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Inscrições abertas para o novo Ranking Connected Smart Cities: participe até 11 de junho de 2025

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Nova edição traz indicadores internacionais, eixos temáticos reformulados e tecnologia interativa para impulsionar o desenvolvimento urbano no Brasil.

As inscrições para a nova edição do Ranking Connected Smart Cities já estão abertas, oferecendo às cidades brasileiras a oportunidade de se destacarem como uma das mais conectadas e inteligentes do país. A participação no ranking permite que gestores públicos compreendam melhor os indicadores e níveis de desenvolvimento urbano de seus municípios, utilizando a plataforma como ferramenta estratégica de planejamento. A edição de 2025 marca o início de um novo ciclo de 10 anos e está alinhada à visão de promover cidades sustentáveis, resilientes e inovadoras até 2035.

Leia mais: Relatório 10 anos Connected Smart Cities

Com a reformulação dos seus eixos temáticos e a adoção de indicadores internacionais — baseados nas normas ISO ABNT 37120, 37122 e 37123 —, o Ranking amplia seu alcance e profundidade. São 13 eixos no total, que abrangem temas como economia e finanças, governança, meio ambiente, educação, habitação, mobilidade urbana, saúde e segurança, entre outros. A inovação passa a ser um elemento central na avaliação, refletindo a urgência de transformar as cidades em espaços mais eficientes, inclusivos e preparados para os desafios climáticos e sociais contemporâneos.

Em 2025, o estudo ganha o reforço técnico de dois novos parceiros: a SPIn – Soluções Públicas Inteligentes e a Scipopulis. A SPIn traz sua experiência em planejamento urbano, enquanto a Scipopulis contribui com sua plataforma MySmart City, que permitirá às cidades participantes visualizar os dados de forma interativa, facilitando a tomada de decisão baseada em evidências. A metodologia de ponderação também foi aprimorada, com base em estudos anteriores conduzidos pelas duas instituições, garantindo maior precisão e relevância nos resultados.

Leia mais: Os Critérios do Ranking Connected Smart Cities: Um Olhar Detalhado 

A nova edição mantém como pilares a transparência e a colaboração. Os municípios poderão enviar seus próprios dados e terão acesso a um ambiente aberto de consulta, promovendo a troca de informações e boas práticas entre gestores públicos de todo o Brasil. A coleta de dados continua baseada em fontes secundárias confiáveis, assegurando uniformidade e consistência entre os indicadores de todos os municípios analisados.

O prazo final para inscrição é 11 de junho de 2025. Gestores interessados devem aproveitar essa oportunidade para posicionar suas cidades em um dos principais rankings de desenvolvimento urbano do país. Para saber mais sobre as fontes utilizadas e os dados da edição anterior, clique aqui

 

Como medir o que sua prefeitura não consegue enxergar?

Você confiaria em uma empresa que não sabe o que entrega? Que não mede seus resultados, não define prioridades com clareza e não tem um plano para melhorar? Pois é. Ainda hoje, milhares de prefeituras brasileiras operam exatamente assim.

Um levantamento nacional baseado no IEGM (Índice de Efetividade da Gestão Municipal) escancarou um dado difícil de ignorar: 76% das prefeituras do país têm gestão ineficaz.

O índice avalia sete áreas essenciais da administração pública — como educação, saúde, meio ambiente, infraestrutura e planejamento. E os resultados mostram um país que, muitas vezes, ainda insiste em apagar incêndios com balde furado.

O que mais chama atenção? Justamente os dois pilares que deveriam sustentar qualquer política pública: planejamento e tecnologia.

No Norte do país, por exemplo, o índice médio de planejamento mal chega a 0,24 (em uma escala de 0 a 1). O de tecnologia fica em 0,28. Mesmo no Sudeste — onde os resultados são menos alarmantes — o desempenho em tecnologia ainda está longe do ideal: 0,56.

Como medir o que sua prefeitura não consegue enxergar?
No índice que vai de 0 a 1, nenhuma região do país alcança nota média superior a 0,50. A região Sudeste apresenta o melhor desempenho geral (0,48), seguida pelo Sul (0,45), enquanto o Norte registra a menor média nacional (0,33).
Crédito: Reprodução / Assessoria

Estamos falando de prefeituras que seguem operando no escuro.

Desde que eu criei a Aprova, venho batendo na mesma tecla: sem planejamento não há direção. Sem tecnologia não há dados. E sem dados a gestão vira adivinhação.

O resultado? Gestões que gastam muito, entregam pouco e não conseguem nem identificar onde estão os próprios gargalos. E não é força de expressão: mais de 400 municípios sequer responderam ao IEGM — ou seja, não conseguiram informar dados mínimos sobre sua atuação.

Se isso ocorresse em qualquer empresa, o alarme soaria alto.

Enquanto isso, o Governo Federal já digitalizou 74% dos seus serviços, gerando uma economia de R$ 4 bilhões por ano. Os municípios, no entanto, continuam à margem dessa transformação. E quem paga essa conta é o cidadão.

Na maioria dos casos, o problema não é falta de dinheiro — é falta de método. Falta ferramenta. Falta diagnóstico. Falta organização.

Por isso, modernizar a gestão pública não é mais uma escolha, é uma urgência. E isso começa por uma decisão: escolher uma tecnologia adequada, definir por onde começar e assumir, de fato, o compromisso com a transformação.

Foi com essa missão que criamos uma planilha gratuita para medir a eficiência da gestão pública. Simples, prática, replicável. Com ela, qualquer gestor consegue avaliar rapidamente o desempenho de áreas como Saúde, Educação, Meio Ambiente e Infraestrutura.

Baixe gratuitamente a Planilha de Eficiência da Gestão Pública.

Não é a solução definitiva, nem substitui o impacto de uma tecnologia completa, que cruza dados em tempo real, aponta riscos, organiza fluxos, emite alertas e gera decisões com base em evidências.

É um ponto de partida, um apoio inicial para quem ainda não tem ferramentas estruturadas que ajudam a enxergar o que a gestão não mede.

A transformação não precisa começar grande. Mas precisa começar do jeito certo.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

Delivery, carros elétricos, energia limpa, mineração: veja onde a China pretende investir R$ 27 bilhões no Brasil

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Investimentos foram anunciados por Jorge Viana, presidente da ApexBrasil, após encontro entre empresários dos dois países em Pequim.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, nesta segunda-feira (12), que a China pretende investir R$ 27 bilhões em novos projetos no Brasil.

Entre os setores de investimentos estão o de delivery, com a plataforma Meituan; o de carros elétricos, com a montadora GAC, o de energia limpa, com a estatal CGN; e o de mineração, com o grupo Baiyin Nonferrous (veja lista abaixo).

Os R$ 27 bilhões foram citados pelo presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações (ApexBrasil), Jorge Viana, após um fórum entre empresários brasileiros e chineses em Pequim.

Antes de chegar à China, a comitiva brasileira visitou a Rússia, onde Lula se reuniu com o presidente Vladimir Putin e pediu um cessar-fogo na Ucrânia.

Segundo a Apex, os investimentos da China incluem:

  • R$ 6 bilhões da GAC, uma das maiores montadoras chinesas, para “expansão de suas operações” no Brasil;
  • R$ 5 bilhões da Meituan, plataforma chinesa de delivery que quer atuar no Brasil com o app “Keeta” e prevê gerar até 4 mil empregos diretos e 100 mil indiretos;
  • R$ 3 bilhões da estatal chinesa de energia nuclear CGN para construir um “hub” de energia renovável (eólica e solar) no Piauí;
  • até R$ 5 bilhões da Envision para construir um parque industrial “net-zero” (neutro em emissões de carbono), com foco em SAF (Combustível Sustentável de Aviação), hidrogênio verde e amônia verde. O primeiro da América Latina, segundo a Apex;
  • R$ 3,2 bilhões da rede de bebidas e sorvetes Mixue, que deve começar a operar no Brasil e espera gerar 25 mil empregos até 2030;
  • R$ 2,4 bilhões do grupo minerador Baiyin Nonferrous, que anunciou a compra da mina de cobre Serrote, em Alagoas.
  • a empresa DiDi, que opera no Brasil por meio da empresa de transporte 99, pretende expandir a operação no setor de delivery e pretende construir 10 mil pontos públicos de recarga para veículos elétricos;
  • a Longsys deve aportar R$ 650 milhões para ampliar a capacidade produtiva de fábricas de semicondutores em São Paulo e Amazonas;
  • a brasileira Nortec Química anunciou parceria com a Acebright, Aurisco e Goto Biopharm para construção de plataforma industrial de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) no Brasil, no valor de R$ 350 milhões;
  • a Apex também fechou parcerias para a promoção do café brasileiro com a Lickin Coffe, do cinema do Brasil com a Huaxia Film, e de produtos nacionais no varejo chinês com a Hotmaxx.

Lula viajou ao país acompanhado de 11 ministros e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), além de parlamentares, outras autoridades e cerca de 200 empresários. Nesta terça (13), Lula deve se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping.

“Na última década, a China saltou da 14ª para a 5ª posição no ranking de investimento direto no Brasil. Trata-se do principal investidor asiático em nosso país, com estoque de mais de US$ 54 bilhões”, citou Lula após evento com empresários na China.”
E para além da questão comercial, falou também em “elevar o intercâmbio de turistas e ampliar as conexões aéreas entre os países”.

“A China tem sido tratada, muitas vezes, como se fosse uma inimiga do comércio mundial quando, na verdade, a China está se comportando como um exemplo de país que está tentando fazer negócios com os países que foram esquecidos nos últimos 30 anos por muitos outros países. É importante a gente lembrar”, continuou.

Ampliação do comércio

A viagem de Lula à China foi pensada para fortalecer a negociação comercial entre os países. A China é o principal parceiro comercial do Brasil, e o governo brasileiro avalia que há espaço para ampliar as exportações para o país asiático.

A avaliação tem relação direta com a guerra comercial entre os Estados Unidos e os chineses. Ministros e empresários acreditam que o Brasil pode surgir como “alternativa” para parte dos produtos americanos importados pela China.

A ApexBrasil mapeou 400 oportunidades para ampliação dos negócios entre Brasil e China. As possibilidades estão espalhadas em uma série de setores, com especial destaque para o agronegócio.

A agenda dos empresários brasileiros na China prevê eventos voltados ao agro. Em um deles, associações vão inaugurar um escritório, em Pequim, para facilitar negociações para a exportação de carnes do Brasil ao mercado chinês.

Já o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que também integra a comitiva de Lula a Pequim, deve participar de encontros com autoridades. A pasta afirma que um dos objetivos da visita é a conclusão de um acordo para reduzir burocracias no registro de produtos biotecnológicos.

Ao longo da viagem de Lula à China, há expectativa de que os governos chinês e brasileiro assinem uma série de acordos bilaterais.

Parte dos anúncios ocorrerá após encontro com Xi Jinping, na terça-feira. Será a terceira vez que o petista e o líder chinês se encontram desde que o presidente brasileiro voltou ao Planalto em 2023.

O cronograma da viagem prevê, ainda, a participação do presidente brasileiro em uma reunião com representantes da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

Fonte: G1

Últimos dias para se inscrever no Call for Papers e Prêmios PMU e CSC

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Interessados têm até 29 de maio para compartilhar soluções inovadores e ter reconhecimento nacional

Estão abertas, por tempo limitado, as inscrições para o Call for Papers e para os Prêmios Connected Smart Cities (CSC) e Parque da Mobilidade Urbana (PMU), iniciativas que reconhecem e valorizam projetos inovadores voltados ao desenvolvimento sustentável, à mobilidade urbana e à construção de cidades mais inteligentes e conectadas. As propostas selecionadas serão apresentadas durante o Cidade CSC, o principal encontro sobre cidades inteligentes da América Latina, que acontecerá nos dias 24 e 25 de setembro de 2025, no Expo Center Norte – Pavilhão Vermelho, em São Paulo.

O Call for Papers tem como objetivo reunir trabalhos que contribuam com soluções criativas e inclusivas para os desafios urbanos contemporâneos, com destaque para a diversidade de perspectivas. Os autores dos trabalhos selecionados terão a oportunidade de participar como painelistas em um dos 17 palcos simultâneos do evento, que também contará com rodadas de negócios, transmissões ao vivo, workshops e a realização simultânea de eventos como o CSC GovTech & FutureTech, Parque da Mobilidade Urbana, AirConnected e Connected Urban Air Mobility.

Clique aqui e se inscreva até dia 18/06 no Call for Papers

Desde sua criação, os eventos CSC, P3C, PMU e CSC GovTech reuniram mais de 26 mil participantes, cerca de 706 marcas, 516 painéis de discussão, 561 apoiadores, mais de dois mil palestrantes e 1.230 reuniões de negócios, impulsionando a implantação de projetos em diversas cidades do país.

Já o Prêmio Connected Smart Cities, promovido pela Plataforma CSC em parceria com a Neurônio, reconhece negócios inovadores desenvolvidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado com sede no Brasil. A premiação é dividida em quatro categorias: Negócios Pré-Operacionais, voltada a soluções em fase de desenvolvimento e testes; Negócios Operacionais, para produtos ou serviços já disponíveis no mercado; Soluções do Poder Público, focada em iniciativas públicas com pelo menos seis meses de execução; e Ideias de Negócios de Universitários, destinada a estudantes que proponham soluções inovadoras voltadas às mudanças climáticas.

Clique aqui e se inscreva até dia 18/06 no Prêmio CSC

O Prêmio PMU, promovido em parceria com a Urucuia, destaca iniciativas e carreiras que impactam positivamente a mobilidade urbana no Brasil. O reconhecimento abrange projetos públicos e privados que promovem a mobilidade sustentável, segura e inclusiva, com categorias voltadas a iniciativas transformadoras, segurança viária e mobilidade ativa. Além disso, profissionais que se destacam na área também serão homenageados nas categorias Carreira Inspiradora em Mobilidade Urbana e Mulheres que Inspiram na Mobilidade Urbana.

Clique aqui e se inscreva até dia 18/06 no Prêmio PMU

Com a aproximação do evento e o encerramento das inscrições se aproximando, esta é a oportunidade ideal para que inovadores, gestores públicos, empreendedores e estudantes compartilhem suas soluções e façam parte de um dos maiores encontros sobre o futuro das cidades no país.

Clique aqui para saber mais sobre o evento Cidade CSC

Precisamos Falar Sobre os Crimes na Internet: Um Olhar Crítico sobre a Deep Web e Seus Perigos

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Nos últimos anos, a internet transformou-se em uma parte indispensável da vida moderna, especialmente para a juventude. Entretanto, essa ferramenta poderosa traz consigo não apenas benefícios, mas também uma série de riscos. Um dos aspectos mais obscuros do mundo digital é conhecido como “deep web”, que se refere a uma camada da internet que não é indexada por mecanismos de busca tradicionais. Dentro da deep web, encontramos a “dark web”, um ambiente clandestino onde ocorrem atividades ilegais, como o aliciamento de jovens por indivíduos mal-intencionados que exploram a fragilidade dessa faixa etária. 

É importante esclarecer a diferença entre deep web e dark web, frequentemente confundidas. A deep web abrange qualquer parte da internet que não é acessível por meio de buscas comuns, incluindo desde bases de dados acadêmicas até redes privadas. Por outro lado, a dark web é uma subseção específica e intencionalmente oculta da deep web, acessada através de softwares especializados, como o Tor. É nesse espaço sombrio que se concentram atividades ilícitas, como tráfico de drogas, comércio de armas e redes que aliciam jovens. Esses criminosos utilizam esses ambientes para se conectar com suas vítimas, muitas vezes oferecendo um sentido de pertencimento e amizade, o que pode ser extremamente atraente para adolescentes em busca de aceitação social.

Casos trágicos, como o massacre de Realengo, além de outros atentados em instituições de ensino no Brasil, destacam a urgência de abordar essa problemática. Muitos desses episódios de violência foram incitados por grupos que atuam na internet, promovendo a violência e a rebeldia, evidenciando assim a influência perniciosa que o ambiente virtual pode exercer sobre jovens impressionáveis. Portanto, é fundamental que os pais se conscientizem sobre o que seus filhos consomem online, com quem interagem em chats de jogos e quais fóruns visitam. Com frequência, os jovens se conectam a comunidades que discutem assuntos delicados, como suicídio e bullying, sem a devida supervisão.

A dependência digital tornou-se um fenômeno crescente entre crianças e adolescentes. O uso excessivo de dispositivos eletrônicos, redes sociais e aplicativos pode levar a um comportamento compulsivo, dificultando o controle sobre o tempo despendido online. Essa dependência pode resultar em sérios problemas de saúde mental, incluindo ansiedade e depressão, além de afetar negativamente o desempenho escolar e as relações interpessoais. Quando o ambiente virtual não é monitorado de maneira adequada, pode se transformar em uma armadilha, onde os jovens se isolam cada vez mais da vida real.

 Os impactos do uso excessivo das redes sociais também são alarmantes e têm mostrado consequências significativas na saúde mental dos jovens. A constante comparação com os outros, a pressão para manter uma imagem perfeita e a exposição ao cyberbullying são fatores que contribuem para o aumento de problemas emocionais. Estudos têm demonstrado que jovens que passam longas horas em redes sociais apresentam níveis mais elevados de ansiedade e depressão, o que resulta em uma deterioração do seu bem-estar psicológico.

Aplicativos como o Discord, que gozam de grande popularidade entre os gamers, também trazem seus próprios riscos. Embora sejam plataformas de comunicação e socialização, muitas vezes podem ser utilizadas para interações que se revelam perigosas. O Discord permite que os usuários criem servidores privados onde podem interagir, mas esses espaços nem sempre são seguros. Os jovens podem se tornar alvos de aliciadores, que se utilizam da anonimidade proporcionada pela internet para manipular e explorar suas vulnerabilidades. O Project Z é outro exemplo de um jogo associado a práticas de violência e comportamentos de risco, apresentando uma mecânica que pode incentivar atitudes agressivas entre os participantes.

É preocupante notar que muitos pais não estão cientes das classificações etárias de jogos e filmes que seus filhos consomem. Títulos que glorificam a violência ou promovem o uso de substâncias ilícitas têm potencial para impactar negativamente o comportamento dos jovens. A exposição contínua a conteúdos violentos — seja em jogos, animes ou filmes — pode resultar na normalização da violência, levando esses jovens a expressar comportamentos agressivos nas suas interações sociais. É comum pais de adolescentes e crianças dizerem que estão jogando dentro de casa, sob seus olhares e julgarem de forma errônea que estão protegidos, um jovem que interage de forma digital no mundo online corre muitos riscos se os responsáveis não se atentarem para o que realmente estão fazendo e conversando lá.

A lógica que rege a internet e as redes sociais, impulsionada por algoritmos que capturam preferências e dados pessoais, agrava ainda mais a situação. Esses algoritmos são projetados para maximizar o engajamento, frequentemente direcionando os usuários a conteúdos extremos ou prejudiciais sem que eles percebam. O projeto de lei em tramitação, de autoria do deputado Fabiano Comparato, busca aumentar a responsabilidade dos provedores de internet sobre o conteúdo que é disseminado em suas plataformas. É crucial que existam punições severas para aqueles que permitem a propagação de informações prejudiciais, assim como para as plataformas que facilitam esses comportamentos.

De acordo com uma pesquisa da Unicamp, o Brasil registrou 25 ataques a escolas nos últimos 22 anos, resultando em 40 mortes. Esses dados alarmantes ressaltam a necessidade de um controle mais rigoroso sobre o que os jovens acessam na internet. A falta de supervisão pode não apenas expor os jovens a aliciadores, mas também incentivá-los a cometer crimes.

Neste cenário, os pais desempenham um papel fundamental e devem estar atentos ao comportamento de seus filhos, assim como às suas atividades online. A vigilância deve ir além das conversas pessoais, abrangendo também o mundo digital, onde os jovens podem se perder em um mar de informações perigosas. Quando a internet é utilizada sem supervisão adequada, pode tornar-se um espaço de alto risco, onde os jovens são facilmente manipulados e expostos a influências nocivas.

A sociedade precisa reconhecer os perigos que a internet, especialmente a deep web e a dark web, apresenta. Os responsáveis pela educação e proteção dos jovens devem adotar uma postura proativa. A combinação de supervisão parental, educação sobre o uso seguro da internet e uma legislação mais rigorosa pode ajudar a mitigar os riscos associados ao uso descontrolado da tecnologia, protegendo assim os jovens de se tornarem tanto vítimas quanto perpetradores de crimes. O mundo digital é um futuro que já chegou e precisamos usar com responsabilidade.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

Ministério de Portos e Aeroportos lidera discussões sobre logística sustentável no GT do Brics

O segundo dia da Reunião do Grupo de Trabalho com representantes dos países do bloco destacou programas brasileiros voltados à cooperação internacional

O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) segue como ator-chave no setor de infraestrutura global, presidindo e participando tecnicamente da 3ª Reunião do Grupo de Trabalho de Transportes do Brics. O encontro ocorreu nesta terça-feira (13), no Serpro, em Brasília, reunindo delegados dos países integrantes do grupo para definir alinhamentos sobre transporte sustentável, logística internacional e conectividade aérea. O próximo encontro entre os representantes do bloco será realizado na quarta-feira (14), no Itamaraty, para a assinatura da declaração ministerial. Na ocasião, além do MPor, estarão presentes representantes dos Ministérios das Cidades e dos Transportes.

“Essa reunião é de extrema importância, pois podemos compartilhar nossas experiências, ouvir os outros países em desenvolvimento, compreender em que estágio de maturidade estão, quais dificuldades enfrentam e as soluções encontradas para implementar políticas públicas. Com isso, conseguimos aperfeiçoar a implementação dos nossos projetos, programas e produtos”, afirmou o secretário-executivo adjunto do Ministério de Portos e Aeroportos, Fábio Lavor.

A iniciativa do grupo de cooperação política e econômica fortalece a capacidade de resposta dos países emergentes frente a desafios logísticos e climáticos, buscando soluções conjuntas para emergências e melhorias na infraestrutura global.

O diretor de Programa da Secretaria-Executiva do Ministério de Portos e Aeroportos, Tetsu Koike, destacou que a logística não se resume apenas ao transporte, mas tem como base a informação — desde sua geração até seu uso — para agregar valor aos serviços prestados em cada país. “A troca de informações, especialmente por meio de sistemas informatizados, pode ser o ponto de partida para a harmonização e integração logística entre os membros.”

Workshop

Ao longo das discussões, foram apresentadas propostas que incluem a troca de informações, a resolução de questões relacionadas ao transporte, a integração intermodal e multimodal com uma abordagem conjunta, o fortalecimento do ambiente de negócios, a identificação de oportunidades, o aperfeiçoamento da cadeia de suprimentos e a aplicação de tecnologias voltadas à logística.

Koike também destacou a experiência brasileira com a Janela Única Portuária, sistema implantado há 14 anos, que reúne dados detalhados sobre a estadia de navios nos portos, como informações sobre embarcações, operadores, cargas, tripulação e passageiros. “Com base nesse modelo, será possível desenvolver mecanismos de compartilhamento antecipado de dados com os países parceiros, permitindo melhor previsão e planejamento logístico”, explicou.

Outro ponto de grande relevância discutido pelos delegados foi o reconhecimento da importância dos combustíveis sustentáveis de aviação como caminho para a redução das emissões de carbono no meio ambiente.

Leia mais: Jornada de Baixo Carbono Movimenta Mercado de Energia.

Próximos passos

O presidente da reunião, Márcio Gabardo, coordenador de projetos na Assessoria Internacional do Ministério de Portos e Aeroportos, destacou que a proposta apresentada foi bem recebida pelos países participantes, com necessidade de apenas pequenas adequações. No encontro desta terça-feira, foi construída uma declaração conjunta que abrange, entre outros temas, a descarbonização de portos e do transporte marítimo, o transporte aéreo e a cooperação logística.

A consolidação das tratativas será apresentada na reunião ministerial que ocorrerá amanhã (14), no Itamaraty, com o objetivo de alavancar o futuro da mobilidade logística internacional.

Além do Brasil, participam representantes de diversos países do grupo. O Brics conta atualmente com 11 membros, incluindo novos integrantes como Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.

A cooperação entre os países do Brics é essencial para a criação de novas rotas comerciais, a otimização do transporte multimodal e a ampliação do intercâmbio tecnológico e econômico.

Leia mais: ABES e a Vertical de Negócios de Cidades Inteligentes: Transformação Digital para um Futuro Sustentável. 

Fonte: Assessoria Especial de Comunicação Social – Ministério de Portos e Aeroportos

Jaguariúna sedia Reunião Estratégica Connected Smart Cities para debater o futuro das cidades inteligentes

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Cidade recebe especialistas para discutir os desafios e potencialidades do desenvolvimento sustentável

No próximo dia 23 de maio, às 13h30, Jaguariúna, interior de São Paulo, será palco da Reunião Estratégica Connected Smart Cities, encontro que reunirá autoridades, lideranças e especialistas para debater o futuro das cidades inteligentes no Brasil. A iniciativa, promovida pela Necta e pela plataforma Connected Smart Cities, marca um importante momento de articulação regional e nacional em torno de soluções inovadoras para o desenvolvimento urbano sustentável.

Com localização estratégica, Jaguariúna se destaca como um dos principais polos tecnológicos e industriais do país, abrigando grandes empresas e um ecossistema de startups. A cidade figura em posições de destaque no Ranking Connected Smart Cities, sendo a 11ª colocada no panorama nacional, a 1ª entre os municípios com população entre 50 e 100 mil habitantes, e a 7ª entre as cidades da região Sudeste. Além disso, destaca-se em áreas-chave como educação (2º lugar), economia (6º lugar), saúde (11º lugar) e governança (15º lugar), além de ostentar o Selo Connected Smart Cities na categoria Prata e o status de cidade aspiracional no Selo CSC GovTech.

Leia mais: Jaguariúna Mantém a Liderança entre as Cidades de 50 a 100 mil Habitantes mais Inteligentes do Brasil, Segundo Ranking Connected Smart Cities 

Durante o encontro, serão realizados três painéis temáticos: “Planos de Desenvolvimento Inteligente e Sustentável de Jaguariúna”, “Tecnologia, Inovação e Segurança nas Cidades” e “Economia e Modelos de Desenvolvimento Urbano Sustentável”. A programação contará com a participação de nomes como Davi Neto, prefeito de Jaguariúna; Karina Florido Rodrigues, secretária de Gestão, Inovação e Tecnologia do município; Márcio Sanches, CEO da InovaEduK; Paula Faria, CEO da Necta e idealizadora do Connected Smart Cities; e Willian Rigon, sócio-diretor de Negócios da Necta.

Além de seu protagonismo em inovação, Jaguariúna se destaca também por sua qualidade de vida e atrativos turísticos, que incluem áreas verdes como o Jardim Botânico e o Parque Arthur Thomas, espaços culturais como o Teatro Ouro Verde e o Museu Histórico de Londrina, e uma rica tradição gastronômica com pratos típicos do interior. Conhecida como “Pequena Londres” devido à influência britânica na região, a cidade também abriga um dos maiores campus universitários do país, com a Universidade Estadual de Londrina (UEL), e mantém forte presença no agronegócio sustentável, especialmente na produção de café.

Leia mais: Convite para Prefeitos: Participe das Reuniões Estratégicas Regionais 2025 do Connected Smart Cities 

A Reunião Estratégica Connected Smart Cities em Jaguariúna será um importante ponto de convergência entre o poder público, o setor privado e a sociedade civil, reforçando o compromisso com o planejamento urbano integrado e com o uso inteligente de tecnologias para transformar os territórios brasileiros em espaços mais inovadores, sustentáveis e inclusivos.

Clique aqui e saiba mais 

Inovação no setor público

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Quem ainda aposta em soluções isoladas já ficou para trás

Apesar dos avanços em agendas de transformação digital, a inovação ainda é uma promessa não realizada na maior parte dos governos locais brasileiros. Dados recentes do Movimento Brasil Competitivo (MBC) revelam que menos de 10% dos serviços públicos municipais estão digitalizados, um número que expõe um enorme campo de oportunidades, mas também os obstáculos profundos para modernizar o setor público.

A inovação em governos municipais enfrenta barreiras que vão muito além da tecnologia. A falta de processos estruturados, a dificuldade de mensurar o impacto das políticas públicas, a baixa maturidade cultural das equipes e a integração limitada entre tecnologia e operação ainda são realidades que atrasam a transformação que o cidadão espera.

O desafio não é apenas adotar novas ferramentas, mas mudar a lógica de funcionamento do governo. E para isso, inovar exige mais que boas ideias: exige governança, método e propósito.

Inovar é construir: por que ações isoladas não bastam

Durante muito tempo, a inovação pública foi abordada por iniciativas pontuais — hackathons, laboratórios de inovação, eventos de ideação. Embora importantes, essas ações isoladas não são suficientes para provocar mudanças estruturais. Sem uma jornada clara, a inovação se dispersa e seus impactos se perdem ao longo do tempo.

A experiência acumulada nos últimos anos com programas de cidades inteligentes no Brasil e no mundo mostra que o sucesso depende de três fatores principais:

  • Estruturação de processos e governança
  • Integração da inovação com o planejamento estratégico do
  • Engajamento contínuo dos servidores e da

É a partir dessa visão que surge a necessidade de tratar a inovação como uma jornada, e não como uma sequência de eventos desconectados.

A Jornada de Inovação da Exxas: um caminho estruturado para transformar a gestão pública

Com mais de uma década de atuação junto a governos municipais, a Exxas desenvolveu a Jornada de Inovação — uma metodologia desenhada para ajudar prefeituras a estruturar, implementar e escalar políticas de inovação de maneira prática e sustentável.

A Jornada combina diagnóstico de maturidade, estruturação de governança, execução de projetos-piloto, desenvolvimento de cultura inovadora e integração da inovação ao planejamento municipal. Tudo isso, apoiado por uma plataforma própria de gestão da inovação, que organiza ações, compromissos e indicadores ao longo de toda a trilha.

Ao invés de criar projetos desconectados, a Jornada propõe uma lógica de construção progressiva: entender o cenário atual, estruturar o ecossistema interno, testar soluções rápidas e, por fim, escalar aquilo que gera impacto real para o cidadão.

Como resultado, cidades que trilharam essa jornada relatam:

  • Maior geração de novas ideias e melhoria de serviços públicos.
  • Redução de desperdícios e melhor uso dos
  • Políticas inovadoras com impacto mensurável na vida da população .

Desde que o pessoal da Exxas começou a trabalhar com a gente, conseguimos colocar em prática todas as nossas ações”, resume Kamila Porfirio, Coordenadora de Inovação de São José/SC .

Um novo capítulo para a inovação pública

A inovação pública não será construída apenas por novas tecnologias. Ela será construída pela capacidade dos governos de liderar processos de transformação, envolvendo servidores, cidadãos e parceiros em uma jornada contínua de evolução.

Para os municípios que desejam acelerar sua transformação e entregar mais valor à sociedade, a estruturação da inovação como um projeto estratégico com método, métricas e cultura, será um diferencial competitivo.

Porque inovar, no fim das contas, é sobre construir o futuro que queremos viver.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

TRENS A SOROCABA E ABC-GUARULHOS: SP MIRA MAIS 3 LEILÕES DE TRILHOS EM 2025

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Além de trens, aparece concessão de metrô ligando regiões Leste e Oeste; todos certames estão previstos para quarto trimestre

Após leiloar as linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, o governo de São Paulo mira bater o martelo e conceder trilhos mais três vezes em 2025: para o Lote ABC Guarulhos, com a linha 10-Turquesa e futura linha 14-Ônix de trens urbanos; a linha 16-Violeta de metrô; e o trem intercidades (TIC) que ligará a capital a Sorocaba.

Na última sexta-feira (28), o grupo Comporte arrematou as linhas da CPTM, com previsão de investir R$ 14,3 bilhões por 25 anos. Entre as melhorias estão a ampliação de 22,6 km das linhas, com a construção de dez novas estações e reforma de outras 24.

Dentre os projetos que estão “no forno”, o mais avançado é o Lote ABC-Guarulhos, que já teve audiência pública concluída e agora aguarda a publicação do edital entre o segundo e o terceiro trimestre e leilão no quarto. O mais provável é que aconteça em junho.

O pacote que contém a operação e expansão de uma linha já existente, a 10-Turquesa, que liga Rio Grande da Serra à estação Luz, e uma nova, ligando as cidades de Santo André e Guarulhos, seria concedido por 30 anos com previsão de R$ 19 bilhões em investimentos e ampliação de 80 km de trilhos.

Há previsão de construção de quatro novas estações na linha 10: ABC, entre Capuava e Prefeito Celso Daniel; São Carlos-Parque da Mooca, entre Ipiranga e Mooca; Pari, entre Brás e Luz; e Bom Retiro, após a Luz.

A futura linha 14 prevê 23 estações: nove em Santo André, de Jardim Irene a Parque Oratório; onze na capital, de Sapopemba a Hospital Jardim Helena; e mais três em Guarulhos, de Sacramento a Bonsucesso. Haverá ligações com as linhas 11-Coral, 12-Safira e 15-Prata.

Nem o TIC ou a linha 16-Violeta teve audiência pública, mas ambas têm leilão previsto para o quarto trimestre. O trem de São Paulo a Sorocaba prevê a extensão de 100 km e R$ 10 bilhões em investimentos; o metrô ligando as regiões Leste e Oeste da Capital, 32 km e R$ 38,4 bilhões. Ambos preveem 30 anos de concessão.

Com quatro estações novas, o trem sai da região metropolitana da capital e passa por Osasco, Barueri, Itapevi, São Roque, Mairinque e Alumínio, todos a Oeste de São Paulo, antes de chegar em Sorocaba. O trajeto será feito em 60 minutos, sendo que hoje é feito em 110 minutos de carro e 130 minutos de ônibus.

Já a nova linha do metrô ligará a estação Oscar Freire à futura estação Cidade Tiradentes. Haverá ao todo 25 estações, com ligações nas linhas Linha 1-Azul, 2-Verde, 4-Amarela, 10-Turquesa, e 15-Prata. Conhecida também como a “Linha dos Parques”, o ramal terá estações próximas aos parques do Ibirapuera, Aclimação e Independência.

Fonte: CNN

 

GALINHEIROS, RESÍDUOS ORGÂNICOS E O CONDOMÍNIO DO FUTURO.

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 A conexão entre a produção de proteína e a gestão condominial.

Biodiversidade e Tecido Urbano

Já comentei, em outros artigos aqui, que as cidades de hoje são “monocultura de gente”, e que somos vítimas de todos os problemas associados com essa carência de biodiversidade. As cidades modernas são fruto do conluio entre três profissões: o engenheiro civil, o advogado de questões fundiárias e do direito trabalhista, e o médico sanitarista. Este último foi responsável pelo pânico, em diversos momentos no século XIX, relacionado à recém descoberta dos “germes”, “bactérias”, e outros micro-organismos.

Naquele momento histórico, logo após Pasteur identificar a relação entre diversas doenças e a contaminação por organismos microscópicos, passou-se a acreditar que toda profilaxia seria desejável, e que a meta da higiene (pessoal e sócio-urbana) deveria ser a erradicação de qualquer forma de vida que não a humana e alguns animais de estimação (e, mesmo eles, passaram a ser vistos como veículos de doenças). Mesmo que esse pânico seja baseado em fatos científicos – de fato, micro-organismos são responsáveis por inúmeras doenças – ele suscitou uma série de reformas urbanas que são, hoje, vistas como exageradas ou mesmo infundadas. Sabemos, hoje, que o corpo humano (e qualquer outro vertebrado) depende de um bioma que habita sua pele, sistema digestório e sistema respiratório: algumas funções de nosso corpo não podem ser desempenhadas sem esse bioma (como a flora intestinal, por exemplo).

A reboque dessa mania de higiene (apenas parcialmente sustentada pelo conhecimento científico), criou-se a segregação entre meio urbano e meio rural: o primeiro seria a habitação “exclusiva” de seres humanos, e o segundo seria o ambiente no qual os seres humanos iriam desempenhar o controle tecno-científico da natureza para maximizar a produção de alimentos (plantações, pastagens, granjas, chiqueiros, represas, pesqueiros, etc.).

Essa segregação se manifestou no chamado “perímetro urbano”, e foi regulamentada e implementada por órgãos de vigilância de zoonose, por exemplo, que proibiu a criação de animais para consumo alimentício dentro do perímetro urbano. Quanto à produção de vegetais para alimentação, essa proibição não foi implementada de modo tão rígido. Mas, do ponto de vista jurídico, a segregação foi quase que completa: alimentos não poderiam ser produzidos dentro do perímetro urbano, e o meio rural passou a ser visto como um lugar sujo, contaminante, até mesmo perigoso, dada a abundância de outros seres vivos que não seres humanos.

Bom, sabemos que essa segregação é impossível: mesmo após a legislação da zoonose, os “pets” abundam no meio urbano, e praticamente qualquer animal foi criado como pet, dos prosaicos cães e gatos, a porcos, cobras e aranhas – tudo depende do gosto do dono do pet, e da tolerância dos órgãos de regulamentação e vigilância. Além disso, outras espécies oportunistas compartilham o meio urbano conosco: pombos (outrora uma espécie muito valorizada, hoje abandonada), ratos, baratas, e uma multidão de micro-organismos que vicejam nesse caldo de cultura especializada da monocultura de gente – como em uma plantação de soja, quando uma praga entra nesse ambiente, ela se espalha rapidamente por toda a sua extensão.

Mas, essa segregação também é insalubre: o organismo humano precisa não apenas de seu bioma simbiótico – cuja ausência pode nos enfraquecer e matar – como também precisa do contato com a natureza para que possa regenerar-se em múltiplos níveis: do psíquico-emocional, ao fisiológico, por meio do contato com biomas biodiversos nos quais uma enorme variedade de organismos benéficos à nossa saúde estão disponíveis por meio do mero contato físico.

Sabemos, hoje, que a biodiversidade é crucial para nossa saúde integral. E que a profilaxia, mesmo sendo crucial para nossa saúde (como a quase erradicação de alimentos apodrecidos de nossas mesas, e a banalização benéfica das salas de cirurgia completamente esterilizadas), precisa estar em equilíbrio com o contato de espécies simbióticas com nosso organismo.

Em meu último artigo, argumentei a favor de uma “Cidade Agroflorestal”, na qual o tecido urbano abre espaço para que a natureza volte a tomar conta dos seus biomas. Neste artigo, apresento uma solução que é de tamanha simplicidade, que é difícil acreditar que possa ter tantas consequências benéficas para a vida urbana e para a regeneração dos biomas: galinheiros nos condomínios habitacionais.

Galinhas, seus “milagres” e sua industrialização

Há agricultores que chamam galinhas de “porcos que botam ovo”, dado o apetite dessa espécie por praticamente qualquer tipo de alimento e resíduo orgânico. Galinhas são notórias consumidoras de espécies peçonhentas, como cobras, aranhas, escorpiões, dentre outros. E, acima de tudo, elas produzem uma quantidade impressionante de ovos, famosas por superarem a capacidade de consumo dos sitiantes que as criam como forma de controle de pragas e equilíbrio ecológico de seus terrenos.

Além disso, como todo pássaro, o sistema digestivo da galinha tem uma constituição que praticamente garante que parasitas multicelulares, como vermes, larvas e insetos, sejam triturados, provendo as fezes mais adequadas para a adubação, compostagem e regeneração do solo, sem oferecer perigo de contaminação de alimentos, animais de estimação, e a si mesmas.

O ciclo de vida das galinhas é abundante em toda sua extensão: produzem ovos por toda a vida, oferecem esterco de qualidade, e quando são abatidas oferecem proteína saborosa.

Galinhas têm uma relação simbiótica com a humanidade há milênios. Desde o canto de despertar do galo, até seu uso como símbolos nacionais e insígnias, os galináceos são parte da cultura humana.

Até a década de 1950, era comum comprar-se, diretamente de vendedores ambulantes, galinhas vivas nos domicílios de São Paulo, que as matavam e limpavam sob encomenda dos compradores particulares. Essa prática perdurou em outras regiões do país até a década de 1990. A partir dessa época, podemos dizer que a “industrialização da galinha e dos ovos” estava completa: produção quase exclusiva de carne de galinha e ovos a partir de granjas, envolvendo uma série de práticas profundamente problemáticas: uso de hormônio de crescimento e antibióticos em excesso, maus-tratos e confinamento, manipulação genética e ciclo de vida encurtado para incremento de produtividade.

Esse processo de industrialização não apenas levou a galinha para longe de nossos lares, como reduziu a qualidade nutritiva da carne e dos ovos, ambos intoxicados com hormônios e antibióticos. Além disso, assim como a “monocultura de gente” propicia o alastramento de doenças em humanos urbanos, a “monocultura de galinha” propicia o mesmo: gripe aviária?

E se voltássemos a conviver com a galinha e suas benesses?

Galinheiros como parte do serviço condominial

Há como que um “movimento global” pela instalação de galinheiros urbanos. Muitas iniciativas que reconhecem o valor de instalar esse equipamento a uma distância mínima dos domicílios e pontos de consumo, sempre a integrando a um conjunto mais amplo de soluções de sustentabilidade.

Ao instalar galinheiros dentro do perímetro urbano, reaproximamos esse animal valioso de nossos lares – o que pode ser um primeiro passo para a instalação de outros equipamentos de sustentabilidade urbana, como hortas, pomares, soluções baseadas na natureza, agroflorestas urbanas, etc. – e temos a oportunidade de reorganizar e encurtar a cadeia produtiva de proteína animal.

As distâncias que essa cadeia percorre, hoje, são enormes: as granjas de produção industrial de galinhas e ovos ficam, quase sempre, distantes dos pontos de consumo (lares, restaurantes, escolas, hoteis, hospitais, etc.), tanto dentro dos “cinturões verdes” das metrópoles, como em regiões mais distantes, envolvendo uma frota de veículos da carga movidos a combustível (diesel, em geral). A pegada de carbono da produção e distribuição de ovos é tão negativamente relevante que sua produção “sustentável”, “orgânica” ou pelo menos “ecologicamente consciente” é praticamente negativada pela operação logística de seu transporte rodoviário.

Em outras palavras: pouco importa que as galinhas sejam “criadas livres”, que os ovos sejam “livres” de agrotóxicos, hormônios e antibióticos: sua cadeia logística negativa cancela a melhoria do produto. Do ponto de vista da gestão ambiental, podemos ver a produção orgânica de ovos quase como uma operação de “greenwashing”. Em especial, se comparada à produção local dentro do tecido urbano, a uma distância mínima de seu local de consumo.

Mas, como fazer isso? Como transformar galinheiros, a produção de ovos e carne de galinha, em uma atividade que acontece dentro do condomínio urbano?

Do mesmo modo como argumentei a favor da instalação de equipamentos de biodigestão dentro de condomínios urbanos, e que essa instalação depende do desenho e implementação de um serviço – o mesmo valendo para as agroflorestas urbanas –, a instalação de galinheiros urbanos dependerá do desenho desse serviço. Novamente, não se trata de uma “tecnologia” ou um conhecimento técnico pouco conhecido, que requisitaria desenvolvimento científico e novos conhecimentos. Trata-se de um desafio logístico, organizacional e de negócios, que poderia ser resolvido por meio das práticas do “Design de Serviços”.

Desafios do Serviço “Galinheiro Urbano”

Se eu fosse preparar um “briefing” para os Designers de Serviço terem como base para o desenvolvimento de uma solução para galinheiros urbanos, os desafios seriam:

  • Levantamento do contexto de instalação e adaptação arquitetônica: Como organizar a instalação dos galinheiros dentro de um condomínio urbano, o qual tem configurações extremamente variadas? Desde aqueles que contam com vastas áreas verdes compartilhadas, até os condomínios verticais desprovidos de jardins, passando pelos condomínios com coberturas generosas, e alas de uso compartilhado que podem ser adaptadas para a instalação dos galinheiros e seus equipamentos de apoio.
  • Organização logística local: como se dá a coleta de resíduos orgânicos dentro do condomínio, seu transporte e armazenamento adequado, a seleção local e fornecimento às galinhas? Assim como o uso de ração orgânica para complementar alguma ausência nutricional. Como se dá a coleta de ovos, eventual abate de galinhas (dentro ou fora do condomínio?), sua distribuição para os habitantes do condomínio? Como se dá o controle de qualidade dos ovos e carne?
  • Capacitação e treinamento técnico: os galinheiros poderiam, hipoteticamente, ser instalados, mantidos e operados pelos próprios condôminos. No entanto, a vida urbana contemporânea nos privou desse conhecimento técnico, disponibilidade de tempo, prontidão e constância de dedicação. Vemos iniciativas voluntárias de sustentabilidade urbana passarem por um trágico ciclo de “entusiasmo inicial, seguido de abandono e descuidos”. Uma postura realista para a instalação desse tipo de serviço deve contar com uma equipe técnica dedicada e remunerada para esse fim, cujos custos seriam embutidos nos custos gerais do condomínio.
  • Modelo de Custos e Receita: O valor de remuneração e manutenção técnica do equipamento deve ser contabilizado para que fosse igual ou menor àquele dedicado à compra de ovos e carne de galinha pelos canais comerciais tradicionais (supermercado, p.ex.).
  • Organização logística urbana e metropolitana: é provável que o abate e processamento da carne de galinha dependa de um equipamento localizado fora do condomínio, como um frigorífico compartilhado, por exemplo. Além disso, os insumos e equipamentos de manutenção devem ser organizados de modo compartilhado, organizados por um serviço que opera em centenas, quiçá milhares de condomínios urbanos. Essa logística deve ser parte integral do serviço, e responsável pela economia de escala – fundamental para serviços desse porte.

E é justamente a “economia de escala” que tornaria esse serviço acessível, de baixo custo, para milhares de condomínios. Trata-se de uma operação que a atividade voluntária nunca poderá se equiparar, em termos de dedicação, capacidade técnica, integração de sistemas, organização logística e operacional.

Esses são desafios de caráter organizacional, e não técnicos: há especialistas que são capazes de resolver todas essas questões, mas hoje encontram-se atuando de modo “desintegrado”. O papel do Design de Serviço é coordenar, integrar essas especialidades e um ecossistema pragmático de atendimento à demanda de desenho, instalação, manutenção e operação do “Serviço Galinheiro Urbano”. Se a produção de ovos e carne de galinha é lucrativa para quem a opera nas granjas segregadas fora do perímetro urbano, certamente também o será dentro do perímetro urbano. Resta apenas o esforço de desenhar e implementar esse serviço.

Do ponto de vista da regeneração urbana, o galinheiro de condomínio garantirá pelo menos uma coisa: o fim do resíduo orgânico fora do condomínio. Hoje, a coleta, transporte e destinação de resíduos orgânicos pode ser compreendida como um “desastre ambiental”: os famigerados “aterros sanitários” ainda operam e são fonte de enorme poluição, contaminação ambiental e de lençois freáticos. É impressionante que, ainda hoje, aceitemos que esse “desastre ambiental” aconteça debaixo dos nossos narizes, e que sejamos – nós, habitantes das cidades – a fonte direta desse desastre. A prosaica galinha poderia converter lixo orgânico em ovos e carne, dentro do condomínio, com zero pegada de carbono.

O que é a “Cidade Regenerativa”?

Para muitos, quando falamos sobre o futuro das cidades, o que vem à mente é uma imagem de ficção científica, todos os processos automatizados, lugares assépticos, talvez autômatos circulando pelas ruas, pessoas em habitações minimalistas e alta tecnologia por todo lado. O lugar da natureza, nesses cenários, é à distância, talvez um parque a ser visitado periodicamente. Mas, nesses futuros sci-fi, certamente nossas habitações estariam ainda mais distantes da natureza do que atualmente.

Ao ponderar a respeito de como funciona o ecossistema planetário, percebemos que essa separação é impossível, é uma fantasia criada durante o período industrial, e nossa inevitável simbiose com a natureza é uma relação complexa, a qual exige ser desenhada, reconstruída, ser objeto de estudo e atuação dos urbanistas, planejadores urbanos, empreendedores imobiliários, etc. O futuro das cidades depende de nos re-aproximarmos da natureza, e não o contrário.

É possível que prosaicas soluções, como o “galinheiro urbano”, tenham impacto gigantesco, transformando profundamente nossa relação com a natureza, e permitindo que a Cidade Regenerativa chegue mais rápido e com menos esforço do que imaginávamos.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities