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MOBILIDADE ELÉTRICA E CIDADES SAUDÁVEIS

Rogerio Markiewicz
Rogerio Markiewicz
Presidente da ABRAVEi – Associação Brasileira dos Proprietários de Veículos Elétricos Inovadores; Conselheiro do CAU/BR – Conselho Federal de Arquitetura e Urbanismo do Brasil; sócio da MKZ Arquitetura; diretor Técnico ADEMI/DF – Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do DF; e diretor da AEarq – Associação dos Escritórios de Arquitetura e Urbanismo de Brasília.

Precisamos de cidades saudáveis!

A discussão sobre as cidades e sua mobilidade urbana é de extrema importância para garantir a qualidade de vida da população. Mas, o compromisso com a sociedade inicia com o foco em quem habita e utiliza os espaços da cidade, e consequentemente em como se locomovem: a pé, de ônibus, metrô e transportes individuais. As pessoas estão constantemente em movimento entre a sua casa, para o trabalho, lazer ou fazendo compras. Um deslocamento que poderá ser agradável ou estressante.

O começo de uma transformação

No início do século 20, as cidades passaram por uma grande transformação na matriz de mobilidade, os deslocamentos a pé ou com tração animal começaram a ser substituídos por veículos à combustão. Essa mudança foi muito bem vista, pois as cidades passavam por problemas sociais, ambientais e de saúde pública.



A população urbana crescia vertiginosamente, e consequentemente o número de animais em convívio com as pessoas nas cidades. Problemas sanitários e de saúde estavam fora do controle, em decorrência da alimentação dos animais, do mau cheiro, excesso de excrementos e dejetos espalhados pela cidade, que atraiam insetos e ratos, resultando em doenças para a população.

A introdução do veículo à combustão no ambiente urbano e sua disseminação, trouxeram muitos benefícios e o desenvolvimento das cidades. E durante todo o século 20, as cidades foram projetadas e redesenhadas para os carros, com suas consequências positivas e negativas que vivenciamos hoje.

O impacto dos combustíveis fósseis

Um século após a introdução do veículo a combustão nos centros urbanos, estamos novamente presenciando uma grande transformação na matriz de mobilidade, e novamente por questões ambientais e de saúde pública. Novos estudos ressaltam o impacto prejudicial dos combustíveis fósseis na saúde da população, principalmente no ambiente urbano, e deixam clara a necessidade de uma nova matriz de mobilidade. Embora se saiba há décadas que as partículas transportadas pelo ar são um perigo para a saúde pública, apenas em recentes pesquisas, comprovam que mais de 75% da emissão de CO2 no meio urbano tem como origem a poluição veicular, por queima de combustíveis fósseis.

Em geral, quando discutimos a poluição urbana e os perigos da queima de combustíveis fósseis, é no contexto de emissão CO2 e das mudanças climáticas, e negligenciamos o impacto potencial à saúde da população, como doenças respiratórias e cardiovasculares. A mobilidade urbana passa de uma questão social para uma alarmante necessidade de saúde pública. 

Eletromobilidade e seus benefícios

A mobilidade urbana, baseada na matriz elétrica, vem contribuir para a melhoria da qualidade das cidades e agilizar a mudança, tão necessária, para substituir os veículos a combustão. Quando se fala de mobilidade elétrica, estamos falando da matriz energética, e consequentemente em todos os modais possíveis, como: metrô, caminhões de entrega, caminhões de lixo, ônibus, táxi, transporte por aplicativos, motos, patinetes, bicicletas, e mesmo que em menor incentivo os carros individuais.

No meio urbano, seu habitat natural, o veículo elétrico sobressai em todas as comparações aos veículos à combustão. Não tem como desprezar uma realidade que já bate em nossa porta, e que nos mostra que um motor a combustão tem uma eficiência máxima de 30% da energia aplicada para seu deslocamento, contra 95% de eficiência energética de um motor elétrico.  

Atualmente com a instalação de vários carregadores em pontos estratégicos das cidades, somado ao benefício de zero emissão de CO2 e baixa poluição sonora, e aliada à sua boa aceleração e torque imediato, torna o veículo elétrico o carro urbano ideal.

Nossas cidades estão doentes. Por necessidade temos que evoluir, e cidades sustentáveis passam obrigatoriamente pela mobilidade elétrica. Não podemos, em sã consciência, continuar a depender de combustíveis fósseis, quando sabemos que existem efeitos tão graves a saúde da população e alternativas viáveis e mais limpas disponíveis.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

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