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Alerta de Inovação: computação quântica vem aí

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A computação quântica está emergindo silenciosamente enquanto o mundo foca na inteligência artificial

Há uma revolução silenciosa na inovação acontecendo enquanto o mundo discute a Inteligência Artificial: a computação quântica. Esse debate ainda está longe dos holofotes, infelizmente, mas tem gente saindo na frente. Há alguns meses, a Microsoft anunciou um chip que pode inaugurar uma era completamente nova na tecnologia, um único chip “capaz de resolver problemas que nem todos os computadores da Terra poderiam solucionar”, como afirmou a própria Microsoft.

Durante décadas, a computação quântica foi um campo restrito à pesquisa teórica e a experimentos em laboratório. Agora, ela começa a se tornar uma tecnologia aplicável, com potencial para transformar setores inteiros da economia e redefinir o que entendemos como capacidade computacional.

O grande diferencial dos computadores quânticos está na forma como eles processam a informação. Enquanto a computação tradicional se baseia em bits que assumem valores de 0 ou 1, os qubits da computação quântica operam em superposição, podendo representar múltiplos estados simultaneamente. Isso significa que cálculos extremamente complexos, que levariam anos ou até séculos para serem realizados por supercomputadores convencionais, podem ser resolvidos em questão de minutos.

O desenvolvimento do chip da Microsoft representa um avanço significativo da computação quântica, tornando-a mais viável para aplicações reais. Na segurança cibernética, por exemplo, a computação quântica tem o potencial de quebrar os sistemas de criptografia atuais em questão de segundos. Na saúde, a capacidade de simular interações moleculares com precisão inédita pode acelerar a descoberta de novos medicamentos e tratamentos, revolucionando a indústria farmacêutica. Em logística e planejamento, problemas de otimização que hoje exigem bilhões de cálculos sequenciais poderão ser resolvidos de forma instantânea.

Seguindo a Microsoft, gigantes como Google, IBM e diversas startups especializadas estão investindo pesadamente na área quântica. Há projetos em empresas como Vodafone, Bosch, HSBC, Itaú, Bradesco, Boeing, Cleveland Clinic, LG, ExxonMobil, Hyndai, Wells Fargo, Mitsubishi, Toyota e Pfizer. A Amazon também entrou na disputa e lançou o Ocelot, focado em um dos maiores desafios da computação quântica: a correção de erros quânticos.

Assim, pela primeira vez, chips quânticos começam a ser anunciados como produtos viáveis, aproximando-se da comercialização em larga escala.

O Brasil, que já possui centros de pesquisa avançados em física quântica, precisa acompanhar esse movimento de perto, se não, vai ficar muito para trás.

O Exército Brasileiro tem uma iniciativa importante e interessante, com um projeto de computação quântica focado em cibersegurança.

O Governo do Paraná deu um grande passo, firmando parceria inédita com as Forças Armadas em Cibersegurança, Inteligência Artificial e Computação Quântica. Este é um passo estratégico para a criação do Centro Tecnológico de Defesa Integrada de Cibersegurança do Paraná. Ao lado do Itamir Viola, do Instituto Synapse, e Cid Vianna, da Quantika, tenho a honra de participar deste projeto.

Mas espero que mais iniciativas como essa aconteçam no País. O avanço da computação quântica pode representar uma oportunidade única para o Brasil posicionar-se como protagonista em áreas estratégicas, como inteligência artificial, segurança de dados e inovação na indústria.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade da autora, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities 

Ministro do Turismo fala em promover “preços justos” para COP30 em Belém

À CNN, Celso Sabino diz que “não prosperarão argumentos” contra a capital paraense e defende que mercado regule valores no setor hoteleiro

O ministro do Turismo e presidente do conselho executivo da ONU Turismo, Celso Sabino, afirmou nesta segunda-feira (11) que o governo busca promover “preços justos” em Belém, cidade que sediará a COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025).

“Pela primeira vez nós do Brasil vamos estar recebendo uma COP. Vamos fazer bonito, vamos dar essa oportunidade da comunidade global de discutir floresta na porta de entrada da Amazônia com conforto, com acomodação a preços justos, e proporcionando uma grande experiência”, afirmou o chefe da pasta durante o jornal CNN 360º.

A declaração acontece em meio aos preços exorbitantes registrados na rede hoteleira da capital paraense. Como mostrou a CNN, a ONU convocou o Brasil para uma reunião extraordinária para 14 de agosto. Diárias com valores acima do mercado resultaram em um pedido feito por mais de 20 países para que haja uma mudança na sede.

A pressão maior parte de um grupo de países africanos, que citam “falta de inclusão.”

Ainda em entrevista à CNN, Celso Sabino afirmou que “não prosperarão argumentos contra Belém” e citou que a cidade sedia o “maior evento diplomático do planeta.”

Sabino também acrescenta que hotéis com diárias a preços excessivos representam exceções e defende que o mercado seja responsável por regular o setor.

“Temos diárias que começam a 300 dólares. Faz parte de uma acordo que fizemos com a rede hoteleira que está garantindo de 10% a 20% da sua capacidade nessa tarifa de 300 dólares”, continua ele. “Os casos que são abusos não são a grande regra. E nós vamos deixar que o mercado dê conta desses grades abusos. Aquelas pessoas que querem cobrar R$ 6 mil, R$ 8 mil em um hotel sem grande conforto, o próprio mercado vai fazer com que esse preço recue.”

*Publicado por Maria Clara Matos

Fonte: CNN

Conta de luz deve subir mais que a inflação neste ano, diz Aneel

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Dois fatores principais foram apontados: aumento na conta que banca subsídios nas tarifas e nível mais baixo das hidrelétricas.

A conta de luz deve ter um reajuste médio de 6,3% em 2025, segundo projeção atualizada da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O índice, divulgado no boletim InfoTarifa desta segunda-feira (11), indica que as tarifas de energia elétrica devem subir mais do que a inflação neste ano.

O aumento na estimativa é explicado, principalmente, pelo orçamento aprovado para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) — que ficou R$ 8,6 milhões acima do previsto anteriormente. Outro fator é o nível das hidrelétricas.

Em julho, a Aneel havia fixado o orçamento da CDE para 2025 em R$ 49,2 bilhões.

O que é a CDE

A CDE é um fundo setorial que financia políticas públicas no setor elétrico, como:

  • Tarifa social para famílias de baixa renda;
  • Programa Luz Para Todos;
  • Geração de energia em regiões isoladas;
  • Subsídios para fontes renováveis;
  • Compensações para consumidores que geram a própria energia, como os que usam painéis solares.

O fundo é abastecido, principalmente, por cobranças embutidas nas contas de luz de todos os consumidores, além de multas e aportes do Tesouro Nacional.

Clima e bandeiras tarifárias

De acordo com a Aneel, a revisão da projeção também foi influenciada por fatores hidrológicos.

“Com afluências abaixo da média em todo o país, observa-se redução na geração das hidrelétricas. Esse cenário eleva os custos de geração de energia, devido à necessidade de acionamento de fontes mais caras, como as usinas termelétricas”, diz o boletim.

Em agosto, a bandeira tarifária é a vermelha nível 2, que adiciona R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos. Segundo projeções da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), há possibilidade de retorno da bandeira verde em dezembro, com o início do período úmido e recuperação dos reservatórios, aumentando a participação das hidrelétricas na matriz energética.

Fonte: G1

Governo Federal lança consulta pública sobre sustentabilidade do jornalismo ambiental e na Amazônia

Iniciativa da Secretaria de Políticas Digitais busca escutar jornalistas, comunicadores e organizações da sociedade civil para a formulação de políticas públicas voltadas à proteção e ao fortalecimento do jornalismo socioambiental

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR), por meio da Secretaria de Políticas Digitais (SPDIGI), lança nesta segunda-feira, 11 de agosto, a Consulta Pública de Tomada de Subsídios sobre Sustentabilidade do Jornalismo Ambiental e sobre a Amazônia. A iniciativa tem como objetivo reunir contribuições para fortalecer o jornalismo voltado à cobertura ambiental e à região amazônica, especialmente em um contexto de recentes ameaças à liberdade de imprensa, à segurança de comunicadores e à integridade da informação.

Apesar de o Brasil ter avançado 47 posições no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa da Repórteres Sem Fronteiras (RSF), a segurança de jornalistas e comunicadores, especialmente os que atuam na cobertura socioambiental, continua sendo um desafio.

A consulta pública ficará aberta até 7 de setembro de 2025, na Plataforma Participa + Brasil. Ela é direcionada a jornalistas, comunicadores(as), veículos de mídia, especialistas, representantes de instituições públicas e da sociedade civil. O objetivo é diagnosticar os desafios enfrentados por quem atua na cobertura ambiental e da Amazônia, identificar formas de apoio à sustentabilidade do setor e receber sugestões para políticas públicas que garantam condições seguras, plurais e democráticas para o exercício da comunicação. A Consulta Pública tem como objetivo o desenvolvimento de diagnóstico sobre a temática. Denúncias que precisam de ações do Estado devem ser enviadas ao Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

A consulta está dividida em quatro eixos principais:

  • Violências contra comunicadores ambientais e da Amazônia
  • Proteção e segurança no exercício do jornalismo
  • Promoção e acesso à informação sobre meio ambiente e Amazônia
  • Desafios e especificidades da cobertura na região amazônica

MESA DE TRABALHO CONJUNTAS – O questionário da consulta foi elaborado pela Mesa de Trabalho Conjunta sobre a implementação das medidas cautelares MC-449/22, concedidas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) em favor de Bruno Pereira, Dom Phillips e de membros da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). A mesa é resultado de um acordo entre o Estado brasileiro, beneficiários e representantes das vítimas, com o objetivo de fortalecer a proteção de comunicadores, defensores ambientais e lideranças indígenas na região.

Antes do lançamento oficial da consulta, representantes da Secom/PR integraram missão interinstitucional ao Vale do Javari (AM), coordenada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), que reuniu diversos órgãos federais, familiares das vítimas e organizações da sociedade civil. Durante a missão, foi realizada uma reunião da Mesa de Trabalho Conjunta na sede da Univaja, com escuta ativa de comunicadores locais e articulação de ações imediatas de proteção coletiva.

Como parte da missão, foi promovido o primeiro momento de escuta pública, por meio do debate “Jornalismo, comunicação e desinformação na Amazônia”, com comunicadores locais. A atividade teve como foco a identificação de demandas regionais específicas e marca o início do processo participativo de construção de políticas públicas voltadas à sustentabilidade do jornalismo ambiental.

A escuta realizada por meio da Tomada de Subsídios articula-se também com os compromissos da Iniciativa Global para a Integridade da Informação sobre a Mudança do Clima, lançada pelo Brasil, Nações Unidas e Unesco em 2024. A iniciativa propõe uma abordagem ampla para garantir a integridade das informações relacionadas à crise climática e ao meio ambiente — pilar essencial para o fortalecimento do jornalismo socioambiental.

SUSTENTABILIDADE – Para a SPDIGI, garantir a sustentabilidade do jornalismo significa ir além da viabilidade econômica: trata-se de promover um ecossistema informativo livre, seguro, diverso e acessível. Isso envolve:

  • Condições dignas para o exercício da atividade jornalística;
  • Garantias legais e institucionais à liberdade de imprensa;
  • Ambientes digitais mais transparentes;
  • Proteção à integridade física e mental de comunicadores;
  • Políticas públicas que fomentem inovação, pluralismo e diversidade.

A consulta pública é uma ferramenta de escuta ativa da sociedade e parte fundamental do processo de formulação de políticas públicas orientadas pelos direitos humanos, pela justiça climática e pela democratização da comunicação.

Fonte: GOV | Secretaria de Comunicação Social

Azul vai deixar de atender 13 cidades no Brasil e cortará 53 rotas

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Municípios que serão afetados não foram informados pela companhia aérea, que enfrenta um processo de recuperação judicial nos EUA

A Azul Linhas Aéreas anunciou o fim das operações em 13 cidades do Brasil e o corte de 53 rotas de menor rentabilidade, com desempenho 17% inferior à média da companhia aérea. As mudanças fazem parte de uma reestruturação da empresa, que está em processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, sob o chamado Chapter 11.

As alterações foram divulgadas em uma apresentação institucional no início deste mês. O foco da Azul passará a ser os hubs – aeroportos que funcionam como pontos centrais para as operações.

O documento não detalha quais cidades ou rotas serão afetadas. Procurada, a Azul não respondeu às tentativas de contato da reportagem até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.

A empresa fará cortes em mercados considerados não estratégicos ou fora de hubs na malha internacional. A expectativa é de que as mudanças ajudem a reduzir operações irregulares e custos jurídicos.

Na apresentação, a companhia justificou que a redução de capacidade permitirá concentrar esforços em rotas com maior rentabilidade, oferecendo mais oportunidades de precificação em dias de pico e reduzindo a dependência de promoções, com foco na demanda de última hora.

A Azul iniciou a recuperação judicial nos EUA em maio de 2025 e espera concluir o processo entre dezembro deste ano e fevereiro de 2026. A meta é eliminar mais de US$ 2 bilhões em dívidas existentes, levantar US$ 1,6 bilhão em financiamento e atraia até US$950 milhões em investimentos de capital na saída do Chapter 11.

“A Azul está divulgando essas informações exclusivamente para cumprir obrigações contratuais sob acordos de confidencialidade no âmbito do processo de Chapter 11″, diz o documento.

As outras duas maiores companhias aéreas do Brasil, Latam e Gol, também já recorreram ao Chapter 11, assim como empresas estrangeiras, entre elas a Delta e a American Airlines.

Fonte: Terra

Lula finaliza plano aos setores afetados por tarifaço

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Líderes tem reunião marcada para a tarde de hoje

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, devem discutir, nesta segunda-feira (11), os últimos detalhes do plano de contingência para socorrer os setores da economia afetados pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros exportados para o país. Alckmin lidera as negociações com as autoridades estadunidenses e também o diálogo com o setor produtivo nacional. Os líderes tem reunião marcada para a tarde de hoje.

O plano deve ser divulgado até esta terça-feira (12) e prevê medidas de concessão de crédito para as empresas mais impactadas e aumento das compras governamentais. A prioridade é atender os pequenos produtores que não tem alternativas à exportação aos Estados Unidos. Deverá ser instituído um parâmetro para avaliar os efeitos das tarifas sobre cada setor da economia, baseado no grau de exportações para o país.

No último dia 6, entrou em vigor a tarifa de 50% imposta sobre parte das exportações brasileiras para país norte-americano. A medida, assinada no dia 30 de julho pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afeta 35,9% das mercadorias enviadas ao mercado norte-americano, o que representa 4% das exportações brasileiras.

Além do socorro aos exportadores, o governo trabalha para ampliar os setores fora do tarifaço de Trump. Cerca de 700 produtos do Brasil não foram afetados e continuam a pagar 10% de tarifa. Entre eles estão suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis, incluindo seus motores, peças e componentes.

Fonte: Agência Brasil

Mobilidade Urbana e Public Choice: sobre o projeto dos interesses coletivos

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Se você já ficou perplexo tentando responder: “por que temos tantos bons projetos de mobilidade urbana, enquanto nas ruas nada muda?”, você não está sozinho. Por trás dessa aparente falta de eficácia não estão exatamente a falta de recursos ou de alternativas, mas a forma como o jogo institucional funciona.

É exatamente sobre ele que a Public Choice Theory — ou Teoria da Escolha Pública — se debruça.

Por que a decisão não segue, necessariamente, o interesse da maioria?
A Public Choice revela que o comportamento de eleitores, representantes eleitos, grupos de interesse, servidores e empresas são regidos pela mesma lógica: a do interesse próprio — tentando minimizar custos e maximizar benefícios.
Isso quer dizer que o modelo institucional de tomada de decisão não responde automaticamente às necessidades da maioria, ele responde às pressões de grupos organizados. Por que?

  • A maioria, sendo um conjunto amplo e disperso, enfrenta o chamado custo de organização. É preciso tempo, recursos, disposição e interesse compartilhado para que pessoas que usam o transporte coletivo, a calçada ou a ciclovia formem um grupo capaz de fazer pressão.
  • Por outro lado, determinados grupos — como empresas concessionárias, comunidades de interesse ou até determinados moradores — são concentrados e homogêneos, compartilhando um interesse específico. Isso faz com que seu custo de organização seja baixo e seu poder de influência sobre o poder político seja maior.

Frustrações de Técnicos e Urbanistas

Isso quer dizer que o técnico, o planejador urbano, o gestor comprometido, que quer implementar uma faixa exclusiva de ônibus, uma nova ciclofaixa ou um modelo de compartilhamento de patinetes, não enfrenta exatamente dificuldades de engenharia ou de projeto. Ele enfrenta um modelo institucional que responde às pressões organizadas — que quase sempre vêm de grupos que se beneficiam do status quo.

É por isso que tantos planos de mobilidade, tantos estudos de tráfego, tantos modelos inovadores de parceria acabam sendo engavetados. Por trás de cada decisão, estão grupos tentando minimizar suas perdas e maximizar seus lucros. E quando se trata de abrir caminhos para a mobilidade urbana sustentável, existem mudanças que nem sempre são vistas como um incremento nos ganhos dos decisores, seja devido ao risco de colocar a jogo o capital político, ou do apego de que aquela única vaga de estacionamento defronte à loja seja responsável pela vida ou morte do estabelecimento.

Mas isso não quer dizer que o interesse coletivo não seja importante. Apenas quer dizer que ele não consegue se fazer valer automaticamente, ele precisa se organizar para ter voz.

A saída: organização da maioria

Isso quer dizer que o caminho para vencer a resistência não está apenas nas mãos de um gestor esclarecido, de um técnico competente ou de um grupo eleitoral esclarecido. Ele passa pelo poder de organização da sociedade.

E ele não precisa, obrigatoriamente, se dar pelo modelo tradicional de comunidades de moradores. Ele também pode acontecer nas redes, nas comunidades online, nas comunidades de interesse compartilhado — recentemente, tenho visto o LinkedIn como uma ferramenta válida — que usam o espaço compartilhado para dar forma às suas demandas.

Isso faz toda a diferença, porque ele barateia o custo de organização, fortalece a posição da maioria, fortalece o interesse coletivo nas negociações e proporciona ao poder institucional um sinal claro e permanente de que determinados caminhos, como a mobilidade sustentável, estão sendo exigidos pelos cidadãos.

Uma nova dinâmica institucional para a mobilidade urbana

Com maior organização da população, o debate passa a refletir melhor o interesse coletivo. Isso quer dizer que:

  • Políticas como a priorização do transporte coletivo, a expansão de redes cicloviárias, a intermodalidade, áreas de trânsito calmo e outras alternativas serão não apenas tecnicamente possíveis, como também politicamente viáveis.
  • A nova dinâmica fortalece o poder de grupos que representam o interesse compartilhado, aumentando o custo político de atender apenas a grupos específicos.
  • Dessa forma, o modelo institucional passa a atender tanto ao interesse da maioria quanto ao interesse de grupos específicos, tentando minimizar a desigualdade de representação.

Compreender o modelo de Public Choice na administração pública não significa resignar-se às dificuldades.

Muito pelo contrário. Significa dar nome ao problema e encontrar caminhos para vencê-la.

E o caminho passa pelo poder de organização da maioria — pelo compartilhamento de interesse, pelo uso de redes, pelo envolvimento permanente da comunidade nas discussões.

Se formos capazes de fazer com que o interesse coletivo apareça de forma organizada nas comunidades online, nas audiências públicas, nas redes de interesse compartilhado, ele passa a ter o mesmo peso institucional que determinados grupos concentrados vêm exercendo até aqui.

Então, se quisermos realmente avançar no tema da mobilidade urbana sustentável, precisamos não apenas de soluções técnicas, como também de organização de interesses semelhantes, de modo que os tomadores de decisão comecem a associar esse tema à maximização dos seus lucros – seja por ganho de popularidade, voto, ou qualquer outro incentivo que valha a pena arregaçar as mangas e promover mudanças.

O que definitivamente precisamos é enxergar o jogo com clareza, sem romantização, para usarmos as mesmas ferramentas de interesses para equilibrarmos a discussão urbana.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade da autora, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

Big techs e setor financeiro saem em defesa do Pix ante ataques de Trump

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AWS e Dell falam em “tecnologia disruptiva” e apontam setor financeiro brasileiro “como um dos mais desenvolvidos” do mundo

A tensão comercial entre o Brasil e os Estados Unidos colocou no centro do debate uma série de fatores da economia brasileira que o presidente Donald Trump “anti-americanos”.

A proteção ao etanol brasileiro, acusações sobre desmatamento, corrupção e pirataria são alguns dos elementos que levaram o USTR (Representante Comercial dos Estados Unidos) a abrir uma investigação sobre o que chamam de “práticas desleais” do Brasil.

Para além destas, a autoridade norte-americana avalia que “o Brasil também parece se envolver em uma série de práticas desleais com relação aos serviços de pagamento eletrônico, incluindo, mas não se limitando a, tirar vantagem dos serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo”. A referência é direta ao Pix.

Ao longo das reuniões chefiadas pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), o governo chegou a receber algumas das empresas que estariam, segundo Trump, sendo ameaçadas pela ferramenta de pagamentos instantâneos.

Após a reunião, porém, big techs como Apple, Meta, Google e Expedia e a gigante dos cartões Visa saíram em defesa de um “Pix para todos” após o encontro, afirmou Alckmin.

“Nada impede que a forma de pagamento, outras empresas também participem. Falaram que defendem o chamado ‘Pix para todos’. O que é importante? É que tem que ser de graça”, relatou o vice-presidente, ressaltando a importância das gigantes de tecnologia como investidoras no Brasil.

Em entrevista à CNN, executivos de outras grandes marcas de tecnologia também exaltaram o Pix, sobretudo pela organização e regulamentação do setor público para garantir a eficiência da ferramenta.

“É uma tecnologia disruptiva que trouxe para o mercado e para o usuário final um potencial enorme […], mas com toda a regulamentação necessária para colocar um serviço de inovação como esse no mercado”, afirmou Cleber Morais, diretor-geral da AWS (Amazon Web Services) no Brasil.

O braço de tecnologia em nuvem e inteligência artificial da Amazon também esteve em diálogo com o governo nesses tempos de tensão comercial.

“Os brasileiros, empresas brasileiras e o governo do Brasil podem contar com a Amazon Brasil no que diz respeito ao apoio para continuarmos tendo boas relações ao longo da história com todos os governos”, pontuou Morais.

Acessibilidade e exemplo no setor financeiro

A proposta do governo sempre foi essa: de manter uma ferramenta prática e acessível. Não obstante, após a “crise do monitoramento do Pix” do começo deste ano, o Executivo publicou uma medida provisória reforçando a gratuidade do meio de pagamento.

“Existem alguns itens que estão sendo discutidos e alguns que estamos tentando compreender […]. A questão do Pix: há um incomodo por ser um instrumento do Estado brasileiro, como se houve a presunção de que o Pix deveria ser privado, render lucro para alguém”, afirmou Haddad em entrevista exclusiva à CNN no final de julho.

“A conversa esbarra numa percepção de que o Pix concorre, e ele não concorre. Ele concorre com o papel moeda, pois ele é eletrônico. É um expediente que não pretendemos abrir mão. Queremos proteger as conquistas dos trabalhadores brasileiros, e vamos continuar fazendo isso independente da medida que vai ser tomada”, pontuou, enfatizando que o governo não trabalha com a hipótese de privatizar a ferramenta.

O desenvolvimento de sistemas de pagamentos instantâneos tem sido um fenômeno crescente, especialmente em países emergentes. A questão é que grandes empresas norte-americanas encaram essas ferramentas como um concorrente a meios de pagamento tradicionais, como os cartões de crédito, ou os aplicativos de transferência de dinheiro, como Apple Pay, Google Pay ou o WhatsApp Pay.

Essas empresas se beneficiam de cada transação realizada entre consumidores e empresas ao intermediarem as operações. Com o Pix, a necessidade de um intermediário cai por terra.

“O Pix é uma coisa sensacional, é fenomenal. […] O Banco Central conseguiu estabelecer uma coisa que é um fenômeno e um êxito hoje visto até no mundo, porque deu acessibilidade e a capacidade de fluxo do capital entre todos os níveis da sociedade de maneira muito mais ágil”, avaliou à CNN Luis Gonçalves, head da Dell para América Latina.

“O sistema [financeiro] brasileiro hoje é enxergado, não só na América Latina, mas no mundo inteiro, como um dos mais desenvolvidos”, ressaltou.

Em entrevista ao Capital Insights, André Daré, presidente da empresa de infraestrutura para transações digitais e de inteligência de dados Núclea, defendeu que o Pix fez do Brasil “inspiração em transferência digital”.

O pessoal do setor avalia que “o Brasil vive uma revolução silenciosa em tecnologia bancária e o mundo começa a perceber”, como aponta a fintech NAVA à CNN.

Vale destacar que o Pix tornou-se o meio de pagamento mais utilizado pelo brasileiro em quatro anos de operação.

“Temos tecnologia de ponta, uma população digitalmente engajada e um ambiente regulatório inovador. Com investimentos certos em branding internacional, diplomacia tecnológica e modelos de negócio escaláveis, o país pode exportar não só soluções, mas também liderança em inclusão e transformação digital”, pondera Emanuela Ramos, Chief of Growth Office na NAVA.

BC em defesa do Pix

Em evento na quarta-feira (6), Gabriel Galípolo, presidente do BC, autarquia responsável pelo desenvolvimento e operação do Pix, buscou rebater o que chamou de “falsas narrativas” críticas dos Estados Unidos à ferramenta.

A autoridade monetária enfatizou que a ferramenta de pagamento instantâneo contribuiu para ampliar o acesso da população à infraestrutura bancária do país e questionou a tese de que o Pix teria causado prejuízo aos bancos.

“Os cartões de débito, pré-pago e, em especial, os de crédito, apresentam uma taxa de crescimento maior do que antes do advento do Pix. O que elimina qualquer ideia de rivalidade ou de que um estaria canibalizando o outro, a partir de alguma lógica que possa tentar ser apresentada”, disse o presidente do BC.

“Infelizmente, a gente está num momento onde, muitas vezes, as coisas são complexas de se compreender e elas são capturadas por algum tipo de debate onde as versões podem ser muitas vezes mais interessantes do que os fatos”, concluiu.

Com informações de Cleber Rodrigues, Fernando Nakagawa e Taísa Medeiros, da CNN

Fonte: CNN Brasil

Lula deve vetar parcialmente lei do licenciamento ambiental

O presidente Lula (PT) deve vetar parcialmente o projeto que cria novas regras para o licenciamento ambiental, aprovado pelo Congresso em julho.

O que aconteceu

  • O governo já havia se posicionado contra o projeto. Os pontos a serem vetados foram debatidos em reunião com ministros, incluindo Marina Silva (Meio Ambiente) e Rui Costa (Casa Civil), na última quarta-feira. Lula tem até amanhã para publicar a decisão no DOU (Diário Oficial da União).
  • O projeto tem dois pontos mais sensíveis ao governo. O primeiro é a mudança das atribuições do Ibama e do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente). Isso deve ser alvo da tesoura do presidente. O segundo trata da nacionalização da licença autodeclaratória, segundo o UOL apurou.
  1. Enfraquecimento do Ibama e do Conama. O projeto aprovado transfere a responsabilidade do licenciamento para estados e municípios. Para o governo, isso diminui os poderes de regulação e fiscalização dos órgãos federais.
  2. LAC (Licença por Adesão e Compromisso). Além do licenciamento especial, o LAC é um licenciamento autodeclaratório eu isenta o empreendimento de uma avaliação e aprovação de um órgão ambiental para realizar a intervenção. O governo considera isso “dar um cheque em branco” à iniciativa privada.
  • A simplificação do licenciamento deverá ser mantida. Chamada por ambientalistas de “PL da Devastação”, a parte que deixa o processo mais simples para empreendimentosclassificados como “estratégicos” pelo próprio governo federal é defendida pelo agronegócio e por membros do governo, como o ministro Carlos Fávaro (Agricultura), como um instrumento de desburocratização.
  • A justificativa deverá ser jurídica. Lula pediu para que a AGU (Advocacia-Geral da União) reunir os pontos inconstitucionais do projeto aprovado para que a defesa dos vetos tenha base legal e o discurso do governo seja que estes “não foram vetos políticos, mas jurídicos”. O advogado-geral Jorge Messias também participou na reunião na quarta.
  • Anunciado por ministros, o veto parcial não deverá ser surpresa. Parlamentares já esperam que Lula corte pontos de divergências. A FPA (Frente Parlamentar do Agronegócio) já reúne apoio para a derrubada dos prováveis vetos desde a aprovação do texto, em 17 de julho.
  • Polêmica deve acabar no STF (Supremo Tribunal Federal). Como outros projetos em que Congresso e Planalto divergem, a exemplo do marco temporal, o governo deverá recorrer ao Judiciário, chamando as partes vetadas de inconstitucionais.

Fonte: ECOA UOL

Novas contratações do Minha Casa, Minha Vida vão atender três estados

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Maranhão, Paraná e Rio Grande do Norte poderão comemorar a chegada de 464 moradias em breve

Brasília (DF) – O Ministério das Cidades autorizou, nesta quarta-feira (6), a contratação de mais 464 moradias do Minha Casa, Minha Vida. A expectativa é que elas atendam mais de 1,8 mil pessoas, distribuídas por municípios de três estados: Maranhão, Paraná e Rio Grande do Norte. As informações estão disponíveis na íntegra no Diário Oficial da União.

As novas residências estão enquadradas na modalidade Entidades do programa, que tem como público-alvo as famílias cuja renda bruta familiar mensal esteja limitada a R$ 2.850, organizadas por meio de entidades privadas sem fins lucrativos.

Quais cidades serão atendidas?

Das 464 moradias autorizadas a serem contratadas, 194 vão para o Maranhão, mais especificamente para os municípios de Paço do Lumiar (144 residências) e Codó (50).

Ainda na região Nordeste, a cidade de Macaíba, no Rio Grande do Norte, receberá 150 novas unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida Entidades.

Fecha a lista de beneficiados a população de Cascavel, no Paraná, com 120 residências a serem construídas.

Ao todo, desde a retomada do Minha Casa, Minha Vida, em 2024, foram selecionadas 49,4 mil unidades habitacionais do Entidades pelo Brasil.

Para mais informações, acesse a Portaria MCid Nº 876 na íntegra.

Fonte: Ministério das Cidades