Anúncio foi feito nesta quarta-feira (22/3), durante a 6ª edição do Fórum de Operadoras Inovadoras, promovido pelo Teletime e Mobile Time
A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) lançaram hoje (22/3), em São Paulo, o Prêmio ABDI-ANATEL de conectividade por meio de redes privativas. A ideia é reconhecer iniciativas que sejam casos de sucesso na utilização dessas redes e que inspirem o setor produtivo a investir em mais conectividade, por meio do uso de redes privativas.
O anúncio foi feito durante a 6ª edição do Fórum de Operadoras Inovadoras, promovido pelo Teletime e Mobile Time. O evento foi realizado no World Trade Center, em São Paulo, para debater novidades do setor de telecomunicações, novas tecnologias e modelos de negócios relacionados à infraestrutura.
O presidente da ABDI, Igor Calvet, e o superintendente de Outorga e Recursos à Prestação da Anatel, Vinicius Caram, participaram do painel que discutiu oportunidades em espectro não-licenciado e perspectivas para o uso de white spaces no Brasil. Também estiveram na discussão Cristiane Sanches, conselheira da Associação brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), e a colombiana Martha Suarez, presidente da Dynamic Spectrum Alliance Limited (DSA). A mediação foi de Samuel Possebon, do Teletime.
“Espectro licenciado é o que foi leiloado para as operadoras. O não licenciado é o que está reservado para as redes privadas para o uso do 5G, a exemplo do que foi feito no projeto-piloto que a ABDI liderou juntamente com a WEG. Já white spaces é a utilização do espectro ocioso das faixas de VHF e UHF, também pela frequência 5G”, explicou o presidente da ABDI.
Igor Calvet ressaltou que os testes práticos realizados pela WEG indicaram que a quinta geração móvel oferece, para aplicações industriais, desempenho superior ao Wi-Fi atualmente utilizado, com maior confiabilidade, cobertura de rede e capacidade de maior densificação da malha de conexões. “O relatório concluiu que a tecnologia está madura para adoção imediata em plantas fabris”, destacou Calvet.
O exemplo de Barcelona no uso de recursos tecnológicos para aprimorar a descentralização da administração pública aumentando a participação da sociedade civil
Desde os anos 80, Barcelona já era considerada uma cidade inovadora e moderna em diversas áreas. Na parte relacionada ao modelo de gestão da cidade, a capital catalã dava mostras para outras grandes cidades do mundo da importância de descentralizar as decisões e a execução das políticas públicas, assim como encontrar alternativas para que a participação dos munícipes fosse a mais ampla possível (e isso num momento histórico que não havia internet e nem redes sociais). Passados mais de 40 anos, a gestão da cidade de Barcelona continua sendo um modelo de gestão inovador e descentralizado, mas agora já usando as novas tecnologias para ouvir a população e para apoiar a implantação de uma cidade cada vez mais inteligente e humana.
Como vemos em muitos lugares, as novas tecnologias, como inteligência artificial e o chamado big data estão impulsionando uma nova política urbana, com a criação de processos mais modernos de gestão pública. A utilização de grandes quantidades de dados na administração pública está permitindo que sua descentralização seja mais efetiva, sobretudo ao proporcionar novos e eficientes caminhos de participação civil. Essas ferramentas permitem que os gestores modifiquem suas práticas e tenham novos enquadramentos e conceitos sobre políticas públicas. Cidades inteligentes como Barcelona têm usado amplamente ferramentas digitais para modificar o desenho da infraestrutura urbana e criar condições para um desenvolvimento sustentável e com melhor qualidade de vida, bem como capacidade de gestão participativa.
Em Barcelona, nos últimos anos, os esforços da atual prefeitura centraram-se em duas áreas: a primeira é continuar abrindo a gestão pública por meio de processos colaborativos e de maior transparência, mas agora com o apoio e o auxílio das TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação). E a segunda é redefinir o conceito de cidade inteligente, invertendo caminhos tradicionalmente percorridos pelas smart cities ao alinhar a agenda da tecnologia com a agenda da cidade, e não o contrário. Na avançada Barcelona, um dos objetivos de seu atual estágio de desenvolvimento é fazer com que a grande quantidade de dados obtidos pelas mais diversas tecnologias seja compartilhada com os cidadãos.
Assim, Barcelona tem hoje uma plataforma na internet, batizada Decidim (“Decidimos”, em catalão), através da qual a população participa diretamente do governo, trazendo sugestão de ideias, debates e fazendo votações, com engajamento e interações semelhantes às das redes sociais. Utilizada por milhares de cidadãos para definir a agenda política da cidade, a plataforma contribuiu com mais de 70% das ações da prefeitura, que foram propostas e acompanhadas diretamente pelos cidadãos via digital.
A cidade está pautada em uma transformação urbana que inclui a comunidade de maneira mais integrada, promovendo uma administração mais descentralizada, voltada para as peculiaridades de cada região, com o envolvimento da população local. São as demandas da comunidade que direcionam a tecnologia na busca por soluções urbanas mais inclusivas, com maior foco no cidadão e na cidadã. Dessa forma, a população é envolvida de maneira mais intensa nas estratégias de aprimoramento do espaço onde vive. Conforme afirmou a diretora de tecnologia e inovação digital de Barcelona para a revista norte-americana Forbes, Francesca Bria, “A grande quantidade de dados possibilitada pela tecnologia pertence aos cidadãos”.
A prefeitura de Barcelona estimula a transparência de informações, fazendo com que empresas parceiras forneçam, mensalmente, dados processados, o que não acontecia antes e que agora podem ser utilizados em prol da cidade. É nesse sentido que se faz importante encontrar novas regulações, estratégias e políticas que coloquem a sociedade civil no centro das decisões tomadas com base nessas informações. Pensando em ampliar o acesso das pessoas aos dados, Barcelona busca oferecer condições para que todos e todas consigam manejá-los, aperfeiçoando o conhecimento técnico da população. Entre as medidas adotadas está a criação de fóruns digitais para a população infantil incentivando as carreiras científica e tecnológica. Além de programas como a Vincles BCN, de alfabetização digital para a população idosa.
Barcelona desenvolveu também o BCN | Open Challenge, programa que permite à prefeitura convocar empresas (geralmente startups) a proporem soluções inovadoras para os serviços públicos. A cidade é pioneira na implantação de bairros de inovação, concentrando o setor criativo em determinada área geográfica da cidade. Esses espaços abrigam empresas de tecnologia, design, arquitetura, moda, literatura, gastronomia e artes visuais, entre outros, provocando grandes transformações socioeconômicas, como incentivo à indústria e ao comércio, e aumento do mercado de trabalho.
Cidades como Barcelona nos inspiram na busca por um futuro digital para todos e todas – lembrando que a tecnologia é a ferramenta, e não o fim em si mesma. É exemplo do que pode ser uma cidade inteligente ao promover a descentralização do poder, trabalhar de forma transversal na administração da cidade e incentivar a participação da sociedade civil para melhorar a qualidade de vida urbana.
As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities
O CSC GovTech – Tecnologia para transformação digital – é uma realização da plataforma Connected Smart Cities, em parceria com com o Instituto Brasileiro de Cidades Humanas, Inteligentes, Criativas e Sustentáveis (IBRACHICS), e tem a missão de debater estratégias e soluções de inovação tecnológica para o avanço de práticas em governança digital no poder público.
Com o patrocínio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF), a iniciativa é uma agenda estratégica de fomento a investimentos em ações e políticas públicas em prol do desenvolvimento de cidades mais inteligentes no Brasil.
Vivemos em uma sociedade da informação cada vez mais acelerada e tecnológica. Com isso, o grande desafio contemporâneo para o poder público é conseguir acompanhar esse contexto de modernidade para garantia do bem-estar e melhor qualidade de vida aos cidadãos. Neste cenário, os gestores têm a missão de buscar alternativas inovadoras para aprimorar, ou até mesmo reformular, os sistemas de prestação de serviços públicos, tornando-os cada vez mais digitais, eficientes, transparentes e confiáveis.
Este caminho de prosperidade no setor público já vem gerando bons reflexos para a população brasileira. De acordo com dados apresentados em artigo publicado pelo Portal CSC, em fevereiro deste ano, “95% dos gestores públicos disseram que a oferta digital foi ampliada. Entre as principais motivações para a transformação digital, foram apontadas a necessidade de melhorar os serviços aos cidadãos e reduzir os custos de operação.”
Entretanto, ainda são necessários avanços em termos de qualidade operacional da administração de serviços e processos públicos fornecidos à sociedade. Para compartilhar experiências, debater estratégias e tendências de governança digital nas cidades brasileiras, será realizado o CSC GovTech – Tecnologia para transformação digital, no dia 12 de abril, em Brasília, com transmissão online ao vivo.
Local da conferência
A CEO e idealizadora do CSC, Paula Faria, explica a importância do GovTech e escolha da capital federal para sediar o encontro. “A iniciativa abre a realização do maior evento nacional de discussão de soluções digitais no âmbito do setor público, cujo intuito é incentivar práticas simples, eficientes e transparentes centradas no cidadão, que terá continuidade, posteriormente, na cidade de São Paulo. E, mesmo assim, não deixa de ser menos relevante, já que vai reunir representantes de prefeituras, secretarias, autoridades, gestores públicos, empresários, instituições financeiras e diversos profissionais envolvidos com trabalhos direcionados à temática de cidades inteligentes.”
“O Distrito Federal é um local estratégico para a abertura do CSC GovTech, já que abrange fortes representatividades políticas atuantes em segmentos voltados à modernização e inovação para a construção de smart cities. E, a partir da discussão de pautas específicas, trocas de experiências e compartilhamento de iniciativas bem-sucedidas, é possível refletir em soluções para as cidades em geral e no papel e compromisso da capital para a busca dessa transformação digital. Além de identificar estratégias, parcerias e novas tendências no mercado a serem consideradas pelos agentes de desenvolvimento da região”, analisa.
Estrutura e importância do evento
O evento CSC GovTech, em Brasília, conta com a parceria do Instituto Brasileiro de Cidades Humanas, Inteligentes, Criativas e Sustentáveis (IBRACHICS) e patrocínio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF). No total, são esperados, na conferência, cerca de 200 participantes, 20 palestrantes e autoridades que estarão presentes em diferentes painéis temáticos, incluindo mesas redondas com perguntas e respostas, e espaços de interação com o público.
A programação discutirá tópicos relacionados aos temas inovação, transformação, inclusão, segurança e governança digital; integração; questões ESG; sustentabilidade; atributos de gestão pública e financeira (modelos de financiamento e contratação), e participação dos cidadãos na política pública.
“A revolução digital é uma realidade inegável. Logo, políticas públicas e práticas governamentais precisam se moldar rapidamente neste novo cenário. Com isso, o evento apresenta-se como uma oportunidade ideal para estimular debates relevantes dentro do universo de cidades inteligentes e sustentáveis e incentivar a promoção do desenvolvimento científico, tecnológico e econômico dos estados em geral, principalmente da capital, importante centro político e região socioeconômica do país, considerando os pilares ESG – sociais, ambientais e de governança”, destaca o presidente do IBRACHICS, André Gomyde.
Serviço-
CSC GovTech – Tecnologia para transformação digital
12/04 9h às 18h
Museu Nacional da República (Brasília – DF) Para mais informações sobre o evento e acesso à programação completa, clique aqui. A transmissão do evento ao vivo poderá ser conferida no Canal Connected Smart Cities do YouTube.
O primeiro encontro do ano também apresentou um balanço sobre o estudo e os resultados do levantamento das 100 empresas mais influentes em mobilidade urbana de 2023, anunciou a 2ª edição do Parque da Mobilidade Urbana e o lançamento de prêmio para reconhecimento de profissionais e projetos mais representativos do setor.
Na manhã desta terça-feira, 21/03, a Plataforma Connected Smart Cities (CSC) iniciou a programação de encontros online sobre projetos e temas diversos que integram os ecossistemas de mobilidade e cidades inteligentes. Neste primeiro episódio, a CEO e idealizadora da plataforma, Paula Faria, e o sócio-diretor da iniciativa, Willian Rigon, receberam a presença do editor do Caderno e do Portal – Mobilidade Estadão, Dante Grecco.
Dentre as pautas em foco, foi abordada a repercussão da 2ª edição do estudo das 100 empresas mais influentes do setor de mobilidade de 2023, projeto oriundo de uma parceria entre a Plataforma e o Mobilidade Estadão. “A repercussão foi muito positiva e recebemos muitas manifestações elogiando o trabalho em nossas redes sociais”. “Este ecossistema é muito dinâmico, sempre tem muita novidade. Por isso, premissas, prioridades e pilares associados ao projeto precisarão ser sempre atualizados”, destacou o editor do Caderno de Mobilidade do Estadão.
O encontro também destacou a realização da 2ª edição do evento Parque de Mobilidade Urbana, entre os dias 22 e 24 de junho, em São Paulo, outra iniciativa da Plataforma, em conjunto com o Mobilidade Estadão, com palestras, discussões, atividades e busca de tendências para avanço do setor. Além da divulgação do novo Prêmio de Mobilidade Urbana de 2023.
Importância do estudo 100+
Nesta edição, o levantamento das 100 empresas mais influentes em mobilidade urbana do Brasil em 2023 considerou nove setores de atuação no mercado, um a mais em comparação com a última edição, em 2021, intitulado: Mobilidade Aérea Urbana. Ao todo, foram avaliadas 339 empresas por 33 jurados especializados em diferentes áreas profissionais. A área de Tecnologia e Inovação para Mobilidade obteve mais inscrições, um total de 109.
As ações e os programas das empresas participantes do estudo foram avaliados segundo os critérios da Inovação e de pilares ESG (eficiência energética; comprometimento com o meio ambiente; direitos humanos; inclusão – diversidade e equidade; transparência e ética). A lista com todas as empresas premiadas pode ser conferida aqui.
A idealizadora do CSC destacou também as motivações para a criação dessa iniciativa. “A ideia surgiu, em 2021, com o objetivo de construir um movimento de ecossistema de mobilidade urbana em prol da agenda de sustentabilidade. E, ao olhar para as empresas, nossa primeira ação foi categorizá-las para melhor avaliação”, revelou Paula Faria.
A CEO também destacou que, a partir de agosto, as empresas já poderão se inscrever na próxima edição do estudo. Em breve, a plataforma CSC disponibilizará mais informações sobre o processo e o formulário de inscrição. “O próximo concurso será ainda mais democrático para que as empresas consigam enviar todas as informações, evidências possíveis, além de sugestões, para os avaliadores”, pontuou.
Segundo o sócio-diretor da plataforma, Willian Rigon, a evolução do aprimoramento das normas do concurso tem o intuito de seguir “preceitos de cidade inteligente, mantendo a transparência democrática de todo o projeto, tornando-o mais participativo e colaborativo”, ressaltou.
Parque da Mobilidade Urbana
O evento tem o propósito de reunir os principais atores do ecossistema de mobilidade para compartilhar informações e iniciativas, tendo em vista a promoção de uma mobilidade urbana mais sustentável, inclusiva e disruptiva. “Daqui a 92 dias, ocorrerá o PMU. O evento vai proporcionar atividades e experiências para reflexão sobre a área de mobilidade nas cidades. Além de discutir as principais tendências e cenários nos próximos anos”, explicou Willian Rigon.
Ao todo, o espaço do PMU vai abranger 8 palcos simultâneos com trilhas de conteúdos específicos, como transporte público, sob o viés da eletrificação e dos ditames do Marco Legal; planejamento e gestão urbana inteligente (especificamente, o incentivo da mobilidade ativa e mobilidade compartilhada) para reflexão e busca de soluções de melhorias na mobilidade urbana. O tema central também inclui discussões sobre a necessidade de avanços nos sistemas logísticos dos modais de transportes, projetos de segurança e inclusão no trânsito. Tudo isso em prol da construção de cidades mais justas, resilientes e sustentáveis.
O ambiente também contará com áreas de integração, conexão e rodada de negócios entre os principais players do mercado de mobilidade. Além de espaços para exposição de produtos, serviços e tecnologias; demonstrações e experimentações tecnológicas, dinâmicas e interativas. “Buscamos trazer o espírito de colaboração e integração para acompanhar a velocidade deste novo momento da tecnologia tão presente em nossa vida e discutir como podemos praticar uma mobilidade sustentável no dia a dia. Esta é a nossa proposta”, analisou a mentora da iniciativa.
As inscrições para o PMU já estão disponíveis no portal do evento.
Prêmio de Mobilidade Urbana 2023
No final do encontro, o sócio-diretor da Urucuia – Inteligência em Mobilidade Urbana, Sérgio Avelleda, através de uma transmissão de vídeo, apresentou a novidade do Prêmio de Mobilidade Urbana.
“É com muita alegria que anunciamos hoje, o Prêmio de Mobilidade Urbana, uma iniciativa do Connected Smart Cities e do Mobilidade Estadão, em conjunto com a Urucuia, que vai reconhecer, valorizar, enaltecer, divulgar, dar visibilidade à carreiras, projetos e iniciativas que estejam promovendo a sustentabilidade, segurança viária e inclusão social, através da mobilidade urbana”. “Com esse prêmio, vamos ter a oportunidade de permitir que as pessoas conheçam e, mais importante, reproduzam, adaptem, dêem escala à boas iniciativas e projetos”, destacou ele.
O regulamento da premiação com informações, normas e prazos de inscrição será disponibilizado no site do PMU no próximo dia 27. Entretanto, a idealizadora da premiação já adiantou que o processo vai considerar um total de seis categorias de avaliação, divididas em “Profissionais” – carreiras inspiradoras de mobilidade urbana e mulheres que inspiram a mobilidade urbana – e “Projetos” (setores público e privado): iniciativas em favor da mobilidade sustentável, iniciativas que inovam e transformam, iniciativas em favor da segurança viária e iniciativas em favor da mobilidade ativa.
Para concluir a discussão, Paula Faria destacou o propósito desse rol de ações, que integram uma agenda de prioridades para o desenvolvimento de cidades sustentáveis. “Queremos trazer todos os atores desse ecossistema de mobilidade e que essas empresas consigam levar qualidade de vida para as pessoas, mirando no desenvolvimento sustentável e inclusivo”. Na mesma linha de raciocínio, Willian observou que a premiação já busca “reconhecer projetos e profissionais representativos que já estão favorecendo mudanças positivas na vida dos cidadãos”, concluiu.
O cronograma da premiação abrange o período de final de março até metade do mês de maio. A previsão é que os premiados nas categorias inscritas e as menções honrosas sejam anunciadas no segundo dia do PMU, em 23 de maio.
Durante o encontro, Willian Rigon ainda ressaltou que falta menos de um mês para a realização do maior encontro de soluções digitais para o setor público do Brasil, o GovTech, em São Paulo. Para mais informações, acesse este canal. Assista na íntegra o primeiro evento online sobre Mobilidade Urbana da Plataforma CSC 2023aqui.
É com grande entusiasmo que anunciamos as 45 palestras selecionadas para o Festival ABCR 2023, o maior evento de captação de recursos da América Latina e uma das principais conferências do mundo nessa área. Recebemos um grande número de propostas de palestras este ano, o que demonstra o crescente interesse de profissionais bem qualificados e experientes no setor, que estão dispostos a compartilhar suas ideias e estratégias com outros profissionais.
As palestras selecionadas abrangem uma ampla variedade de temas relacionados à captação de recursos para organizações sociais, incluindo gestão, comunicação, tendências, inovação e voluntariado. Cada uma delas foi cuidadosamente escolhida pelo Comitê Científico, com base em critérios como relevância e originalidade. O resultado disso é uma gama de palestras que trazem para o centro da discussão tópicos como neurociência, Inteligência Artificial, gamificação, criptomoedas, inovação aberta, Smart Social Investment, além de outros temas essenciais como monitoramento de projetos, técnicas de captação e até saúde mental. “As palestras escolhidas são de alta qualidade e oferecem um conteúdo valioso e prático para nossos participantes”, afirma o diretor-executivo da ABCR, Fernando Nogueira.
Diversidade
As pessoas confirmadas como palestrantes vêm de 13 estados brasileiros, com destaque para São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Ceará, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina; 60% delas são mulheres. Isso é fruto do esforço que o Festival ABCR tem de ser um espaço inclusivo, aberto e diversificado, que busca promover a capacitação e o diálogo no setor de captação de recursos em suas diferentes realidades. Vale destacar também que 64% das pessoas que farão palestras são associadas à ABCR.
O Festival ABCR 2023 é uma oportunidade única para profissionais e organizações do terceiro setor se atualizarem e aprenderem e se conectarem com especialistas de todo o país. Ainda dá tempo de se inscrever e aproveitar o desconto de 15% no segundo lote. Ainda teremos o Palco da ABCR e o Palco de Patrocinadores. O programa completo será divulgado nos próximos meses.
A previsão é que toda a obra, até a estação da Lapa, seja entregue até o final de 2024
A Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) recebeu, nesta quarta-feira (15), uma comitiva com representantes de mobilidade das cidades de Recife (PE), Sorocaba (SP) e São Paulo (SP). Eles vieram conhecer o Centro de Controle Operacional (CCO) do BRT, localizado na Barros Reis. Logo depois, a visita incluiu uma visita no ônibus elétrico que faz a linha do BRT, entre as estações Rodoviária e Itaigara.
O diretor financeiro da Mobi Brasil em Recife, Ricardo Alves, afirmou que essa visita acontece especialmente para conhecer a parte de mobilidade elétrica. “Está na nossa estratégia adquirir 69 unidades sem emissão, e nosso intuito é aprender como Salvador evoluiu e evitar qualquer intercorrência. Essa experiência de conhecer um case de sucesso abrevia a trajetória de experiências porque provavelmente não vamos cometer erros e vamos tentar nos espelhar o máximo possível nesse case que estamos conhecendo hoje”.
O presidente do BRT Sorocaba, Renato Anderi, conta que o foco nos veículos elétricos será fundamental para a cidade. “Vemos que Salvador tem elementos parecidos com o nosso na área de tecnologia, atendimento, cultura, e estamos vendo a convivência com a frota elétrica, desafios, carregamento, detalhes do equipamento adotado aqui. A gente está procurando cases especificamente nesta área, estivemos em Santiago, no Chile, e aqui em Salvador, por contar com oito carros em operação e já ter uma experiência interessante para compartilhar”.
Representando a cidade de São Paulo, o assessor Marcos Dias conta que na cidade paulista há uma nova proposta de implantar veículos elétricos, por isso eles começaram uma visita a outros lugares para saber como funciona para colocar na capital. “Temos a intenção de conhecer outros países, mas aqui vemos uma aplicação brasileira, de algo que deu certo”.
“O processo de adoção de ônibus zero emissões é desafiador tanto por conta dos altos investimentos iniciais quanto pela diferenciada logística operacional. Para nós é muito gratificante que o BRT de Salvador, recém-entregue e com obras ainda em andamento, já seja uma referência para outras cidades do país, que inclusive estejam em processo de eletrificação de suas frotas”, declarou o titular da Semob, Fabrizzio Muller.
Para Samuel Bacelar, coordenador operacional do BRT, a importância da visita é poder trocar experiências. “Como a gente sempre busca o melhor, entendemos que essa troca é importante. Eles querem agora conhecer o modal em Salvador, pois aqui fizemos um trabalho bonito para fazer o BRT rodar bem”.
Funcionamento
O modal circula das 5h30 às 22h de segunda a sábado, e das 6h às 22h aos domingos e feriados. Com isso, o sistema é ofertado aos usuários que utilizam o transporte desde as primeiras horas da manhã.
Atualmente o BRT conta com cinco estações – Rodoviária, Hiper, Cidadela, Parque da Cidade e Itaigara – e 13 ônibus em operação, três dos quais são elétricos. O usuário pode fazer a integração com outros modais, como os ônibus convencionais e os metropolitanos, os veículos do Subsistema de Transporte Especial Complementar (Stec) – mais conhecidos como “amarelinhos” – e o metrô, pagando uma única tarifa no valor de R$4,90, dentro do período de 2h.
A partir de abril, novos trechos devem ser entregues à população, a exemplo da Estação Pituba, localizada nas proximidades do Parque Júlio César, assim como novas linhas, ampliando a área atendida pelo BRT. A previsão é que toda a obra, até a estação da Lapa, seja entregue até o final de 2024.
A Urban Systems é referência no estudo de projetos de Bairros Planejados e coleciona em sua carteira produtos imobiliários inovadores nas mais diversas regiões do País
Investir em qualquer segmento do mercado brasileiro exige planejamento e flexibilidade. Com o mercado imobiliário não é diferente conforme citamos no blog. Planejar o desenvolvimento de um bairro planejado envolve não apenas a inserção de um produto imobiliário, mas de diversos produtos em uma cidade. Produtos esses que trarão impacto local e regional, portanto devem estar integrados e caminhar para o desenvolvimento urbano ordenado.
Os bairros planejados têm sido discutidos há muitos anos no Brasil, no entanto, o conceito segue diferente da prática. A proposta inicial era integrar empreendimentos residenciais e comerciais a uma variedade de serviços e opções de cultura e lazer, promovendo assim um uso misto do espaço urbano. Esses espaços tendem a mudar o jeito de morar bem no Brasil e atrair ainda mais pessoas para esse novo conceito de urbanização, principalmente após a pandemia, onde os cidadãos buscam mais comodidade e assertividade ao buscar sua moradia.
No entanto, essa tendência acaba levando os incorporadores a seguir uma receita que deu certo em determinada região, por exemplo, colocando em risco o sucesso do seu negócio, uma vez que um bairro planejado não é apenas um condomínio de lotes com serviços e torre comerciais agregadas.
Expertise
Atualmente, a Urban Systems é referência no estudo de projetos de Bairros Planejados no Brasil, e conta com os mais variados projetos em sua carteira, desde bairros planejados com foco em um determinado vetor de desenvolvimento; bairros onde foi necessário criar um novo vetor ou centralidade; outros casos em que se aproveitou a exuberância da natureza trazendo a sustentabilidade e o planejamento para o desenho urbano, entre outros.
Para planejar um bairro inteligente, estruturado e sustentável, a Urban Systems considera vocação imobiliária de uma determinada área, a sua lógica urbana, os fluxos existentes, os relacionamentos entre os clusters produtivos e as informações de oferta e demanda.
Além de toda essa questão técnica, a Urban Systems traz outros diferenciais aos seus clientes. Algo que sempre costumo dizer é que conseguimos trazer o olhar do proprietário no desenvolvimento da sua terra. Ou seja: o que ele prioriza; quanto está disposto a investir; quais são os anseios em termos de velocidade e volume de retorno. O proprietário tem um sonho, nós iremos aliar esse sonho aos dados que teremos disponíveis, ao que será viável. Isso é uma ciência, desenvolver, com base no potencial do mercado sem esquecer do perfil do cliente. Existe outra questão nessa fase: muitas vezes a área tem um potencial a ser desenvolvido que não estava no radar do proprietário, por não ter nenhuma ligação com a utilização usual da área, por exemplo. Nesse caso a Urban Systems acompanha e auxilia o investidor a entender sobre o negócio que ele irá desenvolver.
Destaques
Para que possamos analisar algumas diferenças importantes em projetos de bairros planejados, trouxemos alguns exemplos de projetos desenvolvidos pela Urban Systems, suas particularidades e, principalmente, diferenciais competitivos que mudaram a cara das regiões onde essas comunidades foram inseridas. Além disso, é importante ressaltar que a Urban Systems também está participando de projetos que estão em desenvolvimento nas regiões de Ouro Preto (MG), Belo Horizonte (MG), Palmas (TO), entre outros.
O Granja Marileusa, em Uberlândia (MG), por exemplo, um dos primeiros bairros planejados do Brasil, começou a ser estruturado em 2011 pela Urban Systems, com o objetivo de valorizar uma propriedade pertencente ao Grupo Algar, integrando-a ao tecido urbano. Acredito que, um grande destaque desse projeto é ele ser formado por usos diversificados e complementares, essencialmente comércio, serviços e residências, e espaços de convívio e lazer.
Normalmente, os projetos trazem apenas um empreendedor que irá explorar as diversas atividades no bairro. No caso do Granja Marileusa, trouxemos diversos parceiros nas áreas de varejo, salas comerciais e loteamentos. Isso é um grande diferencial que precisa de um articulador imparcial para que aconteça.
Saiba mais sobre o estudo da Urban Systems para o Granja Marileusaaqui.
O CSul Lagoa dos Ingleses, em Nova Lima (MG), é o maior projeto de desenvolvimento urbano da América Latina. São aproximadamente 28 milhões de m² de área total, 10 milhões de m² de área a ser urbanizada, 60% do território preservado em terreno natural e um índice de 120 m² de área verde por habitantes. Os estudos começaram em 2014 e contemplam infraestrutura de lazer, habitação e trabalho, focado nos conceitos de sustentabilidade, tecnologia e mobilidade.
O projeto evoluiu e acelerou sua condução após os proprietários da área tomarem conhecimento de um estudo que identificava a necessidade de diversificação econômica para contribuir com o crescimento e desenvolvimento ordenado da Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG).
O Masterplan do projeto CSul Lagoa dos Ingleses está alinhado com o Plano Diretor de Nova Lima, que tem como objetivo definir o crescimento da cidade para os próximos anos, visando ordenar o seu desenvolvimento econômico e social. Com o CSul levamos interesse de moradia e investimento para outra área de Minas Gerais.
Saiba mais sobre o estudo da Urban Systems para o CSul Lagoa dos Ingleses aqui.
Sul do País
O VivaPark Porto Belo, empreendimento da Vokkan Urbanismo localizado na cidade de Porto Belo (SC), na região litorânea mais valorizada do país foi inspirado em tendências mundiais de planejamento urbano. Com 705 mil m², é o primeiro ‘bairro-parque’ do Brasil, reúne espaços de moradia, trabalho, educação e lazer. O VivaPark deverá ser entregue em 2025.
O projeto ganhou reconhecimento internacional em design recentemente, faturando o prêmio Architecture, Construction & Design Awards (ACD Awards) na categoria Melhor Design Urbano, de acordo com o portal da incorporadora. A sustentabilidade é outro ponto do empreendimento que ganhou destaque. O Vivapark Porto Belo foi o primeiro do mundo a alcançar o nível platinum do selo LEED for Communities: Plan and Design, certificação global de sustentabilidade no mercado imobiliário.
A Urban Systems foi responsável pelo estudo de vocação e demanda imobiliária para a propriedade, com análises contemplando a cidade de Porto Belo e região, demonstrando que o crescimento econômico, de empregos e de geração de renda da região proporcionam oportunidade única de uma demanda influente e ansiosa por empreendimentos imobiliários diferenciados.
Saiba mais sobre o estudo da Urban Systems para oVivaPark Porto Beloaqui.
Também no Sul do Brasil, outro destaque é o Parque Una, em Pelotas (RS), que trouxe, dentro do conceito de bairro planejado, desenvolvimento para a região. Esse caso é muito interessante em termos de mercado, pois levou à cidade de Pelotas produtos diferenciados, além de aperfeiçoar o que já existia no mercado na época. Portanto esse projeto se destacou tanto pela inovação quanto para a ‘subir a régua’ do mercado, que entendeu que o nível de exigência do consumidor mudou. Importante ressaltar aqui que a Urban Systems não participou desse projeto.
A Idealiza Urbanismo, responsável pelo projeto urbanístico, queria ir além dos métodos convencionais de planejamento urbano e trouxe um olhar para o futuro, valorizando a cultura local.
Nesse caso especificamente precisamos destacar uma das referências utilizadas: o Placemaking, que em tradução livre significa a construção de lugares. O conceito surgiu nos anos 1980, nos Estados Unidos, e caracteriza uma abordagem centrada na construção e transformação de espaços públicos para atender às necessidades dos habitantes. Inclusive, a abordagem Placemaking, ajudou a Idealiza Urbanismo a envolver os cidadãos na construção de uma Pelotas melhor.
A iniciativa reuniu aproximadamente 500 cidadãos e revelou o desenho do que as pessoas esperavam da cidade. Soluções de mobilidade urbana, espaços de incentivo à economia criativa, à cultura e ao lazer estiveram em alta entre as tendências e anseios populares levantados no encontro.
A Cidade Pedra Branca, bairro-cidade criado há 20 anos na Grande Florianópolis, é referência internacional em planejamento urbano sustentável. O espaço adota o conceito do novo urbanismo, recebendo inúmeras premiações pelas práticas inovadoras que proporcionam maior qualidade de vida aos moradores, visitantes e comunidade em geral. Assim como citado sobre o parque Una, ressaltamos também que a Urban Systems não participou desse projeto.
Um grande destaque desse empreendimento na cidade de Pedra Branca (SC) é a flexibilidade e capacidade de adaptação ao longo dos anos e mudanças no País e no mundo. Por isso, sempre repito que a única certeza do masterplan é de que ele será adaptado no futuro. Por isso, um masterplan de sucesso deve nascer com flexibilidade e, uma vez que as mudanças acontecem rapidamente e são imprevisíveis.
Na Cidade Pedra Branca, o grande desafio foi desenvolver um projeto a partir de uma propriedade em um município distante de Florianópolis, por isso, foi preciso criar um destino de forma planejada equilibrada, criativa, consciente e responsável. O projeto transformou o que era uma fazenda familiar em uma verdadeira cidade para pessoas no município de Palhoça, em Santa Catarina.
Como desenvolver um bairro planejado de sucesso?
Para que a sua área se torne um bairro planejado sustentável e integre o tecido urbano, contribuindo para o crescimento da região é fundamental o acompanhamento de especialistas desde a concepção até a entrega do projeto. A Urban Systems tem, na minha opinião, uma habilidade muito rara: trazer o sonho do proprietário para o olhar da demanda e do mercado. Além disso, todo o conhecimento em cidades adquiridos em todos esses anos permite que nossos projetos estejam inseridos de forma inteligente no tecido urbano.
A partir da ótica do proprietário, dos produtos sugeridos, das demandas e do potencial de mercado identificado, a Urban Systems, inicia o trabalho coordenando uma equipe multidisciplinar com urbanistas, arquitetos, engenheiros, especialistas em meio ambiente, advogados e dependendo do caso, especialistas em patrimônio histórico, por exemplo.
Da mesma forma, a Urban Systems atua na busca de parceiros para os negócios. Tanto na esfera pública, que é preciso identificar qual o momento e maneira ideais para tratar sobre o projeto om os gestores públicos, quanto na privada, onde ocorre com a busca dos parceiros adequados para o negócio. É preciso escolher os parceiros certos para cada momento do desenvolvimento e unir, todos os envolvidos, em torno de um único objetivo.
Todo esse trabalho permite que a Urban Systems entenda as necessidades e desejos do proprietário integrando todos os steakholders necessários para desenvolver um bairro planejado, além da expertise em cidades e a visão imparcial para que aquela área seja desenvolvida adequadamente.
Não bastasse esse enorme desafio que é dimensionar e gerir essa rede, a crise que vinha atingindo há alguns anos o setor de mobilidade agravou-se ainda mais com a pandemia causada pelo coronavírus.
Planejar a mobilidade urbana é uma tarefa de alta complexidade e, em geral, para problemas complexos não existe solução simples. É fundamental que os diversos atores que fazem parte do ecossistema possam interagir e trocar informações para que o desenho da rede atenda aos desejos de deslocamento da população. Além disso, deve haver racionalização para que os custos sejam acessíveis a todos e o sistema de mobilidade não gere exclusão social.
Não bastasse esse enorme desafio que é dimensionar e gerir essa rede, a crise que vinha atingindo há alguns anos o setor de mobilidade agravou-se ainda mais com a pandemia causada pelo coronavírus. O impacto foi tão significativo que o modelo de custeio do transporte público chegou ao seu limite de desgaste. Ainda durante a pandemia, iniciou-se a Guerra da Ucrânia, que trouxe aumento de preços de insumos essenciais para a mobilidade, como o diesel.
Essa crise atingiu, em maior ou menor proporção, os diversos estados brasileiros, mas o cenário no estado do Rio de Janeiro é ainda mais preocupante. Em todos os seus modos, as concessionárias dos serviços de transporte público passam por sérias dificuldades. A SuperVia, que opera o serviço de trens metropolitanos, está em recuperação judicial e acabou de fechar um acordo com o Estado em busca da viabilização da continuidade da prestação dos serviços. As barcas, que fazem o serviço aquaviário na Baía de Guanabara, se mostravam dispostas a paralisar as operações quando um acordo judicial permitiu que o serviço não fosse interrompido, garantindo o seu funcionamento por até mais dois anos. O metrô ainda não recuperou os níveis de demanda pré-pandemia e busca alternativas para que a tarifa não se torne inacessível para a população. Nos serviços de transporte por ônibus, aproximadamente 14% das empresas faliram e encerraram suas atividades, muitas outras se encontram em regime de recuperação judicial, o BRT do Rio de Janeiro está sob gestão pública após um período de intervenção.
Entretanto, é preciso chamar a atenção do leitor para o fato de que essa crise nas concessões do Estado do Rio de Janeiro não se restringe ao setor de mobilidade. A concessionária do Galeão está em processo de devolução do contrato, a Light enfrenta problemas de caixa e informou à Agência Nacional de Energia Elétrica que não tem condições de garantir a sustentabilidade das operações. Destaca-se que é vedado às concessionárias de energia elétrica a adoção do regime de recuperação judicial.
A maior parte dessas empresas concessionárias que enfrentam problemas muito graves por aqui também operam serviços concedidos em outros estados e países. Nas demais operações, no entanto, a situação não se parece com a que se vê no estado do Rio de Janeiro. Entender os motivos dessa crise sistêmica pode ser um bom caminho na busca de soluções para os problemas enfrentados atualmente.
Retomando o foco para o transporte público, o mesmo precisa ser enxergado por toda a sociedade como um direito social. É fundamental que seja dada segurança jurídica para que os atuais e futuros contratos de concessão sejam respeitados em sua plenitude por todas as partes: concessionário e poder concedente.
No primeiro parágrafo, mencionou-se que se tratava de um problema complexo, e não há mesmo soluções mágicas nem rápidas, mas esta talvez seja uma janela de oportunidade para se fazer um grande rearranjo institucional e de governança envolvendo toda a sociedade nessa discussão. É papel da SEMOVE promover esse debate e nos colocamos à disposição para buscarmos soluções viáveis para a mobilidade urbana no estado do Rio de Janeiro.
As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities
Na França e na Itália, já existem cidades que possuem projetos piloto de sistemas munidos com esse tipo de tecnologia
Quem vive nos grandes centros urbanos conhece as vantagens e desvantagens da metrópole, que vão do acesso fácil a todos os tipos de serviço, mas passam, muitas vezes, pelas longas horas de deslocamento para trafegar pela cidade. E se pudéssemos viver em cidades que possuem uma mobilidade inteligente e sustentável, onde os modais de transporte funcionam de forma integrada, com agilidade e segurança nas viagens das pessoas?
Quando falamos em digitalização na mobilidade urbana, discutimos como aproveitar os dados para gerar resultados melhores para a cidade. Trata-se de como saber usar a tecnologia em favor da população – por exemplo, conseguir mapear com maior precisão o deslocamento das pessoas e, com isso, adaptar o sistema de transporte às demandas e necessidades em cada região.
Estamos falando sobre o uso da inteligência artificial para garantir mais segurança e fluidez aos usuários dos modais. Os dados de manutenção são utilizados de forma que possamos ser mais preditivos e menos corretivos diante de uma falha. Ou seja, tornando possível a previsão de situações que podem ocasionar problemas no sistema e, com essa informação, adotar medidas para melhorar o fluxo das pessoas.
Ciência de dados
Outro exemplo de digitalização de sistemas que ajudam as autoridades da cidade a obter maior fluidez e capacidade de seus diferentes serviços de transporte é saber o que está acontecendo em uma estação, observar o movimento de passageiros, identificar algum incidente passível de ocorrer e encontrar uma solução no menor tempo possível. Podemos também conseguir, em tempo real, a quantidade de passageiros que passam a catraca e adaptar o hardware do intervalo de trens para atender a essa demanda.
Existem sistemas que funcionam como um orquestrador dos modais das cidades; eles conseguem analisar, em tempo real, a situação atual de determinada área/região, com o objetivo de organizar o espaço para minimizar o caos, no caso da ocorrência de um problema.
Por exemplo, em uma eventual pane em uma das linhas de metrô, o sistema recomendaria a utilização de outros trajetos, poderia sugerir aumentar a quantidade de trens, avisaria os operadores de ônibus para reforçar a frota e comunicaria os aplicativos de táxis e transporte por aplicativos que ali é uma região que está necessitando de suporte extra.
Todas essas informações poderiam ser acessadas por meio de um aplicativo, no qual o usuário saberia o que está acontecendo e como proceder nesse tipo de ocorrência.
Uma ferramenta de solução de mobilidade mais sustentável e inteligente é o Mastria, desenvolvido pela Alstom com o Instituto de Pesquisa Tecnológica (IRT) SystemX (localizado em Palaiseau, em Essonne, na França).
Redes neurais artificiais
Trata-se de um orquestrador de tráfego multimodal que foi inserido em 2019 nos metrôs do Panamá para ajudar na saturação de usuários do serviço. Em apenas três meses, e graças a técnicas de aprendizagem profunda (redes neurais artificiais que permitem algoritmos de autoaprendizagem), antecipa em até 30 minutos o seu aparecimento e permite que sejam tomadas medidas para reduzir o tempo de espera nas estações em 12%.
No período de crise sanitária, devido à pandemia de covid-19, a tecnologia também facilitou limitar a taxa de ocupação dos trens aos 40% recomendados pelos órgãos de saúde.
Na Europa, algumas cidades na França, Itália e Espanha possuem projetos-piloto desse sistema munido com esse tipo de tecnologia, que foi especialmente adaptado à realidade de cada localidade. São regiões que investem e estão atendas à gestão da informação.
Tecnologias já existem e podem ser adaptadas para a realidade de cada cidade. No entanto, para que seja possível operar no Brasil, é necessário que haja uma gestão de dados integrada, com investimentos em infraestrutura para compartilhamento de dados e informação.
É importante a compreensão de que não se trata de uma solução rápida de resultados imediatos: trata-se de um projeto com implementação gradual, respeitando cada fase de execução e implementação, mas que a longo prazo resultaria em uma cidade mais moderna e, principalmente, segura para a sua população.”
Representantes da secretaria nacional de mobilidade urbana estiveram em São Paulo para discutir questões relativas ao transporte público com os principais players do setor
O secretário nacional de mobilidade urbana (secretaria ligada ao ministério das cidades), Marcos Daniel Souza Santos, se reuniu com empresários e especialistas em mobilidade e transporte público na sede da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado de São Paulo (Fetpesp). “Queremos manter o diálogo com o setor para construir juntos um pacote de soluções com as principais propostas dos operadores para qualificar todo o sistema de transporte público. Os operadores são aqueles que melhor conhecem as dificuldades da operação”, comentou Souza Santos.
Durante o encontro, várias propostas e ideias foram apresentadas. “Temos questões de curto, médio e longo prazos. De forma mais emergencial, é preciso pensar em formas de facilitar a renovação da frota e na manutenção da desoneração da folha de pagamento para o setor. As empresas ainda sofrem com as sequelas econômicas da pandemia”, enfatizou Ruben Bisi, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus).
A reunião teve por objetivo levantar subsídios técnicos para os projetos do ministério da cidades relativos à mobilidade. Mauro Herszkowicz, presidente da Fetpesp e conselheiro da Associação Nacional de Transportes Urbanos (NTU), destacou a importância do diálogo com o governo federal. “Em conjunto com a NTU, vamos resumir e consolidar as ideias que surgiram aqui, para serem encaminhadas em um documento com as principais sugestões do setor”, comentou.
Francisco Christovam, presidente executivo da NTU, enfatizou que o maior desafio no cenário atual é o financiamento do sistema de transporte público. “Existem fontes não tarifárias que podem ser utilizadas para essa finalidade. A NTU já fez um estudo sobre essas diversas possibilidades.”
O consultor em mobilidade e ex-secretário de transportes de São Paulo, Sérgio Avelleda, disse que a secretaria nacional pode inspirar os municípios a adotar medidas que contribuam com o avanço da mobilidade urbana. “O papel da secretaria é de liderança nesse caminho”, afirmou. O novo marco legal do transporte público (PL 3.278/2021), que tramita no Congresso Nacional, também permeou as discussões.
Já Claudio de Senna Frederico, vice-presidente da (Associação Nacional de Transportes Públicos), lembrou que o passageiro quer uma operação de qualidade. “As questões operacionais são as que mais afetam o usuário do transporte coletivo. Acho que é fundamental ouvir as pessoas que efetivamente usam o sistema. Uma enquete nacional poderia contribuir bastante neste processo”, opinou.
Participaram ainda do encontro Ailton Brasiliense Pires, presidente da ANTP; Luiz Carlos M. Néspoli (Branco), superintendente da ANTP; Marcos Bicalho, diretor da NTU; Rodrigo Tortoriello, vice-presidente de relações institucionais da Federação das Empresas de Mobilidade do Estado do Rio de Janeiro (Semove); e Marcell Alexandre de Oliveira Costa, coordenador-geral de instrumentos de financiamento da secretaria de mobilidade urbana.