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Brasil fica em 1º lugar em programa global e receberá mais de R$ 1 bilhão para descarbonização da indústria

Ministério de Minas e Energia participou da elaboração da proposta enviada ao Fundo de Investimentos Climático

O Brasil ficou em 1º lugar no Programa de Descarbonização da Indústria (PID), conforme divulgado pelo Fundo de Investimentos Climático (CIF) nesta sexta-feira (13/06). Com isso, o país terá acesso ao financiamento de R$ 1,3 bilhão para ampliar tecnologias limpas e circulares, como hidrogênio e materiais de baixo carbono. O Ministério de Minas e Energia (MME) participou da elaboração da proposta aprovada pelo CIF.

A partir de agora, deve ser desenvolvido um plano de investimento detalhando os projetos prioritários, instrumentos financeiros e estratégias para atrair investimentos do setor privado, com foco em soluções que contribuam para a transição energética global. A expectativa é que US$ 1 investido pelo CIF gere US$ 12 em financiamento. Parte dos recursos será destinada aos projetos de hubs de hidrogênio de baixa emissão de carbono que serão selecionados pelo MME na chamada pública aberta em outubro de 2024.

“O resultado é fruto do comprometimento do Brasil com políticas voltadas para transição energética e com a construção de ambiente confiável e atrativo para investimentos. Estamos empenhados em promover uma indústria mais limpa, inovadora e competitiva, capaz de gerar empregos de qualidade, movimentar a economia e melhorar a vida da população brasileira. Com apoio do CIF, iremos fortalecer ainda mais nossas ações rumo a um futuro mais sustentável”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Programa de Descarbonização da Indústria

Essa é a primeira iniciativa global de financiamento dedicada à redução de emissões industriais de gases de efeito estufa (GEE) em países em desenvolvimento. A indústria é responsável por um terço das emissões globais de GEE. Serão disponibilizados, ao todo, US$ 1 bilhão, o equivalente a R$ 5,5 bilhões.

Para ter acesso aos recursos, 26 candidatos enviaram propostas e o Brasil recebeu a pontuação mais alta. Também foram convidados o Egito, México, Namíbia, África do Sul, Turquia e Uzbequistão. Os países selecionados demonstraram forte engajamento do setor privado, prontidão institucional e claro compromisso com a descarbonização industrial, conforme o comunicado do CIF.

A participação do Brasil no Programa de Descarbonização da Indústria (PID) do CIF é coordenada pela Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, com participação dos ministérios de Minas e Energia, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Fonte: Ministério de Minas e Energia

Já Começou o Módulo 2 do Curso “Melhores Práticas em Concessões e PPPs”

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Participantes avançam na jornada para estruturar projetos e gerir contratos de parcerias público-privadas com excelência

Já está em andamento o Módulo 2 do curso “Melhores Práticas em Concessões e PPPs: Estruturação de Projetos e Administração de Contratos de Concessão e PPP”, oferecido pela Plataforma P3C. A condução é feita por Felipe Sande, especialista com ampla atuação na modelagem e regulação de concessões, ao lado de Maurício Portugal Ribeiro, coordenador do curso e referência nacional no tema.

A formação, referência na área, tem como foco capacitar profissionais com base nas práticas mais avançadas acumuladas ao longo de mais de 30 anos de experiência com concessões e parcerias público-privadas no Brasil.

Leia mais: Lançamento do Evento P3C marca encontro decisivo para o futuro das PPPs e Concessões no Brasil

Neste módulo, os participantes mergulham no tema central da distribuição e da matriz de riscos, elemento essencial para garantir contratos mais seguros, eficientes e sustentáveis. As aulas acontecem ao vivo, via Zoom, sempre às terças e quintas-feiras, das 18h às 20h, mas também podem ser assistidas posteriormente, por meio da plataforma online, para ver e rever os conteúdos e cases apresentados.

Leia mais: Curso P3C: Formação Especializada para Profissionais de Concessões e PPPs

A abordagem do curso alia teoria e aplicação prática, com forte embasamento jurídico, econômico e regulatório. Com uma metodologia interativa, os professores trazem análises de casos bem-sucedidos e contratos que enfrentaram desafios reais, fornecendo aos alunos ferramentas para desenhar editais e contratos mais robustos e adaptados à realidade do setor.

A formação é dividida em duas trilhas complementares:

  • Trilha 1 – Estruturação de Projetos, já em andamento, com quatro módulos que abordam desde os fundamentos dos contratos até a estruturação da licitação;
  • Trilha 2 – Gestão Contratual, com início previsto para o dia 16 de setembro de 2025, e foco em fiscalização, reequilíbrio, gestão de riscos, penalidades e encerramento contratual.

“O crescimento das PPPs e concessões no Brasil tem sido expressivo, mas ainda esbarra na falta de padronização e capacitação técnica adequada”, destaca Paula Faria, CEO da Necta e Idealizadora da Plataforma P3C. O curso se apresenta, assim, como uma solução para servidores públicos, reguladores, advogados, técnicos de órgãos concedentes e consultores que buscam não apenas entender, mas aplicar com segurança as melhores práticas do setor.

O curso reafirma a importância da capacitação contínua num cenário onde parcerias público-privadas são cada vez mais estratégicas para o desenvolvimento da infraestrutura no Brasil, exigindo dos profissionais uma atuação técnica, crítica e alinhada às melhores práticas nacionais e internacionais.

Para mais informações e inscrições, clique aqui.

Com ampla maioria, Câmara aprova urgência para proposta que derruba decreto do IOF

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Deputados votaram para acelerar tramitação de proposta que derruba decreto do IOF

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta segunda-feira o requerimento de urgência para votação da proposta legislativa que pode derrubar o novo decreto do governo Lula que trata das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Com a aprovação, por 346 votos a favor e 97 contrários, a proposta passa a ter tramitação mais rápida e prioridade na pauta da Câmara.

Mais cedo, ministros do governo Lula e parlamentares fecharam um acordo para votar na sessão apenas o requerimento de urgência, deixando o mérito da proposta para daqui duas semanas.

O acordo foi fechado pelos ministros das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, Rui Costa, pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e por líderes partidários.

Essa articulação foi divulgada inicialmente em reportagem no site de O Globo e confirmada pela Reuters com uma fonte ligada a um líder partidário que participou do encontro com integrantes do governo e está a par das tratativas.

Recado sobre emendas

Embora haja deputados de partidos da base do governo dispostos a derrubar o decreto do IOF, a maior irritação dos parlamentares, segundo essa fonte, é com o ritmo lento de pagamento e empenho — compromisso de que o Executivo vai pagar — das emendas dos congressistas.

A votação da proposta, portanto, tem como objetivo mandar um recado para o governo, disse a fonte.

O decreto do governo, publicado na noite de quarta-feira, revogou um decreto anterior, de 22 de maio, que havia elevado as alíquotas do IOF para diversas operações, buscando assegurar o cumprimento da meta fiscal do ano.

Com o novo decreto, editado após forte reação negativa do Congresso e dos setores atingidos, o governo voltou atrás em parte dos aumentos promovidos no mês anterior, mas ainda manteve a taxação mais elevada para uma série de operações.

Em manifestação mais cedo na rede social X, Gleisi Hoffmann elogiou a postura de Motta com o governo Lula, que tem se “caracterizado por responsabilidade e firmeza nos encaminhamentos acordados em comum”.

“No comando da Câmara, trouxe previsibilidade na pauta legislativa, sempre fruto do colégio de líderes, que expressa manifestações dos parlamentares. Tratamos às claras dos interesses do país, e isso tem sido fundamental para a tramitação das propostas do governo no Legislativo“, afirmou ela.

Fonte: MoneyTimes

Brasil puxa consenso do BRICS para normas ESG e fecha acordo técnico

Os países do BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além dos novos membros Egito, Etiópia, Irã, Indonésia e Emirados Árabes Unidos — se reúnem em Brasília, nos dias 17 e 18 de junho, para formalizar um inédito acordo de cooperação técnica voltado à padronização de normas ESG — ambientais, sociais e de governança. A anfitriã do encontro é a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

O evento marca a assinatura do primeiro Memorando de Entendimento (MoU) entre os organismos de normalização do bloco, articulado com apoio do Itamaraty. A meta é unificar posicionamentos técnicos áreas estratégicas como emissões de carbono, uso do hidrogênio e prevenção à violência contra mulheres em organizações.

Leia também: Comissão de Meio Ambiente vai discutir agricultura familiar na COP 30

“A normalização é uma ferramenta de soberania técnica e acesso a mercados”, afirma Mario William Esper, presidente da ABNT, responsável pela abertura oficial da reunião.

A ABNT lidera a articulação brasileira e busca consolidar o país como referência normativa no Sul Global, em meio à crescente disputa internacional por influência sobre os padrões técnicos que regulam o comércio, a sustentabilidade e os direitos sociais.

Fonte: Veja

Desenvolvimento humano sem incorporar resiliência não é mais opção, alerta PNUD

O novo relatório regional de desenvolvimento humano, intitulado “Sob pressão: recalibrando o futuro do desenvolvimento na América Latina e no Caribe”, revela a estagnação do progresso no desenvolvimento humano e a necessidade urgente de novas estratégias.

Nas últimas décadas, a América Latina e o Caribe fizeram progressos significativos no desenvolvimento humano. No entanto, esses ganhos se mostraram voláteis: 31% da população da região vive em uma zona cinzenta de vulnerabilidade socioeconômica – não na pobreza, mas também não protegida. Basta uma crise — climática, tecnológica ou relacionada à saúde — para que eles recuem. Em outras palavras, a mobilidade ascendente na América Latina e no Caribe tem sido possível, mas também a regressão, alerta o Escritório do PNUD para a América Latina e o Caribe.

De acordo com as principais conclusões do Relatório de Desenvolvimento Humano Regional 2025, intitulado “Sob pressão: recalibrando o futuro do desenvolvimento na América Latina e no Caribe”, a região é particularmente vulnerável a retrocessos no desenvolvimento humano porque grande parte da população não têm os recursos e mecanismos necessários para lidar com crises moderadas. Isso evidencia profundas fraquezas estruturais que ameaçam o progresso de longo prazo, especialmente em um contexto de crescente incerteza e crises interconectadas.

O relatório identifica três dinâmicas que, combinadas, estão marcando o desenvolvimento humano na região:

• Tecnologias em rápida evolução, que estão transformando os mercados de trabalho e a governança, mas se expandindo de forma desigual, aprofundando assim as desigualdades existentes.

• Aprofundamento da fragmentação social, refletido no aumento da desconfiança entre pessoas e instituições, o que dificulta o consenso e as respostas coordenadas aos desafios compartilhados.

• Clima cada vez mais mutável, com o número de eventos climáticos extremos mais do que dobrando – agravando ameaças como incêndios e secas. Isso não apenas põe em risco vidas e meios de subsistência, mas também piora as desigualdades econômicas e sociais existentes.

Esses fatores interconectados amplificam as vulnerabilidades e geram riscos inter-relacionados, que exacerbam os desafios do desenvolvimento. É por isso que, quando se fala de desenvolvimento, também se deve falar de resiliência.

“A América Latina e o Caribe demonstraram repetidamente sua capacidade de resistir às adversidades. As pressões que enfrentamos —  sejam climáticas, sejam econômicas, sejam sociais — podem se tornar o ponto de partida para um novo modelo de desenvolvimento centrado na resiliência humana”, afirma a diretora do PNUD para a América Latina e o Caribe, Michelle Muschett.  “Investir em resiliência hoje significa proteger os ganhos de desenvolvimento e garantir dignidade e segurança para todos, especialmente os mais vulneráveis. Não basta resistir. Devemos nos transformar para prosperar”, acrescenta.

A resiliência não é apenas individual — é inerentemente coletiva. As pressões e desafios que a região enfrenta são grandes demais para serem abordados de forma fragmentada. Requerem uma recalibragem do desenvolvimento de uma perspectiva mais holística – que coloque a resiliência no centro, permitindo que as pessoas levem uma vida significativa mesmo em meio à adversidade.

O PNUD na América Latina e no Caribe propõe uma nova estrutura de Desenvolvimento Humano Resiliente— uma visão voltada para o futuro que equipa as pessoas — particularmente as mais vulneráveis — com as ferramentas, sistemas e apoio necessários para absorver choques, salvaguardar o progresso e se recuperar rapidamente. O quadro se assenta em três pilares fundamentais:

  • Instrumentos para navegar na incerteza, incluindo proteção social adaptativa e gerenciamento de riscos.
  • Instituições que abraçam a complexidade, promovem a coordenação e permitem flexibilidade.
  • Infraestrutura que preenche lacunas, garantindo o acesso inclusivo a serviços digitais e sistemas resilientes às alterações climáticas.

Além de fornecer uma estrutura conceitual robusta e rigorosa, o relatório foi concebido como um recurso prático para apoiar a região — seu povo e tomadores de decisão — na navegação em tempos incertos. O objetivo não é apenas resistir a crises futuras, mas prosperar apesar delas.

O PNUD na América Latina e no Caribe também apresentou duas ferramentas de implementação que ajudarão a traduzir a agenda de resiliência em ação, promovendo fortes parcerias e esforços coletivos entre governos, sociedade civil, academia, setor privado e instituições multilaterais:

  1. Mecanismo de Financiamento do Desenvolvimento Humano Resiliente da ALC: Mecanismo regional que reúne atores públicos e privados para canalizar investimentos estratégicos para onde eles são mais necessários. Tem como objetivo fortalecer a capacidade adaptativa nos sistemas econômicos, sociais e de governança. O financiamento deve ser entendido como um acelerador crítico do desenvolvimento humano resiliente.
  2. O Atlas da Inteligência Artificial para o Desenvolvimento Humano: Uma ferramenta prática para projetar políticas de IA inclusivas e éticas. Ele oferece dados comparativos, estudos de caso, estruturas regulatórias e cenários futuros para ajudar os países a aproveitar o potencial da IA para o desenvolvimento sustentável e equitativo.

Fonte: PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

Por que Banco Mundial prevê pior década para o crescimento global em mais de meio século

A economia mundial deve passar pela pior década de crescimento econômico em mais de meio século, segundo as projeções do Banco Mundial.

Em meio às incertezas provocadas pelas políticas tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o órgão internacional prevê um crescimento global de apenas 2,3% para este ano, com um cenário desafiador nos próximos anos.

A decisão de Donald Trump de impor uma tarifa universal de 10% sobre importações que entram nos EUA, e taxas ainda mais altas a produtos vindos da China, assim como o aumento de impostos sobre o aço — que o Brasil exporta para os EUA — e alumínio, têm causado caos e confusão no sistema de comércio internacional.

Em maio, o Tribunal de Comércio Internacional dos Estados Unidos considerou ilegal a maior parte dessas tarifas globais impostas por Trump. No entanto, a Casa Branca conseguiu, por meio de um recurso na Corte, manter as medidas, pelo menos por enquanto.

Esse cenário de incerteza no comércio internacional levou o Banco Mundial a adotar uma perspectiva menos otimista sobre o crescimento econômico global.

“Em um contexto de maior incerteza política e de aumento nas barreiras comerciais, o ambiente econômico mundial ficou mais complexo”, informou um relatório publicado pelo órgão.

O texto ainda aponta que deve haver um aumento da instabilidade política, o que pode abalar a confiança dos mercados diante da possibilidade de “novas mudanças repentinas” nas medidas restritivas ao comércio por parte de vários países.

Essas tarifas podem levar a uma paralisação do comércio mundial no segundo semestre deste ano, acompanhada de um colapso generalizado na confiança, aumento da incerteza e turbulências nos mercados financeiros, aponta o Banco Mundial.

Apesar disso, o órgão não chegou a prever uma recessão mundial, afirmando que as chances disso acontecer são inferiores a 10%.

Freada histórica no crescimento

A economia mundial se encontra mais uma vez em um momento de turbulência, escreveram em um blog os economistas do Banco Mundial Indermit Gill e Ayhan Kose.

Sem uma correção rápida de rumo, os danos ao nível de vida das pessoas “poderão ser profundos”, argumentaram.

Segundo os economistas, as disputas comerciais abalaram muitas das certezas políticas que ajudaram a reduzir a pobreza extrema e a expandir a prosperidade depois do fim da Segunda Guerra Mundial.

A análise aponta que várias das forças que impulsionaram o “grande milagre econômico” dos últimos 50 anos (quando o PIB per capita nos países em desenvolvimento quase quadruplicou e mais de 1 bilhão de pessoas saíram da pobreza extrema) foram revertidas.

Nesse contexto, o relatório do Banco Mundial alerta que, se as previsões se cumprirem, o crescimento médio global previsto na década de 2020 “será mais lento do que em qualquer década”, desde o fim dos anos 1960.

“Até 2027, espera-se que o crescimento do PIB global atinja uma média de apenas 2,5% na década de 2020 — o ritmo mais lento de qualquer década desde a década de 1960”, diz o relatório.

Um crescimento mais fraco, destaca a análise, afetará a geração de empregos, a redução da pobreza e da desigualdade de renda.

E a América Latina?

A desaceleração do crescimento econômico global é uma má notícia para a América Latina, uma região que acaba de sair de uma “década perdida” e foi duramente atingida pela pandemia, diz Benjamin Gedan, diretor do Programa América Latina do centro de estudos Wilson Center.

Segundo ele, se a guerra comercial reduzir os preços das exportações que sustentam as maiores economias da América do Sul, isso pode ter impactos econômicos, sociais e políticos bastante graves.

Essa mesma preocupação aparece no relatório do Banco Mundial, na parte dedicada à América Latina, que destaca que o aumento das barreiras comerciais trará efeitos negativos para a região.

Sobre as tarifas impostas por Trump, Gedan diz que essa política lembra o caminho que algumas nações latino-americanas seguiram no passado.

“É frustrante para os economistas da região ver os Estados Unidos replicando os erros da política industrial latino-americana do período pós-guerra”, ressalta, referindo-se à época da chamada “industrialização por substituição de importações”, apesar de seu “histórico desastroso”.

A substituição de importações é uma estratégia de desenvolvimento econômico que busca fomentar a produção local de bens que antes eram importados. O objetivo é reduzir a dependência do mercado externo e fortalecer a indústria nacional, uma proposta que se tornou central no discurso de Donald Trump.

O Banco Mundial prevê um crescimento econômico de 2,3% em 2025 para a América Latina.

Nesse cenário, o país com pior previsão de crescimento na região é o México, cuja economia experimentará uma expansão minúscula de apenas 0,2% este ano.

Washington impôs ao México uma tarifa de 25% sobre as importações que não estão incluídas no Tratado de Livre Comércio da América do Norte.

“Isso enfraqueceu as exportações do México” e gerou incertezas em um país que enviou aos Estados Unidos 80% de suas exportações em 2024, aponta o órgão.

Além do México, entre as grandes economias da região, Brasil, Chile e Peru devem apresentar um crescimento econômico menor do que o registrado no ano passado, enquanto as projeções para Colômbia e Argentina são mais positivas.

Para o Brasil, a projeção do Banco Mundial é de um PIB de 2,4% em 2025.

O Banco Mundial alerta que o rumo econômico da América Latina dependerá, em grande parte, do crescimento dos Estados Unidos e China, os maiores mercados para os produtos da região.

Fonte: BBC News Brasil

O Apagão das Canetas e a Vingança de Quem Constrói Cidades

Como o medo de errar e a falta de liderança sufocam a execução pública e paralisam o avanço das cidades.

Você já ouviu falar de alguma empresa ou conhecido que teve um problema de regularização junto à Prefeitura e ficou meses – às vezes anos – tentando resolver? Ou pior: desistiu no meio do caminho, vencido pela burocracia? Talvez essa pessoa seja você.

Esse tipo de paralisia não é apenas uma falha do sistema. É o sintoma visível de algo que evitamos nomear, mas que todos sentem: o medo. Vivemos uma era em que os órgãos de controle – Ministério Público, Tribunais de Contas, Controladorias – ganharam protagonismo. E com razão. Graças a eles, avançamos em denúncias contra a corrupção, combatemos abusos e resgatamos recursos públicos desviados. Esses mecanismos são absolutamente fundamentais para uma democracia que se pretenda minimamente séria.

Mas toda força, quando desequilibrada, gera distorções. E o que temos visto nas últimas décadas é a hipertrofia do controle, com uma consequente erosão da confiança nos executores.

Imagine a cena: de um lado, numa mesa de reunião de uma prefeitura, quatro ou cinco representantes de órgãos de controle – todos extremamente qualificados, com remunerações de dezenas de milhares de reais. Do outro lado, um servidor do Executivo municipal, que recebe um piso salarial e é responsável por assinar a fiscalização de um contrato. Ele treme da cabeça aos pés, porque sabe que, mesmo sem ter agido de má-fé, pode ter seus bens bloqueados, em processos que, por vezes, duram anos.

Essa cena nem precisa ser diária. Basta que tenha acontecido uma vez – e virado história contada no cafezinho – para instaurar o pânico. Resultado? Ninguém mais quer assinar nada.

Trata-se de um fenômeno conhecido como “apagão das canetas”. Uma tendência real, documentada, mas raramente discutida fora das Prefeituras. Na dúvida, o documento fica parado. A obra atrasa. A cidade estagna.

Se você nunca trabalhou no setor público, talvez esteja franzindo a testa. Mas, nas prefeituras, a ausência de estrutura técnica e pessoal é uma constante. Nem sempre é má vontade – muitas vezes, é simplesmente impossível realizar todas as etapas exigidas pelos normativos.

Certa vez, acompanhei um contrato de manutenção da sinalização viária com uma empresa estatal. O problema? Era impossível, com os recursos disponíveis, quantificar a litragem de tinta gasta por mês. Resultado: ninguém queria assinar como fiscal. Foram necessários 18 meses para criar um sistema de medição adequado, adquirir software, treinar equipe e, finalmente, ter condições de monitorar o contrato com segurança.

E nesse meio tempo? Ou a cidade fica literalmente sem sinalização, ou alguém se arrisca.

Esse dilema é cotidiano. E vai muito além do asfalto ou da tinta na faixa de pedestres. Ele denuncia uma disfunção da máquina pública. O controle é importante, mas não se pode sufocar quem executa. O Executivo vem sendo constantemente desvalorizado, e isso é perigoso para as cidades – porque são justamente esses agentes que tiram as ideias do papel. Que fazem a cidade acontecer.

Um bom termômetro desse desequilíbrio está nos debates sobre “supersalários”. Repare: eles quase nunca envolvem o Executivo. A faixa salarial média do alto escalão em prefeituras está entre R$ 5 mil e R$ 25 mil. Para isso, o gestor abre mão de finais de semana, feriados, e vive permanentemente à disposição – inclusive para lidar com questões meteóricas que precisam ser resolvidas antes que atinjam a população. Com o mesmo engajamento, essa pessoa provavelmente ganharia mais em uma empresa privada. Mas ali está, tentando manter a cidade de pé.

Entenda: a saída para o apagão das canetas não é cortar o controle, mas fortalecer a liderança. E isso começa pela seleção de líderes melhores.

Em 2003, o Chile criou o Sistema de Alta Direção Pública (SADP), como parte de uma ampla reforma do Estado, voltada à profissionalização da alta gestão pública. Seu objetivo central é garantir que cargos estratégicos de liderança na administração pública sejam ocupados por profissionais qualificados, com base em mérito, competências técnicas e gerenciais – e não em indicações políticas.

Após a implantação do SADP, um dado curioso emergiu: mulheres passaram a ocupar, em maior número, os cargos de alto escalão na gestão pública.

Para Rafael Leite, pesquisador brasileiro que estuda internacionalmente o impacto da liderança no setor público, a inovação nas cidades começa com a escolha de líderes competentes. Em seus estudos, ele reconhece que o Brasil ainda não possui um sistema consolidado de alta direção pública – ao contrário de países como o Chile – e que a ampla discricionariedade política na nomeação de dirigentes segue sendo a regra. No entanto, ele destaca o surgimento de estratégias alternativas e experimentais, como o programa “Líderes que Transformam”, promovido pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), como sementes de uma mudança possível.

Enquanto no Brasil predomina a lógica do “cargo de confiança”, o Chile avançou institucionalmente ao formalizar critérios técnicos e processos seletivos objetivos, criando um modelo híbrido, no qual o componente político existe, mas é balizado por uma etapa técnica obrigatória.

Convenhamos: não existe nada mais desmotivador do que ser liderado por alguém despreparado – ou, pior ainda, desinteressado. E talvez essa seja a vingança silenciosa de quem constrói cidades: ao se ver desvalorizado e sem um líder inspirador, simplesmente apaga a caneta.

E a cidade, mais uma vez, fica para depois.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

Veja 3 formas de investir no meio ambiente pela bolsa de valores

De acordo com estudo do World Resources Institute (WRI), que analisou ações em 12 países em um universo de US$ 133 bilhões em investimentos, cada um dólar investido em adaptação climática é capaz de gerar outros US$ 10 em benefícios ao longo de dez anos. Confira como os investidores podem contribuir para investir no meio ambiente por meio da B3.

Títulos verdes

Os Títulos Verdes, Sociais e Sustentáveis são instrumentos de dívida emitidos por empresas, governos e entidades multilaterais negociados nos mercados de capitais com a finalidade de atrair capital para projetos que tenham como propósito um impacto socioambiental positivo. Desde de novembro de 2018, esses títulos passaram a fazer parte das negociações no mercado de capitais brasileiro.

Já os Sustainability-Linked Bonds (SLB) são instrumentos de dívida que têm como objetivo final fazer com que o emissor alcance metas ESG (Ambiental, Social e Governança, na sigla em inglês), que são calibradas a partir de indicadores-chave de desempenho. Esses títulos podem ter suas características financeiras e estruturais alteradas dependendo do atingimento ou não das metas de sustentabilidade pré-estabelecias.

Títulos verdes
Fonte: Istoé Dinheiro

ISE B3, ICO2 B3 e outros ETFs com foco no meio ambiente

O objetivo do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3) é ser o indicador do desempenho médio das cotações das ações de empresas selecionadas pelo seu reconhecido comprometimento com a sustentabilidade empresarial.

Já o ICO2 B3, Índice Carbono Eficiente da B3, busca incentivar as companhias listadas a adotarem práticas que melhorem a eficiência na gestão das emissões de GEE.

Para investir na carteiras dos índice existem ETFs (Exchange traded funds) atrelados aos indicadores como o ISUS11 e o ECOO11. Há também outros ETFs ligados a ESG e sustentabilidade listados na bolsa. Confira todos neste link.

Ações verdes

Outra opção aos investidores é a classificação das Ações Verdes (BAV) na B3. Esse projeto reconhece companhias que contam com atividades que contribuem com a proteção do meio ambiente e com o combate às mudanças climáticas.

Esta designação especial busca incentivar as companhias, de maneira voluntária, a atuarem de forma alinhada às melhores práticas Ambientais, Sociais e de Governança Corporativa (ASG).

Podem solicitar a classificação as empresas listadas que tenham mais de 50% da sua receita bruta anual proveniente de atividades consideradas verdes, mais de 50% dos investimentos e despesas operacionais anuais destinados a tais atividades, além de menos de 5% da receita bruta anual derivada de combustíveis fósseis.

O objetivo é ajudar os investidores a direcionar seus recursos para o financiamento de uma economia mais sustentável. Para as empresas, é uma forma de demonstrar de maneira clara seus compromissos com a economia verde, além de facilitar eventual fluxo de capital sustentável potencialmente alocável.

O nome BAV se inspira nos Green Equity Principles, lançados em 2023 pela World Federation of Exchanges (WFE), organização que apoia o desenvolvimento do mercado de capitais por meio de pesquisas, estudos e estatísticas sobre boas práticas de mercado, incluindo finanças sustentáveis e normas internacionais.

Leia a reportagem completa no site do B3 Bora Investir, parceiro de IstoÉ Dinheiro.

Big data é usado para revelar desigualdades no acesso à mobilidade urbana em São Paulo

O estudo de Mateus Henrique Cunha Barboza baseia-se em três artigos interligados, que integram abordagens espaço-temporais e dados em larga escala, como registros de telefonia móvel

Entender as desigualdades espaciais e temporais no acesso à cidade é essencial para o desenvolvimento de políticas urbanas mais justas. Foi com esse objetivo que o engenheiro Mateus Henrique Cunha Barboza, doutorando do Departamento de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica da USP, conduziu sua pesquisa de doutorado. O trabalho propõe uma articulação entre métricas de acessibilidade urbana – dados que costumam ser obtidos por entrevistas e pesquisas de campo – e o uso de grandes volumes de dados, o chamado big data, como forma de evidenciar e enfrentar as disparidades de mobilidade em São Paulo.

O pesquisador explica que faz parte de um grupo que trabalha as desigualdades relacionadas ao planejamento de transporte, e o objetivo do projeto foi combinar esse trabalho ao uso de big data. O estudo se baseia em três artigos interligados, que integram abordagens espaço-temporais e dados em larga escala, como registros de telefonia móvel e bilhetagem eletrônica do transporte público.

Estudo 1: acessibilidade a áreas de lazer

O primeiro artigo da tese examina como investimentos em infraestrutura de transporte afetam o acesso a atividades de lazer — como visitar um parque. “A gente avalia o acesso a áreas de lazer, áreas verdes, e uma das coisas que a gente traz é que o horário de funcionamento desses lugares também é uma grande restrição”, explica o pesquisador. “Os parques mais periféricos, em geral, fecham mais cedo. Isso implica que as pessoas não conseguem chegar a tempo nesses lugares.”

Estudo 2: desigualdade territorial

No segundo estudo, Barboza explora como os padrões de deslocamento variam entre diferentes grupos sociais. A partir de registros de chamadas de celulares, ele analisou a mobilidade de moradores e não moradores de favelas em São Paulo.

“Eu avaliei como o padrão de mobilidade varia e como essa variação é explicada por outros determinantes, se está relacionado com renda, com uso do solo onde a pessoa mora, com comércio local, com ela morar ou não em favela”, comenta. Para o pesquisador, os resultados demonstram que morar em favela afeta significativamente a mobilidade — mesmo quando se leva outras variáveis, como renda, em consideração —, o que valida o uso do big data para identificar desigualdades territoriais com mais precisão.

Estudo 3: o impacto da tarifa nas oportunidades urbanas

O terceiro artigo trata diretamente da relação entre tarifas de transporte e equidade de acesso. “Uma dúvida que se tem é que o big data não é um dado que foi pensado para esses estudos, então ele traz algumas incertezas. O que a gente buscava era achar quais eram as medidas de acessibilidade que conseguiam resultados robustos, apesar dessas incertezas; por isso essa exploração das medidas e que a gente conseguiu, no último artigo, avaliar de fato a acessibilidade e desigualdades utilizando esses dados”, conta o pesquisador.

Ele argumenta que, além das restrições de tempo e distância, o custo do transporte é um fator muitas vezes negligenciado: “Se você considera apenas restrições de tempos de viagem ou de proximidade das oportunidades, isso claro já tem um peso, mas a tarifa tem um peso ainda mais. Você adiciona essa restrição, as pessoas conseguem atingir muito menos locais”.

Big data e políticas públicas

 

Para além dos resultados técnicos, a pesquisa de Barboza aponta caminhos concretos para a formulação de políticas públicas baseadas em evidências. “A gente pensa que isso é meio óbvio, não? Usar os dados para melhorar a política pública. Mas nem sempre é assim.”

Ele destaca que dados massivos, embora imperfeitos, oferecem uma alternativa mais acessível às pesquisas domiciliares tradicionais, que são caras e raras. “Interessante é que permitir essa combinação do big data com essas medidas é uma forma de também baratear esses estudos e conseguir ampliar para outros lugares. As pesquisas tradicionais, domiciliares são caras e por isso são limitadas a poucas cidades.”

Para Barboza, um dos maiores problemas do planejamento urbano atual é que a desigualdade é citada como diretriz, mas raramente é efetivamente medida ou combatida. “Ela aparece no começo dos planos, como uma das diretrizes, mas quando você vai vendo o detalhe, isso não é medido de nenhuma forma”, critica. “Se você ignorar essa dimensão da desigualdade, você está basicamente assumindo que todo mundo é igual. E aí você deixa de priorizar quem, de fato, precisa mais.”

Fonte: Jornal USP

Transporte Público: A Percepção de Qualidade é o Jogo Real, Não Apenas Frota Nova

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Melhorar a experiência do usuário exige mais do que soluções óbvias, é necessário ter estratégia e foco nas demandas reais.

No incessante debate sobre a melhoria do transporte público nas cidades brasileiras, frequentemente nos deparamos com um apelo quase unânime por soluções que, embora pareçam óbvias, nem sempre atacam a raiz do problema ou, mais crucialmente, alteram a percepção de qualidade do serviço pelo usuário. Assim como discuti em “Tarifa Zero não é Solução de Transporte para o Brasil”, onde argumento que a gratuidade universal sem planejamento adequado pode mascarar ineficiências e prejudicar a avaliação do transporte, é preciso aprofundar o olhar sobre o que realmente fideliza e atrai passageiros.

A verdade inconveniente é que medidas como a simples renovação de frota, embora bem-intencionadas e visualmente impactantes, são frequentemente superestimadas em seu efeito na satisfação do usuário. O que o passageiro valoriza, no frigir dos ovos, é um veículo confiável, que não o deixe na mão, e que ofereça um padrão de qualidade consistente – seja ele novo ou não. Limpeza, manutenção em dia e ausência de falhas mecânicas falam mais alto do que o ano de fabricação.

Ademais, é preciso reconhecer que, em muitos sistemas, o maior incentivo para a renovação da frota não reside primordialmente na melhoria da qualidade percebida pelo passageiro, mas sim no impacto que tal renovação acarreta nos custos do sistema – e, por conseguinte, na remuneração dos operadores. Como detalhado no artigo “Transporte: o que muda? Atacar o modelo de remuneração do transporte público!“, a revisão do modelo de remuneração é crucial. Através dela, é possível alinhar os incentivos para que a busca por eficiência e qualidade real, aquela que o usuário valoriza, também possa contribuir para um valor da tarifa mais atrativo. Encontrar esse equilíbrio entre um preço acessível, atributos de qualidade tangíveis, e a sustentabilidade econômico-financeira dos contratos – sem exercer pressão indevida sobre o orçamento público, linha de raciocínio similar à discussão sobre a tarifa zero – é o desafio central para um transporte público.

É evidente que ofertar alta frequência beneficia o passageiro e minimiza os elementos de “previsibilidade”. Contudo, injetar mais veículos em uma linha sem um entendimento profundo da demanda real tem um limite claro de aderência. Pode-se reduzir o tempo de espera, mas se os horários não forem previsíveis, o custo operacional elevado muitas vezes não vai compensar o ganho marginal de novos usuários, por outro lado a regularidade e previsibilidade faz com que mesmo em linhas com baixa frequência o usuário se programe e confie no sistema.

Neste quesito, o mercado global já estabeleceu referências claras. Um benchmark interessante sobre a precisão de informações de Tempo Estimado de Chegada (ETA) é apresentado pela GoSwiftly, em seu artigo “How On-Target Is That ETA, Really? Now There’s a Way to Know“. Ele evidencia a importância de medir e comunicar a acurácia dessas estimativas. No Brasil, já dispomos de ferramentas que permitem essa aferição, como a plataforma da Bus2, que oferece uma análise detalhada da precisão do ETA para sistemas de transporte, demonstrando que a tecnologia para qualificar essa informação já está ao nosso alcance.

Mas a previsibilidade é apenas uma faceta. Garantia de adequados índices de ocupação, informações sobre a lotação do veículo, a garantia de um ambiente interno limpo e seguro, a suavidade da viagem (sem solavancos excessivos ou freadas bruscas), a comodidade a bordo, e até mesmo a cordialidade dos operadores, tudo isso compõe um mosaico que define a percepção de valor do serviço.

Como já abordei em outras ocasiões, a chave para essa transformação reside na utilização inteligente de dados. São eles que permitem entender os fluxos de passageiros, identificar gargalos operacionais, otimizar rotas e horários de forma dinâmica e, crucialmente, embasar a reespecificação de todo o sistema de transporte. Um sistema reespecificado com base em evidências pode, por exemplo, garantir a boa alocação da frota para uma confiabilidade dos veículos existentes, ajustar a oferta à demanda real para evitar tanto a superlotação crônica quanto a ociosidade custosa, e implementar tecnologias que forneçam informações precisas e úteis ao passageiro.

Em suma, enquanto soluções fáceis e midiáticas podem gerar um impacto inicial, elas raramente sustentam uma mudança real na percepção do usuário a longo prazo. É imperativo que gestores públicos e operadores concentrem seus esforços e investimentos em melhorar os atributos que verdadeiramente importam para quem utiliza o transporte coletivo diariamente: confiabilidade, previsibilidade, conforto, informação e preço. Somente assim conseguiremos não apenas reter os atuais passageiros, mas também atrair aqueles que hoje optam por outros modais, construindo um sistema de mobilidade urbana verdadeiramente eficiente e valorizado pela população.

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