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P3C promove Reuniões Estratégicas Regionais e Setoriais para impulsionar infraestrutura brasileira

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Encontros regionais e setoriais da Plataforma P3C irão reunir especialistas, autoridades e investidores para debater soluções inovadoras e sustentáveis para debater os principais desafios e potencialidades das PPPs.

A Plataforma P3C – PPPs e Concessões, movimento nacional dedicado à valorização de boas práticas, soluções inovadoras e parcerias estratégicas, dará continuidade em 2025 à sua missão de transformar a infraestrutura brasileira por meio das Reuniões Estratégicas Regionais e Setoriais. Os encontros, que acontecerão em diferentes estados do país, oferecerão espaços de diálogo e integração entre especialistas, gestores públicos, reguladores e investidores para debater os caminhos possíveis para um desenvolvimento sustentável, seguro e eficiente da infraestrutura nacional.

Leia mais em: Curso P3C: Formação Especializada para Profissionais de Concessões e PPPs

Criada para fortalecer o ambiente de negócios no Brasil com base em critérios rigorosos de governança, responsabilidade social e ambiental, a Plataforma P3C acredita que, apesar das particularidades de cada território, todos compartilham o mesmo potencial de crescimento qualificado. Ao reunir os principais atores do ecossistema local, as reuniões permitirão a identificação de oportunidades, a troca de experiências e a construção coletiva de soluções para desafios estruturais nos setores de transporte, energia, saneamento, saúde, infraestrutura social e ambiental.

A primeira das reuniões programadas será a Reunião Estratégica Setorial: Regulação de Concessões Ferroviárias – Desafios e Oportunidades, marcada para o dia 9 de junho, em Brasília (DF). A iniciativa, promovida em parceria com a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) e com apoio da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), reunirá especialistas e autoridades do setor ferroviário para discutir os rumos da regulação e a modernização dos contratos de concessão ferroviária. Em pauta estarão temas como o reequilíbrio contratual, a sustentabilidade dos projetos e a inovação no setor, em um momento decisivo para o transporte de cargas no Brasil. O encontro pretende ampliar a segurança jurídica e a atratividade de investimentos, além de contribuir diretamente para o aprimoramento dos marcos regulatórios que sustentam o avanço do modal ferroviário no país.

Clique aqui e saiba mais sobre a Reunião Estratégica Setorial: Regulação de Concessões Ferroviárias – Desafios e Oportunidades

Já no dia 7 de julho, será a vez de Minas Gerais sediar a Reunião Estratégica Regional: Novos rumos da infraestrutura mineira, criação da ARTEMIG e construção da agenda regulatória, em Belo Horizonte. O estado mineiro, reconhecido por liderar importantes projetos de PPPs e concessões em áreas como saúde, transporte e saneamento, receberá o encontro com o objetivo de debater avanços, desafios e novas possibilidades de parcerias. A reunião reunirá autoridades locais, investidores e representantes do setor privado, promovendo a construção de uma agenda regulatória consistente e a conexão entre atores estratégicos que poderão contribuir para a aceleração de novos projetos em Minas Gerais.

Clique aqui e saiba mais sobre a Reunião Estratégica Regional: Novos rumos da infraestrutura mineira, criação da ARTEMIG e construção da agenda regulatória

O terceiro encontro será realizado no dia 5 de agosto, em Cuiabá (MT), com a Reunião Estratégica Regional: PPPs e Concessões em Mato Grosso. O estado vem se consolidando como uma das novas fronteiras para parcerias público-privadas no país, com destaque para iniciativas em transportes, energia e infraestrutura social. O evento proporcionará um espaço de escuta ativa, formulação de propostas e aproximação entre governo e iniciativa privada. Além disso, servirá como plataforma para impulsionar o desenvolvimento de projetos que tragam benefícios diretos à população e estimulem o crescimento regional sustentável.

Clique aqui e saiba mais sobre a Reunião Estratégica Regional: PPPs e Concessões em Mato Grosso

As Reuniões Estratégicas do P3C estão diretamente alinhadas à proposta da plataforma de fomentar um ecossistema dinâmico, onde o conhecimento técnico, a experiência prática e a visão estratégica de longo prazo se encontram. Ao criar oportunidades de conexão entre os diversos elos da cadeia de infraestrutura, o P3C pretende não apenas impulsionar novos investimentos, mas também reforçar o compromisso com a qualidade, transparência e sustentabilidade dos projetos.

Os temas discutidos ao longo dessas reuniões também serão levados para o P3C Nacional, maior evento do Brasil dedicado a PPPs e concessões, previsto para acontecer em fevereiro de 2026, em São Paulo. A expectativa é que os debates regionais e setoriais sirvam como ponto de partida para a formulação de diretrizes mais amplas, contribuindo para o fortalecimento da infraestrutura brasileira como vetor de desenvolvimento econômico e social.

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Curso internacional City Leaders leva líderes brasileiros à UCL para formação internacional em cidades inteligentes

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Programa da plataforma Learn CSC acontece em Londres e reúne gestores públicos, especialistas e acadêmicos para debater inovação urbana, sustentabilidade e transformação social nas cidades

De 1º a 5 de setembro de 2025, Londres será palco de uma das principais iniciativas de formação internacional voltadas à inovação urbana: o curso City Leaders, promovido pela plataforma Learn Connected Smart Cities (Learn CSC), em parceria com a University College London (UCL). Com sede na UCL, uma das universidades mais renomadas do mundo, o programa reunirá 80 participantes brasileiros entre dirigentes públicos, especialistas, consultores e profissionais da gestão urbana, que buscam repensar e transformar o futuro das cidades brasileiras a partir de experiências globais de cidades inteligentes.

O curso é uma realização da Learn CSC, primeira escola de educação voltada exclusivamente à formação de profissionais nas áreas de cidades inteligentes e mobilidade urbana no Brasil. Parte da plataforma Connected Smart Cities, o Learn CSC aposta em programas educacionais de alto impacto, com metodologias ativas e conteúdos voltados para os desafios reais enfrentados nas cidades. A missão é clara: transformar as cidades em lugares mais humanos, sustentáveis e conectados.

Leia mais: Cidade CSC 2025: O Futuro das Cidades Inteligentes 

A edição 2025 do City Leaders será sediada na UCL, no coração da capital britânica. Reconhecida como a melhor instituição do mundo em seu campo de atuação, segundo o QS World University Rankings, a UCL abriga a Development Planning Unit (DPU), departamento responsável pela coordenação acadêmica do programa. Com forte atuação em desenvolvimento urbano, infraestrutura, inovação e sustentabilidade, a DPU é referência mundial na formação de líderes capazes de promover transformações sociais justas, especialmente em contextos do sul global.

Durante cinco dias intensivos de formação presencial, os participantes vivenciarão uma programação que articula teoria e prática. Serão 40 horas de aulas com certificação internacional, com tradução simultânea, distribuídas em 12 aulas expositivas, sessões de trabalho em grupo, apresentações, visitas técnicas e atividades de networking. O conteúdo foi cuidadosamente elaborado para discutir criticamente o conceito de cidades inteligentes a partir de uma abordagem interdisciplinar e aplicada. Além disso, os alunos terão contato direto com projetos de destaque no cenário londrino, ampliando repertórios e trocando experiências com especialistas de diferentes partes do mundo. Ao final de cada dia haverá sessão unindo conhecimentos e realidades brasileira com a internacional em Londres.

O corpo docente do City Leaders reúne nomes de peso no cenário internacional. Entre os professores convidados estão Dr. Robert Cowley (King’s College London), Prof. Andy Hudson-Smith (CASA/UCL), Prof. Maged N. Kamel Boulos (OMS), Prof. Jennifer Schooling (Universidade de Cambridge), Dr. Daniel Oviedo (DPU/UCL), Prof. Nick Tyler (Faculdade de Engenharia da UCL), Dr. Hannah Holmes (Centro de Pesquisa em Habitação e Planejamento de Cambridge), Nick Wolff (Borough de Southwark), James Hunt (PwC) e Prof. Ayona Datta (UCL). A diversidade de áreas de atuação dos docentes – que vão da engenharia ao urbanismo, da geografia à cibersegurança – reflete o caráter multifacetado do curso.

Leia mais: Curso Internacional da UCL prepara Gestores para Cidades Inteligentes 

O City Leaders reafirma a importância de preparar líderes para os desafios do presente e do futuro urbano. Ao conectar conhecimentos de ponta com experiências práticas e vivências locais, o programa oferece uma oportunidade única de formação internacional, conectando o Brasil a uma rede global de inovação e sustentabilidade urbana. As inscrições para as 80 vagas disponíveis já estão abertas, e os interessados podem buscar mais informações diretamente na plataforma Learn CSC. É o momento de formar lideranças capazes de transformar cidades – e o mundo – a partir de novas ideias, alianças e estratégias.

A Nova Mobilidade Urbana: Inteligência, Energia Limpa e Conectividade

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Mobilidade conectada e eletrificação são um meio para cidades mais inteligentes, sustentáveis e humanas.

O setor de mobilidade urbana enfrenta um cenário de crescentes pressões nas infraestruturas das grandes cidades. A demanda por serviços mais eficientes, o aumento dos custos operacionais e de manutenção de sistemas de transporte poluentes e ultrapassados, além da malha viária saturada, são alguns dos sintomas da estagnação do modelo que vem sendo reproduzido há décadas. Recorrer à construção de viadutos, avenidas e túneis como soluções isoladas já não corresponde aos anseios de uma população que busca mais agilidade e qualidade de vida. O impacto de horas perdidas no trânsito ou no transporte coletivo se traduz em prejuízos financeiros significativos, além de contribuir para problemas de saúde física e mental.

Cabe aos gestores públicos e privados demonstrar que estão atentos às necessidades de mudança e dispostos a adotar uma visão holística sobre as cidades que administram. A atual conjuntura aponta para a modernização tecnológica como fator essencial para aumentar a competitividade, o desenvolvimento econômico e social, a geração de renda e de novos negócios, a diminuição do impacto ambiental e fortalecer a cidadania.  

A integração entre redes inteligentes e tecnologias de conectividade desponta como vetor de inovação para uma gestão da mobilidade voltada para o futuro. Aliada a isso, a renovação da frota por veículos elétricos adiciona uma perspectiva mais econômica e sustentável.  Racionalizar o sistema é um dos grandes desafios das cidades inteligentes, que devem priorizar soluções que ofereçam conforto, segurança e rapidez.

A incorporação de tecnologias digitais — como conectividade 5G, sensores e plataformas de gestão de dados e monitoramento em tempo real — garante o salto qualitativo da mobilidade para um novo patamar de inteligência urbana. A mobilidade conectada permite não apenas operar frotas com mais eficiência, mas planejar rotas com base em dados dinâmicos, monitorar o desempenho energético em tempo real e responder rapidamente a imprevistos. Associada a redes urbanas integradas, essa infraestrutura cria um ecossistema em que transporte, energia e informação funcionam de maneira coordenada, otimizando recursos e transformando o simples ato de deslocamento em uma ação mais previsível e ágil.

A eletrificação dos transportes públicos e individuais tem avançado de forma significativa nas principais metrópoles globais. Ônibus, vans e até caminhões movidos a eletricidade estão deixando de ser exceções para se tornarem parte do cotidiano. Essa transição, além de reduzir emissões, representa uma oportunidade concreta de modernização, com capacidade de atrair investimentos em infraestrutura e movimentar cadeias produtivas ligadas à inovação.

Exemplos recentes demonstram como o investimento em tecnologias limpas e conectadas está se consolidando como uma política de longo prazo. Em São Paulo, atualmente há 527 ônibus elétricos a bateria em operação, além de 201 trólebus, totalizando 728 veículos movidos a eletricidade. Agora, a cidade se prepara para um novo ciclo de expansão, com investimentos sólidos e visão de longo prazo. O novo plano municipal (2025–2028) prevê a incorporação de 2.200 ônibus menos poluentes, com foco em modelos elétricos. O projeto conta com um financiamento do BID para atualização da frota e digitalização da operação. A expectativa é que São Paulo se torne referência nacional em mobilidade elétrica nos próximos anos.

Com mais de 500 mil habitantes, Serra, no Espírito Santo, inaugurou recentemente a primeira via inteligente do estado, equipada com câmeras de vigilância integradas, iluminação LED automatizada e sensores para controle de tráfego. A cidade também investiu em centros de controle operacional que integram dados em tempo real sobre mobilidade. Iniciativas como pontos de ônibus conectados, com painéis digitais que informam a previsão de chegada dos veículos e oferecem Wi-Fi gratuito, começam a transformar a paisagem urbana e a dinâmica econômica do município.

Internacionalmente, o exemplo de Shenzhen, na China, é um dos mais emblemáticos. A cidade eletrificou toda a sua frota de ônibus e táxis, integrando esses veículos a uma rede de dados que permite gestão centralizada, previsibilidade de horários e eficiência operacional. Essa transformação se deu em poucos anos, graças a uma estratégia de Estado que combinou financiamento, regulação e metas de inovação. Como destacado em análise recente do Valor Econômico, Shenzhen exemplifica o potencial de uma mobilidade urbana inteligente como alavanca para o crescimento econômico e a competitividade global.

A mobilidade conectada também está diretamente ligada à reconfiguração dos espaços urbanos. O uso de dados permite redesenhar rotas de ônibus, criar faixas exclusivas com base em fluxo real de passageiros e adaptar a oferta conforme a demanda. Tecnologias como gêmeos digitais e plataformas integradas de mobilidade oferecem aos gestores públicos novas ferramentas para tomar decisões baseadas em evidências e com foco na eficiência operacional e no retorno sobre investimento.

O desafio, agora, é escalar essas soluções. Para isso, é essencial ampliar os investimentos em infraestrutura de conectividade, garantir a interoperabilidade entre sistemas e fomentar parcerias público-privadas que acelerem a implementação de tecnologias. A criação de marcos regulatórios claros e a adoção de modelos de financiamento inovadores também são caminhos para viabilizar essa transição.

A mobilidade urbana do futuro será, inevitavelmente, elétrica, digital e orientada à eficiência. Cidades que compreenderem essa convergência não apenas responderão aos desafios contemporâneos, mas estarão à frente na criação de ambientes urbanos mais inteligentes, dinâmicos e competitivos. Trata-se de uma agenda que exige visão estratégica, ação coordenada e, sobretudo, um compromisso com o bem-estar coletivo e com a construção de um futuro mais conectado e economicamente vibrante e sustentável.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities. 

Após criticar proposta sobre licenciamento ambiental, Marina fala ao Senado

Ministra do Meio Ambiente deve responder perguntas sobre a criação de uma unidade de conservação na Margem Equatorial

Após o Senado aprovar o projeto que altera leis sobre licenciamento ambiental no Brasil, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, vai à Comissão de Infraestrutura da Casa nesta terça-feira (26) para falar sobre a criação de uma nova unidade de conservação na Margem Equatorial, no norte do Brasil.

O requerimento que pede o comparecimento de Marina ao colegiado foi apresentado pelo senador Lucas Barreto (PSD-AP). No documento, o parlamentar menciona estudos feitos pela Universidade de São Paulo (USP) e apoiados pelo Ministério do Meio Ambiente sobre a criação de uma unidade de conservação marinha com área de 35 milhões de hectares.

Segundo o senador, se concretizada, a unidade ocupará a região do Amapá, estendendo-se da fronteira do mar territorial da Guiana Francesa com o Brasil até o limite marinho entre o Piauí e o Ceará.

No documento, o parlamentar afirma que a criação de unidades de conservação promovida pelos últimos governos busca “gerar pobreza e obstruir os motores de desenvolvimento tão necessários para os estados da Amazônia Atlântica (Amapá, Pará e Maranhão)”.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a criação de unidades de conservação costeiras e marinhas faz parte de uma estratégia global de conservação da biodiversidade.

Críticas de Marina

O projeto sobre regras de licenciamento ambiental, aprovado pelo Senado na última semana, tem sido duramente criticado por Marina. A proposta aumenta as competências dos estados no processo de licenciamento e simplifica licenças.

Na prática, o projeto visa facilitar e desburocratizar as licenças no país para empreendimentos e atividades que impactam ou envolvem o uso de recursos naturais. A proposta, no entanto, é alvo de críticas do próprio Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática e de entidades ambientalistas.

Durante a palestra magna no 33º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) na segunda-feira (26), Marina argumentou que a legislação precisa ser atualizada, mas não deve abrir mão da proteção ambiental do país e que agilizar os empreendimentos não significa perder a qualidade ambiental do Brasil.

“Eu não digo que a lei do licenciamento ambiental não precisa de atualizações, que ela não precisa ser visitada para que a gente possa ganhar mais agilidade, mas agilidade não significa perda de qualidade. Não significa abrir mão dos regramentos para proteger o meio ambiente”, afirmou.

Margem Equatorial

Na última semana, o Senado aprovou o projeto que altera a lei de licenciamento ambiental com uma emenda do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para flexibilizar processos e avançar na exploração de petróleo na Foz do Amazonas, na Margem Equatorial.

A emenda de Alcolumbre cria uma Licença Ambiental Especial (LAE), uma nova modalidade de autorização, direcionada a empreendimentos considerados “estratégicos”.

Para a organização ambientalista Observatório do Clima, a nova modalidade criada pela emenda pode ser alvo de “pressões e interesses políticos”, ao dar prioridade para alguns empreendimentos.

O trecho foi incluído no projeto na mesma semana em que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aprovou o plano apresentado pela Petrobras para realizar estudos que podem resultar na exploração de Petróleo na Margem Equatorial.

A decisão do Ibama foi celebrada por Alcolumbre. “Embora o processo de licenciamento para perfuração ainda esteja em curso, o avanço técnico aprovado hoje reforça a seriedade do projeto e o compromisso com critérios ambientais rigorosos”, disse o presidente do Senado, em nota.

Fonte: CNN Brasil

Comissão especial debate sustentabilidade fiscal dos municípios

PEC em análise na Câmara sugere medidas para aliviar contas municipais

A comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66/23 promove, nesta terça-feira (27), uma audiência sobre a sustentabilidade fiscal dos municípios.

O debate atende a pedido dos deputados Ricardo Ayres (Republicanos–TO) e Hildo Rocha (MDB-MA), e será realizado a partir das 14 horas, no plenário 7.

Leia também: Municípios podem se inscrever para os Selos CSC: Cidades Inteligentes e Ecossistemas de Inovação, que reconhecem boas práticas em cidades inteligentes e inovação pública

Conheça a proposta
A PEC 66/2023 reabre prazos para prefeituras parcelarem dívidas com a Previdência Social e define limites para o pagamento de precatórios municipais — valores devidos pelo poder público decorrentes de sentenças judiciais.

De acordo com a proposta, os débitos previdenciários dos municípios poderão ser pagos em até 300 parcelas mensais — tanto com o Regime Geral de Previdência Social quanto com seus regimes próprios, conforme for o caso.

O texto já foi aprovado no Senado e atualmente está em análise na Câmara.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Leia mais: A importância de pequenos municípios investirem em projetos de cidades inteligentes.

Fluidez e segurança são contradições da mobilidade urbana

Julia Maria D’Andrea Greve e Mauro Zilbovicius explicam que a mudança comportamental e o respeito às leis são essenciais para a proteção de quem se locomove

O Estado de São Paulo registrou 1.416 mortes em acidentes de trânsito entre janeiro e março de 2025, segundo o Infosiga, sistema do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). A categoria de pedestres foi a mais acometida pela análise, com cerca de 288 vítimas. A problemática faz parte de discussões sobre a mobilidade urbana — a capacidade de as pessoas se deslocarem, de modo coletivo ou individual.

Mauro Zilbovicius, professor da Escola Politécnica da USP (Poli-USP) e ex-diretor da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo, explica que a mobilidade envolve uma disputa entre fluidez e segurança. “Tem uma questão fundamental sempre, que é garantir, ao mesmo tempo, no tráfego, segurança e fluidez, dois objetivos que são contraditórios. Quanto mais fluidez no trânsito, menos segurança. Quanto mais segurança, menos fluidez”, explica. Para o especialista, a mobilidade vale para todos: pedestre, motociclista, ciclista, carroceiro e motoristas. “Todo mundo tem direito de se mover. E tem direito à segurança.”

Julia Maria D’Andrea Greve, professora da Faculdade de Medicina da USP, explica que os fatores de risco para acidentes de trânsito estão ligados, em sua maioria, a negligências humanas. “Você ter um comportamento inadequado, excesso de velocidade, furar o farol vermelho, ter uma conduta, vamos dizer, perigosa, dirigir embriagado. O celular também é outro fator importante de acidente, porque ele distrai bastante a atenção”, destaca.

Pedestre: o elemento mais frágil

A médica destaca que as pessoas que caminham a pé são as mais suscetíveis a eventos violentos, seguido por ciclistas, motociclistas, veículos menores e maiores. “Teoricamente, o maior deveria sempre respeitar os menores. Então, o pedestre é o indivíduo que tem o maior direito no trânsito, mesmo se ele estiver atravessando uma rodovia, e se você percebe que ele está lá, não é porque ele está errado que você vai atropelá-lo.” Ela defende que é necessário educar os caminhantes em relação às travessias seguras e obedecer os comandos de semáforos.

Segundo Julia, os principais traumas atendidos nas emergências de hospitais são o cranioencefálico, as lesões medulares e as fraturas de membros inferiores. “No trauma cranioencefálico, o indivíduo tem uma perda de habilidade motora, de sensibilidade da parte cognitiva e da fala. As lesões medulares também são graves e podem forçar uma incapacidade grave”, explica. As fraturas expostas de membros inferiores apresentam um fator de risco: a exposição dos tecidos, que pode ocasionar infecções. A médica destaca que, na maioria das vezes, os pacientes não conseguem retornar às funções de antes do acidente.

Em relação aos motociclistas, ela afirma que é recomendável o uso de equipamentos de segurança: bota com perneira, casaco de couro mais grosso e capacete. Mauro Zilbovicius complementa: “Mobilidade é conflito, conflito por espaço e por tempo. Quem pode mais, ganha mais, e o automóvel é uma arma, se não for usado com responsabilidade”.

De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), o perfil dos acidentados é de homens jovens, com menos de 25 anos. Julia chega à mesma conclusão, e comenta do machismo no trânsito: “Em uma família, geralmente, quem é o motorista é o homem. Eles são mais agressivos no volante, andam mais depressa. Não que a mulher não faça, ela faz também”. Para a professora, a normalização da ingestão de álcool entre o público masculino e a parcela de homens motoristas também colaboram para o índice.

Julia expõe que o processo de recapacitação das vítimas sobreviventes se inicia no momento em que começa o tratamento, visto que são pacientes com tendência a complicações como úlceras, escaras e amputações. Os cuidados passam pelo ensino de lidar com possíveis dificuldades: esvaziar a bexiga e o intestino, limpeza do corpo, dessensibilização de partes do corpo e disfunções sexuais.

Outro obstáculo é o apoio na recuperação: “Muitas vezes, uma lesão grave precisa de um suporte familiar. O centro de reabilitação pode ser longe da casa dele, sem transporte adequado e nem sempre as famílias podem abrir mão de quem trabalha para cuidar e também não conseguem pagar o cuidador”, explica. A terapia ocupacional se apresenta como outra via de recuperação, pois a pessoa acidentada precisa aprender a se cuidar com suas condições físicas.

Segurança, acidentes e violência

Mauro Zilbovicius esclarece que é importante que o Estado fiscalize e puna violações às leis de trânsito e às manutenções dos veículos. Para o professor, o Código Brasileiro de Trânsito é fruto de pressões políticas: “Na gestão presidencial anterior foi aumentado o número de pontos, que permite fazer mais infrações que antes. É o governo falando: ‘Pode fazer, não tem problema’”.

Na visão do ex-diretor da CET, as multas aplicadas aos motoristas são efetivas, desde que gerem prejuízos a quem comete infrações: “Se você sabe que vai ser punido, que vai custar caro e que efetivamente toda infração vai ser cobrada, não vai ter infração”. De acordo com o Detran-SP, foram aplicadas 2,3 milhões de multas entre janeiro e agosto de 2024. Dentre as principais causas, estão: uso de celular durante a direção, falta de registro e licenciamento dos veículos e falta de uso do cinto de segurança. Para o especialista, o pouco debate acerca do destino do dinheiro arrecadado pelas multas e as propagandas são fatores que colaboram para o cenário.

Ele defende o incentivo ao transporte coletivo: “O ideal é que o automóvel seja usado em complemento ao sistema público”. Para Zilbovicius, a segurança do percurso entre a moradia, o trabalho e o meio de deslocamento faz parte da mobilidade urbana. O professor lembra do caso de Bruna Oliveira da Silva, estudante da USP encontrada morta após sair de uma estação de Metrô. “Essa ‘última milha’, da estação do Metrô até a casa, é um risco. Teria que ter mais condições de proteção para o pedestre. A mobilidade no sentido do direito de ir e vir, que essa moça não teve.”

Julia Maria D’Andrea Greve recomenda que, ao se presenciar um acidente de trânsito, não ocorra movimentações civis da vítima e a área seja isolada, para evitar mais imprevistos. “Se você tiver a vítima sangrando muito ou engasgada, você ainda pode tentar fazer alguma coisa, se você tiver experiência. E chamar imediatamente o socorro”, explica.

*Sob supervisão de Paulo Capuzzo

Fonte: Jornal USP | Isabella Lopes

Veja cinco boas práticas de cidades no mundo que transformaram sua segurança viária

Em comum as metrópoles têm o fato de trabalharem segundo o Visão Zero, uma estratégia de segurança no trânsito que tem como objetivo eliminar todas as mortes e ferimentos graves em sinistros nas vias

É consenso entre especialistas em mobilidade que, para melhorar os índices de segurança viária das cidades, não existe receita pronta: cada região tem suas especificidades, que precisam ser levadas em conta para a elaboração de um plano efetivo.

No entanto, é consenso que existem elementos comuns nas cidades que estão mudando sua realidade viária. Um deles é a adoção do Visão Zero, uma estratégia de segurança no trânsito que tem como objetivo eliminar todas as mortes e ferimentos graves em sinistros nas vias. Acompanhe, a seguir, as iniciativas de cinco cidades que estão alcançando bons resultados.

1. Segurança viária: o sucesso do Visão Zero em Nova York

Nova York, nos Estados Unidos, adotou a política Visão Zero em 2014, com um plano de ação sob a gestão do prefeito Bill de Blasio, eleito naquele mesmo ano. Na época, contudo, a situação era catastrófica: a cidade contabilizava aproximadamente 4 mil nova-iorquinos gravemente feridos e mais de 250 mortos em acidentes de trânsito por ano.

Em média, veículos feriam gravemente ou matavam uma pessoa a cada 2 horas. Nesse sentido, em 2023 foram registradas 299 mortes no trânsito.

Para reverter esse cenário, entretanto, o Visão Zero foi implementado com ações em diversas frentes. São elas: maior rigor nas fiscalizações, redesenho de ruas evitando acidentes e protegendo pedestres, interseções para melhorar a segurança, com metas de realizar melhorias de segurança em 50 corredores e interseções por ano, além de campanhas de conscientização.

Resultados expressivos

Em 2022, de acordo com a Iniciativa Bloomberg para Segurança Viária Global, a queda nas mortes totais diminuíram 6,6% em relação a 2021, e os óbitos de pedestres reduziram 6,3%.

Comparado a 2013, contudo, as mortes totais no trânsito em Nova York diminuíram 14,7% e os óbitos de pedestres caíram 35,9%. Os óbitos de ciclistas também diminuíram pelo terceiro ano consecutivo em 2022, mesmo com o aumento do número de pessoas pedalando.

2. Lombadas diferenciadas na Colômbia

Em Bogotá, na Colômbia, os dados têm ajudado a diagnosticar e a atuar sobre os principais problemas das vidas. Nesse sentido, o principal exemplo está em sua política de segurança viária e gestão de velocidades, com base no programa Visão Zero e previsto no Plano de Segurança Viária.

Assim, os trechos com maiores concentrações de sinistros e vítimas no trânsito receberam algum tipo de ação, como redução dos limites e outras intervenções.

Um exemplo concreto está em um trecho de 1,03 km da Av. Guayacanes, que atravessa uma zona densamente povoada na periferia de Bogotá. Cercado de escolas, parques e residências, o trecho apontava para um aumento dos acidentes fatais: foram registradas duas 2 mortes nos últimos 6 meses.

A partir do diagnóstico do local, contudo, a cidade instalou novos modelos de lombadas, adaptados para velocidades mais baixas — com zonas de 50 km/h e, em áreas escolares, de 30 km/h.

Resultados expressivos

Dessa forma, seis meses após a intervenção, o trecho não registrou nenhuma fatalidade, e a severidade dos sinistros que ocorreram foi menor.

Como resultado, a parcela das motos que circulava acima da velocidade durante a noite passou de 60% antes das intervenções para 21% depois delas.

“O projeto demonstrou ser realmente eficaz para eliminar mortes e evitar lesões graves. É uma solução simples e de baixíssimo custo, que realmente transforma a vida das pessoas que vivem e trabalham na região. A comunidade ficou feliz com os redutores, inclusive a cidade recebe pedidos para implementá-los em outros locais”, explica Jessica Kisnergerente de segurança viária do WRI na Colômbia.

De acordo com ela, Bogotá já está expandindo essas medidas para outros corredores críticos, e já houve intervenção em outro corredor que mostrou resultados semelhantes, zerando as mortes.

3. Foco nos pedestres na Cidade do México

Com foco na mobilidade ativa, a Cidade do México lançou em 2010 o programa ‘Camina libre, camina segura’, com foco principalmente na segurança das mulheres, melhorando a iluminação das ruas, travessias para pedestres, substituindo passarelas por faixas e criando escolas de condução de bikes para o público feminino.

Implementado em 25 cidades, o programa gerou uma redução de 32% nos óbitos gerais nos locais tratados,no período entre 2010 e 2020. Já as mortes de pedestres caíram 31,5%, enquanto os de ciclistas caíram 16,7% na média.

No entanto, de acordo com a Iniciativa Bloomberg para Segurança Viária Global, mesmo com o progresso, a redução de mortes e lesões graves tem sido mais lenta entre usuários vulneráveis e as lesões graves de ciclistas aumentaram 21% em 19 cidades. Isso se deve, principalmente, ao aumento no número de viagens de bicicleta, o que tem demandado ajustes no programa.

4. Buenos Aires: terceira revisão do Plano de Segurança Viária

Atualmente, a capital argentina tem uma taxa de 3 mortes nas vias a cada 100 mil habitantes, índice que lhe confere o título de um dos trânsitos mais seguros da América Latina. Como comparação, no Brasil são 17 óbitos por 100 mil habitantes.

Em 2023 foram 104 mortes no trânsito registradas em Buenos Aires e, em 2024, o dado preliminar (ainda não consolidado) é de 103 óbitos/ano. Dentre as principais ações estão redução dos limites de velocidade, ações de mobilidade ativa (pedestres e ciclistas) e revisões constantes do Plano de Segurança Viária.

No início do ano, Buenos Aires fez sua terceira revisão do Plano de Segurança Viária (PSV) e estabeleceu como meta reduzir em 40% suas mortes até 2027. “O PSV também prevê aumento de 34% nas operações de fiscalização de velocidade, com 50 novas câmeras para fiscalização, 30 cruzamentos críticos com intervenções, assim como em seis terminais de transporte público”, explica diz Bruno Rizzon, coordenador de planejamento da mobilidade do WRI Brasil.

A construção do plano foi coordenada pela Secretaria de Transportes do Governo da Cidade de Buenos Aires e contou com o apoio do WRI Brasil no âmbito da Iniciativa Bloomberg para Segurança Viária Global.

5. Bolonha e o Città 30

A cidade italiana de Bolonha implementou, em janeiro de 2024, um programa chamado Città 30. Ele consiste, nesse sentido, na redução dos limites de velocidade em áreas determinadas para 30 km/h.

Além disso, também instituiu zonas de tráfego limitado (ZTL), ou seja, áreas onde o acesso a veículos é controlado, exigindo licença para entrar e sair. Essa medida visa reduzir o tráfego em áreas centrais da cidade e melhorar a qualidade do ar.

Nesse sentido, a medida tem se mostrado eficaz na redução de acidentes e das mortes no trânsito. Apenas seis meses depois, a cidade comemorava redução de 33% das mortes, 38% de queda nos sinistros graves. Alem de 92% de aumento no uso de bikes compartilhadas.

Fonte: Mobilidade Estadão

Uberlândia sedia Reunião Estratégica Regional Connected Smart Cities para debater o futuro das cidades inteligentes

Evento reunirá especialistas, autoridades e lideranças locais no dia 13 de junho para discutir soluções em tecnologia, sustentabilidade e inclusão social no desenvolvimento urbano

Uberlândia, um dos principais centros econômicos de Minas Gerais e do Brasil, será o cenário do próximo Encontro Regional Connected Smart Cities, programado para o dia 13 de junho, às 13h30. Reconhecida nacionalmente pelos seus polos de agronegócio, logística e tecnologia, a cidade se prepara para ser palco de debates fundamentais para o futuro das cidades inteligentes no país.

O Connected Smart Cities é uma plataforma que impulsiona a transformação urbana por meio de soluções que buscam tornar as cidades mais conectadas e sustentáveis. O movimento acredita que, apesar das particularidades de cada cidade, todas podem se beneficiar do compartilhamento de ideias e experiências. As Reuniões Estratégicas Regionais, como o evento que será realizado em Uberlândia, são encontros exclusivos que reúnem atores locais, especialistas e convidados estratégicos para discutir os desafios urbanos e construir soluções para um futuro mais colaborativo e eficiente.

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Com um Produto Interno Bruto de R$ 43 bilhões e uma sólida base econômica nos setores de agronegócio, tecnologia, logística e serviços, Uberlândia é um ecossistema forte e reconhecido nacionalmente. O ecossistema de startups da cidade tem conquistado prêmios de relevância nacional, como o título de “Comunidade do Ano” para o UberHub e “Corporate” para o Brain/Algar Telecom no Startup Awards, considerado o “Oscar da Inovação” no Brasil. Esse dinamismo econômico é um dos pilares que faz de Uberlândia uma das cidades mais promissoras no cenário do Connected Smart Cities.

No ranking nacional de cidades inteligentes, Uberlândia ocupa a 44ª posição, sendo a 21ª entre as cidades com mais de 500 mil habitantes e a 24ª no recorte de Urbanismo. Além disso, a cidade se destaca na área de Tecnologia e Inovação, onde ocupa a 35ª colocação. Esses índices refletem o esforço contínuo da cidade em promover um desenvolvimento inteligente e sustentável, integrando soluções inovadoras que impactam positivamente a qualidade de vida da população.

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A cidade também é conhecida por suas belezas naturais, como o Parque do Sabiá e a Cachoeira do Sucupira, que, junto com sua rica cena cultural, incluindo o Teatro Municipal e o Mercado Municipal, fazem de Uberlândia um destino atrativo tanto para moradores quanto para turistas. Além disso, a gastronomia local, com seus queijos e pratos típicos mineiros, complementa a experiência de quem visita a cidade. A infraestrutura de mobilidade, com um dos maiores hubs logísticos do Brasil, é outro ponto forte de Uberlândia, tornando-a um importante elo de conectividade no país.

Durante a Reunião Estratégica Connected Smart Cities, três painéis abordarão temas centrais para o desenvolvimento urbano inteligente. O primeiro painel será sobre os planos de desenvolvimento inteligente e sustentável de Uberlândia, discutindo as principais estratégias para a evolução da cidade. O segundo painel abordará a relação entre tecnologia, inovação e segurança nas cidades, com foco na integração dessas áreas para a melhoria da qualidade de vida. Por fim, o terceiro painel tratará da inclusão, educação e participação cidadã, temas essenciais para garantir que o desenvolvimento urbano seja verdadeiramente inclusivo e democrático.

Com uma agenda tão rica, o evento promete ser um ponto de encontro crucial para os principais atores do ecossistema urbano, com o objetivo de construir um futuro mais conectado, sustentável e inteligente para Uberlândia e para o Brasil.

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Dados, Inteligência Artificial e Políticas Públicas Mais Inteligentes para as Cidades

A economia de dados e a Inteligência Artificial como caminho para transformar a forma como as políticas públicas são idealizadas, tornando-as mais eficientes.

Vivemos numa era em que dados são ouro — e saber usá-los bem é o que separa decisões eficientes de simples palpites. Nesse contexto, dois elementos vêm ganhando protagonismo quando o assunto é transformar a gestão pública: a economia de dados e a inteligência artificial (IA). Juntas, essas dimensões estão mudando a forma como as políticas públicas são pensadas e colocadas em prática.

A ideia de “economia de dados” vai muito além de simplesmente coletar e guardar informações. Estamos falando de um novo modelo econômico, onde os dados se tornam recursos tão valiosos quanto o dinheiro ou a força de trabalho. E o mais interessante é que eles podem ser usados por várias pessoas ou instituições ao mesmo tempo, sem perder valor — um dado não se esgota porque alguém o utilizou.

Esse novo modelo se apoia em tecnologias como Big Data, Inteligência Artificial e ferramentas de análise de negócios (o famoso Business Intelligence). Com isso, tanto empresas quanto governos ganham mais agilidade e inteligência na hora de tomar decisões. Em vez de agir com base em achismos, é possível planejar com base em evidências concretas demonstradas pelos dados.

A inteligência artificial entra como um motor que acelera essa transformação. Ela permite analisar uma quantidade enorme de dados em tempo real, encontrar padrões que o olho humano nem sempre veria e até prever demandas futuras. Isso significa que governos podem agir antes do problema acontecer — e não só depois que ele acontece.

Hoje, com tantas fontes diferentes gerando informação o tempo todo (celulares, sensores urbanos, plataformas digitais, registros públicos), fica mais fácil personalizar políticas públicas de acordo com a realidade de cada lugar. Um bairro com alto índice de violência, por exemplo, pode receber reforço em segurança baseado em dados reais e atualizados. Já uma cidade com aumento de casos de dengue pode ter ações de combate direcionadas antes que o surto se espalhe.

Além disso, quando os sistemas de informação de diferentes áreas do governo se conversam — o que chamamos de interoperabilidade — tudo flui melhor. A saúde se conecta com a assistência social, que se conecta com a educação, e assim por diante. Isso ajuda não só a evitar desperdícios, mas também fortalece a participação da população e o controle das decisões. O cidadão sabe o que está sendo feito, por que, e pode cobrar com base em dados transparentes.

Outro ponto essencial é a automação de processos, principalmente em áreas sensíveis como saúde, segurança e mobilidade urbana. Algoritmos inteligentes conseguem otimizar rotas de ambulâncias, prever gargalos no transporte público e até indicar onde deve haver mais policiamento preventivo. Tudo isso gera um serviço público mais rápido, mais preciso e mais humano — porque quando a tecnologia cuida do que é repetitivo, sobra mais tempo para os profissionais cuidarem do que realmente importa: das pessoas.

De fato, o que está acontecendo é uma mudança na forma como os governos pensam e executam políticas públicas. Antes, era comum agir com base na tradição, na experiência ou até na intuição. Agora, estamos caminhando para decisões baseadas em evidências concretas, fundamentadas em dados de qualidade e analisadas com ferramentas poderosas como a inteligência artificial.

Essa nova abordagem traz um enorme potencial para tornar as cidades mais inteligentes, eficientes e inclusivas. Claro, com isso surgem questões éticas que envolvem a disponibilidade e a utilização dessas novas tecnologias, até cuidados com a privacidade — afinal, dados pessoais não são apenas números, mas informações sensíveis sobre vidas reais. Mas com regras claras, transparência e participação da sociedade, dá para aproveitar todo esse potencial sem abrir mão da responsabilidade.

A boa notícia é que essa revolução já começou. E cidades que souberem usar bem seus dados, com pessoas preparadas para saber lê-los, podem resolver problemas antigos de forma mais eficaz, como também tenderão a estar preparadas para os desafios do futuro. Porque no mundo digital em que vivemos, governar bem é, também, saber ler e interpretar os sinais que os dados nos dão. E quem aprende a escutar esses sinais transforma informação em ação. E ação em impacto real na vida das pessoas.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities. 

Câmara e Senado recebem o 11º Fórum Parlamentar do BRICS para debater o papel dos Parlamentos na construção de uma governança global mais inclusiva e sustentável

Evento reunirá, em Brasília, presidentes de Parlamentos dos países membros do BRICS e de países parceiros

A Câmara dos Deputados e o Senado Federal sediarão o 11º Fórum Parlamentar do BRICS entre 3 e 5 de junho, no Palácio do Congresso Nacional. Presidentes de Parlamentos, seus representantes e parlamentares dos países integrantes do bloco irão debater “O Papel dos Parlamentos do BRICS na Construção de uma Governança Global mais Inclusiva e Sustentável”. O primeiro dia do evento será dedicado à Reunião de Mulheres Parlamentares e à Reunião dos Presidentes das Comissões de Relações Exteriores dos Parlamentos do BRICS. A sessão de abertura do fórum parlamentar será dia 4 de junho, às 10h30.

Os integrantes do BRICS que confirmaram presença no fórum são África do Sul, Brasil, China, Emirados Árabes Unidos, Egito, Etiópia, Indonésia, Índia, Irã e Rússia. Apenas Arábia Saudita ainda não confirmou. Dos nove países parceiros, irão participar Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba e Nigéria. Como alguns países possuem sistema bicameral, até agora o fórum tem 22 delegações confirmadas, incluindo o Novo Banco de Desenvolvimento, que participará virtualmente, e as delegações brasileiras. Também foram convidados outros quatro países parceiros – Malásia, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.

Entre os objetivos do fórum, estão o fortalecimento da cooperação interparlamentar nas áreas de saúde, novas tecnologias, meio ambiente, comércio e investimento; intercâmbio em ciência e tecnologia; transferência de tecnologia para inovação; inteligência artificial, biotecnologia e energia renovável; além da promoção de um BRICS mais inclusivo e participativo, principalmente em relação a parlamentos, sociedade civil e mulheres.

No encerramento do 11º Fórum Parlamentar, espera-se adotar, por consenso, um documento final, para ser encaminhado à Cúpula de Líderes do bloco, que ocorrerá no Rio de Janeiro, nos dias 6 e 7 de julho de 2025.

Hotsite 11º Fórum Parlamentar

A organização do 11º fórum Parlamentar lançou um hotsite com mais informações sobre os temas que serão debatidos, o histórico do evento e a programação das sessões de trabalho. Os seis temas prioritários para a presidência do BRICS deste ano, sob o comando do Brasil, nortearão as sessões de trabalho do fórum parlamentar: cooperação em saúde global; comércio, investimentos e finanças; mudança do clima; governança da inteligência artificial; arquitetura multilateral de paz e segurança; e desenvolvimento institucional do bloco.

Desde sua primeira reunião, em Moscou, em 2015, o Fórum Parlamentar do BRICS tem se consolidado como mecanismo para ampliar o diálogo e a cooperação interparlamentar entre os países membros. Com os desafios do cenário global, entre eles o avanço de políticas protecionistas e o enfraquecimento do multilateralismo, o fórum busca fortalecer a proposição parlamentar para solucionar questões que permeiam a ordem mundial e afetam os países do bloco.

Programação do 11º Fórum Parlamentar do BRICS

Terça-feira, 3 de junho

Reunião de Mulheres Parlamentares do BRICS

Sessão de abertura

Horário: 10h às 10h30

1ª sessão de trabalho – Mulheres na era da inteligência artificial: entre a proteção de direitos e inclusão feminina na economia digital
Horário: 10h30 às 12h

2ª sessão de trabalho – Fortalecendo as mulheres para enfrentar a crise climática: perspectivas do BRICS
Horário: 14h às 15h30

3ª sessão de trabalho  Construindo o futuro: as mulheres parlamentares e a Agenda BRICS 2025
Horário: 15h30 às 17h

Local: Plenário 2 da Ala Deputado Antônio Mariz – Anexo II da Câmara

Reunião dos Presidentes das Comissões de Relações Exteriores dos Parlamentos do BRICS

Sessão de abertura

Horário: 10h às 10h30

1ª sessão de trabalho  Fortalecendo o comércio do BRICS no atual cenário internacional
Horário: 10h30 às 12h

2ª sessão de trabalho  Promoção de investimentos e transferência de tecnologia para o desenvolvimento sustentável
Horário: 14h às 15h30

3ª sessão de trabalho  Instrumentos financeiros para um BRICS mais resiliente e sustentável
Horário: 15h30 às 17h

Local: Plenário1 da Ala Deputado Antônio Mariz – Anexo II da Câmara

Quarta-feira, 4 de junho de 2025

Solenidade de abertura do 11º Fórum Parlamentar do BRICS
Horário: 10h30 às 12h

1ª sessão de trabalho – Aliança interparlamentar do BRICS pela saúde global
Horário: 14h às 15h30

2ª sessão de trabalho – Ação parlamentar do BRICS em busca de novos caminhos para o desenvolvimento econômico
Horário: 15h30 às 17h

Local: Plenário do Senado Federal

Quinta-feira, 5 de junho de 2025

3ª sessão de trabalho -Diálogo interparlamentar do BRICS sobre clima e sustentabilidade
Horário: 9h às 10h30

4ª sessão de trabalho – Cooperação interparlamentar para uma inteligência artificial responsável e inclusiva
Horário: 10h30 às 12h

5ª sessão de trabalho – Parlamentos do BRICS unidos pela reforma da arquitetura multilateral de paz e segurança
Horário: 14h às 15h30

6ª sessão de trabalho – Por uma cooperação interparlamentar do BRICS mais forte e duradoura
Horário: 15h30 às 17h

Sessão de encerramento – Adoção do documento final
Horário: 17h às 18h

Local: Plenário do Senado Federal

Transmissão oficial

Playlist do BRICS (com crédito): https://youtube.com/playlist?list=PLLLnytnGoqibjuF_9NCUUTx9YNibIMXBi&si=Ce4XfqNRojb1nHUH

Em portuguêshttps://www.youtube.com/playlist?list=PLitz1J-q25kPO_Meggmjw7X21_tSK8AdM

Em inglêshttps://www.youtube.com/playlist?list=PLitz1J-q25kMEqICyiPH_tP4rkhfi8twD

Fonte: Câmara dos Deputados