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CIDADES PARA PESSOAS

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ESTAMOS REALMENTE PENSANDO NISSO?

Ao longo dos últimos anos, temos visto uma evolução do tema Cidades Inteligentes, passando por cidade  tecnológica  (TIC),  depois  cidades conectadas para, só depois, serem incorporados temas como governança, sustentabilidade e qualidade de vida. Alguns conceitos que surgiram e estão sendo aplicados com relativo sucesso têm chamado a atenção para um importante aspecto: nossas cidades, especialmente médias e grandes, levaram as pessoas a uma vida mais sedentária, gerando problemas sociais e de saúde em escala global.

Moradia, trabalho, lazer, comércio, áreas verdes e serviços dispostos a uma distância que pode ser percorrida a pé ou de bicicleta em até um quarto de hora. Essa é a ideia central da Cidade de 15 Minutos, um conceito que destaca a necessidade de repensar o desenho e a mobilidade dos municípios. Diminuir os deslocamentos, especialmente o uso dos carros, e desenvolver localidades inclusivas, dinâmicas e sustentáveis são os objetivos do método idealizado pelo pesquisador e professor Carlos Moreno.

O conceito “Work, Live and Breathe” aplicado às cidades inteligentes enfatiza a integração harmoniosa entre trabalho, moradia e lazer, promovendo um ambiente urbano onde as pessoas possam viver de forma equilibrada e saudável. Este conceito sugere que as cidades devem ser para reduzir a necessidade de longos deslocamentos e melhorando a qualidade de vida dos habitantes.

Estes conceitos servem de base para muitos projetos em diferentes lugares do mundo. Copenhague é um exemplo notável onde a integração de espaços de trabalho, moradia e lazer é promovida através de um planejamento urbano que prioriza a qualidade de vida e a sustentabilidade.

Uma referência que merece atenção é o trabalho do arquiteto e urbanista Jan Gehl, especialmente seu livro “Cidades Para Pessoas”, que ele chamou de “um protesto contra algumas ideias dominantes de planejamento urbano” em uma entrevista que concedeu em uma de suas passagens pelo Brasil. Um aspecto que chama atenção na abordagem de Gehl é o olhar para as pessoas, não apenas sobre como elas se relacionam com a cidade, mas como se relacionam entre si.

Porém, o que tenho visto sobre discussões em aspectos fundamentais da vida urbana segue uma linha contrária a cidades feitas para pessoas. Um exemplo disso é a mobilidade urbana. Tem-se falado muito sobre cidades carbono zero, o que é ótimo pois reduz a poluição e melhora a qualidade de vida. No entanto, tem-se falado mais em veículos elétricos individuais do que em outros modais

mais interessantes para as pessoas, como o transporte coletivo e o uso de bicicletas. Se seguirmos a mesma linha da mobilidade a partir do carro, precisaremos de cada vez mais estradas.

O uso de veículos tem reduzido em diferentes cidades do mundo. Por exemplo, em Oslo, na Noruega, o uso de carros particulares foi reduzido em 19% entre 2017 e 2019, graças a políticas de restrição ao tráfego de veículos no centro da cidade. Em Amsterdã, o uso da bicicleta é predominante, com cerca de 63% dos residentes utilizando a bicicleta como principal meio de transporte.

Curitiba é um exemplo notável de modelo de transporte coletivo. A cidade é conhecida por seu sistema de Bus Rapid Transit (BRT), que foi pioneiro no mundo e serve de modelo para muitas outras cidades. O sistema é eficiente, acessível e contribui significativamente para a redução do uso de carros particulares.

O papel da liderança pública é fundamental para que esta visão seja implementada. Somente assim estes e outros conceitos urbanos como o de Ruas Completas podem ganhar mais espaço. Por fim, este artigo não tem como objetivo esgotar o assunto, mas servir de alerta aos novos governantes que há uma necessidade cada vez maior de pensarmos em Cidades para Pessoas.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

MOBILIDADE AÉREA URBANA, CIDADES E CIDADES INTELIGENTES

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O transporte aéreo urbano não é um conceito novo. O uso de veículos voadores em áreas urbanas vem desde a década de 40 (mais precisamente após a Segunda Guerra), através dos helicópteros, aeronaves de asa rotativa com operações de decolagem e pouso verticais – VTOL. Os serviços oferecidos eram de transporte sob demanda (uma modalidade de táxi aéreo, mas com helicópteros) e se espalharam por várias cidades e regiões metropolitanas até o final da década de 70. Problemas com a segurança operacional, poluição do ar, ruído e o impacto das crises do petróleo nos custos operacionais acabaram por paralisar esses serviços. O que observa desde então é que o transporte urbano de passageiros com helicópteros existe como um nicho de mercado em regime de fretamento em cidades como São Paulo e Cidade do México, onde as condições de circulação no solo estão longe do aceitável.

A recente revolução tecnológica, com a disseminação do uso de drones, em um cenário de constante agravamento da circulação nas grandes cidades do mundo, criou condições para “revisitar” o emprego de modais aéreos nos deslocamentos urbanos. O uso de veículos silenciosos e eficientes para realizar as operações de pouso e decolagem verticais com propulsão elétrica (eVTOL), apoiando deslocamentos urbanos, gerou o conceito de Mobilidade Aérea Urbana (Urban Air Mobility – UAM).

Mobilidade Aérea Urbana (UAM) se tornou um tema emergente que ganhou muita atenção e interesse por parte da academia e da indústria. O próprio nome já remete a um campo de pesquisa e inovação tecnológica que tem sido central no urbanismo contemporâneo – a mobilidade urbana. Como o desenvolvimento de novas tecnologias de mobilidade está sendo estimulado pela crescente pressão do congestionamento de tráfego em grandes cidades, start-ups e empresas estabelecidas dos setores de aviação e automotivo passaram a atuar na área de UAM, com o objetivo de fornecer soluções competitivas para um “novo mercado”.

O entendimento comum encontrado na literatura técnica e comercial sobre o assunto é que mobilidade aérea urbana é um sistema de transporte aéreo seguro e eficiente que usará aeronaves altamente automatizadas que operarão e transportarão passageiros ou cargas em altitudes mais baixas em áreas urbanas e suburbanas. UAM será composta por um ecossistema que considera a evolução e a segurança da aeronave, a estrutura de operação, o acesso ao espaço aéreo, o desenvolvimento da infraestrutura e o envolvimento da comunidade.

Espera-se que a Mobilidade Aérea Urbana, sendo uma tecnologia disruptiva, contribua para uma redefinição da mobilidade através de tecnologias inovadoras, uma vez que abrange um conjunto diversificado de soluções, incluindo aeronaves de pouso e decolagem vertical com propulsão ambientalmente mais sustentável e sistemas de aeronaves não tripuladas, com o objetivo geral de melhorar a acessibilidade e promover a sustentabilidade.

Quando se aborda a questão da introdução dos serviços de Mobilidade Aérea Urbana (UAM), as cidades são apresentadas como um dos stakeholders do ecossistema. Porém, mais que uma parte interessada, a cidade tem de ter protagonismo no planejamento e gestão dos serviços de UAM.

Isto porque UAM envolve, além da tecnologia da aviação, o planejamento da mobilidade e o desenvolvimento urbano. Como consequência desse fato os profissionais de planejamento das cidades têm a tarefa adicional de incluir UAM (infraestrutura e serviços) no planejamento da mobilidade urbana. As cidades definirão os serviços de UAM com base nas necessidades dos cidadãos, incentivando o envolvimento e a aceitação do público, para garantir um ecossistema UAM responsável e sustentável.

Concretamente, o papel das cidades na mobilidade aérea urbana e seus serviços inovadores deve incluir:

  1. Definir as características dos serviços UAM: As cidades estão em melhor posição para determinar as necessidades e preferências dos seus cidadãos e demais stakeholders e para definir serviços de UAM em conformidade com estas necessidades e preferências. As cidades podem ainda definir padrões e critérios para operações dos serviços de UAM, como segurança, ruído, emissões e acessibilidade;
  2. Integrar UAM no planejamento da mobilidade urbana sustentável: As cidades devem considerar os serviços de UAM como um modo de transporte complementar que pode contribuir para os objetivos de mobilidade inteligente e sustentável. UAM é um modo de nicho, não de massa, mas sua integração na mobilidade urbana vai gerar ganhos para todo o ecossistema;
  3. Colaborar com as partes interessadas: As cidades devem envolver-se com todos os integrantes da cadeia de produção dos serviços de UAM, como a indústria, os reguladores, os investigadores e a sociedade civil, na busca de sinergias e como parte integrante das duas tarefas anteriores;
  4. Inovar e experimentar soluções UAM: As cidades devem explorar o potencial e os desafios dos UAM e aprender com as experiências de cidades pioneiras que estiveram envolvidas em projetos UAM. Esse processo de inovação e experimentação vai gerar oportunidades que poderão ser empregadas para a inovação e o desenvolvimento urbano.

O desenvolvimento pleno destas tarefas, condição necessária para o êxito da incorporação do modo aéreo no ecossistema da mobilidade urbana, requer o estabelecimento de uma governança centrada nas cidades. Neste particular, lembro dos princípios de governança propostos pela “Comunidade de Cidades da Iniciativa UAM”, da União Europeia (https://civitas.eu/resources/urban-air-mobility-uam-documents ):

  1. As cidades têm um papel decisivo permitindo a operação de serviços UAM de interesse público (por exemplo, transporte público, entregas postais, atendimento a emergência e serviços de translado em acidentes) em alinhamento com as necessidades e preferências dos seus cidadãos;
  2. As cidades têm um papel decisivo para estabelecer até que ponto as operações dos serviços de UAM podem ser realizadas em seus territórios;
  3. As cidades têm um papel decisivo para definir onde e quando as operações de voo UAM serão permitidas nos seu território;
  4. As cidades têm um papel decisivo onde a infraestrutura (locais de decolagem e pouso; estruturas de manutenção) será construída e de que forma será explorada;
  5. A gestão das infrações ao uso do espaço público por operações de UAM continua a ser uma tarefa local.

Penso ainda que a execução dessas atribuições pelas cidades, dentro do contexto de governança, deva considerar ao menos quatro preocupações: A primeira é a importância da aceitação social. Não adianta pensar em serviços ou integração com demais modos se não houver assimilação da nova tecnologia pela sociedade. Inovações em um quadro de envolvimento público exigem que sejam fornecidas informações sobre suas implicações e como afetarão a sociedade.

Existem vários aspectos que devem ser abordados para facilitar a aceitação social de tecnologias inovadoras e de infraestruturas de apoio no ecossistema da mobilidade aérea, como: segurança, ruído, impacto ambiental e privacidade. Tudo feito sob o mantra “transparência é fundamental”.

Uma segunda preocupação é com a interação com a sociedade. Qualquer que seja o tamanho da cidade, conduzir o processo de aceitação social ou da definição dos novos serviços tem, obrigatoriamente, de passar por uma etapa de interlocução com a sociedade. Associação Comercial e Industrial, clubes de serviço, entidades classistas, todos os que demandam mobilidade urbana devem ser, de uma forma ou outra, ouvidos, quer seja por enquetes presenciais, quer seja através de questionários on line.

Tendo sido iniciadas as operações de UAM deve haver um esforço para divulgar os ganhos com a mobilidade aérea, como o menor tempo para atendimento a emergências ou a redução dos níveis de ruído. Uma possibilidade é o uso dos mesmos canais de interlocução utilizados quando da prospecção para aceitação social.

A eventual perda de foco na seleção e priorização dos serviços de UAM é minha terceira preocupação. Uma prospecção imperfeita, o excesso de otimismo com a nova tecnologia, ou mesmo uma venda inadequada da UAM para a sociedade (tipo “vai acabar com os congestionamentos”) compromete o pleno desenvolvimento e absorção da nova tecnologia.

Tarefa duplamente árdua, pois envolve não só a seleção dos serviços de UAM mas também o sequenciamento da implantação de tais serviços. Muitos locais têm adotado a estratégia de iniciar operações de UAM com os serviços de remoção médica e atendimento a emergências. Em todas as pesquisas de aceitação pública da mobilidade são os serviços que a sociedade tem a maior percepção de benefício. Pode parecer uma estratégia de baixo risco, mas deve ser avaliada com muito cuidado pois uma frustação de expectativas compromete todo o processo de implantação dos serviços.

Por fim, mas não menos importante, é a integração da UAM no planejamento da mobilidade das cidades. O Brasil dispõe de uma Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei 12.587 / 2012) objetivando a integração entre os diferentes modos de transporte e a melhoria da acessibilidade e mobilidade das pessoas e cargas nas cidades. Um dos mais importantes instrumentos previstos na Lei 12.587 é o Plano de Mobilidade Urbana (PlanMob), que orienta a política de mobilidade das cidades. Sem a inclusão da mobilidade aérea no PlanMob fica comprometido um dos pilares da mobilidade – a integração do planejamento do transporte com o planejamento do uso do solo, e a mobilidade aérea não se desenvolverá de forma a atender as necessidades da sociedade.

E como ficam todas estas ponderações no caso das cidades inteligentes? Uma cidade inteligente é aquela comprometida com o desenvolvimento urbano e a transformação digital sustentáveis. Faz uso intensivo da tecnologia para promover o letramento digital, a governança e a gestão. E, como já exposto anteriormente, a Mobilidade Aérea Urbana é uma tecnologia disruptiva, que vai além da tecnologia da aviação, envolvendo planejamento de mobilidade e desenvolvimento urbano. Há então uma sinergia natural entre cidade inteligente e UAM. Por ser uma cidade conectada, a interlocução com a sociedade é muito mais ampla e consistente. Também a seleção, sequenciamento, implantação e acompanhamento dos serviços e da infraestrutura de UAM são processos mais eficientes. E a propulsão elétrica dos veículos de mobilidade aérea vai ao encontro do compromisso da sustentabilidade ambiental destas cidades. Resumindo, a cidade inteligente é o ambiente ideal para a implantação da mobilidade aérea urbana.

OS CRITÉRIOS DO RANKING CONNECTED SMART CITIES: UM OLHAR DETALHADO

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Com a proximidade da décima edição, vamos explorar os bastidores da iniciativa e os critérios adotados no ranking das cidades mais inteligentes e conectadas do Brasil 

Com a diversidade de conceitos sobre “Cidades Inteligentes“, que variam desde o foco em tecnologia até uma maior ênfase no meio ambiente e na sustentabilidade, a Urban Systems desenvolveu em 2015 o primeiro estudo que avalia as cidades brasileiras sobre a ótica do desenvolvimento inteligente, sustentável, humano e conectado, para o evento Connected Smart Cities, idealizado pela Necta.

Ranking Connected Smart Cities, considera o “Conceito de Conectividade”, que aborda a inter-relação entre diversos setores analisados. O conceito de smart cities adotado compreende que o verdadeiro desenvolvimento é alcançado quando os agentes de desenvolvimento da cidade entendem o poder da conectividade entre todos os setores.

Com 25 anos de experiência prestando serviços aos setores público e privado em projetos de desenvolvimento imobiliário e urbano em mais de 900 cidades, a Urban Systems criou em 2014 um núcleo exclusivo dedicado à análise de estudos e publicações de vários países sobre Cidades Inteligentes.

Thomaz Assumpção, CEO da Urban Systems, explica: “Para a criação deste ranking, mapeamos, desde 2014, as principais publicações internacionais e nacionais sobre cidades inteligentes, conectadas e sustentáveis, além de outros artigos correlatos” e complementa: “Cidades inteligentes são organismos vivos que se reinventam continuamente, por exemplo, Paris desenvolveu novas centralidades para que os cidadãos possam resolver suas demandas em 15 minutos a pé ou de bicicleta. Barcelona, por sua vez, está revisando o Bairro 22@, implementando superquadras e inserindo produtos complementares como moradia e saúde, elevando o coeficiente de aproveitamento para adensar a região.”

Concebido em torno de 11 eixos temáticos, com a qualidade de vida como eixo transversal a todos eles, o Ranking Connected Smart Cities abrange praticamente todos os segmentos discutidos na concepção de cidades inteligentes, à exceção do tema de lazer e entretenimento, que ainda não foi possível integrar à pesquisa por meio de indicadores nacionais.

Os eixos temáticos são: mobilidade e acessibilidade, urbanismo, meio ambiente, economia, governança, tecnologia e inovação, empreendedorismo, educação, saúde, segurança e energia, compreendendo desde questões de infraestrutura da cidade, serviços públicos oferecidos, instrumentos de planejamento, transparência, capital humano, espaços de geração de conhecimento, comunicação.

Analisados em conjunto, os 75 indicadores que compõem o Ranking Connected Smart Cities e apresentamos as cidades brasileiras mais desenvolvidas seguindo conceitos inteligentes, sustentáveis e humanos. O Ranking coleta dados e informações de todos os municípios brasileiros com mais de 50 mil habitantes (segundo IBGE 2022), totalizando 656 cidades, sendo 41 com mais de 500 mil habitantes, 278 com 100 mil a 500 mil habitantes e 337 com 50 mil a 100 mil habitantes.

novo Censo 2022 alterou não apenas o universo de cidades analisadas na edição 2023 do ranking (confira aqui), mas também a faixa populacional analisada e, mais fortemente, o resultado de indicadores que são relativizados pela sua população total.

Metodologia por trás do Ranking

Para o desenvolvimento do Ranking Connected Smart Cities a Urban Systems utiliza metodologia própria de ponderação de indicadores, denominada de Índice de Qualidade Mercadológica (IQM). O cálculo do Índice Mercadológico permite que se parta de valores específicos de cada informação que variam em natureza, complexidade e unidades de medida para se chegar a valores ponderados que podem ser analisados e comparados em uma mesma equação. Ou seja, são levantados diversos dados demográficos, econômicos, imobiliários e urbanos e transformados em indicadores que permitam a comparação de diferentes regiões entre si, de forma consistente e dinâmica. Saiba mais sobre a metodologia IQM aqui!

Importância do Ranking

E por que a Urban Systems olha para tudo isso? “Após nove edições, o Ranking Connected Smart Cities se consolida como um dos principais instrumentos de diagnóstico das cidades brasileiras. Mais do que ranquear as cidades em relação ao seu estágio de evolução, ele permite que cidades com menor desenvolvimento em determinada questão possam buscar estratégias em cidades que avançaram mais em determinada questão, se espelhando em ações bem-sucedidas e vitoriosas para o desenvolvimento da cidade.”, explica Thomaz Assumpção.

Na avaliação do Paulo Takito, sócio-diretor da Urban Systems, uma cidade inteligente passa pelo tripé social, ambiental e econômico. No econômico, é preciso entender a vocação e os negócios que podem gerar renda. Do ponto de vista social, a cidade precisa olhar para a educação básica e para os ensinos técnico e superior que formam o capital humano que vai atrair as empresas.

A partir do momento que a cidade se vê, o próximo passo é fazer um diagnóstico. É essencial olhar para dentro, revisar as operações das secretarias e dos setores públicos e privados, e identificar áreas onde é possível melhorar. “Acreditamos que uma cidade inteligente envolve o público e o privado. Não dá para depender só do prefeito, dos vereadores e dos secretários. A sociedade civil organizada, as entidades e as universidades precisam estar mobilizadas para colocar suas propostas em discussão em cima de dados e de projetos. É uma situação que dá trabalho, mas que tende a promover estratégias bem amparadas porque estarão baseadas em dados reais. As discussões passam a ser mais produtivas, se distanciando de questões puramente ideológicas ou políticas”, analisa Takito.

Ranking Connected Smart Cities Edição 2024

Com nove publicações já realizadas, entre 2015 e 2023, o Ranking Connected Smart Cities apresenta as configurações reais das cidades e funciona como um dos pontos de partida para compreender indicadores e níveis de desenvolvimento do município.

A décima edição será divulgada dia 03 de setembro na abertura do evento Connected Smart Cities, em São Paulo.

O evento acontece em um formato de múltiplos palcos e promove a integração entre conteúdo de alta qualidade, promoção de negócios e networking de impacto. Clique aqui para saber mais .

Acesse as edições e anteriores e saiba mais detalhes sobre o Ranking aqui!

Fonte: Urban Systems

OLIMPÍADAS E CIDADES INTELIGENTES: UM OLHAR SOBRE O LEGADO DOS JOGOS DO RIO 2016

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Por: Isadora Cohen e Murilo Tambasco

Em 1894, o barão Pierre de Coubertin fundou em Paris o Comitê Olímpico Internacional (COI), almejando um “renascimento” das competições esportivas Pan-helênicas, praticadas entre os séculos VIII a.C e IV d.C no templo de Olímpia, em honra a Zeus.

Dois anos mais tarde, em Atenas, foram realizados os primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna, com a participação de 241 atletas de 14 países. Desde então, mesmo diante dos desafios impostos pelas intempéries militares, sanitárias e socioeconômicas1, os Jogos Olímpicos firmaram-se como o maior megaevento multiesportivo do planeta, desempenhando um papel central no desenvolvimento harmonioso da humanidade por meio da prática esportiva.

Por conta de sua enorme dimensão e importância, as olimpíadas não apenas sofreram, como também influenciaram os contornos da história em diversos planos. Desta forma, os jogos olímpicos sempre serviram como uma vitrine, oferecendo a esplendorosa oportunidade das cidades-sede espelharem uma mensagem ou uma demonstração inovadora às diversas nações do mundo.

Em matéria de desenvolvimento e planejamento urbano, as Olimpíadas de Barcelona representam uma grande quebra de paradigmas. Graças às profundas intervenções urbanísticas realizadas na cidade, reconhecidas em larga medida como os sustentáculos da renovação turística da capital catalã, criou-se a concepção de que megaeventos esportivos poderiam ser eficientes catalisadores de transformações urbanas estruturais.2

Apostando em uma modelo de organização que tinha como objetivo proporcionar uma ampla transformação na qualidade de vida da população, a prefeitura de Barcelona, em conjunto ao governo Espanhol e o governo autónomo da Catalunha, negociou grandes projetos de parcerias público-privadas que focalizaram investimentos para a ampliação da mobilidade urbana, habitação, telecomunicações, construções esportivas e meio ambiente, levando a uma completa e duradoura transformação urbana da cidade.

Desse diferenciado panorama de possibilidades, envolvendo as mais inovadoras e eficientes formas de transformação e projeção de legados, inspirou-se o Rio de Janeiro, sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

A cidade maravilhosa deu as boas vindas ao mundo em uma linda festa realizada no estádio do Maracanã. O som das vozes de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Elza Soares, o desfile de Gisele Bundchen acompanhado pelos arranjos de Tom Jobim e o calor e energia de Jorge Ben Jor mostraram um “Brasil que canta e é feliz”3, um Brasil com “S”4, que foi capaz de fazer muito com pouco5.

Por trás de todos os esforços realizados pelo governo, pela sociedade e pelo empresariado, que resultaram na construção de diversas edificações, estádios e de toda a infraestrutura necessária para o andamento das disputas esportivas (o que incluiu grandes projetos em setores como saneamento, mobilidade urbana, preservação ambiental, cultura e educação), esteve a concepção de que “os jogos olímpicos deveriam servir à cidade, e não se servir da cidade”.

Desta forma, o planejamento das olimpíadas de 2016 seguiu o mandamento de que os jogos do Rio deveriam ser “jogos de legado”, o que contribuiu enormemente para dar foco e senso de urgência a uma série de questões de interesse da capital carioca e viabilizar projetos transformadores, que continuam a se desenvolver e prestar continuamente serviços à população fluminense.

A concepção de que o sucesso de um megaevento como os Jogos Olímpicos está relacionado ao potencial transformador, no sentido de ser utilizado para conceber ou iniciar programas de renovação e regeneração na cidade, esteve amplamente presente em todo o preparo e concepção do evento.

Dessa forma, passado oito anos desde os Jogos do Rio 2016, as melhorias estruturais mostraram-se significativas, tendo a cidade vivenciado um dos processos mais intensos de transformação urbana de sua história.

Para cada R$1 investido em instalações esportivas, outros R$5 foram destinados a obras de legado para os cidadãos. Sendo assim, diversas intervenções na capital carioca carregam a digital olímpica.6

A operação urbana chamada de “Porto Maravilha” foi viabilizada com escolha do Rio, em 2009 e configurou-se como a maior Parceria Público-Privada (PPP) do país, envolvendo recursos da ordem de R$8 bilhões.

Considerado como o principal projeto de legado, o Porto Maravilha teve como objetivos centrais proporcionar diversas melhorias em termos de infraestrutura urbana, mobilidade e provisão de serviços essenciais. Sua ampla gama de empreendimentos e iniciativas também tornaram possível dinamizar a economia local, valorizar patrimônio histórico-cultural e firmar os bairros que o integram como importantes centros para o turismo nacional e internacional. 7

Seu ponto de partida foi a demolição do Elevado da Perimetral, responsável por encobrir grande parte da zona portuária e limitar o acesso de turistas e da população local à orla. Com a iniciativa, um grande espaço aberto foi criado, viabilizando uma série de grandes empreendimentos.

Além de inúmeros projetos envolvendo a infraestrutura viária8, outras diversas iniciativas foram viabilizadas pela Revitalização da Praça Mauá, como 1) a construção do Boulevard Olímpico, cujo percurso atravessa importantes pontos de referência, como a Igreja da Candelária e a Praça XV; 2) a implantação do Museu de Arte do Rio (MAR), um belíssimo aparelho cultural apoiado na arte afro-brasileira, que oferece shows gratuitos e promove eventos relacionados à educação e à cultura e; 3) o Museu do Amanhã, erguido sob o antigo Píer Mauá em avanço a Baía de Guanabara, dedicado às ciências e as reflexões sobre o futuro, que viria a se tornar um emblemático cartão postal da cidade.

O projeto do Porto Maravilha ainda deu oportunidade ao surgimento de outros investimentos inovadores, como o Porto Maravalley, o primeiro hub de inovação do país, que tem proporcionado um rico ambiente para a formação e interação entre alunos e profissionais ligados às áreas de tecnologia de ponta.

O projeto continua a contar com empresas patrocinadoras, como a Eletrobrás e a Shell, prevendo a instalação de grandes empresas e startups ligadas ao setor tecnológico. Além disso, o projeto também contou com a criação do Impa Tech, a Faculdade de Matemática do Rio de Janeiro.

No âmbito da mobilidade sustentável, os Jogos Olímpicos do Rio também atuaram de forma formidável. O chamado VLT Carioca teve como premissa a valorização de ciclistas, pedestres e o transporte público integrado, permitindo a conexão entre diversos pontos de chegada à região central de forma mais ágil e inteligente.

Com a revitalização da Avenida Rio Branco, uma das mais importantes vias públicas do Rio de Janeiro, o VLT pode ser integrado à vida urbana, contando em seu entorno com um espaço arborizado, uma ampla área com canteiros verdes, ciclovias e bicicletários e iluminação renovada.

A construção da Linha 4 do Metrô também representou excelentes melhorias em termos de mobilidade urbana à população carioca. Por meio de uma parceria com o governo do Estado do Rio de Janeiro, foi possível realizar a ligação via metrô entre as zonas Sul e Oeste, resultando em 16 km adicionais à malha metroviária, além de seis novas estações.

O projeto para a implementação de um sistema de transporte coletivo de Bus Rapid Transit (BRT), merece a mesma atenção, centralmente por proporcionar plataformas e corredores na superfície viária dedicados a circulação de ônibus modernos e climatizados, que permitiram a ligação da Zona Sul ao Parque Olímpico e a integração de áreas menos acessíveis da cidade, como o subúrbio e a Zona Oeste.

Visando facilitar o acesso aos equipamentos esportivos e o atendimento das necessidades de deslocamento diária do cidadão, as BRTs começaram a operar em 2012, com a inauguração do Corredor Transoeste, em 2012, que permitiu a conexão do bairro da Barra da Tijuca, na zona Oeste, aos de Santa Cruz e Campo Grande.

Em 2014, entra em operação o Corredor Transcarioca, considerado um dos mais importantes feitos de mobilidade urbana da história brasileira, por ter sido pioneiro em viabilizar o primeiro sistema de transporte de alta capacidade do Brasil a conectar a cidade a um aeroporto.

Tal feito, pode ser realizado através do corredor expresso que vai da Barra da Tijuca até o Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, popularmente conhecido como Galeão. Como resultado, o tempo de viagem médio nos trajetos abrangidos se reduziu drasticamente, e a democratização do acesso aos serviços de mobilidade foi enormemente ampliada9.

Em 2016 o terceiro corredor do sistema, denominado Transolímpica, entrou em operação, facilitando o acesso aos principais pólos de realização dos Jogos ao ligar as duas principais regiões olímpicas da cidade. O esforço envolveu a construção de pistas exclusivas para o BRT, além de uma via expressa para automóveis, proporcionando uma nova opção de integração.

Por sua vez, o último corredor – BRT Transbrasil – começou a operar em em fevereiro de 2024, contando com 26 km de extensão, 18 estações e dois terminais. Sendo o projeto com o maior aporte de recursos do grupo, a iniciativa passou a ligar a Zona Oeste ao Centro do Rio de Janeiro, e tem a previsão de atender por volta de 150 a 250 mil pessoas por dia em até 6 anos.

Como forma de potencializar todas as iniciativas em torno da mobilidade urbana, o Terminal Intermodal Gentileza (TIG), inaugurado em fevereiro de 2024, nas proximidades da Rodoviária Novo Rio, facilitou a integração dos modais de transporte no município, reduzindo o tempo de deslocamento médio da população carioca nos trajetos de casa ao trabalho.

Desta forma, a infraestrutura criada se consolidará como o maior terminal integrador de transporte público do Rio de Janeiro, e tornará possível o acesso ao novo BRT Transbrasil, as linhas de VLT10 e 14 linhas de ônibus.

Por fim, os esforços ainda empreenderam a revitalização, adequação e requalificação de diversos outros projetos comprometidos com o aprimoramento da infraestrutura urbana e ambiental, como a duplicação do elevado do Joá, a renovação e investimentos em acessibilidade de seis estações ferroviárias, as reformas de adequação e melhorias no em entorno do Estádio do Engenhão, as ampliações do Rio Centro, ampliação e adequação da marina da Glória, a inauguração do Parque madureira e a expansão da rede hoteleira da cidade.

Os recursos envolvidos em tais iniciativas originaram-se majoritariamente do setor privado, a partir, principalmente, de PPPs e concessões, refletindo, desde a concepção inicial dos projetos, a preocupação por parte da Prefeitura do Rio de Janeiro com o uso racional do dinheiro público.11

As despesas com construção de estádios, por exemplo, contaram com a participação de 80% do setor privado, assim como as instalações, como a vila dos atletas e o Parque Olímpico, que permitiram ao Rio de Janeiro concentrar e alocar seus recursos próprios em outras prioridades, como a educação e a saúde pública.

Além disso, os jogos do Rio tentaram eliminar os chamados “elefantes brancos”. Como forma de combater o desperdício e evitar a subutilização das estruturas elaboradas para as olimpíadas, os projetos foram planejados de forma sustentável, com o intuito de ganharem novas finalidades após o evento. Em geral, isso foi possibilitado pelo pioneirismo da cidade no desenvolvimento daquilo que foi chamado de “arquitetura nômade”, em que os materiais de arenas e estruturas pudessem ser desmontados e reaproveitados para a construção de novos equipamentos públicos e novos bairros.

A arena olímpica de Handebol, por exemplo, foi convertida na criação de 4 escolas públicas com o modelo de ensino mais inovador do país – denominadas Ginásios Educacionais Tecnológicos (GETs). Da mesma forma, a Arena Carioca 3 foi convertida no Ginásio Educacional Olímpico Isabel Salgado (GEO), considerado o maior colégio da rede municipal da cidade.

Vale ainda destacar que estas medidas, que conformam uma excepcional forma de planejamento e que viabilizaram uma enorme gama de projetos de infraestrutura urbana, possibilitaram à cidade e ao Estado do Rio de Janeiro expressivos benefícios econômicos.

A capital carioca registrou um impacto positivo de R$ 99 bilhões sobre o Valor Bruto da Produção (VBP)12, R$51 bilhões sobre o PIB, R$5,3 bilhões na arrecadação de impostos, R$36 bilhões sobre a renda das famílias e 465 mil empregos criados. Por sua vez, o Estado fluminense observou um aumento de R$69 bilhões sobre o PIB, R$ 7,2 bilhões na arrecadação de impostos, R$ 49 bilhões sobre a renda das famílias e 633 mil empregos gerados.

Em razão de todos os benefícios socioeconômicos gerados, e das melhorias em infraestrutura urbana, que perduram e continuam a impactar positivamente a vida da população carioca mesmo após 8 anos do fim das olimpíadas no Rio de Janeiro, é possível afirmar que a Prefeitura do Rio promoveu um dos Jogos Olímpicos mais eficientes da história quanto ao uso do dinheiro público.

O olhar mais amplo e positivo sobre o legado olímpico do Rio de Janeiro, reconforta as esperanças de que a cidade ainda tenha a capacidade e potencial para lidar de forma mais eficiente e sustentável com os desafios urbanos que lhe restam, podendo, inclusive, atingir e se enquadrar dentro dos requisitos das chamadas Cidades Inteligentes.

De acordo com CTI/poli.TIC (2000), uma cidade inteligente apresenta as características de ser progressista, resistente e abrangente, fazendo o uso de tecnologias avançadas para melhorar a qualidade de vida de seus habitantes. Desta forma, as smart cities podem ser entendidas como um sistema de pessoas interagindo e usando energia, materiais, serviços e financiamento para catalisar o desenvolvimento econômico e a melhoria de sua qualidade de vida.

Tais fluxos de interação são considerados “inteligentes” por justamente fazer uso estratégico de infraestrutura e serviços de informação e comunicação com planejamento e gestão urbana, atuando em direção ao progresso urbano sustentável nas esferas econômica, ambiental e sociocultural.

Sendo assim, elementos como conectividade, coleta e análise de dados, eficiência energética, mobilidade urbana, governança eletrônica, segurança, qualidade de vida e sustentabilidade ambiental são fundamentais para definir se uma cidade pode ser considerada inteligente.

É nesse sentido que as olimpíadas, indutores de inovações tecnológicas e mudanças em todo o ecossistema da infraestrutura urbana, podem representar uma enorme janela de oportunidades para que as cidades avancem em seus projetos de se tornarem smart cities.

As melhorias e mudanças gestadas pelos Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992, por exemplo, permitiram e auxiliaram que a cidade se tornasse um grande exemplo de implementação de soluções inteligentes aos problemas urbanos no longo prazo.

Com o projeto Smart City Barcelona, a prefeitura da capital catalã resolveu enfrentar seus problemas comuns aos centros urbanos, como congestionamentos, emissões de gases de efeito estufa e falta de espaços públicos de qualidade.13

Para tanto, incluiu a instalação de sensores para monitoração e controle de tráfego, iluminação pública e gestão de resíduos, além da criação de um aplicativo chamado ,para monitoração das bicicletas públicas da cidade e melhorar a eficiência do serviço. 14

Desta forma, o projeto Smart city Barcelona resultou em uma enorme melhoria da eficiência dos serviços públicos. Appio (2019), argumenta que através do uso de uma série de sensores e dispositivos conectados, a cidade tem sido capaz de monitorar e otimizar o consumo de energia, reduzindo o desperdício e promovendo uma utilização mais sustentável de seus recursos.

Com a implementação de sistemas de transportes inteligentes, a mobilidade urbana tem melhorado significativamente, tornando mais fácil o deslocamento da população e levando a redução de congestionamentos e emissões de carbono.

Além disso, o aumento da participação cidadã e do envolvimento dos moradores na tomada de decisões, refletem a forma com que a cidade de Barcelona tem adotado uma abordagem de governança colaborativa, onde os cidadãos são incentivados a contribuir com ideias e opiniões sobre o desenvolvimento da cidade.

Todas essas inovações, fizeram com que Barcelona reformulasse sua prestação de serviços públicos, incluindo os modais de transporte, condições dos serviços de saúde, educação e segurança, que passaram a geridos de forma mais eficiente e com base nas necessidades diárias.

No caso do Rio de Janeiro, além de todas as iniciativas supracitadas, que configuram um enorme e positivo legado olímpico a cidade, incluindo melhorias significativa em setores como a mobilidade urbana, educação e cultura e meio ambiente, uma série de outros projetos podem ser citados para demonstrar a potencialidade da cidade em avançar ainda mais nas soluções inteligentes.

Para hospedar os jogos, um grande investimento em tecnologia foi realizado, representando um grande avanço em áreas como a infraestrutura de mobilidade tecnológica e a infraestrutura de serviços públicos, que podem permitir com que o cidadão tenha acesso aos serviços do governo (como pagamentos de impostos, matrículas de crianças em escolas públicas, agendamento de consultas médicas e coleta seletiva de resíduos), postos de monitoramento de segurança e demais serviços públicos, como os de saúde e transportes. 15

Como forma de realizar o controle e prevenção de incidentes durante o evento, o Centro de Operações Rio (COR) foi operacionalizado pela Prefeitura do Rio de Janeiro, e permitiu, ao interligar órgãos essenciais ao gerenciamento de uma metrópole em tempo real, antecipar diversas ocorrências com a proposição de rápidas e integradas soluções.

O COR foi além de sua proposta inicial, e se tornou um instrumento permanente de monitoramento da cidade, com funcionamento ininterrupto, 24 horas por dia, que pode e deve ser cada vez mais integrado à dinâmica e prestação dos serviços ao público na cidade do Rio de Janeiro.

Além disso, projetos inovadores, como o das lâmpadas conectadas, desenvolvidos pela General Eletric, podem contribuir enormemente com o avanço das tentativas de tornar a capital carioca uma cidade mais funcional, e com espaços de lazer mais bem aproveitados.

Na busca da elaboração de uma cidade em que a tecnologia de informação seja capaz de gerar novos serviços que representem melhorias significativas na vida dos cidadãos, as lâmpadas de LED podem representar uma grande oportunidade, pela possibilidade de se associarem a câmeras e sensores capazes de transmitir dados.

Desta forma, com a disposição dos serviços de iluminação pública, torna-se possível estabelecer uma rede de lâmpadas que gerem soluções para o tráfego e a segurança, que permitirão auxiliar na gestão e provisão de serviços em projetos como Porto Maravilha e a ciclovia da lagoa Rodrigo de Freitas.

Por fim, é oportuno destacar que, como a maioria dos projetos realizados sob o âmbito dos Jogos Olímpicos do Rio Janeiro foram viabilizados por meio de PPPS e concessões, a gestão e manutenção dos ativos (que desempenha uma papel central em todos os aspectos de uma cidade inteligente) pode ser mais facilmente operacionalizada e contar com maiores possibilidades de ser mantida.

Sendo uma potente modalidade de investimentos e, sobretudo, de prestação de serviços, as PPPs e as Concessões representam uma cenário em que o setor privado não apenas realiza o investimento na construção das infraestruturas, mas que também assume sua operação e manutenção ao longo do contrato (por 20, 30 ou mais anos).16

Para a licitação dos ativos concedidos, são considerados não apenas os investimentos iniciais necessários para a perfeita fruição dos serviços públicos, mas também, e em especial, os investimentos necessários para a reposição da infraestrutura construída e todos os recursos necessários para sua conservação e manutenção.

Desta forma, os custos inerentes à depreciação dos ativos de infraestrutura são considerados na equação primordial que fundamentam os contratos, permitindo um maior conforto do usuário final e plena capacidade de atuação das políticas públicas.

A atenção ao investimento, a capacidade de manutenção e conservação proporcionado por contratos de PPPs ou concessões, difere em larga escala o legado dos jogos olímpicos do Rio em relação às demais cidades-sede, não apenas pelo pleno uso racional do dinheiro público, mas também possibilidade de que o legado em infraestrutura possa ser usufruído durante todo o período de vigência dos contratos e proporcionar o avanço de soluções inteligentes.

Os Jogos Olímpicos de Pequim (2008), por exemplo, realizaram investimentos suntuosos, firmando-se perante o mundo como uma potência industrial. No entanto, seu legado olímpico encontra-se extremamente comprometido, centralmente pela de manutenção, conservação e reutilização de seus ativos, que dão lugar a enormes elefantes brancos que representam um desperdício de dinheiro público e a perda da capacidade de reintegração das estruturas à infraestrutura urbana de Pequim.

No cenário das cidades inteligentes, a capacidade de gestão e manutenção desempenha um impacto direto na eficiência operacional (com a detecção precoce de falhas e redução dos riscos operacionais), no planejamento urbano e sustentável, na resposta a emergências, no engajamento do cidadão e na inovação tecnológica.

As olimpíadas de 2016 mostraram ao mundo a capacidade dos países em desenvolvimento de realizaram grandes eventos com maestria. Mas, mais do que uma vitrine ao exterior, os jogos do Rio devem servir de exemplo ao próprio Brasil, que cada vez mais deve apostar no planejamento econômico, urbano, ambiental e tecnológico por meio dos contratos público e privado, para transformar de maneira surpreendente suas condições socioeconômicas e ressignificar positivamente os padrões de nossa sociabilidade.

1 Por duas vezes, os Jogos Olímpicos foram cancelados em decorrência das grandes Guerras Mundiais. Em 2020, as Olimpíadas de Tóquio foram adiadas em razão da pandemia da COVID-19.

2 JENNINGS, Andrew. et al. Brasil em jogo: o que fica da copa do mundo e das olimpíadas?. 1° Ed - São Paulo: Boitempo:Carta Maior, 2014.

3 Trecho da música “Isto aqui o que é?”, executada por Caetano Veloso, Gilberto Gil e Anitta na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos do Rio 2016

4 Expressão comumente empregada para ressaltar as especificidades e potencialidades brasileiras, realizando uma diferenciação em tom sarcástico da denominação “Brazil”, com “Z”, pela qual o país é
internacionalmente denominado.

5 Estima-se que o custo da Cerimônia de Abertura dos Jogos do Rio 2016 tenha sido 85% menor do que o das Olimpíadas de Londres em 2012.

6 Os dados e informações expostas a seguir, foram coletados e interpretados com base em um estudo pioneiro da Fundação Getúlio Vargas, denominado Legado dos Jogos Olímpicos Rio 2016: Impactos Econômicos,
publicado em julho de 2024.
Disponível em:

https://conhecimento.fgv.br/sites/default/files/2024-07/publicacoes/fgv_legado-olimpico_fim_saida_bx-003.pdf 7 Em maio de 2021, o maior podcast de infraestrutura do Brasil, o INFRACAST, realizou uma conversa
com o presidente da Companhia de
Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (CDURP) do Rio de Janeiro, Gustavo Guerrante, sobre o projeto de Parceria Público-privada (PPP) do Porto Maravilha. O episódio está disponível
no link a seguir: https://youtu.be/r0539WQ7znE?si=PMAtlZsLm4iE-snl

8 Túneis e vias foram construídos e revitalizados, ocasionando inegáveis benefícios à população local em termos de escoamento e simplificação do tráfego de veículos, o que levou a redução do tempo de
deslocamento médio das regiões impactadas. Dentre todas
as obras, merecem destaque a construção da Via Binário do Porto e do Túnel Rio 450, da Via expressa e do Túnel Prefeito Marcello Alencar.

9 O corredor Transcarioca atende 27 bairros das zonas Norte e Oeste, dos quais incluem quatro dos maiores conjuntos de favelas do Rio – a Cidade de Deus, o Complexo do Alemão, o Complexo da Penha e o
Complexo da Maré.

10 Que ligam o Terminal Intermodal Gentileza ao Aeroporto Santos Dumont e às Barcas.

11 Em abril de 2020, o podcast de infraestrutura, INFRACAST, realizou uma entrevista com o ex-prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, sobre o pioneirismo da cidade nos projetos de PPPs e concessões
e o legado olímpico. O episódio está disponível no
link a seguir: https://youtu.be/4vYe2DF7hW4?si=oQ2aLbml3TJEqvQl

12 Referente à soma de toda a oferta nacional ou subnacional da produção, incluindo bens e serviços intermediários e finais.

13 ANDION, Carolina et al. Social innovation ecosystems and sustainability in cities: a study in Florianópolis, Brazil. Environment, Development and Sustainability, v. 24, n. 1, p. 1259-1281, 2022.

14 GASCÓ-HERNANDEZ, Mila. Building a smart city: lessons from Barcelona. Communications of the ACM, v. 61, n. 4, p. 50-57, 2018.

15 DIAS, Valéria. Legado da Olimpíada pode fazer Rio dar primeiros passos para ser uma “cidade inteligente”. Jornal da USP, 2016. Disponível em:

https://jornal.usp.br/tecnologia/legado-da-olimpiada-faz-rio-dar-primeiros-passos-para-ser-uma-cidade-inteligen te/#:~:text=Com%20o%20final%20dos%20jogos,Polit%C3%A9cnica%20(Poli)%20da%20USP.

16 COHEN, Isadora. et.al. Investimento negativo? PPPs como instrumentos para conservar infraestrutura. JOTA INFO, 2024. Disponível em:

https://www.jota.info/opiniao-e-analise/colunas/infra/investimento-negativo-ppps-como-instrumentos-para-cons ervar-infraestrutura-14062024

A IMPORTÂNCIA DA CAPACITAÇÃO DOS CIDADÃOS NO USO DE TECNOLOGIA PARA UMA VIDA MAIS PLENA NA ERA DA IA

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A adoção de tecnologias exponenciais na administração pública tem provado ser uma ferramenta formidável para aperfeiçoar os serviços oferecidos

Na era da Inteligência Artificial, capacitar os cidadãos para utilizar a tecnologia tornou-se uma necessidade premente. No contexto das cidades inteligentes, a competência no manuseio de tecnologias avançadas é crucial para elevar a qualidade de vida e fomentar o desenvolvimento sustentável das comunidades.

A adoção de tecnologias exponenciais na administração pública tem provado ser uma ferramenta formidável para aperfeiçoar os serviços oferecidos. IA, por exemplo, proporciona análise de dados eficientes, otimizando processos e facilitando decisões mais embasadas. Paralelamente, soluções de IoT (Internet das Coisas) contribuem para aprimorar a mobilidade urbana, a gestão de resíduos, a segurança pública e outras áreas fundamentais para o progresso das cidades.

Portanto, é imperativo capacitar os cidadãos no emprego dessas tecnologias. Um cidadão bem preparado pode desempenhar um papel significativo na melhoria da administração pública, seja reportando problemas via aplicativos e plataformas digitais, se engajando em processos de orçamento participativo ou propondo soluções inovadoras para os desafios locais.

Importa também notar que cidadãos educados no uso da tecnologia têm o potencial de se transformar em agentes de mudança, influenciando positivamente a gestão pública e ajudando na construção de uma cidade mais inteligente e inclusiva. Em contrapartida, a administração pública precisa estar pronta para atender às necessidades desse cidadão digital, investindo em infraestrutura tecnológica, na formação de servidores públicos e na promoção de transparência e participação cidadã nos processos decisórios.

Além do acesso à informação e treinamento operacional, a formação em tecnologia deve também abranger a conscientização sobre o uso ético e responsável dessa ferramenta, bem como incentivar uma participação ativa nos processos de inovação e governança digital.

Um exemplo prático dessas iniciativas é o uso de GenAI (Generative AI), que pode atuar como um assistente virtual inteligente, oferecendo suporte imediato, esclarecimento de dúvidas e direcionamento para os serviços públicos disponíveis, 24 horas por dia, sete dias por semana. Desta forma, os cidadãos teriam um acesso mais facilitado e eficiente às informações e serviços requeridos, além de informar a administração sobre as necessidades e feedback em tempo real, fortalecendo a comunicação entre governantes e governados.

Concluindo, a capacitação dos cidadãos no uso da tecnologia é uma base essencial para o avanço das cidades inteligentes. Um cidadão preparado para utilizar essas ferramentas se transforma em um agente de mudança na administração pública, ajudando a erguer uma sociedade mais conectada, participativa e sustentável. Assim sendo, é essencial que a máquina pública esteja bem equipada para responder às demandas desta nova população digital, promovendo inclusão e equidade no desenvolvimento das comunidades.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities 

ABU DHABI QUER TER PRIMEIRO AEROPORTO 100% DIGITAL DO MUNDO; ENTENDA

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Aeroporto lança projeto que visa instalar sensores biométricos em cada ponto de identificação

Imagine embarcar em um voo sem precisar mostrar seu passaporte, documento de identidade ou bilhete, nem uma única vez no aeroporto. Até 2025, isso pode se tornar realidade no Aeroporto Internacional Zayed, em Abu Dhabi.

Agora, o aeroporto lança o Projeto de Viagem Inteligente, que visa instalar sensores biométricos em cada ponto de identificação do local, desde os balcões de check-in até as cabines de imigração, caixas de lojas duty-free, lounges de companhias aéreas e portões de embarque.

Biometrias são as medidas biológicas que nos identificam como indivíduos. Os sensores significam que, em qualquer ponto onde um documento é exigido para acesso, a identidade e o status de viagem do passageiro podem ser verificados por reconhecimento facial ou de íris.

Conhecido por sua infraestrutura de alta tecnologia, o aeroporto foi elogiado pelo empresário Elon Musk, que disse que “os Estados Unidos precisam correr atrás” dessas mudanças.

A novidade

Em Abu Dhabi, a tecnologia já está em uso em certas seções do aeroporto, especialmente em voos operados pela companhia aérea parceira, Etihad. No entanto, a ambição de expandir a tecnologia por todo o fluxo de passageiros é um avanço.

“Estamos expandindo para nove pontos de contato, e isso seria uma novidade mundial”, diz Andrew Murphy, diretor de informação do Aeroporto de Abu Dhabi.

“Foi projetado sem necessidade de pré-cadastro, os passageiros são automaticamente reconhecidos e autenticados à medida que se movem pelo aeroporto, acelerando significativamente todo o processo”.

Murphy explica que qualquer pessoa que chegue aos Emirados Árabes Unidos pela primeira vez, seja residente ou turista, tem seus dados biométricos coletados na imigração pela Autoridade Federal para Identidade, Cidadania, Alfândega e Segurança Portuária (ICP).

O sistema do aeroporto acessa esse banco de dados e verifica os passageiros conforme passam pelos pontos de controle. “O que torna essa solução biométrica verdadeiramente única aqui é a parceria com a ICP para utilizar esses dados, de forma a tornar a experiência do passageiro fluida. E é por isso que todos podem usá-la”, ele explica.

Murphy afirma que o objetivo é facilitar o fluxo de passageiros, tornando o trânsito muito mais rápido. A implementação inicial tem provado isso até agora.

“As pessoas contam que vão até a área comercial ou ao portão em menos de 15 minutos, e quando você considera que esta é uma instalação enorme, […] capaz de processar 45 milhões de passageiros, conseguir atravessar um aeroporto desse tamanho em apenas alguns minutos é realmente revolucionário”, ele afirma.

Opção de não participar

Em uma pesquisa da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), de outubro de 2023, 75% dos passageiros prefeririam usar dados biométricos em vez de passaportes e cartões de embarque de papel.

Para os 25% restantes, que podem se sentir desconfortáveis com a tecnologia ou preferirem interações humanas, Murphy diz que ainda existirá a opção de passar por uma verificação mais tradicional.

Dar aos passageiros a escolha de utilizar ou não o reconhecimento facial é apoiado por formuladores de políticas internacionais, especialmente quando se trata de pessoas que não estão acostumadas a transitar em um aeroporto.

“Se alguém viaja apenas uma vez a cada dois ou três anos, o que é o caso de muitas, muitas, muitas pessoas, então, de fato, elas podem preferir uma interação humana para obter orientação”, diz Louise Cole, chefe de experiência do cliente e facilitação da IATA.

“Acredito que o toque humano, na verdade, se resume à escolha pessoal, sendo dar aos clientes uma opção que reflita o que temos em outros ambientes”, ela acrescenta.

Além disso, será necessário mostrar a documentação a um funcionário se você estiver com crianças pequenas, embora a idade mínima possa variar de aeroporto para aeroporto.

“Reservamos o sistema para pessoas com 12 anos ou mais porque descobrimos que com crianças mais novas […] seus traços faciais mudam rapidamente,” explica Murphy.

Também pode ser uma questão de conformidade com diretrizes e políticas globais. “Existem outros aspectos do trânsito internacional envolvendo crianças para os quais pode não ser apropriado usar biometria”, diz Cole. “É preciso garantir que a criança esteja viajando com o cuidador adequado”, ela acrescenta.

Competição global

Outros aeroportos ao redor do mundo também estão dependendo menos de papel e mais de biometria. No relatório de outubro de 2023, da IATA, 46% dos entrevistados disseram ter usado a tecnologia em um aeroporto antes.

No entanto, nenhum aeroporto é oficialmente considerado livre de passaportes. “Sei que há muitas intenções de chegar a essa experiência biométrica totalmente sem contato,” diz Cole. “Mas uma das razões pelas quais a indústria está tão atrasada é difícil imaginar qualquer outro processo de consumo em que você tenha que parar e provar algo repetidamente.”

Mesmo assim, há alguns exemplos de progresso em todo o mundo. O Aeroporto Changi de Singapura é um dos líderes na implementação da tecnologia. Assim como Abu Dhabi, também fez parceria com a autoridade de imigração do governo para desenvolver uma liberação biométrica acessível tanto para residentes quanto para turistas. O sistema será implementado progressivamente, a partir deste mês.

O Aeroporto Internacional de Hong Kong, Tóquio Narita, Tóquio Haneda e o Aeroporto Internacional Indira Gandhi de Delhi também lançaram terminais biométricos em determinados pontos durante o trânsito.

A dedicação dos aeroportos do Oriente Médio e da Ásia-Pacífico os coloca como líderes, segundo Cole. “Essas regiões estão definindo o padrão para a integração biométrica no transporte aéreo,” diz.

Os aeroportos europeus também estão fazendo progressos significativos. No ano passado, a IATA fez parceria com a British Airways para testar o primeiro voo internacional com identidade digital totalmente integrada.

Decolando em Heathrow e pousando em Roma Fiumicino, um passageiro de teste voou apenas com sua identidade digital, conhecida como W3C Verifiable Credential. Seu passaporte, visto e bilhete eletrônico foram armazenados em uma carteira digital, todos verificados por reconhecimento biométrico.

Nos EUA, o Customs and Border Protection implementou biometria nas zonas de chegada de todos os seus 96 aeroportos internacionais, com cinquenta e três locais também dispondo da tecnologia na área de embarque.

Solução sem papel

Para Cole, garantir que todos os testes e tecnologias estejam alinhados é crucial para a eficiência e segurança. “Os benefícios de uma excelente experiência do cliente em um aeroporto podem se perder se o próximo aeroporto para onde esse passageiro for tiver uma abordagem completamente diferente”, explica.

O segredo do sucesso, segundo Cole, é a padronização e a cooperação internacional. “Poder usar uma única identidade digital em vários aeroportos e com diversas companhias aéreas significa uma experiência de cliente muito mais fluida, mantendo a privacidade no centro e lidando com os dados de forma segura.”

À medida que aeroportos como o de Abu Dhabi expandem o uso da tecnologia biométrica, podem estabelecer o padrão para que outras zonas de trânsito sigam o mesmo caminho, abrindo portas para uma viagem sem documentos.

Fonte: CNN Brasil

A IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA NAS CIDADES

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Entre os benefícios sociais da Cidade 4.0, destaca-se o engajamento cidadão

As cidades modernas enfrentam inúmeros desafios relacionados à sustentabilidade, qualidade de vida, produtividade e gestão urbana. Com o aumento da urbanização e o crescimento populacional, a transformação digital tornou-se uma necessidade urgente. Nesse contexto, o conceito de Cidade 4.0, que combina Indústria 4.0 e Sociedade 4.0, emerge como uma resposta inovadora para superar esses desafios e promover o desenvolvimento urbano sustentável.

Cidade 4.0 representa uma visão avançada de desenvolvimento urbano, na qual a tecnologia é utilizada de forma integrada para transformar os serviços públicos locais e a economia local, visando resultados urbanos, ambientais e sociais desejáveis. Diferente das cidades inteligentes tradicionais, a Cidade 4.0 enfatiza um ecossistema de inovação e tecnologia mais profundo, criando ambientes urbanos altamente conectados, inteligentes e eficientes.

Entre os benefícios sociais da Cidade 4.0, destaca-se o engajamento cidadão. As plataformas digitais e os mecanismos participativos permitem que os cidadãos forneçam feedback, relatem problemas e participem ativamente das iniciativas locais. Esse envolvimento ativo fomenta um senso de pertencimento e coesão comunitária, maximizando a contribuição dos cidadãos para o desenvolvimento comunitário e gerando soluções mais sustentáveis. Além disso, a governança inclusiva é outro ponto forte, na qual a tomada de decisões é transparente e responsiva às diversas necessidades dos stakeholders, assegurando que grupos marginalizados e sub-representados tenham voz no desenvolvimento urbano, levando a resultados mais equitativos. Com insights baseados em dados e suporte de inteligência artificial (IA), os governos podem otimizar a prestação de serviços e a infraestrutura, como transporte, saúde, educação e segurança pública, beneficiando todos os residentes com maior eficiência e eficácia.

No entanto, a implementação da Cidade 4.0 não está isenta de desafios. A coleta e análise extensiva de dados necessárias para a Cidade 4.0 levantam preocupações sobre privacidade e segurança cibernética. Medidas robustas de segurança são essenciais para proteger a infraestrutura crítica e os dados dos cidadãos. Além disso, a divisão digital é um problema significativo, pois nem todos os cidadãos têm acesso igual à tecnologia digital ou possuem a alfabetização digital necessária. Abordar essa divisão é indispensável para garantir que a Cidade 4.0 beneficie todos os segmentos da população. As mudanças trazidas pela Cidade 4.0 podem não ser universalmente aceitas, havendo resistência a novas tecnologias, preocupações sobre a substituição de empregos ou resistência à interrupção de rotinas estabelecidas.

Sob a perspectiva ambiental, a Cidade 4.0 adota tecnologias avançadas para criar ambientes urbanos mais eficientes, sustentáveis e resilientes. A adoção de tecnologias como IA, Internet das Coisas (IoT) e análise de big data pode otimizar o consumo de energia, transporte e gestão de resíduos, o que contribui para o uso sustentável dos recursos e a redução de emissões nas cidades. O desenvolvimento econômico também é um pilar essencial, tendo em vista que promove um urbanismo de plataforma coletiva baseado no conhecimento, no qual a cooperação entre diversas partes interessadas é valorizada. Isso permite a criação de soluções para problemas urbanos complexos e promove o desenvolvimento econômico sustentável e inclusivo.

Os temas proeminentes da Cidade 4.0 incluem a circularidade, que foca na eliminação de resíduos e maximização da reutilização de recursos, e a adaptabilidade, que envolve a capacidade de fazer ajustes necessários em resposta a estímulos climáticos. A habitabilidade é outro tema imprescindível, pois foca na melhoria das condições de vida dos habitantes urbanos. A acessibilidade objetiva tornar informações, atividades e ambientes sensíveis e utilizáveis de maneira equitativa. A autenticidade é fundamental para a manutenção de espaços genuínos e distintivos, enquanto a responsabilidade garante que as decisões de governança sejam éticas, responsáveis e igualitárias.

A Cidade 4.0 oferece uma visão e um roteiro para um futuro urbano mais próspero e equitativo. Para alcançar todo o potencial da Cidade 4.0, é necessário um esforço concentrado de colaboração global, pesquisa aprofundada, implementação eficaz e consideração cuidadosa das implicações sociais, ambientais e econômicas. Promover a educação e inclusão digital, garantir uma infraestrutura de rede digital de qualidade e segurança cibernética são primordiais para esse desenvolvimento. A Cidade 4.0 representa uma visão promissora para o futuro da vida urbana, integrando tecnologia, inovação e sustentabilidade para enfrentar os desafios da urbanização acelerada e das mudanças climáticas.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade da autora, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

SEGUNDA EDIÇÃO DO CSC GOVTECH DF DEBATE O FUTURO DIGITAL DO SETOR PÚBLICO

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Evento Conecta Setores Público e Privado em Prol da Transformação Digital dos Governos Brasileiros

O CSC GovTech 2024 Distrito Federal, realizado no dia 20 de agosto no Museu Nacional da República, em Brasília, encerrou sua edição com a presença de 170 participantes, reafirmando seu papel como o maior evento de soluções digitais para o setor público no Brasil. Organizado pela Plataforma Connected Smart Cities, o evento foi um verdadeiro sucesso, promovendo um encontro essencial entre os setores público e privado para discutir e implementar ferramentas, políticas e modelos que são vitais para a operação dos governos em um mundo cada vez mais digital.

Com um público diversificado e altamente engajado, o CSC GovTech 2024 demonstrou o poder de um ecossistema colaborativo, destacando a importância de criar e fortalecer uma comunidade GovTech no Brasil. Os temas abordados durante o evento cobriram áreas cruciais como infraestrutura e segurança digital, transformação digital e eficiência, construção de governos digitais, regulação, modelos de financiamento e contratação, e inteligência artificial. Cada um desses tópicos foi explorado em profundidade, proporcionando insights valiosos para a transformação digital dos governos.

Os participantes também tiveram a oportunidade de ouvir e interagir com uma lista impressionante de palestrantes, incluindo: Adriano Pitoli, Head do Fundo GovTech e Economista da KPTL; Camila Medeiros, Diretora de Inovação da ENAP – Escola Nacional de Administração Pública, Daniela Pavinski Silva, Gerente de Crédito Setor Público do Banco do Brasil, Eduardo Benchimol, Diretor de Clientes do Estonia Hub, Fabiano Carvalho, CEO da Ikhon, Geovany Araújo Borges, Professor Doutor da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília, Gilmar dos Santos Marques, Coordenador de Tecnologia e de Inovação da FAPDF – Fundação de Apoio à Pesquisa do Governo do Distrito Federal.

Estiveram presentes palestrantes do setor público e privado, com destaque também para: Jacson Barros, Healthcare Business Development Manager da Amazon Web Services, João Gondim, Professor Doutor da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília, Leonardo Reisman, Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Distrito Federal, Luiz Karlos Ribeiro Barbosa, Diretor de Vendas Governo Brasil da Fortinet, Marco Antônio Costa Júnior, Diretor-Presidente da FAPDF – Fundação de Apoio à Pesquisa do Governo do Distrito Federal, Marcos José Teixeira, Secretário-Executivo de Transformação Digital do Governo do Mato Grosso do Sul, Maurício Costa Filho, Especialista em Licitações do Banco do Brasil, Miriam Wimmer, Diretora da ANPD – Autoridade Nacional de Proteção de Dados, Michael Hennessey, Operations Specialist do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, Ricardo Barros, Coordenador do Centro de Inovação e Inteligência Artificial do Governo do Distrito Federal, Tânia Lopes Pimenta Chioato, Secretária de Controle Externo do TCU – Tribunal de Contas da União, Willian Rigon, Sócio Diretor da Plataforma Connected Smart Cities & Mobility.

O Diretor-Presidente Marco Antônio Costa Júnior, da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal em sua fala da abertura apresentou quatro ações que a Fundação realiza para o desenvolvimento do setor e a transformação do setor público, inclusive com o estímulo às startups. Também recordou a importância de referências internacionais, como a Estônia, pequeno país da Europa que é referência na digitalização do setor público. Confira aqui a abertura do evento.

Além de marcar o encerramento de uma edição memorável, o CSC GovTech DF 2024 também serviu como um importante aquecimento para a edição nacional do Connected Smart Cities 2024, que será realizada nos dias 03 e 04 de setembro, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo. A expectativa para o próximo evento é alta, com a promessa de mais discussões relevantes e soluções inovadoras que continuarão a moldar o futuro digital do setor público no Brasil. Clique aqui para participar do evento.

Sobre o Connected Smart Cities

O Connected Smart Cities é uma plataforma multidimensional que acelera o processo de desenvolvimento das cidades inteligentes. O CSC reúne os atores desse ecossistema com o propósito de proporcionar espaços para integração e estimular a inovação, se tornando o maior e mais importante evento de negócios e conexões de cidades inteligentes e mobilidade urbana do Brasil.  

RODOVIAS DO FUTURO: MODERNIZAÇÃO E BENEFÍCIOS DAS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS (PPPS) E CONCESSÕES

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Saiba mais sobre como funciona a modelagem de rodovias e conheça novas tendências da área

As concessões e parcerias público privadas (PPPs) em rodovias podem ser utilizadas como uma estratégia para a modernização e o desenvolvimento da infraestrutura rodoviária no Brasil.

Esse modelo está se tornando cada vez mais presente no cenário brasileiro. Neste artigo, exploraremos as vantagens, tendências e o funcionamento dessas parcerias, destacando o papel da modernização e da inteligência na prestação desse tipo de serviços.

RODOVIAS MODERNAS E INTELIGENTES: ENTENDA

As concessões e PPPs de rodovias incorporam a abordagem estratégica na construção e manutenção de infraestrutura rodoviária. Embora a estratégia seja de natureza pública, a execução das operações é realizada pelo setor privado.

Essa combinação cria uma sinergia que impulsiona o desenvolvimento e a melhoria contínua das rodovias do país.

A busca por rodovias modernas e inteligentes é uma tendência crucial nesse setor. A modernização inclui a adoção de tecnologias, como sistemas de monitoramento e controle de tráfego, para aumentar a eficiência operacional e a segurança nas estradas.

Rodovias inteligentes não apenas melhoram a mobilidade, mas também contribuem para uma experiência mais segura e eficiente para os usuários.

Porém, é crucial reconhecer que a implementação dessas inovações requer incentivos apropriados, tanto em termos operacionais quanto financeiros, além de um suporte regulatório eficaz.

Dito isso, nos contratos de longo prazo, como é comum em concessões de infraestrutura, a necessidade de adaptação é natural à medida que os cenários evoluem. Logo, a medição de desempenho deve evoluir com eles, demandando uma abordagem de gestão contratual.

VANTAGENS

As concessões e PPPs oferecem uma série de vantagens, incluindo a melhoria da infraestrutura rodoviária, investimentos privados substanciais e a prestação de serviços de alta qualidade.

Essas parcerias também permitem a criação de contratos com regras claras, definindo responsabilidades tanto do setor público quanto do privado.

PRINCIPAIS TENDÊNCIAS DA ÁREA

Entre as principais tendências nas concessões e PPPs de rodovias, podemos falar sobre a sustentabilidade ambiental.

O enfoque no ESG (Ambiental, Social e Governança) tornou-se pragmático, onde as práticas de negócios conscientes são aplicadas em busca de um menor impacto ambiental nas rodovias.

Além disso, o conceito de Free Flow nas rodovias, que envolve a cobrança de pedágios sem barreiras usando tecnologia, está revolucionando o setor. Essa transformação digital vai além da simples cobrança automática, sem parar o veículo, envolvendo a criação de sistemas automatizados de cobranças e fiscalização. Isso resulta em uma experiência mais eficiente e conveniente para os usuários.

A balança dinâmica para pesagem dos veículos de carga de forma automática também é uma tendência das atuais concessões, sem a necessidade de parar os veículos de carga e sem necessidade da antiga estrutura de fiscalização.

Essas duas ações vão resultar em redução das tarifas de pedágio e principalmente maior conforto para os usuários.

Outro ponto que podemos destacar é a presença do Verificador Independente (VI) nos contratos de concessão. Afinal, o VI fornece suporte, transparência e evolução aos contratos de PPPs e concessões, pois um VI competente desempenha o papel de uma “câmara arbitral proativa” e auxilia o regulador na melhoria do Sistema de Mensuração de Desempenho (SMD).

CONCLUSÃO

As concessões e PPPs de rodovias representam uma abordagem estratégica para modernizar a infraestrutura rodoviária brasileira.

Dessa forma, a modernização e a inteligência desempenham papéis essenciais nesse processo, com foco na sustentabilidade, eficiência operacional e na experiência do cliente.

Para que as rodovias do país se tornem modernas, é necessário continuar modelando e reavaliando essas parcerias, garantindo suporte regulatório adequado e envolvendo os VIs para assegurar o sucesso a longo prazo. A transformação digital, cobrança de pedágios sem barreiras e de forma virtual, balanças dinâmicas, prometem revolucionar e melhorar ainda mais o setor no Brasil.

Portanto, toda essa inovação requer uma gestão de dados precisa e confiável, com tecnologia regulatória para monitorar o risco de inadimplência e o impacto nas questões ambientais e sociais.
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Fonte: Houer

AS 5 CIDADES MAIS INTELIGENTES DA REGIÃO NORTE NO RANKING CONNECTED SMART CITIES 2023

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Como as Cidades do Norte Estão Liderando o Caminho para o Futuro Inteligente

No cenário crescente de cidades inteligentes no Brasil, a região Norte destaca-se com cinco municípios que têm se sobressaído em diversas áreas, de infraestrutura a inovação tecnológica. De acordo com o Ranking Connected Smart Cities 2023, Palmas, Manaus, Parauapebas, Rio Branco e Boa Vista são as cidades mais inteligentes e conectadas da região. Veja abaixo o que torna cada uma delas um exemplo em desenvolvimento urbano e sustentabilidade.

1° Palmas – TO: A Capital da Inteligência e Conectividade na Região Norte

Palmas, a capital do Tocantins, lidera o ranking das cidades mais inteligentes e conectadas do Norte. Ocupando a 14ª posição entre as cidades brasileiras com população entre 100 mil e 500 mil habitantes e a 37ª no cômputo geral, Palmas se destaca pelo seu Plano Diretor Estratégico Municipal, que por ser recente e contar com iniciativas modernas, traz um norteador positivo para o desenvolvimento urbano da cidade.. A cidade tem se empenhado em desenvolver serviços e infraestrutura de qualidade, refletidos nos investimentos em educação e saneamento.

Na educação, Palmas apresenta um IDEB de 5,4, e as escolas públicas municipais contam com recursos como matrículas online e uma média de 5,9 horas/aula diárias. Com 99% dos docentes do ensino médio possuindo ensino superior os alunos contam com professores mais qualificados para sua formação. A cidade também se destaca por um índice de atendimento de água de 100%, 93% de cobertura de esgoto e 63% de tratamento de esgoto. Em mobilidade urbana, Palmas implementou um sistema de bilhetagem eletrônica, semáforos inteligentes e centro de controle e operações, além de oferecer 15 km de ciclovias para cada 100 mil habitantes.

2° Manaus – AM: Um Polo de Empreendedorismo e Sustentabilidade

Manaus, capital do Amazonas, ocupa a segunda posição no Norte e se destaca nacionalmente pelo 12° lugar no eixo de Empreendedorismo. A cidade tem sido um celeiro de inovação, especialmente no setor de Economia Criativa e Tecnologia. Em 2023, Manaus registrou um crescimento de 6,44% no número de Empresas de Economia Criativa e 2% nas Empresas de Tecnologia, com um aumento significativo no número de MEIs e a presença de 7 Incubadoras de Empresas.

As iniciativas de Manaus voltadas ao desenvolvimento sustentável e à integração de tecnologias inteligentes na gestão urbana são reflexos do comprometimento da cidade com o futuro.

3° Parauapebas – PA: A Força Econômica da Região Norte

Localizada no estado do Pará, Parauapebas é um dos principais municípios da região Norte graças à sua forte economia baseada na mineração, em especial na Mina de Ferro de Carajás. Com um PIB de R$ 19,8 bilhões em 2023, Parauapebas experimentou um crescimento significativo em seu PIB per capita de 61,2% entre 2022 e 2023.

A cidade tem investido em segurança, com a implementação de um centro de monitoramento e operações e semáforos inteligentes, reforçando seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida dos cidadãos.

4° Rio Branco – AC: A Evolução em Governança e Transparência

A capital do Acre, Rio Branco, está em rápida ascensão, especialmente no eixo de Governança. Com uma economia diversificada e uma infraestrutura em desenvolvimento, a cidade obteve nota 10 na Lei Sobre Zoneamento e 9,7 na Escala Brasil Transparente. Rio Branco tem também investido em tecnologia para melhorar o atendimento ao cidadão, como o aplicativo desenvolvido pela prefeitura.

O sistema educacional de Rio Branco é robusto, contando com instituições renomadas como a Universidade Federal do Acre (UFAC) e o Instituto Federal do Acre (IFAC), o que reforça o seu compromisso com o desenvolvimento social e educacional.

5° Boa Vista – RR: Tecnologia e Inovação ao Alcance de Todos

Boa Vista, capital de Roraima, é conhecida como a “Capital da Primeira Infância” e tem se destacado em várias frentes, apesar de ser a capital do menor estado do Brasil em número de habitantes. A cidade apresenta uma boa infraestrutura educacional com 55 unidades de ensino em tempo integral, 94% dos docentes do ensino médio com ensino superior, e projetos inovadores como o Boa Vista 4.0 Smart Turismo Sem Fronteiras.

Com foco em sustentabilidade, Boa Vista alcançou 100% de atendimento urbano de água, 94% de esgoto e investe em sistemas de monitoramento de áreas de risco, demonstrando o seu compromisso com o meio ambiente e a qualidade de vida da população.

Estas cinco cidades demonstram que a região Norte do Brasil está em franca evolução, adotando tecnologias e práticas que as colocam em destaque no cenário nacional de cidades inteligentes.

Sobre o Connected Smart Cities
O  Connected Smart Cities & Mobility Nacional é o maior e mais importante evento de negócios e conexões de cidades inteligentes e mobilidade urbana do Brasil. Realizado desde 2015, o CSCM tem um formato de múltiplos palcos e promove a integração entre conteúdo de alta qualidade, promoção de negócios e networking de impacto.  O evento  faz parte da Plataforma Connected Smart Cities, que tem por missão encontrar o DNA de inovação e melhorias para cidades mais inteligentes e conectadas umas com as outras, sejam elas pequenas ou megacidades.

A 10ª edição do Ranking Connected Smart Cities será lançada em 03 de setembro, na abertura do Connected Smart Cities, em São Paulo. Saiba mais sobre o evento aqui. O evento traz discussões em diversos segmentos, sendo o Urbanismo Sustentável e Cidades Resilientes e Inclusivas, temas de destaque nesta edição.

Acesso à plataforma online de consulta ao Ranking Connected Smart Cities, acesse: