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CSC 2023: NA PRÓXIMA SEMANA, A PLATAFORMA CONNECTED SMART CITIES INICIA O CICLO DE EVENTOS ONLINES DO ANO

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O primeiro encontro vai trazer para discussão o tema Mobilidade, abordando o estudo das 100 empresas mais influentes do setor em 2023, lançado em parceria com o Mobilidade Estadão, e o anúncio do  Prêmio Mobilidade Urbana. 

Na próxima terça-feira, dia 21/03, a partir das 10h, a Plataforma Connected Smart Cities iniciará uma série de encontros online para debater diversos temas que integram os ecossistemas de cidades inteligentes. O objetivo é refletir e discutir ações e estratégias para o desenvolvimento de smart cities nos âmbitos social, econômico e ambiental, em conjunto com especialistas convidados.  

Nesta primeira ocasião, a CEO e idealizadora do Connected Smart Cities, Paula Faria, e o sócio-diretor da plataforma, Willian Rigon, realizarão a abertura do evento, que inclui a apresentação do levantamento das 100 empresas mais influentes em mobilidade urbana de 2023, um estudo iniciado em janeiro e finalizado no final de fevereiro, em parceria com o Mobilidade Estadão, que reconhece os melhores profissionais e iniciativas de destaque no setor. O caderno especial com a lista de todas as empresas vencedoras deste ano pode ser acessado aqui.

“A série de eventos online, que serão realizados pela plataforma Connected Smart Cities ao longo do ano, foi pensada para fortalecer a discussão de pautas pontuais referentes ao universo de cidades inteligentes e projetos associados para conhecimento de públicos de interesse e sociedade em geral, que se preocupam com o planejamento e desenvolvimento de cidades mais conectadas, resilientes e sustentáveis”, destaca Paula Faria.

O primeiro evento online da plataforma também contará com a presença do editor do Caderno e do Portal – Mobilidade Estadão, Dante Grecco, e do colunista, empreendedor e um dos especialistas em mobilidade mais renomados do país, Sérgio Avelleda.

Concurso 100+

Neste ano, o CSC e o Mobilidade Estadão realizaram a 2ª edição do estudo das 100 empresas mais influentes em mobilidade do Brasil de 2023. Ao todo, participaram 339 empresas finalistas, de nove nichos diferentes do mercado, analisadas por 33 jurados, segundo as categorias de análise: Inovação e Pilares ESG (Social, Ambiental e Governança). 

“A avaliação e votação demandaram o cumprimento de critérios específicos capazes de elencar as empresas realmente merecedoras do reconhecimento de sua atuação, com geração de resultados positivos, para o avanço da mobilidade nacional”, analisou o editor do Caderno Mobilidade Estadão.

Lançamento do Prêmio Mobilidade Urbana

Para enriquecimento dos debates das pautas neste dia, o sócio-diretor da Urucuia – Inteligência em Mobilidade Urbana, Sérgio Avelleda, anunciará o lançamento do Prêmio Mobilidade Urbana, idealizado em parceria com a plataforma CSC e a própria Urucuia. “A premiação tem o propósito de reconhecer práticas inovadoras em mobilidade que são cruciais para o desenvolvimento econômico e sustentável”, analisa Avelleda.

Serviço

Eventos online CSC 2023

Mobilidade, apresentação do estudo sobre as 100 empresas mais influentes em mobilidade, lançamento do Prêmio Mobilidade Urbana e outras pautas prioritárias para o desenvolvimento de cidades inteligentes. 

21 de março

10h às 11h

Para inscrições gratuitas, clique aqui.

PANORAMA ESG: EMPRESAS BRASILEIRAS PRIORIZAM MAIS O ‘S’ DO QUE O ‘E’ E O ‘G’, DIZ PESQUISA

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Estudo, que ouviu mais de 40 mil empregadores em 41 países, aponta que cumprir a legislação e refletir sobre os valores da organização são os grandes impulsionadores do ESG

Uma pesquisa do ManpowerGroup, consultoria global com especialização em recursos humanos, afirma que 42% das empresas no Brasil estão priorizando o pilar social (o S de ESG), enquanto no contexto global este número diminui para 37%. Depois dele, o pilar do meio ambiente (o E, de environmental) é a segunda prioridade, seguida por governança coorporativa (G, de governance). No Brasil, os estados que mais priorizam o parâmetro social são, em ordem: Paraná (com 51%), seguido por Minas Gerais (45%) e Rio de Janeiro (com 42%). A pesquisa ouviu mais de 40 mil empregadores em 41 países.
Levando em consideração os dados da pesquisa, fica evidente que a priorização das ações socais é uma tendência no Brasil e no mundo. Por esse motivo, é importante que cada empresa entenda qual é a melhor iniciativa a ser aplicada para gerar um impacto positivo. Dentre as opções de práticas sociais, estão: ações de igualdade de gênero e de abertura à diversidade, cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e atenção às questões trabalhistas.
“Incorporar os eixos de ESG na realização e no encadeamento das companhias impulsiona comportamentos alinhados a essa agenda. Demanda que colaboradores sejam encorajados a adotar uma postura responsável e consciente em suas próprias ações diárias, bem como incentiva que toda a cadeia se movimente para alcançar esse patamar de atuação”, afirma Wilma Dal Col, diretora de gestão estratégica de pessoas da ManpowerGroup.
Os consumidores estão atentos à forma com que as empresas se posicionam socialmente, valorizando a colaboração e lembrando que ações sociais podem ser relevantes financeiramente para a atração e retenção de talentos e valorização da marca, pois, hoje, a geração Z está exigindo mais das marcas, ressalta a diretora.

Motivos para adoção da agenda ESG

Segundo a pesquisa, os principais motivos pelos quais as empresas adotam um programa ESG são para cumprir com a legislação e os regulamentos vigentes (42% no Brasil), seguido dos fatores de reflexão dos valores da organização, redução de custos – empatados em 39% – e, em 33%, está o motivo de ganhar vantagem competitiva.

Pensando nisso, o estudo afirma que a agenda ESG auxilia os empregadores a reforçarem a marca da empresa e diminuir custos, criando uma relação positiva entre as organizações, as pessoas que as compõem e o planeta.

A relação entre as contratações e as práticas ESG

Quando o assunto é contratação de novos colaboradores, a pesquisa aponta que 90% das empresas brasileiras vão olhar para o time interno para depois tomar a decisão de contratar talentos fora da empresa. Neste mesmo contexto, 63% dos empregadores entendem que precisam treinar e desenvolver talentos existentes nos pilares ESG.

O primeiro desafio para implementar o ESG nas empresas, de qualquer segmento ou porte, é conseguir formar uma equipe multidisciplinar para aplicar o planejamento e transformá-lo em ações práticas. Pensando nisso, só 5% dos respondentes afirmaram ter todos os talentos necessários dentro da organização.

“A partir da pesquisa, entendemos que as empresas estão construindo suas estratégias considerando seus potenciais internos em primeiro lugar. Esse dado é relevante para destacar a importância de desenvolver talentos e apostar em boas práticas internas”, conclui Wilma.

Fonte: Exame

A NECESSIDADE DE RENOVAR A TEORIA SOBRE EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

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Por: Mauricio Portugal Ribeiro

Esse texto foi escrito para expor a necessidade e o escopo de curso aberto sobre equilíbrio econômico-financeiro de contratos que Mauricio Portugal Ribeiro e Felipe Sande vão ministrar em 15 e 16 de maio de 2023.

As inscrições para o curso serão abertas no website do P3C na semana do dia 20 de março de 2023.

As regras em torno do equilíbrio econômico-financeiro de contrato se modificaram nos últimos 25 anos.  Até 25 anos atrás, os pleitos de reequilíbrio eram decididos em uma mesa de negociação entre o chefe do poder executivo e o presidente da empresa contratada da administração pública, em um ambiente político, influenciado pelas expectativas de contribuições das empresas para a campanha eleitoral.

A crescente desconfiança da sociedade em relação aos agentes públicos e privados dos setores de infraestrutura, aprofundada pela Operação Lava a Jato, e o fortalecimento e crescente interferência dos controladores da administração nas decisões dos poderes concedentes e agências reguladoras sobre os contratos em curso de concessão, de PPP ou de obra pública mudou o mundo dos processos para reequilíbrio econômico-financeiro de contratos na esfera administrativa, arbitral e judicial.

Esses processos evoluíram da sua dimensão política para se tornarem processos com conteúdo eminentemente técnico, estruturados sobre conhecimentos (a) de natureza conceitual, como, por exemplo, o sobre o funcionamento da distribuição de riscos dos contratos, e os (b) de natureza quantitativa, como o dimensionamento dos desequilíbrios e reequilíbrios por meio do tratamento do valor do dinheiro no tempo a partir de fluxos de caixa com efeitos regulatórios, elaborados seguindo regras definidas nos contratos.

Ao mesmo tempo, a partir de 2005, os contratos de concessão e PPP passaram a prever regras sobre as técnicas e os métodos para quantificação dos desequilíbrios e reequilíbrios. Nesse contexto, temas que eram tratados com o status de boas práticas financeiras se tornaram em virtude dessas novas regras objeto de reflexões de natureza jurídica.

Mais recentemente, a Lei n० 14.133/21 trouxe uma série de regras sobre distribuição de riscos e equilíbrio econômico-financeiro dos contratos, que terão impacto em todos os contratos administrativos.

Apesar dessas mudanças em torno dos contratos administrativos e, particularmente, em torno do tema do seu equilíbrio econômico-financeiro, a maior parte dos especialistas continua sem conseguir conciliar as noções antigas de equilíbrio econômico-financeiro – que foram construídas por juristas sem formação econômica ou financeira – com a sua evolução recente. Isso porque, ou são especialistas com formação quantitativa, ou com formação jurídica. É, contudo, indispensável para a compreensão atual do tema uma perspectiva multidisciplinar.

O presente curso pretende mostrar que é possível uma compreensão teórica sólida do tema do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos a partir de uma perspectiva multidisciplinar jurídica e econômico-financeira, usando um cabedal teórico capaz de dar conta da multiplicidade das situações concretas em que ocorrem eventos de desequilíbrio e com o uso das diversas técnicas e metodologias para tratamento do tema previstas nos contratos ou na atividade regulatória das agências reguladoras. Portanto, é um curso que vai de exemplos práticos – vários deles decorrentes da vasta experiência dos professores – até as elaborações teóricas mais recentes que permitem o tratamento rigoroso da experiência e dos casos concretos.

Nesse sentido, o presente curso é desdobramento dos artigos que Mauricio e Felipe têm publicado sobre esse tema (https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=3771770 e https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=4251145), que demonstram a possibilidade de compreensão teórica abrangente e unitária das práticas atuais sobre equilíbrio econômico-financeiro do contrato, permitindo inclusive definir e delimitar as melhores práticas em torno do tema.

Além disso, o curso pretende mostrar que (e como) os processos de reequilíbrio bem estruturados a partir de uma gestão contratual diligente podem ser alavancas de valor para as concessionárias.

Fonte:  Mauricio Portugal Ribeiro

PROJETO DUS LANÇA EDITAL PARA SELEÇÃO DE MUNICÍPIOS PILOTOS.

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Chegou a oportunidade de elaborar e implementar projetos de desenvolvimento urbano integrado!

O Ministério das Cidades e a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, no âmbito do Projeto “Desenvolvimento Urbano Sustentável (DUS)”, convidam municípios de todo Brasil para submeterem propostas de projetos demonstrativos no tema de Desenvolvimento Urbano integrado, inclusivo e resiliente ao clima. O Projeto DUS é financiado pelo Ministério da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento (BMZ, sigla em alemão).

O Projeto DUS oferece às cidades a oportunidade de submeter ideias para a implementação de projetos demonstrativos sobre desenvolvimento urbano integrado, contribuindo à superação de desafios relacionados as desigualdades sociais e resiliência climática.

Acesse o Edital de Seleção, cronograma e outras informações no website do Ministério das Cidades, clicando aqui.

Prazo para inscrições: 14/03/2023 ao dia 04/04/2023

A submissão de propostas está aberta a todos os municípios do Brasil, sendo possível uma parceria ou consórcio de municípios vizinhos. A inscrição se dá através do preenchimento completo do formulário disponível na ReDUS.

Webinário –  Projeto DUS promoveu um seminário virtual para detalhar o processo e apresentar o edital, pelo canal do Ministério das Cidades no YouTube.

Fonte:

PRÁTICAS ESG NORTEIAM SELEÇÃO DAS 100 EMPRESAS MAIS INFLUENTES

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Uso de indicadores ambientais, sociais e de governança auxilia na busca de soluções para setor

A crise ambiental global é uma realidade e pode afetar, consideravelmente, a qualidade de vida das pessoas, com impacto maior nos grandes centros.

O setor de transportes, tradicionalmente, responde por grande parte da emissão na atmosfera de gases causadores do efeito estufa, por causa do uso de combustíveis fósseis.

Nesse contexto, torna-se urgente a reformulação de hábitos e a adoção de práticas mais responsáveis e sustentáveis para a configuração de cidades mais inteligentes e equilibradas.

Pela importância do tema, as práticas ESG – ambientais, sociais e de governança, na sigla em inglês – foram adotadas nesta segunda edição do levantamento das 100 empresas mais influentes em mobilidade de 2023, atuando como categoria fundamental para avaliação crítica das companhias.

Para que o cenário seja transformado, sociedade e empresas precisam rever suas estratégias de negócios, integrando-os aos propósitos do conceito ESG e promovendo, dessa forma, melhorias em mobilidade urbana como nos sistemas de transporte e outros, com foco na redução de impactos socioambientais.

Transformação na mobilidade

Com base nesse panorama, a plataforma Connected Smart Cities e o Mobilidade Estadão consideraram as premissas ambientais, sociais e de governança como requisitos essenciais para estudo e votação das 100 empresas mais influentes, entre as 300 companhias totais que participaram do levantamento.

Com isso, durante o estudo e a votação, os jurados analisaram ações e políticas de eficiência energética, com uso de fontes renováveis em suas produções, práticas socioambientais responsáveis, projetos e resultados positivos em prol da inclusão, diversidade e equidade, planos de governança transparentes e éticos com geração de benefícios para o meio ambiente e para a população.

Aplicação prática

Roberta Marchesi, diretora executiva da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), destaca a importância de práticas em ESG em seu nicho de atuação.

“O transporte de passageiros sobre trilhos é limpo e movido a energia elétrica, na sua maioria, sem emissões de poluentes na atmosfera. Além disso, é de alta capacidade, transportando muitas pessoas com rapidez, contribuindo para a redução de acidentes e dos congestionamentos”, diz Roberta.

O segmento também é atuante no âmbito das pautas sociais. “É um setor responsável, com práticas de governança corporativa e transparência. Da mesma forma, atua nas causas sociais com o apoio a instituições e parcerias em ações voltadas para a população, que, normalmente, são realizadas nas estações”, analisa.

Visões complementares

De acordo com Paulo Miguel Júnior, presidente da Associação Brasileira de Locação de Automóveis (Abla), já existem alguns reflexos positivos da adoção de tais conceitos na sociedade brasileira.

“Estamos vendo, em algumas empresas, o desenvolvimento de iniciativas, no aspecto de compensação de carbono e na destinação de resíduos. Vemos, também, a inclusão não apenas no atendimento aos clientes como também para o seu público interno”, destaca Júnior.

“INOVAÇÃO PODE ATRAIR USUÁRIOS PARA O SISTEMA DE TRANSPORTE PÚBLICO”

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Sérgio Avelleda, sócio-fundador do Grupo Urucuia, fala sobre necessidade da construção de cidades mais inteligentes, inclusivas e resilientes

As cidades crescem em um ritmo acelerado. Tráfegos intensos, elevação de riscos à saúde e segurança dos cidadãos, maior ocorrência de impactos ambientais, como poluição, enchentes e deslizamentos, são fatores que constituem as realidades cotidianas de grandes áreas urbanas brasileiras.

Uma estratégia fundamental para uma boa gestão da mobilidade urbana é o investimento em ações e soluções em inovação tecnológica, aliadas aos propósitos ESG, que focam no bem-estar e na qualidade de vida socioambiental. Para refletir sobre o tema, conversamos com Sergio Avelleda, coordenador do Núcleo de Mobilidade Urbana do Laboratório de Cidades Arq.Futuro, do Insper, e sócio-fundador da Urucuia, de Inteligência em Mobilidade Urbana.

Avelleda: “Inovação deve mudar a vida das pessoas”. Foto: Arquivo pessoal

Como as ações em inovação podem trazer melhorias e avanços aos sistemas de transporte e mobilidade urbana?

Sérgio Avelleda: Os investimentos, nesse setor, podem romper esse ciclo de perda de usuários, que o transporte público vive. Por exemplo, aplicativos que conectam os usuários com as informações diretas dos sistemas de transporte, integrando-as aos de bilhetagem inteligente, podem ser muito atrativos para o gerenciamento de viagens. Temos de alcançar esse mesmo nível de inovação – ou parecido – no transporte público.

A inovação, por exemplo, na infraestrutura dos veículos, trazendo ônibus elétricos que não poluem, silenciosos e com condução mais suave, é outro aspecto que pode atrair muitos usuários. Não podemos pensar em inovação, simplesmente, por inovação. As mudanças nas cidades passam primeiro pela elaboração de políticas públicas dedicadas a melhorar a qualidade de vida das pessoas. Logo, o foco central tem de ser desburocratizar, aumentar o acesso e aprimorar a qualidade dos serviços.

Por exemplo, a telemedicina para consultas básicas pode revolucionar o Sistema Único de Saúde (SUS), reduzindo custos e melhorando a capacidade do usuário de interagir com o médico. Serviços municipais informatizados, também, permitem o acesso via internet, diminuindo a necessidade de deslocamento. A cidade precisa ir além da inovação, buscando se aproximar mais das necessidades dos cidadãos e trazendo os serviços públicos para a palma da mão.

Como políticas em inovação podem fomentar boas práticas em inclusão e cidadania?

Avelleda: As ações inovadoras precisam estar diretamente conectadas aos objetivos da cidade, que também devem estar vinculados aos Objetivos Globais de Desenvolvimento Sustentável e aos Objetivos de Sustentabilidade, de Governança e de Inclusão Social.

Qual é o papel dessa linha de frente, em relação a outros pilares de ESG, como governança e meio ambiente?

Avelleda: A inovação tem que estar diretamente ligada à capacidade de mudar a vida das pessoas. E, muitas vezes, inovar não é utilizar plataformas tecnológicas. Redesenhar uma rua para colocar nela mais bicicletas, pessoas, transporte público e menos carros não demanda o uso de tecnologia, mas pode contribuir muito para a melhoria de vida. Isso é uma forma inovadora de fazer política pública.

Como o estímulo ao aumento de parcerias público-privadas pode garantir mais inovação tecnológica na mobilidade urbana brasileira?

Avelleda: A parceria público-privada é fundamental para o desenvolvimento de políticas públicas, especialmente na área de tecnologia. Tecnologia e burocracia nos serviços públicos são coisas incompatíveis entre si. E, essas parcerias ajudam a acelerar investimentos – infraestrutura, compra de ônibus, melhoria dos metrôs, expansão dos sistemas de transporte – e podem ser beneficiadas pela agilidade e flexibilidade que o setor privado oferece. Entretanto, isso não exime a responsabilidade do Estado de regular, fiscalizar e controlar medidas para a proteção de interesses dos usuários e de toda a coletividade.

Qual sua perspectiva em relação à nova gestão do governo para a busca de melhores políticas de mobilidade nos próximos anos? Quais são os maiores desafios?

Avelleda: A nova gestão traz a racionalidade, que havíamos perdido no governo anterior, em relação ao tema políticas públicas. A gestão anterior era movida por uma ideologia muito preconceituosa, e este novo parece estar mais aberto à discussão de políticas públicas, o que é muito bem-vindo. E, também, mais aberto ao engajamento da sociedade civil. Este governo se abre para a participação de conselhos, ONGs, entidades, especialistas. Já o governo anterior era muito fechado em si mesmo. Com isso, a qualidade da política pública tende a melhorar.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO PLANEJAMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA AS CIDADES INTELIGENTES

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A utilização de inteligência artificial no contexto das smart cities não é recente, sendo que 80% do uso de IA para cidades inteligentes está baseado em tecnologia de vídeo

Nos últimos meses, o ChatGPT, um chatbot de inteligência artificial, ganhou destaque nas mídias devido a sua capacidade de responder a diversas perguntas em formato de diálogo. Outras iniciativas da Open AI, que é a mesma empresa que desenvolveu o ChatGPT, tiveram vasta repercussão no âmbito tecnológico e incluem o desenvolvimento de modelos de inteligência artificial que permitem a criação de imagens e de códigos de linguagem de programação a partir de textos discricionários.

Apesar de o tema “inteligência artificial” estar em alta e ser alvo de diversas discussões envolvendo o futuro do mercado de trabalho, o mundo acadêmico e o desenvolvimento de habilidades cognitivas e comportamentais, sabemos que a IA é um recurso amplamente utilizado em diversas ferramentas de uso cotidiano, como aplicativos de rotas, assistentes de voz, e-mail, Google, Netflix, Spotify, redes sociais, reconhecimento facial, entre muitas outras, inclusive soluções aplicadas na esfera profissional como marketing digital, vendas, gestão financeira, etc. 

E como tem sido a aplicação da inteligência artificial para a resolução de problemas nas cidades? Esta tecnologia tem de fato contribuído para o desenvolvimento de políticas públicas mais assertivas no longo prazo, ou para um desenvolvimento sustentável das cidades? 

A utilização de inteligência artificial no contexto das smart cities não é recente, sendo que 80% do uso de IA para cidades inteligentes está baseado em tecnologia de vídeo. Apesar de as áreas de mobilidade e segurança serem as que mais utilizam a IA agregando inteligência para a tomada de decisão e a otimização de recursos, outras áreas como educação, saúde e sustentabilidade também podem se beneficiar desta tecnologia. 

Muitos municípios têm avançado com iniciativas de implementação de IoTs, os dispositivos que coletam dados nos territórios. Algumas cidades buscam integrar esta coleta de dados em centros de controle operacional, os CCOs, a fim de gerir as informações advindas de múltiplas entradas, como câmeras, semáforos, sensores, lâmpadas, aplicativos de transporte, segurança etc. 

Embora a gestão dos dados seja um desafio, diante da complexidade e falta de integração entre os diversos dispositivos coletores de dados, as cidades têm avançado e utilizado a inteligência artificial para identificar situações de risco e antecipar problemas, fornecendo análises que possam auxiliar na elaboração de políticas públicas mais assertivas. 

No âmbito da mobilidade, a inteligência artificial tem sido amplamente utilizada e contempla o mapeamento do trânsito, alertas de acidentes, previsão do tempo de espera para o transporte público, otimização de rotas, obtendo dados tanto de veículos do transporte público como de usuários, que através de empresas de base tecnológica, fornecem dados de locomoção, alavancando a inteligência das soluções. 

Na área da segurança pública a IA é fundamental para diminuição dos índices de criminalidade. As câmeras de segurança espalhadas na cidade podem identificar atividades suspeitas e auxiliar na vigilância, se utilizando por exemplo de face analytics para reconhecer criminosos. Além disso, a utilização de câmeras favorece a gestão da cidade a partir do monitoramento de coletas de lixo, detecção de incêndios, vandalismo, ou até mesmo em casos de inundações e outras situações de perigo. 

A inteligência artificial também está presente em soluções para o cidadão, como os aplicativos que ofertam os serviços públicos online e ajudam a identificar padrões de utilização, como os serviços mais acessados, contribuindo com a previsibilidade da demanda no planejamento de atendimentos e redução de prazos. Um aplicativo que se utiliza de IA para o cidadão consegue verificar a disponibilidade de remédios na rede pública, vagas em escolas, possibilita agendamentos com base em critérios de proximidade ou tempo de espera, e inclui otimizações que melhoram a qualidade do serviço público prestado. 

A IA é uma importante aliada para reduzir o índice de evasão escolar e identificar padrões de aprendizagem dos alunos. Para o social, possibilita detectar situações de vulnerabilidade e violência doméstica, considerando regiões, faixa etária, faixa salarial, entre outros critérios, que combinados a todos os outros dados das demais áreas constituem uma fonte de informação única, disponível na palma da mão do gestor público. 

Ao analisarmos todo esse contexto, cabe refletirmos se diante da quantidade de dados disponíveis e dos recursos existentes no mundo da tecnologia, estamos repensando as políticas públicas com base em evidências, levando em conta o futuro da sociedade, os hábitos, as tendências comportamentais e mercadológicas, a produção, indústria e comércio, a eficiência energética, ou quaisquer outros fatores que possam influenciar no planejamento de cidades mais sustentáveis. Embora ainda tenhamos desafios na integração de dados e na implementação de soluções que incorporem todos os recursos disponíveis, sabemos que a tecnologia aliada à inteligência artificial representa a eficiência do poder público e uma gestão com visibilidade para a tomada de decisão, para que se governe com responsabilidade, planejamento e previsibilidade. 

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

VISÃO CRÍTICA DOS JURADOS ESTIMULA AVANÇO DA MOBILIDADE

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Especialistas destacam tendências e avaliam aplicação das categorias Inovação e Práticas em ESG no mercado

Nesta segunda edição do estudo 100 Empresas Mais Influentes em Mobilidade, o levantamento contou com a avaliação de 33 jurados, nomes de peso que atuam em diversas frentes desse amplo setor. Esse trabalho resultou na seleção das 100 companhias mais representativas do segmento, entre as mais de 300 avaliadas.

O comitê de jurados, time formado por profissionais, representantes do setor e especialistas do Estadão, respondeu a perguntas específicas nos formulários, em cada uma das categorias propostas, contribuindo com opiniões para o fortalecimento da mobilidade urbana.

Conheça, a seguir, as avaliações de cinco profissionais que participaram do estudo.   

O que pensam os jurados

Cristina Albuquerque, gerente de mobilidade urbana do Programa Cidades da WRI Brasil

“Sobre a eletromobilidade, com certeza, temos diversos benefícios ambientais e sociais em qualificação do sistema de transporte coletivo. E precisamos avançar ainda mais nessa pauta no País. Ainda temos desafios a serem superados, como a questão do alto custo do capital de tecnologia e da maior necessidade de competitividade com outros tipos de veículo. Não só em relação ao veículo padrão convencional mas também no que se refere aos veículos menores e maiores para atender a demais cidades no processo de descarbonização. Temos, também, outros modelos de negócio com diferentes atores ajudando a destravar a barreira financeira para alcançarmos, de fato, o benefício social da eletromobilidade.
Estamos vendo atores do setor de energia começando a participar dos negócios, investidores, fundos de investimento para ajudar a aumentar a frota e fazendo contratos de locação para minimizar a barreira inicial do custo de capital elevado que os elétricos ainda têm. Também vemos essa movimentação nos diferentes fabricantes para termos maior oferta de veículos no mercado brasileiro.” Cristina Albuquerque

Paulo Miguel Júnior, presidente da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla)

“As locadoras de automóveis vêm buscando criar novas iniciativas em ESG. Entretanto, já estamos vendo, em algumas empresas, o desenvolvimento de iniciativas no aspecto de compensação de carbono e na destinação de resíduos, com a inclusão não só no atendimento aos clientes mas também para o seu público interno.” Paulo Miguel Júnior

Janayna Bhering Cardoso, Gerente de Negócios e Parcerias da Fundep‘ (Fundação de Desenvolvimento de Pesquisa)

“A Fundep tem atuado em diversos esforços públicos e privados pautados pela inovação e práticas ESG. Neste contexto, atuamos como coordenador de três das seis linhas prioritárias do Programa Rota 2030 ligado ao governo federal e que visa o aumento da competitividade da cadeia automotiva. Além disso, atuamos na Plataforma Nacional da Mobilidade Elétrica (PNME), plataforma multidisciplinar que reúne diferentes atores para construir soluções concretas para a mobilidade elétrica no Brasil. Desta forma, buscamos apoiar diversas ações em mobilidade ESG no Brasil, que se destacam pela preocupação com assuntos envolvendo a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade. Acreditamos e apoiamos o desenvolvimento de novos modelos de negócios pautados pela inovação que possibilitem o maior acesso à população em geral, contribuindo para que a transição energética se dê de forma sustentável.” Janayna Bhering Cardoso

Rodrigo Tortoriello, vice-presidente da Federação das Empresas de Mobilidade do Estado do Rio de Janeiro (Semove)
“Vemos que as práticas de ESG são cada vez mais relevantes no processo de gestão de cada uma das empresas. No setor de mobilidade, é fundamental que se invista nessa tríade, porque não há como falar em melhorar o transporte público sem que se pense em como ser ainda mais eficiente do ponto de vista ambiental. Para o passageiro, o transporte público já é mais ambientalmente amigável do que o individual. Mesmo assim, como podemos ser ainda mais eficientes e conseguir resultados melhores no aspecto ambiental? Isso vai depender do tipo de combustível utilizado até as práticas internas de manuseio e gestão do combustível, de óleos lubrificantes, como são lavados os veículos e como são tratados os resíduos dentro das unidades ou empresas.” Rodrigo Tortoriello
Lilian Frazão, CEO da Quero Pedalar e co-organizadora do Pedal Voluntário

“Vou citar uma empresa que está na minha área de atuação. A Tembici trouxe um modelo de negócio disruptivo, um serviço de compartilhamento de bicicletas que não havia no Brasil, mas eu já havia visto, há alguns anos, na Europa. Um modelo relativamente novo e que ainda está em fase de crescimento, mas já envolvido na forma de locomoção das pessoas nas cidades. A empresa utiliza alta tecnologia para gerenciar a frota de bicicletas para oferecer o melhor a seus clientes. Ao pensar em ESG e bicicleta, ela já nasce com a preocupação ambiental, pois promove a mobilidade urbana sustentável e contribui para a redução das emissões de carbono.” Lilian Frazão

CONHEÇA ALGUNS NÚMEROS DO LEVANTAMENTO DAS 100 EMPRESAS MAIS INFLUENTES EM MOBILIDADE DE 2023

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Comprometimento com o meio ambiente, como iniciativas de eletromobilidade, foi um dos aspectos avaliados no levantamento

Nesta segunda edição do levantamento das 100 empresas mais influentes em mobilidade, 33 jurados avaliaram um universo total de 339 companhias. Foram definidas nove categorias, que representam o amplo ecossistema da mobilidade no País.

Veja, no gráfico abaixo, a quantidade de empresas em cada um dos nove segmentos que compõem o levantamento.

gráfico pizza com números das 100 empresas mais influentes em mobilidade de 2023
Veja a divisão por categoria das 100 empresas mais influentes em mobilidade de 2023. Fonte: Connected Smart Cities

Confira a relação das 100 empresas mais influentes em mobilidade de 2023.

Fonte: Mobilidade Estadão

SEGUNDA EDIÇÃO DO ESTUDO ANALISA BOAS PRÁTICAS EM INOVAÇÃO E ESG DE 339 EMPRESAS DO SETOR

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Segunda edição do estudo avalia boas práticas em Inovação e ESG de mais de 300 companhias do setor; saiba como foi feita a votação e conheça os critérios usados para premiação das vencedoras

Buscar caminhos viáveis para a expansão de cidades inteligentes é um dos grandes desafios da atualidade. Nesse sentido, é fundamental que o poder público e a iniciativa privada planejem e desenvolvam uma agenda de ações estratégicas que seja capaz de cumprir essa missão.

Na mobilidade, as boas práticas, principalmente sistemas de transporte que facilitem os deslocamentos, podem transformar cenários urbanos, tornando-os mais resilientes, inclusivos e sustentáveis. No fim, o foco está em inovações e iniciativas com potencial para melhorar a vida da população.

Para analisar o papel das corporações nesse sentido, além de identificar tendências que podem ser implementadas em escala, a plataforma Connected Smart Cities e o Mobilidade Estadão apresentam a segunda edição do levantamento das 100 empresas mais influentes em mobilidade de 2023.

Um minucioso estudo foi feito entre janeiro e fevereiro deste ano, considerando as melhores iniciativas em mobilidade urbana e as com maior potencial para avanço no ecossistema.

A votação e análise de dados ficaram a cargo de um comitê de jurados, um time seleto composto por 39 profissionais, representantes do setor, além de especialistas do Estadão.

Critérios para votação

No levantamento, as empresas analisadas foram divididas em nove segmentos de atuação:

* Fabricantes e Operadores de Transporte Público (FOTP)
* Fabricantes e Operadores de Veículos (FOV)
* Fabricantes e Operadores de Caminhões (FOC)
* Fabricantes e Operadores de Motos (FOM)
* Fabricantes e Operadores de Bicicletas, incluindo modelos elétricos, patinetes e outros levíssimos (FOB)
* Tecnologias e Operadores de Compartilhamento (TOC)
* Tecnologia & Inovação para Mobilidade (TIM)
* Consultorias (CON)
* Mobilidade Aérea Urbana, incluindo drones e aeronaves elétricas de decolagem e pouso na vertical – as eVTOLs (MAU). Este último, incorporado nesta edição do evento.

Após a segmentação, foram consideradas as seguintes categorias para avaliação crítica: Inovação, elegendo ações e programas de mobilidade mais modernos, tecnológicos e resilientes; e Práticas em ESG (ambiental, social e de governança).

Foram priorizadas iniciativas comprometidas com investimentos em eficiência energética; bem-estar social e ambientalmente sustentável; e, por fim, gestão e políticas empresariais embasadas na defesa dos direitos humanos e dos pilares de inclusão (diversidade e equidade), transparência e ética.

No levantamento, os jurados não precisavam votar em todas as empresas e categorias listadas, que foram mais de 300. Dessa forma, os participantes da votação só apontaram empresas que conheciam e que, consequentemente, se sentiam aptos para justificar as razões de seus votos.