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Transição energética é complexa e apresenta oportunidades e riscos socioeconômicos, avaliam cientistas

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São Paulo precisa impulsionar o processo de substituição gradual de combustíveis fósseis por fontes de energia renováveis no Brasil, apontou Gilberto Jannuzzi em conferência promovida pela FAPESP para discutir os caminhos para o país pós-COP30

Um dos temas centrais da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), a transição energética dependerá da superação de uma série de desafios para ser implementada no Brasil e em diversos países cujas economias ainda são baseadas fortemente no petróleo.

A avaliação foi feita por pesquisadores participantes de uma conferência promovida pela FAPESP na sexta-feira passada (28/11) para discutir os caminhos para o Brasil após a COP30.

Durante o evento foi discutido o caminho para acelerar a descarbonização, incluindo a mobilização de US$ 1,3 trilhão por ano até 2035 e a criação de mecanismos financeiros para apoiar países em desenvolvimento em suas transições energéticas.

“A transição energética não é uma coisa simples. Uma das menções a respeito que saíram nos documentos publicados na COP30 é que ela pode acarretar tanto oportunidades como riscos socioeconômicos. Países que são totalmente dependentes da produção e exportação de petróleo e gás pleitearam entrar no pacto de perdas e danos, apontaram que vão perder muito e questionaram quem vai pagar para fazerem a transição energética”, disse Thelma Krug. A pesquisadora é presidente do Conselho Científico – composto por 11 renomados especialistas, dos quais seis são do Brasil e cinco oriundos da África do Sul, Estados Unidos, Alemanha, China e Inglaterra –, estabelecido como órgão consultivo pela presidência da COP30 (leia mais em: agencia.fapesp.br/55727).

Krug avalia que um dos principais trunfos do evento no Pará foi reforçar o papel do multilateralismo em um momento geopolítico complicado. “O reconhecimento do multilateralismo, fundamentado nos princípios e regras da Organização das Nações Unidas [ONU], representou, para mim, uma chave de esperança de que, apesar de toda a situação política pela qual estamos passando, ainda continuamos unidos em torno da causa de combater as mudanças climáticas.”

Já na avaliação de Luiz Aragão, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG), apesar da falta de consenso para aprovação do mapa do caminho para a eliminação do uso de combustíveis fósseis, a COP30 apresentou avanços com o lançamento do Balanço Global de Carbono 2025.

O documento aponta que as emissões de gases de efeito estudo (GEE) pela queima de combustíveis fósseis continuam aumentando mundialmente. “Só temos um limite de 170 bilhões de toneladas de CO2 para que o aquecimento global não atinja o ponto de 1,5 °C, que pode ser atingido em quatro anos se continuarmos com as taxas de emissões registradas este ano”, disse Aragão.

Outra revelação trazida pela COP30 foi o déficit de ação dos governos em relação aos resultados apresentados pela ciência, avaliou Marcio Astrini, diretor do Observatório do Clima.

“Durante um mês e meio, praticamente, os cientistas fizeram uma campanha permanente, com o lançamento de dados e relatórios com conclusões contundentes para os governos que participaram da COP30. A ciência fez sua parte, entregando estudos mastigados, com o diagnóstico da situação”, avaliou.

A assessora técnica do Instituto de Pesquisas Ambientais da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil), Jussara de Lima Carvalho, sublinhou que não existe COP sem ciência. “A Convenção do Clima da ONU já foi criada em cima da ciência. Foi a ciência que trouxe a necessidade da criação da convenção”, afirmou.

Começo em São Paulo

Os planos de transição energética do país devem ser iniciados por São Paulo, avaliou Gilberto Jannuzzi, professor em Sistemas Energéticos da Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual de Campinas (FEM-Unicamp). Ele foi moderador de uma mesa-redonda promovida pela FAPESP na COP30, que reuniu especialistas da África do Sul, Brasil, China e Índia em que se debateram os desafios e oportunidades para a cooperação Sul-Sul no cenário de descarbonização da economia global até 2050 (leia mais em: agencia.fapesp.br/56487).

A despeito de São Paulo possuir a matriz energética mais limpa do país, com 60% de participação de fontes renováveis, em comparação a 50% no Brasil e 15% nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Estado é o maior emissor nacional de GEE nos setores de transporte, energia e de resíduos e saneamento, ponderou o pesquisador.

“A transição energética no Brasil tem de começar por São Paulo, cujas emissões de gases de efeito estufa se diluem pelo país, mas são iguais às de um país industrializado. Por isso, muitas das nossas soluções vão ter de ser conversadas com países como a Alemanha. Temos muita lição de casa para fazer”, avaliou o pesquisador.

Jannuzzi: Estimativas apontam que o Estado de São Paulo pode arcar com menos de 30% dos custos previstos em seu plano de ação climática, logo será preciso envolver o setor privado com formas atraentes de cofinanciamento (foto: Daniel Antônio/Agência FAPESP)

Segundo Jannuzzi, São Paulo já possui um Plano de Ação Climática (PAC 2050) voltado a zerar as emissões de GEE do Estado até 2050, além de outros para adaptação e resiliência climática direcionados aos segmentos de logística, transportes, resíduos e recursos hídricos. O problema, contudo, é que esses planos ainda não se conversam, ponderou o pesquisador.

“O Plano de Ação Climática, do qual participei da elaboração, propôs a criação de um conselho sobre mudanças climáticas que ajude a juntar elementos dos planos de logística, de transporte e outros, e estamos discutindo agora com a Semil uma segunda etapa do PAC 2050 que incorpore elementos dos planos de adaptação climática e de energia”, contou.

De acordo com dados do PAC 2050, o setor de transporte é a maior fonte de emissões de GEE do Estado de São Paulo, com 29% das emissões totais inventariadas em 2022, contra 12% das emissões no país. Já as atividades ligadas a agropecuária, florestas e uso do solo, que lideram o cenário nacional com 62% das contribuições, em São Paulo correspondem a 28%.

As fontes de emissão de gases de efeito estufa no Estado de São Paulo não são muito disseminadas. Por isso, dá para resolver com uma certa homogeneidade de ações dentro do plano climático”, avaliou Jannuzzi.

A boa notícia trazida pelo PAC 2050 é que é possível ao Estado de São Paulo atingir a neutralidade nas emissões de GEE pelo setor de energia até 2050 com o aumento da eficiência energética tanto no uso de eletricidade como de combustíveis e de ações como a introdução de combustíveis avançados a partir da biomassa e do uso de hidrogênio, apontou o pesquisador.

O principal gargalo, contudo, está no setor de agropecuária, florestas e uso do solo, sublinhou Jannuzzi. “As projeções indicam que, em 2050, o Estado de São Paulo ainda será um emissor líquido global de GEE, devido ao metano emitido por gado, além de carbono da própria agricultura e do uso do solo”, afirmou.

“Com o reflorestamento, é possível abater uma parte, mas não é possível zerar as emissões”, ponderou.

Financiamento da transição energética

Outra fragilidade para promover a transição energética em São Paulo é o financiamento, que será muito mais importante para atingir as metas do que o desenvolvimento de tecnologias, avaliou Jannuzzi. Segundo estimativas do PAC 2050, os recursos públicos que o Estado poderá aportar para promover as ações do plano não correspondem a 30% do valor necessário.

“A maior parte dos recursos terá de vir do setor privado. E, para que isso aconteça, será preciso criarmos maneiras atraentes para o financiamento do plano de ação climática do Estado. Isso já está surgindo. Já há vários esquemas muito interessantes em nível federal e internacional de cofinanciamento de ações climáticas”, disse.

Algumas das fontes que poderiam ser utilizadas para financiar a transição energética em São Paulo e no país é a arrecadação de royalties do petróleo e gás – compensações financeiras pagas pela exploração de recursos naturais não renováveis – e a cláusula de PD&I, uma obrigação contratual que determina o investimento de uma porcentagem da receita bruta das petrolíferas em pesquisa, desenvolvimento e inovação, apontou Jannuzzi.

“Temos um ecossistema de financiamento para pesquisa, desenvolvimento e inovação em energia fantástico no Estado de São Paulo, no qual a FAPESP se insere. É preciso estimular que essas pesquisas convirjam para a transição energética.”

Fonte: Agência FAPESP –Elton Alisson

Saúde anuncia R$ 9,8 bi para adaptar SUS a mudanças climáticas

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Recursos são para construção de UBS, UPA e hospitais

O Ministério da Saúde anunciou neste domingo (30) um investimento de R$ 9,8 bilhões em ações de adaptação no Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo a construção de novas unidades de saúde e a aquisição de equipamentos resilientes às mudanças climáticas.

Em nota, a pasta informou que as iniciativas integram o AdaptaSUS, plano apresentado durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém, com estratégias que preparam a rede para enfrentar impactos das mudanças climáticas.

No 14º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão), onde o anúncio do investimento foi feito, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, classificou a crise climática como um problema de saúde pública e destacou que, em todo mundo, um em cada 12 hospitais paralisa suas atividades por causa de eventos climáticos extremos.

Durante o evento, o ministro lançou o Guia Nacional de Unidades de Saúde Resilientes, que orienta sobre a construção e a adaptação de unidades básicas de saúde (UBS), unidades de pronto atendimento (UPA) e hospitais, de forma que as estruturas possam resistir a eventos climáticos.

O documento, segundo a pasta, passa a integrar projetos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC Saúde), com diretrizes sobre estruturas reforçadas, autonomia de energia e água, inteligência predial e padrões de segurança.

Também foi instalado um grupo técnico responsável por detalhar as diretrizes de resiliência, formados por especialistas do próprio ministério, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Organização Panamericana da Saúde (Opas) e de conselhos de saúde.

Ética em pesquisas

Ainda durante o congresso, o ministério apresentou a criação da Instância Nacional de Ética em Pesquisa (Inaep). A proposta é modernizar o sistema brasileiro de avaliação ética em estudos com seres humanos.

A nova estrutura, de acordo com a pasta, agiliza análises, reduz duplicidades, define critérios de risco e regula biobancos, “aproximando o Brasil das melhores práticas internacionais e ampliando sua participação na pesquisa clínica global”, avaliou o ministério.

Fonte: Agência Brasil

P3C Nacional reúne principais atores de infraestrutura e autoridades em dois dias de debates

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Com 3.000 participantes, mais de 250 palestrantes e 50 painéis, evento promove conexões estratégicas, premiação e atrações que fortalecem a agenda de investimentos sustentáveis no Brasil.

O P3C Nacional retorna em 2025 consolidado como um dos maiores encontros brasileiros dedicados ao debate sobre infraestrutura, parcerias público-privadas (PPPs) e concessões, reunindo os principais agentes do setor para pensar o futuro dos investimentos no país. Mais do que um evento, o P3C é uma plataforma que, ao longo dos anos, se dedicou a fortalecer um ambiente de negócios mais previsível, seguro e alinhado a critérios ambientais, sociais e de governança (ESG). Seu propósito é claro: conectar lideranças públicas e privadas, promover o diálogo qualificado e impulsionar soluções que tornem o Brasil mais atraente para investimentos de infraestrutura.

Leia mais: Prêmio P3C prorroga inscrições e destaca iniciativas vencedoras que marcaram a edição de 2025

Este ecossistema, que reúne empresas, governos, consultorias, instituições financeiras, acadêmicos e especialistas do mercado, cresce ano após ano. Na edição nacional, o encontro deverá reunir aproximadamente 3.000 participantes, mais de 250 palestrantes e 50 painéis distribuídos em 15 palcos simultâneos. A amplitude da programação reflete a maturidade do setor e a urgência em discutir temas como inovação, governança, financiamento, sustentabilidade, mobilidade, saneamento, energia, tecnologia aplicada à infraestrutura e modelos colaborativos de gestão pública.

A abertura oficial do evento marca o início de dois dias intensos de conteúdo, troca e articulação. Entre os destaques está a cerimônia do Prêmio P3C, dividido em três categorias, que reconhece iniciativas de excelência em PPPs e concessões no Brasil. A premiação celebra projetos que se destacam pela eficiência, impacto socioambiental e capacidade de transformar territórios por meio de boas práticas de gestão e inovação.

Ao longo da programação, a transmissão ao vivo garante que soluções, tecnologias e cases relevantes alcancem públicos de todo o país, ampliando o alcance do debate e fortalecendo a disseminação de conhecimento. Os 15 palcos simultâneos, montados no Centro de Convenções Frei Caneca, recebem especialistas nacionais e internacionais, nomes influentes do setor público e privado e lideranças que vêm construindo agendas estratégicas em infraestrutura.

Leia mais: P3C Regional Nordeste destaca potencial e desafios da infraestrutura na região

Além da programação de conteúdo, o P3C Nacional mantém sua vocação para gerar oportunidades concretas de negócio. As rodadas de negócios promovem reuniões direcionadas e apresentações estratégicas, criando pontes essenciais entre investidores, operadores, governos e fornecedores. Workstations equipadas permitem que os participantes realizem encontros e calls durante todo o evento, mantendo o ritmo acelerado da agenda. Espaços de convivência e áreas de descompressão oferecem momentos de pausa e troca informal, reforçando a proposta de criar conexões humanas, um dos pilares da plataforma. 

Entre os palestrantes já confirmados para o P3C Nacional estão nomes de destaque na agenda de infraestrutura e parcerias do país, como Tomé Franca, Secretário-Executivo do Ministério de Portos e Aeroportos; George Santoro, Secretário-Executivo do Ministério dos Transportes; Eliane Detoni, Secretária Especial de Parcerias Estratégicas do Governo do Mato Grosso do Sul; David Gomes, Secretário de Ações Estratégicas e Parcerias da Prefeitura de Maceió; e Caio Felipe Caminha de Albuquerque, Secretário Adjunto de Logística e Concessões do Governo de Mato Grosso, reforçando a diversidade de visões e a representatividade de diferentes esferas de governo no evento.

Em um cenário em que o Brasil busca acelerar investimentos em infraestrutura com responsabilidade e visão de longo prazo, o P3C Nacional se firma como um espaço indispensável para pensar caminhos, alinhar expectativas e promover colaboração. Ao reunir uma comunidade comprometida com a construção de um ambiente de negócios mais seguro, transparente e sustentável, o evento reafirma seu papel estratégico na transformação do país- aproximando setores, consolidando agendas e fortalecendo o ecossistema de PPPs e concessões como motor fundamental do desenvolvimento brasileiro.

Saiba mais sobre o evento, clique aqui 

Metrô passa a aceitar cartões de débito e crédito em catracas exclusivas em suas estações

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O usuário só precisa aproximar o cartão no leitor e o pagamento será feito de acordo com o prioritário do cartão: débito ou crédito

Nesta segunda-feira, 1 de dezembro, o Metrô lançou o plano-piloto que permite pagamento de passagens com cartões de débito ou crédito. A partir desta segunda, todas as estações das linhas 1-Azul e 3-Vermelha, tirando Jabaquara e Belém, contarão com uma catraca especial para o serviço, que se expandirá para as linhas 2-Verde e 15-Prata ao longo de dezembro. O projeto tem previsão de testes por seis meses.

De acordo com o Metrô, o processo é bem simples e rápido, utilizando aproximação do cartão no leitor para pagar a passagem. A princípio serão aceitos cartões com bandeiras Mastercard, Visa e ELO. Nessas catracas, também serão aceitos todos os métodos já utilizados anteriormente: Bilhete Único, TOP e QR Code.

Confira, a seguir, um pequeno guia sobre essa novidade:

Como funciona o pagamento via débito ou crédito?

Por meio do chip do cartão de débito ou crédito, o usuário deverá aproximar o cartão do leitor e a nova catraca liberará o acesso em poucos segundos. Segundo o Metrô, é recomendável retirar o cartão da carteira para não afetar a leitura do pagamento;

O passageiro poderá escolhar se pode pagar em débito ou crédito?

De acordo com o Metrô, não será possível escolher a forma de pagamento do bilhete. A princípio será utilizado a função primária do cartão de acordo com o aplicativo bancário;

Será possível utilizar o cartão várias vezes na catraca?

A princípio, o usuário poderá passar o cartão duas vezes em um intervalo de 1 minuto. Depois, o sistema do Metrô bloqueia um pagamento por cartão por 30 minutos até que seja possível utilizá-lo novamente;

É possível utilizar o pagamento via cartão virtual?

Segundo o Metrô, nessa fase inicial do projeto, só serão aceitos cartões fisícos de débito e crédito com bandeiras Mastercard, Visa e ELO. Cartões virtuais, smartwatches e outros acessórios, por ora, não serão aceitos;

Onde estarão localizadas essas catracas especiais?

A partir de hoje, todas as estações das linhas 1-Azul e 3-Vermelha têm uma catraca com esse acesso especial. No decorrer de dezembro, estações das linhas 2-Verde e 15-Prata receberão essas catracas exclusivas;

É possível fazer a integração com ônibus com o cartão de débito e crédito?

Segundo o Metrô, ainda não é possível fazer essa integração. Caso o ônibus aceite o pagamento com cartão por aproximação e seja utilizado depois do Metrô, não será dado o desconto da integração entre os modais, cobrando o valor cheio nos dois casos. Para receber o desconto, usuários devem utilizar o Bilhete Único ou TOP;

Quem recebe gratuidade poderá passar por essa catraca?

O Metrô informa que quem não paga passagem só precisa passar com seu cartão especial que oferece a gratuidade, pois a catraca especial também aceita Bilhete Único, TOP e QR Code.

Fonte: Mobilidade Estadão

Crédito para empresas afetadas por tarifaço atinge R$ 9,7 bi, diz BNDES

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Linhas de crédito do BNDES atenderam 717 operações, sendo 171 para grandes empresas e 546 para micro, pequenas e médias empresas

Exportadores brasileiros atingidos pelo aumento das tarifas de importação anunciadas pelo governo dos Estados Unidos neste ano já tiveram aprovados R$ 9,7 bilhões em linhas de crédito pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) dentro do programa criado pelo governo federal.

O que aconteceu

  • Aprovações do BNDES a exportadores atingidos pelo tarifaço atingiram R$ 9,7 bilhões. De acordo com balanço divulgado pela instituição, esse recursos foram liberados em linhas de créditos contempladas pelo Plano Brasil Soberano, criado para atender empresas brasileiras cujas exportações foram afetadas pela política tarifária imposta pelo governo dos Estados Unidos.
  • Linhas de crédito atenderam 717 operações. Desses empréstimos, 171 foram voltados para grandes empresas e 546 para micro, pequenas e médias empresas
  • Demanda por novos recursos permanece elevada. Segundo o BNDES, desde 21 de novembro, quando foi aberta uma nova consulta de elegibilidade para fornecedores e empresas exportadoras, 267 protocolos foram criados. A soma do crédito demandado nas diversas linhas disponíveis alcança R$ 4,55 bilhões.

“Apesar da redução das tarifas, a maior parte da indústria brasileira ainda conta com 40% de sobretaxa adicional.” Nelson Barbosa, diretor de Planejamento e Relações Institucionais do BNDES

  • Inicialmente foram disponibilizados R$ 30 bilhões provenientes do Fundo Garantidor de Exportações (FGE). O programa originalmente era voltado para empresas que fossem impactadas por uma tarifa de 50% e cujo faturamento bruto com exportações aos Estados Unidos fosse igual ou superior a 5% do total apurado entre julho de 2024 e junho de 2025.
  • Após mudanças no programa, em novembro, passaram a ter acesso ao crédito as empresas cujas exportações para os EUA representassem pelo menos 1% do faturamento total. O apoio aos exportadores também foi estendido aos fornecedores dos exportadores. Cabe à Receita Federal, juntamente com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, informar ao BNDES quais são as empresas elegíveis.
  • Outros R$ 10 bilhões foram alocados para a concessão de crédito a empresas que exportam produtos atingidos com tarifas menores que 50%. Essas linhas incluem recursos do BNDES.
  • Plano Brasil Soberano foi lançado em agosto por meio da Medida Provisória. Programa foi resposta ao tarifaço implementado pelos Estados Unidos. As primeiras aprovações ocorreram em setembro. No mês passado, o governo americano anunciou alguns recuos, retirando carne bovina, tomates, café, bananas e outros produtos agrícolas brasileiros da lista de mercadorias afetadas pela sua nova política. Também foram contemplados alimentos processados e bebidas, fertilizantes, minérios e minerais, combustíveis fósseis, petróleo e derivados.
  • Suspensão da sobretaxa é insuficiente, afirma Alckmin. Após o anúncio, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que 22% dos produtos brasileiros exportados continuam com a tarifa de 50% determinada pela Casa Branca. Ele avalia que o avanço retirou 238 produtos do tarifaço.

Fonte: UOL

O que você decide em 2025 define o que sua prefeitura entrega em 2026

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Quem já viveu a rotina de uma prefeitura sabe: o segundo ano do mandato separa gestões que entregam de gestões que apenas reagem.

E essa diferença não nasce em janeiro de 2026. Ela nasce agora. Escolhas feitas em 2025 determinam, com precisão cirúrgica, a capacidade real de execução no próximo ano.

Prefeituras que entram no ciclo com processos lentos, fluxo manual, baixa previsibilidade e pouca visibilidade interna começam janeiro em desvantagem.

Elas gastam energia com tarefas repetitivas, apagam incêndios e perdem tempo precioso tentando localizar processos, priorizar demandas e entender gargalos.

A consequência é conhecida: atrasos, ruídos, desgaste político e um cidadão cada vez mais frustrado.

Por outro lado, gestões que decidem organizar a casa ainda no primeiro ano criam vantagem competitiva. Modernizam fluxo, integram equipes, aceleram análise e passam a operar com visão clara do que acontece dentro da máquina pública. Essa antecipação muda tudo.

O gestor deixa de reagir e passa a decidir. E decisão em governo vale ouro: ela reduz retrabalho, melhora a qualidade do gasto e libera a equipe para fazer o que importa.

O ponto de virada está na digitização

Digitizar não é trocar papel por PDF. É criar capacidade de enxergar, medir e ajustar. É transformar a prefeitura em uma organização que consegue responder rápido, documentar cada etapa, padronizar decisões e operar com rastreabilidade. Quando isso acontece, a gestão ganha três pilares fundamentais: previsibilidade, velocidade e transparência.

Esses pilares têm efeito direto na entrega de políticas públicas.

Um processo que antes parava na mesa de alguém, hoje avança automaticamente. Uma demanda que antes sumia no meio do caminho agora fica registrada e acompanhável. Uma equipe que antes operava no improviso agora segue um fluxo claro, com etapas definidas e tempos conhecidos.

A prefeitura se torna mais leve e mais confiável.

2025 é o ano mais importante do mandato — e não há como fugir disso

Tradicionalmente, o segundo ano é o momento em que o planejamento estratégico precisa se transformar em obra, serviço, atendimento, licenciamento, política setorial e resultado.

É o ano em que o gestor enfrenta a cobrança por tudo o que prometeu no primeiro. Chegar a essa fase com desorganização interna significa perder metade do mandato apagando incêndios.

O cenário é ainda mais crítico em cidades que dependem de licenciamento, gestão urbana, demandas de alto volume ou redes de atendimento com muitos pontos de contato.

Nessas estruturas, um fluxo manual trava a cidade inteira. E é por isso que tantas administrações municipais têm decidido antecipar o movimento de modernização: entrar no ano seguinte com a máquina operando de forma mais previsível e responsiva.

A diferença entre adiar e agir muda o destino do mandato

Há um padrão claro entre gestões que avançam e gestões que estagnam. As que avançam tomam três decisões simples, mas estratégicas:

  1. Organizam o fluxo antes de crescer a demanda.
    Quando o fluxo está digital e padronizado, a prefeitura responde melhor mesmo com aumento de volume.

  2. Eliminam tarefas manuais e repetitivas.
    Isso libera a equipe para análise, fiscalização, planejamento e decisões técnicas — não para empurrar papel.

  3. Criam visão integrada da gestão.
    Com dados reais, o gestor entende gargalos, ajusta rotas e age antes que o problema se torne crise.

Essas três decisões, tomadas em 2025, determinam o ritmo de 2026. Não são promessas abstratas. São práticas já adotadas por diferentes administrações que buscaram maior controle e velocidade nos seus processos internos.

Por que esperar virou um risco institucional?

O maior inimigo da gestão pública não é a falta de recurso, de equipe ou de tempo — é a cultura do “depois eu vejo isso”. Essa lógica empurra decisões estruturais para o futuro, cria acúmulos e transforma ajustes simples em problemas grandes.

Quando o gestor percebe, já está preso ao ciclo de urgências. E nenhuma prefeitura funciona bem sob estresse contínuo.

2025 oferece uma janela rara de reorganização. O ano ainda não está contaminado pela pressão eleitoral do fim do mandato e permite fazer ajustes estruturais sem ruídos políticos.

Deixar essa janela passar reduz a margem de manobra e compromete entregas que só se concretizam com planejamento adiantado.

Janeiro de 2026 começa agora

Muitas administrações já fazem um movimento importante: iniciam a modernização no final do ano para entrar no próximo ciclo com tudo organizado. Esse timing importa.

Quando o fluxo digital está em implantação entre novembro, dezembro e janeiro, a prefeitura começa o ano com treinamento adiantado, padronização estabelecida e processos já adaptados ao novo modelo.

Essa antecipação evita o erro histórico da gestão pública: tentar organizar o sistema no momento de maior demanda, quando as equipes já estão sobrecarregadas.

Começar antes reduz atrito interno, acelera adaptação e gera ganho de eficiência logo nos primeiros meses.

A pergunta que cada gestor precisa responder

Você quer iniciar 2026 entregando ou apagando incêndio? A resposta não está no futuro. Está nas decisões que você toma agora.

Gestões que escolhem organizar o fluxo, digitalizar processos e integrar equipes ainda em 2025 chegam ao segundo ano do mandato com um ambiente mais previsível, menos turbulento e mais produtivo.

O contrário também é verdadeiro: quem adia sofre.

O futuro da gestão pública municipal não se constrói no improviso. Ele se constrói com decisões tomadas no tempo certo.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Portal CSC

Atlas: criminalidade, tráfico e corrupção são maiores problemas do Brasil

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Foram entrevistados 5.510 brasileiros entre os dias 22 e 27 de novembro; margem de erro é de 1 ponto percentual, para mais ou para menos

Os brasileiros consideram que a criminalidade, o tráfico de drogas e a corrupção são os maiores problemas que o país enfrenta atualmente, segundo o levantamento do AtlasIntel/Bloomberg, divulgado nesta terça-feira (2).

Cada entrevistado pôde escolher até três opções da lista. Para 62,7% das pessoas, a criminalidade e o tráfico de drogas disparam como o maior problema do Brasil. Na sequência, a corrupção atingiu 59,8%.

Em comparação com novembro de 2024, houve um crescimento de 10 pontos percentuais para a criminalidade e o tráfico, que naquela época somava 53%.

A corrupção aumentou 5 pontos. Em novembro, 55% das pessoas a consideravam como maior problema do Brasil.

Fonte: AtlasIntel/Bloomberg • Margem de erro: 1 ponto percentual
Fonte: AtlasIntel/Bloomberg • Margem de erro: 1 ponto percentual

Em seguida, aparecem os problemas com a economia e a inflação do país, com 21,9%. O extremismo e a polarização política alcançaram 21,5%.

O enfraquecimento da democracia e o mau funcionamento da justiça, contabilizaram 16,1% e 14,4%, respectivamente.

A lista seque com a degradação do meio ambiente e aquecimento global (10,5%), conservadorismo (10,3%) e a pobreza, desemprego e desigualdade social (10,1%).

Problemas econômicos como o equilíbrio fiscal e gestão de finanças públicas somaram 9,3%. Já os impostos altos e ambientes de negócios chegaram a 8,7%.

O racismo, homofobia, xenofobia e antissemitismo são considerados os maiores problemas para 7,4%.

Para 5,8% os problemas estão na situação da saúde brasileira e para 4,7%, na educação.

A violência policial também tem 4,7% e ameaças externas como guerras e terrorismo tem 3,1%.

São 2% das pessoas que disseram acreditar que o maior problema seria outro. A mudança dos valores tradicionais foi votada por 1,2%.

Por fim, problemas com estradas, portos e aeroportos e a migração e o controle das fronteiras contabilizaram 0,3%, cada.

Foram entrevistados 5.510 brasileiros, por meio do Atlas RDR, um recrutamento digital aleatório, entre os dias 22 e 27 de novembro. A margem de erro é de 1 ponto percentual, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

Fonte: CNN Brasil

São Paulo entra no Top 20 das melhores cidades do mundo; veja ranking

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Vida noturna, gastronomia e centro de compras se destacam entre os principais atrativos da capital paulista

São Paulo foi eleita a 18ª melhor cidade do mundo, de acordo com a pesquisa World’s Best Cities da consultoria Resonance. A capital paulista foi a cidade brasileira mais bem posicionada no ranking, que ainda contou com a presença do Rio de Janeiro na lista, ocupando a 42ª posição.

A cidade subiu no ranking global de “amabilidade” e passou a ocupar o 8º lugar, graças à sua famosa vida noturna, que se estende até altas horas. A cena gastronômica de São Paulo permanece entre as 5 melhores do mundo. A cidade também está entre as três melhores do mundo para compras, com destaques para as lojas de luxo da rua Oscar Freire.

A cidade também se destacou pela presença dos parques lineares e ciclovias ao longo do Rio Pinheiros, que tem atraído cada vez mais visitantes para a orla nos fins de semana, bem como para galerias e casas noturnas.

“A expansão de empresas de computação em nuvem e fintechs em torno de Faria Lima e Berrini sinaliza um apetite contínuo por investimento estrangeiro direto, com a nova capacidade de data centers surgindo nos últimos anos e florescendo”, diz a pesquisa.

As 3 melhores cidades do mundo

1ª Londres

A cidade figura como a melhor cidade do mundo pelo 11º ano consecutivo e já ganhou o apelido de “capital das capitais” no ranking das Melhores Cidades do Mundo. A capital do Reino Unido é considerada a número um em prosperidade, a segunda melhor em amabilidade e a terceira em habitabilidade, ou qualidade de vida.

2ª Nova York

Em segundo lugar aparece Nova York, o coração da pulsante dos Estados Unidos. Com quase 65 milhões de turistas visitando a cidade todos os anos, Nova York deve ter um novo pico em 2026. Isso porque, a cidade irá sediar a final da Copa do Mundo da Fifa no próximo ano, a ser realizada no MetLife Stadium.

3ª Paris

A cidade-luz aparece em terceiro lugar, recebendo desde empreendedores a formadores de opinião, passando por viajantes ávidos por novas experiências. Cada vez mais, Paris tem se reinventado seu estilo urbano, voltada para o futuro.

Critérios do ranking

Para classificar o desempenho e a percepção das Melhores Cidades do Mundo para 2026, a Resonance analisou as principais cidades de áreas metropolitanas com populações superiores a 1 milhão de habitantes. Foram combinadas estatísticas e dados gerados por usuários de fontes online como Google, Instagram e TikTok para medir a qualidade do lugar em termos de fatores experienciais. Desde 2022, nenhuma cidade russa está sendo avaliada por conta da Guerra contra a Ucrânia.

Três grandes critérios são avaliados: habitabilidade, amabilidade e prosperidade. Cada um deles se divide entre pelo menos uma dezena de sub-itens que vão desde taxa de desemprego, ecossistema para negócios, centros de convenções, museus, restaurantes, vida noturna, áreas verdes, risco climático, entre outros.

Neste ano, a pesquisa destaca os efeitos das movimentações geopolíticas sobre o realinhamento social, em grande parte influenciado pela política comercial do presidente norte-americano, Donald Trump.

“O impacto dessas tendências globais é evidente nos resultados do relatório deste ano, onde nossa pesquisa mostra uma diminuição no desejo de visitar destinos nos Estados Unidos por parte dos participantes globais da pesquisa, enquanto outros destinos registram um aumento nesse desejo. Há também menos cidades americanas no ranking das 20 melhores este ano em comparação com o ano passado”, diz o relatório.

Fonte: Istoé Dinheiro

Morte e IA: A Longevidade Extrema na Sétima Década do Século XXI

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IA, saúde e finitude: os novos debates de um planeta que envelhece devagar e vive muito.

Ao alcançarmos a sétima década do século XXI, a humanidade vive uma transformação inédita: a longevidade atinge níveis que antes pertenciam apenas à ficção. Graças à medicina de precisão, terapias personalizadas, edição genética, sensores biométricos contínuos e IA aplicada à saúde, doenças crônicas são evitadas antes mesmo de se manifestarem. O envelhecimento fisiológico desacelera; o corpo humano se torna mais resiliente, mais eficiente e mais duradouro.

A experiência de envelhecer muda profundamente. Os 80 anos do passado equivalem agora aos 50 de outrora; e os 100 anos tornam-se marco comum. A vida se expande para além do que as gerações anteriores poderiam conceber, e essa expansão traz consigo impactos psicológicos, sociais e filosóficos. Quando viver muito era privilégio de poucos, a longevidade era celebrada como triunfo. Mas quando todos vivem mais — e com alta qualidade — um novo sentimento começa a emergir.

A IA, além de prevenir doenças, também acompanha, interpreta e prediz humores, memórias e comportamentos. Ela se torna curadora da saúde mental e guardiã das experiências acumuladas. Cada pessoa passa a dispor de um registro vivo de sua trajetória, capaz de restaurar lembranças, organizar narrativas e dar sentido ao passado. Isso gera um paradoxo: quanto mais plena a vida, mais intensa a sensação de completude. E quanto mais completa, mais a morte assume um novo significado.

Ao mesmo tempo, a própria sociedade se reorganiza. O ‘tempo livre’ deixa de ser um luxo e se torna a questão central da existência. Aqui, a utopia do ‘ócio criativo’, prevista pelo filósofo italiano Domenico De Masi, encontra sua realização ou seu maior desafio. Com a IA gerenciando a complexidade logística do mundo e a saúde do corpo, os humanos são confrontados com a liberdade de usar décadas de vida extra para a fusão entre trabalho, estudo e lazer, focando na criação de sentido. Aposentadorias são reinventadas, ciclos da vida tornam-se múltiplos e novos propósitos surgem. A morte, paradoxalmente, torna-se ainda mais preciosa — porque surge como último território de mistério em um mundo que tudo explica, tudo mede, tudo prevê.

O ser humano, que por milênios temeu a morte e buscou adiá-la, começa a encará-la como experiência final — talvez até desejável. Não por desesperança, mas por saturação. Quando “tudo já foi vivido”, quando a existência se torna vasta, rica e extensa, surge um novo tipo de cansaço: não um cansaço físico, mas um cansaço do tempo. A morte, antes inimiga, passa a ser compreendida como etapa natural de um ciclo pleno, não como ruptura traumática.

Nesse novo horizonte, dilemas éticos se intensificam. Como definir o momento certo de partir? Quem decide? O próprio indivíduo? A família? Um sistema regulatório? A IA pode ajudar na tomada de decisão, mas não pode determinar o valor metafísico da existência. A humanidade reencontra questões filosóficas ancestrais, agora sob novas lentes tecnológicas.

A grande lição dessa era é que, por mais que ampliemos a vida, jamais eliminaremos sua finitude. E talvez seja esse limite que preserve nossa humanidade. A morte, sempre temida, revela-se como última aventura — a única experiência que nunca foi vivida, a única porta que permanece fechada ao conhecimento algorítmico.

No século da longevidade extrema, a IA permite que vivamos melhor, por mais tempo, com mais sentido. Mas não nos liberta da condição essencial: somos seres finitos. E é justamente essa finitude que dá profundidade à vida. A morte, enfim, deixa de ser ausência — torna-se culminação.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Portal CSC 

Brasil perde 6 mil piscinas de água tratada por dia, diz estudo

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Desperdício representa 40,31% da água produzida

O Brasil desperdiça diariamente o equivalente a 6.346 piscinas olímpicas de água tratada antes que ela chegue às torneiras. O cálculo faz parte do Estudo de Perdas de Água 2025, divulgado pelo Instituto Trata Brasil (ITB) em parceria com a GO Associados.

O levantamento usa dados do Sistema Nacional de Informações em Saneamento (SINISA, base 2023) e mostra que o país perdeu 5,8 bilhões de metros cúbicos de água tratada em um ano, volume suficiente para abastecer cerca de 50 milhões de pessoas.

As perdas totais representam 40,31% da água produzida, porcentagem acima da meta de 25% definida pela Portaria 490/2021, do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

As regiões Norte (49,78%) e Nordeste (46,25%) registram os piores índices. Estados como Alagoas (69,86%), Roraima (62,51%) e Acre (62,25%) desperdiçam mais da metade da água distribuída. Já Goiás (25,68%), Distrito Federal (31,46%) e São Paulo (32,66%) têm os melhores indicadores.

É considerada perda de água aquela que ocorre por causa de vazamentos, erros de medição e consumos não autorizados. Segundo o estudo, somente as perdas físicas — sobretudo vazamentos — ultrapassam 3 bilhões de metros cúbicos por ano. Esse volume seria capaz de garantir água às 17,2 milhões de pessoas que vivem em comunidades vulneráveis por quase dois anos.

As perdas também geram custos adicionais para o sistema, segundo o estudo: maior gasto com químicos, energia, manutenção, uso excessivo de infraestrutura e captação desnecessária em mananciais já pressionados pelas mudanças climáticas.

O impacto ambiental é direto. A necessidade de captar mais água do que a demanda real aumenta a pressão sobre rios, reduz a disponibilidade hídrica e amplia os custos de mitigação. Em um país que já enfrenta secas prolongadas, calor extremo e alteração no regime de chuvas, a tendência é de agravamento. O estudo lembra que cerca de 34 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à água tratada.

“Ainda vemos um progresso tímido nos índices de redução de perdas de água, enquanto milhões de brasileiros continuam sem acesso regular e de qualidade à água potável, fundamental para uma vida digna. Perdemos diariamente mais de 6,3 mil piscinas de água potável, um exemplo alarmante de ineficiência”, diz Luana Pretto, presidente-executiva do Trata Brasil.

“Eventos como secas intensas, alterações nas chuvas e calor extremo têm agravado a escassez hídrica, afetando nossos rios e desafiando a capacidade do país em garantir o fornecimento de água para todos. Investir na redução de perdas e na modernização da infraestrutura não é apenas necessário, mas urgente”, complementa.

As discrepâncias regionais mostram que os piores indicadores estão nos locais com menor capacidade de investimento e maior vulnerabilidade institucional. Para os autores, reduzir perdas é também uma estratégia de adaptação climática, essencial no cenário discutido durante a 30ª Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas (COP30).

Segundo o estudo, se o Brasil reduzisse o índice atual para os 25% previstos pela regulação, economizaria 1,9 bilhão de m³ de água — volume equivalente ao consumo de 31 milhões de pessoas em um ano. O ganho econômico estimado é de R$ 17 bilhões até 2033, valor que aumentaria a resiliência dos municípios e ampliaria a oferta de água em meio ao avanço das mudanças climáticas.

Fonte: Agência Brasil