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5 GRANDES AÇÕES PARA FINANCIAR A RETOMADA VERDE NAS CIDADES BRASILEIRAS

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Um futuro mais próspero, resiliente e inclusivo nas cidades brasileiras depende de uma retomada verde. Com investimentos urbanos sustentáveis, o Brasil pode conciliar a recuperação da economia no curto prazo com a transição gradual para uma trajetória de desenvolvimento de baixo carbono. Mas como financiar essa oportunidade?

O WRI Brasil tem tratado desses caminhos com parceiros em diversas iniciativas e discussões sobre o tema. É o caso dos Diálogos sobre Finanças Sustentáveis e Recuperação Verde no Brasil organizados com a Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) e a Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), e de estudos recentes, em parceria com a GIZ e com a Coalition for Urban Transitions. A seguir, compartilhamos cinco ações com grande potencial para viabilizar a retomada verde e o financiamento das ações necessárias.

1. Pacotes de recuperação verde focados em cidades

A crise gerada pela pandemia de Covid-19 retraiu a economia, com queda de 4,1% do PIB em 2020. No mesmo ano, houve recuo de 7,9% do emprego, atingindo especialmente o trabalho informal. A renda média do brasileiro também sofreu redução na comparação com os níveis pré-pandemia, especialmente na metade mais pobre da população.

Diante das repercussões socioeconômicas da pandemia, o Brasil aprovou um conjunto de medidas de estímulo fiscal que totalizou US$ 224 bilhões entre 2020 e 2021. A maior parte desse esforço, entretanto, não promove a descarbonização da economia ou o fortalecimento da resiliência climática em cidades. Pacotes de estímulo que coordenem e direcionem as iniciativas para a retomada econômica e a criação imediata de renda e emprego são fundamentais, mas precisam estabelecer as bases para um desenvolvimento de baixo carbono e sustentável.

Direcionar ações no curto prazo para recuperação verde em cidades pode ajudar a iniciar a trajetória de desenvolvimento urbano sustentável. Também permitiriam mapear, desde já, as estratégias de financiamento aderentes às necessidades dos municípios, além de identificar potenciais lacunas de implementação, facilitando o caminho para uma ação climática mais abrangente no longo prazo.

Isso exige um olhar sistêmico de todos os atores envolvidos. Em geral, os mecanismos e instrumentos de financiamento para investimentos sustentáveis são desenvolvidos de forma isolada no Brasil, sem coordenação entre ações políticas, atuação do sistema financeiro e setores econômicos cruciais. Para materializar as oportunidades da recuperação verde, os pacotes, planos e estratégias de recuperação precisam envolver cooperação entre governo federal, governos locais, instituições financeiras e setor privado, considerando conjuntamente fatores econômicos, políticos, financeiros, ambientais e sociais. Assim, evita-se que as soluções criadas enderecem somente às necessidades de um determinado grupo ou setor, em desalinho com o planejamento e as diretrizes de desenvolvimento dos municípios.

Um exemplo disso é o Plano Municipal de Desenvolvimento Econômico (PMDE) lançado pela prefeitura de São Paulo em 2022. A elaboração do plano começou em 2019 e foi ajustada para responder aos impactos da pandemia na cidade. Ações de curto, médio e longo prazo visam impulsionar uma recuperação econômica e estabelecer as bases para um desenvolvimento mais inclusivo e sustentável na capital paulistana. A colaboração com o setor privado e a sociedade civil ao longo da elaboração contribuiu para identificar as necessidades desses grupos, especialmente nas periferias, e abriu espaço para sugestões conjuntas que, alinhadas às ações do setor público, buscam promover uma estratégia integrada de desenvolvimento.

2. Priorização à infraestrutura urbana sustentável

Há um passivo histórico e crescente de infraestrutura e serviços urbanos nas cidades brasileiras. Saná-lo com investimentos em infraestrutura urbana sustentável tem um grande potencial para ajudar a promover a recuperação verde – e ainda pode dar às cidades acesso a novas fontes de recursos. É o caso do financiamento verde e climático, que vem sendo ampliado após o Acordo de Paris. Entre 2017 e 2018, em média US$ 384 bilhões foram direcionados anualmente ao financiamento climático urbano por atores públicos e privados no mundo.

De acordo com o Banco Mundial, cada US$ 1 investido em infraestrutura resiliente em países de baixa e média renda gera US$ 4 em benefícios socioeconômicos. Os setores de construção civil, transportes e gestão de resíduos, energia, tecnologia da informação e comunicação e adaptação às mudanças climáticas (como soluções baseadas na natureza) são os setores com maior potencial de conjuntamente proporcionar crescimento econômico e impactos sociais, ambientais e climáticas positivos, segundo estudo recente da GIZ e da SITAWI Finanças do Bem. Outro estudo, da Coalition for Urban Transitions, estimou que medidas de baixo carbono em cidades considerando apenas os setores da construção civil, transportes e gestão de resíduos seriam capazes de reduzir em até 88% as emissões urbanas de gases do efeito estufa (GEEs) até 2050. Ou seja, uma ação coordenada de todos esses setores pode gerar um grande impacto no longo prazo.

3. Equilíbrio nas contas municipais

As cidades têm nas operações de crédito uma das principais formas para viabilização dos investimentos em infraestrutura. Para que consigam materializar os investimentos necessários e garantir a sua sustentabilidade no longo prazo e o custeio deste endividamento, os municípios precisam garantir saúde financeira. Por isso, é crucial que implementem ações que gerem receitas locais coordenadas com a gestão eficiente do espaço urbano. Um exemplos disso são a Outorga Onerosa do Direito de Construir (OODC) e a Contribuição de Melhoria. Também é essencial garantir o uso eficiente de recursos, com a coordenação dos projetos, programas e planos setoriais com o planejamento e a execução orçamentária, direcionando maiores esforços para a alocação de recursos para a elaboração de projetos que promovam o desenvolvimento urbano sustentável, alinhados com o descrito no item 2.

A médio e longo prazo, é essencial promover a reforma fiscal municipal e federal, equilibrando a distribuição das receitas tributárias e alinhando incentivos fiscais ao objetivo de promover uma economia de baixo carbono e inclusiva.

4. Qualificação da atuação das IFDs em prol de projetos sustentáveis em cidades

Em 2021, as Instituições Financeiras de Desenvolvimento (IFDs) nacionais foram responsáveis por quase 99% do crédito a municípios brasileiros. Essas instituições favorecerão a retomada verde em cidades, no curto prazo, caso adaptem seus produtos financeiros às necessidades dos municípios brasileiros e dos setores prioritários de infraestrutura urbana. Podem fazê-lo simplificando e homogeneizando processos e critérios de concessão do crédito, a exemplo da linha Municípios Sustentáveis da Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia). No longo prazo, as IFDs nacionais podem criar produtos específicos e mais abrangentes, como fundos de garantia para investimentos urbanos de baixo carbono.

Players essenciais no financiamento do investimento em cidades, os bancos de desenvolvimento nacionais precisam conectar as cidades a oportunidades de financiamento com baixo custo. Mas essas instituições têm limitações na capacidade de financiamento. Para superar este entrave, podem recorrer a operações triangulares, captando recursos junto a bancos de desenvolvimento bilaterais e multilaterais e a fundos verdes e climáticos.

Operações do tipo já têm sido feitas para outros públicos. Em 2021, o Banco Europeu de Investimento (BEI) e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) firmaram acordo para facilitar o financiamento a micro, pequenas e médias empresas afetadas pelo Covid-19 no sul do Brasil. A iniciativa pode ser replicada com foco em cidades e investimentos urbanos para a retomada verde. No longo prazo, operações de triangulação podem viabilizar programas mais estruturantes e abrangentes com foco climático, como é o caso do Projeto Sul Resiliente estabelecido pelo Banco Mundial e pelo BRDE para financiar projetos municipais integrados de resiliência urbana.

5. Capacitação técnica para a estruturação de projetos urbanos sustentáveis

Um dos principais entraves para o financiamento urbano sustentável no Brasil é a baixa capacidade técnica dos governos para elaborar projetos sustentáveis, que possam ser financiados tanto pelo setor público quanto pelo setor privado. Instituições financeiras e facilities de projetos têm iniciativas pontuais às quais os municípios podem recorrer no curto prazo para adaptar e qualificar projetos existentes. No entanto, é necessário promover apoio amplo e contínuo aos municípios, por exemplo, por meio de um programa nacional que vincule os esforços existentes e coordene novas ações a partir das melhores práticas.

Também é importante garantir condições financeiras para a estruturação de projetos. Estudos indicam que, em países em desenvolvimento, a fase de estruturação representa entre 5% e 10% do custo total do projeto. Pode-se criar ou adaptar fundos específicos para financiar a elaboração de projetos urbanos de baixo carbono. No curto prazo, cidades e financiadores devem priorizar a implementação de investimentos já previstos. Para projetos ainda não implementados ou em estágio inicial de implementação, caso haja espaço para renegociações, uma ação estratégica é adaptá-los para que se tornem mais verdes.

gráfico com resumo de ações citadas neste artigoAções para destravar o financiamento do investimento sustentável em cidades

Menos emissões, mais resiliência e qualidade de vida

O financiamento do desenvolvimento urbano é um entrave de longa data no Brasil – situação agravada pela Covid-19 e pela emergência climática. O país pode responder a esses desafios por meio de uma recuperação verde. No curto prazo, as ações elencadas acima podem promover alívio social combinado à urgente mitigação e promoção da resiliência. Também são uma forma de testar caminhos para a ação climática em cidades, iniciando a transição para um desenvolvimento urbano de baixo carbono. Com o envolvimento de diversos setores e níveis de governo, é possível viabilizar recursos tão necessários para a superação das lacunas de infraestrutura urbana no Brasil e garantir mais qualidade de vida para a população no presente e no futuro.

Fonte: WRI Brasil

TRANSPORTE COLETIVO: INOVAÇÃO E DISRUPÇÃO DO SETOR SERÃO DEBATIDOS NO PMU

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Transformar a mobilidade urbana nas cidades passa pela renovação do setor de transporte coletivo e o Parque da Mobilidade Urbana traz debates, exposições e muito conteúdo para guiar o setor

Em médias e grandes cidades é muito comum que a população associe o tema transporte coletivo primeiramente à problemas de superlotação, falta de condições, baixa qualidade de serviço e à poluição ambiental. Esta imagem que os cidadãos carregam é  natural  de situações dos anos 80 até meados do ano 2000. A realidade, porém, está mudando, fruto de um movimento que coloca cada vez mais os diversos modais de transporte no centro das discussões de mobilidade urbana nas cidades.

Hoje, o transporte coletivo, realizado por ônibus municipais e intermunicipais, representa 24% do total de viagens realizadas, com 44,7% do total da distância percorrida e 27% da energia consumida, segundo dados da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP). Entretanto, considerando o avanço da pauta de mobilidade sustentável, e a qualificação dos sistemas de transporte nos últimos anos, estes números podem aumentar.

Transporte coletivo é sinônimo  de melhoria da mobilidade urbana

Discussões recentes já atestam que priorizar o transporte público em relação aos veículos individuais é muito benéfico para as cidades devido à redução de emissão gases de efeito estufa, à redução de engarrafamentos, pois veículos coletivos ocupam menos espaços; além da possibilidade de atender maior número de cidadãos e impulsionar a economia, gerando empregos.

Entretanto, é possível avançar ainda mais nos benefícios à mobilidade urbana e às cidades, ao ampliarmos as ações para a descarbonização dos sistemas de transporte coletivo, com a substituição dos veículos atuais para modelos mais modernos, seguros e sustentáveis, que se utilizam de energia elétrica (pura ou de forma híbrida), reduzindo a poluição ambiental e sonora nas cidades e proporcionando qualidade de vida aos cidadãos.

A Prefeitura de São Paulo assinou parceria com a Enel X para projeto de eletrificação da frota de ônibus da cidade até 2024. Pelo acordo, a Enel X auxiliará no financiamento de aquisição de ônibus elétricos pelas concessionárias que operam as linhas municipais da SPTrans. A empresa tem também atuado fortemente em outras cidades brasileiras, com análises técnicas e econômicas, sendo a responsável também pela  infraestrutura de recarga dos veículos utilizados nos projetos de mobilidade elétrica urbana nas cidades de Curitiba (PR) e Angra dos Reis (RJ).

A pauta para a disrupção do sistema de transporte coletivo passa ainda por muitos temas como, os custeios para a transformação do setor e as inovações nos contratos de concessões atuais. Porém, é fato que o cenário mudou muito e hoje o ecossistema para a transformação do setor está repleto de bons atores públicos, institucionais e privados, atuando juntos para a criação de soluções e planos para atingirmos níveis internacionais de qualidade do sistema de transporte coletivo.

Exposição de ônibus elétricos

A segunda edição do Parque da Mobilidade Urbana, que será realizada entre os dias 22 e 24 de junho no Pavilhão Pacaembu, em São Paulo, possibilitará uma experiência única no universo da mobilidade. No tema de transporte coletivo, por exemplo, o evento trará exposição de ônibus elétricos e painéis que abordam os principais temas para a melhorias do setor, contando com a curadoria do WRI Brasil.

Para saber mais sobre o Parque da Mobilidade Urbana, acesse aqui.

Fonte: Mobilidade Estadão

SUMMIT MOBILIDADE ESTADÃO 2023: INSCRIÇÕES GRATUITAS! PARTICIPE

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Especialistas debatem caminhos para ampliar infraestrutura e inclusão

Começa hoje, 31, o Summit Mobilidade 2023, a partir das 9h. A inscrição é gratuita e pode ser feita no site da Sympla. A edição deste ano terá como tema “Inovação e infraestrutura: os caminhos para uma mobilidade sustentável e inclusiva”.

A jornalista Joyce Ribeiro será a mestre de cerimônias do evento, organizado pelo Estadão. Especialistas em mobilidade, políticos e representantes de entidades da área fazem parte da lista de convidados, além de editores do Estadão.

O Summit Mobilidade deste ano será realizado em apenas um dia, ao contrário das edições anteriores. O evento discutirá grandes temas da atualidade, como a descarbonização dos meios de transporte e a infraestrutura de mobilidade.

Além disso, ao longo do dia, também serão debatidas questões sobre o financiamento no transporte em tempos de crise e a mobilidade além do asfalto.

Summit Mobilidade: programação

Summit Mobilidade Estadão 2023: Inscrições gratuitas! Participe
Pela manhã, evento discutirá desafios atuais. Para a tarde, a programação foca em inovação e futuro. Foto: Divulgação

9h – Abertura
9h10 – Palestra Descarbonização dos meios de transporte
9h55 – Painel Infraestrutura de mobilidade: do corredor de ônibus aos postos de recarga, o que falta para o Brasil dar um salto de qualidade?
10h50 – Painel complementar: Soluções para a redução da pegada de carbono no setor automotivo
11h25 – Painel Financiamento do transporte em tempos de crise
12h20 – Painel complementar

12h50 – Intervalo

14h30 – Palestra Tecnologias para um transporte mais inclusivo
15h15 – Painel Informação que transforma: data analytics para modernizar a conexão entre pessoas e cidades
16h10 – Painel Mobilidade além do asfalto: novos modais para acelerar a transformação do país e das cidades
17h05 – Painel complementar:
17h35 – Premiação Vozes da Mobilidade
18h – Eldorado Session

SETOR DE SANEAMENTO RESPIRA, MAS AINDA CONVIVE COM O ESPECTRO DO RISCO REGULATÓRIO

Emenda que propõe a criação de mais um órgão regulatório é rejeitada pelo relator da MP 1154, e as próximas 48 horas serão decisivas

O setor de saneamento ficou aliviado com o relatório da Medida Provisória 1154, conhecida como a MP da Reestruturação dos Ministérios, apresentado nesta terça-feira, 23, pelo deputado Isnaldo Bulhões Jr. (MBD-AL). Editada em janeiro pelo governo, a MP fixa em 31 o número de ministérios, e dá a outros seis órgãos status ministerial. A legislação inclui, ainda, uma série de mudanças em autarquias e órgãos regulatórios, e afeta a Agência Nacional de Águas (ANA).

A preocupação principal do setor de águas e esgotos era a possibilidade de criação de um departamento, sob controle do Ministério das Cidades, com poder regulatório sobre o saneamento. A medida, na visão das empresas, criaria uma estrutura regulatória complexa, com departamentos sobrepostos em diferentes ministérios. Em relatório divulgado ontem, o banco Itaú BBA classificou essa possibilidade como “uma grande ameaça ao setor de saneamento”.

Nesta quarta-feira, 24, o Itaú BBA divulgou novo relatório, dessa vez com um tom mais otimista, embora cauteloso: “Um pequeno sinal de alívio”, diz o documento. A apresentação do relatório sem a criação de mais um órgão regulatório traz um respiro para empresas e investidores, porém, ainda há risco.

“Apesar da probabilidade de inclusão da proposta parecer pequena, não é inexistente”, diz o banco. Isso porque, após a leitura do relatório, começou o prazo de 48 horas para discussões adicionais antes de levar a MP para votação na Câmara, o que precisa acontecer, necessariamente, até o dia 1º de junho.

O medo do retrocesso

O pano de fundo dessa discussão é o receio, por parte das empresas do setor e do mercado, de que o governo altere significativamente o Marco do Saneamento. Aprovado em 2020, o marco trouxe um novo modelo de parceria entre setores público e privado para o investimento em saneamento, e abriu a possibilidade de gerar bilhões em investimentos. É também a grande esperança de universalização do saneamento no Brasil, um problema histórico, que afeta quase metade da população brasileira.

Dados do Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento mostram que, no Brasil, o sistema de esgoto atende 55,8% da população, porcentual que subiu apenas 2 pontos porcentuais desde 2010. O acesso á água também não é universalização, alcançando somente 84,2%, com uma variação de 3 pontos porcentuais na última década.

Apesar da pequena vitória na MP 1154, outra medida que preocupa o setor não foi revogada. A ANA, que desde 2020 é responsável pela regulação do mercado, se aprovada a MP, retornará ao Ministério da Integração Nacional e Desenvolvimento Regional (MIDR). O Marco do Saneamento havia transferido a agência para o Ministério do Meio Ambiente. O receio é de que, com tantas idas e vindas, a ANA perca independência.

Fonte: Exame

REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS E A SUSTENTABILIDADE HUMANA

Os negócios precisam tornar-se mais sustentáveis para que seu verdadeiro Propósito Transformador Massivo seja um dia alcançado, mas para isso, as empresas precisam trabalhar além dos objetivos focados apenas em maximizar seus lucros, é necessário a compreensão que sua perenidade vai depender cada vez mais de um equilibrado modelo de atuação ambiental, social e de governança (ESG).

Por: Silvio Rocha

Os negócios precisam tornar-se mais sustentáveis para que seu verdadeiro Propósito Transformador Massivo seja um dia alcançado, mas para isso, as empresas precisam trabalhar além dos objetivos focados apenas em maximizar seus lucros, é necessário a compreensão que sua perenidade vai depender cada vez mais de um equilibrado modelo de atuação ambiental, social e de governança (ESG).

O intrigante é que esse tema hoje conhecido como (ESG), mas que já vem a longa data sendo discutido dentro das organizações, ainda não recebeu a devida prioridade nos modelos de gestão, e isso reforça-se pela frase de Peter Drucker “O foco de qualquer negócio e a sobrevivência”, porém esse foco excessivo em não perder competitividade, coloca muitas vezes os esforços das organizações em uma única direção que é a produtividade para a sobrevivência, ao invés, de focar a produtividade para o crescimento sustentável.

As inovações que vem sendo impulsionadas pelas Revoluções Industriais podem trazer condições e fatores de diferenciação para a adaptabilidade das organizações neste contexto de mundo BANI: Brittle (frágil), Anxious (ansioso), Nonlinear (não linear) e (Incomprehensible (incompreensível) que ficou mais evidente após a pandemia da Covid-19.

Desta forma, podemos incluir previsões estratégias ou diretrizes de inovação e transformação digital dentro das ações de ESG:

Environmental (ambiental): refere-se às práticas corporativas voltadas ao meio ambiente, como por exemplo, temas relacionados ao aquecimento global, diminuição das emissões de carbono, poluição do ar e da água, desmatamento, gestão de resíduos, entre outros.

Social: está relacionado à responsabilidade social e ao impacto da empresa em benefício a comunidade com temas relacionados ao respeito aos direitos humanos, às leis trabalhistas, a diversidade, a segurança no trabalho, a proteção de dados e privacidade, entre outros.

Governança: está relacionado às políticas de administração da empresa como a conduta e ética corporativa, composição dos conselhos, práticas anticorrupção, auditorias, entre outras.

Pode parecer inútil ou mesmo desnecessário prever o futuro, e isto de fato é, visto que após algumas semanas ou meses tudo pode estar diferente. Entretanto, aqui as previsões estratégicas ou diretrizes tem efeito de preparação, ou seja, de compreender sinais e tendências para que as empresas possam enfrentar as incertezas com adaptabilidade.

 Então, falar sobre as revoluções industriais é essencial, entender suas inovações e transformações, mas principalmente compreender o que está por vir e quais seus impactos potenciais no curto, médio e longo prazo. E mesmo que não tenha grandes novidades, me arrisco a trazer uma visão a partir da 4º Revolução Industrial com um olhar para a sustentabilidade humana e desejo que você reserve um tempo para explorar criativamente esse tema além do que trago aqui, pois é importante ter uma nova percepção dos sinais do presente.

Apenas para fins de introdução e contexto, relato em uma única frase a essência de cada revolução da primeira até digamos a que antecedeu a 4ª Revolução Industrial.

  • (Industria 1.0) 1780 – Mecanização  Produção industrial baseada em máquinas movidas a água e vapor;
  • (Industria 2.0) 1870 – Eletrificação  Produção em massa usando linhas de montagem;
  • (Industria 3.0) 1970 – Automação  Automação usando eletrônicos e computadores;
  • (Industria 3.5) 1980 – Globalização  Offshoring da produção para economias de baixo custo;

O termo Industria 4.0 também conhecido como 4ª Revolução Industrial foi introduzido em 2011 pelo Communication Promoters Group da Industry Science Research Alliance para descrever a ampla integração da tecnologia da informação e comunicação na produção industrial. A indústria 4.0 introduz a digitalização, caraterizado principalmente pelo amplo uso de dispositivos conectados, pela análise de dados e pelas tecnologias de inteligência artificial para automatizar ainda mais os processos e apoiar na tomada de decisão orientada a dados.

O ambiente dinâmico e a complexidade resultante significam que as empresas precisam tomar decisões melhores e mais rápidas se quiserem permanecer competitivas no longo prazo. As práticas comerciais atuais muitas vezes falham em lidar com esse desafio e correm o risco de perder o ponto de controle de seu negócio principal. Os processos de tomada de decisão podem levar semanas ou até meses e as decisões costumam ser baseadas em um sentimento intuitivo ou dados muitas vezes não confiáveis, e não em dados íntegros e concretos.

Muitos funcionários e tomadores de decisão regularmente precisam gastar tempo procurando e esperando pelas informações certas. Estes são apenas alguns exemplos para ilustrar as principais deficiências que existem atualmente e o potencial para uma transformação de longo alcance.

O principal potencial econômico da Indústria 4.0 reside em sua capacidade de acelerar os processos de tomada de decisão e adaptação dos negócios. Isso se aplica tanto a processos para aumentar a eficiência em engenharia, manufatura, serviços, vendas e marketing quanto a industrias inteiras ou modelo de negócios.

Para nosso entendimento neste artigo vamos fechar o conceito de Industria 4.0 como “Tomada de decisão ágil e precisa com alto volume de dados em tempo real, comunicação multilateral e interconexão entre sistemas ciber-físicos e pessoas”. A disponibilidade de grandes quantidades de dados e informações a preços acessíveis e, se necessário, em tempo real, permite um melhor entendimento de como as coisas se relacionam e fornece a base para processos de tomada de decisão mais rápidos.

Com uma estrutura organizacional adequada, isso permite que as empresas reajam mais rapidamente aos mercados cada vez mais dinâmicos, sejam mais rápidas nos desenvolvimentos de novos produtos e que precisam estar ajustados aos requisitos de seus clientes e levem esses produtos ao mercado exponencialmente mais rápido. A interconexão dos componentes tecnológicos e em particular organizacionais permite atingir a agilidade que é a capacidade chave exigida pelas empresas da Indústria 4.0.

Esta transformação digital, cultural e organizacional é uma das oportunidades mais importantes para as empresas na Indústria 4.0. Claro, as empresas só serão capazes de aproveitar todo o potencial dessas transformações se implementarem as práticas adequadas aos seus processos de negócios, se as tomadas de decisão e a análise de dados forem visíveis, ágeis e transparentes em toda a empresa.

Agilidade é uma característica estratégica que se torna cada vez mais importante para empresas de sucesso. Nesse contexto, agilidade denota a capacidade de implementar mudanças em tempo real, incluindo mudanças sistêmicas fundamentais no modelo de negócios, permitindo adaptabilidade organizacional. Quanto mais rápido uma organização puder se ajustar a um evento que causa uma mudança em suas circunstâncias, maiores serão os benefícios e os resultados das adaptações.

Já temos sinais da quinta revolução industrial, ou indústria 5.0, também é conhecida como sociedade 5.0 que terá como foco a cooperação entre o homem e a máquina, uma vez que a inteligência cognitiva humana irá trabalhar em harmonia com a computação cognitiva (robôs de todos os tipos, software e hardware), ressignificando o papel humano em todos os contextos da sociedade.

A indústria 5.0 coloca foco em novos modelos de negócios, sendo mais social e ambientalmente sustentável. As relações entre empresas, clientes, governos, homem e tecnologia se transformam, trazendo todo o potencial humano aliado a tecnologia, e a colaboração permanecerá sendo o fator de vantagem competitiva e as novas formas de trabalho serão evoluídas para fornecer tarefas de valor agregado, levando à customização de produtos e serviços (personalização em massa).

A participação e influência das pessoas em todos os negócios deve permanecer importante, pois a proposta da quinta revolução industrial é equilibrar o uso das tecnologias na relação humana e sua aplicabilidade a serviço da melhoria da vida.

Alguns sinais da indústria 5.0 nos dias atuais:

  • Sociedade 5.0 (PIB pelo consciente intelectual, Experiência do cliente/colaborador e capitalismo consciente)
  • Tecnologia para a Sustentabilidade (ESG)
  • Conectividade onipresente 5G
  • Explorar soluções (open) de forma colaborativa com clientes, fornecedores, sociedade, startups, entre outras partes;
  • Utilizar a Inteligência Artificial para vencer as barreiras de regulações;
  • Extrair soluções da abundância de dados que hoje é um produto muito valioso e pode gerar novos negócios;
  • Gerar a melhor experiência digital para todo o ecossistema.

Entretanto, é necessário adaptações para a transição da indústria 4.0 para a 5.0, principalmente na preparação das pessoas, seja na sociedade ou nas organizações publicas e privadas, aqui podemos destacar algumas das propostas para essa transição:

  • Adaptar a cultura e as estruturas organizacionais aos novos valores;
  • Mudar a mentalidade, passando a valorizar as pessoas pela suas formações, experiências, habilidades e competências ao invés de cargos, posições ou influências políticas;
  • Investir fortemente na alfabetização digital da sociedade e dos colaboradores, desenvolvendo competências e habilidades para o uso adequado das novas tecnologias;
  • Tomar decisões orientadas a dados de forma ética e ecológica (que seja equilibrada);
  • Inovar precisa ser um processo continuo, transversal e natural;
  • Considerar os impactos sociais e ambientais em qualquer atividade produtiva, atuando constantemente para minimizar impactos negativos.

Com essa introdução a indústria 5.0 e contextualização da sua aplicabilidade, destacamos seu propósito que é alavancar a criatividade, o pensamento crítico e cognitivo humano para colaborar com máquinas poderosas, inteligentes e precisas, vislumbrando novas abordagens de trabalho, mas resilientes, sustentáveis e centradas no ser humano, propiciando uma transformação para uma sociedade digital.

Como vimos aqui, essa transformação está em curso, mas o investimento em tecnologias emergentes pode acelerar essa mudança, alguns exemplos dessas tecnologias são:

  • Inteligência Artificial
  • Edge computing
  • Biotecnologia
  • Machine Learning
  • Cobots (robôs colaborativos)

Entretanto, essas implementações de tecnologias devem sempre acompanhar um processo de gestão de mudança, principalmente no que se refere á capacitação da força de trabalho, pois é preciso que as pessoas entendem os motivos e saibam lidar com as novas ferramentas tecnológicas para aproveitá-las da melhor forma possível.

100% dos clientes são pessoas. 100% dos funcionários são pessoas. Se você não entende de pessoas, você não entende de negócios. –Simon Sinek. 

Fonte: Brazilab

CAF E CONSÓRCIO LATIN AMERICA SMART CITIES AVANÇAM NO DIAGNÓSTICO DE TRANSFORMAÇÃO DIGITAL DE CIDADES BRASILEIRAS

Buscando expandir sua atuação no Brasil, instituição contratou Consórcio de empresas especializadas no tema de cidades inteligentes no Brasil

O CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina é uma instituição financeira multilateral que tem como missão apoiar o desenvolvimento sustentável de seus países acionistas e a integração da América Latina e Caribe. Nesse sentido, o banco vem trabalhando há vários anos nas questões relacionadas à transformação digital de cidades, inclusive no Brasil, onde as iniciativas ocorrem tanto ao nível da implantação de infraestruturas de conectividade em cidades grandes e médias, como em questões de fortalecimento institucional nas cidades por meio da utilização de tecnologias avançadas.

Atento aos desafios relacionados sobretudo à escassez de recursos de parte dos governos locais para estruturar programas de impacto para a transformação digital, o CAF mobilizou recursos de cooperação técnica para apoiar municípios brasileiros no entendimento de seus desafios sobre a temática, por meio da aplicação de um diagnóstico padronizado, que leva em consideração os principais indicadores internacionais para Cidades Inteligentes.

A partir de uma metodologia desenvolvida exclusivamente para esse fim, 8 municípios de diferentes regiões do país foram selecionados de diferentes regiões do país, tendo sido iniciados no mês de março os trabalhos de levantamento e sistematização de dados e informações. Os municípios selecionados foram: Belém (PA), Boa Vista (RR), Rondonópolis (MT), Palmas (TO), Vitória da Conquista (BA), Foz do Iguaçu (PR), Guarapuava (PR), Caxias do Sul (RS).

O trabalho conta com o apoio do Consórcio Latin America Smart Cities, que reúne as principais consultorias brasileiras dedicadas ao tema de Cidades Inteligentes – SPIn Soluções Públicas Inteligentes, Bright Cities e Connected Smart Cities. A partir das informações recolhidas no diagnóstico, três desses municípios avançarão para uma etapa de elaboração de projetos que respondam aos principais desafios identificados.

Sobre o CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina

O CAF – banco de desenvolvimento da América Latina – tem a missão de promover o desenvolvimento sustentável e a integração regional, financiando projetos nos setores público e privado, prestando cooperação técnica e outros serviços especializados. Fundado em 1970 e atualmente formado por 21 países -19 da América Latina e Caribe, juntamente com Espanha e Portugal- e 13 bancos privados, é uma das principais fontes de financiamento multilateral e um importante gerador de conhecimento para a região. Mais informações em www.caf.com.

Sobre a SPIn Soluções Públicas Inteligentes Consultoria

Primeira Consultoria brasileira voltada exclusivamente ao movimento das Cidades Inteligentes, a SPIn concentra renomados especialistas e a mais avançada expertise em todos os campos do conhecimento necessários ao planejamento e à estruturação multidisciplinar de projetos para Smart Cities.

Sobre a Bright Cities

Com uma metodologia inovadora baseada na análise de dados, a Bright Cities é uma plataforma online que diagnostica a eficiência das cidades e indica as melhores soluções para melhorá-la, tornando-a mais inteligente todos os dias. A partir de uma ampla base de dados e de centenas de indicadores reconhecidos por entidades internacionais como a ONU (Organização das Nações Unidas) e ISO (Organização Internacional de Normalização), a ferramenta estabelece rankings comparativos, traça contextos regionais e identifica os principais desafios sociais e econômicos, independentemente do porte do município.

Sobre o Connected Smart Cities

Connected Smart Cities é reconhecida, desde 2015, como a principal plataforma de cidades inteligentes no Brasil, envolvendo empresas, academia, entidades e governos que têm por missão encontrar o DNA de inovação e melhorias que contribuem com a formação de cidades mais inteligentes e conectadas entre si, sejam elas pequenas ou megacidades. Para atingir este objetivo, unimos empresas e entidades de serviços e tecnologia de ponta, especialistas, startups, pesquisadores, universidades, governo e pessoas engajadas com a otimização das cidades do Brasil, buscando inspiração em soluções implantadas nas mais inteligentes cidades do mundo.

Crédito: CAF e Consórcio Latin America Smart Cities

MAIO AMARELO: O TRANSPORTE PÚBLICO É UM GRANDE ALIADO NA REDUÇÃO DAS VÍTIMAS DE TRÂNSITO

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O movimento Maio Amarelo é internacional e envolve cerca de 30 países, com o objetivo de conscientizar a sociedade quanto à adoção de comportamentos voltados para a segurança no trânsito.

A frase acima, tema do movimento Maio Amarelo deste ano, é um alerta para que todos nos conscientizemos da importância e da responsabilidade de cada um na preservação de vidas no trânsito. No Brasil, os índices de mortes por acidentes assustam: chegam a 33 mil pessoas/ano. 

Estejamos na condição de pedestres, ciclistas, motoristas de veículos individuais ou de coletivos, particulares ou de empresas, é necessário estarmos conscientes e atuantes no sentido de contribuir para o cumprimento da meta que pretende diminuir esses números pela metade, até o ano de 2028. Afinal, estamos falando de vidas.

O movimento Maio Amarelo é internacional e envolve cerca de 30 países, com o objetivo de conscientizar a sociedade quanto à adoção de comportamentos voltados para a segurança no trânsito. Aqui no Brasil, existe há 10 anos, por iniciativa do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) e conta com apoio de inúmeros órgãos do poder público e da sociedade civil. As estatísticas brasileiras apontam para uma redução de 30% nos acidentes de trânsito entre os anos de 2011 e 2021, mas, apesar deste ser um dado positivo, infelizmente ainda não dá para ser comemorado. Os acidentes de trânsito são a segunda causa de morte não natural evitável no País, e 90% deles são causados por fator humano. Os dados são da Abramet – Associação Brasileira de Medicina de Tráfego.

Nesse cenário, o recorde negativo fica entre os motociclistas, 35% do total de mortos. Já o positivo fica entre os passageiros dos ônibus com apenas uma, a cada 200 mortes no trânsito, representando cerca de 0,5% do total, segundo dados do Ministério da Saúde e do ONSV. Além de proteger o meio ambiente e reduzir congestionamentos, fica claro que a utilização do transporte público por ônibus também é fator de segurança. Em termos de acidentes por tipo de veículo, dados do Anuário Estatístico de Segurança Rodoviária 2010-2017, publicado pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, mostram que, nas rodovias federais, no ano de 2017, 49.710 acidentes envolveram automóveis; 26.969 ocorreram com caminhões; 16.090 com motos; e 2.081 com ônibus e micro-ônibus.

Dados divulgados pelo governo do Estado do Rio de Janeiro mostram que, entre 2011 e 2020, 20.780 pessoas morreram e 363.642 sofreram lesões por acidentes de trânsito só neste Estado. Isso significa cerca de sete óbitos e 100 pessoas lesionadas a cada 24 horas. Nosso País é o terceiro no ranking de sinistros de trânsito no mundo, e este é um destaque que não devemos e nem queremos manter.

Respeitar as normas de trânsito, utilizar equipamentos de segurança, como capacetes, faixas refletoras e, claro, cintos de segurança, evitar dirigir com sono ou após ingestão de álcool, são fatores importantes para os condutores de veículos. Pedestres também devem ser cuidadosos. Atravessar nas faixas, evitar sair para cruzar a via passando por trás de ônibus, caminhões, árvores ou postes são alguns dos comportamentos que devem ser observados. Todos, seja como condutores, caronas, pedestres ou passageiros de veículo coletivo, precisamos, cada vez mais, estar atentos às questões de educação, segurança e prevenção de acidentes no trânsito. Maio, mês em que foi criada a primeira Década de Ação pela Segurança no Trânsito (2011), já acendeu o sinal amarelo, para que cada um de nós, “No trânsito, escolha a vida”.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

JUNDIAÍ RECEBE CERTIFICAÇÃO ABNT

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Jundiaí acaba de receber a certificação pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, que atesta a conformidade de seus indicadores para serviços urbanos e qualidade de vida de acordo com a Norma ABNT NBR ISO 37120. O documento reforça à população a qualidade dos serviços públicos oferecidos, bem como a qualidade de vida aos moradores.

O anúncio ocorreu durante a cerimônia solene realizada nesta sexta-feira (26), no Paço Municipal de Jundiaí. Participaram do evento o Diretor de Certificação, Antônio Carlos Barros de Oliveira, o Coordenador de Certificação, Dênis Carvalho, o prefeito de Jundiaí, Luiz Fernando Machado e o gestor de Governo e Finanças (UGGF) José Antonio Parimoschi, além do gestor-adjunto Jones Martins entre outros.

Ao todo foram analisados e auditados 45 indicadores essenciais mais 14 índices de apoio. Com isso, o município paulista é o terceiro a obter essa certificação, que tem por objetivo estabelecer metodologias para a definição de um conjunto de indicadores criados a fim de mensurar o desempenho nas áreas avaliadas, além de apoiar a definição de políticas públicas para o município.

No total, 19 temas foram avaliados para alcançar a conformidade pela norma 37120, são eles: Água, Agricultura local/urbana e segurança alimentar, Economia, Educação, Energia, Esgotos, Esporte e Cultura, Meio Ambiente e mudanças climáticas, Finanças, Governança, Saúde, Habitação, População e condições sociais, Planejamento urbano, Recreação, Segurança, Resíduos Sólidos, Telecomunicações e Transporte.

A cidade de Jundiaí conquistou o nível BRONZE do processo de certificação da norma. A ABNT tem níveis de certificação diferenciados para os municípios, sendo o nível Bronze o inicial, evoluindo para Prata, Ouro e Platina e são concedidos a partir da avaliação de indicadores certificados em cada norma, sendo ligados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

“Desde 2017, quando assumimos a gestão de Jundiaí e implementamos o sistema de plataformas, buscamos a eficiência e a qualidade para os serviços públicos. Os bons indicadores são o resultado de todo o trabalho realizado pelas equipes. A certificação ISO chancela todo o esforço e empenho dos servidores e gestão”, comenta o prefeito Luiz Fernando Machado.

Solenidade de entrega da premiação aconteceu na Sala de Situação do Paço Municipal

E mais
Esta foi a primeira de três certificações que Jundiaí poderá receber, como os indicadores para cidades inteligentes (ABNT NBR ISO 37122) e cidades resilientes (ABNT NBR ISO 37123), além de ter a possibilidade de incluir mais indicadores na certificação que acaba de receber, de forma a atingir um nível mais elevado da certificação. Cada uma das três normas estabelece indicadores para os 19 temas, de acordo com o escopo de cada norma.

Para o Diretor de Certificação da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT, Antônio Carlos Barros de Oliveira, a partir da certificação, gestores públicos terão acesso a dados padronizados e auditados por um organismo independente, que serão utilizados para orientar decisões de gestão e planejamento. “O município de Jundiaí está entre as cidades certificadas por um processo internacional utilizado em 165 países do mundo, que seguem os padrões ISO. A ABNT como membro fundadora da ISO (International Organization for Standarlizatio), possui credibilidade para realizar certificações em todo o território nacional, atendendo aos diversos segmentos da indústria, comércio e serviços”, ressalta o diretor.

Indicadores para Cidades e Comunidades Sustentáveis
As cidades necessitam de indicadores para mensurar seu desempenho de forma a serem padronizados, consistentes e comparáveis entre si, buscando garantir qualidade de vida e sustentabilidade na implantação de políticas, programas e projetos que atendam às necessidades de seus habitantes.

“A gestão conta com o Observatório Jundiaí, para a disponibilização, não somente destes 59 indicadores certificados ISO, mas com 386 indicadores abertos para a população. Seja em números de Saúde, Educação, Serviços Públicos, Obras entre outros. A transparência é essencial para um planejamento eficiente”, detalha o gestor da Unidade de Gestão de Governo e Finanças (UGGF), José Antonio Parimoschi.

Para ajudar as cidades a atrair investimentos e impulsionar o desenvolvimento econômico com dados comparativos globais, a ABNT Certificadora desenvolveu um processo de certificação de indicadores baseado nas normas: ABNT NBR ISO 37120 – Indicadores para Serviços Urbanos e Qualidade de Vida, ABNT NBR ISO 37122 – Indicadores para Cidades Inteligentes e ABNT NBR ISO 37123 – Indicadores para Cidades Resilientes.

“Esse processo permite medir o desenvolvimento urbano sustentável, definir investimentos em infraestrutura com resultados mensuráveis, medir a gestão de desempenho de serviços urbanos e qualidade de vida ao longo do tempo. Além disso, facilita a troca de informações e projetos através do compartilhamento de informação, permitindo comparações por meio de uma vasta gama de indicadores de desempenho”, explica Antônio Carlos.

O trabalho desenvolvido pela Prefeitura de Jundiaí contou com a assessoria da Bright Cities, plataforma referência em diagnósticos de cidades no Brasil que possui uma metodologia exclusiva de acompanhamento do processo de certificação. Com o suporte da equipe de especialistas, a cidade pode ser a mais rápida no processo de coleta, padronização dos indicadores, criação das evidências com suporte total para todas as secretarias na gestão dos dados.

Fonte: Prefeitura de Jundiaí 

INICIATIVA BRASILEIRA PARA O MERCADO VOLUNTÁRIO DE CARBONO AVANÇA E VISA MEDIDAS PRÁTICAS

Com empresas parceiras, McKinsey coordena o conteúdo da Iniciativa Brasileira para o Mercado Voluntário de Carbono e planeja repositório de boas práticas, integridade e outras ações até a COP28

Iniciativa Brasileira para o Mercado Voluntário de Carbono, coordenada pela consultoria McKinsey e com uma dezena de empresas participantes, inicia a fase de implementação de ações que visam potencializar o financiamento de uma ampla restauração florestal e a geração de benefícios socioeconômicos para o Brasil a partir da geração de créditos de carbono.

A iniciativa, que começou em 2022 a partir de um esforço coletivo sobre o entendimento do potencial mercado de carbono no país, agora espera implementar mecanismos que acelerem a adoção de boas práticas a partir do desenho de um órgão de integridade, a participação em discussões internacionais e um repositório de transparência dos projetos, compradores, entre outros.

Segundo Henrique Ceotto, sócio da McKinsey, a nova fase pretende gerar ações práticas a partir da estruturação nas duas fases anteriores (de diagnóstico e desenho dos mecanismos), quando se descobriu, por exemplo, a possibilidade do Brasil gerar até 2 giga toneladas de compensações por ano, além de 1 milhão de empregos. “O Brasil precisa reconhecer a oportunidade de liderança na economia verde e descarbonização. Para o avanço, a integridade e as boas práticas são os maiores desafios das empresas com as quais conversamos”, afirma.

Segundo dados da McKinsey, o potencial do Brasil no mercado de crédito de carbono é um dos maiores do mundo, podendo gerar até 15% da oferta global – muito acima de outros países, como Peru (4%) e Estados Unidos (3%). Isso significa que existe um potencial de mercado de até US$26 bilhões ao ano (mais de R$131 bilhões ao ano), considerando atividades REDD+, agroflorestais e de reflorestamento em áreas de pastagens degradadas.

A rede que a integra a Iniciativa é composta por empresas e instituições de diversos setores: Amaggi, Auren, B3, Bayer, BNDES, CBA, Dow, Itaú, Natura, Rabobank, Raízen, Systemica, Vale, Votorantim, Votorantim Cimentos e, por fim, McKinsey & Company, como coordenadora de conteúdo.

Entre as participantes, a indústria química Dow vê a participação como estratégica para o negócio. “Para a Dow, a estratégia principal é descarbonizar as operações ao mesmo tempo em que os negócios continuam crescendo. Atualmente, 60% das operações do Brasil acontecem com energia renovável. E, entendemos, que parte dos desafios da indústria acontecem pelas compensações das emissões de CO2. Assim, é importante ter uma ação conectada com a viabilização do mercado mais claro e seguro”, diz Mariana Orsini, diretora de relações governamentais da Dow Brasil.

Agora, entre os mecanismos propostos estão a criação de uma entidade independente para coordenar o mercado voluntário de carbono no Brasil; o desenvolvimento de uma plataforma digital que consolidará as principais informações relevantes; um conjunto de dados de referência para agilizar a auditoria para validação dessas informações; soluções financeiras para mitigar desafios no financiamento de projetos; definição de contratos de referência e, por fim, a revisão de metodologias, a fim de adaptá-las à realidade do clima tropical no País.

De acordo com Henrique, o mercado já está em andamento e o papel da iniciativa é certificar de que tudo acontece da melhor forma, incentivando as empresas e os países. “Muito investir está interessado no mercado de carbono, que já acontece para o bem ou mal. O que estamos fazendo é unificando ações para garantir, por exemplo, que um crédito de carbono seja comprado, por exemplo, de uma terra onde não houve grilagem”, afirma.

Segundo ele, apesar de não haver uma bala de prata, a Iniciativa quer também reduzir os custos operacionais uma vez que, com a transparência, os processos sejam mais objetivos e menos custosos. “Podemos tornar o custo da intermediação mais eficiente. Além de garantir uma análise jurídica, tributária e contábil”.

Já de acordo com Mariana, a Iniciativa pode diminuir riscos. “Como uma empresa global, a Dow conhece as críticas feitas aos modelos de mercado de carbono. Conhecemos os riscos e o que estamos fazendo visa mostrar a credibilidade dos desenvolvedores de projetos responsáveis, que podem ajudar práticas globais”. 

Foi esta ideia que fez a Systemica também participar da Iniciativa. “Decidimos integrar a iniciativa por três fatores: o primeiro, pelo compromisso da empresa com projetos de alta integridade; segundo, uma proposta consistente que vai habilitar vários aspectos do mercado de carbono, fazendo com que os projetos brasileiros ganhem escala e relevância global; terceiro, uma base de dados e um repositório de projetos que vão gerar vários benefícios, como estabelecer procedimentos comuns com uma visão clara de quais são os principais pontos que todos os projetos devem considerar no contexto nacional”, diz Munir Soares, CEO da Systemica, que integra a Iniciativa a partir do início da fase atual.

Etapas da iniciativa para a descarbonização da economia

A descarbonização da economia até 2050 é prioridade para diversos países, à medida que milhares de empresas globais definem metas ambiciosas de redução das emissões de gases do efeito estufa (GEE). Apesar dos esforços, há dificuldades para grande parte das organizações alcançarem esses objetivos. É nesse cenário que o mercado voluntário de carbono possa apoiar na compensação das emissões dentro da jornada de neutralização das emissões líquidas.

Visando estruturar ações-chave para desenvolver um mercado de alta integridade no Brasil, a Iniciativa foi lançada em julho de 2022 e, desde então, mapeou as principais jornadas e os pontos sensíveis de toda a cadeia de valor. O passo seguinte foi propor seis mecanismos para destravar o mercado, que foram apresentados na COP 27, a 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, e submetidos em consulta pública para serem discutidos com outros atores desse mercado, etapa encerrada em fevereiro deste ano. Após estas duas primeiras fases e a entrada dos novos integrantes, Itaú e Systemica, a Iniciativa agora inicia a implementação prática destas ações.

O foco agora é escalar o mercado brasileiro. “Nos debruçamos para entender a perspectiva de compradores, fornecedores, desenvolvedores de projetos, instituições financeiras, entidades jurídicas e de contabilidade, mapeando suas principais dificuldades em comum no processo de conduzir um projeto de crédito de carbono. Definimos, então, mecanismos para transpor essas adversidades, a fim de escalar esse mercado e aumentar a integridade dos offsets, como são chamadas as toneladas de CO2 compensadas da atmosfera”.

As soluções naturais do crédito voluntário, além de serem menos custosas do que as tecnológicas, trazem diversos benefícios, como recuperação da biodiversidade, segurança hídrica e desenvolvimento socioeconômico. “Estamos focados em iniciativas de governança e as que darão mais transparência, confiabilidade e fácil acesso às informações relevantes para o mercado, assim como as que otimizarão processos de diligência, auditoria, e de financiamento, que atualmente são longos e custosos, para destravar a oferta de créditos de alta integridade”, complementa Henrique Ceotto.

As entregas práticas da iniciativa brasileira estão previstas para serem implementadas até agosto deste ano, sempre alinhadas aos princípios de integridade de agências internacionais, como VCMI e The Integrity Council.

Fonte: Exame

5 MOTIVOS PARA AS CIDADES INCLUÍREM AS ÁRVORES NAS AÇÕES PELO CLIMA

Cidades e comunidades no mundo todo estão avançando para reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEE) e prevenir os impactos mais perigosos das mudanças climáticas. Em geral, as estratégias focam na redução de emissões em setores como transportes, energia, habitação e resíduos. Mas existe outro setor que muitas comunidades têm subestimado em seus planos climáticos: árvores e florestas.

Essa é uma grande oportunidade, uma vez que as árvores não apenas liberam carbono na atmosfera quando são derrubadas como o removem enquanto crescem. Além disso, também fornecem uma série de outros benefícios para as pessoas vivendo em cidades e comunidades.

Por que as comunidades deixam as árvores de fora da ação climática?

Os inventários de GEE são um primeiro passo importante para elaborar uma estratégia de ação climática, uma vez que apontam de onde vêm as emissões e quais áreas apresentam as maiores oportunidades de redução. Até agora, no entanto, cidades e comunidades não contavam com uma orientação detalhada de como fazer um inventário das emissões de GEE das árvores e florestas localizadas dentro de seus perímetros territoriais.

Novas orientações desenvolvidas pelo WRI, pelo ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade e pelo C40 buscam mudar esse cenário. As novas diretrizes focadas em árvores e florestas são complementares ao Protocolo Global para Inventários de GEE em Escala Comunitária (GPC, na sigla em inglês) – testado em Jacarta, Cidade do México, Mumbai, Salvador e diversas comunidades nos Estados Unidos. As orientações guiam as cidades e comunidades no processo de estimar as emissões e remoções anuais de carbono pelas árvores e florestas dentro de seus territórios, incluindo as árvores urbanas e as que fazem parte de terras agrícolas.

Fonte: WRI Brasil