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COOPERAÇÃO E CONHECIMENTO SÃO FATORES PARA ALAVANCAR A MOBILIDADE ELÉTRICA NO BRASIL

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Considerada um importante elemento para viabilizar uma vida mais saudável dentro de grandes centros urbanos, a mobilidade elétrica vem apresentando cada vez mais oportunidades de melhoria para saúde, economia, meio ambiente e inovação. Por ser embasada em fatores que permitem uma maior integração, a mobilidade elétrica possui um leque de possibilidades na sua implementação.

Para tanto, é necessário trabalhar de forma colaborativa, criando um ecossistema de apoio. É o que apontam os especialistas que discutiram o tema nesta segunda-feira (16). O debate ocorreu durante a 1ª Conferência da PNME (Plataforma Nacional de Mobilidade Elétrica), que acontece até quinta-feira (19), em formato 100% digital e gratuito.

Em sua fala, o diretor global do programa Drive to Zero, Cristiano Façanha, da Calstart, alertou sobre a oportunidade de ganho econômico com desenvolvimento de novas tecnologias, mas que para isso é necessário que os governos desempenhem um papel de estabelecer mercados. “Esse alinhamento dos mercados globais é essencial para ganhar escala de maneira consistente”, afirmou.

Os especialistas defendem que o Brasil não pode esperar para se desenvolver e, portanto, as mudanças precisam ocorrer em paralelo, de forma articulada. Tais Fonseca de Medeiros, especialista em Transporte Urbano do Banco Mundial, argumentou sobre a necessidade da ação coordenada de todos os atores. “O conhecimento é fundamental, mas também precisamos da troca de informações. Já estamos dando um segundo passo, mas precisamos pensar em como ampliar as ações”.

Para exemplificar a importância desse compartilhamento de informações e como é fundamental fortalecer a agenda de mobilidade como um todo, Pedro de Paula, diretor da Vital Strategies Brasil, comentou sobre um estudo desenvolvido na Ásia sobre os impactos da poluição na saúde da população. “As pessoas possuem percepção de curto prazo e não entendem que estão vivendo com níveis de poluição acima dos indicadores da Organização Mundial da Saúde (OMS). É necessário que as entidades civis e outros setores criem uma conexão para fazer a população entender de forma clara os riscos expostos”, defendeu.

Dentre os exemplos de erros e acertos, os palestrantes discutiram sobre ações desenvolvidas em países vizinhos na América Latina, sobretudo Chile. Para Karisa Ribeiro, especialista em transporte do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), devemos ampliar o olhar para alguns exemplos e adaptar para realidade brasileira criando uma política econômica única. “Não podemos pensar que um gestor municipal vá arcar com mudanças disruptivas sozinho. Se o Brasil quiser tomar a pauta com seriedade, deve mudar em todos os setores. Se não existir um plano de negócio, as políticas são isoladas”, defendeu.

Anthony Eggert, director na Climate Works Foundation, concorda com a afirmação. Para ele, não temos tempo para reinventar a roda e partir do zero. “Quanto mais aprendermos com os erros e sucessos dos outros, mais vamos caminhar e alavancar esses processos” argumenta.

Pela manhã, os participantes do primeiro painel discutiram sobre o papel da PNME em direcionar a elaboração do Plano Nacional de Mobilidade de forma integrada. Segundo Cristina Albuquerque, gerente de Mobilidade Urbana do WRI Brasil (World Resources Institute), o material é uma estratégia importante e vem sendo construído de maneira participativa e de governança. “Ter a percepção de todos é fundamental e isso enriquece o plano, pois estamos todos na mesma mesa conversando. O resultado vai surgir com muito mais perspectiva, contribuições e com grandes chances de ser implementado”.

O evento acontece até a próxima quinta (19/11) e as inscrições podem ser feitas AQUI. 

Fonte: Com informações da 1ª Conferência da PNME (Plataforma Nacional de Mobilidade Elétrica)

ELEIÇÕES: COMO A MOBILIDADE URBANA DEVE SER ABORDADA

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O Connected Smart Cities reuniu os principais tópicos que devem ser trabalhados visando a mobilidade inteligente e sustentável dentro do contexto de desenvolvimento de smart cities

Nas vésperas das eleições, é cada vez mais essencial entender de quais maneiras diferentes eixos que regem a cidade são trabalhados pelos candidatos. A mobilidade urbana, apesar de sempre ser um dos principais focos de grande parte dos planos de governo, ainda não é trabalhada como um modal integrado por parte dos candidatos.

Mobilidade Inteligente é aquela que não apenas investe em tecnologia e na ampliação de serviços já existentes, como também entende que é preciso discutir como as pessoas de fato se locomovem no espaço urbano e de quais maneiras é possível otimizar essa locomoção.

A maneira como se entende a mobilidade urbana mudou muito com a chegada de novas tecnologias: cada vez mais o número de aplicativos voltados para a mobilidade aumentam, assim como novas maneiras de se realizar o mapeamento e gestão do transporte público. Apesar disso, não basta apenas investir em novas tecnologias: é preciso englobar meios tradicionais de transporte ao mesmo tempo que proporcionar abertura para que novos modelos se integrem.

Com a tendência da entrada de novos modelos de mobilidade urbana cada dia mais forte, é preciso preparar um sistema de transporte que seja capaz de integrar diferentes modais. Nesse sentido, discutir mobilidade e acessibilidade não significa apenas trazer as pessoas para mais perto de seus trabalhos, mas prover também acesso à cultura e lazer, estando diretamente relacionada com a inclusão social de uma cidade.

É preciso discutir a questão de modo a desenvolver o planejamento de uma mobilidade inteligente, entendendo o papel que a prefeitura possui em melhorar a mobilidade urbana e como não apenas promover o acesso a locomoção, mas também como realizar esse acesso de maneira justa e com qualidade.

VENDAS DE VEÍCULOS ELETRIFICADOS NO BRASIL BATEM NOVO RECORDE EM 2020

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ABVE prevê 19 mil VEs emplacados até dezembro, com crescimento de 60% sobre 2019

As vendas de veículos elétricos e híbridos (VEs) no Brasil em 2020 bateram novo recorde e superaram em apenas nove meses (janeiro a setembro) o total de vendas de todo o ano de 2019.

Considerando que 2019 tinha sido, até então, o melhor ano da eletromobilidade no País, com o triplo de vendas de 2018 (quadro abaixo), o resultado mostra um crescimento forte e consistente desse mercado, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico.

A ABVE prevê fechar 2020 com 19 mil veículos eletrificados vendidos no Brasil, o que corresponde a um aumento de 60% em relação a 2019 e de 378% em relação a 2018.

OUTUBRO

De janeiro a outubro de 2020, o total de eletrificados emplacados no Brasil foi de 15.565 unidades, contra 11.858 de janeiro a dezembro de 2019. Em 2018, o total foi de 3.970 unidades.

Outubro também foi o segundo melhor mês da história da mobilidade elétrica no Brasil, com 2.273 unidades comercializadas, só superado por dezembro de 2019 (2.409).

“Esses ótimos resultados confirmam nossa expectativa de que o mercado de eletrificados no Brasil tende a dobrar de tamanho a cada dois anos, ou menos” – disse Thiago Sugahara, vice-presidente de Veículos Leves da ABVE e executivo da Toyota.

De 2012 até outubro de 2020, a frota eletrificada em circulação no Brasil chega a 38. 089 veículos, devendo passar de 41 mil em dezembro.

Os totais referem-se à soma de automóveis e comerciais leves emplacados pelo Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores, do Ministério da Economia).

Os números incluem veículos híbridos (HEV), híbridos plug-in (PHEV) e 100% elétricos (BEV). Excluem ônibus, caminhões e outros veículos elétricos, como motos e e-bikes.

CRESCIMENTO

Os dados do Renavam, compilados pela ABVE, apontam para uma acentuada curva de crescimento do mercado de eletrificados nos últimos três anos. Confira:

2012 a 2018: total da frota de VEs em circulação no Brasil = 10.666 unidades emplacadas;
2018 a 2019: total de VEs = 22.524;
2019 a 2020: total de VEs = 41.500 (previsão).

FONTE: ABVE/Renavam

Confirmada a estimativa de aumento de 60% nas vendas em 2020 sobre 2019, a evolução dos VEs no Brasil seguirá uma trajetória oposta à do conjunto do mercado.

A estimativa de outubro da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) prevê queda de 31% nas vendas domésticas totais em 2020, em relação ao ano passado.

INCENTIVOS

Ainda assim, uma frota eletrificada de 41.500 veículos representa apenas 0,09% da frota total de automóveis e comerciais leves em circulação no Brasil (43.494.224 veículos em 2019, segundo o Relatório de Frota Circulante do Sindipeças).

A ABVE defende um conjunto de medidas que transmitam confiança aos compradores e segurança às empresas que querem apostar na eletromobilidade – especialmente num cenário em que a Covid-19 leva os consumidores a dar preferência ao transporte limpo como alternativa aos veículos a combustível fóssil.

Entre essas medidas, está a equiparação das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos veículos eletrificados às da maioria do mercado de automóveis convencionais.

Hoje, os eletrificados pagam entre 12% e 18% de IPI, em média, enquanto um carro flex 1.0 a combustão paga apenas 7%.

“Defendemos igualdade de condições aos veículos eletrificados, que são muito mais eficientes e menos poluentes do que qualquer similar convencional com motor a combustão; é uma questão de justiça tributária” – afirmou o diretor da ABVE Thiago Sugahara.

A ABVE propõe também incentivos à instalação de redes de recarga elétrica nas principais cidades e rodovias e isenção do IPVA cobrado sobre veículos eletrificados (hoje, menos de dez Estados brasileiros têm leis com esse objetivo).

ELEIÇÕES

Outra ação recente da ABVE é o lançamento da Carta pela Eletromobilidade, que está sendo apresentada a candidatos a prefeito e vereador das principais cidades brasileiras (íntegra em www.abve.org.br).

A Carta faz uma defesa da mobilidade sustentável no transporte público e individual e apresenta um conjunto de propostas às futuras autoridades municipais que serão eleitas em 2020.

O candidato que quiser assinar a Carta pode entrar em contato pelo e-mail abve@abve.org.br

Fonte: Assessoria de Imprensa ABVE

COMEÇA EM VERSÃO ONLINE A SEGUNDA EDIÇÃO DO SIRESANT

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O evento, pela primeira vez em formato virtual, encurtou distâncias e reuniu um número recorde de participantes em relação a edição do ano passado, realizada no Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II), em Curitiba

Informação, conhecimento e troca de experiências. Assim foi o primeiro dia do Segundo Simpósio Regional sobre Sistemas de Aeronaves não Tripuladas (SiRESANT), evento promovido pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e pelo Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP), entre os dias 10, 11 e 12 de novembro de 2020, em São Paulo.

O evento, pela primeira vez em formato virtual, encurtou distâncias e reuniu um número recorde de participantes em relação a edição do ano passado, realizada no Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II), em Curitiba.

No primeiro dia (10), mais de 2200 inscritos espalhados pelo Brasil e pelo mundo, tiveram a oportunidade de receber informação das três agências que regulam o setor no território nacional: Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e o DECEA, além de conhecer o arcabouço regulatório da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI).

A programação foi comandada pelo Chefe do Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP), Coronel Aviador Chrystian Ciccacio, que desempenhou o papel de mestre de cerimônias, ora apresentando os palestrantes ora atuando como mediador dos debates.

A abertura oficial do evento foi feita pelo Vice-Diretor do DECEA, Major-Brigadeiro do Ar Walcyr Josué de Castilho Araújo, representando o Diretor-Geral, Tenente Brigadeiro do Ar Heraldo Luiz Rodrigues.

“Precisamos aumentar cada vez mais o número de pessoas que participam deste esforço de tornar a utilização do drone cada vez mais seguro e eficiente no espaço aéreo. O DECEA é o órgão central do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), se fossemos descrever a nossa missão em duas palavras seriam segurança e operacionalidade. Segurança para nós é clausula pétrea, é o princípio maior de todos”, enfatizou.

O Major-Brigadeiro Walcyr disse que há um grande crescimento da utilização de aeronaves não tripuladas, no entanto, o principal ponto que deve ser observado é a segurança e a operacionalidade, tanto no que se refere à fluidez do espaço quanto a sua acessibilidade.

“Uma curiosidade nestes tempos de pandemia, em que houve redução do tráfego aéreo mundial, não só o brasileiro, o uso dos drones cresceu mais de 20%, o que mostra a força desta ferramenta. No viés de cumprir as determinações da OACI, seguindo as normas, focando em manter a segurança, passamos a fazer eventos educativos”, detalhou ao citar a primeira edição do SIRESANT.

O oficial general fez ainda um comentário reconhecendo que a comunidade brasileira que opera com responsabilidade as Aeronaves Não Tripuladas (UAS) tem feito, como o DECEA, um esforço no sentido de estabelecer procedimentos que tornem esta atividade exitosa e segura.

No início da programação, o responsável pela Seção de Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas da OACI, Mark Wuennenberg, falou sobre os regulamentos elaborados pela Organização para operação segura e o fornecimento de um modelo regulatório aos países-membros, construído com base em experiências bem-sucedidas do Canadá, Nova Zelândia e Estados Unidos.

Wuennenberg destacou também o Painel de Aeronaves Remotamente Pilotadas, que conta com representantes brasileiros, e o simpósio DRONE ENABLE/4, organizado em parceria com o DECEA, que será realizado em abril de 2021, com o objetivo de possibilitar um intercâmbio sobre as melhores práticas, lições aprendidas e desafios da integração dos sistemas de aeronaves não tripuladas.

O painel de abertura: “Análise de cenário e ações do DECEA para atender demanda desse mercado no Brasil”, reuniu a alta direção: o Chefe do Subdepartamento de Operações, Brigadeiro do Ar Fernando César da Costa e Silva Braga, o Presidente da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA ), Brigadeiro do Ar Sérgio Rodrigues Pereira Bastos Júnior, e o Assessor Aeronáutico da Delegação Brasileira na OACI, Brigadeiro do Ar Ary Rodrigues Bertolino, com mediação do Coronel Ciccacio.

De forma descontraída e fornecendo conteúdo de qualidade, falaram sobre os projetos desenvolvidos pelo DECEA na área de aeronaves não tripuladas, com a ressalva de que suas concepções operacionais estão em desenvolvimento, em alinhamento com a OACI, bem como a atualização da legislação (ICA 100-40).

Além disso, mencionaram o Sistema de Solicitação de Acesso de Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPAS) – SARPAS, produto digital do DECEA com mais de 50 mil cadastros. “Somos testemunhas do crescimento exponencial desta atividade atualmente no Brasil”, apontou o Brigadeiro Braga. Desde a criação do SARPAS, foram feitas mais de 380 mil solicitações de acesso ao espaço aéreo, das quais mais de 145 mil, até novembro deste ano.

Outro ponto destacado pelo Brigadeiro Bertolino foi que o Brasil é o único país da América Latina a compor o Painel de Aeronaves Remotamente Pilotadas da OACI, o que rendeu ao DECEA pedidos de outros países da América do Sul para compartilhamento do sistema SARPAS.

No painel seguinte: “Introdução: Conceitos Básicos da Operação de Drones no Brasil”, especialistas das agências reguladoras, enfatizaram, cada qual na sua área, importantes informações sobre os principais passos que devem ser seguidos para operação segura de aeronaves remotamente pilotadas.

Palestras ministradas pelo Tenente CTA Fábio Rennó, Membro do Comitê de Aeronaves não tripuladas do SRPV-SP e do Grupo de Trabalho destinado à implementação do Gerenciamento de Tráfegos não tripulados (UTM) no SISCEAB; Roberto José Silveira Honorato, Superintendente de Aeronavegabilidade da ANAC; Marcel Fleury Pinto, Coordenador de processos de homologação da Anatel; com mediação do Major Especialista em Controle de Trafego Aéreo Jorge Alexandre, Chefe da Subdivisão de Operações Militares do CINDACTA II e membro do Painel de Aeronaves Remotamente Pilotadas da OACI.

Foram ministrados os conceitos básicos sobre a operação, informação sobre a função de cada agência reguladora, fluxo de certificação e homologação na Anatel e declaração de conformidade, requisitos de certificação dos equipamentos (Classe 1, 2 e 3), resumo das exigência, acesso ao espaço aéreo e planejamento de voo.

Existem mais de 120 modelos homologados pela Anatel para comercialização, 78.564 drones estão cadastrados no Sistema de Aeronaves não Tripuladas (SISANT) da ANAC, 30.794 para uso profissional, e 33% do total de solicitações de acesso ao espaço aéreo são provenientes da área de responsabilidade do SRPV-SP.

Na parte da tarde, aconteceu o painel: “Aviação não tripulada e o seu processo de certificação e cadastro”, que teve moderação e palestra de Ailton Oliveira, Especialista em Regulação de Aviação Civil da Superintendência de Aeronavegabilidade da ANAC, e apresentações do Coronel Mário Celso, da Seção de Geoinformação, Meteorologia e Aerolevantamento (SEGMA), do Ministério da Defesa; e participação da indústria, com Samuel Salomão, Fundador & Presidente da SpeedBird Aero, e André Arruda, Co-fundador da AL Drones.

Foram abordados os principais passos para a certificação de uma aeronave não tripulada, diferenças entre cadastro e registro, aerolevantamento com modal aéreo não tripulado e autoridades envolvidas nas operações de aerolevantamento com aeronaves não tripuladas.

“As regras das agências reguladoras, como a Anac e o DECEA, só tem resultado quando são assimiladas pela sociedade. A sociedade só assimila as regras, autorizações, certificações, quando conhece e compreende as regras. Eventos como esse contribuem para ampliar o alcance do trabalho das agências”, defendeu Ailton Oliveira, no início de sua apresentação.

Na última atividade do dia, o Tenente Rennó e o Major Jorge, responderam dúvidas dos participantes. O SIRESANT tem ainda dois dias de programação, com o objetivo de proporcionar o conhecimento das melhores práticas relacionadas à operação segura do sistema de aeronaves não tripuladas. Hoje tem mais, confira!

Fonte: DECEA

CONHEÇA AS PROPOSTAS PARA CIDADES INTELIGENTES DOS PRINCIPAIS CANDIDATOS A PREFEITURA DE SP

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Reunimos os principais tópicos referentes a construção de cidades inteligentes dos planos de governo do Bruno Covas (PSDB), Celso Russomanno (Republicanos), Guilherme Boulos (PSOL) e Márcio França (PSB).

 

Quando se pensa em Governança dentro de uma smart city, é impossível não associar com o papel da Prefeitura e com a figura do Prefeito. Pensando nisso, o Connected Smart Cities analisou o plano de governo dos principais candidatos à Prefeitura de São Paulo, para entender como o desenvolvimento de cidades inteligentes está sendo abordado.

CIDADES CONECTADAS

Bruno Covas (PSDB), Celso Russomanno (Republicanos), Guilherme Boulos (PSOL) e Márcio França (PSB) pretendem, de uma maneira ou de outra, utilizar da tecnologia para melhorar o desempenho de diversos setores das cidades.

Todos os candidatos apostam no uso da tecnologia como forma de otimizar serviços, principalmente no que diz respeito ao setor de Mobilidade e Acessibilidade e Governança. Apesar disso, não existe nenhuma medida concreta que pretenda utilizar a tecnologia como forma de garantir maior transparência e desburocratização do Estado.

CIDADES PARTICIPATIVAS E ENGAJADAS

Dentro desse eixo, ainda faltam medidas concretas por parte dos candidatos que promovam maior participação social, dos diversos setores que compõe uma cidade, para a construção de cidades mais participativas e com cidadãos mais engajados.

Ainda é preciso que existam medidas que incentivem a cooperação e participação da sociedade civil no desenvolvimento de políticas públicas. Apesar disso, de um modo ou de outro, todos os candidatos abordam o tema a partir de medidas de setores específicos (como o de segurança preventiva, com a ‘Vizinhança Solidária’, por exemplo) e existe uma preocupação em aumentar o engajamento social.

CIDADES EMPREENDEDORAS

Existe uma grande preocupação de todos os candidatos para tornar a cidade de São Paulo um Polo do Empreendedorismo. Entendendo a importância que a atividade possui para o desenvolvimento da metrópole, todos os candidatos abordam o tema diversas vezes em suas respectivas propostas.

Nesse sentido, é possível esperar que a próxima Prefeitura esteja voltada para o assunto, com o desenvolvimento de medidas que facilitem o crescimento da atividade.

CIDADES RESILIENTES E INCLUSIVAS 

Reconhecendo que a cidade de São Paulo é marcada por profundas desigualdades sociais, todos os candidatos desenvolvem medidas para, de uma maneira ou outra, tentar diminuir essas desigualdades. Nesse sentido, com cada vez mais um apelo popular maior para tornar essas questões pauta do Estado, é possível esperar uma Prefeitura voltada para as questões sociais e o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para o combate às desigualdades.

CIDADES PRÓSPERAS

Assim como no eixo de Cidades Resilientes e Inclusivas, existe uma preocupação muito grande entre os candidatos de realizar medidas para tornar a cidade de São Paulo uma Cidade Próspera. Com isso, apesar de cada um possuir uma abordagem específica de acordo com sua corrente política, todos pretendem implantar diversas medidas, em diferentes setores, que promovam o desenvolvimento da cidade de maneira mais inteligente e próspera.

MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE 

Mesmo com todos os candidatos possuindo medidas referentes à mobilidade e acessibilidade e que exista uma preocupação em investir no uso da tecnologia para melhorar o serviço, ainda falta uma visão da mobilidade como um modal integrado por parte dos candidatos.

Mobilidade Inteligente é aquela que não apenas investe em tecnologia e na ampliação de serviços já existentes, como também entende que é preciso discutir como as pessoas de fato se locomovem no espaço urbano e de quais maneiras é possível otimizar essa locomoção- principalmente em uma metrópole como São Paulo.

Nesse sentido, ainda é preciso discutir a questão dentro da esfera da Governança, entendendo o papel que a prefeitura possui em melhorar a mobilidade urbana de São Paulo e quais ações devem ser cobradas dos candidatos afim de desenvolver uma mobilidade mais eficiente e inteligente.

URBANISMO

Bruno Covas (PSDB), Celso Russomanno (Republicanos), Guilherme Boulos (PSOL) e Márcio França (PSB) explicitaram em seus planos a importância que o Urbanismo possui para uma cidade como São Paulo. Com isso, todos os planos de governo tratam do tema e é possível esperar uma Prefeitura que desenvolva programas de urbanização de diferentes espaços da cidade, mas, principalmente, de setores de baixa-renda.

ABSOLAR ESTABELECE PARCERIA PARA ALAVANCAR PROJETOS DE CIDADES INTELIGENTES

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Associação acaba de assinar acordo com C40 Cities e Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit GmbH (GIZ) para apoiar desenvolvimento fotovoltaico nos municípios brasileiros    

A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) e a C40 Cities Finance Facility (CFF) assinaram um Memorando de Entendimento para colaborar em projetos de energia fotovoltaica em cidades no Brasil.

O CFF, uma parceria conjunta liderada pela C40 Cities e a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit GmbH (GIZ), apoia cidades selecionadas no Sul Global por meio de suporte técnico e financeiro para a entrega de ações climáticas ambiciosas. Na fase atual, o CFF tem apoiado o Rio de Janeiro e Curitiba em projetos inovadores de energia solar. A ABSOLAR, que representa e promove o setor solar fotovoltaico no Brasil, tem sido um dos principais impulsionadores da implementação acelerada da energia solar no Brasil, que em 2020 se tornou um dos 20 maiores países do mundo em capacidade instalada de energia solar fotovoltaica.

Essa parceria permitirá que a ABSOLAR e o CFF combinem suas experiências e capacidades para apoiar os municípios brasileiros não apenas na preparação de projetos solares fotovoltaicos, mas também na formulação de mecanismos de política inovadores para facilitar o uso público e privado da energia solar. As duas organizações também organizarão eventos e workshops sobre o tema – impulsionando a revolução solar em todo o Brasil.

Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR, destaca a importância da parceria para o setor solar fotovoltaico no Brasil. “Estamos muito motivados a cooperar com a C40 e a GIZ no desenvolvimento de novos programas e iniciativas fotovoltaicas para permitir que municípios, empresas e cidadãos usem essa tecnologia renovável competitiva para reduzir custos, criar novas oportunidades e apoiar metas de sustentabilidade. A energia solar é definitivamente parte da solução para enfrentar os desafios locais e globais das mudanças climáticas e uma ferramenta estratégica para municípios do Brasil e de outros países”, comenta Sauaia.

Manuel Olivera, Diretor Regional do C40 para a América Latina destacou que esta cooperação “é um passo importante para fomentar energias limpas e renováveis em cidades de todo o Brasil e apoiá-las no cumprimento dos objetivos do Acordo de Paris e reduzir as emissões de gases de efeito estufa ao mesmo tempo em que melhora a segurança energética, gerando importantes economia e criação de novos empregos verdes”. O Dr. Günther Wehenpohl, Diretor do projeto da GIZ no Brasil acrescentou que “Os municípios são os principais beneficiários deste MoU. A GIZ, por mandato do governo alemão, já trabalha com os municípios, apoiando-os no desenvolvimento de uma agenda sustentável para infraestruturas urbanas. Com esta cooperação iremos mais longe no impacto positivo ajudando os municípios a aderirem à revolução solar.”

Os projetos de Curitiba e Rio de Janeiro têm como foco a instalação de sistemas solares fotovoltaicos em aterros sanitários desativados e, no caso de Curitiba, também em terminais de ônibus. Embora esses projetos sejam mais comuns na Europa e na América do Norte, estes serão os primeiros casos na América Latina, um avanço importante que tanto a CFF quanto a ABSOLAR esperam compartilhar e disseminar para outros municípios no Brasil e na região.(Assessoria ABSOLAR)

Fonte: Canal Energia 

MOBILIDADE URBANA: O IR E VIR QUE LEVA ALÉM

Setor é essencial para melhorar qualidade de vida

Milhares de prefeitos eleitos terão, a partir do dia 1º de janeiro de 2021, o desafio de tornar melhor a vida das pessoas em cada um dos quase 6 mil municípios brasileiros. De todas as promessas apresentadas durante as campanhas, uma das que têm mais condições de ajudar os futuros prefeitos a cumprirem esse desafio são as relacionadas ao tema da mobilidade urbana.

A mobilidade urbana está diretamente relacionada à qualidade de vida das pessoas. Basta imaginar viver em uma cidade onde, deslocar-se por ela, seja algo fácil, agradável e a um preço acessível. Tudo é muito lindo de se imaginar.

Mas a realidade, quase sempre, é outra.

Boa parte dos prefeitos tem muita dificuldade para conseguir melhorar a situação dos transportes públicos e das vias – o que inclui calçadas, ciclovias, veículos, corredores de ônibus, transporte escolar e muito mais – porque sequer sabe o que é “a tal mobilidade urbana”.

Mobilidade urbana: as condições oferecidas pela cidade para facilitar o deslocamento de cidadãos e bens, com o objetivo de desenvolver atividades e relações sociais e econômicas

Professor da Universidade de Brasília (UnB) e doutor em política de desenvolvimento territorial, Joaquim Aragão sugere que, antes de definir as prioridades de sua gestão, os prefeitos observem algumas características de seu município – principalmente com relação ao tamanho e ao número de habitantes.

“Todas prefeituras, independentemente do tamanho do município, precisam, antes de tudo, levar em conta as boas condições de mobilidade para os pedestres”, enfatiza Aragão ao ser perguntado sobre quais primeiros passos o gestor deve dar para melhorar o ir e vir das pessoas em sua cidade.

“Em municípios de área rural ou de perímetro urbano delimitado, por exemplo, muita coisa pode ser resolvida com bicicleta, deslocamentos a pé ou com mototáxis que, além de serem renda para muita gente, são muito relevantes e usados pela população – e, por isso, precisam urgentemente ser regularizados até mesmo para que esses profissionais sejam treinados, de forma a prestar um serviço seguro”, explica o professor.

Segundo Aragão, no caso de municípios rurais, um dos grandes desafios para os prefeitos está relacionado ao transporte escolar rural, que desloca os estudantes entre a casa e a escola. Por meio de um ajuste contratual e com uma regulação inteligente, é possível permitir que os operadores contratados circulem e estendam o serviço aos demais cidadãos, enquanto os alunos estão em aula ou já tenham retornado a suas residências.

“Nossa experiência mostra que o transporte escolar tem papel muito importante, que vai além de ser apenas escolar. Mas, para serem bem aproveitados, esses veículos têm de ter garantias quanto a sua manutenção, segurança e regularidade”, diz o especialista, ao lembrar que recursos para esse fim podem ser obtidos com a ajuda do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.

No caso das cidades de médio porte, a preocupação vai além do transporte escolar. Segundo Aragão é necessário ter um sistema de ônibus mais adequado. Mas, para isso, é necessário ter um contrato que, de fato, busque a melhor entre as propostas apresentadas. Principalmente nos casos em que a prefeitura não tenha técnicos para ajudar no controle e na verificação da qualidade do serviço.

“Nesse sentido, é muito importante que haja diálogo entre população, operador e operador público. Essas três partes têm de dialogar, e não apenas ficar reclamando uma da outra. Trata-se de uma política de construção consensual para a cidade”, argumenta Aragão.

Já as cidades de maior porte precisam de um sistema com planejamento público mais definido, com um transporte de massa mais pesado. A começar por corredores exclusivos de BRT (Bus Rapid Transit), até chegar a sistemas sobre trilho, necessários para cidades com população acima de 2 milhões de habitantes.

“É importante ver também outros meios de transportes que não sejam motorizados, como as bicicletas, que têm papel muito importante hoje em dia. Outros pontos a serem considerados são o tráfego e os estacionamentos nas áreas centrais, para que os carros não estacionem de forma a perturbar a circulação. Tem de haver uma boa política para que realmente haja uma boa utilização disso tudo”.

A circulação do transporte de carga também tem de ser levada em conta porque é muito comum os prefeitos se preocuparem com transporte coletivo e acabarem se esquecendo dos veículos de grande porte que, em muitos casos, acabam tendo de circular nas pequenas vias do município. “Os prefeitos precisam ficar atentos para impedir que caminhões e carretas rodoviárias circulem livremente, atrapalhando o trânsito e danificando calçadas e asfalto”, disse Aragão.

Uma coisa é consenso entre os especialistas consultados pela Agência Brasil: para dar fluidez ao trânsito é fundamental que se tenha serviços de transportes públicos eficientes e que eles sejam priorizados em relação aos automóveis.

É o que defende o presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Otávio Cunha. “Faixas exclusivas à direita da via é uma medida barata e eficiente porque muitos dos problemas que se têm atualmente estão relacionados à valorização e à prioridade que se deu ao transporte individual ao longo dos últimos 25 anos. Precisamos mesmo priorizar o deslocamento do ônibus”.

De acordo com a entidade, os automóveis ocupam 70% do espaço viário e transportam 25% das pessoas, enquanto os ônibus ocupam menos de 10% e transportam 40% da população. “Até do ponto de vista da democratização do espaço urbano, é justo investir no transporte publico”, disse o executivo.

Cunha alerta que os prefeitos precisam ficar atentos porque as críticas à faixa exclusiva e a defesa do transporte individual virão. “Elas vêm sempre dos cidadãos de posse [são eles os que mais utilizam carros para se deslocar]”, disse.

Em alguns casos, a resistência e os conflitos podem ter, como origem, os comerciantes. “Como os BRTs circulam de forma mais rápida, podem representar algum perigo, principalmente em vias comerciais. Há prefeitos que tiveram problemas para implantar esses corredores porque alguns comerciantes acham que ter essas vias em frente ao seu comércio acaba afastando clientes. Há também queixas em relação à cultura de direção de nossos ônibus, que é péssima, gerando o desconforto a passageiros e a pessoas nas ruas e calçadas”, disse.

Segundo o superintendente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Luiz Carlos Néspoli, o Brasil evoluiu muito na implantação de faixas exclusivas e corredores de BRT, mas seu uso é pouco, se comparado ao potencial que este modal tem.

“Uma boa medida [para ilustrar seu pouco uso] é a quantidade de quilômetros com faixa exclusiva, em comparação com o total de quilômetros de vias servidas por ônibus. Hoje, a média no Brasil é de apenas 4,4%. Ou seja, a cada 100 km de vias onde circulam os ônibus, apenas 4,4 km têm prioridade”.

A ANTP estima que as cidades com mais de 250 mil habitantes ainda precisam de cerca de 9 mil km de vias com prioridade, sendo 7,7 mil km de faixas exclusivas à direita da via; 1,1 mil km de corredores centrais de avenidas; e 198 km de BRT, com corredores mais sofisticados.

Metrôs podem ser uma solução definitiva para cidades com população a partir de 2 milhões de habitantes. Para Otávio Cunha, da NTU, este é o melhor de todos os sistemas, além de ser o mais bem avaliado por ser seguro, confiável e regular. “Ele tem velocidade comercial e é limpo [ambientalmente]”, explicou.

Por outro lado, em função de seu alto custo, em geral só é viável tendo a ajuda de subsídios. “Só tarifa não paga o serviço. A solução, então, passa por receitas extratarifárias pagas pela sociedade, já que é a população a parte mais beneficiada nessa cadeia. O taxamento de transporte individual; de estacionamentos; de combustíveis e os licenciamentos podem e devem ajudar a bancar esse transporte público”.

O metrô é um transporte de massa e é isso o que viabiliza sua existência. “É necessário muitos passageiros (arrecadação) para cobrir os custos operacionais e de investimento”, acrescenta Néspoli, da ANTP.

Para o professor Aragão, esta “solução definitiva” costuma ser prejudicada por “lobbies e pressões políticas” feitas por empresas de ônibus que querem impor o seu modal como solução até para cidades com população superior a 4 milhões de habitantes. “As maiores capitais deveriam já ter umas 15 linhas de metrô e de 5 a 10 linhas de trem metropolitano. Muitos países asiáticos, como a China, já têm sistemas de 20 linhas”, disse. “É caro? Claro que é, até por precisar de um modelo de investimento muito mais complexo. Mas a pergunta a ser feita deve ser outra: qual é o custo de não se fazer isso?”

Para muitos municípios, um modal que, além de não causar problemas para o meio ambiente, pode ajudar a diminuir os gastos públicos com saúde é o das ciclovias. Além de tudo, é o mais fácil e barato de ser construído. Os prefeitos, no entanto, precisam ficar alertas para o fato de que este modal também precisa de um plano de circulação.

“Em geral, prefeitos estão muito preocupados com obras. Então as ciclovias, para eles, é algo fantástico. Hoje, felizmente, se vê ciclovias em qualquer lugar porque é obra fácil de fazer e porque o prefeito fica bem na foto ao fazer uma rede de ciclovias”, diz Aragão.

Para Néspoli, é fundamental que se dê maior segurança para a circulação das bicicletas, com a implantação de ciclofaixas ou ciclovias e também com bicicletários e estacionamentos mais seguros de bicicleta. O superintendente da ANTP sugere, aos prefeitos de cidades onde não há a cultura do uso de bicicletas, que façam campanhas estimulando seu uso.

Integrante da União de Ciclistas do Brasil, André Soares, sugere aos futuros prefeitos, que, antes de darem início a alguma obra de ciclovia, conheçam a demanda que existe na cidade. “Façam pesquisas para conhecer quantos são e onde estão os ciclistas da cidade, para então determinar onde fazer ciclovias e/ou ciclo rotas”, disse. “Regiões de baldeação de passageiros para metrôs, trens e ônibus, se conectadas a uma infraestrutura de bicicletários permitem a intermodalidade de forma eficiente. É necessário também uma boa iluminação na ciclovia e que a implementação dessas ciclovias aconteça em área de circulação urbana, para que a segurança do usuário seja favorecida”.

Ainda segundo o ciclista, a arborização também proporciona conforto térmico, estimulando ainda mais as pessoas a pedalarem. “Vale ressaltar que a maior parte da infraestrutura cicloviária existente está na região central das cidades. Logo, é necessário conectá-la às demais regiões, principalmente com as regiões periféricas”, disse.

Integrante da Associação pela Mobilidade à Pé (Cidadeapé), Ana Carolina Nunes explica que a Política Nacional de Mobilidade Urbana determina o que os prefeitos devem fazer e diz que a caminhada, a bicicleta e o transporte público devem ter prioridade em relação a carros e motos.

“Muita gente acha que melhorar a mobilidade é só asfaltar ruas e construir viadutos. Mas não é bem assim: construir calçadas, ciclovias e pontos de ônibus confortáveis é bem mais importante, porque a maior parte das pessoas se desloca a pé, de bicicleta ou de transporte público. Por isso, os prefeitos devem prezar menos obras faraônicas e mais projetos simples e eficientes”, disse Ana Carolina à Agência Brasil.

Entre as obras mais relevantes para a mobilidade urbana estão as calçadas. “O maior problema das calçadas é que, na prática brasileira, elas são de responsabilidade do morador. Aí, cada um faz sua própria calçada. Em muitos casos, a transformam em rampa para a garagem, resultando em calçadas com inclinação que não permitem a circulação e acabam fazendo com que as pessoas caminhem pelas ruas”, explica Aragão.

Ana Carolina explica que ao determinar que cada um é responsável pela calçada à frente de sua casa, as leis municipais acabam dificultando a acessibilidade e a segurança da própria calçada. Ela também é coordenadora da campanha Mobilidade Sustentável nas Eleições – que tem, por objetivo, inserir os modos de mobilidade sustentável nos programas de governo, nas campanhas eleitorais e na atuação de prefeitos e vereadores.

No site há propostas para a promoção de uma mobilidade mais sustentável nos municípios. Para acessá-las, clique aqui.

Ana Carolina diz que a Lei Brasileira de Inclusão determina que as prefeituras planejem obras visando “rotas acessíveis” a todas as pessoas. “O melhor caminho para as prefeituras é discutir com a população – principalmente pessoas com deficiência e mobilidade reduzida – quais são as áreas prioritárias para fazerem parte dessas rotas acessíveis”.

Ela cita que as áreas centrais, entorno de unidades de Saúde, escolas e equipamentos de cultura e lazer são altamente recomendadas para integrarem essas rotas. “Os profissionais da prefeitura devem fazer projetos que permitam a qualquer pessoa fazer caminhos inteiros sem se preocupar com degraus ou qualquer obstáculo”, acrescenta. Ela defende, também, a instalação de elevadores em estações de metrô e escadas e rampas de acesso a terminais de ônibus.

Para a ANTP, a integração do transporte público é indispensável porque ajuda a racionalizar as redes de transporte, criando linhas tronco (grandes corredores) que são alimentadas por linhas de bairro, tendo como ponto de conexão os terminais de transferência. Na avaliação de Néspoli, isso é fundamental para redução do custo, pois evita que todas as linhas venham até as regiões centrais da cidade, o que envolve maiores despesas.

“A integração – tanto física, via terminais, como tarifária, via bilhetes únicos – cria maior possibilidade de uso do sistema de transporte, facilitando a vida do cidadão. Mas tem de ter especial atenção porque a baldeação tem de ser feita em melhores condições físicas, com melhores terminais. E tem de ser pontual, para que as pessoas não fiquem esperando muito tempo para trocar de veículo”, explica.

Uma das maiores fontes de reclamações com o transporte público no Brasil está relacionada ao alto preço cobrado dos passageiros – insatisfeitos não apenas com o valor, mas também com a má qualidade dos serviços oferecidos pelas empresas do setor.

O coordenador do Programa de Mobilidade do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Rafael Calabria, diz que as tarifas podem e precisam ser reduzidas. Para tanto, as prefeituras precisam buscar “fontes extratarifárias, compondo um Fundo de Transportes que ajude a pagar o custo do transporte, sem se basear apenas na tarifa paga pelo usuário”, inclusive para dar mais estabilidade econômica ao transporte coletivo nas cidades.

“Segundo a Política Nacional de Mobilidade Urbana [Lei 12.587/12], estas receitas podem vir da tributação dos meios de transportes que geram mais impactos negativos – e que as cidades precisam desestimular, como o carro particular. Seja por meio de uso de recursos de estacionamentos, zona azul, ou taxas sobre os transportes por aplicativos ou sobre a gasolina”, defende o pesquisador do Idec.

Esse fundo, segundo ele, pode ser composto por outras fontes mais simples, como a exploração de publicidade nos ônibus, pontos e terminais. “Além das tarifas, os fundos podem ajudar também a desenrolar e concretizar obras como corredores, ciclovias e ampliação de calçadas”, sugere.

A NTU também defende o rateado do transporte público com toda a sociedade. “Afinal, o beneficio de seu uso não é restrito ao usuário. Toda atividade econômica pode ser dinamizada na cidade com um bom transporte público. Indústria, comércio, serviços, lazer podem ser dinamizados graças a deslocamentos fáceis, baratos e rápidos”, disse Cunha, presidente da associação que representa as empresas de transporte urbano.

A analista técnica da Área de Trânsito da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Luma Costa, acrescenta que é preciso uma reestruturação do sistema de financiamento do transporte público que inclua a participação dos três entes e de um sistema de política regulado que proporcione o investimento de recursos provenientes do transporte privado para subsidiar a tarifa do transporte público municipal.

Para o professor Joaquim Aragão, o problema não é a tarifa, mas a “baixa renda que temos no Brasil”. “Temos de aumentar a renda da população porque, para pessoas desempregadas ou de baixa renda, qualquer tarifa é cara”, disse. “O problema é que a maior parte das prefeituras não se pergunta sobre como estimular o crescimento econômico local, de forma a aumentar a renda”.

Se já é difícil, em tempos normais, equilibrar a parte financeira do setor de transportes, o que dizer quando uma pandemia reduz ainda mais a receita das empresas do setor? De acordo com a Pesquisa CNT de Opinião divulgada no final de outubro, apesar da pandemia 58,6% das pessoas continuaram utilizando normalmente algum meio de transporte; 31,6%, deixaram de utilizar o ônibus como meio de transporte principal; 3,5% deixaram de utilizar carro; e 3,3%, aplicativos de transporte.

Calábria, do Idec, diz que a perda de passageiros é “trágica” para o setor, pois todo o custeio dos transportes coletivos é baseado na tarifa paga pelos usuários. “Com a queda de passageiros, as empresas perderam arrecadação e reduziram a frota, prejudicando a qualidade e aumentando as aglomerações, principalmente nas periferias das cidades”.

Dados da NTU apontam que, de 1994 a 2013, a demanda por transporte público caiu cerca de 25%; e de 2013 a 2019 caiu mais 27%. “Aí veio a pandemia e agravou ainda mais a situação, fazendo a demanda cair 80% em março e abril”, diz Cunha. Ele acrescenta que, passada a fase aguda da pandemia, a oferta de serviço variou de 75% a 100%, mas transportando apenas entre 45% e 55% da demanda histórica.

“Os protocolos internacionais de segurança para evitar contaminação preveem uma distância de 1,5 metro entre as pessoas, algo impossível de se conseguir no transporte público. Além disso, as empresas terão de adotar medidas visando higiene e prevenção, de forma a minimizar possibilidade de contaminação, o que gera mais custos. Mais do que nunca a pandemia mostra à sociedade toda a fragilidade do transporte público brasileiro. Temos de discutir saídas para isso”, argumenta o presidente da NTU.

O superintendente da ANTP  defende mudanças na dinâmica de funcionamento das cidades, como forma de evitar, ainda que parcialmente, as aglomerações nos horários de pico. “Com todo mundo entrando praticamente no mesmo horário no trabalho, nas escolas e nos comércios, e com as instituições abrindo suas portas no mesmo horário, naturalmente haverá, nos sistemas de transportes, concentração nesse horário”, disse Néspoli. “O caminho mais adequado é rever os horários das atividades da cidade, o que está na mão dos prefeitos, por meio de uma política de escalonamento de horários”.

Outro ponto importante na mobilidade urbana que deve ser observada pelos prefeitos é a fluidez no trânsito. Para Aragão ela depende, primeiramente, de um plano que vise a gestão da circulação, o que, segundo ele, “historicamente não é feito no Brasil”. Não existe, na prática, nenhuma preocupação com engenharia de trânsito para planejar mãos; zonas de estacionamentos; estacionamentos de carga e descarga; vagas para portadores de necessidades especiais; calçadas ou mesmo sinalização”.

Outro ponto ressaltado por Aragão são os efeitos que uma cidade sem planejamento tem para o sistema viário. “Aqui, as cidades crescem como puxadinhos, com avenidas que simplesmente acabam no nada, o que dificulta a aplicação de um sistema viário coeso, definido em vias arteriais, principais, coletoras e locais; e de um sistema viário hierarquizado que possibilite às pessoas saberem que vias vão utilizar para qual tipo de viagem (se é viagem local ou se vai atravessar para outro bairro). É fundamental que haja um plano de circulação em cima do sistema viário, para evitar inclusive problemas de congestionamento”, acrescenta.

Uma das consequências mais nefastas do trânsito mal planejado é o grande número de mortes e acidentes. A diminuição do número de vítimas passa inexoravelmente pela elaboração de estudos que indiquem quais são os pontos e os trechos mais críticos no município, bem como do tipo de acidente que costuma ocorrer.

“Tem lugares que são críticos apenas por causa do desenho da via ou da falta ou colocação inadequada de uma sinalização. São coisas simples de serem resolvidas do ponto de vista técnico”, explica o professor Aragão.

As soluções, no entanto, precisam sempre ser estudadas, para que não venham a dar início a outros problemas. “Por exemplo, os quebra-molas. Eles reduzem velocidade nas cidades. Mas, por outro lado, se aplicados em tudo que é lugar causarão congestionamentos”.

O especialista acrescenta que muitos dos acidentes estão ligados a questões comportamentais. Nesses casos, medidas regulamentadas – como as adotadas com relação à mistura de álcool e direção; ou mesmo o respeito à faixa de pedestre, como ocorreu em Brasília, podem ajudar a melhorar a situação.

Aragão defender que todos recursos obtidos com multas devam ser aplicados exclusivamente na educação de trânsito. Ele acredita que a solução não deve ter por base apenas a aplicação de multas, porque muitos problemas decorrem de um mau comportamento por parte da população. “A educação é importante porque, tendo consciência de que está em um lugar problemático, a pessoa, consciente do perigo, o evita, por exemplo desacelerando antes de curvas fechadas”.

De acordo com a ANTP, há dois tipos de vítimas predominantes nas cidades: o pedestre e o motociclista. Neste último caso, a fiscalização é prejudicada uma vez que há muitas motos irregulares. “Dessa forma, os efeitos da multa não existem porque não há o licenciamento”, disse Néspoli.

Segundo a NTU, automóveis e motos respondem por 55% das mortes e dos acidentes de trânsito, enquanto os ônibus respondem por menos de 1% dos casos. “É um efeito dominó muito sentido no setor da saúde, porque entre 1% e 3% do PIB é gasto com o tratamento de acidentados e mortos em trânsito – percentual que inclui as doenças cardiorrespiratórias decorrentes da poluição ambiental. Isso corresponde a algo entre R$ 70 bilhões e R$ 210 bilhões gastos anualmente. Um valor que poderia, inclusive, tornar realidade a ideia de tarifa zero para o transporte público”, disse Cunha.

No caso de cidades de menor porte, uma outra sugestão que pode ajudar a evitar números tão altos de vítimas de acidentes de trânsito é o uso de paralelepípedos, em vez de asfalto. “Além de atenuar a velocidade dos veículos, os paralelepípedos têm ranhuras que, ao contrário do asfalto, são semipermeáveis. Seu efeito de drenagem, portanto, permite que a água passe, de forma a evitar alagamentos no caso de chuva”, explica Aragão, que é pesquisador na UnB.

Para resolver problemas como esses, Aragão disse que as cidades grandes precisam de um quadro técnico que tenha domínio sobre os assuntos ligados à mobilidade urbana. “[Há] a necessidade de se investir em formação e capacitação, o que pode ser conseguido com a ajuda do estado ou da União”.

A ajuda técnica pode vir de várias fontes. “A ANTP  e a NTU têm material que pode ajudar bastante. Tem de ir atrás dessas instituições e, também, buscar a ajuda de universidades públicas, escolas técnicas, institutos federais e associações, inclusive empresariais, porque há nelas suficiente capacitação intelectual”, disse Aragão.

Entidades como a Frente Nacional de Prefeitos e a CNM também podem ajudar. A CNM, inclusive, tem o CNM Qualifica, programa que, por meio de seminários, pode ajudar as prefeituras no desafio de qualificar seus quadros.

Para conhecer o CNM Qualifica, clique aqui.

De acordo com o presidente-executivo da NTU, Otávio Cunha, além de formar “uma equipe técnica muito boa de servidores” (ou consultores, caso não haja profissionais com esse perfil no serviço público) capazes de lidar com a questão da mobilidade urbana, os futuros prefeitos têm de ler atentamente a Lei 12.587/12, que mostra as diretrizes principais para se buscar uma mobilidade urbana sustentável.

“Todos municípios já deveriam ter construído e adaptado os planos de mobilidade para a sua cidade. Se isso já tivesse sido feito, a realidade do transporte público hoje seria outra. No entanto, apenas 10% dos 2.900 municípios que têm transporte público organizado fizeram seu plano de mobilidade. Mesmo assim, nem todos procuraram ouvir a sociedade local, formadores de opinião, líderes comunitários ou aqueles que sofrem diariamente as agruras de um transporte público que não atende aos interesses e não tem regularidade”, explica o dirigente da NTU.

Uma outra ajuda aos futuros prefeitos pode vir a partir da leitura da cartilha Como Ter um Transporte Público Eficiente, Barato e com Qualidade na sua Cidade, produzida pela ANTP em parceria com várias entidades e técnicos ligados ao setor. Ela reflete o pensamento da classe empresarial, no sentido de buscar a melhoria do transporte público, mas de maneira sustentável.

A cartilha prevê três eixos principais que abrangem modelos de contratação; modelos de custeio do serviço e da qualidade; e a transparência necessária para que se tenha uma rede pública de transportes bem construída e acessíveis aos cidadãos.

Para baixar a cartilha Como Ter um Transporte Público Eficiente, Barato e com Qualidade na sua Cidade, da ANTP, clique aqui.

CNM sugere que os prefeitos busquem ajuda também em órgãos como as secretarias estaduais de Transporte, Trânsito e Mobilidade. Caso seja preciso criar um órgão municipal que, por meio de convênio, ajude na fiscalização de serviços, a entidade sugere a utilização do sistema de elaboração dos planos de mobilidade disponibilizado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional.

Em seu site, a CNM tem uma área dedicada a este tipo de ajuda. Para acessá-la, clique aqui.

Segundo a analista técnica da Áea de Trânsito da CNM, Luma Costa, os principais desafios das prefeituras na área de mobilidade estão relacionados à falta de programas visando a captação de recursos do Orçamento Geral da União (OGU) e à falta de um sistema de financiamento que envolva os três entes: União, estados e municípios.

“Falta também capacidade técnica para elaboração e execução dos planos de mobilidade e apoio para a implantação e gestão dos órgãos municipais de trânsito, bem como para a execução da Política Nacional de Mobilidade Urbana – que prevê como competência da União o apoio técnico e financeiro aos municípios”, acrescenta a analista.

Em resposta a uma demanda da Agência Brasil, na qual foram solicitadas informações sobre os principais apoios que o governo federal poderá disponibilizar aos futuros prefeitos na missão de melhorar a mobilidade em suas cidades, o Ministério do Desenvolvimento Regional destacou a ampliação do prazo para que mais de 1,8 mil municípios elaborem seus Planos de Mobilidade Urbana (PMU).

Cidades com mais de 250 mil habitantes deverão formular o documento até 12 de abril de 2022, enquanto os municípios com população de até 250 mil pessoas podem finalizar a produção até 12 de abril de 2023.

Cidades que ainda não apresentaram seus planos podem voltar a receber recursos do Orçamento Geral da União (OGU) destinados ao setor até a data-limite. O ministério acrescenta que as cidades que não cumprirem esses prazos só poderão solicitar e receber recursos federais destinados ao setor caso sejam utilizados para a elaboração do PMU.

A fim de apoiar os prefeitos a elaborarem esse plano, o ministério disponibiliza assistência financeira a cidades com população acima de 100 mil habitantes, via Programa Avançar Cidades – Mobilidade Urbana. Já para os municípios com população abaixo de 100 mil pessoas, a pasta oferece auxílio técnico a partir de dois instrumentos: o Sistema de Apoio à Elaboração de Planos de Mobilidade Urbana e a Cartilha de Apoio à Elaboração de Planos de Mobilidade Urbana.

“Após a conclusão da minuta do plano, a proposta deve ser discutida com a sociedade civil, votada pela Câmara Municipal e instituída como plano por meio de lei municipal ou decreto”, informa o ministério.

Outra possibilidade sugerida pelo ministério para a obtenção de recursos é a apresentação de propostas via emendas parlamentares, em ação orçamentária destinada pelo ministério para apoio à elaboração do PMU. “As solicitações ocorrem no âmbito do Programa 2.219 – Mobilidade Urbana, na ação 15UE – Planos de Mobilidade Urbana Locais”, informa o órgão.

Por Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil – Brasília
Edição: Fábio Massalli 

Fonte: Agência Brasil 

PESQUISADORES DA USP APONTAM SOLUÇÕES PARA PROBLEMAS CRÔNICOS DA CIDADE DE SÃO PAULO

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As propostas e sugestões apresentadas abaixo devem ser vistas como colaborações aptas a contribuir para que o novo prefeito enfrente os desafios que lhe serão impostos na administração da capital paulista

Aproximidade das eleições municipais faz com que pensemos mais atentamente nos interesses da cidade. Como seria a gestão ideal de uma grande metrópole como São Paulo? De educação e saúde até segurança e transporte, quais deveriam ser as prioridades do próximo prefeito ou prefeita?

Antecipando as eleições municipais, conversamos com professores e pesquisadores do Centro de Estudos da Metrópole (CEM), ligado à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, e do Programa Cidades Globais do Instituto de Estudos Avançados, ambos da Universidade de São Paulo e que estudam os diversos problemas das nossas cidades.

Ouça o que eles falaram sobre os resultados de suas pesquisas nos temas: erradicação da pobreza; educação de qualidade; trabalho decente e desenvolvimento econômico; saúde e bem-estar; cidades e comunidades sustentáveis; governança orçamentária em grandes metrópoles e governança multinível da política de assistência social.

GOVERNANÇA ORÇAMENTÁRIA EM GRANDES METRÓPOLES

“Para a tomada da decisão sobre a priorização da alocação de recursos é fundamental que a gente tenha uma informação descentralizada do orçamento, porque a priorização de recursos implica saber onde há necessidade de aumento no atendimento, considerando o recurso escasso. Para além disso, descentralizar essa informação é importante para que os munícipes saibam como os recursos orçamentários estão divididos”, Úrsula Dias Peres –  Centro de Estudos da Metrópole – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas.

TRABALHO DECENTE E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

“A cidade de hoje precisa que a próxima gestão formule políticas para estimular mais e melhores empregos, combater a informalidade, o trabalho infantil, o trabalho escravo e todas as formas de discriminação que há no emprego. Além de tudo isso, deve-se ampliar e melhorar a cobertura da proteção social, impulsionar a educação e reforçar a produtividade e a competitividade das empresas. Só assim se fortalecerão os direitos trabalhistas”, Thelmo de Carvalho Teixeira Branco Filho – Instituto de Estudos Avançados – Programa Cidades Globais.

SAÚDE E BEM-ESTAR

“A cidade precisa que a próxima gestão reflita sobre as lições aprendidas na pandemia e desenvolva políticas de saúde que levem em consideração as diferenças e as profundas desigualdades características da nossa sociedade. Nesse sentido, é preciso levar em conta tanto as desigualdades socioespaciais, que são aquelas que se expressam na organização territorial da cidade, quanto as vulnerabilidades e necessidades específicas de determinados grupos sociais”, Debora Sotto – Instituto de Estudos Avançados – Programa Cidades Globais.

CIDADES E COMUNIDADES SUSTENTÁVEIS

“Acredito que o agir localmente tem um grande poder e, por isso, as eleições municipais são muito importantes. Então, o que precisamos fazer hoje [no município de São Paulo]? Precisamos implementar projetos de educação técnica, cidadã, entendendo que a qualificação profissional contribui com emprego e renda da população; favorecer compras públicas de pequenas e médias empresas para promover emprego local e modelos de economia verde; e ainda revisar o plano diretor, compatibilizando os eixos de adensamento com planos de ação”, Gérsica Moraes Nogueira da Silva – Instituto de Estudos Avançados – Programa Cidades Globais.

EDUCAÇÃO DE QUALIDADE

“O que se espera desses novos governantes é que haja movimentos efetivos na criação de políticas públicas e de investimentos públicos que definitivamente colaborem com uma educação de qualidade para todos, e para isso eu acho que o mínimo que a gente espera desses novos gestores é que eles conheçam de maneira aprofundada, que eles conheçam muito bem a realidade de sua rede, buscando caminhos de forma colaborativa e democrática na construção de uma nova escola, de uma educação que seja realmente de qualidade e para todos”, Edson Grandisoli – Instituto de Estudos Avançados – Programa Cidades Globais.

ERRADICAÇÃO DA POBREZA

“O futuro prefeito deverá enfrentar a erradicação da pobreza como a possibilidade de criar políticas públicas que deem conta do caráter multifacetado desse tema. Erradicar a pobreza passa por enfrentar e eliminar a infraestrutura que oferece a manutenção das condições de miséria da população”, Fábio Bacchiega – Instituto de Estudos Avançados – Programa Cidades Globais.

A GOVERNANÇA MULTINÍVEL DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

“É necessário [para a gestão eleita] levar a sério a assistência social como política pública, não em programas mirabolantes que visam simplesmente a ser uma marca de gestão. É importante que a assistência social tenha um lugar na agenda pública municipal, principalmente nessa conjuntura socioeconômica em que nós vivemos [em meio a uma pandemia]”, Renata Bichir Centro de Estudos da Metrópole – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas.

Fonte: Jornal da USP

ESPECIALISTAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS DEBATEM SOBRE OS DESAFIOS DA MOBILIDADE ELÉTRICA NO BRASIL

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 Conferência da Plataforma Nacional de Mobilidade Elétrica acontece entre os dias 16 e 19 de novembro. Especialistas do setor público e privado participam dos quatro dias do evento

 

Pauta fundamental para o desenvolvimento sustentável do país, a Mobilidade Elétrica tem reflexos imediatos e importantes nos indicadores de saúde e emprego, por exemplo. De acordo com o estudo Uma Nova Economia para uma Nova Era: Elementos para a Construção de uma Economia Mais Eficiente e Resiliente para o Brasil, a implementação de ações de economia verde específicas para determinados setores produtivos pode incrementar, até 2030, R$ 2,8 trilhões à economia do país, além de dois milhões de empregos. O estudo é liderado pelo WRI Brasil e pela New Climate Economy.

Nesse sentido e considerando que o Brasil precisa reduzir em 43% as emissões de gases de efeito estufa até 2030, conforme o compromisso firmado, em 2016, no Acordo de Paris da Convenção de Clima da ONU (Organização das Nações Unidas), especialistas nacionais e internacionais participam da 1ª Conferência da Plataforma Nacional de Mobilidade Elétrica, que será realizada entre os dias 16 e 19 de novembro de 2020. A iniciativa acontece em formato 100% digital e debaterá o tema com profundidade. Inscrições gratuitas AQUI 

O evento faz parte das ações da Plataforma Nacional de Mobilidade Elétrica (PNME), iniciativa lançada em 2020 e que agrega mais de 30 instituições da indústria, poder público, sociedade civil e academia, tendo o papel de fomentar o desenvolvimento do setor no país.

O coordenador de projeto da GIZ e coordenador-executivo da PNME, Marcus Regis, destaca que o evento conta com a participação dos principais atores no país com envolvimento na pauta, além de representantes de entidades, governos  e empresas internacionais que, sem dúvida, irão abordar os melhores caminhos para o Brasil tornar realidade a implementação de políticas  públicas para a mobilidade elétrica.

“A semana da mobilidade elétrica faz parte das ações em prol da meta para o Brasil reduzir os seus índices de gases poluentes, visto que para tornar possível esse objetivo precisamos do trabalho e envolvimento de todo o ecossistema, principalmente do setor de transportes. A implementação de políticas com esse propósito é urgente e fundamental para a retomada econômica no contexto mundial, ou seja, essas ações precisam levar em conta um futuro com carbono neutro. Dessa forma, entendemos que a 1ª Conferência da PNME será uma importante contribuição para essa mudança de cenário, com debates técnicos e apresentação de estudos”, disse.

PROGRAMAÇÃO

A programação do evento contempla temas como: Governança e cooperação para a Mobilidade Elétrica no Brasil; A Mobilidade Elétrica como tema fundamental para a sustentabilidade econômica e ambiental no Brasil; Desafios brasileiros para a implantação da Mobilidade Elétrica; e Ações concretas para promover a Mobilidade Elétrica no Brasil.

A programação completa está disponível AQUI

PALESTRANTES CONFIRMADOS 

Marcus Regis, coordenador de projeto da GIZ e coordenador-executivo da PNME; Marcel Martin, coordenador do portfólio de Transportes no iCS (Instituto Clima e Sociedade) e coordenador-executivo da PNME; Jens Giersdorf, diretor de projeto na GIZ; Ana Toni, diretora executiva do Instituto Clima e Sociedade (ICS); Fernando Araldi, analista de Infraestrutura do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR); Cristina Albuquerque, gerente de Mobilidade Urbana do WRI Brasil (World Resources Institute); Valter Luiz Knihs, diretor de Sistemas e Mobilidade Elétrica da WEG Equipamentos Elétricos;  Edgar Barassa, empreendedor e pesquisador da Barassa & Cruz Consulting (BCC); Pedro de Paula, diretor da Vital Strategies Brasil;  Janayna Bhering, gerente de Negócios e Parcerias da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (FUNDEP).

E:  Guillermo Madrid, Project Officer da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD); Tais Fonseca de Medeiros, especialista em Transporte Urbano do Banco Mundial;  Anie Amicci, gerente de Mobilidade Urbana do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES); Ana Jayme, assessora de Investimentos do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC); Rodrigo Tortoriello, presidente do Fórum de Secretários e Dirigentes Públicos de Mobilidade Urbana; Sergio Avelleda, Urban Mobility Director do WRI – World Resources Institute; Beatriz Rodrigues, coordenadora de Transporte Público do Instituto de Políticas de Transporte & Desenvolvimento (ITDP Brasil); Victor Andrade, coordenador do Laboratório de Mobilidade Sustentável (LABMOB-UFRJ);  Daniel Guth, diretor executivo da Aliança Bike; Flavia Consoni, professora da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

Além de: Kelly Fernandes, analista em mobilidade urbana no Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC); Roberta Knopki, assessora técnica da GIZ; Janayna Bhering, gerente de Negócios e Parcerias da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (FUNDEP); Camila Gramkow, oficial de Assuntos Econômicos da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL);  Carolina E. Genin, diretora de clima do WRI Brasil – World Resources Institute Brasil; Bianca Macêdo, engenheira de Transportes da Prefeitura de Fortaleza; Ricardo Zomer, coordenador na Secretaria de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação, Ministério da Economia; Monica Araya, Transport Lead na Climate Champions; Ilan Cuperstein, vice-diretor regional para a América Latina na C40; entre outros especialistas.


DADOS DO SETOR

De acordo com dados do WRI Brasil, estima-se que a poluição do ar nas principais regiões metropolitanas e capitais, no Brasil, esteja ligada a cerca de 20,5 mil mortes ao ano em decorrência de doenças cardiovasculares e respiratórias e seja responsável, ainda, por 5,2% das internações de crianças e 8,3% de adultos (por doenças respiratórias).

Já o custo anual aproximado em hospitalizações e ausências no trabalho chega a R$ 30 milhões, em função do impacto de cerca de 130 mil casos de faltas ao trabalho por doenças associadas à poluição.

SOBRE O TRABALHO DA PLATAFORMA NACIONAL DE MOBILIDADE ELÉTRICA (PNME)

A PNME começou a partir de um diagnóstico elaborado no segundo semestre de 2019, tendo o seu início oficial em fevereiro de 2020. A liderança e o planejamento estratégico são feitos por um Conselho Gestor, formado por um grupo de instituições que incluem órgãos governamentais, agências, indústria e sociedade civil. O Secretariado-Geral, sob coordenação do Ministério Alemão de Cooperação Econômica e para Desenvolvimento, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, juntamente com o iCS (Instituto Clima e Sociedade), é responsável pela gestão da plataforma e organização das atividades.

Para Marcel Martin, coordenador do portfólio de Transportes no iCS e coordenador-executivo da PNME, a falta de competitividade é um fator que ainda dificulta o crescimento da eletrificação no mercado brasileiro. “Temos o desafio aqui de mudar a lógica do mercado. Em outros países as montadoras já estão olhando para esse futuro, mas aqui a discussão é tímida. Precisamos focar na transição do veículo movido por combustíveis fósseis para o de zero emissões. O Brasil tem que olhar para a economia do futuro, que com certeza não é baseada nos veículos movidos a combustíveis fósseis”, completou.

DECEA E SRPV-SP PROMOVEM O 2º SIMPÓSIO REGIONAL SOBRE SISTEMAS DE AERONAVES NÃO TRIPULADAS

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O evento acontece nos dias 10, 11 e 12 de novembro e reunirá especialistas para debater sobre Sistemas de Aeronaves não Tripuladas

Nos dias 10, 11 e 12 de novembro de 2020, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e o Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP) realizam a 2ª edição do Simpósio Regional sobre Sistemas de Aeronaves não Tripuladas (SiReSANT). O evento acontece em formato virtual e conta com organização da Necta. As inscrições são gratuitas e estão disponíveis em: https://siresant.com.br/inscricao/ 

O aumento do uso comercial do Sistema de Aeronaves Não Tripuladas, do inglês Unmanned Aircraft System (UAS), deu início ao conhecido mercado dos drones. De acordo com a Association for Unmanned Vehicle Systems International (AUVSI), esse setor movimentará, somente nos Estados Unidos, cerca de US$ 82 bilhões, gerando, até 2025, 100.000 novos postos de trabalho no mercado norte-americano.

Nesse sentido, os temas do evento serão direcionados aos stakeholders do segmento, tais como: indústria, academia, operadores e autoridades reguladoras e com foco em proporcionar aos participantes o conhecimento das características deste sistema, considerado pela Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) como a nova era da aviação.

O Coronel Aviador Chrystian Alex Scherk Ciccacio, Chefe do SRPV-SP, enfatiza que o evento acontece no contexto em que o SRPV-SP, órgão regional do DECEA, recebeu até 11 de setembro de 2020, mais de 37 mil solicitações de acesso ao espaço aéreo de aeronaves de pequeno porte não tripuladas. A estimativa é de chegar em 50 mil até o final deste ano.

“O número de solicitações de acesso de aeronaves não tripuladas têm aumentado exponencialmente nos últimos anos. Em 2016 foram registradas em torno 35 solicitações, saltando para 42 mil solicitações em 2019. Os dados demonstram a importância que novo modal representa, e que em pouco tempo poderá superar o número de aeronaves tripuladas no nosso espaço aéreo”, avalia o Coronel Ciccacio.

A programação do evento vai abordar com profundidade o uso de drones/aeronaves não tripuladas (UA) por órgãos de Segurança Pública, Defesa Civil, de Fiscalização da Receita Federal do Brasil e por órgãos ligados aos Governos Federal, Estadual e Municipal, além das aplicações em novos mercados, como no setor de serviços, com destaque para delivery.

CRESCIMENTO DURANTE A PANDEMIA

Mesmo considerando a pandemia de Covid-19, houve um aumento de 13% no número de cadastros de drones/aeronaves não tripuladas (UA) de janeiro a junho de 2020, na comparação com o mesmo período de 2019, passando de 68 para 77 mil, conforme dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).