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RENAULT SE TRANSFORMA PARA ELETRIFICAÇÃO MUNDIAL

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Fabricante se movimenta com metas de descarbonização, digitalização e políticas socioambientais para novos tempos da eletromobilidade

No cenário automotivo global, não há uma fabricante sequer que não esteja envolvida com planos de eletrificar seu portfólio de veículos. Em muitos países da Europa, a meta de não desenvolver mais automóveis com motor a combustão, a partir de 2035, impõe desafios importantes para reduzir emissões de poluentes em todas as esferas de produção.

A Renault é uma das montadoras que mergulharam firme no propósito de descarbonizar suas atividades, ao lançar o plano Renaulution, em 2021. Trata-se de uma política de governança socioambiental baseada em três pilares: a transição energética, a segurança dos clientes no trânsito e dos colaboradores no local de trabalho e o aumento no número de mulheres nas equipes de trabalho.

“Os resultados do Renault Group, em 2022, ficaram acima dos objetivos iniciais traçados no plano Renaulution”, afirma Ricardo Gondo, presidente da Renault do Brasil. “Assim, conseguimos finalizar a primeira fase, chamada de Resurrection, com três anos de antecedência.”

O compromisso em relação à eletrificação é que as vendas dos veículos movidos a bateria da marca totalizem 65% a partir de 2025 e 90% em 2030. A Renault busca, também, alcançar zero carbono na Europa até 2040 e, dez anos depois, no mundo.

Segunda etapa

O plano está bem encaminhado. Gondo conta, que, no ano passado, a companhia registrou redução de 25% na pegada de carbono em âmbito global, colaborando para o início antecipado da Renovation, a segunda fase do projeto Renaulution. Com foco no desenvolvimento de produtos de alta qualidade, ela vai culminar com a melhor gama de veículos da fabricante dos últimos 30 anos.

“O Megane E-Tech, totalmente elétrico, e o Austral são os primeiros modelos dessa nova onda. No Brasil, o carro de estreia da fase Renovation será o Megane E-Tech, previsto para chegar no segundo semestre”, revela o executivo.

A aceleração na meta de descarbonização é um plano que inclui investimentos em energia fotovoltaica, geotérmica e biomassa. Em novembro passado, por exemplo, a empresa divulgou o plano de descarbonizar as unidades industriais na França, por meio de parcerias estratégicas.

“O acordo com a empresa Voltalia prevê o maior contrato de fornecimento de eletricidade verde na França. Já a Engie preparou o primeiro projeto geotérmico no parque industrial na cidade de Douai. A Dalkia, por sua vez, se encarregou da instalação de uma caldeira de biomassa em Maubeuge”, revela Gondo.

Universidade

Os compromissos de transição ecológica assumidos pela Renault são abrangentes. Um deles se refere à diminuição na pegada de carbono da área de compras, concentrando esforços em seis componentes (aço, alumínio, polímeros, componentes eletrônicos, pneus e vidros). Na manufatura, a empresa pretende cortar 50% nas emissões de suas fábricas até 2030, em comparação aos índices de 2019.

Para isso, a Renault vem investindo € 20 milhões em intervenções em suas instalações industriais que, de acordo com Ricardo Gondo, serão capazes de gerar uma economia de até € 90 milhões com a redução de energia.

Tendo em vista que a eletrificação dos carros e dos meios de produção exigirá novas competências, a Renault decidiu recorrer à expertise da academia. Dessa forma, ela mesma criou uma universidade com atuação nas áreas de eletrificação, cibersegurança, análise e gestão de dados e economia circular.

Até 2025, a ReKnow University, destinada, no primeiro momento, aos colaboradores da Renault na França, formará 40% do pessoal impactado por essas transformações. Em seguida, os cursos serão abertos aos parceiros industriais, que trabalham em conjunto com a Renault na implementação de cursos profissionalizantes. Enquanto forma a mão de obra especializada, a Renault também segue na estrada da digitalização com o primeiro metaverso industrial.

Megane E-Tech

Na Europa, a Renault é a terceira marca no mercado dos veículos elétricos e a segunda entre os híbridos. Mas a velocidade dos mercados é diferente. Embora esteja em evolução no País, o segmento de automóveis eletrificados ainda representa cerca de 4% do total.

“No Brasil, a Renault vendeu 1.200 veículos 100% elétricos em 2022. Esse desempenho representa aumento de sete vezes, em relação a 2021. O Kwid E-Tech ajudou muito para atingir esse número”, acredita Gondo.

Em 2023, com a chegada do Megane E-Tech 100% elétrico, a expectativa é de que esse número de vendas dê um salto significativo. Qualidades não faltam ao carro: são mais de 300 patentes registradas na produção do veículo e da plataforma.

“Um exemplo é o processo de enrolamento do rotor sem ímã, que é substituído pelo cobre, com impacto ambiental bem menor”, explica Gondo. “O processo permite modular a corrente no rotor, restringindo o consumo de energia elétrica, principalmente em alta velocidade e em vias rápidas.”

Metaverso industrial

A digitalização dos processos da Renault conheceu um aliado importante, que é o metaverso industrial. Atualmente, 100% das linhas de produção estão conectadas, 90% dos fluxos de abastecimento são monitorados e 100% dos dados da cadeia de suprimentos se encontram hospedados no metaverso da fabricante, com réplica do mundo físico acompanhada em tempo real.

Inseridos na indústria 4.0 em 2016, os processos digitais geraram para a Renault uma economia de € 780 milhões, em itens como estoque, prazo de entrega dos veículos e pegada de carbono na produção dos automóveis.

Segundo Ricardo Gondo, o metaverso industrial é um ambiente virtual alimentado por coleta de dados em massa, gêmeos digitais dos processos, conexão do ecossistema da cadeia de suprimentos e uma série de tecnologias avançadas.

“No Brasil, nossa jornada começou em 2016, quando equipamos as fábricas para conectar os meios de produção. Robôs, parafusadeiras e parte dos postos de trabalho já estão integrados na plataforma da Google, gerando dados em tempo real para posterior análise, de forma reativa e preditiva”, afirma.

Fonte: Mobilidade Estadão

MOBILIDADE LIMPA É O IMPULSO PARA UMA NOVA INDÚSTRIA NACIONAL

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Brasil precisa ocupar seu lugar de destaque num mundo cada vez mais tecnológico

Por três anos, o mercado automotivo nacional andou de lado, enquanto as vendas globais encolheram. Foi um período difícil, marcado pela pandemia e seus efeitos em cascata, em especial a crise global dos semicondutores. Contudo, chegou a hora de deixar tudo isso para trás e pensar no futuro sob novas bases de reflexão.

Profundas mudanças no modelo de negócio da mobilidade já estavam em curso há alguns anos. Agora, novos elementos trazidos pela crise sanitária e pela guerra na Ucrânia aumentaram o senso de urgência. Há oportunidades geopolíticas únicas para o Brasil que não podem ser desperdiçadas.

Se hoje o nome do jogo é “nova industrialização”, o sobrenome é “descarbonização”. Ambos se complementam, um impulsiona o outro. A junção dos dois conceitos pode ser entendida como a reinvenção da indústria automobilística, com foco total na oferta da mobilidade com responsabilidade ambiental.

Descarbonização

Nessa ótica do baixo carbono e da sustentabilidade, o Brasil apresenta vantagens competitivas espetaculares que podem colocar nossa indústria numa posição de ainda mais destaque em termos globais.

O veículo elétrico é, sem dúvida, uma brilhante solução e deve ter sua produção local estimulada, assim como outras rotas tecnológicas. Um País de matriz energética limpa como o Brasil permite a entrega de múltiplas soluções de propulsão, todas compromissadas com a descarbonização, para demandas específicas de diferentes grupos consumidores.

Temos recursos minerais necessários para produção local de baterias e outros componentes de veículos elétricos. Temos fontes limpas de geração de eletricidade. Temos a maior expertise do planeta em termos de biocombustíveis, e o etanol já vem dando mostras de que pode ser um forte aliado à eletrificação na busca da descarbonização do poço à roda, seja em veículos híbridos, seja na viabilização de modelos movidos a célula combustível.

Além das vantagens incomparáveis, em termos de recursos naturais, e de um enorme e moderno parque industrial, o Brasil deve aproveitar a nova configuração geopolítica global, na qual os países mais industrializados buscam parcerias com mercados mais próximos, em termos geográficos, e mais amigáveis, em termos de segurança e previsibilidade. E aqui me refiro não ao fornecimento de matérias-primas, mas sim de produtos industrializados e tecnologias sofisticadas.

Novas oportunidades

Tomo como exemplo o lítio, minério que temos em abundância e é um dos mais requisitados pelos fabricantes de baterias. Por que não produzir localmente essas baterias e exportá-las com alto valor agregado, em vez de apenas exportar commodities? E inclusive usá-las na produção local de veículos elétricos e híbridos?

Por que não produzir localmente semicondutores, um item eletrônico estratégico para toda indústria de ponta? Por que não aumentar os investimentos em motores a biocombustíveis e exportar essa solução fantástica para a redução nas emissões de CO2, em combinação com a eletrificação?

A revolução tecnológica e a corrida pelo baixo carbono geram oportunidades incríveis para que o Brasil amplie sua tradição como polo automotivo mundial. Temos parques industriais de primeiro mundo, mão de obra e engenharia qualificadas, e centros de desenvolvimento e design avançados.

Temos de fortalecer nossa histórica vocação industrial com um olhar estratégico para o futuro. A promoção de uma indústria como a automotiva, que possui características de forte indução de geração de empregos qualificados, de desenvolvimento social e econômico em múltiplos setores da economia, é fundamental para a aceleração do crescimento e um futuro melhor para o nosso País e sua população.

A nova industrialização e o adensamento das cadeias produtivas locais tornam-se ainda mais urgentes. O Brasil precisa ocupar seu lugar de destaque num mundo cada vez mais tecnológico. Isso demanda planejamento, foco e previsibilidade, e só pode ser obtido com visão de futuro, muito diálogo e harmonia entre as várias esferas do poder público e do setor privado.

Fonte: Mobilidade Estadão

BRASIL E O CENÁRIO DA MOBILIDADE ELÉTRICA URBANA

A eletromobilidade pública é atualmente uma das soluções mais importantes quando falamos de transição energética. Isso ocorre devido ao seu potencial de eletrificação massiva, considerando as grandes frotas existentes por todo o mundo e, devido ao impacto direto na qualidade de vida das pessoas, principalmente no Brasil, onde o setor de transporte é responsável por 40% a 60% das emissões dos gases de efeito estufa. (*1)

Os benefícios da eletromobilidade pública são inúmeros. Ônibus elétricos são comprovadamente mais seguros para o meio ambiente e para saúde da população, pois zeram as emissões de CO2, materiais particulados e outras substâncias tóxicas. Além disso, são silenciosos e muito mais confortáveis para os usuários.

Sabemos que o custo de aquisição se apresenta hoje como uma barreira na eletrificação das frotas de ônibus urbanos, porém esse não pode ser motivo para desencorajar as administrações públicas brasileiras a investir no tema. Para termos uma visão ampla da relação custo x benefício, é preciso avaliar três fatores:

Ônibus elétricos chegam a ser 70% mais econômicos  

 Os custos com abastecimento são menores, porque a eletricidade é mais barata que o diesel. Um teste de eletromobilidade feito no Rio de Janeiro, mostrou que, enquanto o ônibus movido a diesel gastava R$ 5,3 mil em combustível por mês, o elétrico gastou apenas R$ 1,2 mil. (*2) Além disso, a redução dos custos com manutenção é bastante expressiva. O motor elétrico é muito mais simples, tem menos peças que exigem reparos e não precisa de óleo lubrificante.  Por fim, os ônibus elétricos também são mais eficientes, devido à frenagem regenerativa. O freio não desgasta com facilidade e esse sistema captura a energia cinética, que alimenta de volta a bateria.

Eletromobilidade e saúde pública

 A mobilidade elétrica tem uma relação direta com os indicadores de saúde pública, pois promove uma melhoria significativa na qualidade do ar. Os veículos elétricos eliminam a emissão dos poluentes atmosféricos gerados pelos combustíveis fósseis, como dióxido de carbono, óxidos de nitrogênio e partículas finas, que podem causar doenças respiratórias, cardiovasculares e até câncer. Além disso, a mobilidade elétrica urbana também pode reduzir o ruído nas cidades e o congestionamento das vias públicas, gerando um impacto positivo na saúde mental da população.

A descarbonização das cidades é fundamental para a mitigação da crise climática

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) estima que, sem a transição para o transporte de zero ou baixo carbono, as emissões no setor devem aumentar cerca de 50% até 2050, o que inviabiliza as metas dos países de conter a crise climática.  E sabemos que os prejuízos das consequências meteorológicas das mudanças climáticas são inestimáveis. Secas e inundações extremas, além de prejudicarem gravemente a produção alimentar e o fornecimento de água potável, podem causar inúmeros desastres nas cidades.

Sem dúvida, a melhor opção é descarbonizar e eletrificar. Mas como as administrações públicas podem iniciar um projeto de eletromobilidade urbana? A eletrificação do transporte público sobre rodas é sim viável economicamente, sobretudo se houver a cooperação entre governos, operadores do transporte, montadoras e empresas com experiência em gestão de projetos de mobilidade elétrica urbana de ponta a ponta.

É necessário conversar, entender a viabilidade técnica e econômica de cada município e encontrar soluções. O caminho da eletromobilidade está aberto, precisamos acelerar as transformações.

*1 (Fonte: estudo Coalition for Urban Transitions: https://mobilidade.estadao.com.br/patrocinados/desafios-da-eletrificacao-no-transporte-publico/)

*2 (Fonte: https://www.mobilize.org.br/noticias/7253/onibus-eletrico-e-testado-no-rio-e-reduz-em-quase-80-gastos-com-combustivel.html#:~:text= Enquanto%20o%20%C3%B4nibus%20movido%20a,e%20praticamente%20n%C3%A3o%20faz%20barulho.)  

Fonte: Francisco Scroffa

INTEGRATIETÊ: GOVERNO DE SP LANÇA PROGRAMA PARA GESTÃO DO MAIOR RIO DO ESTADO

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Investimento previsto é de R$ 5,6 bilhões, até 2026; entre as inovações estão PPPs para desassoreamento e transformação do DAEE em Agência SP Águas

O Governo de São Paulo lançou, o programa IntegraTietê – iniciativa que prevê uma série de medidas de curto, médio e longo prazo em prol do maior rio do Estado. A previsão é que, até 2026, sejam investidos R$ 5,6 bilhões na ampliação da rede de saneamento básico, desassoreamento, gestão de pôlderes, melhorias no monitoramento da qualidade da água, recuperação de fauna e flora, entre outras medidas.

O nome do programa dá a diretriz da atuação esperada para o Tietê: integração entre governo, iniciativa privada e sociedade civil. Investimentos e esforços serão integrados por meio de uma forte governança que permitirá, de forma mais assertiva, direcionar recursos aos pontos mais vulneráveis do Tietê.

Entre as principais inovações trazidas estão a estruturação de Parcerias Público-Privadas (PPPs) para desassoreamento do rio e seus afluentes, medida que confere mais eficiência e sustentabilidade a longo prazo; a proposta de transformação do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) em Agência SP Águas – o que deverá ser feito via projeto de lei – e vai fortalecer os papéis de regulação e fiscalização do órgão; além de um modelo de contratação para esgotamento focado em gestão por resultados, que prevê a remuneração por número de clientes conectados e melhoria dos indicadores de qualidade da água do rio.

Ainda, o programa contará com a criação do Fórum IntegraTietê, composto por vários órgãos, como a própria Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (SEMIL), SABESP, DAEE e CETESB, e membros dos Comitês de Bacias.

“Não queremos inventar a roda. Sabemos do tamanho do desafio que é o Tietê. Para isso, pretendemos tratar o rio como uma política do Estado. Integrar todos os atores envolvidos no processo traz uma melhor governança para as ações. Além disso, acreditamos que as PPPs conferem um ganho de escala e, consequentemente, mais eficiência para o projeto a longo prazo”, avalia a Secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende.

Todas as medidas em andamento, como o Projeto Tietê e o Programa Renasce, serão incorporadas a fim de fortalecer a governança, além de unificar as diretrizes para direcionamento dos recursos.

Pilares

O IntegraTietê terá cinco frentes de atuação em todos os 1.100 quilômetros ao longo do rio e, para isso, contará com os pilares da Saúde e Qualidade de Vida; Controle de Cheias; Turismo, Lazer e Integração; Eficiência Logística; todos interligados pelo eixo da Governança.

No pilar “Saúde e Qualidade de Vida”, o foco será a expansão da rede de saneamento e a gestão de resíduos. A estimativa de investimentos é de cerca de R$3,9 bilhões, até 2026. As medidas previstas envolvem o incremento da capacidade de tratamento de esgoto e a expansão das redes e coletores tronco.

O próximo pilar é o de “Controle de Cheias”. Atualmente, o DAEE realiza o desassoreamento ao longo de 41 quilômetros do Tietê, nas regiões de Santana do Parnaíba, Osasco, Barueri, Carapicuíba, Guarulhos e São Paulo, com investimentos de R$ 320 milhões ao ano. A estimativa é que os serviços sejam ampliados, nos próximos seis meses, em 25 quilômetros nos municípios de Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Suzano e Ferraz de Vasconcelos.

A partir de 2025, as obras que hoje são realizadas pelo DAEE deverão passar à iniciativa privada por meio de concessão administrativa, que permitirá a prestação dos serviços de desassoreamento nos 205 km do Alto Tietê com mais eficiência, beneficiando os 39 municípios com a redução dos impactos das chuvas a longo prazo.

Convênio com o BID

O financiamento de R$500 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) contemplará, ainda, mais um pilar do projeto: “Turismo, Lazer e Integração”. Aprovado no âmbito do Renasce Tietê, que será incorporado ao programa, os recursos englobam iniciativas em educação, cultura, lazer e esporte em Salesópolis. O convênio permite, ainda, a ampliação do uso de novas tecnologias de controle para o monitoramento qualitativo e quantitativo das águas do rio.

O último pilar do programa trata da “Eficiência Logística”. Por meio do Departamento Hidroviário (DH), órgão integrante da SEMIL, serão retomadas as obras de aprofundamento do canal de Nova Avanhandava em 3,5 metros, no Baixo Tietê, região Noroeste do Estado, que permitirão a navegabilidade mesmo em períodos de estiagem, com estímulo ao transporte hidroviário. O valor de investimento previsto para as obras é de R$ 300 milhões.

Fonte: SEMIL

ANA INICIA EM ABRIL A 2ª FASE DO CADASTRO DE ENTIDADES REGULADORAS INFRANACIONAIS

A superintendente de regulação da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Cíntia Leal, informa que a autarquia iniciará em abril a segunda etapa para o preenchimento do cadastro de entidades reguladoras infracionais (ERIs) do setor de saneamento básico. Segundo ela, a primeira fase está em ritmo de conclusão.

As ERIs são os órgãos que fazem a regulação do saneamento nos estados e municípios, e também no Distrito Federal, funcionando na maioria das vezes através de consórcios intermunicipais. O preenchimento do cadastro é pré-requisito para avaliação das demais normas de referência, para que essas entidades possam continuar funcionando, sob acompanhamento da ANA.

“As entidades reguladoras infranacionais (ERIs), ou seja: não são de âmbito nacional, precisam atualizar esse cadastro, todos os anos, até o dia 20 de agosto”, alertou a superintendente de Regulação da ANA, acrescentando que o registro é dividido em dois momentos: “Nessa primeira etapa, a gente recebe informações gerais como CNPJ, nome do responsável legal e duração dos mandatos das entidades”, esclareceu.

“A etapa seguinte, iniciada no mês de abril, é de grande relevância”, destacou Cíntia Leal.

“A ANA vai disponibilizar uma etapa complementar no próximo mês, na qual serão recebidas informações relacionadas a serviços regulados dos componentes de saneamento básico”, relatou. “O intuito é saber quais agências regulam qual componente – entre água, esgoto, resíduos e drenagem – para que seja possível cruzar [a informação] com a temática da Norma de referência, a ser avaliada”.

O sigilo das informações colhidas foi destacado pela representante da ANA: “Os dados são acessados apenas pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico e pela entidade reguladora que realizou o cadastro”.

“A informação geral sobre as entidades reguladoras será disponibilizada apenas depois que a gente fizer a norma de referência sobre governança regulatória, em que as entidades reguladoras vão ser avaliadas, e essa norma específica, que está em elaboração, ainda será publicada”, enfatizou Leal.

Monitoramento

O cadastro é um instrumento relevante para o setor de saneamento básico. Através de seu preenchimento, a ANA recebe informações sobre as entidades reguladoras infranacionais que atuam no setor, os titulares, os prestadores e os tipos de serviço regulado por cada uma dessas ERIs.

O registro dessas informações integra o monitoramento do cumprimento dos requisitos das normas de referência editadas pela ANA, sendo um passo fundamental para iniciar o processo de verificação do cumprimento das normas.

Marco legal

Com o novo marco legal do saneamento básico aprovado em 2020, a ANA recebeu a atribuição regulatória de editar normas de referência, que contêm diretrizes para a regulação dos serviços públicos de saneamento básico no Brasil. Essas diretrizes incluem abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos – além de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas.

Fonte: Brasil 61

FORTALEZA TESTA SISTEMA QUE ILUMINA O PEDESTRE NA FAIXA

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Projeto-piloto funciona na rotatória da Praça Portugal e é primeiro da América Latina

A cidade de Fortaleza está testando um sistema que ilumina o pedestre na faixa, na travessia. Com isso, o município passa a ser o primeiro da América Latina a testar essa tecnologia. Segundo a Prefeitura, o objetivo é prevenir atropelamentos.

Segundo a Prefeitura, em 2022, a capital cearense registrou o oitavo ano consecutivo de redução de mortes no trânsito. Contudo, na ocasião ainda foram registrados 158 óbitos nas vias da cidade. Entretanto, o número é 58% menor em relação ao do ano de 2014, quando 377 pessoas perderam a vida.

A implantação do sistema é fruto de uma parceria entre a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) e a empresa americana Intelligent Security Systems (ISS). A companhia é responsável pela criação do sistema, o SecurOS Soffit. De acordo com a Prefeitura, a tecnologia está no cruzamento da rotatória da Praça Portugal com a Avenida Dom Luís, no bairro Aldeota.

No trecho, há também um semáforo veicular com estágio para pedestres. As estratégias juntas visam reforçar a segurança da sinalização viária. Já a escolha do local foi com base na intensidade do tráfego e na circulação de veículos em curva. Isso pode dificultar a visibilidade do condutor sobre o pedestre.

“A responsabilidade no trânsito é compartilhada entre todos que estão nas vias. Enquanto a população faz a sua parte, respeitando as normas de circulação, devemos atuar enquanto Poder Público”, diz Antônio Ferreira Silva, superintendente da AMC, em nota.

Como funciona a tecnologia

O sistema possui um conjunto de luzes que acende por meio de uma inteligência artificial que identifica a presença humana na faixa de pedestres. Assim, a partir do movimento de passagem, a iluminação dinâmica lança feixes de luz sobre quem caminha, do início à conclusão da travessia.

Também é possível iluminar de forma independente os pedestres que transitam em sentidos opostos na faixa. Assim, o sistema aumenta a visibilidade de quem faz o percurso a pé e chama a atenção do motorista.

“Nossa expectativa é que a iluminação dinâmica aumente significativamente a velocidade de resposta visomotora dos motoristas. Para que eles tenham a capacidade de frear a tempo e evitar atropelamentos”, afirma Lélio do Vale, coordenador da Central da Mobilidade para a Preservação de Vidas no Trânsito da AMC.

“Durante a madrugada, por exemplo, motoristas podem dirigir mais cansados, o que pode afetar a visualização de pedestres. Vamos analisar se o sistema pode ser decisivo para alertar o condutor que existe alguém realizando a travessia em momentos de menor atenção”, diz também.

Além disso, o sistema também registra o fluxo de pedestres e possui uma câmera acoplada. Com isso, a tecnologia permite monitorar e supervisionar a travessia, se na faixa ou fora dela.

5 SOLUÇÕES DE SMART CITY QUE VOCÊ PRECISA CONHECER

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Cidades inteligentes usam a tecnologia para coletar dados e gerenciar recursos de forma eficiente

Uma smart city usa a tecnologia para a coleta de dados e gerenciamento de recursos de forma eficiente. Segundo a União Européia, as cidades inteligentes são sistemas e pessoas que interagem e usam energia, materiais, serviços e financiamento para catalisar o desenvolvimento econômico e melhorar a qualidade de vida.

Em suma, os fluxos são inteligentes porque fazem o uso estratégico dos dados, serviços e infraestrutura com planejamento e gestão urbana. Assim, atendem às necessidades sociais e econômicas da sociedade.

Veja abaixo 5 soluções de smart city:

Smart Nation – Singapura

Singapura é a cidade mais inteligente do mundo. A informação é do Índice de Cidades Inteligentes, criado pela Universidade de Tecnologia e Design de Singapura e pelo Instituto Internacional para o Desenvolvimento em Administração da Suíça. A cidade-Estado possui cerca de 6 milhões de habitantes e fica no sul da Malásia.

Em 2014, o governo começou a implementar o Smart Nation. O programa traz várias iniciativas em diversas áreas.

Contudo, a mobilidade é um grande destaque. Neste contexto, foi criado o Open Data para o transporte urbano. A iniciativa coletou dados anônimos de passageiros em 5 mil ônibus.

Com isso, foi possível descobrir os principais problemas do sistema, como baixa oferta, pouco conforto e superlotação. O resultado foi uma queda no tempo de espera e no índice de lotação dos ônibus.

Smart City Berlim

Segundo o estudo Mobility Futures, Berlim é líder mundial em mobilidade urbana. O título se dá graças à variedade de modais para o transporte público, que estimulam a mobilidade ativa.

Além disso, a cidade também é um modelo em mobilidade elétrica, por meio do programa BeMobility, que traz diversas estações de recarga para carros elétricos.

A cidade também busca instalar sensores de veículos nos cruzamentos. Com isso, será possível abastecer uma central de dados que cuida do controle de tráfego da cidade.

Programa que incentiva carros elétricos em Paris

Outro exemplo de solução é um programa em Paris que oferece até 5 mil euros para quem comprar um veículo elétrico. Além disso, o benefício também inclui carros a gás.

O programa é válido na troca do carro antigo por um novo. Dependendo do veículo, é possível obter um retorno ainda maior.

Smart Street Lighting em Nova York

Além da mobilidade urbana, existem soluções de smart city que contribuem para a infraestrutura das cidades, como um todo. Por exemplo, o Smart Street Lighting visa substituir 500 mil postes de luz da cidade por outros com luzes de LED até 2025.

A inovação neste projeto é que os novos postes terão recursos inteligentes. Assim, só vão ativar quando pessoas estiverem por perto. Além disso, a luz terá controle de intensidade.

Projeto Laguna

A Smart City Laguna é a primeira cidade inteligente acessível do mundo. Este exemplo está no Brasil, em São Gonçalo do Amarante, no Ceará. Ao todo, são 60 soluções inteligentes e 330 hectares.

Entre as soluções, está um hub de inovação, que ganhou um prêmio alemão de arquitetura inovadora. Em suma, o local funciona como um ecossistema que na prática é uma central de informações e incubadora de projetos criativos.

É um espaço que permite a conexão entre moradores, corretores e todos que desejam trocar ideias, construir parcerias, testar novos conceitos e tecnologias. Trata-se de um espaço compartilhado, inclusive com biblioteca, cinema e cursos.

Fonte: Mobilidade Estadão

QUAL É O RUMO? POLÍTICAS PÚBLICAS E TRANSPORTE SUSTENTÁVEL

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O Governo Federal tem um papel: fixar metas e coordenar expectativas

O C-Move DF e o Dia da Mobilidade Elétrica de Brasília, nos dias 7 e 8 de março, foram os dois mais importantes eventos sobre eletromobilidade no Brasil neste início de ano.

Eles ajudaram a consolidar um crescente consenso sobre o papel decisivo que cabe ao Governo Federal na estratégia brasileira de descarbonização da economia.

Um fio condutor uniu os vários painelistas que se revezaram em dois dias de debates, num centro de convenções a poucos quilômetros da Praça dos Três Poderes.

Todos foram unânimes em dizer que o atual governo, se quiser reconquistar a histórica liderança brasileira na agenda climática mundial, terá de recuperar o tempo perdido e acertar o passo com a eletromobilidade.

Isso só será possível por meio de um ativo conjunto de políticas públicas que estabeleçam metas nacionais e regionais de transição dos combustíveis fósseis para as energias renováveis nas frotas de transporte público, particular e de carga.

E também por iniciativas que reforcem a infraestrutura de apoio à eletromobilidade, como redes públicas de eletropostos nas principais estradas do país e mudanças na legislação tributária que facilitem a venda do serviço de recarga de veículos elétricos.

Nos últimos anos, as ações para impulsionar o transporte sustentável no Brasil partiram principalmente de prefeitos, governadores e das próprias empresas. 

Com raras exceções, o Governo federal, como instância coordenadora da transição energética, tem sido o grande ausente desse debate. 

Essa ausência tem repercussão direta, por exemplo, na capacidade das empresas brasileiras de competir com as chinesas no mercado latino-americano de ônibus elétricos. Ou nas perspectivas da indústria nacional de automóveis de recuperar mercados de exportação na Europa e Estados Unidos.

Ou mesmo na competência do país de produzir componentes de médio e alto valor no mercado mundial, como semicondutores, baterias elétricas e painéis solares.

Esse é o consenso que se forma: a reindustrialização brasileira passa necessariamente pela eletromobilidade e pela inovação tecnológica inerente aos processos de descarbonização dos transportes.

E a reindustrialização passa necessariamente pelo fortalecimento das indústrias instaladas no Brasil e das tecnologias desenvolvidas por brasileiros.

Não para protegê-las da concorrência externa, mas para desafiá-las a apresentar produtos melhores, mais econômicos e sustentáveis ao mercado brasileiro e latino-americano.

Nesse processo, o Governo Federal tem uma posição central. Seu papel não é apenas impor metas, mas coordenar as expectativas de empresas, investidores e consumidores, e alinhar as várias ações subnacionais a uma estratégia coerente de transição energética. 

O Brasil já tem uma Política Nacional de Biocombustíveis e uma Política Nacional de Mobilidade Urbana. Mas não tem um Plano Nacional de Eletromobilidade.

Já sabemos qual é o rumo das grandes economias do planeta nesse tema: a China (com o 14º Plano Quinquenal), a Europa (Green Deal) e os Estados Unidos (Plano Biden). 

E do Brasil? Não sabemos. 

Continuaremos a ser uma economia exportadora de commodities e produtos primários? A ser consumidores passivos de tecnologias estrangeiras? Vamos nos contentar em ser um eterno país de renda média, incapaz de crescer, gerar prosperidade, acabar com a miséria?

São esses desafios que temos de apresentar ao novo governo e ao novo Congresso. 

Estamos na encruzilhada. Ainda não sabemos como vamos nos inserir na grande transição econômica de nosso tempo – o fim da era do petróleo e o início da era das energias renováveis.

Qual é o rumo?    

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade da autora, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

DANIEL HOMEM DE CARVALHO RECEBE REPRESENTANTE DA SEMOVE E DISCUTE TRANSPORTE PÚBLICO NO RIO

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O presidente em exercício da ACRJ, Daniel Homem de Carvalho, recebeu, a visita do vice-presidente de Relações Institucionais da Semove,  Rodrigo Tortoriello. A entidade representa 184 empresas de ônibus em todo o Estado do Rio. No encontro, Tortoriello apresentou propostas para a reestruturação do transporte rodoviário e melhoria da qualidade do serviço, inclusive para a redução da tarifa, de forma a contribuir com a evolução da mobilidade urbana na cidade do Rio e na Região Metropolitana.

Um dos pontos abordados durante a reunião foi a importância de priorizar o transporte coletivo frente ao individual, facilitando e agilizando o deslocamento da população. Tortoriello ressaltou o papel decisivo desempenhado pelo transporte por ônibus no Estado, responsável diariamente pelo deslocamento de mais de 5 milhões de passageiros, promovendo a inclusão social e viabilizando as atividades econômicas.

Daniel Homem de Carvalho destacou que é importante reconhecer as iniciativas, tanto do município como do Estado, para a recuperação do transporte público. “Mas é fundamental buscar o equilíbrio econômico-financeiro dos sistemas de transporte, especialmente do setor de ônibus, responsável pelo deslocamento de 70% da população que usa o transporte público. Grande parte deste público é força de trabalho no setor de serviços e do comércio”, complementou.

Ele destacou ainda que é preciso avançar no entendimento de que o transporte público coletivo beneficia não apenas os passageiros, mas toda a população. “Precisamos preservar e desenvolver a mobilidade, fortalecendo o sistema público de transporte, estabelecendo tarifas acessíveis que não onerem seus usuários. É o momento de consolidar a política da tarifa social criada pelo governo do estado”, afirmou o presidente.

O vice-presidente da Semove destacou ainda o novo momento da entidade, que passou por um amplo processo de reestruturação nos últimos cinco anos com a adoção de uma nova governança corporativa, que valoriza a transparência, a ética e a integridade. Ele lembrou que no último dia 21 foi lançado, em evento na própria ACRJ, o Guia de Governança da Semove, que contou com a presença de empresários e especialistas em mobilidade, que assistiram à palestra do consultor Sérgio Avelleda, um dos maiores especialistas no tema no país, ex-presidente do sistema de trens e do metrô de São Paulo.

Fonte: ACRJ

LULA DEVE ANUNCIAR HOJE MUDANÇAS NO MARCO DO SANEAMENTO QUE PODEM FAVORECER ESTATAIS DO SETOR

Governo alega que alterações vão beneficiar mais de mil municípios que hoje têm contratos precários; concessionárias apontam “apreensão” e “insegurança jurídica”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve apresentar aos governadores nesta quarta-feira (5) um decreto que altera o Marco Legal do Saneamento.

As mudanças na legislação aprovada em 2020 pretendem beneficiar 1,1 mil municípios que poderão receber investimentos federais em obras de saneamento, assim como aumentar a terceirização das atividades.

Com as modificações, o Ministério das Cidades estima investimentos de aproximadamente R$ 120 bilhões no setor até 2033. A data foi concebida pela legislação para que seja atingida a universalização do acesso à água potável e ao tratamento de esgoto.

Grande parte desses investimentos será possível pela derrubada do limite de 25% para a terceirização da atividade, por meio de parcerias-público privadas (PPPs). Com isso, estima-se que as companhias estatais poderão aumentar suas operações por meio da contratação de serviços privados e atingir metas impostas pelo Marco Legal.

Especialistas estimam que as mudanças vão favorecer as estatais do setor. De acordo com o advogado especialista em concessões no setor de saneamento básico, Luiz Felipe Pinto Lima Graziano, o que se discute hoje é a uma flexibilidade maior para contratos irregulares (vencidos ou inexistentes, mas com companhias estatais operando nos municípios), que são mais de 500 no país.

“Não são todos, mas em sua grande maioria, trata-se de contratos de companhias estaduais. Elas precisavam demonstrar a capacidade de cumprir os investimentos para a universalização até 2033 e não conseguiram. As mudanças via decreto governamental são especialmente preocupantes porque estamos a dez anos da meta, e ao invés de discutirmos como aumentar os investimentos no setor, estamos debatendo a flexibilização para favorecer as companhias públicas”, disse.

Já o especialista em direito administrativo e relações governamentais Igor Luna destaca a retomada da regra do menor preço da tarifa, em linha com a lei das licitações e contrações.

O sócio do escritório Almeida Advogados ressalta que ainda devem ser confirmadas no decreto uma definição mais específica e restrita do papel da ANA (Agência Nacional de Águas) no setor, mudanças dos critérios para licitação, com priorização do menor valor de tarifa e a menor meta de universalização e não mais o maior valor de outorga, além da alteração nas regras de prestação de serviços por empresas estaduais sem licitação.

A Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon) se diz apreensiva com o que classifica como retomada da preponderância de um modelo estatal de prestação de serviço. O diretor-técnico da entidade, Percy Soares Neto, acrescenta que mudanças via decreto promovem insegurança jurídica.

“Temos um déficit de quase 50% da população sem acesso ao serviço de esgotamento e há prazo para reversão desse quadro. O setor privado contratou nos últimos anos cerca de R$ 900 bilhões de investimentos, sendo uma parte disso em outorgas pelos serviços. O desafio é como manter este nível de investimento diante de incertezas jurídicas”, pondera.

Em oposição às críticas, o secretário-executivo da Aesbe (Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento), Sergio Gonçalves, argumenta que a ideia do decreto governamental é regularizar a situação das empresas que atuam nos municípios, e que hoje estão fora do Marco Legal por estarem com contratos irregulares.

“Um quinto das cidades brasileiras atendidas por empresas estatais e que hoje não podem receber investimento do governo federal voltarão a receber. As estatais não puderam renovar ou colocar em dia seus contratos porque a lei disse que esses contratos são irregulares. Os prefeitos podem fazer uma concessão e mudar a prestação de serviço, com licitação. Mas isso não se faz do dia para a noite. Então, o que temos de fazer é tentar regularizar as situações possíveis. Sem isso, não haverá universalização do saneamento em 2033”.

Gonçalves ainda rechaça a crítica de que as mudanças no Marco do Saneamento configurem em uma volta ao passado, pois as companhias estatais terão metas de investimento, assim como deverão comprovar a capacidade de realizar esses investir, e o instrumento para isso é o aumento do limite para que sejam firmadas PPPs.

Fonte: CNN Brasil