GRANDE PARIS RECEBE PRIMEIRO ÔNIBUS ELÉTRICO DA BYD
BYD França entrega primeiro ônibus elétrico para Drancy, Paris
Em um esforço conjunto para limitar seus veículos poluentes, a cidade de Paris introduziu uma Zona de Baixa Emissão (LEZ) para restringir as emissões de gases de efeito estufa na capital francesa. A LEZ incluirá o primeiro ônibus 100% elétrico da cidade, do fabricante líder mundial de ônibus elétricos, a BYD.
Fabricado nas instalações de produção da BYD Francesa, em Beauvais, na região de Oise, o ônibus 100% elétrico de 13 metros tem capacidade para 59 assentos e será colocado em serviço nos próximos dias. O ônibus elétrico possui autonomia de 200 quilômetros com uma carga e pode ser recarregado em poucas horas. O veículo fornecerá os mesmos serviços que um ônibus a diesel para a escola, atividades extracurriculares e serviços ocasionais de transporte para os cidadãos em geral.
A introdução do ônibus elétrico BYD faz parte do plano de Île-de-France para proteger o meio ambiente e promover o uso de veículos mais limpos. O objetivo é também produzir um impacto rápido na melhoria da qualidade do ar e, assim, limitar a exposição da população local à poluição.
Os passageiros da cidade de Drancy poderão se mover por Paris com total tranquilidade e sem contribuir para as emissões de CO2. O veículo permitirá o acesso a um número cada vez maior de atividades culturais e esportivas para a população de Drancy: jovens, idosos, desportistas e associações.
Uma cerimônia oficial de entrega ocorreu hoje em Drancy, em frente ao castelo no parque municipal de Ladoucette, com a presença da Sra. Aude Lagarde, Prefeita de Drancy, Sr. Jean-Christophe Lagarde, Membro do Parlamento e Conselheiro Metropolitano, e um representante da BYD França.
A Sra. Lagarde, Prefeita de Drancy, disse: “A cidade de Drancy já tem um número significativo de veículos elétricos. Para continuar nosso compromisso com uma infraestrutura de transporte mais ecológica e para continuar a fornecer um serviço de transporte para as pessoas de Drancy respeitando o meio ambiente, queríamos investir em um ônibus elétrico de alto desempenho. Nosso novo ônibus elétrico BYD tem autonomia suficiente para as nossas necessidades e acessibilidade para cadeirantes”.
A Sra. Lagarde acrescentou: “Gostaria de agradecer aos nossos parceiros que ajudaram a cobrir metade do custo deste investimento, a Prefeitura de Seine-Saint-Denis em apoio ao investimento público, com € 100.000, mas também La Metrópole du Grand Paris, onde Jean -Christophe Lagarde representa os interesses da nossa cidade, e que nos deu um subsídio de € 129.000”.
O Sr. Lagarde, Membro do Parlamento e Conselheiro Metropolitano, afirmou: “A Grande Metrópole de Paris e a Cidade de Drancy estão trabalhando em conjunto para melhorar a qualidade do ar e garantir que os nossos cidadãos não sejam expostos à poluição. O LEZ é a ferramenta para promover o uso dos veículos menos poluentes. A Metrópole da Grande Paris incentiva e ajuda as famílias a trocar seus veículos por meios de transporte menos poluentes. Nossas cidades devem dar o exemplo”.
O Sr. Isbrand Ho, Diretor Administrativo da BYD Europa acrescentou: “Estamos orgulhosos de que nosso ônibus totalmente elétrico e com emissão zero contribuirá para melhorar a qualidade de vida dos passageiros, especialmente das crianças, em Drancy e, mais amplamente, na Grande Paris. Nas próximas semanas, outros municípios da região de Ile-de-France receberão seus primeiros ônibus elétricos BYD para que, junto com a cidade pioneira de Drancy, eles possam continuar a fazer sua escola e passeios extracurriculares na cidade de Paris”.
Fonte: BYD
PESQUISA INSTITUTO CLIMA E SOCIEDADE (ICS): MOBILIDADE DE BAIXAS EMISSÕES
Os resultados indicam uma maior consciência da população em relação ao uso de motores a combustão, além de disponibilidade para a adoção de meios mais sustentáveis
O Instituto Clima e Sociedade (iCS) disponibiliza a partir de hoje (07/12) a pesquisa “Mobilidade de Baixas Emissões, Qualidade do Ar e Transição Energética No Brasil”. Os dados mostram a percepção do brasileiro sobre a conexão entre os combustíveis fósseis, poluição do ar e mudanças climáticas. Os resultados indicam uma maior consciência da população em relação ao uso de motores a combustão, além de disponibilidade para a adoção de meios mais sustentáveis.
Encomendada pelo iCS ao Instituto Ideia Big Data, a pesquisa realizada em março de 2020, com 2 mil entrevistados, compara dados coletados em 2017 com 2020. Dentre os principais destaques, os números indicam que 92% dos entrevistados gostaria de mais ônibus elétricos em suas cidades, 72% concorda que o uso de combustíveis fósseis é a principal causa das mudanças climáticas, aumento de 11 pontos percentuais em relação a 2017, e 67% estaria disposto a abrir mão do seu transporte individual por um meio de transporte mais limpo.
A pesquisa foi realizada por meio do portfólio de transportes do iCS. Para mais informações, entre em contato com o coordenador do portfólio, Marcel Martin (marcel@climaesociedade.org).
Fonte: Instituto Clima e Sociedade (ICs)
BID E MDR FAZEM PARCERIA PARA MELHORAR MOBILIDADE URBANA DE TERESINA
Iniciativa será desenvolvida em três regiões conectadas a corredores de transporte público. Natal, Belo Horizonte e Brasília serão as próximas cidades a integrarem a iniciativa
O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) vão começar por Teresina (PI) um projeto conjunto para melhorar a mobilidade nas cidades brasileiras. Com base em estratégias de Desenvolvimento Orientado ao Transporte (DOT), a ação deverá ser realizada em três regiões da capital piauiense, selecionadas pela conexão com corredores de transporte público. Natal (RN), Belo Horizonte (MG) e Brasília (DF) serão as próximas cidades a integrarem a iniciativa.
“A mobilidade urbana é essencial para que as pessoas possam ter mais qualidade de vida. Essa parceria com o BID vai possibilitar avaliarmos as estratégias de DOT para a organização das cidades”, destaca o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
O estudo para a seleção das áreas que integrarão o projeto-piloto (Zonas Norte, Leste e Sul) foi elaborado pelo consórcio internacional Mcrit – Urban Systems, em colaboração com a Prefeitura de Teresina e o Governo do Piauí. O diagnóstico levou em conta temas como legislação urbana incidente, possibilidades de financiamento dos sistemas de mobilidade urbana, uso de instrumentos de captura da valorização imobiliária, condições do mercado de terras, terrenos disponíveis, espaços públicos e atores envolvidos com o desenvolvimento da área.
“O que foi proposto pela consultoria é a realização de um investimento público para tornar essas áreas mais interessantes e, posteriormente, atrair investimento privado de modo a desenvolvê-las economicamente, com bairros com maior circulação de pessoas, mais segurança e mais qualidade de vida”, afirma a secretária-executiva de Planejamento Urbano da Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação de Teresina, Jhamille Almeida.
Segundo o diretor de Projetos de Mobilidade e Serviços Urbanos do MDR, Maxwell Vieira, a parceria desenvolvida com o BID em Teresina e nas outras três cidades que integrarão a iniciativa busca entregar diretrizes práticas para a adoção de estratégias DOT adaptadas às realidades locais.
“A ideia é apoiar a capacidade dos municípios de elaborar e adotar sistemas DOT próprios, por meio do desenvolvimento de planos de ação que incluam elementos estratégicos de planejamento e de promoção do desenvolvimento urbano a partir de eixos de transporte público”, informa Vieira. “Os projetos-piloto estão inseridos neste contexto e consistem na elaboração de estudos aprofundados e na estruturação de estratégias vinculadas a eixos de transporte público já existentes ou com previsão de construção nessas localidades”, completa
DOT
As estratégias de Desenvolvimento Orientado ao Transporte (DOT) têm como proposta reverter os prejuízos causados por padrões espaciais pouco eficientes de desenvolvimento urbano. Trata-se de uma estratégia territorial fundamentada em projetos urbanísticos que visam articular componentes urbanos com os sistemas de mobilidade. Para tanto, busca-se estimular a concentração de moradias, comércio e serviços próximos a corredores e estações de transporte público de massa, em busca de cidades mais compactas e ambientalmente corretas.
A atração de moradores e atividades se dá principalmente pela diversificação dos usos nas próprias estações de transporte coletivo, pela promoção da integração do transporte coletivo a outros modos de deslocamento, pela melhoria da urbanização no entorno das estações e pela ampliação dos espaços públicos.
Fonte: Ministério do Desenvolvimento Regional
MELHORES CIDADES PARA FAZER NEGÓCIOS – 2020
Publicado anualmente, desde 2014, com exclusividade pela Revista Exame, o estudo das Melhores Cidades para Fazer Negócios, da Urban Systems, avalia por meio de dados e indicadores todas as cidades com mais de 100 mil habitantes do país, com o intuito de identificar aquelas que possuem maior oportunidade de investimentos por meio do setor privado.
Baseado em metodologia própria de coleta, ponderação e análise de dados a equipe da Urban Systems avaliou durante 6 anos as cidades brasileiras no âmbito do seu desenvolvimento econômico e social, nas características da sua infraestrutura e no perfil e oferta de capital humano, trazendo assim o ranking das cidades melhores indicadas para investimento, além da lista das cidades melhores posicionadas nos quatro recortes que compõe o estudo.
No começo de 2020 iniciou-se conversas de pauta entre a Urban Systems e a equipe editorial da Revista EXAME para uma atualização do estudo das Melhores Cidades para Fazer Negócios, para que ele se mantivesse como um instrumento importante para o diagnóstico de empresários e investidores em relação ao destino de seus investimentos. Com o advento da pandemia do coronavírus, em março, a necessidade de um novo olhar para o estudo tornou-se ainda maior.
Fato importante a ressaltar, a maioria dos grandes estudos brasileiros que envolvem uma maior amostragem de cidades, como o estudo em questão, utilizam-se de dados e indicadores que muitas vezes referem-se ao último período disponível, utilizando-se de informações atuais, e dessa forma trazendo resultados mais próximos da realidade vigente, entretanto, com um fenômeno como a pandemia, de alto impacto econômico e social, muitos dos dados disponíveis e recentes não iriam refletir a realidade atual, e o cenário pós-pandemia.
VERSÃO 2.0
Uma das maiores alterações nesta edição do estudo, que pode ser considerado como uma versão 2.0 do Estudo das Melhores Cidades para Fazer Negócios está no olhar dos municípios brasileiros, ainda daqueles com mais de 100 mil habitantes, segmentado em setores econômicos.
A versão 2020 da pesquisa, dessa forma, responde não mais apenas as cidades com melhor ecossistema para investimento (capital humano, infraestrutura, desenvolvimento social e econômico) como era apresentado até a última edição, mas sim quais os melhores municípios para investir, segmentados por sete dos principais setores econômicos do país, trazendo em destaque municípios que antes não figuravam entre os melhores.
A edição 2020 das Melhores Cidades para Fazer Negócios traz a visão das melhores cidades para investir em: Mercado Imobiliário, Comércio, Serviços, Educação, Indústria e Agropecuária.
IMPACTOS DA PANDEMIA NAS CIDADES BRASILEIRAS
Após definições de conceitos, outra preocupação editorial e procedural desta edição remeteu ao momento ideal de fechamento do estudo e consequente divulgação do mesmo. O coronavírus (COVID-19) impactou a vida das pessoas e a economia das cidades de forma diferente em todo o mundo, gerando também estratégias específicas e diferentes para conter sua a disseminação. Enquanto cidades da Europa decretaram o Lockdown, outros locais nem ao menos estabeleceram conceitos ou políticas específicas quanto ao isolamento social. No Brasil, por exemplo, enquanto grandes cidades tiveram divulgação de casos e internações logo após o carnaval, outras cidades demoraram meses para serem impactadas por esta pandemia e em consequência, apresentaram planos distintos de combater esta pandemia.
Tendo este contexto em mente, a preocupação da Urban Systems junto da equipe editorial da Exame era entender o melhor momento da publicação deste estudo, pois anteriormente publicada no 3º trimestre, era importante que a edição de 2020 do estudo refletisse um momento de menor incerteza e apresentasse um cenário vislumbrando o início da recuperação de algumas cidades, o que, devido as dificuldades de contenção da propagação da doença, nos trouxe até este final de ano. (Nota: o fechamento da coleta de dados se deu no final de outubro de 2020, com análise relatório e entrevistas realizadas em novembro de 2020).
MACRO CENÁRIO
Cada um dos sete setores econômicos analisados contemplou indicadores próprios que trataram da análise de indicadores referentes ao desempenho do setor, a concorrência, aspectos de demanda e também questões quanto a infraestrutura que impacte fortemente na atividade.
Em comum, todos os setores foram impactados pelos reflexos do coronavírus (COVID-19) na saúde da população e na economia. E para trazer esses reflexos no computo das notas (avaliações) das cidades, foi desenvolvido um eixo extra de análise, que compõe todos os setores econômicos analisados. Nele trazemos indicadores quanto ao impacto da pandemia na saúde da população (que é reflexo das medidas tomadas para conter a disseminação do vírus e do engajamento da população a essas ações) e também na economia, com a análise do saldo de empregos formais de cada cidade (total e por setor), demonstrando em que momento cada cidade está em relação ao seu declínio, estabilidade ou retomada econômica, além de outros indicadores que categorizam o perfil das cidades no cenário atual.
RESULTADOS
É interessante observar que algumas cidades, mesmo tendo sido fortemente impactadas pelo isolamento social, resultando no fechamento de empresas e empregos no início da pandemia no país, já registram saldos positivos de empregos no período analisado, mostrando que a adaptação às adversidades é possível em diferentes setores.
Notoriamente em destaque neste estudo, a cidade de São Paulo, fortemente impactada economicamente, com o fechamento de quase 100 mil empregos no período analisado, mantém-se ainda uma cidade atrativa para negócios nos setores de educação, onde a cidade é polo nacional de atração de estudantes, para o público superior, e de renda, para o ensino básico privado e também no Mercado Imobiliário, cujo ano de 2020 iniciou como o mais aguardado dos últimos anos em termos de lançamento, mas que em virtude da pandemia teve sim alguns lançamentos postergados, entretanto como os dados do setor demonstram, a cidade registrou números elevados na venda de unidades em meses de isolamento, inclusive com crescimento das vendas em relação a anos anteriores.
Para ver estes e outros destaques, confira a edição 1223 da Revista Exame ou acesse nosso estudo completo aqui.
Fonte: Urban Systems
Japão pode proibir veículos a gasolina em meados da década de 2030
Reino Unido foi o primeiro a anunciar a decisão
O Japão pode proibir a venda de veículos novos movidos a gasolina em meados da década de 2030 para privilegiar veículos híbridos ou elétricos, informou a emissora pública NHK nesta quinta-feira (3), alinhando-se a outros países e regiões que estão impondo restrições a veículos dependentes de combustíveis fósseis.
A medida viria na esteira da promessa feita em outubro pelo primeiro-ministro, Yoshihide Suga, de fazer o Japão zerar a emissão de carbono até 2050 e tornar o país a segunda nação do G7, em pouco mais de duas semana, a estabelecer um prazo para eliminar gradualmente os veículos a gasolina.
O Ministério da Indústria japonês delineará um plano até o final do ano, disse o porta-voz chefe do governo, Katsunobu Kato, em entrevista coletiva hoje.
A probabilidade de intervenções estatais para reduzir as emissões de carbono está fomentando uma corrida tecnológica entre montadoras de veículos para a construção de carros elétricos e híbridos movidos a gasolina e eletricidade, para atrair motoristas à medida que eles trocam seus modelos a gasolina, particularmente nos dois maiores mercados automobilísticos do mundo, a China e os Estados Unidos.
As medidas, já em vigor no Japão, permitem às montadoras locais – especialmente as grandes, como a Toyota Motor Corp, que têm mais recursos para pesquisa e desenvolvimento – usar tecnologia de carros elétricos que já desenvolveram em casa.
No mês passado, o chefe de operações da Nissan Motor Co, Ashwani Gupta, disse à Reuters que sua empresa está disposta a reagir à decisão do Reino Unido, de acelerar uma data de substituição gradual de novos carros e vans a gasolina e diesel em cinco anos, ou para 2030, por isso ser parte de uma tendência global.
Por Chris Gallagher, Tetsushi Kajimoto, Aaron Sheldrick e Tim Kelly – Repórteres da Reuters – Tóquio
Fonte: Agência Brasil
AUMENTA O INTERESSE PELA ELETROMOBILIDADE NO PAÍS
Brasil precisa reduzir emissão de gases causadores do efeito estufa até 2030. Com isso, mais de 30 instituições se juntam para lançar a Plataforma Nacional de Mobilidade
Por Daniela Saragiotto
Até 2030, o Brasil precisa reduzir suas emissões de gases causadores do efeito estufa em 43%, de acordo com compromisso firmado, em 2016, durante o Acordo de Paris na Convenção de Clima da Organização das Nações Unidas (ONU). Com isso, o interesse pela eletromobilidade tem aumentado. Tão importante quanto cumprir diretrizes internacionais de cooperação, trata-se, também, de uma questão de saúde pública: segundo dados do WRI Brasil, estima-se que a poluição do ar nas principais regiões metropolitanas e capitais do País esteja ligada a cerca de 20,5 mil mortes ao ano em decorrência de doenças cardiovasculares e respiratórias e seja responsável, ainda, por 5,2% das internações de crianças e 8,3% de adultos por doenças respiratórias. O custo anual das hospitalizações e ausências no trabalho chega a R$ 30 milhões.
Considerando o impacto do setor de transportes para que o Brasil possa atingir tais metas de mitigação de emissões, muito se discute – e pouco se faz – sobre a implementação de políticas públicas para a mobilidade elétrica no Brasil, sobretudo no transporte coletivo. Os novos contratos de concessão do sistema de ônibus na cidade de São Paulo, por exemplo, exigem das empresas redução em 55,3% a emissão de gás carbônico, 90,2% de óxido de nitrogênio e 90,8% de material particulado em dez anos, mas, atualmente, a frota de elétricos da capital paulista é composta por apenas 16 veículos, de acordo com a Prefeitura de São Paulo. Recentemente, um importante passo foi dado com o lançamento da Plataforma Nacional de Mobilidade Elétrica (PNME), que reúne representantes de mais de 30 instituições da indústria, do governo, da sociedade civil e das universidades, todos comprometidos com o desenvolvimento desse setor no Brasil.
FORMAÇÃO
Os trabalhos na PNME começaram, oficialmente, em fevereiro deste ano, mas, antes disso, no segundo semestre de 2109, foi realizado um diagnóstico com os participantes, que concluiu a necessidade de realizarem uma pesquisa para compreender a opinião da população sobre o tema. A coordenação dos participantes na plataforma é feita pelo Ministério Alemão de Cooperação Econômica e para Desenvolvimento, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), empresa do governo alemão especializada em projetos de cooperação técnica e de desenvolvimento sustentável em escala mundial, e do Instituto Clima e Sociedade (iCS) . “Avançamos muito neste ano, trabalhando em um plano para a mobilidade elétrica no País, que, agora, precisa ser validado, discutido e colocado em prática”, afirma Marcel Martin, coordenador do portfólio de transportes do iCS e coordenador executivo da PNME.
PESQUISA REVELA A OPINIÃO DA SOCIEDADE SOBRE ELETRIFICAÇÃO DOS TRANSPORTES
Combustíveis fósseis, mudanças no transporte coletivo, intenção de compra de carros elétricos e outros aspectos do estudo contribuíram para a construção de um plano para o setor
Em torno de 92% da população brasileira concorda com a eletrificação do transporte público, além de perceberam que a transição para a energia elétrica é mais sustentável que os combustíveis de origem fóssil. Essas são algumas das conclusões do estudo encomendado pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS) e que foi apresentado durante a 1ª Conferência da Plataforma Nacional de Mobilidade Elétrica (PNME), realizada entre 16 e 19 de novembro passado.
A pesquisa comparou dados de 2017 e de 2020 sobre o uso de combustíveis fósseis e a transição energética, e teve uma amostra de 2 mil respondentes, de todas as regiões do Brasil e de diferentes faixas etárias, escolaridades e classes socioeconômicas. De maneira geral, na comparação com os resultados do estudo de 2017, destaca-se o fato de que, neste ano, mais que dobrou o número de pessoas que identificam como muito negativo o impacto do uso de combustíveis derivados do petróleo na qualidade do ar (passando de 11% para 25% do total) e nas mudanças climáticas (13% para 25%), o que reforça a hipótese de uma ampliação de consciência da população com relação a esse aspecto dos combustíveis fósseis. “Estamos em um momento de transição. Há três anos, as pessoas consideravam os combustíveis fósseis como um mal necessário e não conseguiam enxergar uma saída. Hoje, existem alternativas que vêm sendo implementadas no mundo todo, especialmente no transporte coletivo”, diz Marcel Martin, coordenador do portfólio de transportes no iCS e coordenador executivo da PNME.
MOBILIDADE ELÉTRICA INDIVIDUAL
Há três anos, 16% das pessoas declaravam a compra de um carro elétrico como “muito provável”. Atualmente, esse percentual passou para 33% do total de respondentes do estudo. Se incluirmos também as pessoas que responderam à mesma pergunta como “um pouco provável”, a intenção de ter um carro elétrico passou de 46% para 71% das pessoas em apenas três anos. “Hoje temos mais informação sobre o funcionamento desses veículos, as baterias evoluíram muito nos últimos anos, tanto em relação aos materiais usados em sua fabricação, hoje menos poluentes, como na duração. Todos esses aspectos, mais os ganhos ambientais, têm feito a população considerar a compra de um carro elétrico”, explica Martin.
GRUPOS DE TRABALHO
Para endereçamento de todas as demandas identificadas na pesquisa em um grande plano de mobilidade elétrica para o País, a PNME tem o apoio de uma Comissão de Ciência & Tecnologia, que reúne nomes relevantes da pesquisa no tema no Brasil – como Poli-USP, Unicamp, Instituto Mauá de Tecnologia, UFRJ, Universidade Federal de Goiás, WRI Brasil, Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD). Na comissão, há dois grupos com foco no tema: um trabalha em projetos para a eletrificação do transporte público; outro, na formação profissional especializada na área. “Nosso propósito é fomentar pesquisas, projetos, soluções e tecnologias dos tomadores de decisão para a construção de políticas públicas para o setor”, explica Martin.
Como próximos passos, a PNME elenca dois focos principais, além de seguirem na discussão e validação do plano. “Iremos nos concentrar, principalmente, nos projetos em ônibus, além de iniciativas para eletrificação do transporte de cargas urbanas. Como resultado, já temos uma frota encomendada pela Ambev para essa finalidade”, explica Martin. Para ele, é fundamental que haja maior concorrência no segmento no País. “Temos o desafio de mudar a lógica do mercado. Em outros países, as montadoras já estão olhando para esse futuro, mas, aqui, a discussão é tímida. Precisamos focar na transição do veículo movido por combustíveis fósseis para o de zero emissão. O Brasil tem de olhar para a economia do futuro, que, com certeza, não é baseada nos veículos movidos a combustíveis fósseis”, finaliza.

