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Inalamos cerca de 68 mil microplásticos por dia em nossas casas, diz estudo

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Pesquisa reforça alerta acerca dos possíveis riscos à saúde da poluição atmosférica por partículas de plásticos

Um novo estudo sugere que os humanos podem estar inalando cerca de 68 mil microplásticos por dia presentes no ar de suas casas e carros. O trabalho, realizado por pesquisadores da Universidade de Toulouse, na França, foi publicado nesta quarta-feira (30) na revista Plos One.

Os microplásticos são fragmentos de polímero que podem variar de menos de 5 milímetros (0,2 polegada) até 1 micrômetro (1/25 mil de polegada). Eles são liberados de objetos feitos com plástico, como potes, embalagens, tecidos, entre outros.

Diversos estudos já mostraram que a água, alimentos e, até mesmo, órgãos humanos podem estar contaminados com essas partículas. Também já foram encontradas evidências de que os microplásticos podem estar suspensos no ar em uma ampla variedade de ambientes internos e externos. Tudo isso levantou preocupações dos cientistas a respeito dos potenciais efeitos na saúde relacionados à penetração dos microplásticos no corpo humano.

Para compreender melhor essa questão, pesquisadores do atual estudo coletaram amostras de ar de seus próprios apartamentos e carros. Usando uma técnica chamada espectroscopia, eles mediram as concentrações de microplásticos, incluindo aqueles de um a 10 micrômetros de diâmetro, em 16 amostras de ar.

Os pesquisadores descobriram que a concentração média de microplásticos detectados nas amostras de ar dos apartamentos era de 528 partículas por metro cúbico, e nos carros, 2.238 partículas por metro cúbico. Noventa e quatro por cento das partículas detectadas eram menores que 10 micrômetros.

Os autores, então, combinaram os resultados do estudo com dados publicados anteriormente sobre exposição a microplásticos em ambientes fechados, estimando que adultos inalam cerca de 3,2 mil partículas de microplástico por dia na faixa de 10 a 300 micrômetros de diâmetro, e 68 mil partículas de 1 a 10 micrômetros por dia — 100 vezes mais do que estimativas anteriores para exposições de pequeno diâmetro.

“Descobrimos que mais de 90% das partículas de microplástico presentes no ar interno, tanto em residências quanto em carros, eram menores que 10 µm, pequenas o suficiente para serem inaladas profundamente nos pulmões”, afirmam os pesquisadores.

“Este também foi o primeiro estudo a medir microplásticos no ambiente da cabine do carro e, no geral, detectamos concentrações internas até 100 vezes maiores do que as estimativas extrapoladas anteriormente, revelando o ar interno como uma importante e até então subestimada via de exposição à inalação de partículas finas de microplástico”, completam.

As descobertas sugerem que os riscos à saúde devido à inalação de microplásticos podem ser maiores do que se pensava anteriormente. Por isso, mais pesquisas são necessárias para confirmar e expandir esses achados.

Fonte: CNN Brasil

Marina classifica preços de hospedagens para COP30 como “achaque”

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Ministra diz que governo busca como garantir a participação de todos

Um “absurdo” e um “achaque”. Foi assim que a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, definiu os preços das hospedagens em Belém, capital do Pará, que vai sediar a COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em novembro deste ano. Marina afirmou que o governo está pensando em formas de garantir a participação de todos os países, sem previsão de mudança de cidade.

Para Marina Silva, é natural o aumento de preços em grandes eventos, mas é preciso garantir a participação das nações, sobretudo daquelas em desenvolvimento, cuja presença a ministra considera fundamental.

Em visita à capital paraense neste fim de semana, o ministro do Turismo, Celso Sabino, disse que o diálogo do governo com o setor hoteleiro tem surtido efeito e, segundo ele, todas as delegações vão conseguir hospedagem a preços justos.

Nos últimos dias, um grupo de negociadores internacionais apresentou à ONU preocupações com os preços das hospedagens em Belém, o que poderia impedir a participação das delegações representadas. Alguns chegaram a pedir que a COP30 fosse transferida para outra cidade.

Após isso, o presidente da COP30, o embaixador brasileiro André Corrêa Lago, descartou a mudança de local. Em conversa com jornalistas, na última sexta-feira, Lago afirmou que “os preços estão muitíssimos mais altos” e acrescentou que há uma operação do governo federal para “assegurar que todos os países, mesmo os mais pobres, possam” participar da COP.

Nas redes sociais, usuários relatam e postam imagens de simulações de hospedagem com valores bem acima dos praticados em outras temporadas. Até o fechamento desta matéria, a reportagem não conseguiu contato com entidades representativas do setor hoteleiro em Belém ou no Pará.

Fonte: Agência Brasil

Londres sedia o CityLeaders, programa internacional para líderes urbanos com foco em inovação, sustentabilidade e cidades inteligentes

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Com aulas, visitas técnicas e networking internacional, o CityLeaders prepara gestores para enfrentar os desafios das cidades do futuro com inovação

Entre os dias 1º e 5 de setembro de 2025, a University College London (UCL), oitava melhor universidade do mundo, receberá uma nova edição do CityLeaders: Programa Internacional de Líderes das Cidades. Uma iniciativa da Plataforma Connected Smart Cities, realizado presencialmente em Londres, o curso oferece uma formação intensiva voltada para dirigentes públicos, lideranças políticas e profissionais que atuam no desenvolvimento de cidades mais inteligentes, inclusivas e sustentáveis.

Durante cinco dias, os participantes terão acesso a um conteúdo de excelência, com uma proposta metodológica que une teoria, prática e experiências em campo. A programação inclui aulas presenciais com professores de renome internacional, sessões de trabalho em grupo, estudos de caso, visitas técnicas a projetos urbanos de referência e momentos de networking com lideranças globais. As atividades contarão com tradução simultânea e culminarão em uma certificação internacional com carga horária de 40 horas-aula.

Leia mais: Capacitação estratégica para transformar cidades: trilha de conhecimento conecta gestores às melhores práticas

O programa é coordenado academicamente pela Development Planning Unit (DPU) da The Bartlett Faculty of the Built Environment, uma das principais referências mundiais em ensino e pesquisa sobre cidades. A Bartlett, recentemente eleita como a melhor instituição global na área de planejamento urbano segundo o QS World Rankings, reúne especialistas que estão na linha de frente do pensamento e da prática sobre infraestrutura, inovação urbana e políticas públicas transformadoras. A DPU, por sua vez, atua especialmente com o sul global, promovendo abordagens inclusivas e socialmente justas no desenvolvimento urbano.

Entre os nomes confirmados para o corpo docente estão pesquisadores e especialistas como Dr. Robert Cowley (King’s College London), Prof. Andy Hudson-Smith (CASA/UCL), Prof. Maged N. Kamel Boulos (OMS), Prof. Jennifer Schooling (Cambridge), Dr. Daniel Oviedo (UCL), Prof. Nick Tyler (UCL/PEARL), Dr. Hannah Holmes (Cambridge), Nick Wolff (London Borough of Southwark), James Hunt (PwC) e Prof. Ayona Datta (UCL). Juntos, eles trarão reflexões atuais e experiências práticas sobre temas como inclusão digital, mobilidade urbana, habitação, planejamento estratégico, segurança cibernética, infraestrutura inteligente e governança urbana.

Leia mais: Governança inteligente é o caminho para cidades mais sustentáveis e conectadas 

Com vagas limitadas a 80 participantes, o CityLeaders é voltado a gestores e técnicas/os da administração pública, lideranças políticas, especialistas do terceiro setor e profissionais da iniciativa privada que atuam com inovação, planejamento e políticas urbanas. A formação é uma oportunidade única para conhecer boas práticas internacionais, refletir criticamente sobre os desafios contemporâneos das cidades e construir uma rede global de colaboração.

O cenário escolhido para sediar o programa não poderia ser mais simbólico. Fundada em 1826, a University College London é considerada uma das melhores universidades do mundo – ocupando o 8º lugar no QS World University Rankings (2023) – e tem em seu histórico a marca do pioneirismo: foi a primeira universidade na Inglaterra a aceitar estudantes de todas as religiões e a permitir o ingresso de mulheres. Atualmente, reúne 50 mil alunos de mais de 150 países, 11 faculdades acadêmicas e uma comunidade ativa de pesquisadores, entre eles 30 laureados com o Prêmio Nobel.

Leia mais: Cidade CSC 2025: o futuro das cidades inteligentes

As inscrições para o CityLeaders ainda estão abertas. A vivência na UCL proporcionará não apenas o aprofundamento técnico, mas também a imersão em uma comunidade acadêmica diversa e engajada na transformação real dos territórios urbanos. Para quem busca liderar o futuro das cidades com conhecimento, estratégia e inovação, esta é uma oportunidade imperdível.

Para saber mais, clique aqui.

O tempo das cidades e os futuros possíveis

Nos acostumamos a associar o futuro das cidades a sensores, dados e dashboards. Mas raramente falamos do tempo. E é essa ausência que revela um dos maiores paradoxos urbanos: a dificuldade em lidar com o tempo de maneira plural, estratégica e não linear.

Vivemos o que François Hartog chamou de “presentismo”: um presente hipertrofiado que ofusca os outros tempos. Mesmo assim, ignoramos que múltiplos tempos convivem na cidade. O do mercado, rápido e competitivo. O da gestão pública, burocrático e cíclico. O dos dados, incessante. O das pessoas, sensível e fluido. E o do planeta, profundo, lento e indiferente à nossa urgência.

Cidade como palimpsesto temporal

A cidade, afinal, não é só espaço, é também tempo, da mesma forma que tudo dentro e fora dela, como Einsten concluiu na sua teoria mais famosa. Ela acumula camadas históricas, como um palimpsesto: tempos exaltados, silenciados ou reinventados. Mais do que isso, ela molda a forma como vivemos o tempo: pode acelerá-lo, interrompê-lo ou permitir que ele aconteça de forma plena e significativa. Uma cidade inteligente, portanto, não é aquela que só otimiza fluxos, mas a que reconhece e equilibra os diversos ritmos que compõem a vida urbana.

Na Grécia antiga, havia três formas de se relacionar com o tempo: Kronós, o tempo mensurável; Kairós, o tempo oportuno; e Aiôn, o tempo da duração e da memória. Cidades saudáveis equilibram essas três dimensões, todas as outras vivem sob a tirania de Kronós, onde tudo vira métrica e urgência.

Leia também: Inteligência artificial pode devorar 90% da energia mundial?

Ciência e a fragmentação do tempo

A ciência, por sua vez, desmontou a ideia de tempo único. Se Einstein mostrou que tempo e espaço são relativos, Carlo Rovelli afirma que o tempo é sempre local, relativo e fragmentado. E a física quântica vai além: o tempo pode ser emergente, descontínuo ou mesmo ilusório. Como diz Julian Barbour, talvez o tempo nem exista no nível mais fundamental da realidade. O futuro, nesse contexto, não é linha, é probabilidade, bifurcação, multiplicidade.

Também nas ciências humanas o tempo é plural. Walter Benjamin fala de instantes carregados de potência, e Michel-Rolph Trouillot mostra como até o passado é disputado, assim como o futuro. Planejar a cidade ignorando esses entrelaçamentos temporais, e por consequência, espaço-temporais, é restringir possibilidades e repetir os erros do presente.

Uma cidade à prova de futuro

A abordagem que defendo propõe uma cidade à prova de futuro: uma fusão entre identidade (place branding), experiência (placemaking) e futurismo estratégico. Um ecossistema de métodos que vão de análise de sinais a exploração coletiva de cenários, não para prever, mas para preparar lugares para futuros possíveis, plurais e compartilhados.

O tempo da cidade é o ritmo da vida. Há cidades aceleradas demais, outras paralisadas. Mas talvez a verdadeira inteligência urbana seja a capacidade de escutar seus próprios tempos, os da memória, da imaginação, dos afetos e da transformação. É nesse sentido que o conceito japonês de ma pode nos inspirar: um tempo-espaço de suspensão, vazio criativo e preparação simbólica, um estado latente de possibilidades, o hoje entre o que fomos e o que podemos nos tornar.

Conclusão

Concluo essa minha primeira coluna com algumas perguntas, ao mesmo tempo óbvias e incômodas.

  • Que futuros queremos para nossas cidades?
  • Quais passados precisam ser lembrados ou reparados?
  • Como podemos juntos construir lugares à prova de tempo?

Ser à prova de futuro não é resistir ao tempo. É cultivar uma relação viva com ele.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

Presidente da COP30 diz que países pediram retirada do evento de Belém por preços ‘extorsivos’ em hotéis

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Segundo André Corrêa do Lago, governo brasileiro tenta negociar redução de valores; países em desenvolvimento dizem que não conseguirão participar por causa dos custos abusivos.

O presidente da COP 30, André Corrêa do Lago, afirmou que países têm pressionado o Brasil a transferir a conferência climática da ONU de Belém para outra cidade por causa do alto preço cobrado pelos hotéis da capital paraense durante o evento, previsto para novembro de 2025.

A declaração foi feita durante um encontro realizado pela Associação de Correspondentes Estrangeiros (AIE) em parceria com o IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás).

“Há uma sensação de revolta, sobretudo por parte dos países em desenvolvimento, que estão dizendo que não poderão vir à COP por causa dos preços extorsivos que estão sendo cobrados”, afirmou Corrêa do Lago.

Os esforços para conter a crise continuam, segundo o embaixador, mas ele avalia que parte do setor hoteleiro ainda não se deu conta da gravidade da situação.

Para Corrêa do Lago, o impasse ganhou outra dimensão após a entrevista do negociador africano Richard Muyungi à agência Reuters, na qual foi revelado que países chegaram a solicitar oficialmente a mudança da conferência para outra cidade.

“Ficou público que países estão pedindo para o Brasil tirar a COP de Belém”, acrescentou.

Ainda segundo ele, em alguns casos, o valor das diárias foi multiplicado por 15. A prática, considerada abusiva por representantes internacionais, tem gerado um mal-estar diplomático e já motivou pedidos formais para que o evento seja realocado.

“Se na maioria das cidades onde as COPs aconteceram os hotéis começaram a pedir o dobro ou o triplo do valor, no caso de Belém, os hotéis estão pedindo mais de 10 vezes os valores normais”, disse o diplomata.

Corrêa do Lago afirmou ainda que a Casa Civil coordena um grupo de trabalho para tentar conter os preços, mas ressaltou que a legislação brasileira não permite impor limites às tarifas da rede hoteleira.

“O que nos resta é o diálogo”, afirmou.

A COP 30 será a primeira conferência climática da ONU na Amazônia e deve reunir chefes de Estado, ministros, diplomatas e milhares de integrantes da sociedade civil de mais de 190 países.

Preocupação da ONU

Desde o início desse ano, preocupações com a logística atrapalharam os preparativos para a COP30. Países em desenvolvimento e países ricos alertaram que não podem arcar com os preços de hospedagem em Belém, que dispararam devido à escassez de quartos.

Em uma reunião de emergência do “COP bureau” do órgão climático da ONU na terça-feira, o Brasil concordou em abordar as preocupações dos países sobre acomodações e apresentar um relatório em 11 de agosto, disse Richard Muyungi, presidente do Grupo Africano de Negociadores, que convocou a reunião.

“Recebemos a garantia de que revisitaremos isso no dia 11 para ter certeza se a acomodação será adequada para todos os delegados”, disse Muyungi à Reuters após a reunião.

Ele disse que os países africanos queriam evitar reduzir sua participação por causa do custo.

“Não estamos prontos para reduzir os números. O Brasil tem muitas opções em termos de ter uma COP melhor, uma boa COP. Por isso, estamos pressionando para que o Brasil forneça respostas melhores, em vez de nos dizer para limitar nossa delegação”, disse Muyungi.

Outro diplomata confirmou que a reclamações sobre os preços vieram tanto de países pobres quanto ricos.

Um relatório com os temas previstos para a reunião de terça-feira, acessado pela Reuters, confirmou que o encontro foi convocado para abordar “preparativos operacionais e logísticos para a Conferência sobre Mudanças Climáticas em Belém” e as preocupações do Grupo Africano de Negociadores sobre o assunto.

O Itamaraty não respondeu à reportagem. Autoridades brasileiras que organizam a cúpula têm garantido repetidamente que os países mais pobres terão acesso a acomodações que possam pagar.

Hotéis de navio e cruzeiro

O Brasil está correndo para expandir os 18 mil leitos de hotel normalmente disponíveis em Belém, uma cidade costeira de 1,3 milhão de habitantes, para receber as cerca de 45 mil pessoas previstas para participar da COP30.

O governo anunciou este mês que garantiu dois navios de cruzeiro para fornecer 6 mil camas extras para os delegados. Também abriu reservas para países em desenvolvimento para acomodações mais acessíveis, com diárias de até US$ 220.

No entanto, esse valor ainda está acima do “auxílio-moradia” oferecido pela ONU a algumas nações mais pobres para apoiar sua participação nas COPs. Para Belém, o valor é de US$ 149.

Dois diplomatas apresentaram orçamentos que receberam de hotéis e administradores de propriedades em Belém para tarifas de cerca de US$ 700 por pessoa por noite durante a COP30.

Autoridades de seis governos, incluindo nações europeias mais ricas, relatam que ainda não garantiram acomodações devido aos altos preços, e alguns disseram que estavam se preparando para reduzir sua participação.

Um porta-voz do governo holandês disse que pode ser necessário reduzir sua delegação pela metade em comparação às COPs recentes, quando a Holanda enviou cerca de 90 pessoas durante o evento de duas semanas, incluindo enviados, negociadores e representantes da juventude.

O vice-ministro do Clima da Polônia, Krzysztof Bolesta, disse à Reuters no início deste mês: “Não temos acomodações. Provavelmente teremos que reduzir a delegação ao mínimo.”

“Em um evento extremo, talvez não precisemos comparecer”, disse ele.

Fonte: G1

Brasil cobra países para receber a tempo metas climáticas, diz CEO da COP30

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À CNN, Ana Toni aponta que negociações climáticas enfrentam desafios geopolíticos e que postura dos EUA distrai atenção e prejudica o debate climático

Faltando 100 dias para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, a CEO do evento, Ana Toni, afirmou que a ausência dos Estados Unidos nas negociações tem atrapalhado diretamente os avanços rumo a acordos mais ambiciosos no combate à crise climática.

“Infelizmente os Estados Unidos não estão engajados”, disse em entrevista exclusiva à CNN.

“O presidente Trump logo que começou a sua gestão, já divulgou que quer sair do Acordo de Paris. Eles ainda estarão dentro do acordo durante a nossa COP, mas eles não estiveram presentes em nenhuma das reuniões preparatórias que a gente está fazendo.”
Ana Toni

A fala ocorre no momento em que o governo brasileiro vive um dos períodos mais tensos da relação diplomática com Washington nos últimos anos, após o tarifaço imposto por Donald Trump.

“Não tem nenhuma dúvida que isso, sim, atrapalha muito o ambiente de debate e negociação, é não ter presente um dos maiores emissores e um grande financiador. E atrapalha ainda mais porque a atenção do mundo agora é responder, seja a guerras militares, seja a guerras tarifárias”, pontuou.

Brasil corre contra o tempo para receber metas climáticas até a COP30

A COP, que será realizada em Belém, marca os dez anos do Acordo de Paris, e por isso carrega a expectativa de receber uma nova rodada de compromissos climáticos por parte dos países. No entanto, boa parte das nações mais poluentes ainda não entregou suas atualizações das chamadas NDCs — as Contribuições Nacionalmente Determinadas.

“A gente está monitorando como é que os países estão elaborando e a gente vê que todos os países estão muito engajados”, explicou Ana Toni.

Ela destacou que, apesar do engajamento, há atraso por parte de algumas potências.

Segundo a CEO da COP30, a expectativa é de que entre 80 e 100 NDCs sejam entregues até novembro.

“A gente está fazendo um esforço específico nos países mais emissores pra gente ter uma ideia de como é que o mundo está evoluindo para chegar às metas do Acordo de Paris.”

Ela destacou, no entanto, o êxito obtido em Bonn, na Alemanha – em uma reunião preparatória para a conferência. Foi quando o texto preliminar proposto pelo país recebeu boa aceitação dos demais integrantes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).

Geopolítica dificulta avanços nos acordos

O desafio de avançar nas negociações não se limita à questão técnica. Ana Toni afirmou que o momento geopolítico global tem influenciado negativamente no foco das lideranças mundiais sobre a pauta climática.

“As COPs não estão acontecendo numa bolha separada da geopolítica, elas refletem a geopolítica”, afirmou.

“Fica claro que a geopolítica nesse instante está com diversos desafios e problemas, e os Estados Unidos têm contribuído diretamente para esses desvios de atenção à mudança do clima – e com uma campanha de quase negação às mudanças climáticas.”

Apesar disso, a CEO reforçou que o Brasil está a “todo vapor” na preparação da conferência, com avanços tanto nas negociações formais quanto na chamada agenda de ação.

“Já estamos elaborando como é que esses planos em temas específicos como metano, energia renovável, floresta, oceanos, como é que esses temas todos chegarão na COP. Com anúncios concretos específicos, seja do setor privado, seja da sociedade civil, seja dos governos subnacionais.”

COP30 será vitrine para soluções brasileiras em clima e bioeconomia

Além da meta global de acelerar o cumprimento do Acordo de Paris, a conferência também é vista pelo governo como uma oportunidade de projetar o Brasil como referência em soluções climáticas.

“Essa COP vai nos dar essa oportunidade de mostrar”, disse Toni.

“O Brasil tem soluções para combater a mudança do clima em muitos setores. Mais de 90% da nossa energia elétrica já é renovável. Todo país sonharia ter uma matriz elétrica como a nossa.”

A executiva ressaltou o potencial do país em áreas como reflorestamento, agricultura sustentável, energia limpa e saúde. Segundo ela, o Brasil pode se apresentar ao mundo como “um provedor de soluções climáticas”.

Ao falar sobre a conexão entre as negociações internacionais e a vida cotidiana da população, Toni reforçou que já é possível sentir os efeitos — positivos e negativos — da pauta climática.

“Toda essa nova tecnologia de painéis solares, carros elétricos, ônibus elétricos para menos poluição nas cidades (…) foram trazidas muito por causa dessas negociações internacionais.”

Por outro lado, ela alerta que os impactos da crise climática já são sentidos de forma direta.

“As grandes enchentes, as ondas de calor que a gente está vendo no mundo inteiro, os incêndios, as secas, isso já afeta as pessoas e a agricultura, o preço dos alimentos.”

A COP30 será realizada entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, em Belém, no Pará, e deve reunir cerca de 40 mil pessoas de quase 200 países, incluindo chefes de Estado, representantes da sociedade civil, empresários, cientistas e ativistas.

O evento é organizado pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), com o Brasil na presidência oficial das negociações. Será a primeira vez que uma COP acontece na Amazônia.

Fonte: CNN Brasil

Senadores podem votar gratuidade do transporte público em dia de eleição

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Os senadores podem votar no segundo semestre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 38/2022) que garante transporte público gratuito em dia de eleição. A PEC teve o senador Rogério Carvalho (PT-SE) como primeiro signatário e foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça em 2023, com relatoria do senador Jorge Kajuru (PSB-GO). A proposta foi discutida em cinco sessões no Plenário, mas ainda aguarda votação em primeiro turno pela Casa.

Transcrição:

UMA PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO QUE PREVÊ TRANSPORTE GRATUITO EM DIA DE ELEIÇÃO AGUARDA VOTAÇÃO NO PLENÁRIO DO SENADO. A REPÓRTER LANA DIAS TEM MAIS INFORMAÇÕES.

A gratuidade do transporte público em dias de eleição está prevista em uma Proposta de Emenda à Constituição. A PEC foi apresentada pelo senador Rogério Carvalho, do PT de Sergipe, e tem o objetivo de assegurar o direito ao voto para cidadãos que moram fora do domicílio eleitoral ou que tenham dificuldade de pagar pelo transporte.

O texto diz que, em dia de eleição, os serviços de transporte público coletivo de passageiros urbano, semiurbano, intermunicipal e interestadual, rodoviário e aquaviário devem ser gratuitos. A proposta foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça em 2023, onde foi relatada pelo senador Jorge Kajuru, do PSB de Goiás. Ele afirmou que a medida beneficiaria pessoas de baixa renda que moram longe do local de votação.

Senador Jorge Kajuru: “E a gratuidade ora proposta fará com que esses cidadãos votem sem atropelos, contribuindo para ampliar a legitimidade das eleições e dos mandatários eleitos.”

Para Rogério Carvalho, a medida auxilia o cidadão a exercer o direito de voto e garante mais legitimidade nos resultados das eleições.

Senador Rogério Carvalho: “Isso evita a manipulação da intenção de voto do eleitor, porque o eleitor às vezes vota por quem paga a passagem para ele votar, então a gente elimina essa possibilidade de compra de voto. E aqueles que querem votar e não têm condição e que não têm nenhuma forma de se deslocar, podem ir até o seu local de votação e dar a sua contribuição à democracia.”

A proposta já passou por cinco sessões de discussão e aguarda votação em primeiro turno no Plenário do Senado. Depois disso, o texto ainda passa por um segundo turno de discussão e votação. Sob supervisão de Samara Sadeck, da Rádio Senado, Lana Dias.

Fonte: Rádio Senado

Setor elétrico diz que os níveis das hidrelétricas estão estáveis

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A avaliação considerou as chuvas deste ano que foram abaixo da média

Apesar das chuvas abaixo da média neste ano, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, afirmou, nesta quarta-feira, que os níveis dos reservatórios das hidrelétricas permanecem estáveis.

Segundo um comunicado da entidade, o Sistema Interligado Nacional se mantém com armazenamento superior a 65%, o que reforça a robustez da atual estratégia de operação do sistema.

De acordo com a nota, o comitê resolveu manter para 2026 os mesmos parâmetros adotados em 2025 para evitar riscos ao setor elétrico.

Para a entidade, as medidas aplicadas neste ano mostraram-se satisfatórias.

Leia também: Itaipu e Receita Federal fazem contrabando virar energia limpa

O comunicado diz ainda que a decisão reforça o compromisso do setor em evitar situações como a enfrentada em 2021. Naquele ano, houve uma baixa significativa nos reservatórios das hidrelétricas e, somado a isso, ocorreram falhas de gestão que quase levaram o país a um apagão.

Esses problemas impactaram os consumidores com custos extras na conta de energia para cobrir empréstimos emergenciais bilionários utilizados na geração de energia.

Fonte: Agência Brasil

Com exceções, quase metade das exportações aos EUA escapam de tarifa de 50%

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Levantamento da CNN considera 100 itens que o Brasil mais exporta aos EUA; de R$ 40,3 bilhões, ao menos R$ 18 bilhões foram poupados

Com a lista de exceções publicada pela Casa Branca, quase metade das exportações brasileiras aos Estados Unidos ficaram livres da tarifa adicional de 40% prometida pelo presidente norte-americano, Donald Trump — segundo levantamento da CNN.

A análise considerou os 100 itens que o Brasil mais vendeu para os Estados Unidos em 2024. Destes produtos, 27 foram poupados por Trump. O levantamento considera dados disponibilizados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

Dessa maneira, de um total de R$ 40,3 bilhões exportados no ano passado, ao menos R$ 18,1 bilhões (44,61%) não estariam sujeitos à taxa adicional de 40%.

Dentre os dez produtos mais exportados pelo Brasil, sete escaparam. Ao todo, cerca de 700 categorias não serão atingidas pela tarifa de 50%.

À espera da oficialização da taxação dos itens brasileiros nesta semana, parte dos setores da economia e investidores receberam com alívio a lista de exceções de Trump.

Todavia, segmentos relevantes para a pauta de exportação brasileira como o de café, carne bovina e pescados estarão sujeitos à tarifa de 50%.

Fonte: CNN Brasil

Família Maluf fecha acordo para devolver R$ 210 milhões à Prefeitura de SP

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Adesão não encerra todas as ações contra o ex-prefeito, condenado por desvio de verbas voltadas a obras públicas na capital

A família do ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, fez um acordo de não persecução civil com o Ministério Público estadual e com a Prefeitura da capital, nesta terça-feira, que visa a devolução de 210 milhões de reais aos cofres públicos, decorrente de casos de desvios de verbas municipais ocorridos entre 1993 e 1998 pelo político.

Em contrapartida, serão encerradas ações judiciais contra o ex-prefeito e algumas empresas por desvios de verbas que atingiram mais de 300 milhões de reais durante a construção do Túnel Ayrton Senna e da Av. Água Espraiada (atualmente Av. Jornalista Roberto Marinho), entre os anos de 1993 e 1996.

No entanto, outras ações civis propostas pelo MPSP continuarão em curso em relação ao próprio Paulo Maluf, sua esposa e empresas acusadas de superfaturamento e pagamento de propina.

Advogado que representou a família do político nas negociações, Eduardo Diamantino destacou que o acordo representa uma solução jurídica para processos que se arrastavam há anos e reforça uma tendência negocial que favorece todo sistema de Justiça.

Segundo a procuradora-geral do município, Luciana Sant’Ana Nardi, “o acordo é muito bom para todas as partes, principalmente para o interesse público, já que se trata do maior escândalo de corrupção de São Paulo”.

Até o momento, de acordo com a Prefeitura, o total recuperado em favor dos cofres públicos por meio de acordos atingiu cerca de 160 milhões de dólares, ou 819 milhões de reais pelo câmbio atual.

Histórico

Fora da vida política há anos, Paulo Maluf foi condenado pelo STF sm 2017 a sete anos e nove meses de prisão por lavagem de dinheiro entre os anos de 1993 e 1996, período em que foi prefeito de São Paulo.

Segundo a acusação, Maluf lavou dinheiro desviado de obras públicas e fez remessas ilegais ao exterior, por meio de doleiros, enquanto exercia o cargo, além de ter participado de esquema de cobrança de propinas na prefeitura em 1997 e 1998 (durante a gestão de Celso Pitta), que continuou a contar com seu envolvimento direto nos anos seguintes.

Em 2018, o ex-prefeito foi novamente condenado pelo Supremo por falsidade ideológica com fins eleitorais, devido a fraudes na prestação de contas de sua campanha eleitoral em 2010. A pena é de dois anos e nove meses de prisão em regime semiaberto, convertida, à época, para prisão domiciliar.

Fonte: Veja