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82% das empresas de logística relatam queda na demanda após tarifaço, aponta enquete do setor

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No curto prazo, setor marítimo deve sentir maior necessidade de adaptação; porém, a médio e longo prazo expectativa é de estabilização com criação de novas rotas comerciais

O tarifaço de Donald Trump, que impõe sobretaxa de 50% sobre centenas de produtos brasileiros, já começa a mexer com a logística no País. Uma enquete realizada pela NTC&Logística, obtida com exclusividade pelo Mobilidade Estadão, revela que 82% das empresas do setor notaram queda na demanda por fretes de exportação. Enquanto isso, 65% relatam cancelamento ou antecipação de embarques.

O cenário é de insegurança e adaptação forçada com transportadores, operadores portuários e embarcadores em busca de alternativas para minimizar perdas. Em paralelo, ainda não há entendimento se o Plano Brasil Soberano, lançado pelo governo federal para proteger exportadores e empregos, vai também beneficiar o setor logístico diretamente.

Primeiros efeitos sentidos na logística após tarifaço

Nos portos, cargas destinadas aos Estados Unidos já foram suspensas ou redirecionadas. Em Vitória, há relatos de contêineres parados e a carga estocada a custos adicionais. Conforme o presidente da Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Cargas (Anut), Luis Baldez, embora o impacto quantitativo seja pequeno, equivalente a 1% da movimentação nacional, o problema é qualitativo. Ou seja, setores como proteína animal, pescado e madeira sofrem mais, já que dependem de prazos curtos e têm menor margem para readequação.

Por outro lado, o setor rodoviário de forma geral consegue adaptar rotas e redirecionar as cargas para outros destinos. Em reuniões com o governo, a Anut defende a realocação dessas encomendas para o mercado interno. Isso pode solucionar o problema com cargas perecíveis, como pescados e suco de laranja. Entretanto, o setor siderúrgico deve sofrer mais neste primeiro momento, já que são produtos mais difíceis para absorção imediata por outros mercados.

“No primeiro momento, nós entendemos que não vai haver grandes impactos na logística interna. O que vai acontecer é em virtude do tipo de produto, aí sim tem impacto na cadeia produtiva”, ressalta Baldez.

O levantamento da NTC confirma esse movimento no valor dos fretes. 41% das empresas não notaram alteração nos valores de frete, mas 29% já identificaram aumento e outros 29% registraram queda, resultado da instabilidade do mercado.

“As oscilações [no preço de frete] costumam estar mais ligadas a outros fatores como custo do combustível, disponibilidade de veículos e sazonalidade da demanda”, explica Lauro Valdivia, assessor técnico da NTC.

Rodovias, ferrovias e marítimo: qual sente mais?

O transporte rodoviário, responsável por levar a maior parte das exportações até os portos, deve ser um dos mais atingidos. A NTC alerta para retração de viagens e risco de demissões entre motoristas e operadores logísticos. Já o presidente da Abralog, Pedro Moreira, prevê redução de 10% a 15% no volume de movimentação nos próximos quatro a seis meses.

No modal ferroviário, a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) avalia que os efeitos só serão percebidos no médio prazo, já que 85% das cargas são commodities agrícolas e minerais sujeitas a sazonalidades.

Já o transporte marítimo sente impacto imediato, já que redirecionar rotas internacionais de longa distância não é tão simples. Em relação ao frete, há quem espere uma queda no preço em razão da ociosidade de navios. Por outro lado, há quem preveja um acréscimo desses valores, devido ao choque na cadeia logística inicial.

Tarifaço traz insegurança na cadeia da logística marítima

“Muitos contêineres ficaram nos portos brasileiros, o que tende a gerar um déficit e acúmulo de contêineres vazios no País, aumentando os custos de reposicionamento para as companhias marítimas”, explica o advogado e sócio na RC Law Larry Carvalho, especialista em comércio marítimo.

De modo geral, a logística pelos mares espera que novos mercados sejam abertos com celeridade. Em uma publicação no Linkedin, Ricardo Rocha, presidente da Maersk na costa oeste da América do Sul, líder mundial em logística marítima, afirma que os frequentes anúncios de tarifas impactam todo o mundo. O que “tem dificultado a clareza necessária para que nossos clientes possam planejar suas cadeias de fornecimento a médio e longo prazo”.

Caso essas tarifas sigam em vigor, a quantidade de cargas destinadas aos portos, especialmente no escoamento para o Porto de Santos, deve reduzir, alerta o técnico da NTC. Somado a isso, o trânsito nos portos devem ficar mais lentos devido as fiscalizações alfandegárias rigorosas.

Isso se reflete no recorde de exportações em Santos no mês de julho, já que os embarques foram acelerados para fugir das tarifas. Pela primeira vez na história, o porto superou o número de 17 milhões de toneladas de cargas movimentadas nos terminais do complexo portuário.

A edição da newsletter enviada aos clientes da RC Law, com orientações para mitigar as perdas, recomenda a revisão de contratos marítimos para incorporar clausulas que consideram atrasos ou aumento de custos causados pela crise .

Vulnerável desde a pandemia

A maioria das fontes entrevistadas pela reportagem enxergam os impactos do tarifaço de forma pragmática, fruto da experiência na pandemia. Durante a crise sanitária, a logística parou, o que abriu espaço para aprimorar a gestão de crise e inteligência na movimentação de cargas. Entretanto, o setor está mais vulnerável.

“A margem está muito espremida e qualquer custo adicional é fatal”, alerta o presidente da Abralog. Dessa forma, o temor também é de demissões no curto prazo, até que empresas consigam redirecionar parte da produção para o mercado interno ou para novos compradores externos. A associação prevê um período de quatro a seis meses de reacomodação até que novas rotas e contratos estejam consolidados.

“A manutenção da tarifa reduz a competitividade e pressiona margens, o que pode levar a cortes de empregos em toda a cadeia logística”, afirma Valdivia, da NTC.

Para o advogado Larry Carvalho, a situação atual se soma a um cenário global já pressionado por disputas geopolíticas e choques externos. “Nos últimos cinco anos, o comércio marítimo tem enfrentado sanções, crises ambientais e reconfiguração de rotas. O setor se adapta rápido, mas cada nova tarifa ou barreira exige ajustes imediatos, pressionando custos e contratos internacionais.”

Governo reage com Plano Brasil Soberano

Para reduzir os impactos do tarifaço, o governo federal anunciou o Plano Brasil Soberano, com linha de crédito de R$ 30 bilhões para capital de giro e medidas emergenciais, como postergação de impostos. A estratégia remete às soluções adotadas durante a pandemia para assegurar a sobrevivência financeira de empresas.

Conforme a Anut, os recursos são importantes para segurar empregos e evitar um colapso financeiro nas cadeias mais expostas. Entretanto, lideranças do setor defendem que o País aproveite o momento para investir em infraestrutura ferroviária, hidrovias e cabotagem, reduzindo o custo logístico interno, hoje estimado em US$ 80 por tonelada exportada.

Empresas de transporte de cargas já buscam redirecionar exportações para Europa, Ásia e América Latina. Mas a adaptação varia conforme o tipo de carga. Enquanto o aço e a celulose podem ser estocados, pescado e proteínas perecíveis têm maior risco de perda. “O setor logístico é altamente adaptável, mas uma eventual retaliação brasileira poderia agravar ainda mais o cenário”, avalia Carley Welter, representante da Associação Nacional das Empresas de Transporte de Cargas (Anatc).

A Lei de Reciprocidade Econômica foi sancionada antes do anúncio do governo americano que ampliou as taxas aplicadas ao Brasil. Assim, o País fica autorizado tomar medidas como suspender concessões e cobrar taxas adicionais em transações comerciais. O governo federal ainda não anunciou o uso do dispositivo legal.

Perspectivas e incertezas após tarifaço

As perspectivas das empresas são majoritariamente negativas: insegurança, recessão e desemprego aparecem como respostas mais frequentes na enquete da NTC. Se o tarifaço for mantido, especialistas temem um efeito prolongado sobre a competitividade da indústria brasileira, somado aos impactos esperados da reforma tributária no setor de transportes.

Apesar disso, há consenso de que o problema é mais financeiro do que logístico. A dificuldade de manter capital de giro e competitividade pode paralisar empresas, mesmo que a infraestrutura siga operando. “Se o tarifaço viesse da China, seria o caos. Mas mesmo com os Estados Unidos, já sentimos que a logística está sob forte pressão”, resume Baldez, da Anut.

Fonte: Mobilidade Estadão

Arquivo Nacional lança Matriz de Carbono e reforça compromisso com a sustentabilidade

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Iniciativa integra o Plano Diretor de Logística Sustentável 2024-2025 e alinha-se aos objetivos da COP-30, que será realizada em Belém (PA) em novembro deste ano

Um marco importante rumo à sustentabilidade e à governança ambiental no setor público, o Arquivo Nacional mapeou e calculou sua primeira Matriz de Carbono, referente ao ano de 2024. A ação está inserida no Plano Diretor de Logística Sustentável (PLS-AN) 2024-2025 e tem como objetivo identificar, mensurar e planejar a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) geradas pelas atividades institucionais.

A Matriz de Carbono é uma ferramenta de diagnóstico ambiental que mapeia, de forma detalhada, as principais fontes emissoras de gases como dióxido de carbono (CO₂), metano (CH₄) e óxidos de nitrogênio (N₂O), possibilitando que a instituição formule estratégias mais eficazes para mitigar seu impacto ambiental. O levantamento considerou dados como consumo de gás natural e energia elétrica, uso de equipamentos, climatização de ambientes, deslocamento de pessoas e viagens a trabalho, abrangendo as unidades do Arquivo Nacional no Rio de Janeiro e em Brasília.

O estudo revelou que, em 2024, o Arquivo Nacional emitiu aproximadamente 2.220 toneladas de CO₂ equivalente. A maior parte dessas emissões (mais de 80%) está relacionada à climatização das áreas de trabalho e das áreas de guarda de documentos, especialmente na sede, no Rio de Janeiro. O deslocamento de servidores, usuários e visitantes e as viagens aéreas a trabalho também aparecem como fontes relevantes.

Segundo o levantamento, a transição para fontes renováveis, como a energia solar, pode ser um caminho promissor. A Superintendência Regional do Arquivo Nacional em Brasília, por exemplo, possui estrutura física que permitiria neutralizar a emissão de carbono de toda a instituição, caso parte de sua cobertura fosse equipada com painéis fotovoltaicos.

A iniciativa do Arquivo Nacional dialoga diretamente com os compromissos assumidos pelo Brasil no Acordo de Paris e reforça o papel da administração pública federal no enfrentamento das mudanças climáticas. A ação também ganha ainda mais relevância em um ano simbólico: em novembro de 2025, o Brasil sediará, em Belém (PA), a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP-30, que reunirá líderes mundiais para debater soluções para a crise climática global.

Nesse contexto, a construção da Matriz de Carbono do Arquivo Nacional representa não apenas um avanço técnico, mas também uma sinalização política e institucional de compromisso com a transparência ambiental, a eficiência energética e a preservação das futuras gerações. O conhecimento produzido a partir dessa matriz permitirá que o Arquivo planeje ações estruturais, revise práticas de gestão e busque certificações de carbono neutro no médio e longo prazo.

A elaboração e divulgação da Matriz de Carbono reafirmam o protagonismo do Arquivo Nacional na agenda de sustentabilidade do Governo Federal e mostram que, mesmo instituições dedicadas à preservação de documentos arquivísticos podem e devem ser agentes ativos no combate às mudanças climáticas.

Fonte: Arquivo Nacional

Parque da Mobilidade Urbana promete imersão no futuro do transporte durante o Cidade CSC

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Com o objetivo de transformar a forma como nos deslocamos nas cidades, será realizado em São Paulo, dentro da programação do Cidade CSC, o Parque da Mobilidade Urbana (PMU)

O evento Cidade CSC ocupará mais de 20 mil metros quadrados do Expo Center Norte e promete ser uma verdadeira imersão no universo das cidades inteligentes. Voltado para profissionais do setor, governos, empresas, pesquisadores e interessados em soluções urbanas, o Cidade CSC reunirá mais de 120 expositores e cerca de 8 mil participantes. Ao longo de sua programação, estão previstas palestras com mais de 350 especialistas em 17 palcos simultâneos, além de espaços dedicados à exposição de produtos, tecnologias e experiências interativas com o público.

Leia mais: Cidade CSC 2025: o futuro das cidades inteligentes

Além do conteúdo técnico, o evento contará com rodadas de negócios, áreas de convivência, workstations para trabalho colaborativo e cobertura ao vivo com entrevistas, talks e transmissões diretas da arena principal. Haverá ainda ativações com sorteios e promoções, além de uma loja oficial com itens como camisetas, canecas e ecobags da comunidade CSC.

Leia mais: Grandes nomes confirmados como keynotes no Cidade CSC 25, o maior evento de cidades inteligentes da América Latina 

As discussões do Parque da Mobilidade Urbana, evento que acontecerá durante o Cidade CSC, serão organizadas em torno de trilhas temáticas que refletem os principais desafios e soluções em mobilidade urbana no Brasil. Entre elas, destacam-se: mobilidade ativa e compartilhada, com foco em bicicletas, caminhadas e veículos coletivos; energia verde e descarbonização, promovendo o uso de fontes renováveis no transporte; planejamento urbano voltado para a acessibilidade e a eficiência dos deslocamentos; logística urbana e segurança viária, com ênfase em tecnologias conectadas; acessibilidade e inclusão social na mobilidade; e tecnologia e tendências, abordando as inovações que vêm moldando os sistemas de transporte urbano.

Leia mais: Parque da Mobilidade Urbana marca presença no Rio Innovation Week 2025, a maior conferência de tecnologia da América Latina 

A proposta do PMU é ir além da exibição de tecnologias, oferecendo ao público uma experiência que alia conhecimento técnico, diálogo entre setores e vivência prática das soluções mais atuais no campo da mobilidade urbana. A expectativa é que o evento contribua para ampliar a articulação entre empresas, poder público e sociedade civil em prol de cidades mais sustentáveis e eficientes.

O Parque da Mobilidade Urbana integra a programação do Cidade CSC, considerado o maior evento sobre cidades inteligentes da América Latina. Em sua nova edição, o Cidade CSC reúne múltiplas iniciativas voltadas à transformação urbana, consolidando-se como um espaço de encontro entre inovação, políticas públicas e sustentabilidade.

Leia mais: Parque da Mobilidade Urbana Regional DF reuniu especialistas em debates sobre desafios da mobilidade urbana

O evento conta com o patrocínio das empresas e instituições Betha, TEVX, Higer, ATMAN Systems, CODEMGE, Governo de Minas Gerais e FHA Business School. São parceiros estratégicos que reforçam o compromisso com o desenvolvimento de soluções urbanas mais conectadas ao futuro das cidades brasileiras.

Para saber mais, clique aqui.

COP 30: organização recua e retira proibição de açaí e outros produtos amazônicos no evento

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A mudança ocorreu após intervenção direta do ministro do turismo, Celso Sabino. A justificativa era para o risco de contaminação da doença de Chagas.

Depois de muita repercussão negativa e de uma atuação direta do ministro do turismo, Celso Sabino, a organização da COP 30 recuou na decisão que proibia o uso de açaí e outros produtos amazônicos do cardápio de restaurantes do evento.

O edital foi publicado no final da semana passada e trazia uma série de recomendações e regras a serem seguidas pelos locais que oferecerão comida na COP. A organização justificou a proibição ao dizer que o açaí oferece risco de contaminação da doença de Chagas. Em relação aos outros produtos amazônicos, como tucupi e maniçoba, afirmou que havia risco de conter toxinas naturais.

A decisão repercutiu mal e foi necessária uma intervenção direta do ministro do turismo. No final de semana, ele foi às redes dizer que conseguiu que a Organização dos Estados Ibero-Americanos corrigisse o edital.

A organização também mudou a orientação sobre a carne vermelha. O edital anterior determinava que os restaurantes evitassem esse produto. Agora, diz que eles devem ‘incentivar a redução gradual do consumo de produtos de origem animal’.

Outra mudança no edital é no trecho que proibia a venda de bebida alcoólica depois das 21h. Agora, afirma que a venda poderá ocorrer até o fechamento dos restaurantes.

Fonte: CBN

Brasil expressa preocupação com debate internacional sobre plásticos

Sessão do comitê que tentava definir regras globais foi suspensa

O governo brasileiro lamentou neste domingo (17) a nova suspensão da quinta sessão do Comitê Intergovernamental de Negociação responsável por elaborar um instrumento internacional para combater a poluição por plásticos, inclusive no ambiente marinho. A suspensão ocorreu durante a reunião do comitê, realizada este mês, em Genebra, na Suíça.

De acordo com nota divulgada pelo Itamaraty, “a delegação brasileira participou de forma ativa e construtiva das negociações em Genebra, defendendo posições equilibradas que buscavam conciliar diferentes visões sobre como enfrentar a poluição plástica, em um contexto de polarização entre países”.

O Brasil apresentou propostas em áreas estratégicas como financiamento, saúde, cooperação internacional e transição justa, destacando a importância do apoio adequado dos países desenvolvidos aos países em desenvolvimento. Também foi enfatizado o reconhecimento do papel fundamental de catadores e catadoras na cadeia de resíduos.

A defesa de maior proteção aos direitos humanos, incluindo os de povos indígenas, comunidades tradicionais, marisqueiras e pescadores artesanais, foi outro ponto de destaque da atuação brasileira.

Segundo os diplomatas, o avanço nas discussões sobre transição justa foi bem recebido por organizações de trabalhadores e representantes do setor de reciclagem, que reconheceram a valorização da importância social e econômica de milhões de pessoas envolvidas na gestão de resíduos.

Com uma posição intermediária, o Brasil buscou aproximar visões divergentes, especialmente em temas sensíveis como os produtos plásticos de maior impacto poluidor e os riscos à saúde humana. Apesar dos progressos, o tempo disponível não foi suficiente para alcançar consenso global sobre as regras de combate à poluição plástica.

“Após três anos de intensas negociações no âmbito do INC, o Governo brasileiro reitera seu compromisso em seguir engajado nos esforços de negociação com vistas à adoção de um acordo internacional que seja capaz de promover o fim da poluição por plásticos, protegendo o meio ambiente e a saúde humana e incorporando preocupações sociais sob a ótica do desenvolvimento sustentável”, encerra a nota do Ministério das Relações Exteriores.

Fonte: Agência Brasil

Plano Nacional de Educação Digital: um marco essencial para a formação cidadã na sociedade conectada!

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Entenda a importância da formação crítica dos estudantes e a necessidade de enfrentar os riscos do ambiente virtual com responsabilidade e empatia.

As transformações provocadas pelas tecnologias da informação impactam todas as dimensões da vida cotidiana. A forma como nos comunicamos, aprendemos, trabalhamos e até como nos relacionamos socialmente passou por mudanças radicais nos últimos anos. Nesse cenário, tornou-se indispensável que o sistema educacional brasileiro acompanhe essas mudanças, preparando as novas gerações para lidar de maneira crítica e segura com os recursos tecnológicos.

Foi com esse propósito que, em 2023, foi instituído o Plano Nacional de Educação Digital (PNED), por meio da Lei Federal nº 14.533, de autoria da Deputada Federal Ângela Amin. Essa legislação estabelece diretrizes e metas para a promoção da inclusão tecnológica, da alfabetização midiática e do desenvolvimento de competências relacionadas ao uso consciente de ferramentas digitais. O PNED tem como principal objetivo tornar o acesso ao conhecimento tecnológico uma realidade para todos, desde a educação básica até a formação profissional, reduzindo desigualdades e promovendo oportunidades.

Mais do que formar usuários, o plano busca formar cidadãos preparados para os desafios do mundo conectado. Isso significa oferecer uma formação que aborde não apenas a familiaridade com dispositivos e plataformas, mas também os riscos envolvidos nesse ambiente, como exposição indevida de dados, golpes, desinformação e violências virtuais, entre elas o cyberbullying, que atinge principalmente crianças e adolescentes em idade escolar.

Embora seja uma política pública de abrangência nacional, sua execução prática depende, em grande parte, das ações dos municípios, responsáveis pela gestão da maior parte das escolas públicas do país. É fundamental que as administrações locais criem legislações específicas, adaptadas à realidade de cada território, para garantir que essa política se torne efetiva.

A implantação de um Plano Municipal de Educação Tecnológica — alinhado às diretrizes do PNED — é um passo importante. Essa estrutura local pode ser organizada a partir de cinco eixos principais:

  1. Acesso e infraestrutura: garantir conectividade e equipamentos nas unidades escolares, reduzindo a exclusão tecnológica entre os estudantes.
  2. Currículo escolar integrado: inserir o ensino de tecnologias de forma transversal e contextualizada nos conteúdos já existentes.
  3. Capacitação de educadores e gestores: promover formações continuadas que preparem os profissionais da educação para trabalhar com metodologias inovadoras e recursos tecnológicos.
  4. Cidadania no ambiente virtual: discutir temas como comportamento responsável nas redes, segurança da informação, proteção de dados pessoais, limites legais e éticos no uso da internet.
  5. Monitoramento e avaliação: levantar dados, estabelecer indicadores e acompanhar o impacto das ações adotadas no cotidiano das escolas.

Para garantir a continuidade e solidez das ações, recomenda-se que os municípios instituam por lei seus planos locais, oficializando o compromisso com a formação tecnológica dos estudantes. Essa formalização ainda favorece a busca por recursos junto aos governos estadual e federal, além de permitir que as políticas resistam a mudanças de gestão.

Um dos grandes méritos do PNED está na sua ênfase na formação crítica e cidadã no uso das tecnologias. Ensinar os estudantes a navegar no ambiente virtual com responsabilidade, reconhecendo seus direitos e deveres, é tão importante quanto garantir acesso às ferramentas.

O combate ao cyberbullying, por exemplo, deve ser tratado com a seriedade que o tema exige. Casos de humilhação, ameaças ou exposição de colegas nas redes sociais podem provocar traumas duradouros e comprometer o desempenho escolar. É papel da escola, em articulação com as famílias e com o poder público, desenvolver estratégias de prevenção e orientação, promovendo o respeito, a empatia e o diálogo.

Além disso, é necessário trabalhar a compreensão sobre os crimes virtuais, como uso indevido de imagens, discurso de ódio, fraudes e aliciamento de menores. A abordagem preventiva e educativa desses temas pode reduzir significativamente os riscos e preparar crianças e jovens para se protegerem e agirem corretamente caso sejam vítimas ou testemunhas dessas situações.

Adotar uma política municipal de educação tecnológica é garantir que nossas crianças e jovens não apenas acompanhem as inovações, mas que se tornem agentes de transformação, aptos a utilizar a tecnologia como ferramenta de aprendizado, trabalho, comunicação e cidadania. Trata-se de preparar a juventude não só para o mercado de trabalho, mas para a vida em sociedade, com responsabilidade, ética e criticidade.

O Plano Nacional de Educação Digital é muito mais que uma política educacional: é uma estratégia de desenvolvimento social. Sua adoção em âmbito municipal significa investir em inclusão, em proteção e em oportunidades. É garantir que nenhum estudante fique à margem de um mundo em constante evolução — e que todos tenham a chance de construir, com segurança e consciência, o seu lugar nesse novo tempo.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade da autora, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

Por que estas tecnologias vão mudar o mundo em 5 anos?

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Documento divulgado pelo Fórum Econômico Mundial chama a atenção para tendências tecnológicas que devem ter um impacto significativo em nossas vidas

Em meio aos desafios dos dias atuais como o compartilhamento de falsas notícias, emissão de gases poluentes e mudanças climáticas, o Fórum Econômico Mundial (WEF) destaca as 10 Principais Tecnologias Emergentes de 2025 – um relatório anual divulgado pela instituição que reúne soluções tecnológicas potencialmente capazes de transformar o mundo como conhecemos.

Lançada durante a 16ª Reunião Anual dos Novos Campeões, popularmente conhecida como “Davos de Verão”, a lista reúne projetos tecnológicos inovadores que levam em conta três premissas: possiblidade de desenvolvimento, aplicabilidade e que possam gerar benefícios sociais entre os próximos três a cinco anos.

Para Frederick Fenter, editor executivo da editora Frontiers (especializada em publicações científicas) e Jeremy Jurgens, diretor executivo do Fórum Econômico Mundial, que assinam o prefácio do documento, o compilado lança mão de insights imprescindíveis para a resolução de decisões estratégicas em escala global.

Entre os projetos apresentados, o relatório aponta para uma tendência crescente de convergência tecnológica, onde áreas como inteligência artificial, biologia e desenvolvimento de novos materiais se unem para impulsionar conquistas para o futuro da humanidade como, por exemplo, a produção de energia limpa.

Do combate à desinformação à produção de energia limpa

Com um leque diversificado de tecnologias, o relatório de 2025 destaca mecanismos tecnológicos que podem atuar desde o combate à disseminação de falsas notícia à criação de marcas d’água geradas por IA, ferramenta crucial para garantir a segurança da produção de conteúdo no ambiente digital.

No campo da sustentabilidade, a fixação de nitrogênio verde surge como uma alternativa mais ecológica para a produção de fertilizantes, por meio da utilização de energia limpa.

Em vez de usar 2% da energia global, como no método atual, o projeto emprega sistemas de base biológica ou bioinspirados (tecnologias desenvolvidas a partir de ações da natureza), para reduzir o impacto ambiental da agricultura.

A energia renovável também ganha destaque no relatório com os sistemas de energia osmótica, que têm o potencial de gerar eletricidade levando em conta a diferença de salinidade entre água doce e salgada, visando a concepção de uma fonte de energia limpa e de baixo impacto.

Para o setor de veículos elétricos, os compósitos estruturais para baterias prometem revolucionar o mercado automotivo elétrico, implementando tecnologias como a utilização de fibra de carbono no design dos protótipos a melhorias na capacidade de armazenamento de energia, tornando veículos mais leves e eficientes.

Saúde do futuro

Na medicina, a engenharia de vida terapêutica propõe transformar bactérias benéficas em “biofábricas” de medicamentos dentro do corpo.

Isso significa que, sem bem sucedida, essa abordagem inovadora poderia gerar tratamentos mais baratos e contínuos, como por exemplo a produção de insulina sob demanda para pacientes com diabetes.

Outro ponto de destaque do relatório acena para a classe de medicamentos GLP-1s, originalmente desenvolvida para tratar diabetes e obesidade – investigada atualmente por seu potencial no combate a doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson – com propriedades capazes de atuar contra a inflamação e eliminação de proteínas tóxicas no cérebro.

Enquanto a detecção bioquímica autônoma promete transformar diferentes campos da saúde humana, com dispositivos capazes de monitorar permanentemente parâmetros como níveis de glicose no sangue, qualidade da água e segurança alimentar.

Inovação em múltiplas áreas

Definidos como materiais sintéticos em nanoescala (dimensões em bilionésimos de metro), as nanoenzimas são projetadas para replicar funções das enzimas naturais, só que com maior estabilidade, custo reduzido e facilidade de produção.

Inicialmente, seu desenvolvimento deve ser aplicado em uma ampla gama de setores, incluindo biomedicina, indústria e meio ambiente.

Na área da saúde, as nanoenzimas demonstram o seu maior potencial. Isso porque elas podem ser utilizadas na composição de medicamentos para o tratamento do câncer, permitindo que os fármacos atinjam as células cancerosas com maior precisão.

Além disso, estudos indicam que podem ajudar a mitigar o estresse oxidativo, um fator chave em doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson.

Com um crescimento projetado de 27% ao ano, o mercado global de nanoenzimas está em forte expansão, com estimativas de que alcance o valor de US$ 57,95 bilhões até 2034.

Soluções para impactos cotidianos

O relatório aponta ainda os avanços em tecnologias nucleares, com uma nova onda de inovação em andamento, incluindo o desenvolvimento de Pequenos Reatores Modulares (SMRs).

A meta de longo prazo é alcançar a fusão nuclear, vista como uma solução inovadora para os desafios energéticos globais.

Por fim, a detecção colaborativa propõe conectar sensores individuais em uma rede alimentada por IA. Essa integração pode otimizar a gestão de cidades, ajustando semáforos para reduzir congestionamentos ou monitorando dados ambientais para prever tempestades.

Marcas d’água contra fake news

Em uma era de deepfakes, essa tecnologia adiciona tags invisíveis ao conteúdo gerado por IA (por meio de marcas d’água), o que facilita a identificação do que é real e do que não é, ajudando a combater a desinformação e a aumentar a confiança on-line.

Embora diversas empresas de tecnologia já adotem a marca d’água, a tecnologia ainda enfrenta desafios, como por exemplo a tentativa de remoção ou falsificação das marcas d’água. Além disso, a rotulagem falsa de conteúdo real como gerado por IA ainda inspira preocupações éticas.

Fonte: CNN Brasil

STF confirma ressarcimento bilionário aos consumidores de energia por tributos cobrados a mais

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Ainda não está claro o impacto da decisão nas tarifas de energia, que, a depender do caso, poderiam até ser elevadas para reaver recursos já devolvidos

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira, 14, pela constitucionalidade da lei que determinou a devolução integral, a consumidores de energia, de créditos tributários pela exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins, com o estabelecimento de um prazo prescricional de dez anos.

Os valores envolvidos no caso são bilionários e já vinham sendo revertidos aos consumidores de energia por meio de reduções das tarifas cobradas na conta de luz. Desde 2021, mais de R$ 44 bilhões já foram ressarcidos aos consumidores, enquanto mais R$ 5,8 bilhões deverão ser devolvidos neste ano, segundo informações da agência reguladora Aneel.

Ficou definido que a prescrição de dez anos passa a ser contada a partir da restituição efetiva do indébito às distribuidoras de energia, ou da homologação de compensação realizada — ou seja, de quando entrou no caixa da empresa os recursos que ela não deveria reter.

Ainda não está claro o impacto da decisão nas tarifas de energia, que, a depender do caso, poderiam até ser elevadas para reaver recursos já devolvidos aos consumidores. Procurada, a Aneel disse que vai esperar a publicação do acordão para avaliar.

As regras acabaram sendo mais favoráveis aos consumidores do que às distribuidoras de energia, já que as empresas poderiam se apropriar de mais recursos caso os prazos fossem mais curtos ou o marco para início de contagem fosse outro, apontou André Edelstein, advogado especializado no setor de energia.

“Não foi a melhor alternativa, mas também não foi a pior. Me parece que para o consumidor foi um bom resultado”, disse Edelstein.

O STF também definiu que as distribuidoras de energia poderão deduzir, dos valores a serem devolvidos aos consumidores, tributos e honorários associados aos processos judiciais que carregaram para conseguir os créditos tributários em nome dos consumidores.

Fonte: Istoé Dinheiro

Maior turbina eólica do mundo causa efeito inesperado ao ser ativada pela 1° vez

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Estrutura gigante possui lâminas de 128 metros e uma altura de 242 metros, capazes de gerar eletricidade suficiente para abastecer cerca de 96 mil residências anualmente.

Em um cenário global onde a busca por energia limpa se intensifica, a China desponta como uma referência em soluções renováveis, como a eólica. Nos últimos anos, o país enfrentou críticas pelas suas elevadas emissões de carbono.

No entanto, um projeto inovador mudou essa narrativa: a instalação de uma turbina eólica offshore gigante pela Mingyang Smart Energy em agosto de 2024. Esta turbina, a maior do mundo, representa um marco na tecnologia de energia eólica.

A estrutura gigante possui lâminas de 128 metros e uma altura de 242 metros, capazes de gerar eletricidade suficiente para abastecer cerca de 96 mil residências anualmente.

Localizada na província do Mar do Sul da China, em Hainan, a escolha estratégica do local aproveita as condições ideais de velocidade do vento e afastamento da plataforma continental, maximizando a eficiência energética.

Qual o impacto da instalação dessa turbina eólica no clima local?

A ativação desta turbina revolucionária trouxe efeitos imprevistos no microclima ao redor de sua localização. Enquanto turbinas eólicas geralmente alteram os fluxos de ar, o tamanho imenso desta instalação amplificou esses impactos.

Pesquisadores estão atentos às possíveis mudanças nos padrões climáticos regionais decorrentes dessa construção colossal, que altera velocidades dos ventos e distribuições de temperatura próximas ao local.

A maravilha da engenharia por trás da turbina eólica gigante de 20 MW

Ultrapassando os limites da tecnologia eólica offshore, esta turbina é um espetáculo de engenharia. Cada lâmina cobre uma área maior que dois campos de futebol, capturando mais energia dos ventos do que qualquer design anterior.

Com um output de 20 MW, esta inovação representa um avanço significativo no potencial das energias renováveis para atender as necessidades elétricas globais.

Além disso, a alta eficiência da turbina permite que menos estruturas sejam necessárias para a produção da mesma quantidade de energia, reduzindo o impacto visual e espacial das fazendas eólicas.

Ainda assim, os impactos ambientais imprevistos destacam a complexidade de balancear inovação tecnológica com conservação ambiental.

Estudos estão em andamento para compreender as consequências a longo prazo dessas alterações microclimáticas.

Como a turbina eólica está preparada para enfrentar condições extremas?

Projetada para suportar ventos de até 79,8 m/s, a turbina está apta para implantação em áreas propensas a tufões, garantindo resiliência e segurança.

Esta robustez é crucial para permitir o uso extendido desse tipo de tecnologia em regiões do mundo onde as condições climáticas exigem maiores precauções.

Benefícios otimizados e efeitos adversos reduzidos

A energia eólica, por ser renovável e abundante, não apresenta preocupações contínuas sobre danos ao meio ambiente.

O sucesso da turbina Mingyang exemplifica os esforços humanos em produzir recursos sustentáveis e benéficos não apenas para o entorno ecológico, mas também para a comunidade global e a estabilidade econômica.

À medida que novas tecnologias são implantadas em escalas inéditas, as mudanças microclimáticas não intencionais em torno de projetos como este turbina ressaltam a importância de avaliações ambientais abrangentes.

A evolução da energia eólica offshore precisará equilibrar os benefícios energéticos com a preservação dos ecossistemas locais.

A turbina recordista não é apenas um triunfo de engenharia, mas também um aviso sobre os desafios inerentes às inovações em energias sustentáveis.

Fonte: O Antagonista

Cidades inteligentes nos BRICS+: IA, mobilidade e energia limpa rumo a uma nova agenda urbana

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Conheça iniciativas brasileiras que posicionam o país como referência em infraestrutura digital e cidades inteligentes.

O tema das cidades inteligentes foi destaque da Cúpula dos BRICS, realizada no Rio de Janeiro, consolidando uma visão estratégica sobre o futuro urbano do bloco. Ficou evidente que a convergência entre inteligência artificial, mobilidade elétrica e energia limpa está redesenhando os caminhos da gestão pública e fortalecendo a cooperação internacional. Nesse contexto, as grandes cidades que compõem o bloco  se tornam vetores de inovação, inclusão e sustentabilidade, com papel central nas estratégias de desenvolvimento dos países membros.

A 1ª Assembleia Geral da Associação de Cidades e Municípios BRICS+ reuniu prefeitos e secretários que reconheceram o protagonismo dos governos locais na formulação de diretrizes colaborativas para a transformação digital das cidades, que desponta como fator-chave. Tecnologias aplicadas ao espaço urbano estão melhorando a qualidade de vida em metrópoles como São Paulo, Pequim, Joanesburgo, Nova Délhi, Moscou, Teerã e Jacarta. O encontro reforçou a importância de redes colaborativas entre prefeituras, setor privado e instituições multilaterais para ampliar o acesso a soluções tecnológicas e acelerar sua implementação em escala.

Entre as tecnologias disruptivas, a inteligência artificial ocupou posição central na Declaração Final dos líderes dos BRICS. O texto reconhece a IA como uma oportunidade para impulsionar o desenvolvimento equitativo e defende a construção de uma governança global inclusiva, com normas compartilhadas, mitigação de riscos e fortalecimento da soberania digital dos países. A recomendação de utilizar plataformas abertas e incentivar a capacitação dos países do bloco expressa um compromisso com a inclusão e a autonomia tecnológica.

Nas cidades dos BRICS+, a IA está presente em várias áreas da infraestrutura urbana. Sistemas de transporte inteligente usam algoritmos para otimizar o fluxo viário; sensores em redes de iluminação pública ajustam o consumo conforme a demanda; e plataformas preditivas orientam decisões sobre mobilidade, clima e segurança. Esses avanços demonstram como a tecnologia, quando bem direcionada, potencializa a capacidade do setor público de oferecer serviços centrados no cidadão. Para isso, são essenciais uma governança de dados transparente, interoperabilidade entre sistemas, acesso às plataformas digitais e investimentos em capacitação técnica local.

No Brasil, o projeto Rio AI City representa um passo importante nessa direção. A iniciativa visa posicionar o Rio de Janeiro como o maior hub de data centers da América Latina, com infraestrutura capaz de processar grandes volumes de dados em tempo real. Ao integrar sensores, câmeras e sistemas, a cidade poderá aplicar algoritmos de IA na tomada de decisões. Os impactos serão visíveis no cotidiano: atendimento mais ágil em emergências, planejamento urbano mais eficiente e maior qualidade na prestação dos serviços públicos. Além disso, o hub tecnológico deve atrair investimentos, gerar empregos qualificados e consolidar um ecossistema urbano sustentável, alinhado aos princípios da governança digital promovida pelos BRICS+.

Outros projetos relevantes na capital fluminense reforçam esse movimento. O Centro de Operações Rio (COR) conecta dados de mais de 30 órgãos públicos em uma plataforma unificada, funcionando 24 horas por dia para monitorar trânsito, clima, segurança e eventos. A tecnologia permite respostas rápidas e coordenadas a incidentes, além de receber alertas da população por meio de aplicativos e redes sociais. Já o SENSEable Rio Lab utiliza sensores urbanos, visão computacional e análise de dados para mapear padrões de mobilidade e uso do espaço público. Essas informações alimentam algoritmos que apoiam políticas públicas baseadas em evidências. São exemplos que ilustram como a digitalização integrada pode tornar a gestão municipal mais proativa e conectada às necessidades da população.

A eletrificação da mobilidade é outro vetor que está mudando as metrópoles do bloco. Países como China e Brasil vêm investindo fortemente no transporte público movido a energia renovável. Em São Paulo, a frota de ônibus já conta com 728 veículos elétricos, 527 deles movidos a bateria, e a meta é chegar a 2.200 até 2028. As garagens estão sendo equipadas com sistemas de armazenamento BESS, capazes de carregar até 29 ônibus simultaneamente. Estima-se que cada veículo evite a emissão de cerca de 118 toneladas de CO₂ por ano. Esse processo, além de reduzir impactos ambientais, dinamiza a economia local ao estimular a produção, manutenção e operação de tecnologias limpas.

Esses exemplos mostram que a construção de cidades inteligentes no Brasil e no âmbito dos BRICS exige estratégias integradas, visão compartilhada e articulação entre governos locais, empresas inovadoras e instituições multilaterais. A inteligência artificial, além de ser uma ferramenta de gestão moderna, é um verdadeiro instrumento de melhoria urbana e vetor de inclusão digital. A mobilidade elétrica, por sua vez, agrega benefícios ambientais e produtivos. E a infraestrutura digital se firma como base da governança urbana do século XXI.

Neste cenário, o novo ciclo de desenvolvimento das cidades que emerge dos fóruns propositivos do BRICS+ representa uma forma inédita de trocas de boas práticas e avanços e é uma oportunidade de transformação sustentável, ancorada em soberania tecnológica, colaboração internacional e compromisso com o bem-estar coletivo.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities.