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CIDADES INTELIGENTES IMPULSIONAM CONECTIVIDADE E ABREM MERCADO PARA ISPS

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Demanda por digitalização de serviços públicos também atinge cidades distantes dos centros urbanos e necessitam de conectividade 

As cidades inteligentes é um conceito que explora a digitalização e automatização de serviços públicos, transformando a gestão de um município. Embora a lista atual de cidades inteligentes seja relativamente composta por grandes centros urbanos, a popularização desse conceito tem levantado uma questão importante e discutível: como os municípios menores e mais distantes podem se tornar cidades inteligentes?

De acordo com o gerente de engenharia da Fibracem, Sebastião Rezende, a resposta para essa pergunta está nas mãos dos chamados provedores de internet (ISPs), que hoje são considerados o principal motor para a inclusão digital no Brasil. Segundo ele, com a ascensão cada vez mais rápida do 5G, cresce também a expectativa da construção de infraestruturas de redes de fibra óptica para o uso da nova tecnologia e das suas aplicações. 

“Hoje, quando se trata de municípios mais afastados, vemos que são os ISPs que dominam e são os grandes responsáveis por prover e levar o serviço de internet às pessoas que residem em regiões geográficas mais distantes dos centros urbanos”, explica o especialista. “E muitas das aplicações inteligentes que terão, por exemplo, análise de dados, a adoção e a utilização do IoT voltado a mudanças de comportamento na cidade, só poderão ser usados com a implantação de internet de qualidade”, complementa. 

Papel ambiental 

A crescente preocupação também com o meio ambiente – outro fator importante para que uma cidade seja vista como inteligente – tem feito com que parte das empresas que utilizam estruturas de data centers, pensem e adotem práticas e o uso de soluções cada vez mais consciente em suas operações, o que, de certa forma, pode contribuir para o progresso e a conservação ambiental. 

Para Marco Pacchioni, executivo de contas para a área corporativa da Fibracem, se as indústrias do setor de telecomunicações, por exemplo, trabalharem para disponibilizar à essas empresas, bons equipamentos que promovam a utilização mais eficaz da energia, além de um bom gerenciamento de dados em nuvem, isso vai gerar tanto uma economia energética, quanto a redução de lixo eletrônico. Para ele, é o que pode ser chamado de ‘economia verde’. 

“Se as empresas adotarem softwares e hardwares mais rápidos, o que é crucial para empresas que buscam pela chamada ‘tecnologia sustentável’, melhora um dos quesitos fundamentais: a eficiência energética”, exemplifica. 

Cidades inteligentes no Brasil 

De acordo com o Ranking Connected Smart Cities 2022 – mapeamento que analisa dados de todos os municípios brasileiros com mais de 50 mil habitantes para apontar os mais desenvolvidos e conectados do País, as cidades consideradas mais inteligentes, são Curitiba (PR), Florianópolis (SC) e São Paulo (SP), respectivamente, seguidas de São Caetano do Sul (SP), Campinas (SP), Brasília (DF), Vitória (ES), Niterói (RJ), Salvador (BA) e Rio de Janeiro (RJ). 

“Hoje, para que uma cidade seja considerada inteligente, mais de 75 indicadores divididos em 11 eixos temáticos são avaliados, dentre eles mobilidade, meio ambiente, empreendedorismo, educação, energia, governança, urbanismo, saúde, segurança e economia e, claro, tecnologia e inovação”, finaliza Pacchioni. 

Fonte: IP News

ESG: MUITO ALÉM DOS RELATÓRIOS – O DESAFIO DO DELIVERY LAST-MILE SUSTENTÁVEL

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Quando se trata de implementar a sustentabilidade no delivery last-mile, as afirmações colidem com a realidade

No mundo corporativo, é cada vez mais comum ouvirmos executivos proclamando seu compromisso com a sustentabilidade e os princípios ESG. No entanto, essas afirmações muitas vezes se limitam a relatórios e não são refletidas em ações concretas. Um exemplo claro disso é o setor de logística e o desafio de tornar o delivery last-mile sustentável uma realidade. Neste artigo, trago uma visão de como as boas intenções podem se perder em meio às preocupações de custo e como isso impacta a mobilidade, a logística e a busca por um futuro verdadeiramente sustentável.

Os executivos destacam o compromisso da empresa em zerar as emissões de gases, transformar vidas e promover o desenvolvimento socioeconômico das comunidades. No entanto, quando se trata de implementar a sustentabilidade no delivery last-mile, as afirmações colidem com a realidade. Um argumento comum é que a entrega com veículos elétricos é mais cara do que com veículos a combustão. Vamos analisar os motivos por trás dessa contradição.

Embora a entrega com veículos elétricos seja uma iniciativa sustentável com benefícios sociais e ambientais significativos, é preciso reconhecer que os entregadores, independentemente do tipo de veículo que utilizam, recebem uma remuneração baixa por entrega realizada. Além disso, os veículos elétricos têm um custo inicial superior aos veículos a combustão e exigem infraestrutura de recarga adequada. A maioria dos entregadores não pode arcar sozinha com o alto custo de um veículo elétrico moderno.

Embora existam startups que ofereçam o aluguel de veículos elétricos em todo o Brasil, grandes corporações muitas vezes pressionam por uma relação “ganha-ganha”, na qual os custos de entrega não devem ser alterados. Essa postura evidencia a falta de compreensão da verdadeira colaboração e a falta de disposição para investir em soluções sustentáveis a longo prazo. É importante ressaltar que veículos elétricos, como motos elétricas ou bikes elétricas, ainda são inacessíveis para muitos entregadores.

Repensando os valores e investindo no desenvolvimento social é nítido de que o ESG não deve se limitar a relatórios de sustentabilidade, mas sim ser executado de maneira autêntica. As grandes corporações precisam entender que igualar o custo do delivery last-mile sustentável ao custo do delivery a combustão ainda não é viável. 

É necessário revisar os valores pagos aos entregadores por entrega, considerando as condições de trabalho, os custos adicionais e as longas jornadas. Para contribuir de forma positiva para o desenvolvimento social e econômico das comunidades, é preciso investir no bem-estar dos entregadores.

É hora de as grandes empresas irem além dos relatórios de sustentabilidade e implementarem a sustentabilidade de forma genuína em suas operações logísticas. O delivery last-mile sustentável é um desafio real, mas não pode ser negligenciado em prol de metas de custo de curto prazo. Colaboração autêntica, investimentos em soluções sustentáveis e uma revisão dos valores pagos aos entregadores são essenciais para tornar o ESG uma realidade no setor logístico. Somente assim as marcas poderão se afirmar como autênticas e verdadeiramente comprometidas com a sustentabilidade.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

CIDADES INTELIGENTES DEVEM MOVIMENTAR US$ 2,1 TRILHÕES ATÉ 2024

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Em busca da preservação ambiental e da melhora na qualidade de vida, centros urbanos aderem a novas tecnologias verdes que aquecem a economia

As smart cities, conhecidas como cidades inteligentes, vão movimentar US$ 2,1 trilhões (R $9,8 trilhões na cotação atual) até 2024.

É o que aponta o estudo mais recente da Technavio, empresa especializada em pesquisas de mercado.

Cidades inteligentes são, em resumo, um conjunto de políticas voltadas para a inovação tecnológica dos centros urbanos e pela economia de energia utilizada.

O dado revela o futuro desse projeto, que aponta para uma ambiente mais sustentável, utilizando os recursos naturais de forma consciente e impulsionando a economia local.

A expansão de tecnologias verdes nesses grandes centros urbanos é uma tentativa de criar espaços integrados e que cooperem para uma melhor qualidade de vida da população.

Existe urgência em transferir projetos sustentáveis para essas cidades. O relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) mostra que elas são responsáveis por 75% das emissões de carbono.

Esse número deve aumentar em 60% até 2030, em vista do crescimento acelerado da urbanização.

Tatiana Fasolari, vice-diretora da Fast Engenharia, maior empresa especializada em overlays da América Latina, destaca:

“Tecnologias de última geração nos ajudam a melhorar as decisões sustentáveis e aprimorar a estruturação das grandes cidades. Estas práticas equilibram os ambientes modernos em que vivemos com as necessidades ecológicas atuais”.

Os principais objetivos das políticas ambientais integradas à cidade inteligente são: aumentar a urbanização inclusiva e sustentável; redobrar os esforços para proteger o patrimônio natural e cultural; proporcionar acesso universal a espaços verdes e espaços públicos seguros; reduzir os impactos ambientais negativos per capita e reduzir o número de emissões.

Para cumprir essas metas, o governo investe em infraestrutura para o transporte público, a fim de que ele seja priorizado por mais pessoas, assim como a construção de ciclofaixas para incentivar o uso de bicicletas e caminhadas.

A mudança na matriz energética também é essencial, dispensar os combustíveis fósseis para utilizar fontes de energia limpa e sustentável é uma tendência cada vez mais comum.

No Brasil, muitas casas e edifícios fazem a instalação de painéis solares como forma de contribuir para o meio ambiente.

Energia sustentável

Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o uso de energia solar no país corresponde a 13,1% de toda a matriz energética brasileira, sendo as residências responsáveis por 78,9%, seguidas por empresas de comércio e serviço, com 10,7%.

“Esse tipo de solução é extremamente sustentável porque garante a diversificação da matriz energética por uma energia limpa, além de reduzir as taxas de emissão e os gastos com a conta de luz em até 90%”, afirma Tatiana.

As cidades que utilizam de tecnologia sustentável são classificadas por uma pontuação que varia de 0 a 100.

Esse sistema de pontos é baseado nos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) das Nações Unidas, que reúnem 17 metas globais para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade.

No ranking brasileiro, São Caetano do Sul ocupa o primeiro lugar com 65,62 pontos, seguido por Jundiaí (65,44), Valinhos (65,16), Saltinho (64,51) e Taguaí (64,35), todas cidades da Grande São Paulo.

Entre as cidades com a menor pontuação, estão: Santana do Araguaia-PA (30,10); Lábrea-AM (30,15); Boca do Acre-AM (30,71); Acará-PA (30,88) e Cachoeira do Piriá-PA (30,95).

De acordo com Tatiana, a integração de políticas verdes geram benefícios para a saúde física e psíquica da população:

“Tecnologias sustentáveis usadas nas cidades inteligentes são indispensáveis para a melhora da qualidade de vida urbana. Áreas verdes contribuem para o equilíbrio ambiental e para o bem-estar das pessoas, por meio do desenvolvimento social saudável”.

Fonte: Revista Capital Econômico

A MOBILIDADE ELÉTRICA NO BRASIL PELO VIÉS DA NOVA CULTURA DE INOVAÇÃO*

Redes de inovação pressupõem o desenvolvimento de soluções e produção de forma coletiva, onde cada elo aporta abertamente suas capacidades e acaba por receber bem mais do que investe em termos de oportunidades

O fato inevitável é que a mobilidade elétrica já fincou suas raízes em território nacional. Já existe uma rede de eletropostos e rodovias verdes de Natal (RN) até o Mercosul, com o potencial de integrar o Nordeste brasileiro com o novo comércio e logística de emissão zero no polígono Curitiba-Porto Alegre- Montevidéu-Buenos Aires-Assunção-Foz do Iguaçu, com entradas importantes para Minas Gerais e Centro-Oeste. Essa malha eletrificada ultrapassa 10.000 km contínuos induzindo as economias locais para novos produtos e serviços que se vinculam à mobilidade elétrica.

Enquanto isso, mais de 1.000 técnicos e pesquisadores do setor elétrico, academia, institutos de pesquisa e tecnologia e de áreas de inovação da indústria debruçaram-se nos últimos quatro anos sobre o tema e das tecnologias, buscando novos modelos de negócio.

Somam-se ainda uma quantidade expressiva de atores privados, independentes, startups e pesquisadores inovadores que, por sua própria conta e risco apostam que essa dimensão da transição energética deverá ser inclusiva e participativa.

Neste campo teórico e prático, as redes de inovação aberta apoiam-se em práticas de Environmental, Social and Governance – ESG. Os jovens atores e entrantes têm desenhado diferentes formas de organização em rede buscando sempre soluções e produtos ou serviços mais aderente aos hábitos do consumidor.

Cartão de visita

Essa forma de organização horizontal para busca de resultados práticos tem transformado as fronteiras setoriais aumentando as suas porosidades, o que permitiu o fluxo do conhecimento intersetorial, com inovações nas interfaces entre os setores elétrico, óleo e gás, meio ambiente, indústria, transporte, logística, aquaviário, aéreo e telecomunicações com reflexos no desenvolvimento regional e impulsionados pelo setor de ciência e tecnologia.

Tudo indica que uma nova indústria surge no Brasil e pode ter na mobilidade elétrica um cartão de visita para investimentos internacionais, com marcas relevantes na possibilidade de operação V2G, incentivos fiscais em rodovias, integração com outras fontes renováveis como biomassa, álcool e biocombustíveis, todos conectados e digitalizados com tecnologia 5G, 6G, etc.

As redes de inovação e seus atores navegam sobre uma nova cultura de inovação subjacente. Essa nova abordagem pressupõe o desenvolvimento de soluções e produção de forma coletiva, onde cada elo da rede de inovação aporta abertamente suas capacidades e acaba por receber bem mais do que investe em termos de oportunidades. O conhecimento oriundo da vivência dos coletivos em rede, no caso do Brasil, é tão natural da nossa cultura que chega a passar despercebido de sua importância, e que pode ser a chave e o exemplo para a modernidade da indústria.

Nesta trilha de aprendizagem já foram explorados diversos temas transversais como novas frentes tecnológicas e de produtos e serviços, eletromobilidade inclusiva regional e em cidades, planos de mobilidade elétrica para territórios como campos de prova de soluções, entre outros.

Estímulo à inovação

No lado do setor público, nascem também redes de inovação em políticas públicas, que também se movimentam para alimentar sua própria cultura de inovação voltada para melhoria e celeridade dos serviços, integrando experiências inovadoras exitosas nas esferas de gestão federal, estadual e municipal. Já estão em discussão enfoques de sustentabilidade ESG, gestão do conhecimento dedicada à inovação, modelos de governança em rede para inovação e aplicação de políticas de desenvolvimento regional em rede, que conta com os usuários e público alvo. Na medida em que essas discussões avançam, o balcão do serviço público encontra o novo mercado repleto de atores pró-ativos até para possíveis Parcerias Público Privadas – PPPs apoiadas pelas novas linhas já divulgadas pelo BNDES.

O segredo para esse movimento talvez esteja no caráter autorregulado do próprio setor público estimulado pelo campo privado. Ao mesmo tempo em que o setor público fomenta a inovação como uma obrigação constitucional, ele é cobrado pelas soluções apresentadas para que crie mecanismos de novos incentivos nas políticas públicas e em aperfeiçoamentos regulatórios que, na mesma espiral ascendente, obriga-se a se reinventar a cada dia, pois a inovação em si é um processo efêmero e de obsolescência rápida, ao sabor do cliente ou consumidor.

Essa mesma explicação vale para o sucesso das redes de inovação aberta, pois elas consideram em seu bojo o cliente como um dos protagonistas do processo coletivo desenhado não apenas para satisfazê-lo de imediato, mas também para invocá-lo a novos hábitos e costumes. Aqui, nossa cultura também é exemplar, adaptada e sempre aberta a mudanças comportamentais.

* O conteúdo deste artigo é de cunho pessoal e não representa posicionamento institucional.

Fonte: Mobilidade Estadão

CAXIAS É O ÚNICO MUNICÍPIO DO RS A INTEGRAR ESTUDO SOBRE CIDADES INTELIGENTES

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Cidade foi a única selecionada com outras sete do país para diagnóstico que pode resultar em financiamento internacional

Ocupando atualmente a posição 91 no ranking da plataforma Connected Smart Cities – que lista as 100 cidades mais inteligentes do país -, Caxias do Sul é o único município do Rio Grande do Sul a participar de um estudo destinado a incentivar projetos na área. Ao lado de outras sete cidades brasileiras, o município passa desde março por um diagnóstico que avalia diversos indicadores para medir o nível de desenvolvimento da inteligência da gestão e funcionamento dos serviços. Com os dados em mãos, três cidades serão selecionadas e poderão receber financiamento para implantação de projetos de transformação digital.

O conceito de cidades inteligentes reúne conectividade, eficiência e coleta de dados para integrar e melhorar a prestação dos serviços e, consequentemente, aumentar a qualidade de vida da população. O programa do qual Caxias faz parte foi criado pela Corporação Andina de Fomento (CAF), do Banco de Desenvolvimento da América Latina, com o objetivo de incentivar a implantação de projetos do tipo. A instituição abriu processo para contratar empresas especializadas na realização do diagnóstico, que foi vencido pelo consórcio Latin America Smart Cities. O grupo é formado pelas consultorias brasileiras Bright Cities, Connected Smart Cities e Spin Soluções Públicas Inteligentes.

De acordo com Raquel Cardamone, CEO da Bright Cities, startup especializada em diagnóstico de cidades, as coletas dos dados básicos tiveram início em julho de 2022. A partir da reunião das primeiras informações, se definiu os oito municípios que participariam do levantamento. São três questionários com cerca de 70 questões cada um que passaram a ser respondidos pelos municípios em março, um método exclusivo desenvolvido pelo consórcio.

— Buscamos cidades que já tinham iniciativas e abertura para inovação. identificamos Caxias como uma ótima oportunidade de ser avaliada e a cidade tem se saído muito bem — revela.

A próxima etapa do estudo é a escolha de três das oito cidades para elaboração e implantação de projetos de transformação digital que atendam aos desafios apontados. A ideia é que as cidades recebam financiamento da CAF para tirar as soluções do papel, mas o valor a ser destinado e os projetos variam de acordo com cada município.

— Pode ser tanto nas áreas de infraestrutura e conectividade quanto de fortalecimento institucional, como, por exemplo, agendamento de serviços online, gestão da mobilidade e conectividade. O intuito é suprir a escassez de recursos. Muitas vezes o município tem mapeado ou identificado as necessidades, mas não tem o dinheiro — observa Raquel.

A expectativa é de que os três municípios selecionados possam ser definidos em julho. Já os projetos devem ser escolhidos em setembro.

Diagnóstico já traz benefícios

Em Caxias do Sul, o estudo é coordenado pelo Escritório de Dados, comandado pela vice-prefeita Paula Ioris. Na avaliação dela, a escolha de Caxias para o estudo ocorreu por conta da boa relação com a CAF (o município mantém contrato com a instituição para asfaltamento de estradas do interior), mas também pela visibilidade que Caxias possui entre as cidades brasileiras.

Conforme Paula, mesmo se o município não avançar para a próxima fase do programa, o diagnóstico já vai auxiliar nos projetos de cidades inteligentes que estão em andamento.

— A prefeitura de Caxias reconhecidamente já faz ações neste sentido há muito tempo. O que faltava era reunir os dados. Uma cidade inteligente não é só tecnológica, é como ela toma decisões e usa os dados. O próprio diagnóstico contribui até para a própria prefeitura ir direcionando esforços. Quem ganha com a cidade inteligente é a população, porque a cidade fica mais efetiva — afirma Paula.

Entre ações que já são desenvolvidas, segundo a vice-prefeita, está a Diretoria de Geoprocessamento (Digeo), da Secretaria do Planejamento. O grupo ajuda na tomada de decisões e elaboração de projetos. Outras medidas são o cercamento eletrônico, em fase de implantação, e a PPP da iluminação pública, prestes a ter o leilão homologado.

Caso o município seja um dos três municípios selecionados para o desenvolvimento de projetos, a própria CAF deve propor soluções, mas projetos do próprio município também podem ser aproveitados. Entre os que podem ser beneficiados, segundo Paula, estão a digitalização integral dos processos do município (hoje é parcial), aperfeiçoamento da Digeo e implantação do Observa Caxias, plataforma que deve dar transparência aos dados coletados por meio do sistema de gestão inteligente.

Cerca de 10 servidores são responsáveis por preencher os questionários do estudo, que englobam os eixos governança e estratégia/ecossistema colaborativo; território e questões sociais; e infraestrutura de tecnologia da informação e comunicação/serviços digitais. Eles integram o Escritório de Parcerias Estratégicas, o Escritório de Dados e Gerenciamento de Projetos, a Digeo, a Fundação de Assistência Social (FAS), a Diretoria de Sistemas da Secretaria de Recursos Humanos, Logística e Tecnologia e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação.

Cidades participantes

  • Caxias do Sul
  • Belém (PA)
  • Boa Vista (RR)
  • Rondonópolis (MT)
  • Palmas (TO)
  • Vitória da Conquista (BA)
  • Foz do Iguaçu (PR)
  • Guarapuava (PR)

Fonte: Gauchazh

SUSTENTABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL NO TRANSPORTE COLETIVO

Entramos em uma nova era do transporte de pessoas, direcionada pela ampliação no uso de energias limpas e pelo aprimoramento da mobilidade urbana

A mobilidade entra em uma nova era de inovação, com uma intensa troca de informações e tecnologias entre os tradicionais players do mercado, além de novos entrantes que cruzam fronteiras e aceleram cada vez mais o desenvolvimento de produtos e serviços mundialmente.

O estudo O Futuro da Mobilidade, recém-publicado pela McKinsey, traça um cenário bastante interessante sobre as principais tendências até 2035. As regulamentações do setor, por exemplo, reforçam a crescente necessidade de reduzirmos a pegada de carbono, por meio de produtos movidos a energia limpa e que promovam a sustentabilidade ambiental.

Contexto desafiador

Em 2020, o setor de transporte foi responsável por cerca de 20% das emissões de gases causadores do efeito estufa no mundo, sendo que 40% desse total foi gerado por carros particulares, segundo a consultoria. O levantamento também aponta que mais de 150 cidades implementaram medidas para reduzir o uso dos veículos particulares e, consequentemente, das emissões de gases, em busca de um sistema de transporte mais amigável para o ambiente.

A ampliação do transporte coletivo tem muito a contribuir para revertermos esse cenário, ainda mais com o avanço da eletromobilidade. A frota de ônibus elétricos na América Latina saltou de 725 veículos, em 2017, para 4.133, em 2023, segundo dados da plataforma E-Bus Radar, que monitora o avanço do segmento em diversos países. Com isso, mais de 400 quilotoneladas de emissões foram evitadas de janeiro a abril deste ano.

Portanto, nas nossas mesas de discussões estratégicas no setor, o tema prioritário é o futuro da mobilidade no País, e, no contexto global, com foco na sustentabilidade ambiental e social.

Do ponto de vista desta última dimensão, testemunhamos a importância da crescente retomada do transporte público e rodoviário após a pandemia da covid-19, com ganhos para todos os envolvidos: passageiros, operadores e indústrias do setor.

A população urbana segue crescendo; portanto, no topo das agendas das municipalidades, está o avanço do sistema de transporte. É fundamental que haja, nesse sentido, ampliação e renovação de frotas de ônibus associados aos sistemas de transporte público, que atendam a população com mais eficiência, mais conveniência e menos custos no longo prazo.

Na Marcopolo, como parte desse processo de transformação, iniciamos a produção de ônibus completos e movidos a energia limpa para fazer frente às novas demandas globais. E ainda há espaço para muitas inovações pela frente.

Vejo perspectivas vibrantes que vão redesenhar a forma que nos locomovemos no mundo para muito além de 2035.

Fonte: Mobilidade Estadão

CSC ONLINE DEBATE A 2ª EDIÇÃO DO SELO CONNECTED SMART CITIES NESTA SEGUNDA-FEIRA, 19/6

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A ferramenta incentiva o desenvolvimento e reconhecimento de boas práticas em cidades inteligentes. Neste programa, serão destacados os cenários de avanços das cidades de Jaguariúna e Santos, desde a implantação da iniciativa.

Para o desenvolvimento de cidades mais inteligentes, conectadas e sustentáveis, são necessárias boas práticas em inovação e tecnologia em diferentes dimensões da sociedade. Para incentivar esse engajamento de atores dos ecossistemas – dos setores público e privado – das cidades brasileiras, a Plataforma Connected Smart Cities, em parceria com a Spin – Soluções Públicas Inteligentes, desenvolveu o Selo Connected Smart Cities (CSC).

Na próxima segunda-feira, 19 de junho, a partir das 10 horas, o programa CSC online vai destacar os avanços de ações em smart city e mobilidade urbana dos municípios de Jaguariúna e Santos. Para a contextualização desses cenários, Willian Rigon, sócio-diretor de Novos Negócios do CSC, e Vitor Amuri Antunes, diretor de Projetos na SPIn – Soluções Públicas Inteligentes, consultoria especializada no movimento das Cidades Inteligentes,  receberão a presença de Karina Florido Rodrigues, Coordenadora do Programa de Cidades Inteligentes, da Prefeitura de Jaguariúna; e do Fábio Ferraz, Secretário de Governo da Prefeitura de Santos, para um bate papo ao vivo.

Acompanhe a transmissão do evento online aqui.

Selo CSC: objetivo e metodologia de análise

A ferramenta avalia os panoramas de crescimento das cidades brasileiras dentro de 6 dimensões, sendo 5 de caráter autodeclarado e uma considerando os resultados alcançados pelas cidades nas últimas edições do Ranking Connected Smart Cities. A premiação elege as iniciativas, conforme os seguintes níveis de avaliação: Ouro, Prata, Bronze e Aspiracional.

As ações também são avaliadas, de acordo com os seguintes critérios:

  • Planejamento da Cidade Inteligente, que avalia as boas práticas refletidas no planejamento municipal;·        
  • Governança da Cidade Inteligente, que considera as boas práticas refletidas na governança da Cidade;
  • Ecossistema de Inovação, que tem como objetivo analisar as boas práticas refletidas na regulação do Ecossistema de Inovação Municipal;
  • Planejamento de Infraestruturas e Serviços de TIC, onde é observado o impacto de boas práticas refletidas no planejamento de TICs do Município;
  • Maturidade para Parcerias, explora o aspecto das boas práticas refletidas na colaboração do poder privado na cidade; e
  • Por último, a avaliação leva em consideração a tendência de evolução no Ranking Connected Smart Cities, identificando o reflexo de boas práticas nos indicadores da cidade.

Resultados da 1ª edição do Selo CSC

Em 2022, 28 cidades inscritas na iniciativa foram reconhecidas pelo Selo Connected Smart Cities. Na estreia, a cidade de Santos foi premiada com o Selo Ouro e Jaguariúna foi agraciada com o Selo Aspiracional.

As demais cidades premiadas na 1ª edição do Selo CSC foram: 

  • Nível ouro:  Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ), Campinas (SP), Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP) e Recife (PE);
  • Nível Prata: Mogi das Cruzes (SP), Tubarão (SC) e Goiânia (GO);
  • Nível Bronze: Campo grande (MS), Niterói (RJ), Caxias do Sul (RS), Foz do Iguaçu (PR), Jundiaí (SP), São Caetano do Sul (SP), Osasco (SP), São Luís (MA), Lucas do Rio Verde (MT) e Blumenau (SC);
  • Nível Aspiracional: Primavera do Leste (MT), Pato Branco (PR), Quatro Barras (PR), Amargosa (BA), Suzano (SP), Rio Branco (PR), Jaguariúna (SP) e Palhoça (SC).

Edição Selo CSC 2023: Inscrições abertas

As inscrições para a premiação deste ano já estão abertas. Acesse o formulário de cadastro aqui e preencha o documento até o dia 15 de julho. Para mais informações, acesse o portal oficial da iniciativa.

CONHEÇA INICIATIVAS FINALISTAS EM MOBILIDADE SUSTENTÁVEL, SEGURA E INCLUSIVA

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Premiação é uma iniciativa da Plataforma Connected Smart Cities, em parceria com Mobilidade Estadão, e reconhece projetos que fortalecem ecossistema de mobilidade nacional

Saiu a lista dos finalistas do Prêmio Parque da Mobilidade Urbana (PMU). A premiação seleciona os melhores projetos (públicos e privados) do setor de mobilidade urbana no Brasil que promovem práticas relevantes em prol de uma mobilidade urbana mais sustentável, segura e inclusiva.

O Prêmio PMU recebeu 227 inscrições e representa uma oportunidade estratégica para empresas e atores do setor de mobilidade conquistarem ainda mais visibilidade no mercado. A premiação será realizada no dia 23 de junho, durante o evento Parque da Mobilidade Urbana, que será realizado no Pavilhão Pacaembu, em São Paulo.

Dentro dos critérios de avaliação, o Comitê do Júri priorizou a inovação, o impacto e a abrangência das iniciativas que integram os segmentos do transporte público e de logística urbana, gestão do trânsito, mobilidade ativa e segurança viária.

Conheça as categorias e algumas das iniciativas selecionadas

Mobilidade sustentável    

* Bicicletas Adaptadas Compartilhadas Gratuitas, de Maricá (RJ): Incentivo ao uso da bicicleta adaptada para o transporte público de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

BRT Salvador: Conta com oito ônibus elétricos e atende cerca de 600 mil passageiros por mês na cidade. O projeto representa um marco de eficiência energética que auxilia também na mitigação das mudanças climáticas.

Iniciativas que inovam e transformam

* BRT Sorocaba: Com terminais e estações integrados, a iniciativa trouxe mais qualidade e eficiência operacional ao transporte via ônibus.

Plano Municipal de Segurança no Trânsitode Fortaleza (CE): Busca agregar segurança e sustentabilidade nas políticas de segurança viária e nos processos de mobilidade de usuários.

Segurança viária

* Programa Notificação Cidadãda Prefeitura Municipal de Jacareí (SP): Incentivo à educação colaborativa e de respeito às leis de trânsito. Desde sua implantação, em 2019, mais de 14 mil cidadãos de bem foram reconhecidos.

Programa Notificação Cidadão de Jacareí (SP). Foto: Acervo Pessoal

Núcleo de Estudos de Acidentes de Trânsito (NEAT), de Campina Grande (PB): Considerado relevante pelo trabalho de pesquisa, análise técnica e levantamento de dados reais que vêm sendo usados para esclarecer possíveis causas de acidentes de trânsito, favorecendo melhorias no tráfego urbano nas vias do município.

Reunião do Núcleo de Estudos de Trânsito (NEAT), de Campina Grande (PB). Foto: Acervo Pessoal

Mobilidade ativa     

* Programa Caminhando Juntas, de São Paulo: Reúne mulheres e lideranças femininas das comunidades da Penha, do Real Parque e do Jardim Panorama, incentivando comportamentos mais participativos e conexões equitativas de raças e gêneros, melhores condições de segurança e cultivo de valores éticos de cidadania e democracia.

Pedala Macaé (RJ): Incentiva o uso da bicicleta com responsabilidade e em sincronia com o desenvolvimento socioambiental.

Para saber mais sobre o Parque da Mobilidade Urbana (PMU), acesse aqui.

Fonte: Mobilidade Estadão

APP FLOU É DESTAQUE EM EXPERIMENTAÇÃO DE VEÍCULOS ELÉTRICOS NO PARQUE DA MOBILIDADE URBANA 2023

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Visitante poderá se cadastrar e fazer o teste gratuitamente em modelos elétricos durante o evento no Estádio do Pacaembu 

UCorp, startup referência em tecnologia e soluções de mobilidade ESG focada em veículos elétricos, estará mais uma vez no Parque da Mobilidade Urbana (PMU), maior evento do setor de todo a América Latina, que tem o intuito de reunir especialistas e organizações comprometidas com o desenvolvimento da mobilidade urbana sustentável, disruptiva e inclusiva.

Nesta edição, o PMU traz uma novidade e estará de casa nova. Agora, presencialmente no Complexo Esportivo do Pacaembu, localizado na Praça Charles Miller, em São Paulo, o evento contará com espaços idealizados para proporcionar uma imersão única no universo da mobilidade.

Quem for ao evento, contará com uma ação exclusiva e interativa no teste drive dos veículos da Stellantis em uma experimentação que terá o apoio do aplicativo Flou. “O PMU é sempre um grande parque de experiências para o publico engajado com a mobilidade elétrica e eficiente. Além disso, também teremos a apresentação das novas soluções de UX de recarga e Tokenizacão de CO2 em nosso showroom, que está ganhando cada vez mais adeptos”, comenta Guilherme Cavalcante, CEO e fundador da UCorp.

O objetivo da experimentação é demonstrar como o acesso aos veículos elétricos pode proporcionar benefícios para a mobilidade urbana, contribuindo com a descarbonização e a concepção de smart cities no Brasil.

Ainda no espaço de teste drive, os visitantes também poderão conhecer em detalhe como funciona o serviço de nano locação de veículos oferecido no app Flou, exclusividade da UCorp, disponível para Android e iOS. Na plataforma, é possível alugar um carro ou uma moto elétrica e pagar apenas pelo tempo de uso, com valores que variam de R$ 0,39 a R$ 1,19 por minuto.

De acordo com Guilherme Cavalcante, o evento tem uma importância gigante para todo o setor de mobilidade elétrica, que cresce de forma exponencial. “Em 2022, 14% das vendas em todo o mundo, ou seja, 1 a cada 7 modelos vendidos, era eletrificado plug-in, os modelos que ‘vão na tomada’, totalmente elétricos, ou híbridos plug-in”.

Serviço
UCorp no Parque da Mobilidade Urbana
De 22 a 24 e junho/23
Local: Complexo Esportivo do Estádio do Pacaembu – na Praça Charles Miller, s/n
São Paulo – SP
Inscrições

Sobre a UCorp

UCorp é uma startup referência de tecnologia e soluções de mobilidade focada em veículos elétricos. Com o propósito de democratizar a mobilidade elétrica no Brasil, a empresa utiliza um método ágil, que permite a gestão de projetos de forma mais adaptável às mudanças, com tecnologia de ponta e um time de alta performance.

A startup desenvolve projetos para importantes players do mercado, entre eles: Itaú, BMW, Osten Group, Housi, Jaguar Land Rover e Stellantis, além de fazer parte do Cubo Smart Mobility.

Recentemente, em parceria com montadoras e locadoras, desenvolveu a plataforma Flou, serviço de compartilhamento ou nano locação (moto e carro elétrico)  via aplicativo.

Informações à imprensa

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PPPS E COLABORAÇÃO ENTRE UNIÃO E ESTADOS SÃO CAMINHOS PARA SUCESSO DO NOVO PAC, DIZEM ESPECIALISTAS

Novo programa de investimentos em infraestrutura teve como ponto de partida projetos apresentados pelos 27 governadores a Lula; além disso, contará com concessões e parcerias público-privadas

O governo Lula se prepara para anunciar, na primeira semana de julho, um programa de investimento em infraestrutura. Especialistas consultados pela CNN apontam os “bons contratos” de parceria público-privada (PPPs) e a colaboração entre União, estados e municípios como os caminhos para o “novo PAC” ser bem-sucedido.

Segundo apuração da CNN, o desenho do programa tem como ponto de partida uma lista de 499 obras e projetos apresentados pelos 27 governadores em uma reunião com o presidente Lula em janeiro, logo depois da posse do novo governo. Cada estado levou ao Palácio do Planalto uma relação de empreendimentos prioritários a serem considerados no novo programa.

Para a economista e professora da FGV Carla Beni, a falta de reciprocidade e colaboração entre os entes federativos foi um dos fatores que contribuíram para a baixa eficiência do programa em suas versões anteriores. A especialista avalia positivamente esta iniciativa.

“As obras listadas não sairão do governo federal, mas dos governadores. Quando o governo federal pede as obras mais relevantes para cada estado, ele acerta. Não há ninguém melhor do que aquele que está no estado, na ponta, que é quem conhece melhor a situação, para indicar as prioridades”, afirma a especialista.

Nas últimas semanas, houve um “afinamento” entre as demandas dos estados e as prioridades definidas pelo governo federal. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, e sua equipe técnica se reuniram com governadores para chegar a uma agenda comum.

Setor privado é “saída”

Num cenário em que o orçamento público é “apertado”, o governo terá de buscar alternativas de financiamento ao gasto público puro. Fabio Pereira de Andrade, professor da ESPM e especialista em Administração Pública e Governo, vê as PPPs como um mecanismo vital para o momento.

“O sucesso ou não do novo programa vai depender do governo desenhar bons contratos de parcerias público-privadas. Seria uma possibilidade para atrair o setor privado a realizar o grosso do investimento, com o setor público entrando com benefícios fiscais de longo prazo”, explica.

O secretário especial de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, Maurício Muniz, afirmou à CNN que os recursos do Orçamento Geral da União (OGU) serão apenas uma das fontes para os projetos. O plano contemplará ainda concessões e PPPs.

Os especialistas avaliam que, dado o contexto atual, a maior participação da iniciativa privada pode ser uma saída para que o governo encontre recursos para investir em infraestrutura.

“Parece que nesse ponto temos criatividade [do governo]. O governo federal parece um direcionador de tendências. Há setores em que, caso haja contratos bem desenhados, as PPPs podem gerar oportunidades de rentabilidade para o setor privado e de resolução de gargalos para o público”, indica o professor da ESPM.

Em abril, o Ministério da Fazenda anunciou o novo marco das PPPs, com mudanças para estimular investimentos do setor privado Brasil afora.

Dividido em basicamente quatro propostas, o marco tem potencial para gerar cerca de R$ 100 bilhões em investimentos, segundo a Fazenda. A principal das medidas estabelece que a União dará o aval para assegurar contragarantia a projetos de PPPs de estados e municípios.

Para Luciano Nakabashi, professor da FEA-RP, da USP, o novo marco fiscal é determinante para o futuro do programa. Ele destaca que, com a aprovação do mecanismo, a tendência é de que o país ganhe em termos de previsibilidade e credibilidade, o que deve atrair investimentos.

“Para incentivar o setor privado, tanto o nacional quanto de outros países, é preciso dar estabilidade macroeconômica, controlar o fiscal. Isso é um dos requisitos para atrair mais investimentos. São necessárias regras que sejam estáveis e façam sentido. Para as empresas, o retorno sempre deve ser compatível com o risco”, indica.

Outros caminhos para geração de investimento

Luciano Nakabashi destaca organismos internacionais com potencial de investimento como outra possível fonte de recursos. Ele menciona o Banco Mundial e o Banco dos Brics, por exemplo. Presidente do Brasil durante a implementação do PAC 2, Dilma Rousseff está à frente do Bando dos Brics atualmente.

O professor Fabio Pereira de Andrade reitera a cooperação entre entes federativos como alternativa para tornar o investimento mais eficiente. Para o especialista, a centralização excessiva dos gastos no governo federal foi o principal erro estratégico das versões anteriores do PAC.

“Houve muita centralização do governo federal e dependência do orçamento público. Se pensava que o investimento público levaria não só ao crescimento econômico, mas também os agentes privados a investirem, que haveria uma contrapartida dos estados e municípios beneficiados pelas obras. Essas contrapartidas não vieram, o cenário internacional se deteriorou e isso trouxe piora na questão orçamentária”, explica.

Apesar de concordar com a importância da participação de estados e municípios no processo, o professor da FEA-RP relembra que a situação orçamentária desses entes também é apertada atualmente.

Falhas em modelos anteriores do PAC

O chamado “PAC 1”, primeira fase do programa, vigorou entre 2007 e 2010, no segundo governo de Lula. O montante inicial anunciado para novas obras foi de R$ 500 bilhões, com investimento em infraestrutura social, urbana, logística e energética. Mais tarde, foram aportados ao menos outros R$ 140 bilhões.

A posse de Dilma Rousseff, em 2011, trouxe “o PAC 2”, com foco em transportes, energia, cidades (saneamento e prevenção em áreas de risco), investimentos “cidadãos” (unidade básica de saúde, creches e pré-escolas) e atenção a programas como Minha Casa, Minha Vida e o Água e Luz para Todos. O aporte era previsto em R$ 955 bilhões até 2014.

Dados do Tribunal de Contas da União (TCU) trazem detalhamento sobre a eficiência do programa, com número de ações de infraestrutura previstas e concluídas. O PAC 1 previu 16.542 ações e concluiu 1.538 (9,3%) entre 2007 e 2010; já o PAC 2 previu 12.464 e concluiu 3.337 (26.7%) entre 2011 e 2014.

A economista e professora da FGV Carla Beni pontua, sobre a análise dos dados, que parte dos projetos entregues no PAC 2 foram “requentados” do PAC 1, já que não foram concluídos no prazo inicial.

Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o aumento médio de custos para as principais obras previstas entre os PACs 1 e 2 foi de 49%. Já o aumento médio de prazo foi de 106%.

Para Luciano Nakabashi, os principais motivos que explicam a ineficiência dos programas dizem respeito a falhas em seu planejamento. Ele ainda aponta os impactos negativos do que chama de “ciclo político”.

“Acho que é uma questão de planejamento e foco. E tem alguns problemas sobre essas parcerias: existe algum estímulo para anunciar obras, porque isso dá visibilidade política. Acaba havendo anúncios de obras, e antes de finalizá-las são anunciadas outras. Então é uma mistura de falta de planejamento e do ciclo político”, aponta.

Carla Beni reitera a tese de que parte dos projetos não foram bem planejados — destacando termos dos contratos referentes ao meio ambiente, por exemplo. “Foram projetos que não estavam bem feitos. Havia, por exemplo, trâmites de questões ambientais que encontraram entraves porque não eram adequados. Houve falha de gestão”.

O “Novo PAC”

O nome do futuro plano ainda está indefinido. A governança do novo programa de investimentos prevê diferentes instâncias decisórias. No topo, há um conselho gestor formado por quatro ministros: Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento), Fernando Haddad (Fazenda) e Esther Dweck (Gestão e Inovação).

O plano contará com mais de mil projetos e terá sete eixos de atuação: transportes, transição e segurança energética, infraestrutura urbana, infraestrutura social, inclusão digital e conectividade, água para todos e defesa.

Maurício Muniz afirma que uma das responsabilidades do novo plano de investimentos em infraestrutura será colaborar com a política de “neoindustrialização” do país.

Por isso, a intenção do governo é restabelecer a exigência de conteúdo nacional em projetos enquadrados no plano. De certa forma, trata-se de uma retomada de algo que já havia nas primeiras versões do PAC — quando havia percentuais mínimos a serem cumpridos para o fornecimento de itens “made in Brazil”.

Segundo o secretário da Casa Civil, estão em estudo exigências de conteúdo nacional em áreas como saúde, defesa, energia (placas fotovoltaicas e componentes eólicos), infraestrutura (material rodante e maquinário).

Estão entre os candidatos a ganhar destaque no novo plano de investimentos — sem inclusão confirmada por Muniz — projetos como:

  • Trechos 2 e 3 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol)
  • Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico)
  • Ferrovia Transnordestina
  • Duplicação da BR-101 e da BR-116, especialmente no Nordeste
  • Duplicação da BR-364 (Acre-Rondônia)
  • Recuperação da BR-174 (Manaus-Boa Vista)
  • Rota Bioceânica (integração rodoviária do Mato Grosso do Sul com portos no Pacífico)
  • Túnel Santos-Guarujá (SP)
  • Gasoduto Rota 4B (RJ)
  • Ramal do Apodi (obra de segurança hídrica para Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará)
  • Recuperação e dragagem da Hidrovia de Lagoa Mirim (RS)

Fonte: CNN Brasil