estudo e de pesquisa. O governo inteligente fomenta o empreendedorismo, para que mentes brilhantes contribuam com o desenvolvimento baseado no conhecimento, gerando emprego, renda e criando novos mercados e formas de consumo (Schumpeter, 1911). 

Quando promovem a inovação, os governos inteligentes geram desenvolvimento econômico baseado no conhecimento por meio das suas agências de desenvolvimento e suas Fundações de Amparo à Pesquisa. Por isso, para contribuir com o avanço de uma agenda de políticas públicas para a transformação digital e de inovação no Brasil, a Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), entidade da qual sou diretora, lançou o THINK TANK ABES. Trata-se de um Centro de Inteligência, Políticas Públicas e Inovação, que nasceu com a missão de reunir uma equipe de pesquisadores qualificados, que serão convidados a refletir sobre tendências, estudar, debater e propor soluções para os principais desafios do país, tendo em vista que as novas tecnologias são vetores de profundas transformações. 

De acordo com Schumpeter, é importante que o governo corra o risco da inovação com o empreendedor inovador, tendo linhas de subvenção econômica, em seus financiamentos taxas mais atrativas e flexibilização em suas garantias, para que as mesmas estejam de acordo com a era do conhecimento, hoje ainda muitos programas estão relacionados à era industrial. Nesse sentido, a ABES tem como objetivos promover a geração de conhecimentos fundamentados em pesquisa, que sejam capazes de contribuir para o avanço de uma agenda de políticas públicas e inovação no Brasil, sempre com foco na construção de um Brasil Digital e Menos Desigual.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade da autora, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

STELLANTIS LANÇA PLATAFORMA PARA DESENVOLVER CARRO HÍBRIDO NACIONAL A ETANOL

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A Stellantis trabalha a opção estratégica de desenvolver no Brasil soluções, tecnologias e componentes para um carro híbrido nacional que combine motor a etanol e eletrificação. Para organizar esse plano, a montadora lançou a plataforma Bio-Electro como o seu novo caminho para a mobilidade sustentável no País.

Saiba mais sobre a plataforma do carro híbrido nacional a etanol da Stellantis

A Stellantis afirma que busca “a múltipla matriz energética, a fim de aproveitar as vantagens competitivas regionais para tornar a propulsão mais limpa e eficiente”. A análise regionalizada mostra que a necessidade de descarbonização do Brasil se dá em uma realidade específica e distinta de outras regiões do planeta. 

Na Europa, a descarbonização da indústria automotiva é baseada em uma rota tecnológica de eletrificação em função das próprias condições europeias. A matriz energética local tem grande participação dos combustíveis fósseis, o que impõe limitações às opções de descarbonização, levando à opção imediata pela mobilidade eletrificada. “O custo financeiro deste caminho é elevado”, afirma a empresa, que emenda: 

“A realidade brasileira é diferente. Nossa matriz energética é mais sustentável, devido ao uso de biocombustíveis e da geração de energia elétrica por meios renováveis. “Essa característica abre para o País um leque de opções de soluções de mobilidade, em condições privilegiadas. O etanol é um forte aliado na redução das emissões de CO2 no Brasil. Sua combinação com a eletrificação pode ser uma alternativa competitiva de transição para a difusão da eletrificação a preços acessíveis, além da capacidade de a empresa atingir as metas de emissões.”

Quando considerado no conceito well-to-wheel (do poço à roda ou, no caso, do campo à roda), o etanol é altamente eficiente quanto às emissões, porque a cana-de-açúcar, em seu ciclo de desenvolvimento vegetal, absorve de 70% a 80% do CO2 liberado na produção e na queima do etanol combustível.

O Brasil tem quatro décadas de acúmulo de tecnologia nessa área e intensificar o uso do etanol é “uma decisão inteligente”, segundo a Stellantis. A combinação do etanol com a eletrificação em motores híbridos é uma alternativa adequada para o País como transição para uma mobilidade sustentável de baixo carbono, pois permitirá o acesso de faixas maiores do mercado consumidor a tecnologias de baixa emissão.

“Os elétricos, embora sejam eficientes no processo de descarbonização, têm um custo muito elevado, que impede sua aquisição por amplas faixas de consumidores. A solução 100% elétrica ainda não tem a escala necessária e precisa ser desenvolvida e aprimorada, para que possa entrar como alternativa de massa em uma estratégia efetiva de descarbonização em um país em desenvolvimento com características de renda como as do Brasil”, defende a Stellantis em nota à imprensa.

No Brasil, a empresa já oferece uma ampla gama de modelos elétricos e eletrificados, abrangendo carros de passeio e veículos comerciais leves: Fiat 500e, Peugeot e-208GT, Peugeot e-2008, os furgões Citroën Ë-Jumpy,  Peugeot e-Expert e  Fiat e-Scudo, e o Jeep Compass 4xe híbrido plug-in.

A montadora diz que não se trata de contrapor descarbonização e eletrificação. A descarbonização é o resultado desejado e necessário, enquanto a eletrificação é um dos caminhos para se alcançar a descarbonização da mobilidade. “O emprego do etanol combinado com eletrificação é o caminho mais rápido e viável do ponto de vista social, econômico e ambiental para uma crescente eletrificação da frota brasileira”, pontua a Stellantis.

A plataforma Bio-Electro será apoiada em três pilares:

  • Academy – abrange informação, formação e recrutamento;
  • Lab – incubação de ideias e desenvolvimento de ecossistema;
  • Tech – a materialização de soluções, da inovação e da localização da produção.

Bio-Electro articula em torno da Stellantis um grande conjunto de parcerias estratégicas, visando acelerar o desenvolvimento e implementação de novas soluções de motopropulsão e de descarbonização da mobilidade. “Seu grande objetivo estratégico é nacionalizar soluções, tecnologia e produção, impulsionando uma onda setorial de reindustrialização”, afirma a montadora.

Testes comparativos justificam a opção

Stellantis simulou em teste dinâmico um veículo quando alimentado com quatro fontes distintas de energia, a fim de mensurar a emissão total de CO2 em cada situação. O automóvel foi abastecido com etanol e comparado em tempo real com a mesma situação de rodagem em três alternativas: com gasolina tipo C (E27); 100% elétrico (BEV), abastecido na matriz energética brasileira, e 100% elétrico (BEV) abastecido na matriz energética europeia. 

Na comparação, foram utilizadas metodologia e tecnologia de conectividade desenvolvidas pela Bosch, que consideram não apenas a emissão de CO2 associada à propulsão, mas as emissões correspondentes a todo o ciclo de geração e consumo da energia utilizada. É o conceito well-to-wheel.

Durante o teste comparativo realizado no simulador, o veículo percorreu 240,49 km e foram obtidos os seguintes resultados de emissões de CO2 equivalente durante o trajeto:

Stellantis simulou em teste dinâmico um veículo quando alimentado com quatro fontes distintas de energia, a fim de mensurar a emissão total de CO2 em cada situação. O automóvel foi abastecido com etanol e comparado em tempo real com a mesma situação de rodagem em três alternativas: com gasolina tipo C (E27); 100% elétrico (BEV), abastecido na matriz energética brasileira, e 100% elétrico (BEV) abastecido na matriz energética europeia. 

Na comparação, foram utilizadas metodologia e tecnologia de conectividade desenvolvidas pela Bosch, que consideram não apenas a emissão de CO2 associada à propulsão, mas as emissões correspondentes a todo o ciclo de geração e consumo da energia utilizada. É o conceito well-to-wheel.

Durante o teste comparativo realizado no simulador, o veículo percorreu 240,49 km e foram obtidos os seguintes resultados de emissões de CO2 equivalente durante o trajeto:

Quando comparado à gasolina, o etanol se destaca ainda mais. O saldo final mostra que, na comparação entre os dois combustíveis, o uso do etanol evitou a emissão de 34,85 kg de CO2eq no trajeto. Dessa forma, o etanol reduz mais de 60% a pegada de carbono.

Fonte: Garagem360

RENAULT SE TRANSFORMA PARA ELETRIFICAÇÃO MUNDIAL

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Fabricante se movimenta com metas de descarbonização, digitalização e políticas socioambientais para novos tempos da eletromobilidade

No cenário automotivo global, não há uma fabricante sequer que não esteja envolvida com planos de eletrificar seu portfólio de veículos. Em muitos países da Europa, a meta de não desenvolver mais automóveis com motor a combustão, a partir de 2035, impõe desafios importantes para reduzir emissões de poluentes em todas as esferas de produção.

A Renault é uma das montadoras que mergulharam firme no propósito de descarbonizar suas atividades, ao lançar o plano Renaulution, em 2021. Trata-se de uma política de governança socioambiental baseada em três pilares: a transição energética, a segurança dos clientes no trânsito e dos colaboradores no local de trabalho e o aumento no número de mulheres nas equipes de trabalho.

“Os resultados do Renault Group, em 2022, ficaram acima dos objetivos iniciais traçados no plano Renaulution”, afirma Ricardo Gondo, presidente da Renault do Brasil. “Assim, conseguimos finalizar a primeira fase, chamada de Resurrection, com três anos de antecedência.”

O compromisso em relação à eletrificação é que as vendas dos veículos movidos a bateria da marca totalizem 65% a partir de 2025 e 90% em 2030. A Renault busca, também, alcançar zero carbono na Europa até 2040 e, dez anos depois, no mundo.

Segunda etapa

O plano está bem encaminhado. Gondo conta, que, no ano passado, a companhia registrou redução de 25% na pegada de carbono em âmbito global, colaborando para o início antecipado da Renovation, a segunda fase do projeto Renaulution. Com foco no desenvolvimento de produtos de alta qualidade, ela vai culminar com a melhor gama de veículos da fabricante dos últimos 30 anos.

“O Megane E-Tech, totalmente elétrico, e o Austral são os primeiros modelos dessa nova onda. No Brasil, o carro de estreia da fase Renovation será o Megane E-Tech, previsto para chegar no segundo semestre”, revela o executivo.

A aceleração na meta de descarbonização é um plano que inclui investimentos em energia fotovoltaica, geotérmica e biomassa. Em novembro passado, por exemplo, a empresa divulgou o plano de descarbonizar as unidades industriais na França, por meio de parcerias estratégicas.

“O acordo com a empresa Voltalia prevê o maior contrato de fornecimento de eletricidade verde na França. Já a Engie preparou o primeiro projeto geotérmico no parque industrial na cidade de Douai. A Dalkia, por sua vez, se encarregou da instalação de uma caldeira de biomassa em Maubeuge”, revela Gondo.

Universidade

Os compromissos de transição ecológica assumidos pela Renault são abrangentes. Um deles se refere à diminuição na pegada de carbono da área de compras, concentrando esforços em seis componentes (aço, alumínio, polímeros, componentes eletrônicos, pneus e vidros). Na manufatura, a empresa pretende cortar 50% nas emissões de suas fábricas até 2030, em comparação aos índices de 2019.

Para isso, a Renault vem investindo € 20 milhões em intervenções em suas instalações industriais que, de acordo com Ricardo Gondo, serão capazes de gerar uma economia de até € 90 milhões com a redução de energia.

Tendo em vista que a eletrificação dos carros e dos meios de produção exigirá novas competências, a Renault decidiu recorrer à expertise da academia. Dessa forma, ela mesma criou uma universidade com atuação nas áreas de eletrificação, cibersegurança, análise e gestão de dados e economia circular.

Até 2025, a ReKnow University, destinada, no primeiro momento, aos colaboradores da Renault na França, formará 40% do pessoal impactado por essas transformações. Em seguida, os cursos serão abertos aos parceiros industriais, que trabalham em conjunto com a Renault na implementação de cursos profissionalizantes. Enquanto forma a mão de obra especializada, a Renault também segue na estrada da digitalização com o primeiro metaverso industrial.

Megane E-Tech

Na Europa, a Renault é a terceira marca no mercado dos veículos elétricos e a segunda entre os híbridos. Mas a velocidade dos mercados é diferente. Embora esteja em evolução no País, o segmento de automóveis eletrificados ainda representa cerca de 4% do total.

“No Brasil, a Renault vendeu 1.200 veículos 100% elétricos em 2022. Esse desempenho representa aumento de sete vezes, em relação a 2021. O Kwid E-Tech ajudou muito para atingir esse número”, acredita Gondo.

Em 2023, com a chegada do Megane E-Tech 100% elétrico, a expectativa é de que esse número de vendas dê um salto significativo. Qualidades não faltam ao carro: são mais de 300 patentes registradas na produção do veículo e da plataforma.

“Um exemplo é o processo de enrolamento do rotor sem ímã, que é substituído pelo cobre, com impacto ambiental bem menor”, explica Gondo. “O processo permite modular a corrente no rotor, restringindo o consumo de energia elétrica, principalmente em alta velocidade e em vias rápidas.”

Metaverso industrial

A digitalização dos processos da Renault conheceu um aliado importante, que é o metaverso industrial. Atualmente, 100% das linhas de produção estão conectadas, 90% dos fluxos de abastecimento são monitorados e 100% dos dados da cadeia de suprimentos se encontram hospedados no metaverso da fabricante, com réplica do mundo físico acompanhada em tempo real.

Inseridos na indústria 4.0 em 2016, os processos digitais geraram para a Renault uma economia de € 780 milhões, em itens como estoque, prazo de entrega dos veículos e pegada de carbono na produção dos automóveis.

Segundo Ricardo Gondo, o metaverso industrial é um ambiente virtual alimentado por coleta de dados em massa, gêmeos digitais dos processos, conexão do ecossistema da cadeia de suprimentos e uma série de tecnologias avançadas.

“No Brasil, nossa jornada começou em 2016, quando equipamos as fábricas para conectar os meios de produção. Robôs, parafusadeiras e parte dos postos de trabalho já estão integrados na plataforma da Google, gerando dados em tempo real para posterior análise, de forma reativa e preditiva”, afirma.

Fonte: Mobilidade Estadão

MOBILIDADE LIMPA É O IMPULSO PARA UMA NOVA INDÚSTRIA NACIONAL

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Brasil precisa ocupar seu lugar de destaque num mundo cada vez mais tecnológico

Por três anos, o mercado automotivo nacional andou de lado, enquanto as vendas globais encolheram. Foi um período difícil, marcado pela pandemia e seus efeitos em cascata, em especial a crise global dos semicondutores. Contudo, chegou a hora de deixar tudo isso para trás e pensar no futuro sob novas bases de reflexão.

Profundas mudanças no modelo de negócio da mobilidade já estavam em curso há alguns anos. Agora, novos elementos trazidos pela crise sanitária e pela guerra na Ucrânia aumentaram o senso de urgência. Há oportunidades geopolíticas únicas para o Brasil que não podem ser desperdiçadas.

Se hoje o nome do jogo é “nova industrialização”, o sobrenome é “descarbonização”. Ambos se complementam, um impulsiona o outro. A junção dos dois conceitos pode ser entendida como a reinvenção da indústria automobilística, com foco total na oferta da mobilidade com responsabilidade ambiental.

Descarbonização

Nessa ótica do baixo carbono e da sustentabilidade, o Brasil apresenta vantagens competitivas espetaculares que podem colocar nossa indústria numa posição de ainda mais destaque em termos globais.

O veículo elétrico é, sem dúvida, uma brilhante solução e deve ter sua produção local estimulada, assim como outras rotas tecnológicas. Um País de matriz energética limpa como o Brasil permite a entrega de múltiplas soluções de propulsão, todas compromissadas com a descarbonização, para demandas específicas de diferentes grupos consumidores.

Temos recursos minerais necessários para produção local de baterias e outros componentes de veículos elétricos. Temos fontes limpas de geração de eletricidade. Temos a maior expertise do planeta em termos de biocombustíveis, e o etanol já vem dando mostras de que pode ser um forte aliado à eletrificação na busca da descarbonização do poço à roda, seja em veículos híbridos, seja na viabilização de modelos movidos a célula combustível.

Além das vantagens incomparáveis, em termos de recursos naturais, e de um enorme e moderno parque industrial, o Brasil deve aproveitar a nova configuração geopolítica global, na qual os países mais industrializados buscam parcerias com mercados mais próximos, em termos geográficos, e mais amigáveis, em termos de segurança e previsibilidade. E aqui me refiro não ao fornecimento de matérias-primas, mas sim de produtos industrializados e tecnologias sofisticadas.

Novas oportunidades

Tomo como exemplo o lítio, minério que temos em abundância e é um dos mais requisitados pelos fabricantes de baterias. Por que não produzir localmente essas baterias e exportá-las com alto valor agregado, em vez de apenas exportar commodities? E inclusive usá-las na produção local de veículos elétricos e híbridos?

Por que não produzir localmente semicondutores, um item eletrônico estratégico para toda indústria de ponta? Por que não aumentar os investimentos em motores a biocombustíveis e exportar essa solução fantástica para a redução nas emissões de CO2, em combinação com a eletrificação?

A revolução tecnológica e a corrida pelo baixo carbono geram oportunidades incríveis para que o Brasil amplie sua tradição como polo automotivo mundial. Temos parques industriais de primeiro mundo, mão de obra e engenharia qualificadas, e centros de desenvolvimento e design avançados.

Temos de fortalecer nossa histórica vocação industrial com um olhar estratégico para o futuro. A promoção de uma indústria como a automotiva, que possui características de forte indução de geração de empregos qualificados, de desenvolvimento social e econômico em múltiplos setores da economia, é fundamental para a aceleração do crescimento e um futuro melhor para o nosso País e sua população.

A nova industrialização e o adensamento das cadeias produtivas locais tornam-se ainda mais urgentes. O Brasil precisa ocupar seu lugar de destaque num mundo cada vez mais tecnológico. Isso demanda planejamento, foco e previsibilidade, e só pode ser obtido com visão de futuro, muito diálogo e harmonia entre as várias esferas do poder público e do setor privado.

Fonte: Mobilidade Estadão

BRASIL E O CENÁRIO DA MOBILIDADE ELÉTRICA URBANA

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A eletromobilidade pública é atualmente uma das soluções mais importantes quando falamos de transição energética. Isso ocorre devido ao seu potencial de eletrificação massiva, considerando as grandes frotas existentes por todo o mundo e, devido ao impacto direto na qualidade de vida das pessoas, principalmente no Brasil, onde o setor de transporte é responsável por 40% a 60% das emissões dos gases de efeito estufa. (*1)

Os benefícios da eletromobilidade pública são inúmeros. Ônibus elétricos são comprovadamente mais seguros para o meio ambiente e para saúde da população, pois zeram as emissões de CO2, materiais particulados e outras substâncias tóxicas. Além disso, são silenciosos e muito mais confortáveis para os usuários.

Sabemos que o custo de aquisição se apresenta hoje como uma barreira na eletrificação das frotas de ônibus urbanos, porém esse não pode ser motivo para desencorajar as administrações públicas brasileiras a investir no tema. Para termos uma visão ampla da relação custo x benefício, é preciso avaliar três fatores:

Ônibus elétricos chegam a ser 70% mais econômicos  

 Os custos com abastecimento são menores, porque a eletricidade é mais barata que o diesel. Um teste de eletromobilidade feito no Rio de Janeiro, mostrou que, enquanto o ônibus movido a diesel gastava R$ 5,3 mil em combustível por mês, o elétrico gastou apenas R$ 1,2 mil. (*2) Além disso, a redução dos custos com manutenção é bastante expressiva. O motor elétrico é muito mais simples, tem menos peças que exigem reparos e não precisa de óleo lubrificante.  Por fim, os ônibus elétricos também são mais eficientes, devido à frenagem regenerativa. O freio não desgasta com facilidade e esse sistema captura a energia cinética, que alimenta de volta a bateria.

Eletromobilidade e saúde pública

 A mobilidade elétrica tem uma relação direta com os indicadores de saúde pública, pois promove uma melhoria significativa na qualidade do ar. Os veículos elétricos eliminam a emissão dos poluentes atmosféricos gerados pelos combustíveis fósseis, como dióxido de carbono, óxidos de nitrogênio e partículas finas, que podem causar doenças respiratórias, cardiovasculares e até câncer. Além disso, a mobilidade elétrica urbana também pode reduzir o ruído nas cidades e o congestionamento das vias públicas, gerando um impacto positivo na saúde mental da população.

A descarbonização das cidades é fundamental para a mitigação da crise climática

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) estima que, sem a transição para o transporte de zero ou baixo carbono, as emissões no setor devem aumentar cerca de 50% até 2050, o que inviabiliza as metas dos países de conter a crise climática.  E sabemos que os prejuízos das consequências meteorológicas das mudanças climáticas são inestimáveis. Secas e inundações extremas, além de prejudicarem gravemente a produção alimentar e o fornecimento de água potável, podem causar inúmeros desastres nas cidades.

Sem dúvida, a melhor opção é descarbonizar e eletrificar. Mas como as administrações públicas podem iniciar um projeto de eletromobilidade urbana? A eletrificação do transporte público sobre rodas é sim viável economicamente, sobretudo se houver a cooperação entre governos, operadores do transporte, montadoras e empresas com experiência em gestão de projetos de mobilidade elétrica urbana de ponta a ponta.

É necessário conversar, entender a viabilidade técnica e econômica de cada município e encontrar soluções. O caminho da eletromobilidade está aberto, precisamos acelerar as transformações.

*1 (Fonte: estudo Coalition for Urban Transitions: https://mobilidade.estadao.com.br/patrocinados/desafios-da-eletrificacao-no-transporte-publico/)

*2 (Fonte: https://www.mobilize.org.br/noticias/7253/onibus-eletrico-e-testado-no-rio-e-reduz-em-quase-80-gastos-com-combustivel.html#:~:text= Enquanto%20o%20%C3%B4nibus%20movido%20a,e%20praticamente%20n%C3%A3o%20faz%20barulho.)  

Fonte: Francisco Scroffa

INTEGRATIETÊ: GOVERNO DE SP LANÇA PROGRAMA PARA GESTÃO DO MAIOR RIO DO ESTADO

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Investimento previsto é de R$ 5,6 bilhões, até 2026; entre as inovações estão PPPs para desassoreamento e transformação do DAEE em Agência SP Águas

O Governo de São Paulo lançou, o programa IntegraTietê – iniciativa que prevê uma série de medidas de curto, médio e longo prazo em prol do maior rio do Estado. A previsão é que, até 2026, sejam investidos R$ 5,6 bilhões na ampliação da rede de saneamento básico, desassoreamento, gestão de pôlderes, melhorias no monitoramento da qualidade da água, recuperação de fauna e flora, entre outras medidas.

O nome do programa dá a diretriz da atuação esperada para o Tietê: integração entre governo, iniciativa privada e sociedade civil. Investimentos e esforços serão integrados por meio de uma forte governança que permitirá, de forma mais assertiva, direcionar recursos aos pontos mais vulneráveis do Tietê.

Entre as principais inovações trazidas estão a estruturação de Parcerias Público-Privadas (PPPs) para desassoreamento do rio e seus afluentes, medida que confere mais eficiência e sustentabilidade a longo prazo; a proposta de transformação do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) em Agência SP Águas – o que deverá ser feito via projeto de lei – e vai fortalecer os papéis de regulação e fiscalização do órgão; além de um modelo de contratação para esgotamento focado em gestão por resultados, que prevê a remuneração por número de clientes conectados e melhoria dos indicadores de qualidade da água do rio.

Ainda, o programa contará com a criação do Fórum IntegraTietê, composto por vários órgãos, como a própria Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (SEMIL), SABESP, DAEE e CETESB, e membros dos Comitês de Bacias.

“Não queremos inventar a roda. Sabemos do tamanho do desafio que é o Tietê. Para isso, pretendemos tratar o rio como uma política do Estado. Integrar todos os atores envolvidos no processo traz uma melhor governança para as ações. Além disso, acreditamos que as PPPs conferem um ganho de escala e, consequentemente, mais eficiência para o projeto a longo prazo”, avalia a Secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende.

Todas as medidas em andamento, como o Projeto Tietê e o Programa Renasce, serão incorporadas a fim de fortalecer a governança, além de unificar as diretrizes para direcionamento dos recursos.

Pilares

O IntegraTietê terá cinco frentes de atuação em todos os 1.100 quilômetros ao longo do rio e, para isso, contará com os pilares da Saúde e Qualidade de Vida; Controle de Cheias; Turismo, Lazer e Integração; Eficiência Logística; todos interligados pelo eixo da Governança.

No pilar “Saúde e Qualidade de Vida”, o foco será a expansão da rede de saneamento e a gestão de resíduos. A estimativa de investimentos é de cerca de R$3,9 bilhões, até 2026. As medidas previstas envolvem o incremento da capacidade de tratamento de esgoto e a expansão das redes e coletores tronco.

O próximo pilar é o de “Controle de Cheias”. Atualmente, o DAEE realiza o desassoreamento ao longo de 41 quilômetros do Tietê, nas regiões de Santana do Parnaíba, Osasco, Barueri, Carapicuíba, Guarulhos e São Paulo, com investimentos de R$ 320 milhões ao ano. A estimativa é que os serviços sejam ampliados, nos próximos seis meses, em 25 quilômetros nos municípios de Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Suzano e Ferraz de Vasconcelos.

A partir de 2025, as obras que hoje são realizadas pelo DAEE deverão passar à iniciativa privada por meio de concessão administrativa, que permitirá a prestação dos serviços de desassoreamento nos 205 km do Alto Tietê com mais eficiência, beneficiando os 39 municípios com a redução dos impactos das chuvas a longo prazo.

Convênio com o BID

O financiamento de R$500 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) contemplará, ainda, mais um pilar do projeto: “Turismo, Lazer e Integração”. Aprovado no âmbito do Renasce Tietê, que será incorporado ao programa, os recursos englobam iniciativas em educação, cultura, lazer e esporte em Salesópolis. O convênio permite, ainda, a ampliação do uso de novas tecnologias de controle para o monitoramento qualitativo e quantitativo das águas do rio.

O último pilar do programa trata da “Eficiência Logística”. Por meio do Departamento Hidroviário (DH), órgão integrante da SEMIL, serão retomadas as obras de aprofundamento do canal de Nova Avanhandava em 3,5 metros, no Baixo Tietê, região Noroeste do Estado, que permitirão a navegabilidade mesmo em períodos de estiagem, com estímulo ao transporte hidroviário. O valor de investimento previsto para as obras é de R$ 300 milhões.

Fonte: SEMIL

ANA INICIA EM ABRIL A 2ª FASE DO CADASTRO DE ENTIDADES REGULADORAS INFRANACIONAIS

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A superintendente de regulação da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Cíntia Leal, informa que a autarquia iniciará em abril a segunda etapa para o preenchimento do cadastro de entidades reguladoras infracionais (ERIs) do setor de saneamento básico. Segundo ela, a primeira fase está em ritmo de conclusão.

As ERIs são os órgãos que fazem a regulação do saneamento nos estados e municípios, e também no Distrito Federal, funcionando na maioria das vezes através de consórcios intermunicipais. O preenchimento do cadastro é pré-requisito para avaliação das demais normas de referência, para que essas entidades possam continuar funcionando, sob acompanhamento da ANA.

“As entidades reguladoras infranacionais (ERIs), ou seja: não são de âmbito nacional, precisam atualizar esse cadastro, todos os anos, até o dia 20 de agosto”, alertou a superintendente de Regulação da ANA, acrescentando que o registro é dividido em dois momentos: “Nessa primeira etapa, a gente recebe informações gerais como CNPJ, nome do responsável legal e duração dos mandatos das entidades”, esclareceu.

“A etapa seguinte, iniciada no mês de abril, é de grande relevância”, destacou Cíntia Leal.

“A ANA vai disponibilizar uma etapa complementar no próximo mês, na qual serão recebidas informações relacionadas a serviços regulados dos componentes de saneamento básico”, relatou. “O intuito é saber quais agências regulam qual componente – entre água, esgoto, resíduos e drenagem – para que seja possível cruzar [a informação] com a temática da Norma de referência, a ser avaliada”.

O sigilo das informações colhidas foi destacado pela representante da ANA: “Os dados são acessados apenas pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico e pela entidade reguladora que realizou o cadastro”.

“A informação geral sobre as entidades reguladoras será disponibilizada apenas depois que a gente fizer a norma de referência sobre governança regulatória, em que as entidades reguladoras vão ser avaliadas, e essa norma específica, que está em elaboração, ainda será publicada”, enfatizou Leal.

Monitoramento

O cadastro é um instrumento relevante para o setor de saneamento básico. Através de seu preenchimento, a ANA recebe informações sobre as entidades reguladoras infranacionais que atuam no setor, os titulares, os prestadores e os tipos de serviço regulado por cada uma dessas ERIs.

O registro dessas informações integra o monitoramento do cumprimento dos requisitos das normas de referência editadas pela ANA, sendo um passo fundamental para iniciar o processo de verificação do cumprimento das normas.

Marco legal

Com o novo marco legal do saneamento básico aprovado em 2020, a ANA recebeu a atribuição regulatória de editar normas de referência, que contêm diretrizes para a regulação dos serviços públicos de saneamento básico no Brasil. Essas diretrizes incluem abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos – além de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas.

Fonte: Brasil 61

FORTALEZA TESTA SISTEMA QUE ILUMINA O PEDESTRE NA FAIXA

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Projeto-piloto funciona na rotatória da Praça Portugal e é primeiro da América Latina

A cidade de Fortaleza está testando um sistema que ilumina o pedestre na faixa, na travessia. Com isso, o município passa a ser o primeiro da América Latina a testar essa tecnologia. Segundo a Prefeitura, o objetivo é prevenir atropelamentos.

Segundo a Prefeitura, em 2022, a capital cearense registrou o oitavo ano consecutivo de redução de mortes no trânsito. Contudo, na ocasião ainda foram registrados 158 óbitos nas vias da cidade. Entretanto, o número é 58% menor em relação ao do ano de 2014, quando 377 pessoas perderam a vida.

A implantação do sistema é fruto de uma parceria entre a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) e a empresa americana Intelligent Security Systems (ISS). A companhia é responsável pela criação do sistema, o SecurOS Soffit. De acordo com a Prefeitura, a tecnologia está no cruzamento da rotatória da Praça Portugal com a Avenida Dom Luís, no bairro Aldeota.

No trecho, há também um semáforo veicular com estágio para pedestres. As estratégias juntas visam reforçar a segurança da sinalização viária. Já a escolha do local foi com base na intensidade do tráfego e na circulação de veículos em curva. Isso pode dificultar a visibilidade do condutor sobre o pedestre.

“A responsabilidade no trânsito é compartilhada entre todos que estão nas vias. Enquanto a população faz a sua parte, respeitando as normas de circulação, devemos atuar enquanto Poder Público”, diz Antônio Ferreira Silva, superintendente da AMC, em nota.

Como funciona a tecnologia

O sistema possui um conjunto de luzes que acende por meio de uma inteligência artificial que identifica a presença humana na faixa de pedestres. Assim, a partir do movimento de passagem, a iluminação dinâmica lança feixes de luz sobre quem caminha, do início à conclusão da travessia.

Também é possível iluminar de forma independente os pedestres que transitam em sentidos opostos na faixa. Assim, o sistema aumenta a visibilidade de quem faz o percurso a pé e chama a atenção do motorista.

“Nossa expectativa é que a iluminação dinâmica aumente significativamente a velocidade de resposta visomotora dos motoristas. Para que eles tenham a capacidade de frear a tempo e evitar atropelamentos”, afirma Lélio do Vale, coordenador da Central da Mobilidade para a Preservação de Vidas no Trânsito da AMC.

“Durante a madrugada, por exemplo, motoristas podem dirigir mais cansados, o que pode afetar a visualização de pedestres. Vamos analisar se o sistema pode ser decisivo para alertar o condutor que existe alguém realizando a travessia em momentos de menor atenção”, diz também.

Além disso, o sistema também registra o fluxo de pedestres e possui uma câmera acoplada. Com isso, a tecnologia permite monitorar e supervisionar a travessia, se na faixa ou fora dela.

5 SOLUÇÕES DE SMART CITY QUE VOCÊ PRECISA CONHECER

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Cidades inteligentes usam a tecnologia para coletar dados e gerenciar recursos de forma eficiente

Uma smart city usa a tecnologia para a coleta de dados e gerenciamento de recursos de forma eficiente. Segundo a União Européia, as cidades inteligentes são sistemas e pessoas que interagem e usam energia, materiais, serviços e financiamento para catalisar o desenvolvimento econômico e melhorar a qualidade de vida.

Em suma, os fluxos são inteligentes porque fazem o uso estratégico dos dados, serviços e infraestrutura com planejamento e gestão urbana. Assim, atendem às necessidades sociais e econômicas da sociedade.

Veja abaixo 5 soluções de smart city:

Smart Nation – Singapura

Singapura é a cidade mais inteligente do mundo. A informação é do Índice de Cidades Inteligentes, criado pela Universidade de Tecnologia e Design de Singapura e pelo Instituto Internacional para o Desenvolvimento em Administração da Suíça. A cidade-Estado possui cerca de 6 milhões de habitantes e fica no sul da Malásia.

Em 2014, o governo começou a implementar o Smart Nation. O programa traz várias iniciativas em diversas áreas.

Contudo, a mobilidade é um grande destaque. Neste contexto, foi criado o Open Data para o transporte urbano. A iniciativa coletou dados anônimos de passageiros em 5 mil ônibus.

Com isso, foi possível descobrir os principais problemas do sistema, como baixa oferta, pouco conforto e superlotação. O resultado foi uma queda no tempo de espera e no índice de lotação dos ônibus.

Smart City Berlim

Segundo o estudo Mobility Futures, Berlim é líder mundial em mobilidade urbana. O título se dá graças à variedade de modais para o transporte público, que estimulam a mobilidade ativa.

Além disso, a cidade também é um modelo em mobilidade elétrica, por meio do programa BeMobility, que traz diversas estações de recarga para carros elétricos.

A cidade também busca instalar sensores de veículos nos cruzamentos. Com isso, será possível abastecer uma central de dados que cuida do controle de tráfego da cidade.

Programa que incentiva carros elétricos em Paris

Outro exemplo de solução é um programa em Paris que oferece até 5 mil euros para quem comprar um veículo elétrico. Além disso, o benefício também inclui carros a gás.

O programa é válido na troca do carro antigo por um novo. Dependendo do veículo, é possível obter um retorno ainda maior.

Smart Street Lighting em Nova York

Além da mobilidade urbana, existem soluções de smart city que contribuem para a infraestrutura das cidades, como um todo. Por exemplo, o Smart Street Lighting visa substituir 500 mil postes de luz da cidade por outros com luzes de LED até 2025.

A inovação neste projeto é que os novos postes terão recursos inteligentes. Assim, só vão ativar quando pessoas estiverem por perto. Além disso, a luz terá controle de intensidade.

Projeto Laguna

A Smart City Laguna é a primeira cidade inteligente acessível do mundo. Este exemplo está no Brasil, em São Gonçalo do Amarante, no Ceará. Ao todo, são 60 soluções inteligentes e 330 hectares.

Entre as soluções, está um hub de inovação, que ganhou um prêmio alemão de arquitetura inovadora. Em suma, o local funciona como um ecossistema que na prática é uma central de informações e incubadora de projetos criativos.

É um espaço que permite a conexão entre moradores, corretores e todos que desejam trocar ideias, construir parcerias, testar novos conceitos e tecnologias. Trata-se de um espaço compartilhado, inclusive com biblioteca, cinema e cursos.

Fonte: Mobilidade Estadão

QUAL É O RUMO? POLÍTICAS PÚBLICAS E TRANSPORTE SUSTENTÁVEL

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O Governo Federal tem um papel: fixar metas e coordenar expectativas

O C-Move DF e o Dia da Mobilidade Elétrica de Brasília, nos dias 7 e 8 de março, foram os dois mais importantes eventos sobre eletromobilidade no Brasil neste início de ano.

Eles ajudaram a consolidar um crescente consenso sobre o papel decisivo que cabe ao Governo Federal na estratégia brasileira de descarbonização da economia.

Um fio condutor uniu os vários painelistas que se revezaram em dois dias de debates, num centro de convenções a poucos quilômetros da Praça dos Três Poderes.

Todos foram unânimes em dizer que o atual governo, se quiser reconquistar a histórica liderança brasileira na agenda climática mundial, terá de recuperar o tempo perdido e acertar o passo com a eletromobilidade.

Isso só será possível por meio de um ativo conjunto de políticas públicas que estabeleçam metas nacionais e regionais de transição dos combustíveis fósseis para as energias renováveis nas frotas de transporte público, particular e de carga.

E também por iniciativas que reforcem a infraestrutura de apoio à eletromobilidade, como redes públicas de eletropostos nas principais estradas do país e mudanças na legislação tributária que facilitem a venda do serviço de recarga de veículos elétricos.

Nos últimos anos, as ações para impulsionar o transporte sustentável no Brasil partiram principalmente de prefeitos, governadores e das próprias empresas. 

Com raras exceções, o Governo federal, como instância coordenadora da transição energética, tem sido o grande ausente desse debate. 

Essa ausência tem repercussão direta, por exemplo, na capacidade das empresas brasileiras de competir com as chinesas no mercado latino-americano de ônibus elétricos. Ou nas perspectivas da indústria nacional de automóveis de recuperar mercados de exportação na Europa e Estados Unidos.

Ou mesmo na competência do país de produzir componentes de médio e alto valor no mercado mundial, como semicondutores, baterias elétricas e painéis solares.

Esse é o consenso que se forma: a reindustrialização brasileira passa necessariamente pela eletromobilidade e pela inovação tecnológica inerente aos processos de descarbonização dos transportes.

E a reindustrialização passa necessariamente pelo fortalecimento das indústrias instaladas no Brasil e das tecnologias desenvolvidas por brasileiros.

Não para protegê-las da concorrência externa, mas para desafiá-las a apresentar produtos melhores, mais econômicos e sustentáveis ao mercado brasileiro e latino-americano.

Nesse processo, o Governo Federal tem uma posição central. Seu papel não é apenas impor metas, mas coordenar as expectativas de empresas, investidores e consumidores, e alinhar as várias ações subnacionais a uma estratégia coerente de transição energética. 

O Brasil já tem uma Política Nacional de Biocombustíveis e uma Política Nacional de Mobilidade Urbana. Mas não tem um Plano Nacional de Eletromobilidade.

Já sabemos qual é o rumo das grandes economias do planeta nesse tema: a China (com o 14º Plano Quinquenal), a Europa (Green Deal) e os Estados Unidos (Plano Biden). 

E do Brasil? Não sabemos. 

Continuaremos a ser uma economia exportadora de commodities e produtos primários? A ser consumidores passivos de tecnologias estrangeiras? Vamos nos contentar em ser um eterno país de renda média, incapaz de crescer, gerar prosperidade, acabar com a miséria?

São esses desafios que temos de apresentar ao novo governo e ao novo Congresso. 

Estamos na encruzilhada. Ainda não sabemos como vamos nos inserir na grande transição econômica de nosso tempo – o fim da era do petróleo e o início da era das energias renováveis.

Qual é o rumo?    

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade da autora, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities