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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: DESAFIO QUE BATE À PORTA

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As consequências das ações humanas no ambiente devem ser levadas a sério pelos governadores e parlamentares

A polarização política transformou o debate eleitoral em um indesejado campo de batalha onde a troca de ideias e planos de governo tiveram pouco espaço. A busca pela visibilidade e pelo voto estreitaram os espaços do senso de urgência e, na maioria das vezes, a apresentação de propostas — quando houve — se concentrou em temas mais “perceptíveis” ao dia a dia do eleitor, como inflação e corrupção. Ficaram de lado, infelizmente, assuntos igualmente importantes como as mudanças climáticas cujos impactos já estamos sentindo, mas que o adiamento para tratá-los pode ser tardio.

Terminado o processo eleitoral, a batalha agora é outra. É hora de parlamentares e executivos eleitos — assim mesmo, no plural — começarem a se envolver com um tema que bate à ossa porta há anos, que igualmente repercute na inflação e que gradativamente afeta nossa qualidade de vida. Tema que, por ser pouco compreendido, torna-se quase invisível nos debates e na lista de preocupações prioritárias da população: a consequência da ação humana sobre o meio ambiente.

Uma janela de oportunidade para esse debate abre-se novamente em novembro, no Egito. A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022 — a COP27 — tem a missão de tornar o tema ainda mais explícito. O debate entre os países vai focar na segurança alimentar, no impacto das emissões de gases de efeito estufa sobre a produção e sobre o preço, além da geração de renda para que as pessoas possam comprá-los.

Não estamos mais falando de algo intangível, mas verdadeiramente concreto.

Trazendo o tema para nossa mesa, parlamentos e executivos têm a missão de fazer o Brasil avançar nessa pauta. Estamos, infelizmente, num patamar abaixo do que outros países. Já avançamos muito, é verdade. Mas estamos correndo alguns passos atrás. Aprovamos, há dez anos, por exemplo, o Código Florestal Brasileiro, uma das leis mais rigorosas do planeta. Criamos, em 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, igualmente racional e estruturante, inspirada no sucesso do modelo de reciclagem da latinha de alumínio.

Existem propostas tramitando no Congresso que tratam desse invisível impacto da ação humana sobre o meio ambiente, como o PL 1817/2022, que surge como uma política indutora de práticas ESG nas empresas, dando-lhes vantagens nas licitações públicas. Outras já foram aprovadas, como a Lei nº 14.260/2021 de Incentivo à Reciclagem, que permite as empresas deduzirem do imposto de renda investimentos em projetos de reciclagem.

Cabe aos eleitos, parlamentares e chefes dos Executivos federais e estaduais, transformar o debate que ocorrerá no Egito em algo mais palpável para seus eleitores, para o cidadão brasileiro, tomando para si a responsabilidade de adotar medidas e criar leis alinhadas com a preocupação global. Não adianta, por exemplo, reduzir ou simplificar impostos. Precisamos de uma reforma tributária que considere o impacto ambiental dos bens e serviços produzidos.

Porque este impacto pode voltar na forma de insegurança alimentar (fome), inflação e perda de competitividade do Brasil e das empresas que aqui operam.

Não adianta imaginar o nosso potencial para obter receitas vinculadas a créditos de carbono — hoje estimadas em US$ 120 bilhões até o final da década —, se não regularmos o tema como já fizeram outros países. É um ponto amplamente debatido, desde o ano passado, na Câmara dos Deputados, onde há uma proposta de mercado de carbono regulado pronta para ser colocada em pauta. É óbvio que esses bilhões não podem ser dispensados, mas inclusive direcionados para soluções socioambientalmente responsáveis.

Implantar políticas públicas para orientar o resultado de nosso comportamento sobre o meio ambiente é algo cristalino. A Frente Parlamentar da Economia Verde, juntamente com entidades parcerias como a Abralatas, já provou estar atenta à problemática e se esforçará, sempre, para colocar o país na rota do desenvolvimento sustentável. Sabemos do impacto direto das emissões de gases de efeito estufa sobre o futuro do planeta e, principalmente, no papel que cabe ao Brasil nesta colaboração global.

Estaremos acompanhando os debates, os posicionamentos e as decisões tomadas na COP-27. Mas também encaminhando novas propostas no Congresso Nacional, contando com a adesão cada vez maior de novos parlamentares aos objetivos da nossa Frente, para que o Brasil entre definitivamente no ritmo necessário para uma economia de baixo carbono.

O futuro se constrói no presente, nas decisões que precisamos tomar hoje.

*Arnaldo Jardim é deputado federal e presidente da Frente da Economia Verde, e Cátilo Cândido é presidente executivo da Abralatas.

Fonte: Exame

ENTENDER PARA ATENDER, SOB DEMANDA

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Como o padrão comportamental permite a mudança do foco da oferta para demanda

No último artigo falamos sobre o papel do transporte sob demanda e como ele vai ocupar um espaço no contexto geral dos transportes. Ainda no primeiro artigo tratamos dos diferentes modelos e evolução no tempo até termos hoje o transporte compartilhado sob demanda (TcsD). Mas encerramos sem responder como implantar e entender o maior potencial para cada tipo de serviço.

O atendimento sob demanda está além da tecnologia que o atenda. No final das contas é sobre entender os padrões de comportamento e como é possível agrupar pessoas por perfis similares e a partir daí prever o melhor serviço possível a cada uma delas. Obviamente a forma mais simples de se pensar seria uma tecnologia sob demanda, mas muitas vezes os perfis de uso se mostram tão similares que a rede convencional e sistemas regulares também se beneficiam deste mesmo conceito.

Falar em comportamento similar é correlacionar passageiros que embarcam ou desembarcam nas mesmas regiões e em horários parecidos. Mais do que isso, é identificar sutilezas, como renda média e variações de uso do transporte coletivo onde possui maior ou menor densidade populacional.

E para isso não é necessário grandes pesquisas ou dados complexos. Existem dados que estão disponíveis de forma mais simples ou sofisticadas como, desenho das linhas, quadro de horário e dados socioeconômicos do IBGE. Já os dados que operadores e poder público possuem acesso, como bilhetagem ou GPS, permitem os cruzamentos necessários para identificação de padrões e daí o atendimento pode ser feito sob medida.

 

Padrões similares partem de aspectos espaciais como: linhas utilizadas, regiões de origem e destino, pontos de embarque e desembarque, distância média embarcado etc.; aspectos temporais: horários de validação, tempo médio embarcado, data e tipo de dia, horários e faixas horárias de utilização etc.; e aspectos secundários: motivo de viagem, renda do passageiro, densidade populacional por região etc.

E combinando o conjunto de padrões é possível fazer poderosas inferências como áreas de maior renda com menores distâncias percorridas pelos passageiros, o que permite supor os maiores potenciais das áreas de aplicativos. Ou áreas de baixa demanda com frequências muito espaçadas que podem, por exemplo, ser complementadas ou substituídos por serviços sob demanda com custo menor e melhor atendimento.

Em resumo, atender sob demanda, independente da tecnologia, parte de compreender os dados atuais disponíveis e a partir daí agrupar comportamentos padrões para que sejam criadas áreas de atendimento por similaridade.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

NO CHILE, ÔNIBUS GANHARÃO SENSORES PARA DETECTAR PEDESTRES E CICLISTAS

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Tecnologia será adotada em 1.600 novos coletivos urbanos em Santiago e região para permitir que motoristas detectem pessoas e bicicletas se aproximando em pontos cegos

Uma tecnologia que permite aos motoristas de ônibus urbanos detectarem pedestres e ciclistas que se aproximam em pontos cegos vem sendo testada, desde junho deste ano, em Maipú, cidade chilena da região de Mendoza. Com o uso desses sensores, o objetivo é melhorar a segurança das vias e a convivência entre os diferentes meios de transporte.

Agora, em outubro, as autoridades do Ministério dos Transportes e Telecomunicações do país vizinho entregaram o balanço sobre o uso do recurso da marca Fotón, denominado Shield Plus. O resultado é que, até setembro de 2022, depois de percorrerem mais de 450 mil km, nenhum acidente foi registrado na região com pedestres ou ciclistas.

Os 30 ônibus que há cinco meses começaram a operar com a tecnologia nos serviços de Maipú correspondem aos primeiros dos mais de 1.600 ônibus que serão incorporados à frota chilena em 2023.’

Estas unidades modelo eBus U12, alimentados por baterias recarregáveis de lítio, destacam-se por terem zero emissão de ruído e não gerarem CO2; cada carga rende cerca de 240 km.

Segundo o Ministério dos Transportes, os sensores Shield Plus serão incorporados gradualmente aos novos ônibus que entrarem em operação na Rede Metropolitana de Mobilidade a partir de janeiro de 2023, tanto os veículos elétricos quanto os Euro VI.

Redução de acidentes

Dados do governo do Chile apontam que 41% das pessoas mortas no trânsito correspondem a usuários vulneráveis, ou seja, pedestres, ciclistas e motociclistas. Segundo o Ministério dos Transportes os avanços e tecnologias como sensores para detectar pedestres e ciclistas permitem melhorar a convivência viária e reduzir os índices de sinistros.

Informações da MobileEye, empresa israelense do grupo Intel que presta esse serviço, mostram que há mais de 20 mil ônibus com esse tipo de tecnologia em países como Estados Unidos, Alemanha, Israel, China e Chile. A frota de Santiago seria uma das maiores dentro de uma cidade.

Fonte: Mobilize

ESTUDO APONTA QUE BRASILEIROS SÃO PROPENSOS A PAGAR MAIS POR VEÍCULO ELÉTRICO

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Executivo reafirma que o alinhamento entre poder público e empresas privadas é essencial para agilizar a eletrificação

Na semana em que o IDPT (Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento) divulgou que apenas a combinação entre a mobilidade elétrica e a implementação de cidades compactas seria capaz de limitar o aquecimento global a menos de 2 °C, o convencionado pelo Acordo de Paris, o Planeta Elétrico conversou com o líder global de pesquisas automotivas da Ipsos, Alexandre de Saint-Léon.

O executivo compartilhou dados inéditos da pesquisa Mobility Navegator (módulo eletrificação) realizada em sete países.

A amostra brasileira contou com mil respondentes, com renda anual maior de 68 mil reais, e sugere que os brasileiros, assim como os chineses, estão mais propensos a pagar mais por um carro elétrico.

“O que vemos na pesquisa é que as vendas ainda são pequenas, mas que brasileiros gostam de inovação. E o volume tem muito a ver com a oferta das montadoras”, afirma Saint-Léon.  O executivo reforça que outro freio para a expansão da eletromobilidade local é a falta de alinhamento das políticas públicas, das montadoras e dos fornecedores de peças. “Isso precisa acontecer. É fundamental para que o país possa migrar para a eletrificação como uma oportunidade e não uma ameaça”, reforça.

Acompanhe a entrevista abaixo.

Planeta Elétrico – Em relação à recente pesquisa Mobility Navegator, quais são os principais pontos?

Saint-Léon – O primeiro destaque é que o nível de interesse e conhecimento para veículos elétricos está subindo de forma regular mundialmente e, em alguns países, chega a ser maior que dos convencionais. É o caso dos Estados Unidos e da Europa. Ainda existem alguns receios, por alguns motivos, mas as vendas de elétricos na França, por exemplo, ultrapassaram, pela primeira vez, o segmento a diesel, que durante muitos anos chegou a representar 60% do mercado.

O segundo ponto que chama bastante atenção é a diferença entre as faixas etárias. O público mais jovem está muito interessado em elétricos, apesar de terem menor poder de compra. Isso indica uma tendência.

Quais são as principais resistências?

Saint-Léon – A resistência em relação à autonomia está sendo superada. O ponto mais crítico é a experiência de recarga. A maioria dos proprietários prefere carregar em casa e utilizar os pontos públicos para recarga de segurança.

O preço de aquisição também aparece como um problema, mesmo na Europa. Isso deve mudar com a eficiência das baterias, mas o mercado enfrenta dois problemas. As montadoras europeias, em particular, têm o receio de deixar a porta aberta para as chinesas. Elas chegam com mais expertise, menor preço e mais eficiência.

Por outro lado, tem uma preocupação das associações ambientais para que os carros sejam de categorias menores e mais eficientes em relação ao gasto de energia.

Isso quer dizer que será dada preferência aos pequenos?

Saint-Léon – Não necessariamente. Vai depender do mercado. Os grandes estão se saindo muito bem nos Estados Unidos. A picape Ford F-150 lightning é um sucesso impressionante nos Estados Unidos. A previsão de produção da F-150 subiu quatro vezes.

Na Europa, a característica está mais para os médios e médios premium. Os pequenos não estão sendo considerados porque a bateria representa um custo muito alto e influencia no valor final. No Brasil, que tem um grande mercado para os pequenos, uma política pública de incentivos ficais poderia ser um bom benefício.

Na pesquisa, os brasileiros, ao lado dos chineses, aparecem como os mais propensos para pagar mais por um carro elétrico. Por quê?

Saint-Léon – No Brasil, tem a questão da inovação porque os elétricos têm muito mais recursos do que as demais versões, às vezes, até mesmo as top de linha. Na china tem outra explicação. Lá é muito mais fácil conseguir licença de carro elétrico do que do térmico, que pode levar até dois anos. É uma política para facilitar a compra e incentivar a transição.

Você acredita na hibridização ou o futuro será a eletrificação?

Saint-Léon – Atualmente, esse é um assunto muito polêmico na Europa. As montadoras querem influenciar as decisões da União Europeia para não forçar a mudança de toda a produção para 100% elétrica.

Eu acredito que um modelo híbrido poderia ser positivo para o meio ambiente e uma mudança mais suave para os consumidores, mas não vai acontecer assim. A partir de 2035, só serão vendidos carros novos 100% eletrificados naquele continente.

Para o Brasil, e outros países em desenvolvimento, pode ser um bom caminho. Acredito que ainda existe espaço para alguns modelos coexistirem. Mas é o momento de decidir, porque se querem montar uma plataforma de híbrido de etanol e elétrico tem que trabalhar.

O Brasil tem a matriz energética limpa, mas a Europa ainda utiliza carvão. Vai faltar energia limpa para o carro elétrico?

Saint-Léon – Não sou especialista neste assunto, mas semana passada estive no Salão de Paris e conversei com muitos profissionais. A resposta deles é que não faltará energia. Além disso, estudos mostram que, inclusive para a Polônia que é bastante carbonizada, o resultado após 55 mil quilômetros de uso é mais eficiente, em termos de compensação, o carro elétrico ao a combustão.

Mas de uma forma geral, isso não está sendo muito discutido porque a decisão já foi tomada. Os diferentes públicos estão pensando muito mais em como fazer para que a transição seja bem-sucedida.

Fonte: Mobilidade Estadão

O FUTURO DEPENDE DE ENERGIA ELÉTRICA, POLÍTICAS PÚBLICAS E BOA VONTADE DO CIDADÃO

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Estudo afirma que apenas a combinação entre a eletromobilidade e cidades compactas será capaz de brecar futuro catastrófico

Dados alarmantes sobre as mudanças climáticas são divulgados quase diariamente. Ainda assim, grandes empresas e governos parecem não ter pressa para resolver problemas relacionados à sustentabilidade, o que traz à lembrança um dos filmes mais comentados de 2021, Não olhe para cima.

Com direção de Adam McKay e a participação de grandes nomes, como Leonardo Di Caprio e Merryl Streep, a história reporta uma descoberta que previa um choque entre um grande cometa e a Terra, o que acabaria com a vida no planeta. Com um final inesperado e uma mensagem forte, o filme mostra como a descrença na ciência poderia dar um final trágico à humanidade.

A vida imita a arte?

O estudo O Cenário de Cidades Compactas Eletrificadasrealizado pelo Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (IPTD) e pela Universidade da Califórnia, mostra que apenas a combinação entre a mobilidade eletrificada e a implementação de cidades compactas seria capaz de limitar o aquecimento global a menos de 2 °C.

Como referência, dados da Organização das Nações Unidas (ONU), apontam que, com um aumento de 2°C até o fim do milênio, o mar do Ártico poderá sofrer degelo, aumentando em até 0,77 metro o nível dos oceanos, ciclones tropicais podem ter intensidade ainda mais forte, entre outros tantos danos ao meio ambiente.

De acordo com o documento do IDPT, para cumprir os termos do Acordo de Paris e evitar essas mudanças climáticas catastróficas, as emissões anuais de dióxido de carbono equivalente do transporte precisam ser reduzidas em cerca de 80% nos próximos 30 anos.

Bifurcação para o futuro

Se o futuro está intimamente ligado à tecnologia, seja pela eletrificação do transporte, uso de 5G ou criptomoedas, por outro lado, de certa forma, traz uma volta ao passado com a necessidade da substituição modal, que se inicia pelas caminhadas aos destinos.

Para tanto, seria importante o desenvolvimento de cidades compactas, termo usado para cidades com densidade demográfica equilibrada, bom gerenciamento do uso e ocupação do solo e com possibilidade de diferentes formas de transporte, como desincentivo ao uso de automóveis.

“As nossas cidades foram planejadas para o uso do carro. E, por isso, é muito comum as pessoas acharem que a solução para o problema dos transportes e das emissões seria a eletrificação de carros particulares. Mas isso não resolverá o problema”, afirma Clarisse Cunha Linke, diretora executiva do ITDP Brasil.

Já Jacob Mason, um dos autores do relatório, complementa que o mundo precisa aplicar a mesma energia e dedicação para construir cidades compactas. “Caminhar, pedalar e usar transporte público são igualmente importantes se quisermos manter as mudanças climáticas abaixo de níveis catastróficos”, afirma o estudioso.

Cenário ambicioso

Para complementar, o relatório afirma que o modelo de eletrificação agregado à substituição modal é bastante ambicioso. Isso porque exigirá um grande esforço global, comparável, em cada país, à construção do sistema de rodovias interestaduais dos EUA na década de 1950, ou da rede ferroviária de alta velocidade da China em anos mais recentes.

Veja abaixo o que representaria um futuro com a combinação de eletrificação e substituição modal em cidades compactas:

•       Redução das mortes no trânsito;

        •       Expansão do acesso a oportunidades para todos;

•       Aumento do transporte a pé e em bicicleta, o que melhora a saúde física e mental da população e reduz os gastos com saúde pública;

•       Redução acentuada da poluição atmosférica e sonora local;

•       Redução considerável das emissões de carbono, o que é condizente com os termos do Acordo de Paris.

Políticas-chave necessárias:

•       Incentivos para veículos elétricos do lado da oferta e da demanda, tais como isenções para veículos com emissão zero e descontos fiscais, visando à paridade do preço de compra;

•       Metas ambiciosas de economia de combustível e normas para as emissões de escape de dióxido de carbono;

•       Reuso e reciclagem de baterias;

        •       Infraestrutura pública de recarga;

•       Expansão e descarbonização da rede elétrica;

•       Fortes incentivos para um desenvolvimento compacto, de uso misto e voltado ao transporte público;

•       Precificação de estacionamento com base no mercado;

        •       Realocação de orçamentos de transporte para beneficiar pedestres, ciclistas e pessoas que utilizam o transporte público;

•       Reformulação das vias públicas, substituindo o espaço dedicado aos carros por faixas de ônibus, ciclovias fisicamente protegidas e calçadas;

•       Promoção do transporte em bicicleta, especialmente bicicletas elétricas compartilhadas;

•       Criação de áreas de baixa emissão, especialmente nos centros das cidades, para incentivar simultaneamente a substituição modal e a eletrificação dos veículos.

Fonte: Mobilidade Estadão

AEGEA LANÇA 2º CICLO DE DESAFIOS INOVA SANEAMENTO PARA STARTUPS

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São quatro desafios lançados em parceria com a Innovation Latam

A Aegea Saneamento, líder no setor privado de saneamento do País, lança o 2º Ciclo de Desafios Inova Saneamento. Em parceria com a Innovation Latam, o programa de aceleração com startups busca soluções e projetos que tragam inovação, desenvolvimento, impulsionem seus negócios e ajudem a reduzir o déficit do setor. Nesta edição serão quatro desafios e as startups podem se inscrever até dia 24/11 pelo link https://innovationlatam.com/ch/aegea. O pitch-day está previsto para início de dezembro.

Para Eduardo Mendes, Diretor de Tecnologia e membro do Comitê de Inovação da Aegea, o ciclo representa o comprometimento da companhia com o tema. “Inovação e tecnologia são fundamentais para a empresa, pois é por meio delas que podemos melhorar os serviços ofertados à população enquanto mantemos a nossa eficiência operacional”, conta.

O primeiro desafio, “Conhecendo o perfil do consumidor”, busca soluções que permitam traçar o perfil dos consumidores a fim de otimizar e personalizar os serviços prestados, assim como direcionar melhor os recursos do grupo Aegea.

Já o segundo desafio, intitulado “Enriquecimento do cadastro de consumidores”, procura uma forma de complementar o banco de dados de consumidores, sejam com dados documentais públicos e/ou com dados comportamentais, por meio de buscas em bases externas e públicas, enriquecendo, consequentemente, o banco atual. A solução precisa garantir a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGDP) dos consumidores, a confiabilidade e a acurácia dos dados coletados.

O desafio seguinte é o “Score de Crédito”, que busca em startups uma tecnologia para a Aegea incorporar um sistema que, com base nos dados dos clientes e históricos de pagamento dentro e fora da companhia, possa traçar um perfil dos consumidores e, com isso, definir as melhores estratégias de cobrança visando o menor custo e maior retorno.

O quarto é “Detecção de vazamentos e perdas”, com o objetivo de encontrar maneiras mais eficazes de identificar pontos de vazamento e perdas sem a necessidade de escavações. Aqui estão incluídas tecnologias de sensoriamento para detecção, seja por vazão, pressão, ultrassônicos, satélite, entre outros; e de inteligência artificial, capazes de decodificar dados e identificar se há e onde estão os vazamentos.

“Para as startups, é uma ótima oportunidade de ter a mentoria com executivos da Aegea durante o desenvolvimento da proposta de valor e produto, assim como conseguir maior visibilidade para o seu projeto. Ao fim do ciclo, algumas startups podem ser contratadas ou receber investimentos pela Aegea”, completa Mendes.

Serviço

O que é? 2º Ciclo de Desafios Inova Saneamento da Aegea

Quando? Inscrições vão até 24 de novembro de 2022

Como? Por meio do link https://innovationlatam.com/ch/aegea

Com informações da Assessoria de Imprensa

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ABREE E PREFEITURA DE BELÉM REALIZAM DRIVE THRU PARA RECICLAGEM PRODUTOS PÓS-CONSUMO

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Campanha será realizada no dia 5 de novembro e tem como intuito assegurar a destinação ambientalmente correta para os equipamentos em fase final de vida útil

ABREE – Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos – em parceria com a Prefeitura de Belém (PA), por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (semma), promove campanha de coleta de eletroeletrônicos e eletrodomésticos pós-consumo. No dia 05 de novembro, das 9h30 às 17h, será realizado na cidade um drive thru para receber equipamentos em fase final de vida útil. O objetivo da ação é conscientizar e incentivar a população belenense a fazer o descarte correto dos produtos que precisam ser reciclados. Para o drive thru, será instalado um ponto de recebimento na Doca, onde a população poderá levar o máximo de equipamentos que serão descartados dentro do horário de atendimento.

Os produtos vão desde fones de ouvido a geladeiras que não funcionam mais. Por isso, a orientação é que as pessoas observem os itens de casa que estão nessa condição e levem até o ponto de recebimento. A equipe da ABREE estará no local para receber os resíduos e tirar dúvidas em relação à importância da destinação ambientalmente correta dos materiais.

Muitas pessoas ficam em dúvida de como se desfazer desses produtos, já que são resíduos diferentes dos mais conhecidos para reciclagem. Pensando nisso, ajudar na conscientização do descarte correto de eletroeletrônicos e eletrodomésticos é gratificante. Assim, melhoramos o meio ambiente e incentivamos, cada vez mais a população tomar essa atitude que traz benefícios para todos, levando nossos coletores por todo o Brasil”, explica, Sergio de Carvalho Mauricio, presidente executivo da ABREE.

Além disso, a ABREE conta com 93 pontos de recebimento espalhados pelo estado, sendo 28 deles localizado na capital paraense. Os impactos da logística reversa são benéficos para o meio ambiente, pois permitem a preservação dos recursos naturais, reduzindo a poluição e emissão de gases nocivos nas vias, mares e rios. Vale ressaltar ainda que isso é refletido no bem-estar da população, além de criar oportunidades, com a criação de mais de dez mil empregos e inserção de mais de R$ 700 milhões na economia, de acordo com o Governo Federal.

A ABREE, como entidade gestora, colabora no atendimento legal da destinação de 100% dos produtos eletroeletrônicos e eletrodomésticos descartados pelos consumidores, visando atingir as metas estabelecidas no Decreto Federal 10.240/20. E, junto aos seus parceiros, contabiliza mais de 4,5 mil pontos de recebimento pelo Brasil, estando presente em mais de 1,3 mil municípios.

No site da associação, é possível encontrar os pontos de recebimento mais próximos, realizando uma busca por meio do CEP. Além disso, consta uma lista completa de quais produtos podem ser descartados, como: batedeira, ferro elétrico, fone de ouvido, liquidificador, máquina de costura, micro-ondas, purificador de água e televisão, entre outros. Para saber mais, acesse: https://abree.org.br/pontos-de-recebimento

SERVIÇO

CAMPANHA DE ARRECADAÇÂO DE ELETROELETRÔNICOS E ELETRODOMÉSTICOS EM BELÉM (PA)

  • Data: 05 de novembro
  • Horário: 09h30 às 17h
  • Local: Avenida Visconde de Souza Franco entre Pedro Álvares Cabral e Marechal Hermes. Próximo ao Porto Futuro

Exemplos de equipamentos pós-consumo que podem ser descartados:

  • Celulares
  • Fone de ouvidos
  • Geladeiras
  • Baterias
  • Televisores
  • Secadores
  • Batedeiras
  • Fogões
  • Micro-ondas
  • Entre outros

Com informações da Assessoria de Imprensa

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WALK YOUR TALK DA INOVAÇÃO: ESTRATÉGIAS DE GARANTIA DA LÓGICA INOVATIVA NO MODELO DE NEGÓCIO

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Inovar em serviços e produtos é necessário, mas é possível – apesar de não recomendado – manter o modelo de negócio na zona de conforto enquanto criamos soluções inovadoras que serão aplicadas da porta para fora.

Quando pensamos em estratégias de inovação aparecem algumas regras básicas como o foco no problema; o estudo de públicos-alvo, localidades e setores de interesse; a formação diversa e representativa de equipe; a exploração possíveis de soluções de forma colaborativa; e a realização de validações e testes das soluções criadas.

O foco no problema representa atenção inicial ao desafio que será resolvido, para que a partir dele se criem soluções específicas, o que por sua vez demanda um conhecimento profundo e holístico de seu contexto, seja histórico, local ou temático; e também de seu ecossistema, que representa públicos e grupos que são atrelados ou se relacionam com o desafio. Tais perfis podem ser de natureza identitária ou institucional.

Mas é quando falamos dessas contextualizações dentro de nossas equipes, empresas ou organizações? O conhecimento de nosso nicho de mercado é central, assim como sua dinâmica de relacionamento, mas para além disso é necessário saber como o sistema de governança foi instituído, ajustado e aplicado, assim como a relação entre colaboradores, parceiros e clientes.

A foto deste cenário nos permite perceber onde estão os principais focos de atenção e desafios em um movimento de melhorias contínuas e progressivas, lembrando que a relação entre membros é sempre viva e orgânica, pautada pelos direcionamentos da cultura organizacional em um sistema de influência mútua. Ao mesmo tempo que o clima interno afeta a estruturação da organização, as regras pactuadas de seu funcionamento interferem nas dinâmicas dos relacionamentos internos. Estes são os pontos análogos ao foco no problema e conhecimentos de públicos-alvo, localidades e setores de interesse.

Quando falamos na formação diversa e representativa de equipe, parece um ponto óbvio a valorização de diferentes perfis, sejam de idade, gênero, históricos de formação, entre outros, mas um erro comum é normatizarmos equipes, ou seja, criarmos um perfil ideal de pessoa que deve ocupar tal cargo e sua própria seleção se torna enviesada. Assim como é costumeiro que as equipes que trabalham juntas comecem a desenvolver similaridades no perfil e padronizações de formas de trabalho e de resolução de conflitos, o que pode se tornar um entrave aos estímulos provocativos que são a base da inovação.

Como contornar a formação destes processos? Uma boa estratégia é selecionar integrantes de equipes com foco na complementaridade de perfis, assim como investir na formação técnica de colaboradores para que desempenhem as funções necessárias após a seleção, possibilitando que perfis diferentes dos normalizados alcancem as cadeiras disponíveis. Outras possibilidades passam pela criação de sistemas de intercâmbios de cargos e incentivo para troca de áreas entre os colaboradores já existentes enquanto estratégia de plano de carreira.

Ainda sobre este tópico, podemos tratar a criação de soluções de forma colaborativa: ao mapear desafios e processos internos que podem ser aprimorados, compreendê-los como projetos pode levar a uma composição de ideação e implementação de solução improvável, como desafios entre núcleos, ou formação de equipes mistas com o objetivo comum, que de forma autogestionada destinará tempo para a tarefa. É importante que sejam priorizadas as agendas e institucionalizadas as demandas para que os envolvidos dediquem tempo de qualidade e suficiente ao projeto, lembrando que os problemas internos importam tanto quanto (ou em alguns casos até mais do que) os externos.

Como consideração final, é preciso acabar com o mito da perfeição e incentivar a cultura de autorização do erro. As soluções internas desempenhadas também devem passar por processos de testes, ajustes, descontinuidades e novas criações. Isso impulsiona a maturidade da organização e da equipe envolvida, o trajeto da inovação tem seu valor em sua aplicação independente do resultado final, sendo que em alguns dos casos a cultura interna pode se manifestar intolerante aos erros. Não deveria ser justamente o contrário?

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

SOLUÇÃO MOBILE COM REALIDADE AUMENTADA REDUZ DESPERDÍCIO DE TEMPO COM MANUTENÇÃO

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Projeto é um dos quatro selecionados no Edital de Autopeças, iniciativa da ABDI com o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças)

Um aplicativo para inspeções de manutenção na indústria com interface em realidade aumentada e Internet Industrial das Coisas (IIoT). Esse foi um dos quatro projetos selecionados do Edital da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), em parceria com o Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores). O grupo é formado pela empresa MWM Motores e Geradores e pela fornecedora Arkmeds Soluções Tecnológicas.

O projeto, em fase final de implementação, elimina o uso do papel nas inspeções de rotina, substituindo atividades manuais por dispositivos mobile. Dessa forma, o responsável pela manutenção tem acesso a documentações, esquemas elétricos e dados de dispositivos IIoT. A principal tecnologia utilizada – a realidade aumentada – permite ao técnico acessar os componentes 3D da máquina, manuais e dados de sensores enquanto realiza a inspeção ou a manutenção.

O fundador da Arkmeds, Thiago Bajur, explica que, ao ocorrer uma interrupção não programada na produção, o responsável, por meio do celular, acessa o gêmeo digital da máquina, que fornece informações em tempo real como indicadores de desempenho, histórico de interrupções anteriores, resoluções anteriores, etc. De posse dessas informações, é realizado o reparo para que a máquina volte a funcionar o mais rápido possível.

Para ele, apesar de o objetivo em curto prazo ser reduzir o tempo médio de reparo, o ganho de valor é bem maior.  “O grande retorno é intangível porque o processo da gestão do conhecimento vai crescendo ao longo do tempo dentro da empresa. A gente vai trazer a maior massa de valor à medida que isso for rodando e a gente for preparando melhor a qualidade dos dados, preparando a Inteligência Artificial para que trabalhe de forma mais assertiva”, explicou. Na opinião de Bajur, o projeto ajudou a pivotar a Arkmeds, que passou a mirar um mercado muito maior, passando de empresa de software de manutenção a “empresa que promove a transformação digital, conectando os ativos reais aos seus gêmeos digitais”.

De acordo com o engenheiro de processos da MWM, Fernando Cavalcante Venturoso, a solução possibilita ainda a tomada de decisão mais precisa, com um processo estruturado. “Isso ajuda o manutentor a prever falhas, programar manutenções de forma antecipada, realizar outras manutenções antes do tempo previsto, enfim, trabalhar com redução de riscos e maior produtividade”.

De acordo com Venturoso, “as atividades de manutenção sem planejamento podem gerar até 65% de desperdício de tempo. Com o projeto, a aquisição de dados foi facilitada e a expectativa é atuar diretamente nas reduções de tempo gasto com instruções, deslocamento, atrasos no início das atividades, ociosidade, início tardio ou término adiantado. A meta agora é aumentar a produtividade em até 33%”.

Edital de Autopeças 4.0
O edital foi lançado em 2020 pela ABDI para estimular a transformação digital na cadeia de autopeças e o processo de digitalização do setor, por meio de uma parceria entre um fornecedor e uma empresa âncora. “O setor de autopeças é muito importante porque tem interações com outros setores, o que permite que o desenvolvimento de uma solução traga ganhos para toda a cadeia”, explicou o gerente de Difusão de Tecnologias da ABDI, Bruno Jorge.

Ao todo foram investidos R$ 1,2 milhão em recursos da ABDI, divididos entre quatro projetos. “O fato de o projeto ter sido concebido em parceria permite que o ganho aconteça na relação entre empresa-âncora e fornecedor. O fornecedor tem outros clientes, o que multiplica a potencialidade da tecnologia. A âncora, por sua vez, adquire uma cultura e uma competência de fazer projetos de parceria com seus fornecedores”, afirmou.

Fonte: ABDI

PRECISAMOS DE CIDADES COMPACTAS E ELETRIFICADAS PARA FREAR AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

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Reduzir as emissões de gases de efeito estufa do transporte urbano para limitar o aumento da temperatura global em 1,5 °C só é possível por meio da combinação de estratégias para promover cidades compactas e para induzir a adoção de veículos elétricos.

Estudos diversos vêm indicando que, para evitar que a temperatura global suba mais de 1,5° C, deve haver uma grande queda nas emissões de gases de efeito estufa (GEEs). Para isso, é preciso desenvolver cidades compactas para pedestres, ciclistas e usuários do transporte público, bem como adotar, de forma rápida e estratégica, veículos elétricos.

O novo estudo O Cenário de Cidades Compactas Eletrificadas, desenvolvido pelo Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP) e pela Universidade americana UCDavis, destaca que somente com a combinação de estratégias para promover cidades mais compactas e para induzir a adoção de veículos elétricos, será possível reduzir as emissões cumulativas de gases de efeito estufa do transporte urbano de passageiros até 2050. Essa combinação reduziria as emissões do setor em cerca de 50% nos próximos 30 anos, pouco abaixo do que é necessário para limitar os danos iminentes das mudanças climáticas.

Durante a última Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26), foram estabelecidas iniciativas a serem seguidas pelos países signatários para redução da emissão de gases de efeito estufa. Entre elas, os veículos elétricos foram apontados como uma possível solução. Um acordo multilateral — assinado por instituições do setor público e privado — comprometeu-se a realizar a transição necessária para que 100% dos novos veículos vendidos no mundo todo até 2040 tenham tecnologia com zero emissões. Quinze países também assinaram um compromisso separado para atingir 100% de vendas de caminhões e ônibus novos com emissão zero até 2040. Embora a eletrificação, principalmente de veículos individuais, seja um passo importante, por si só não é suficiente para enfrentar a crise climática.

Em Santiago, Chile, os ônibus elétricos emitem menos gases de efeito estufa e poluem menos que outros modelos

A eletrificação tem sido frequentemente apontada como uma solução fácil que aliviará a carga de gases de efeito estufa emitidos pelos veículos. Não é bem assim. A eletrificação extensiva de veículos particulares é capaz de promover apenas parte da redução necessária. No entanto, é necessário combinar esta estratégia com a promoção de cidades compactas e acessíveis. Com essa abordagem coordenada, as emissões de gases de efeito estufa do transporte urbano de passageiros pode ser reduzidas em 59 gigatoneladas (Gt) CO2-e até 2050.

Em 2015, o transporte urbano de passageiros representou aproximadamente 10% de todas as emissões antrópicas (produzidas como resultado da ação humana) de gases de efeito estufa globais, mas as emissões têm aumentado constantemente à medida que se torna mais fácil adquirir veículos particulares nas economias emergentes. Para cumprir as metas do Acordo de Paris, manter o aquecimento abaixo de 1,5 °C e evitar as mudanças climáticas catastróficas, as emissões cumulativas de dióxido de carbono equivalente do transporte público urbano devem cair aproximadamente 54 Gt nos próximos 30 anos em relação à tendência atual.

As cidades compactas não são apenas melhores para o meio ambiente, mas também proporcionam deslocamentos de maneira muito mais equitativa. Muitas famílias em países em desenvolvimento gastam até um terço de sua renda em transportes. No Brasil, o comprometimento do orçamento familiar com o transporte é de 13%, de acordo com o Ipea. Esse ônus financeiro impede que as pessoas ganhem mobilidade econômica e pode mantê-las presas em um ciclo de pobreza. Cidades compactas são mais caminháveis, permitindo que as pessoas se desloquem para os destinos a pé ou com transporte público.

Cidades compactas são aquelas construídas em torno do transporte público e da mobilidade a pé e por bicicleta. Ao libertar as pessoas de sua dependência de automóveis, as cidades compactas oferecem aos moradores e visitantes um local em escala humana para explorar e se mover com segurança

O desenvolvimento de centros urbanos compactos e densos exige políticas sobre o uso do solo, incentivos para melhoria da infraestrutura para pedestres, ciclistas e usuários de transporte público, além de estratégias para o desincentivo ao uso de automóveis. Em cidades compactas e de uso misto, as pessoas vivem a distâncias curtas de suas necessidades diárias, o que significa que podem caminhar ou pedalar até elas. Essas cidades também tornam o transporte público mais eficiente por terem mais destinos (como moradias, empregos e serviços) nas redondezas das estações de transporte público, além de distâncias mais curtas entre as estações. Algumas cidades que adotaram essas medidas em suas políticas de uso do solo são Kigali, em Ruanda; Paris, na França; Singapura; Portland, nos EUA; e Curitiba, no Brasil.

“As nossas cidades foram planejadas para o uso do carro, e por isso é muito comum as pessoas acharem que a solução para o problema dos transportes e das emissões seria a eletrificação de carros particulares. Mas isso não resolverá o problema”, afirma Clarisse Cunha Linke, diretora executiva do ITDP Brasil. Jacob Mason, do ITDP, um dos autores do relatório, complementa a ideia: “O mundo precisa aplicar a mesma energia e dedicação para construir cidades compactas. Caminhar, pedalar e usar transporte público são igualmente importantes se quisermos manter as mudanças climáticas abaixo de níveis catastróficos.”

Fonte: ITDP