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DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO SETOR DE FERROVIAS NO BRASIL

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Investimentos Bilionários e Novas Concessões Prometem Transformar o Transporte de Cargas

O setor ferroviário brasileiro está em uma fase de renovação, impulsionado pelo crescimento das Parcerias Público-Privadas (PPPs) e concessões, além de uma demanda crescente por alternativas eficientes e sustentáveis de transporte de cargas. Esse cenário será discutido durante o P3C, evento que visa debater o desenvolvimento de parcerias público privadas no país, tornando o ambiente de negócios mais previsível e seguro para os investidores no Brasil.

Nos próximos anos, o governo federal planeja investir cerca de R$ 94,2 bilhões em projetos ferroviários até 2026, com foco em modernizar e expandir a malha ferroviária brasileira. Entre os projetos previstos estão concessões para a Malha Oeste, Corredor Arco-Norte (Ferrogrão), Ferrovia Centro-Atlântica, Malha Sul, Corredor Leste-Oeste, Estrada de Ferro Rio-Vitória (EF-118) e o Corredor Nordeste (FTL). Esses investimentos têm o potencial de transformar o transporte de cargas no Brasil, conectando regiões estratégicas e reduzindo a dependência do transporte rodoviário, que enfrenta problemas de manutenção e capacidade.

Oportunidades no Setor

Um dos maiores exemplos dessa expansão está em São Paulo, onde o governador Tarcísio de Freitas lançou o programa “São Paulo nos Trilhos”. Com um investimento previsto de R$ 130 bilhões, o estado projeta a construção de 890 km de novas linhas de trem e metrô, em 13 projetos de transporte sobre trilhos. Esse plano faz parte da estratégia de longo prazo da Secretaria de Parcerias de Investimentos (PPI) e inclui o Trem Intercidades, ligando a capital paulista a Campinas e outras regiões metropolitanas.

Além dos projetos no estado de São Paulo, o governo federal busca atrair mais investimentos privados para o setor. Em entrevista recente, o ministro dos Transportes, Renan Filho, destacou que o governo pretende lançar 60 novos projetos no segmento rodoviário e ferroviário até o final de 2024, com 13 leilões previstos para rodovias. 

Expansão Estratégica e Sustentável

O investimento em ferrovias não é apenas uma questão de infraestrutura, mas também de sustentabilidade. A expansão do transporte ferroviário pode reduzir as emissões de carbono, uma vez que trens de carga são mais eficientes e menos poluentes que caminhões. Projetos como o Ferrogrão, que conecta o centro-oeste brasileiro aos portos do Norte, são exemplos de como o setor ferroviário pode impulsionar o desenvolvimento econômico de maneira sustentável.

No entanto, os desafios são grandes. Embora o volume de investimentos seja significativo, o setor ainda precisa superar questões de licenciamento ambiental, disputas judiciais e atrasos em cronogramas. A construção de ferrovias exige planejamento a longo prazo e uma forte articulação entre os setores público e privado.

Com o aumento da demanda por soluções logísticas mais eficientes, o setor ferroviário brasileiro se posiciona como um eixo central de crescimento econômico e sustentável, enfrentando desafios, mas com oportunidades concretas para a transformação.

Sobre o P3C

Organizado pela Necta, com correalização da B3, da Portugal Ribeiro & Jordão Advogados e do Estadão Blue Studio, o P3C é especializado no mercado de PPPs e Concessões com foco nos investimentos em infraestrutura no Brasil envolvendo empresas, entidades e governos com a missão de envolver essa cadeia para debater sobre a colaboração entre os diferentes atores, com a finalidade de encontrar alternativas para tornar o ambiente de negócios mais previsível e seguro para os investidores no Brasil seguindo critérios ambientais, sociais e de governança.

Sobre a Necta

A Necta é uma das principais promotoras de conteúdo e eventos no Brasil especialista em aproximar os públicos B2B, B2G e G2G através da implementação de atividades orientadas a impactar positivamente os ecossistemas onde estão inseridas.

Criamos plataformas que conectam pessoas e transformam ecossistemas por meio de soluções de conteúdo especializado, promoção de eventos de negócios, premiações, cursos, rankings, estudos, marketplace e utilização de ferramentas de inteligência de mercado.

Somos os idealizadores e realizadores do Connected Smart Cities, única plataforma de cidades inteligentes e mobilidade urbana do Brasil, e da principal plataforma de PPPs e Concessões, o P3C Investimentos em Infraestrutura.

 

NEGÓCIOS DE IMPACTO TRANSFORMAM A REALIDADE DO SETOR PÚBLICO NO BRASIL

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Além de movimentar US$ 715 bilhões em investimentos, os negócios de impacto estão reduzindo os problemas ambientais e as desigualdades sociais nos municípios.

No mundo corporativo, cada ação de uma empresa tem repercussões, positivas ou negativas. A pressão por responsabilidade social e ambiental está redefinindo o mercado, onde a busca por impacto positivo se torna um diferencial competitivo.

Negócios de impacto se destacam pela intencionalidade: eles visam reduzir desigualdades através de suas atividades principais. Quanto mais eficazes são em cumprir essa missão, mais lucrativos e bem-sucedidos se tornam.

Segundo um relatório da Global Impact Investing Network (GIIN) de 2020, o mercado global de investimentos de impacto movimentou US$ 715 bilhões. A América Latina e o Caribe receberam 7% desse total, cerca de US$ 50 bilhões, com o Brasil liderando em número de negócios de impacto e investimentos.

Em 2019, havia aproximadamente 1.300 negócios de impacto no Brasil, que receberam mais de R$ 1,5 bilhão em investimentos, de acordo com a Aspen Network of Development Entrepreneurs (ANDE).

Apesar do crescimento, o setor enfrenta desafios como a falta de regulamentação clara e dados confiáveis. A participação tímida do setor público e a necessidade de maior conscientização sobre o tema também são obstáculos.

Pensar em impacto é vital para resolver problemas complexos. Soluções criativas e sustentáveis são mais do que um diferencial; são uma estratégia para atrair consumidores que buscam empresas alinhadas com seus valores.

Uma pesquisa da Accenture revelou que 64% dos consumidores brasileiros acreditam que as marcas devem se posicionar sobre questões sociais e ambientais, e 62% deixariam de comprar de marcas que não compartilham seus valores.

Em resposta a essa tendência, o Banco do Brasil lançou em 2018 o BB Impacto ASG, um programa de investimento em negócios de impacto, com um fundo de R$ 200 milhões gerido pela Vox Capital.

O objetivo do programa é apoiar startups que oferecem soluções inovadoras para os segmentos de agronegócio, educação financeira, meios de pagamento, seguros e governo. Para selecionar as startups, o programa considera o potencial de impacto social ou ambiental que elas podem gerar.

Impacto no setor público

Uma das investidas é a Aprova, uma plataforma de gestão e automação de processos do setor público que evitou o consumo de mais de 400 mil toneladas de papel no setor público nos últimos seis anos.

Fundada em 2017 pelo arquiteto Marco Antonio Zanatta, a empresa recebeu o maior aporte já realizado em uma govtech da América Latina, no valor de R$ 22,5 milhões.

A rodada Seed foi liderada pela Astella – que já havia investido na govtech em 2021 – e Banco do Brasil por meio da VOX Capital. Também teve participação do CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe) e da Endeavor.

Além da redução do impacto ambiental, o social também entra nessa conta. A govtech implementou o alvará autodeclaratório para habitações de interesse social na maior cidade do país, São Paulo.

A automação do licenciamento – que permite a emissão instantânea do alvará de construção que levava até um ano para ser liberado – provocou um salto na aprovação de moradias populares de 39 mil obras autorizadas em 2019 para 131 mil em 2021.

Em apenas seis meses após a implantação da tecnologia mais de 48 mil famílias foram beneficiadas. Hoje já são 265 mil moradias aprovadas no programa voltado para famílias de baixa renda.

Esforço colaborativo

Segundo Marco, somente através de uma ação coordenada e comprometida será possível enfrentar os desafios do setor público e construir um futuro que equilibre desenvolvimento econômico com equidade social.

Ele reforça que a participação ativa da sociedade civil é essencial, mas que os setores público e privado têm um papel igualmente crucial ao investir em práticas e recursos que gerem esse resultado.

“A colaboração entre o setor público e privado mostra que soluções inovadoras podem trazer benefícios significativos para a redução de desigualdades em paralelo ao crescimento com propósito e lucro”, conclui.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

A SEGURANÇA DAS URNAS ELETRÔNICAS NO BRASIL: UM SISTEMA ROBUSTO E CONFIÁVEL

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A chegada das urnas eletrônicas trouxe uma revolução, oferecendo um meio mais rápido e eficiente de registrar e apurar os votos.

Com o início de mais um período eleitoral, as discussões sobre a segurança das urnas eletrônicas no Brasil se intensificam, alimentando um debate que muitas vezes se assemelha à paixão de uma disputa esportiva. De um lado, estão os que defendem incondicionalmente a confiabilidade do sistema eletrônico, enquanto do outro, vozes levantam suspeitas de possíveis fraudes e clamam pela volta do voto impresso.

Para os eleitores, dirigentes partidários e candidatos, que experimentaram as eleições antes da introdução das urnas eletrônicas, o processo eleitoral era visto como não só exaustivo, mas também vulnerável a manipulações e atrasos. A contagem manual dos votos, realizada em estádios, ginásios e fóruns, estendia-se por dias e gerava frequentes incertezas. Nesse contexto, a chegada das urnas eletrônicas trouxe uma revolução, oferecendo um meio mais rápido e eficiente de registrar e apurar os votos.

Entretanto, a questão central permanece: a segurança desse sistema é realmente garantida? De acordo com especialistas e as autoridades eleitorais, a resposta é afirmativa. O sistema eleitoral brasileiro foi projetado com múltiplas camadas de proteção, visando garantir a integridade dos votos.

Uma das principais características de segurança é que as urnas eletrônicas não têm conexão com a internet, o que elimina a possibilidade de ataques cibernéticos. Além disso, o código-fonte das urnas é submetido a rigorosas verificações por parte de instituições independentes e especialistas da área, garantindo que não haja falhas ou vulnerabilidades.

Outro elemento crucial no processo é a emissão da “zerésima”, um relatório gerado antes do início da votação que comprova a ausência de votos na urna. Este documento é assinado pelos presentes na mesa eleitoral, assegurando total transparência. Ao final da votação, um boletim de urna é gerado, contendo todos os votos computados, e apesar da ausência do voto impresso, existe um registro físico dos resultados que pode ser auditado.

Testes Públicos de Segurança, realizados em anos anteriores, confirmaram a robustez do sistema, com nenhuma tentativa de adulteração dos resultados sendo bem-sucedida. Além disso, o processo eleitoral permite auditorias por candidatos, coligações, Ministério Público e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), garantindo um sistema transparente e passível de fiscalização.

Com tantas camadas de segurança e mecanismos de verificação, o eleitor brasileiro pode exercer seu direito ao voto com confiança. O sistema de urnas eletrônicas, além de ágil, se mostra comprometido com a integridade do processo democrático. Portanto, é fundamental que os eleitores se sintam seguros ao votar, participando ativamente da construção do futuro do país.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

CADA REAL IMPORTA PARA O SUS

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Ninguém questiona o grave problema do subfinanciamento crônico do Sistema Único de Saúde (SUS), temos claro. Isso coloca Secretarias Municipais de Saúde e seus mandatários em situação de fragilidade muitas vezes, submetendo-os a uma pressão extraordinária dada a exigência dos Prefeitos por “fazerem mais com menos” e entregando valor às pessoas. A questão prática que surge é: Quanto custa a gestão do SUS da sua cidade? Você consegue “fechar a conta” da Saúde em seu município? Qual a evidência que faz você acreditar que ela é “subfinanciada”? O que você consegue entregar com o pouco dinheiro que tem? Como você avalia o gerenciamento do uso desse dinheiro pela sua gestão? Faz-se necessário gerenciá-lo melhor? O que pode ser feito para apoiá-lo como Secretário Municipal de Saúde nesta desafiante missão?

As evidências que escancaram a fragilidade financeira para a gestão da saúde pública nos municípios brasileiros estão postas aos montes. O país gasta mais de 9% do seu Produto Interno Bruto em Saúde, porém o gasto público deste montante corresponde a menos de 4%, o que aliás evidencia o subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS). Enquanto o gasto da União com saúde segue estagnado, os municípios são cada vez mais pressionados por mais gastos, tendo-os aumentando em 7,2 pontos percentuais entre 2013 e 2019, alcançando cerca de R$ 110,6 bilhões em 2020 [1]. Dados do Sistema de Informações de Orçamentos Públicos de Saúde (SIOPS) de 2023 mostram que a média dos gastos com recursos próprios dos municípios com Saúde apenas no Estado de São Paulo alcançou 25,66% – mais de 10% do investimento das suas receitas líquidas indicado na Emenda Constitucional no. 29 de 2000.

Diante de um cenário de pouca sustentabilidade financeira, é preciso debruçar em alternativas para contornar tais dificuldades que caracterizam a gestão destas Secretarias. Sabemos que o “tudo para todos” na Saúde não pode ser resolvido apenas com a espera utópica da chegada de mais dinheiro. Eis que surge o questionamento mais latente: “qual tem sido a qualidade do investimento local deste pouco dinheiro que se tem para a saúde pública?”

Desde o lançamento do relatório do Banco Mundial (BM) intitulado “Um ajuste fino” em 2017 que disse que o Brasil “desperdiça cerca de R$ 22 milhões anuais na saúde pública com a ineficiência na gestão dos recursos” e que “gasta mais do que pode com Saúde e, além disso, muito mal”, há um importante debate em curso que pesa sobre o relevante papel que o Secretário Municipal de Saúde ocupa na gestão desta organização. Gerenciar a verba pública considerando a sua máxima eficácia, eficiência e efetividade é de fato o grande desafio que se apresenta neste cenário complexo.

Um estudo recente realizado pelo Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS), no entanto, mostrou que 60% possuía filiação partidária, 56% dos Secretários Municipais de Saúde nunca haviam ocupado cargos de gestão anteriormente e que no Brasil, todo mês, são substituídos 300 Secretários Municipais de Saúde – gestores estes que tem cerca de 20 a 30% de todo o orçamento municipal sob sua responsabilidade. Somente no Estado de São Paulo, segundo um estudo realizado em 09/02/2024 pelo Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde (COSEMS-SP) sobre a rotatividade no acumulado dos anos de 2021 a 2023, ocorreram 406 trocas de Secretários Municipais de Saúde distribuídas em 256 municípios. Ou seja, 40% dos municípios do Estado de São Paulo trocaram seus Secretários Municipais de Saúde. 102 (39,8%) destes 256 municípios trocaram de Secretários mais de uma vez – 34 deles trocaram entre três até oito vezes seus gestores desta Pasta neste período!

Tal quadro evidencia a fragilidade e a delicadeza que cerca a atuação dos Secretários Municipais de Saúde neste instante histórico e demandante, caracterizado por limitações estruturais que atentam contra a governança e à governabilidade dos projetos locais do SUS – que por sua vez acabam por colocar os projetos dos Prefeitos municipais em risco. O gestor municipal é ator estratégico na sustentabilidade gestora deste SUS, sobretudo do ponto de vista organizacional e financeiro. A ele atribui-se o exercício diário da liderança e do adequado gerenciamento dos processos internos de uma Secretaria de Saúde a fim de manejar cada vez mais e melhor os investimentos destinados ao custeio operacional da organização diante das pressões e demandas cotidianas. Grande parte do sucesso desta equação em meio aos desafios aqui listados, dentre outros inúmeros não apontados, passa intrinsicamente pela visão de mundo que ele(a) tem, por sua capacidade de conciliar os diversos interesses do ambiente político e técnico que esta organização exige e, especialmente, pelas competências técnicas que este ator reúne para engajar suas equipes e entregar o que a população precisa com a devida atenção e cuidado. A pergunta que surge neste momento é: onde exatamente encontramos pessoas com este perfil?

Enquanto não encontramos a resposta para esta questão, resta ampliar o olhar para crer que para termos uma saúde pública melhor e mais eficiente em nosso País, faz-se premente cuidar dos Secretários Municipais de Saúde e suas equipes em serviço! Há que se compor e desenhar boas alianças para evoluirmos juntos e em equipe, cuidando de quem cuida para fortalecer o “espírito de Rede” que a gestão da saúde pública demanda. Nada de capacitações ou treinamentos pontuais. Tem que “pegar na mão e fazer juntos”! Se cada Real importa para o SUS mesmo, considerando a necessidade de se eliminar quaisquer desperdícios operacionais do cotidiano, de se evitar gastar desnecessariamente cada centavo investido no cuidado com a população brasileira, há que se implantar processos destinados à profissionalização das práticas gestoras pautadas pela agenda do cuidado com as lideranças que se permitem viver a gestão municipal do SUS na plenitude, visando a implementação de ações referenciadas pelo conceito da excelência.

A UniverSaúde permanece engajada nesta proposta desde 2016. Com a experiência de atuação em mais de 50 municípios por todo Brasil, a UniverSaúde é uma startup que ajuda gestores a reduzirem custos e a captarem novos recursos com resultados rápidos, fortalecendo a governança e promovendo a sustentabilidade financeira e organizacional da Saúde. Por meio de um sistema de medição de dados e análise de resultados e ações de apoio instrucional e gerencial, a UniverSaúde tira um “retrato da realidade” das organizações e propõe ações sob medida para reduzir custos operacionais, captar novos recursos e prepará-las para a certificação com um “Selo de Excelência em Gestão da Saúde”, tornando-as mais enxutas e eficientes.

Convidamos você a se inscrever ao projeto online gratuito de 90 dias chamado “Cada Real importa para o SUS” – esta iniciativa inovadora voltada para ajudar Secretarias Municipais de Saúde a “pararem de pé financeiramente”, eliminando desperdícios operacionais e conquistando ganhos financeiros. Trata-se de uma ação que não visa uma economia para “gastar menos” e sim para “gastar melhor” os recursos da Saúde Pública dos municípios. Ela representará certamente o início de um novo tempo para você e sua Equipe!

VEJA QUAIS SÃO AS CIDADES COM AS MAIORES ECONOMIAS DO BRASIL

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Entre os 185 municípios do país, 132 perderam e 53 aumentaram sua participação no PIB nacional entre 2020 e 2021

Onze municípios correspondem por quase um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, segundo os dados mais atuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2021. Os primeiros lugares podem parecer mais óbvios: São Paulo, que tem 9,20% de participação na economia nacional, Rio de Janeiro, na vice-liderança, com 3,99%, Brasília, em terceiro, com 3,18%, seguidos de Belo Horizonte, Manaus e Curitiba, com pouco mais de 1% de participação cada.

Na sétima posição, vem Osasco, na Grande São Paulo, que subiu de 16ª para 7º lugar em menos de dez anos, enquanto passou a atrair a sede de grandes empresas do setor de tecnologia, como Mercado Livre e Uber. O movimento da oitava posição, no entanto, foi mais gritante. Maricá entrou na lista como a oitava maior economia do país, tendo ocupado o 26º lugar em 2020 e, em 2002, o 354°.

Marica (RJ) foi o município com maior ganho de participação no PIB do país em 2021, alta de 0,5 ponto percentual (p.p.).

Veja os municípios com maior participação no PIB

  • 1º – São Paulo (R$ 828,9 bilhões)
  • 2º – Rio de Janeiro (359,6 bilhões)
  • 3º – Brasília (286,9 bilhões)
  • 4º – Belo Horizonte (105,8 bilhões)
  • 5º – Manaus (103,2 bilhões)
  • 6º – Curitiba (98 bilhões)
  • 7º – Osasco (86,1 bilhões)
  • 8º – Maricá (85,1 bilhões)
  • 9º – Porto Alegre (81,5 bilhões)
  • 10º – Guarulhos (77,3 bilhões)

O bom desempenho de Maricá (RJ) se deve à extração de petróleo e gás. Em 2021, ano que o estudo usa como referência para o ranking, a cidade de Maricá recebeu R$ 1,33 bilhão em royalties, além de R$ 1,55 bilhão devido à participação especial devida pelas concessionárias pela exploração do petróleo e gás natural.

A compensação financeira é realizada à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios beneficiados pelas empresas que produzem pela exploração desses recursos não renováveis.

Municípios perdem espaço

Por outro lado, alguns municípios perderam participação no PIB.

É o caso de Curitiba (PR), que foi de 5º para 6º lugar no ranking e Porto Alegre (RS), que foi de 6º para 9º. São Paulo, Rio, Brasília, Belo Horizonte também perderam participação, apesar de terem mantido o lugar no ranking.

Luiz Antonio de Sá, analista de Contas Regionais do IBGE, explica que os cinco municípios que tiveram sua participação reduzida foram influenciados pela categoria de serviços.

“As atividades financeiras de seguros e serviços relacionados em São Paulo e Porto Alegre, administração pública em Brasília e Belo Horizonte, e atividades profissionais, científicas e técnicas, administrativas e serviços relacionados no Rio de Janeiro”, ressalta de Sá.

Entre as 185 concentrações urbanas do país, 132 perderam e 53 aumentaram sua participação no PIB nacional entre 2020 e 2021, confirmando a tendência de desconcentração.

“Os resultados expressam uma recuperação econômica das capitais e outras agregações com maior participação no PIB brasileiro que, por terem como atividade principal os serviços presenciais, foram fortemente afetadas pela pandemia de Covid-19. No entanto, apesar do aumento nominal desse grupo de municípios em 2021, a participação deles no PIB ainda está aquém do patamar de 2019”, explica de Sá.

Fonte: CNN Brasil

DESVIOS ADMINISTRATIVOS PRECOCES: O PONTO CEGO DO CICLO DE VIDA DAS PPPS

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Os modelos de atuação poderiam ser diversos, desde um modelo tradicional de assessoria técnica até a própria cessão temporária de profissionais especializados para compor a equipe técnica do ente subnacional

A Lei das Parceiras Público Privadas (PPPs) completa 20 anos em 2024. Tive a oportunidade de acompanhar a evolução desse modelo contratual desde sua origem no país. Apesar da tendência natural de usualmente concentrarmos esforços nas críticas e sugestões para aperfeiçoamento das PPPs, é preciso fazer um reconhecimento que evoluímos. 

Tendo a concordar com aqueles que descrevem o mercado brasileiro de PPPs como um dos mais dinâmicos e diversificados do mundo. Também é notória a amplitude e densidade do desenvolvimento da produção intelectual nacional sobre o tema, seja em questões regulatórias, jurídicas, técnicas e econômico-financeiras. Saltam aos olhos a quantidade de cursos, certificações, seminários, livros, artigos e premiações que as PPPs fomentam. Temos hoje um verdadeiro ecossistema de PPPs, cujas engrenagens estão em pleno funcionamento.

De forma sucinta, podemos resumir o ciclo de vida de uma PPP em 5 grandes etapas: modelagem do projeto, licitação, implementação, gestão do ativo e encerramento contratual. Apesar da interlocução entre parceiros públicos e privados ocorrer, em alguma medida, em todas essas etapas, é possível afirmar que as 2 primeiras são orquestradas pela administração pública ao passo que as 3 últimas tem um maior protagonismo do ente privado. É exatamente nessa transição de liderança que reside o gap de gestão identificado para ser tratado nesse artigo.

É a minha percepção que o ecossistema das PPPs dedica a maior parte de seus esforços no aperfeiçoamento das modelagens contratuais. Tal aspecto não surpreende, uma vez que o contrato precisa nortear uma complexa relação de interdependência público-privada durante vários anos ou décadas. Logo em seguida, verifica-se uma forte mobilização dos agentes do setor de infraestrutura na produção de discussões e propostas voltadas à regulação dos contratos. Tal conclusão pode ser alcançada pela frequente incidência do tema “reequilíbrio econômico-financeiro” nos fóruns de discussão de diferentes segmentos da infraestrutura (transporte, mobilidade urbana, saneamento, iluminação pública, dentre outros). Também não há o que se questionar sobre a relevância dessa matéria para o fortalecimento do ambiente das PPPs.

Todavia, baseado em minhas próprias experiências e em relatos recentes de colegas do setor, tenho tomado conhecimento de situações críticas e recorrentes que se materializam no período compreendido entre o final do processo licitatório e a implementação do projeto (fase mais intensiva em investimentos). Esse parece ser um “ponto cego” no ciclo das PPPs, ainda pouco discutido e endereçado pelos envolvidos. 

Em geral, essas ocorrências são observadas em algum ponto entre o cumprimento das condições precedentes para assinatura do contrato e o final da etapa de implementação do projeto. São obrigações, geralmente, previstas expressamente em contrato, porém desprezadas por uma das partes ou ambas. Por vezes, são simples princípios de boa gestão e governança que acabam sendo ignorados. Convém denominá-los de desvios administrativos precoces. Elenco aqui alguns deles:

  • Atraso ou inércia na contratação do Verificador Independente; 
  • Descumprimento ou atraso na contratação de instituição financeira responsável pela custódia dos pagamentos e/ou garantias; 
  • Descumprimento dos pagamentos de contraprestação e/ou constituição de garantias sem a devida fundamentação;
  • Falhas ou atrasos no cumprimento de condições precedentes à assinatura do contrato e/ou da eficácia contratual (constituição da SPE, desapropriações, licenças) por omissão ou ineficiência;
  • Assinatura do contrato e emissão de ordem do serviço sem devido cumprimento das obrigações mútuas;
  • Execução de investimentos pelo privado sem o devido lastro financeiro disponibilizado pelo ente público para pagamento das contraprestações/garantias;  
  • Início de execução do contrato sem as devidas aprovações legislativas estruturantes;
  • Assimetria de conhecimento entre a equipe de gestores públicos que acompanhou a modelagem do projeto e as equipes destacadas para a gestão e fiscalização do contrato;
  • Atendimento a solicitações do gestor público em desacordo com o escopo contratual e sem a devida formalização e análise de impactos econômico-financeiros.

Verifica-se que muito embora essas situações têm como agente ativo o próprio gestor público, alguns concessionários convivem passivamente com esses desvios administrativos, contribuindo para um precedente arriscado na forma como a gestão contratual é executada. Ignorar esses sinais de alerta logo no início da relação público-privada gera efeitos negativos que abalam o alicerce da parceria. A fase inicial de um contrato de PPP é um marco crítico. Apostar em improvisos no curto prazo, como forma de assegurar estabilidade no longo prazo, pode custar caro. Eis algumas das consequências e externalidade negativas dessa prática:

  • Eventual interrupção dos serviços em função de desconformidade da gestão contratual detectada por órgãos de controle, gerando prejuízos para a população e para a administração pública;
  • Punições e penalidades para agentes públicos e privados;
  • Extinção prematura do contrato, gerando custos transacionais adicionais e perda da vantajosidade projetada na modelagem do projeto e na licitação.
  • Maior assunção de risco pelo ente privado, o que pode vir a comprometer sua sustentabilidade econômico-financeira e descontinuar a prestação dos serviços ou afetar sua qualidade;
  • Insuflar complexidade e subjetividade nas discussões contratuais ao longo de toda a extensão da PPP, acarretando: maior judicialização de pleitos, prazos mais extensos para resolução de disputas e desgaste no relacionamento institucional entre as partes;
  • Depreciação da credibilidade do ente federativo contratante junto ao mercado;
  • Depreciação da credibilidade do mercado ou segmento objeto da PPP.

A boa notícia é que esses desvios e suas consequências são evitáveis e as soluções podem ser extraídas de aparatos já disponíveis atualmente. Através da participação ativa de estruturadores públicos de projetos bem com de organismos multilaterais, entendo ser possível disponibilizar produtos e assessorias dessas facilities no período pós-licitatório. Tais entidades seriam, em minha opinião, as mais vocacionadas para apoiar estados e municípios nas fases de contratação e implementação do projeto, assegurando a estabilidade institucional, tão necessária em marcos críticos das PPPs. 

Os modelos de atuação poderiam ser diversos, desde um modelo tradicional de assessoria técnica até a própria cessão temporária de profissionais especializados para compor a equipe técnica do ente subnacional. Além de cobrir esse “ponto cego” das PPPs, a atuação das facilities nessa fase inicial, aportaria, de forma subsidiária, conhecimento para o aprimoramento das próprias modelagens de futuros projetos.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

O FUTURO DAS RODOVIAS NO BRASIL: OPORTUNIDADES BILIONÁRIAS E DESAFIOS NA ERA DAS PPPS

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Com recordes de investimento e novas tecnologias emergindo, o setor rodoviário enfrenta a necessidade de atrair novos players e superar obstáculos em concessões cruciais

O setor de rodovias no Brasil vive um momento dinâmico, com uma série de desafios e oportunidades no contexto das parcerias público-privadas (PPPs). Recentemente, o volume de rodovias leiloadas tem sido expressivo, com o governo federal e governos estaduais avançando em projetos de concessão que visam melhorar a infraestrutura rodoviária e atrair investimentos significativos.

Um exemplo é o recente edital publicado pelo governo de São Paulo para a concessão de 460 quilômetros de rodovias na chamada Rota Sorocabana. Com o leilão previsto para o final de outubro, este projeto representa um investimento de R$ 8,7 bilhões ao longo de 30 anos. Esse tipo de iniciativa não só visa melhorar a infraestrutura existente, mas também modernizar a gestão rodoviária, integrando novos trechos e ampliando a capacidade das estradas com obras de duplicação, faixas adicionais e marginais.

A nível federal, o Ministério dos Transportes planeja realizar 13 leilões de concessão de rodovias em 2024, com potencial para injetar até R$ 122 bilhões em investimentos privados. Esses projetos abrangem concessões em seis estados, incluindo Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Paraná, Rio de Janeiro e Rondônia, além de trechos estaduais em Goiás e Paraná. No total, o plano do governo federal envolve 60 projetos estruturantes, com 35 concessões rodoviárias planejadas para os próximos quatro anos.

Esse volume crescente de concessões reflete o empenho do governo em melhorar a infraestrutura de transporte, visando não apenas atender à demanda crescente por escoamento de safra e mobilidade urbana, mas também alcançar um índice de conservação de rodovias satisfatório. Entretanto, o sucesso desses leilões depende do apetite dos investidores, que pode variar de acordo com a atratividade dos projetos e os modelos de concessão propostos.

Além disso, a tecnologia tem desempenhado um papel cada vez mais importante nas novas concessões. A implementação do sistema de cobrança eletrônica Free Flow, que elimina a necessidade de praças de pedágio físicas, é um exemplo de como a inovação está transformando a gestão rodoviária. Esse sistema não só melhora a fluidez do tráfego, mas também reduz custos operacionais e pode ser um diferencial competitivo nas futuras concessões.

Por outro lado, a necessidade de novos players no mercado de concessões rodoviárias é evidente. À medida que o volume de projetos cresce, há uma demanda por empresas que possam trazer novas soluções e garantir a viabilidade financeira desses empreendimentos. A entrada de novos operadores, inclusive internacionais, pode ser uma resposta à crescente oferta de concessões.

Outro ponto importante é a concessão de terminais rodoviários, que, embora menos frequente, representa uma oportunidade de modernização e melhoria dos serviços oferecidos aos usuários. A concessão desses terminais pode atrair investimentos em infraestrutura, proporcionando melhor atendimento e conforto aos passageiros.

O setor de rodovias no Brasil está em um período de transição e expansão, com grandes oportunidades para investimentos privados por meio de PPPs. No entanto, o sucesso desses projetos dependerá da capacidade de adaptar modelos de concessão às novas realidades, incorporar tecnologias inovadoras como o Free Flow e atrair novos players para garantir a competitividade e sustentabilidade do mercado rodoviário.

Esse tema será amplamente discutido no evento P3C25, que reunirá especialistas do setor para debater os desafios e oportunidades no mercado de PPPs e concessões rodoviárias. Para mais detalhes sobre a programação e os painéis, acesse: https://p3c.com.br/

Sobre o P3C

Organizado pela Necta, com correalização da B3, da Portugal Ribeiro & Jordão Advogados e do Estadão Blue Studio, o P3C é especializado no mercado de PPPs e Concessões com foco nos investimentos em infraestrutura no Brasil envolvendo empresas, entidades e governos com a missão de envolver essa cadeia para debater sobre a colaboração entre os diferentes atores, com a finalidade de encontrar alternativas para tornar o ambiente de negócios mais previsível e seguro para os investidores no Brasil seguindo critérios ambientais, sociais e de governança.

Sobre a Necta

A Necta é uma das principais promotoras de conteúdo e eventos no Brasil especialista em aproximar os públicos B2B, B2G, G2B e G2G através da implementação de atividades orientadas a impactar positivamente os ecossistemas onde estão inseridas.

Criamos plataformas que conectam pessoas e transformam ecossistemas por meio de soluções de conteúdo especializado, promoção de eventos de negócios, premiações, cursos, rankings, estudos, marketplace e utilização de ferramentas de inteligência de mercado.

Somos os idealizadores e realizadores do Connected Smart Cities, única plataforma de cidades inteligentes e mobilidade urbana do Brasil, e da principal plataforma de PPPs e Concessões, o P3C Investimentos em Infraestrutura.

CONFIRA OS PRINCIPAIS DESTAQUES DO CONNECTED SMART CITIES 2024

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Evento destaca as melhores práticas e inovações urbanas, consolidando-se como o maior encontro de cidades inteligentes do Brasil

A edição 2024 do Connected Smart Cities chegou ao fim, consolidando-se mais uma vez como o maior e mais relevante evento de cidades inteligentes e mobilidade urbana do Brasil. Realizado ao longo de dois dias, o evento reuniu mais de 4.327 participantes em uma área de 7.000m² dedicada à inovação, networking e desenvolvimento sustentável. Com 235 palestrantes e 50 patrocinadores e expositores, o evento superou as expectativas, promovendo debates cruciais para o futuro das cidades e criando novas oportunidades de negócios.

O primeiro dia do evento foi marcado pelo anúncio dos vencedores do Selo Connected Smart Cities 2024, que, em sua 3ª edição, reconheceu 44 cidades por suas boas práticas e avanços em direção ao desenvolvimento inteligente. Esta ferramenta, fruto da parceria entre a Plataforma Connected Smart Cities e a Spin – Soluções Públicas Inteligentes, destaca cidades que estão na vanguarda da inovação urbana, incentivando outras a seguirem seus exemplos. O selo se firmou como um incentivo para que mais municípios brasileiros adotem soluções tecnológicas e sustentáveis. Confira aqui o resultado. 

Um dos momentos mais esperados do evento foi a cerimônia de entrega do Prêmio Connected Smart Cities 2024, que ocorreu no segundo dia e celebrou sua 10ª edição com grande destaque. Com a parceria da Neurônio – Ativação de Negócios e Causas, o prêmio reconhece iniciativas inovadoras em duas categorias: Negócios Pré-Operacionais, voltada para soluções em fase de testes e desenvolvimento, e Negócios em Operação, destinada a projetos já implementados. Os vencedores foram escolhidos por sua capacidade de transformar o ambiente urbano, tornando as cidades mais conectadas, inclusivas e eficientes. Confira aqui o resultado. 

Além disso, o evento proporcionou um momento de reflexão sobre o progresso das cidades inteligentes no Brasil. Durante a apresentação do Ranking Connected Smart Cities 2024, na abertura do evento, foram reveladas as cidades mais inteligentes e conectadas do país em diversas dimensões, como mobilidade, sustentabilidade, governança e segurança, essenciais para a qualidade de vida nas cidades. Clique aqui para ver a cerimônia de abertura e aqui para conferir os resultados do Ranking 2024. 

Nesta edição, além da apresentação do Ranking CSC, outro destaque na cerimônia de abertura foi a entrega da Certificação ISO/ABNT 37.123 de cidades resilientes para a cidade de Salvador (BA). A cidade recebeu a certificação no nível Platina, o mais alto nível possível de se alcançar, se tornando a primeira capital brasileira e a primeira cidade fora do estado de São Paulo a atingir este feito, fruto de um trabalho sólido dos órgãos responsáveis pela tecnologia e defesa civil do município. Esteve presente para receber a certificação, o Prefeito Bruno Reis, da cidade de Salvador.

Nesta edição, mesmo em período de eleição municipal, o evento reuniu os principais representantes do ecossistema de cidades inteligentes, tanto do setor público, com a presença de prefeitos, secretários e presidentes de empresas públicas, quanto do setor privado, com dirigentes, responsáveis de empresas, instituições de ensino, pesquisadores, startups e investidores.

Com um ambiente rico em conteúdo, o Connected Smart Cities 2024 provou mais uma vez ser o ponto de encontro indispensável para gestores públicos, empresas e especialistas comprometidos com a transformação urbana no Brasil. O evento terminou com a certeza de que as cidades estão caminhando para um futuro mais sustentável e conectado, graças às iniciativas e soluções discutidas ao longo desses dois dias.

Nos vemos na próxima edição, rumo a mais uma década de avanços no desenvolvimento das cidades inteligentes!

Sobre o Connected Smart Cities
O  Connected Smart Cities Nacional é o maior e mais importante evento de negócios e conexões de cidades inteligentes e mobilidade urbana do Brasil. Realizado desde 2015, o CSCM tem um formato de múltiplos palcos e promove a integração entre conteúdo de alta qualidade, promoção de negócios e networking de impacto.  O evento  faz parte da Plataforma Connected Smart Cities, que tem por missão encontrar o DNA de inovação e melhorias para cidades mais inteligentes e conectadas umas com as outras, sejam elas pequenas ou megacidades.

 

MUNICÍPIOS CONTRARIAM TENDÊNCIA HISTÓRICA E ACELERAM PPPS ÀS VÉSPERAS DE ELEIÇÕES

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Informação consta em relatório da Radar PPP; segundo consultoria, projetos nessa modalidade costumam desacelerar em anos eleitorais

A evolução das concessões e parcerias público-privadas (PPPs) nos municípios brasileiros contraria a tendência histórica de perda de ritmo em anos eleitorais e segue intensa em 2024, mesmo com a proximidade do fim do mandato dos atuais prefeitos.

A informação consta do mais novo relatório iRadarPPP, que será antecipado todos os meses pela CNN. Elaborado pela Radar PPP, consultoria de referência no mercado de infraestrutura, o boletim serve como um indicador de avanços e retrocessos em mais de 5,4 mil projetos de concessões e parcerias público-privadas espalhadas pelo país — da União, estados e municípios.

De acordo com a consultoria, existe uma tendência histórica de que os municípios — entes federativos que mais desenvolvem PPPs desde 2015 — desacelerem movimentações em projetos dessa modalidade nos meses anteriores a pleitos eleitorais.

Sócio da Radar PPP, Frederico Ribeiro explica que anos eleitorais costumam ser “anos de fechamento” para os projetos, com o início da licitação ou fim do período de consulta pública. Essas fases agregam ao índice da consultoria que mede a “temperatura” do mercado de PPPs, mas em menor escala.

“A gente percebe há vários ciclos que existe um crescimento do número de iniciativas no primeiro, segundo e terceiro anos de mandato. No terceiro, alcança um pico. E no quarto ano esse número é menor, porque dificilmente um governo, a menos que seja muito maduro, apresenta iniciativas para estruturar contratos”, disse.

A ponderação de Ribeiro considera que projetos de PPPs e concessões são, em média, desenvolvidos entre 18 e 30 meses.

O iRadarPPP de julho apresentou variação positiva de 0,50%, após forte alta no segundo trimestre, levando o estoque de investimento a R$ 1,736 trilhão. O índice calcula a expectativa de investimentos em PPPs Brasil afora, ponderando a evolução e retroação de mais de 5.400 projetos.

Em julho, foram identificadas 40 novas iniciativas em PPPs e concessões. Os setores com o maior número de novas iniciativas foram unidades administrativas e serviços públicos (8) e segmentos ligados ao saneamento — resíduos sólidos (7) e água e esgoto (5). São 27 novas iniciativas municipais, 9 estaduais e 4 federais.

Ribeiro atribuiu o movimento “fora da curva” para anos eleitorais, entre outros fatores, à percepção de que os municípios cada vez mais “compreendem a dinâmica” da estruturação desse tipo de iniciativa. “Estão aprendendo a jogar o jogo das PPPs”, disse.

Expectativa por projetos em cidades inteligentes

O relatório destaca projetos em eficiência energética e tecnologia. Nessa seção, a consultoria ressalta a percepção de que a reforma tributária deve destravar iniciativas em cidades inteligentes.

A emenda constitucional da reforma — atualmente em fase de regulamentação — ampliou as possibilidades de uso da Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (COSIP). A arrecadação com o tributo municipal é destinada hoje apenas à melhoria do serviço de iluminação pública. Agora, poderá viabilizar outras soluções tecnológicas.

“O que a gente vai ver é a possibilidade de usar parte do recurso para outras funcionalidades, outro tipo de infraestrutura, que de forma ampla podemos chamar de cidades inteligentes. Isso tende a gerar um incentivo aos governos para investirem nestes projetos”, disse o sócio da consultoria.

Entre as iniciativas que poderão ser financiadas estão câmeras de segurança, sensores sonoros e metereológicos, equipamentos de sinalização, monitoramento e controle de tráfego e estacionamento, lombadas eletrônicas e sistema de gerenciamento de resíduos e reciclagem, por exemplo.

O que é o iRadarPPP

Fundada em 2014, a Radar PPP é uma consultoria que atua com projetos de concessões e parcerias público-privadas, monitorando projetos governamentais de longo prazo.

A atuação da Radar PPP compreende segmentos como água e esgoto, iluminação pública, eficiência energética, rodovias, resíduos sólidos, parques, florestas, educação e saúde.

Conhecida no mercado de infraestrutura pela amplitude do banco de dados que detém, a Radar PPP acompanha mais de 5,4 mil projetos em todo o país, mapeando e sistematizando a evolução de cada um deles.

A consultoria criou um indicador, o iRadarPPP, calculado a partir dos dados existentes nesse banco.

Com os avanços ou retrocessos de cada projeto, o iRadarPPP acaba trazendo um índice das concessões e parcerias público-privadas da União, de estados e municípios — como se fosse um indicador da Bolsa de Valores.

Fonte: CNN Brasil

MENOS DOR E SOFRIMENTO: A PRIORIDADE INFANTIL EM TEMPOS DE CRISES

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A resposta ressalta a importância de proteger e promover o bem-estar das crianças em situações de emergências envolvendo múltiplas vítimas

Coautoria: Jamile Sabatini Marques

Fomos tomados por uma grande tristeza. Acreditamos que todos já experimentaram isso. No entanto, essa tristeza é proveniente de um trabalho bem-feito e, nesta circunstância, vale a pena registrar o motivo.

Em meados de junho ocorreu um evento organizado pelo Núcleo de Estudos da Violência da USP (NEV-USP), Centro de Síntese USP Cidades Globais (CS-USPCG-IEA) e Programa de Pós-Graduação em Cidades Inteligentes e Sustentáveis da Uninove, com apoio da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES). Esse evento celebrou um ano de parceria entre e NEV-USP e CS-USPCG-IEA e apresentou os resultados obtidos no período.

O evento intitulado “Resiliência Urbana: Enfrentando Desafios Climáticos e Protegendo a Juventude” destacou o principal produto da parceria, uma resposta à convocação do Ministério das Relações Exteriores para fornecimento de subsídios à manifestação do Estado brasileiro referente ao parecer consultivo sobre “Emergência Climática e Direitos Humanos”, solicitado por Chile e Colômbia à Corte Interamericana de Direitos Humanos. O documento elaborado buscou evidenciar medidas que os Estados devem implementar para minimizar os danos às crianças e adolescentes no contexto de crises ambientais e humanitárias.

A resposta ressalta a importância de proteger e promover o bem-estar das crianças em situações de emergências envolvendo múltiplas vítimas. Prioriza-se a segurança e o cuidado das populações vulneráveis, especialmente jovens em famílias de baixa renda e grupos étnicos minoritários. Recomenda-se uma abordagem integrada na gestão de riscos climáticos, com acesso a guias e protocolos de atuação. Além disso, destaca-se a necessidade de promover a resiliência e o protagonismo infantil, implementar medidas especializadas de atendimento pós-desastre e garantir o respeito aos direitos humanos em todas as fases da gestão de crises. A cooperação entre Estados e instituições também se mostra essencial para proteger as crianças em contextos adversos, pois a crise climática interage com as desigualdades sociais e seus efeitos são distribuídos de forma desigual.

Durante o evento, foram destacados diversos temas relativos à questão brasileira. Inicialmente, discutiu-se a recorrência de desastres ambientais, evidenciando lacunas na preparação e na mitigação destes desastres. Foi enfatizado o impacto emocional e psicológico das crianças, que inclui ansiedade, dificuldades de aprendizado e ideação suicida. Ainda foi abordado como as catástrofes afetam a saúde mental, frequentemente resultando em traumas como o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Em virtude disso, tratou-se da desorganização em abrigos e da necessidade de treinamentos adequados para voluntários. Afinal, ressaltou-se a urgência de investimentos em prevenção e programas de saúde coletiva para evitar o adoecimento de crianças e adolescentes.

O tópico seguinte explorou os impactos das mudanças climáticas nas periferias. Destaca-se como a vulnerabilidade a esses impactos influencia negativamente o desenvolvimento e a saúde mental dos jovens, exacerbada pela falta de acesso a direitos básicos como água e saneamento, particularmente durante o período de calamidade pública. De fato, mortes de crianças decorrem de causas evitáveis. Relatórios da OMS e Unicef reforçam que os jovens são desproporcionalmente afetados por enfermidades e ameaças relacionadas ao clima, sublinhando a urgência de justiça climática e inclusão destes jovens nas soluções. Esta constatação ressalta a seriedade de ações efetivas para proteger as gerações futuras.

Por fim, abordou-se a importância da educação preventiva. Após o grande desastre no Sul do Brasil (enchentes por chuvas extremas), destaca-se a solidariedade e a necessidade de preparar as crianças e adolescentes para situações emergenciais. O projeto “Olimpíadas do Conhecimento em Desastres Naturais”, realizado na Baixada Santista em colaboração com defesas civis, exemplifica essa preparação solidária. O programa educa estudantes sobre deslizamentos, inundações e outros tipos de fenômenos causadores de perigos ambientais, incentivando o aprendizado ativo e a participação comunitária. Além de promover o monitoramento participativo em áreas de risco, prepara os jovens para identificar e relatar problemas, fortalecendo sua capacidade de demandar ações apropriadas das autoridades locais.

No contexto das cidades inteligentes, torna-se imperativo que os Estados adotem medidas eficazes para mitigar os danos causados pela emergência climática. Isso envolve não apenas abordar as desigualdades socioambientais, mas também garantir a segurança pública de maneira abrangente. Iniciativas como mapeamento participativo são essenciais para identificar áreas de risco e permitir que comunidades vulneráveis tenham voz ativa nas decisões que as afetam. A colaboração com universidades e outras entidades acadêmicas, bem como organizações e associações, é fundamental para desenvolver respostas adequadas e sensíveis às necessidades locais. É crucial integrar as metas e indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU nas políticas públicas, assegurando uma abordagem coordenada entre diferentes setores. A educação infantil sobre prevenção, em sentido amplo, deve ser uma prioridade, capacitando-as para serem agentes de mudança em suas comunidades. O envolvimento contínuo da população no planejamento urbano garante que as soluções sejam sustentáveis e eficazes a longo prazo.

Para proteger crianças e adolescentes é fundamental contar com o suporte de atores-chave da comunidade, como educadores, policiais e profissionais de saúde, que desempenham um papel relevante na orientação e na promoção da coesão social. Estabelecer canais eficazes para notificação de violência e avaliação de riscos é necessário para garantir que informações fluam adequadamente e que o bem-estar físico, mental e emocional seja priorizado. Construir redes sociais eficazes e fomentar a autonomia precoce são passos fundamentais para preparação para emergências, salvaguardando a possibilidade surpresas e desespero. Portanto, é primordial questionar a real preparação das cidades para adaptar-se às mudanças climáticas, reduzir a vulnerabilidade urbana e prevenir desastres.

Além de que a tecnologia pode ser útil por meio de várias iniciativas. Sensores e IoT monitoram riscos em tempo real, enquanto aplicativos de mapeamento participativo dão voz às comunidades. Plataformas educacionais e cursos online ensinam crianças sobre prevenção de desastres. Simulações de cenários e realidade aumentada auxiliam no entendimento e prevenção dos problemas ambientais e no planejamento urbano. Ferramentas de comunicação promovem a colaboração entre comunidades e governos. Big Data e IA analisam dados climáticos e sociais para orientar políticas e práticas futuras.

Em suma, conclui-se que para mitigar o sofrimento durante emergências climáticas e crises humanitárias, é imprescindível implementar medidas preventivas, inovações e políticas públicas que promovam a equidade e respeitem os direitos humanos. A vulnerabilidade de grupos específicos deve ser cuidadosamente considerada, levando em conta fatores como renda, etnia e história. É importante que as políticas estruturadas abordem tanto os impactos globais das mudanças climáticas quanto as particularidades locais, fortalecendo a resiliência e a segurança das comunidades. Distinguir claramente entre assistência social e segurança pública é indispensável, especialmente em contextos de emergência onde crises podem agravar situações de violência como crimes urbanos e violência sexual, ressaltando a gravidade de planos de contingência bem planejados.

E assim, a tristeza se faz presente. Sentimos a responsabilidade do momento atual e temos a certeza de que, com base em todo o conhecimento disponível, muito poderia ser feito para evitar dor e sofrimento desnecessários. É lamentável constatar que, apesar do vasto entendimento sobre os impactos das mudanças climáticas, há precário avanço efetivo. Sabemos que preparação, inclusão, educação, participação, tecnologias e políticas públicas conhecidas, fundamentadas em equidade e prevenção, têm o potencial de transformar realidades, principalmente para jovens em situações vulneráveis. Contudo, a falta de ação coordenada e colaborativa perpetua desigualdades, deixando comunidades inteiras expostas a riscos que poderiam ser evitados. A carência de programas de contingência e de redes de apoio social revela uma preocupante negligência, demonstrando que há capacidade para melhorar condições sociais e salvar vidas, mas que esta potencialidade ainda não é aproveitada.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities