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Governo deve aumentar mistura do etanol na gasolina; veja impacto na bomba

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Estudos divulgados indicam que preço do combustível pode diminuir com mudança; veja quanto

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) deve aprovar nesta quarta-feira o aumento da mistura do etanol na gasolina para 30%. Atualmente, esse percentual é de 27,5%.

A 2ª reunião extraordinária do CNPE vai contar também com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além dele, estará presente o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Presidido por Silveira, o conselho serve como órgão de assessoramento à Presidência na formulação de políticas sobre o setor de energia. Representantes do governo federal, sociedade civil e instituições de ensino integram o colegiado.

Testes conduzidos pelo Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) divulgados em em março, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), comprovaram a viabilidade técnica do novo combustível.

A estimativa é de haja uma redução de até R$ 0,13 por litro da gasolina, impacto que também irá contribuir para o controle da inflação, de acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

A transição da mistura de 27,5% para 30% deve evitar a importação de 760 milhões de litros de gasolina por ano, de acordo com o governo. Isso representará um aumento de 1,5 bilhão de litros na demanda por etanol e um investimento estimado em R$ 9 bilhões no setor.

A legislação permite ampliar o limite de etanol na gasolina para até 35%, desde que comprovada a viabilidade técnica. Os testes do IMT foram acompanhados por entidades do setor automotivo, como Anfavea, Sindipeças, Abraciclo e Abeifa.

Fonte: InfoMoney

Rio vai sediar a Cúpula Mundial de Prefeitos da C40 dias antes da COP30

O Rio de Janeiro vai sediar, de 3 a 5 de novembro de 2025, o Fórum de Líderes Locais da COP30, que terá início com a Cúpula Mundial de Prefeitos da C40 — o maior encontro global de cidades comprometidas com a ação climática. Realizada a cada três anos, a Cúpula de Prefeitos da C40 2025 vai reunir, no Rio, prefeitos de mais de 100 grandes cidades e lideranças climáticas globais, além de investidores, filantropos, organizações internacionais e representantes do setor privado e sociedade civil. O anúncio foi feito nesta terça-feira (24/6) pelo prefeito Eduardo Paes, ao lado do prefeito de Londres e co-presidente da C40, Sadiq Khan, durante a London Climate Action Week.

A Cúpula vai marcar a abertura do Fórum de Líderes Locais da COP30 no Rio, organizado pela Bloomberg Philanthropies e pela Presidência da COP30. O evento antecede a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP30), que ocorrerá em Belém, a partir do dia 10 de novembro.

  • Sediar a Cúpula Mundial de Prefeitos da C40, às vésperas da COP30, é um enorme orgulho para o Rio e para o Brasil. As cidades estão na linha de frente dos impactos da crise climática, e também das soluções. Estamos desenvolvendo ações concretas que protegem as pessoas e melhoram a qualidade de vida dos nossos cidadãos, como melhorias no transporte público, criação de áreas verdes e protocolos contra desastres climáticos — afirmou Paes.
  • O evento será fundamental para reforçar o protagonismo local e mostrar como, juntas, as cidades podem acelerar a agenda climática global, mobilizando recursos e construindo parcerias para garantir um futuro mais seguro, saudável e justo para todos.

A Cúpula Mundial de Prefeitos da C40 vai celebrar duas décadas de avanços das cidades da rede, criada em 2005. O encontro também vai apresentar as prioridades para os próximos 12 meses, com foco em manter o ritmo de ação necessário e garantir que as cidades disponham dos recursos para enfrentar os desafios à frente.

  • A Cúpula no Rio será um momento decisivo para fortalecer a liderança das cidades no enfrentamento da crise climática. As cidades estão mostrando que é possível reduzir emissões, gerar empregos verdes e melhorar a vida das pessoas, mesmo diante do negacionismo e da inação. Vamos enviar uma mensagem clara: os prefeitos estão fazendo a diferença — destacou o prefeito de Londres e co-presidente da C40, Sadiq Khan, durante o anúncio.

Cúpula de Prefeitos da C40 vai abrir o Fórum de Líderes Locais, evento oficial da COP30

O evento da C40 abre o Fórum de Líderes Locais da COP30, no Rio, anunciado também nesta terça-feira, pela Presidência da COP30 e pela Bloomberg Phillantropies. De 3 a 5 de novembro, a conferência vai destacar exemplos concretos de ação climática local, mobilizar novos recursos de financiamento e alinhar as iniciativas urbanas às metas globais — como triplicar a produção de energia renovável até 2030, melhorar a saúde pública e reduzir as emissões de gases poluentes.

O Fórum também busca contribuir para alcançar a meta de levantar US$ 1,3 trilhão por ano até 2035, com foco em apoiar países em desenvolvimento mais vulneráveis à crise climática.

  • As cidades estão na linha de frente da crise, implementando soluções que não apenas cortam emissões, mas também protegem a saúde pública e fortalecem suas economias. Os eventos de novembro, no Rio, vão destacar esse progresso e garantir que as vozes das cidades sejam ouvidas na COP30 – disse Michael R. Bloomberg, enviado especial do Secretário-geral da ONU para Ambição e Soluções Climáticas, Presidente do Conselho de Diretores da C40 e co-fundador da Bloomberg Phillantropies.

O Fórum vai focar em reforçar o multilateralismo e a diplomacia entre diferentes níveis de governo, com o objetivo de acelerar a implementação do Acordo de Paris, promovendo a cooperação entre líderes nacionais e locais para cumprir as metas climáticas estabelecidas pela ONU.

Um dos focos principais será destravar o financiamento climático, permitindo que prefeitos e governadores ampliem a adaptação e a resiliência de suas comunidades.

  • A liderança local é essencial para o sucesso da ação climática global — afirmou o presidente da COP30, André Corrêa do Lago.
  • Enquanto nos preparamos para a COP30, no coração da Amazônia, nos inspiramos no espírito do mutirão, um esforço coletivo onde todas as vozes e todos os níveis de governo trabalham juntos por um objetivo comum.

Programação do Fórum de Líderes Locais da COP30 no Rio foi divulgada em Londres

A programação do Fórum de Líderes Locais da COP30, de 3 a 5 de Novembro, no Rio, também foi divulgada nesta terça, e inclui:

  • Cúpula Mundial de Prefeitos da C40: Comemorando os 20 anos da criação da rede, o evento será conduzido por Sadiq Khan e sediado por Eduardo Paes. Reunirá prefeitos globais, incluindo a FNP e o Global Covenant of Mayors, com debates sobre energia, mobilidade, infraestrutura, descarbonização de edifícios, soluções baseadas na natureza e inovação urbana brasileira.
  • Cúpula Global de Estados e Regiões – Organizada pela Under2 Coalition, reunirá governadores e líderes regionais para apresentar ações climáticas em energia renovável, transporte, indústria e uso da terra.
  • Cerimônia de Premiação dos Líderes Locais – Organizado pela C40 e a Cidade do Rio, o evento vai premiar dois governos subnacionais – um brasileiro e um internacional – por projetos climáticos, em tópicos como transição energética justa, adaptação, saúde e parcerias multiníveis.
  • Diálogo Político de Alto Nível da CHAMP – Em parceria com o World Resources Institute, a C40 e Global Covenant of Mayors, o encontro vai reforçar a colaboração multinível e apresentará os compromissos da CHAMP – sigla para “Coalizão para Parcerias Multinível de Alta Ambição para Ação Climática”, – uma iniciativa para promover a cooperação entre governos nacionais e subnacionais no combate às mudanças climática via parcerias.
  • America Is All In Exchange – Em parceria com a U.S. Climate Alliance, Climate Mayors e outros, a conferência tem como foco destacar a liderança climática local das cidades dos EUA e seus avanços.

Após o encerramento do Fórum no Rio, dia 5 de novembro, uma delegação de líderes locais seguirá para Belém para levar os resultados das discussões realizadas no Rio à COP30. Um conselho da LGMA – Governos Locais e Autoridades Municipais -, criada na Rio-92, vai representar cidades e regiões no encontro de líderes nacionais na COP30, com o objetivo de apresentar uma visão conjunta dos governos subnacionais, reforçando a proposta de uma COP30 integrada, do local ao global.

Fonte: Prefeitura Rio

Um quarto do território brasileiro queimou nos últimos 40 anos; total equivale a soma das áreas do Pará e do Mato Grosso

Relatório do MapBiomas indica que o impacto do fogo em 2024 superou média histórica em 62%

Um quarto (24%) do território nacional queimou pelo menos uma vez em 39 anos — entre 1985 e 2024 —, um espaço equivalente à soma das áreas do Pará e do Mato Grosso, segundo levantamento do MapBiomas. Foram 206 milhões de hectares afetados pelo fogo com intensidades diferentes em cada um dos seis biomas do país. Ao lado da Amazônia, que bateu recorde de incêndios florestais no ano passado, e da Mata Atlântica, cuja área foi a mais afetada nestas quatro décadas, o Pantanal é destaque: mais da metade (62%) do território foi impactado no período.

Obtido por meio de imagens de satélite, os dados mostram também um retrato do fogo em 2024, quando 30 milhões de hectares foram afetados. A área é 62% acima da média histórica de 18,5 milhões de hectares por ano. A concentração dos incêndios ocorreu no período de agosto a outubro (72% da área queimada no país), com setembro respondendo a um terço do que foi impactado no ano passado.

O relatório indica que 64% da área afetada pelo fogo no país queimou mais de uma vez nestas quatro décadas. O Cerrado foi o bioma com mais recorrência: 3,7 milhões de hectares queimaram mais de 16 vezes em 40 anos.

A pesquisa também mostra o tamanho das cicatrizes deixadas pelo fogo no país. Se a média nacional nas quatro décadas aponta que a maior proporção (27%) correspondia a áreas queimadas entre 10 e 250 hectares, no ano passado houve uma inversão: quase um terço (29%) do território impactado pelo fogo foi em megaeventos de fogo com mais de 100 mil hectares afetados. Os dados apontam também que 43% do total da área queimada no Brasil desde 1985 teve sua última ocorrência de fogo nos últimos dez anos (2014 a 2023).

Nas quatro décadas, 69,5% da área queimada no Brasil ocorreu em vegetação nativa (514 milhões de hectares). O percentual foi ainda maior em 2024: foram 72,7% (21,8 milhões de hectares). Houve também uma mudança no tipo de vegetação nativa mais afetada. Historicamente, a liderança era ocupada pela formação savânica, com uma média anual de 6,3 milhões de hectares. No ano passado, predominou a formação florestal, como 7,7 milhões de hectares — valor 287% superior à média histórica.

Os biomas com maior proporção nativa afetada pelo fogo nas quatro décadas foram Caatinga, Cerrado Pampa e Pantanal — todos com mais de 80% da extensão afetada. Já na Amazônia e na Mata Atlântica, o fogo ocorreu principalmente em áreas ocupadas pelo homem (mais de 55%). No caso da Amazônia, pastagens respondem por 53,2% da área queimada do período. Na Mata Atlântica, 28,9% da extensão queimada eram de pastagens e 11,4% de agricultura.

Leia mais: Construção de estradas impacta mangue amazônico

Veja o cenário em cada bioma

Pantanal

  • Foi o bioma mais afetado pelo fogo nas últimas quatro décadas, proporcionalmente. A quase totalidade (93%) dos incêndios ocorreu em vegetação nativa, especialmente em formações campestres e campos alagados (71%). As pastagens representaram 4% das áreas atingidas por fogo.
  • É no Pantanal que se encontra a maior prevalência de extensões queimadas superiores a 100 mil hectares (19,6%). Áreas com cicatrizes de queimada entre 500 e 10 mil hectares também se destacam (29,5%) e estão distribuídas por diferentes regiões do bioma.
  • Em 2024, houve um aumento de 157% da área queimada no Pantanal na comparação com a média histórica.
  • Para Eduardo Rosa, coordenador de mapeamento do bioma Pantanal no MapBiomas, a dinâmica do fogo no bioma “se relaciona com a presença da vegetação natural e com os períodos de seca”.

Mata Atlântica

  • O ano de 2024 representou um recorde: os 1,2 milhão de hectares afetados pelo fogo ficaram 261% acima da média histórica para o bioma, de 338,4 mil hectares por ano, além de representar a maior extensão de área queimada em um único ano desde 1985.
    No ano passado, São Paulo teve quatro dos dez municípios com maior proporção de área queimada no Brasil, todos no entorno do município de Ribeirão Preto, uma região predominantemente agrícola.
  • Nas quatro décadas, 8,3 milhões de hectares foram queimados pelo menos uma vez, o que corresponde a 7% do bioma nos últimos 40 anos. A maioria (60%) das cicatrizes mapeadas ocorreu em área antrópica, sendo a pastagem a classe com maior ocorrência (3,9 milhões de hectares). As áreas queimadas menores que 250 hectares são predominantes (80,7%). Quase três em cada quatro hectares afetados pelo fogo na Mata Atlântica (72%) entre 1985 e 2024 queimaram somente uma vez nos últimos 40 anos.
  • Para a Natalia Crusco, da equipe da Mata Atlântica do MapBiomas, além dos prejuízos ambientais — como a degradação dos serviços ecossistêmicos relacionados ao clima, à água e ao solo —, são evidentes os danos econômicos e, principalmente, os para a saúde e qualidade de vida da população trazidos pelo fogo.

Amazônia

  • Em 2024, o bioma registrou a maior área queimada de toda a série histórica e foi, de longe, o bioma que mais queimou no país. Foram aproximadamente 15,6 milhões de hectares queimados, um valor 117% superior à sua média histórica. Essa área correspondeu a 52% de toda área nacional afetada pelo fogo em 2024, tornando a Amazônia como o principal epicentro do fogo no Brasil no ano passado.
  • Pela primeira vez na série histórica, a vegetação florestal tornou-se a classe de cobertura e uso da terra mais afetada pelo fogo na Amazônia. Foram 6,7 milhões de hectares de florestas afetados pelo fogo (equivalente a 43% da área queimada no bioma), superando os 5,2 milhões de hectares de pastagem queimados (33,7%). Historicamente, as pastagens sempre haviam sido a classe mais atingida pelo fogo no bioma.
  • “A combinação entre vegetação altamente inflamável, baixa umidade e o uso do fogo criou as condições perfeitas para a propagação do mesmo em larga escala, levando a um recorde histórico de área queimada na região” avalia Felipe Martenexen, coordenador de mapeamento do bioma Amazônia do MapBiomas.

Cerrado

  • A área queimada, de 10,6 milhões de hectares em 2024 no bioma, equivale a 35% do total queimado no país no ano passado e representa um crescimento de 10% em relação à média histórica de 9,6 milhões de hectares por ano.
  • Juntos, Cerrado e Amazônia responderam por 86% da área queimada pelo menos uma vez no Brasil entre 1985 e 2024: foram 89,5 milhões de hectares no Cerrado e 87,5 milhões de hectares na Amazônia.
  • Embora a área queimada nos dois biomas seja semelhante, há uma grande diferença em termos proporcionais, já que a área total da Amazônia é quase o dobro do Cerrado. Na Amazônia, a área queimada pelo menos uma vez nos últimos 40 anos corresponde a 21% do bioma; no Cerrado, esse percentual é de 45%.
  • Para Vera Arruda, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipan) e coordenadora técnica do MapBiomas Fogo, foi “observado é um aumento expressivo dos incêndios no período de seca, impulsionado principalmente por atividades humanas e agravado pelas mudanças climáticas”.

Caatinga

  • A extensão queimada no bioma, de 11,15 milhões de hectares nas quatro décadas, representou 13% da Caatinga. Cerca de 38% da área queimada no bioma foi afetada pelo fogo mais de uma vez ao longo dos últimos 40 anos. A prevalência foi de áreas menores que 250 hectares (53%).
  • As formações savânicas são o tipo de vegetação mais afetado pelo fogo (79%) na Caatinga, e representam 95% da vegetação nativa. Em 2024, houve uma redução da área queimada de 16%, com 404 mil hectares queimados a respeito da média histórica de 480 mil hectares.
  • Segundo Soltan Galano, da equipe Caatinga do MapBiomas, “a queda observada em 2024, com valores abaixo da média nos últimos 10 anos da série histórica, é positiva, mas não garante uma tendência de redução a longo prazo”.

Pampa

  • O bioma tem a menor área queimada, tanto em extensão (495 mil hectares), como proporcionalmente em relação ao total do território (3%). O relatório mostra que, apesar de um leve aumento em relação a 2023, os valores permaneceram abaixo da média anual, de 15,3 mil hectares. O ano com maior área queimada dentro do período analisado foi 2022, com 36,2 mil hectares.
  • As áreas queimadas no Pampa são predominantemente pequenas, com cerca de 93% das cicatrizes de fogo atingindo menos de 250 hectares. A maioria dos incêndios (95%) ocorre em áreas naturais, predominando nas formações campestres. A silvicultura foi o tipo de uso antrópico com maior extensão de área queimada (19,6 mil hectares).
  • Para Eduardo Vélez, coordenador de mapeamento do bioma Pampa do MapBiomas, “embora o fogo ocorra em menor escala no bioma, muitas áreas naturais estão sujeitas a incêndios catastróficos nos períodos mais secos, como as áreas pantanosas e os campos com grande acúmulo de biomassa, que resultam em danos ambientais expressivos”.

Fonte: O Globo

Santo André discute inovação e sustentabilidade em Reunião Estratégica Regional do Connected Smart Cities

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Encontro reúne especialistas e lideranças locais para debater inovação, sustentabilidade e os desafios do desenvolvimento urbano inteligente em Santo André

No dia 11 de julho, Santo André será palco de mais uma Reunião Estratégica Regional da Plataforma Connected Smart Cities, movimento nacional que mobiliza diferentes setores para pensar o desenvolvimento urbano de forma inovadora, plural e sustentável. O evento acontecerá no Salão Burle Marx, localizado no 9º andar da Praça IV Centenário, a partir das 13h30, reunindo especialistas, representantes do poder público e atores do ecossistema local para debater soluções e caminhos para a construção de cidades mais inteligentes.

Santo André, reconhecida como um dos polos industriais e tecnológicos mais relevantes do ABC Paulista, se destaca por sua infraestrutura integrada, projetos de inovação urbana e qualidade de vida. Com um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 40 bilhões e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,815, o município ocupa a 28ª colocação no Ranking Connected Smart Cities, sendo a 14ª do Sudeste, 15ª entre as cidades com mais de 500 mil habitantes e 23ª no recorte de Tecnologia e Inovação. Recentemente, também recebeu o selo Prata do CSC de Boas Práticas em Cidades Inteligentes 2024, reconhecimento que evidencia seu compromisso com o desenvolvimento sustentável.

Leia mais: Santo André lança site para receber sugestões sobre mobilidade segura e inclusiva

Durante o encontro, serão realizados três painéis temáticos que abordarão os principais eixos da transformação urbana: o primeiro tratará dos “Planos de Desenvolvimento Inteligente e Sustentável de Santo André”, seguido por um painel sobre “Tecnologia, Inovação e Segurança nas Cidades” e, por fim, “Economia e Modelos de Desenvolvimento Urbano Sustentável”.

Participam das discussões: Diego Viacelli Cabral, Secretário de Inovação e Tecnologia de Santo André; Marília Camargo, Secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação de Santo André; Evandro Banzato, Secretário de Desenvolvimento Econômico e Geração de Emprego de Santo André; Camila Murta, Líder do GT de Compras Públicas da ABES; Ricardo Reche, Coordenador de T.I de Santo André; Jonatha Brassolatti, Head Nacional de Cidades Inteligentes da NEC Brasil; Fernando Leonardi, CEO da Geopixel Inteligência Municipal e Angelo Sebastião Zanini, Diretor da Intelicity.

]Com paisagens naturais como o Parque Celso Daniel e o Parque Natural do Pedroso, iniciativas culturais como a Sabina Escola Parque e o Teatro Municipal, e atrativos gastronômicos como a tradicional Rota do Frango com Polenta, Santo André alia desenvolvimento urbano à valorização da cultura. A cidade ainda investe fortemente em projetos de economia verde, parques tecnológicos e soluções de mobilidade urbana, elementos que a posicionam como uma referência nacional em inovação.

Leia mais: Uberlândia sedia Reunião Estratégica Regional Connected Smart Cities para debater o futuro das cidades inteligentes

A realização das Reuniões Estratégicas Regionais reforça o compromisso da Plataforma Connected Smart Cities em fomentar o diálogo entre diferentes setores e impulsionar ações concretas para transformar as cidades brasileiras em ambientes mais eficientes, sustentáveis e humanos. Afinal, como reforça o movimento: nenhuma cidade é igual, mas todas podem ser melhores.

Para saber mais sobre a Reunião Estratégica Regional de Santo André, clique aqui.

Guerra, petróleo e clima: o grande pré-teste da COP30

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Em meio à volatilidade dos preços e riscos no Oriente Médio, a reunião em Belém será palco de disputas, mas também de possíveis avanços na transição energética

O petróleo tem se mostrado essencial nos últimos cem anos, em que pese os impactos ambientais decorrentes de seu uso. Apesar da diversificação das fontes, como o Mar do Norte, o Pré-Sal brasileiro e o shale gas, o Oriente Médio continua concentrando alguns dos principais fornecedores internacionais, tornando o suprimento mundial de óleo suscetível às questões geopolíticas da região.

Conflitos no Oriente Médio têm gerado altas expressivas no preço do petróleo desde meados do século passado. A Crise de Suez, em 1956, causou prejuízos ao comércio marítimo, mas com impacto limitado. Já o embargo árabe de 1973, durante a Guerra do Yom Kippur, elevou significativamente o preço do barril e desencadeou a primeira grande crise energética global. Isso se repetiria com a Revolução Iraniana e a Guerra Irã-Iraque no fim dos anos 1970, levando a novas elevações do preço do petróleo e agravando a inflação e a recessão mundial.

Nos anos seguintes, episódios como a invasão do Kuwait, em 1990, a Segunda Guerra do Golfo, em 2003, além de outros eventos e confrontos, mantiveram o mercado em alerta, com oscilações expressivas nos preços. A escalada da guerra entre Israel e o Irã, somada ao risco de fechamento do Estreito de Ormuz, elevou o preço do Brent de US$ 61 (01/06) para mais de US$ 77 na última sexta-feira. Com o agravamento da guerra, cotações mais altas são esperadas.

Diante dessa escalada, o governo brasileiro já planeja elevar de 27% para 30% a quantidade de etanol anidro na gasolina, reduzindo a importação do combustível e procurando manter estável os preços praticados no Brasil.

Impactos para a COP30

Com os preços pressionados e as incertezas geopolíticas em alta, cresce a preocupação com a disposição dos países para negociações climáticas substanciais na COP30. Em um cenário de guerras – lembrando que a esperada paz entre Rússia e Ucrânia continua a ser almejada, mas sem sucesso – é de se questionar se os governos teriam disposição para negociar escopos de redução de emissões e metas de financiamento climático.

Contrariamente ao que se possa imaginar, surge a possibilidade de que a transição energética seja acelerada entre os participantes da COP30. É uma oportunidade que se apresenta para a chancelaria brasileira, tendo em vista que o Brasil é o país que lidera a transição energética, tanto para movimentação de veículos quanto para a geração de energia elétrica.

Embora desafiadora, essa pode ser uma janela estratégica para reforçar o papel da transição energética como prioridade geopolítica. Não se trata de um processo simples ou rápido, mas o atual contexto geopolítico oferece uma oportunidade única para acelerar a transição.

A alternativa, ainda que parcial, encontrada pelo Brasil, pode ser uma sinalização do caminho a ser trilhado por outros países. O etanol, sujeito a variações sazonais geralmente previsíveis, permanece imune a choques geopolíticos. A tecnologia flex garante sua aplicação em qualquer proporção na mistura com a gasolina. O biodiesel segue caminho similar, embora haja restrições tecnológicas que dificultam uma ampliação substancial de seu uso.

Além dos biocombustíveis, há opções de veículos elétricos que podem utilizar fontes renováveis como a energia solar, solar ou biomassa. Mesmo considerando uma transição mais avançada, o Brasil já se destaca em pesquisas para a produção de hidrogênio verde a partir do etanol.

Na COP30, o Brasil terá a chance não somente de exibir seus avanços, mas de liderar, com legitimidade, o debate internacional por soluções climáticas mais ambiciosas — mesmo diante de um cenário global marcado por conflitos e incertezas. A chancelaria brasileira pode encontrar aí uma chance concreta de projetar internacionalmente o protagonismo do Brasil na transição energética.

Fonte: CNN Brasil

Construção de estradas impacta mangue amazônico

Vias facilitam exploração econômica e impedem escoamento da água

No nordeste do Pará, a rodovia PA-458 divide a paisagem. De um lado, árvores que chegam a 30 metros de altura. Do outro, as mesmas espécies não passam de 3 metros. As dimensões podem enganar, mas a rota não corta a floresta amazônica e, sim, uma região de mangue, mais especificamente um trecho da maior extensão contínua de manguezal do mundo.

Basta olhar para o pé das árvores para notar as grandes raízes fixadoras, que se parecem com patas de aranhas que superam a altura de uma pessoa, e as muitas raízes aéreas, que emergem da lama como milhares de galhos cravados no solo.

Coordenador-geral do projeto Mangues da Amazônia, o professor titular da Universidade Federal do Pará (UFPA) Marcus Fernandes afirma que, nesses ambientes, as estradas são as maiores vilãs. Além de 90% das vias não pavimentadas estarem a 3 km das áreas de mangue, rodovias como a PA-458 impedem que a água escorra por todo o ecossistema, o que seca a lama, essencial para sua vegetação. Com isso, as árvores têm dificuldades para crescer e se desenvolver, o que pode levá-las a morte.

A obra da rodovia PA-458, que liga o município de Bragança à praia de Ajuruteua, começou na década de 1970 no governo de Fernando Guilhon, mas foi concluída apenas em 1991, na gestão do então governador Jader Barbalho, que atualmente é senador pelo MDB. O objetivo era escoar a produção de pesca e melhorar a acessibilidade das comunidades locais.

Segundo Fernandes, a rodovia é considerada um dos maiores impactos na região, na porção amazônica desse ecossistema, atingindo 200 hectares de mangue, o equivalente a cerca de 180 campos de futebol.

Com dimensões superlativas, o manguezal amazônico é também de difícil acesso. A abertura de estradas, principalmente as não pavimentadas, é o que possibilita a entrada nesse ecossistema. Se, por um lado, ajuda as populações locais, por outro, facilita a exploração dos mangues também de forma prejudicial. “Esse é o grande avanço silencioso em direção ao manguezal. Eu tiro caranguejo e ninguém me vê, corto madeira e ninguém vê”, diz o professor.

Além de facilitar o acesso, as estradas causam, por si só, impacto, como o observado ao longo da PA-458. “Esse barramento de água fez com que esse mangue morresse”, diz o biólogo Paulo César Virgulino, um dos coordenadores do projeto Mangues da Amazônia. “Aqui, não era vegetado, tinham troncos da floresta antiga que morreu”.

Virgulino se refere a um trecho, ao longo da rodovia PA-458, de 14 hectares ─ o equivalente a quase 13 campos de futebol. Nesse local, onde antes havia tocos de árvores, foi o trabalho de projetos de recuperação do mangue, que possibilitou a volta da vegetação ao local.

Desde 2005, o professor Marcus Fernandes trabalha na região. Na época, não havia plantios específicos para o mangue e foi preciso importar técnicas da Ásia. A ideia é que um solo plantado é também capaz de reter mais a água que chega, ainda que em volume menor que o de antes. A redução do acesso à água faz com que as plantas não se desenvolvam plenamente e formem a denominada floresta anã, mais baixa que a vizinha, do outro lado da estrada, com maior acesso hídrico.

“A gente tem uma floresta que ainda não é a ideal, mas já é muito melhor do que não ter. Aquele ambiente totalmente nu, aquele solo nu que parecia um sertão no verão, já não tem mais”, diz Virgulino.

Leia também: As ‘florestas verticais’ que estão transformando cidades

Mangues e a água

O caso da rodovia PA-458 é um exemplo da fragilidade do ecossistema e dos impactos que a privação do acesso à água pode gerar em manguezais. O projeto Mangues da Amazônia trabalha com o mapeamento dos mangues, com o reflorestamento e também com a sensibilização das populações que vivem próximas aos manguezais e que deles tiram o sustento de suas famílias. O projeto atua nos municípios paraenses de Tracuateua, Bragança, Augusto Corrêa e Viseu, que abrigam, respectivamente, as reservas extrativistas (resex) Resex Marinha de Tracuateua, Resex Marinha de Caeté-Taperaçu, Resex Araí-Peroba, e Resex Gurupi-Piriá.

Para recuperar o mangue, são usadas diferentes técnicas de plantio. Uma delas é o cultivo de mudas em viveiros, que, posteriormente, são plantadas em áreas degradadas. O projeto conta com dois viveiros, cada um com capacidade para 20 mil mudas. Na Vila do Tamatateua, Moisés Araújo, de 44 anos, atua como agente social do projeto, mobilizando a comunidade e cuidando do viveiro.

“A gente morava em torno do mangue e não tinha consciência da importância dele. Muitas vezes, a gente que mora próximo do mangue acha que o mangue é só para tirar o caranguejo, tirar o sustento, tirar o sururu, e ninguém deve fazer nada. A partir do projeto, a gente passou a ter essa consciência de que, além de tirar o sustento, a gente tem que preservar, a gente tem que que reflorestar”, conta.

Segundo Araújo, o viveiro é um projeto para o futuro da sociedade. “A partir do momento que a gente usa o mangue de forma não sustentável, a gente está esquecendo que tem outras gerações que podem precisar. Então, o ideal é que a gente tire de forma sustentável, tendo consciência de que outras pessoas precisam”.

Atuando há 20 anos na recuperação do mangue, ele já percebe os resultados. “Mais adentro, tinha um grande espaço degradado que, hoje, a gente vê todo cheio. A gente anda daqui para lá e vê a presença de caranguejo e de muitos outros animais”, diz.

Os viveiros recebem também a visita de escolas que ajudam no plantio de mudas e usam o espaço para educação ambiental. Clarice dos Santos, de 17 anos, e Taynara da Silva, de 15 anos, participaram pela primeira vez do projeto. Embora vivam próximas ao mangue, não conheciam de perto as especificidades da vegetação e nunca tinham participado de um plantio.

“Eu achei muito importante para nós. Às vezes, estão desmatando muito, e é importante plantar, para estar sempre lindo assim do jeito que ele é”, diz Taynara.

“Uma experiência muito legal, que eu nunca ia saber se não tivesse vindo. Eu quero passar a ajudar nesse projeto”, concorda Clarice.

Mangues na Amazônia

Os manguezais são áreas úmidas que estão entre o mar e a terra firme. As espécies vegetais e animais que ali vivem são resistentes ao fluxo das marés e ao sal. As raízes densas dos manguezais ajudam a estabilizar o solo, prevenindo a erosão costeira causada por ondas e correntes marítimas. Além disso, a vegetação densa age como uma barreira natural, reduzindo o impacto de tempestades e furacões, protegendo as áreas costeiras e as comunidades próximas.

Os manguezais são ainda ecossistemas com alta capacidade de sequestrar e armazenar carbono atmosférico, contribuindo significativamente para a mitigação das mudanças climáticas.

O Brasil é o segundo país com maior extensão de manguezal, com 14 mil quilômetros quadrados (km²) ao longo da costa, ficando atrás apenas da Indonésia, com cerca de 30 mil km². 80% dos manguezais em território brasileiro estão distribuídos em três estados do bioma amazônico: Maranhão (36%), Pará (28%) e Amapá (16%).

De toda a extensão amazônica, a maior parte está em 120 unidades de conservação que abrangem 12 mil km², 87% do ecossistema em todo o Brasil. Isso faz com o que o Brasil tenha o maior território contínuo de manguezais sob proteção legal de todo o mundo, de acordo com os dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

*A equipe da Agência Brasil viajou à Bragança entre os dias 11 e 14 de junho para conhecer o projeto Mangues da Amazônia, a convite da Petrobras, patrocinadora do projeto.

Fonte: Agência Brasil

As ‘florestas verticais’ que estão transformando cidades

Arquitetos estão incorporando a natureza às suas construções, criando edifícios que funcionam como verdadeiras florestas, refrescando o ambiente, aproveitando a luz solar e melhorando a saúde mental de seus ocupantes.

Em 2007, o arquiteto italiano Stefano Boeri presenciou a frenética construção de uma cidade no deserto de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

O local era dominado por arranha-céus cobertos de vidro, cerâmica e metal, desperdiçando energia.

Estes materiais “refletiam a luz solar, gerando calor no ar e, principalmente, no solo urbano, onde andam os pedestres”, conta ele à BBC.

A 4,8 mil km de distância, Boeri havia recém começado a trabalhar no seu novo projeto de dois edifícios muito altos, em uma área degradada no norte de Milão, na Itália.

“De repente, me ocorreu criar duas torres biológicas… cobertas não com vidro, mas com folhas”, relembra ele.

Brasil sobe em ranking global de competitividade, mas segue entre últimos

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De acordo com o levantamento realizado pela Institute for Management Development (IMD), em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), o País aparece na 58ª posição entre 69 nações avaliadas

Mesmo com o avanço de quatro posições em ranking global de competitividade, o Brasil continua entre os últimos colocados. Neste ano, o País aparece na 58ª posição entre 69 nações avaliadas pelo Institute for Management Development (IMD), em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC).

O levantamento mostra que a melhora foi impulsionada por fatores conjunturais, como o aumento do investimento direto estrangeiro e da geração de empregos, mas que o Brasil ainda está distante de reformas estruturais que sustentem seu desenvolvimento em longo prazo.

“Subir no ranking é uma boa notícia, mas, do ponto de vista estrutural, não há o que comemorar. O Brasil ainda precisa enfrentar desafios profundos para ser competitivo de verdade”, afirmou Hugo Tadeu, diretor do núcleo de Inovação, Inteligência Artificial e Tecnologias Digitais da FDC, durante entrevista coletiva na segunda-feira, 16.

O ranking avalia quatro pilares principais: desempenho econômico, eficiência governamental, eficiência empresarial e infraestrutura.

O Brasil teve seu melhor desempenho no pilar de performance econômica (30º lugar), impulsionado por indicadores como o fluxo de investimento direto estrangeiro (5º), o crescimento de longo prazo do emprego (7º), a atividade empreendedora em estágio inicial (8º) e a participação em energias renováveis (5º).

Por outro lado, segue entre os últimos colocados em áreas essenciais para a competitividade global, como educação básica (69º), habilidades linguísticas (69º), produtividade da força de trabalho (67º), mão de obra qualificada (68º) e custo de capital (69º).

“O Brasil está crescendo com o apoio de setores tradicionais, como o agronegócio e a mineração, mas falta qualidade nesse crescimento. Sem força de trabalho qualificada, tecnologia e inovação, não vamos sustentar esse avanço no longo prazo”, avaliou Tadeu.

O salto de quatro posições é considerado positivo, mas frágil.

“Houve uma melhora em indicadores conjunturais, como renda per capita, formação bruta de capital e investimento industrial. Mas são movimentos de curto prazo, que não garantem continuidade. Competitividade se constrói com políticas públicas de longo prazo, e não com medidas emergenciais.”

Segundo ele, países que lideram o ranking, como Suíça (1º), Cingapura (2º), Dinamarca (4º) e Taiwan (6º), compartilham características como abertura comercial, estabilidade regulatória, sistema educacional de excelência e estratégias de transferência de conhecimento entre universidades e o setor produtivo.

“Esses países têm uma visão de futuro. O Brasil, por outro lado, continua reagindo às circunstâncias com medidas fragmentadas. Se não enfrentarmos nossos gargalos estruturais, como o custo do capital e a baixa qualificação, vamos continuar presos ao que a economia chama de voo de galinha”, disse.

Descompasso

Tadeu aponta que o Brasil segue na contramão das principais economias competitivas ao elevar impostos. A recente alta do IOF e o aumento da carga tributária, segundo ele, tornam o ambiente de negócios mais hostil e afastam investimentos.

“Estamos sufocando o setor produtivo. O aumento de impostos encarece o custo do dinheiro e afugenta o capital privado. Estamos na contramão do mundo”, afirmou.

Ele alertou também para o uso crescente de subsídios como ferramenta econômica. Embora o Brasil tenha avançado nesse indicador, o resultado não representa, necessariamente, uma melhora estrutural.

“Destinar recursos a setores específicos pode significar menos recursos para outras áreas importantes. Esses incentivos precisam estar ligados a uma estratégia nacional de longo prazo”, completou.

Caminhos possíveis

Para começar a reverter o cenário, Tadeu defende que reduzir o custo de capital deve ser prioridade. Isso envolve simplificar o sistema tributário, garantir um ambiente regulatório mais estável e oferecer previsibilidade para investidores.

Ele ressalta também a necessidade de investir na qualificação da mão de obra, especialmente nas médias empresas, e de preparar lideranças para lidar com a transformação digital. “O mundo já surfa ondas tecnológicas, e o Brasil precisa formar profissionais capazes de acompanhar esse ritmo.”

Apesar dos entraves, o relatório reconhece que o País tem ativos importantes, como a matriz energética limpa, a capacidade de atrair capital estrangeiro e setores resilientes, como o agronegócio e os serviços.

No entanto, Tadeu reforça que é preciso ir além: “O Brasil tem potencial, mas precisa deixar de ser apenas uma promessa. Crescimento sustentável exige estratégia, educação e inovação.”

Fonte: CNN Brasil

Tecnologia revoluciona a produção e impulsiona a indústria automotiva brasileira

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Big Data, IoT e automação redefinem eficiência e sustentabilidade dentro da indústria automotiva brasileira

A indústria automotiva brasileira atravessa uma fase de transformação profunda, impulsionada pela incorporação de tecnologias como Internet das Coisas (IoT), Big Data e automação inteligente. Essas ferramentas não apenas modernizam o processo produtivo, mas redefinem a forma como as empresas pensam eficiência, qualidade e sustentabilidade.

Com a IoT, as fábricas ganham a capacidade de monitorar em tempo real cada etapa da produção, identificando gargalos, prevendo falhas e ajustando rotas com base em dados concretos. Esse nível de conectividade amplia o controle sobre a operação e permite decisões mais rápidas e precisas. Segundo a Mordor Intelligence, o mercado de IoT na manufatura deve ultrapassar a marca de um trilhão de dólares nos próximos anos, o que sinaliza um movimento irreversível em direção a uma produção mais inteligente e conectada.

Na Marcopolo, esse movimento tecnológico é vivido na prática por meio da realidade aumentada para o desenvolvimento de projetos. Desde 2018, utilizamos um software que permite montar um ônibus 100% no mundo virtual, possibilitando que a engenharia e nossos clientes personalizem todos os componentes do veículo conforme as necessidades específicas de cada operação. 

Em uma sala de realidade virtual, cada parte do ônibus recebe uma cor para indicar seu status no desenvolvimento: vermelho para peças em conceito, amarelo para as que estão em elaboração, e verde para aquelas prontas. Somente quando todas as partes estão aprovadas virtualmente, inicia-se o processo de fabricação real. Isso garante maior riqueza de detalhes em todas as etapas da montagem, com avaliações precisas das peças e a possibilidade de ajustes em tempo real, antes mesmo do início da produção física.

Com a ajuda desse software, conseguimos fazer toda a validação funcional do chassi, colocando inteligência nos componentes e validando o projeto virtualmente. Antes, comprávamos os materiais e testávamos para ver como seria o funcionamento, mas agora antecipamos esse processo, o que nos permite eliminar retrabalhos e aumentar a eficiência.

Essa integração entre IoT, realidade aumentada e automação transforma o ambiente fabril em um espaço mais ágil, preciso e sustentável. Robôs colaborativos, inteligência artificial e simulações virtuais tornam o processo produtivo mais eficiente, reduzindo desperdícios e otimizando recursos. Em um cenário em que as exigências ambientais se intensificam, integrar tecnologia e responsabilidade socioambiental é um compromisso inegociável.

Além disso, o uso estratégico de Big Data permite compreender melhor os comportamentos de consumo, antecipar tendências e adaptar os produtos às necessidades específicas de cada mercado. A análise preditiva se torna uma aliada poderosa na tomada de decisões, agregando valor ao produto final e fortalecendo a relação com o cliente.

Esse movimento não é apenas tecnológico, é também estratégico. A indústria automotiva que emerge dessa nova realidade será definida por sua capacidade de se adaptar, inovar e liderar transformações. Mais do que acompanhar tendências, é preciso ter visão para moldá-las. Na Marcopolo, escolhemos trilhar esse caminho com responsabilidade, ousadia e foco no futuro da mobilidade.

Brasileiros gastaram quase R$ 15 bilhões em encomendas internacionais em 2024, novo recorde

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Com a taxação das remessas internacionais, incluindo as multas, o governo arrecadou R$ 2,88 bilhões no ano passado, alta de 45% na comparação com 2023. ‘Taxa das blusinhas’ contribuiu para o resultado.

Os consumidores brasileiros gastaram quase R$ 15 bilhões em cerca de 190 milhões de encomendas internacionais em 2024, segundo a Receita Federal.

O valor representa novo recorde histórico. Em 2023 – maior volume registrado até então – foram gastos R$ 6,42 bilhões em cerca de 210 milhões de encomendas.

  • O aumento do dólar explica parte do crescimento do volume importado por meio de remessas postais. Na cotação média, a moeda norte-americana teve uma alta de cerca de 8% em 2024 (R$ 5,39), na comparação com o ano anterior (R$ 4,99).
  • Mas a variação cambial não explica todo o crescimento. Mesmo em dólar, o volume cresceu de US$ 1,28 bilhão, em 2023, para US$ 2,75 bilhões no ano passado.
Gastos de brasileiros com encomendas internacionais
Fonte: Receita Federal e Banco Central | Reprodução: G1

Quase R$ 3 bilhões de arrecadação

Com a taxação das remessas internacionais, o governo arrecadou R$ 2,88 bilhões em todo ano passado, com crescimento de 45% na comparação com 2023 (R$ 1,98 bilhões).

Portanto, a alta, em 2024, foi de R$ 900 milhões. O valor inclui o que foi arrecadado com a aplicação de multas.

Em agosto do último ano, o governo passou a cobrar imposto de importação de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50, que até então estavam isentas para empresas dentro do programa Remessa Conforme. A medida ficou conhecida como “taxa das blusinhas”.

Dados da Receita Federal divulgados em janeiro deste ano apontam que, somente com a taxação das encomendas abaixo de US$ 50, foram arrecadados R$ 670 milhões entre agosto – mês em que passou a ser cobrada – e dezembro do ano passado.

“O aumento da arrecadação vai ao encontro da criação do Programa Remessa Conforme e o estabelecimento, pelo Congresso Nacional, da tributação sobre todas as remessas, independentemente do valor da importação”, informou a Receita Federal, em janeiro.

O valor ficou próximo do estimado pelo órgão, que havia projetado um incremento de R$ 700 milhões com essas encomendas.

O Fisco observou, ainda, que também subiu a arrecadação de remessas internacionais para encomendas acima de US$ 50 em 2024. Para essas, a alíquota de importação é maior, de 60%.

De acordo com a Receita, isso também ajuda a explicar a alta na receita total com o imposto.

Remessa Conforme

Criado em 2023, o Remessa Conforme é um programa para regularizar a importação de mercadorias.

O imposto que incide sobre essas compras ficou conhecido popularmente como a “taxa da blusinha”.

  • No começo, compras até US$ 50 dólares eram isentas do imposto de importação, mas tinham que ser declaradas à Receita. Até então, o índice de mercadorias declaradas era considerado pequeno.
  • Ainda em 2023, no entanto, os estados instituíram um ICMS de 17% para essas compras.
  • Em agosto de 2024, o governo brasileiro, em conjunto com o Congresso Nacional, instituiu uma alíquota de 20% para as compras do exterior de até US$ 50.
  • Ao mesmo tempo, dez estados elevaram sua tributação, por meio do ICMS, também para 20%, com validade de abril deste ano em diante.

Proteção aos empregos no país

Em janeiro deste ano, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) avaliou que o aumento do imposto de importação para 20% em agosto do ano passado, para encomendas abaixo de US$ 50, contribuiu para a manutenção de milhares de empregos de trabalhadores no país.

“Os bons resultados decorrentes da taxação de 20% das remessas internacionais de até U$ 50 demonstram a pertinência da isonomia tributária e regulatória”, informou a Abit, por meio de nota, na ocasião.

De acordo com a entidade, a taxação também não impediu os brasileiros de menor renda de comprar roupas e acessórios. “A indústria e varejo nacional seguem suprindo amplamente o mercado, com produtos de qualidade e preços acessíveis”, acrescentou.

A Abit avaliou, ainda, que a medida trouxe “resultados positivos” para os cofres públicos. “A implementação do programa, que tem sido referência para outras aduanas ao redor do mundo, proporcionou ganhos relevantes para a melhor identificação das operações de remessas”, afirmou.

Fonte: G1