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Mortes no trânsito: ônibus são responsáveis por apenas 1% dos casos; motos lideram com 43%

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Estudo do Infosiga do Detran-SP revela que mortes no trânsito em Sâo Paulo cresceram no ano de 2024

O Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP), através do Infosiga, apresentou dados estatísticos de mortes no trânsito no estado de São Paulo para este ano. Segundo as informações dos gráficos ilustrativos, 43% das mortes no trânsito vieram de motocicletas, enquanto ônibus foram responsáveis por apenas 1% das vítimas de 2025.

O total de vítimas em motocicletas é de 1.985 pessoas de um total de 4.591 mortes no trânsito neste ano, em que a maioria dos acidentes vieram de colisões com outros veículos. A maioria das vítimas de trânsito no estado tem um gênero e idade definido: homens com idades entre 20 e 29 anos, que somam 848 vítimas em 2025.

Mortes de pedestres correspondem a 22% do total no estado de SP no ano, com 1009 atropelamentos. Já acidentes com carros, também representam 22% das mortes, com maiores casos em colisão e choque, que são quando o veículo bate em outro em movimento e quando bate em um objeto parado, respectivamente.

Mortes no trânsito na cidade de São Paulo

A capital paulista contabiliza 767 vítimas de trânsito neste ano, cerca de 16,7% do total de mortes no estado. Nos últimos 12 meses, a cidade de SP figura em 22º no ranking de maior taxa de mortalidade a cada 100 mil habitantes, mas com o maior número bruto de 1.011 óbitos.

A linha de projeção traçada para o ano segue sendo utilizada para marco referencial, mas na cidade de São Paulo, o número de mortes ao longo dos meses vêm superando essa estatística. Mesmo assim, o número acumulado no ano na capital é 2,3% menor que o mesmo período no ano de 2024.

As dez primeiras colocadas com mais de 300 mil habitantes no ranking de mortalidade

O ranking inicia a lista com Piracicaba, cidade no inteiror a cerca de 1h30 de São Paulo. Com pouco mais de 427 mil habitantes e 82 óbitos no últimos 12 meses, a cidade concentra uma média de 19,20 mortes no trânsito a cada 100 mil habitantes.

As 10 primeiras colocadas são as cidades a seguir:

Para acesssar os dados completos basta clicar aqui e entrar no site do Inforsiga.

Fonte: Mobilidade Estadão

Governo do Brasil amplia incentivo à mobilidade ativa e destaca renovação de frotas como eixo da descarbonização do transporte

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Novo PAC prevê R$ 31 bilhões em investimentos em mobilidade urbana

As bicicletas têm ganhado espaço estratégico nas políticas de mobilidade urbana do país. De veículo associado ao lazer, elas passam a integrar soluções estruturantes para a chamada “última milha”, com o objetivo de tornar os deslocamentos mais sustentáveis e eficientes. Na seleção do Novo PAC Mobilidade 2025, o Ministério das Cidades incluiu projetos de bicicletas públicas compartilhadas e ciclovias conectadas ao transporte de massa, voltados a municípios com mais de 150 mil habitantes e com condições especiais de financiamento.

A aposta na integração entre ciclovias, sistemas de bicicletas públicas e transporte coletivo é vista como um avanço essencial para ampliar o acesso da população ao transporte sustentável. A combinação de modais permite deslocamentos mais eficientes e reduz a emissão de poluentes, além de incentivar hábitos mais saudáveis.

“A bicicleta, além de ser um veículo sustentável importante para a mobilidade, é um promotor da saúde, do lazer e da qualidade de vida. Integrar a mobilidade em todos os níveis é fundamental para garantir soluções eficientes, especialmente na última milha”, afirma Antonio Espósito, coordenador-geral de Regulação da Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades.

Para Thomas Maltese, líder de Ônibus Zero Emissões do C40, a eletrificação das frotas deve caminhar junto com o incentivo à mobilidade ativa. “É muito importante utilizar o ônibus elétrico como catalisador para aprimorar o sistema de transporte público. Isso ajuda a atrair mais passageiros e, ao mesmo tempo, estimula soluções baseadas na natureza”, explica. Ele destaca ainda que o redesenho urbano, incluindo ciclovias protegidas, calçadas mais largas e opções diversas para a última milha, pode potencializar essas transformações e mitigar efeitos climáticos extremos.

Renovação de frotas

Além do incentivo às bicicletas, o Ministério das Cidades apresentou, durante a abertura da Estação do Desenvolvimento da Confederação Nacional do Transporte (CNT), na COP30, em Belém (PA), o Refrota, programa de renovação de frotas voltado à descarbonização do transporte coletivo urbano. A iniciativa foi ressaltada como uma das ações concretas que demonstram o compromisso do Brasil em reduzir emissões no setor, que responde por cerca de 47% dos gases de efeito estufa no país, segundo a Empresa de Pesquisa Energética.

“O Brasil está comprometido em trazer as pessoas de volta ao transporte coletivo. Para isso, precisamos renovar as frotas, investir em corredores de BRT e tornar o transporte mais confortável e rápido”, afirmou o ministro das Cidades. Ele lembrou que o Novo PAC prevê R$ 31 bilhões em investimentos em mobilidade urbana, dos quais R$ 16,4 bilhões são destinados à renovação de frotas. O montante permitirá a aquisição de mais de 10 mil veículos, distribuídos em 190 municípios.

A seleção do PAC 2024 já havia garantido recursos para 2.296 ônibus elétricos, 3.015 ônibus Euro 6 — menos poluentes —, além de 39 veículos sobre trilhos, reforçando o movimento de modernização e descarbonização do transporte coletivo no país.

Com ações combinadas — da promoção da mobilidade ativa à renovação de frotas —, o governo aposta em um sistema de transporte mais integrado, sustentável e capaz de melhorar significativamente a qualidade de vida nas cidades brasileiras.

Fonte: Casa Civil

Nascimento e IA: A Geração que Desperta na Terceira Década do Século XXI

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O impacto da IA na formação cognitiva, emocional e social das crianças do século XXI.

As crianças que nascerem na terceira década do século XXI já chegarão ao mundo respirando um ar novo — um ar digital, inteligente, responsivo. Diferentemente das gerações precedentes, que testemunharam gradualmente a ascensão dos computadores, da internet e dos smartphones, esses recém-nascidos já se desenvolverão em ambientes onde a Inteligência Artificial é tão onipresente quanto a eletricidade. Crescerão entre dispositivos que predizem necessidades, ambientes que se adaptam às suas emoções e rotinas conduzidas por algoritmos capazes de aprender junto com elas.

Essa geração inicia seus primeiros passos em um ecossistema educacional completamente remodelado. A aprendizagem não se limita a uma sala de aula; ela se desdobra em plataformas personalizadas que identificam ritmos, interesses e lacunas de conhecimento. As crianças não são meras receptoras do ensino — são coautoras de suas trilhas, guiadas por assistentes inteligentes que as provocam, desafiam e ampliam seu repertório cognitivo. As antigas dificuldades de atenção, motivação e engajamento assumem novos contornos quando cada criança tem acesso a um modelo educacional calibrado ao seu próprio modo de ser. Até porque as crianças da terceira década do século XXI chegarão em um mundo desafiador que vive uma dualidade máxima: o ápice do conhecimento sobre o desenvolvimento humano que colide com a vida acelerada dos pais. É uma geração que nasce da tensão entre a necessidade de vínculo orgânico e a realidade de pais otimizados por agendas, multitarefas e uma conectividade que nunca descansa.

O brincar, primeira forma de aprendizado humano, ganha releituras profundas nesse contexto. Brinquedos passam a integrar sensores, linguagens naturais, mundos imersivos e interações adaptativas. As crianças aprendem coordenação motora com dispositivos que monitoram posturas; iniciam habilidades esportivas com companheiros virtuais que corrigem movimentos; descobrem artes em ambientes aumentados que expandem sua imaginação. Tudo isso, no entanto, sem apagar aquilo que nos torna humanos: a curiosidade, a sociabilidade, a necessidade de pertencimento e o impulso lúdico ancestral que atravessa gerações.

Nesse novo cenário, até mesmo o “bicho-grilo” — essa figura histórica do jovem que desafia padrões e representa o espírito contestador da adolescência — assume outras formas. Os adolescentes da década de 2030 e 2040 encontrarão espaços para subversão não apenas na música, na moda ou na política, mas também no código, nos sistemas, nos fluxos de dados. O comportamento contestador poderá surgir na recusa a algoritmos preditivos, na defesa da privacidade, na busca por experiências analógicas que reconectem com raízes biológicas e culturais. O velho atavismo humano — o de querer ser livre — persistirá, apenas se recombinando num contexto hiperconectado.

Mesmo nesse mundo sofisticado, as emoções continuam profundamente humanas. A infância seguirá sendo um espaço de descobertas, afetos, contrastes, frustrações e conquistas. A tecnologia expandirá o repertório, mas não substituirá a organicidade do desenvolvimento. A IA moldará comportamentos, sim, mas não eliminará o instinto humano ancestral: o de crescer, explorar e se diferenciar.

Essa geração que nasce agora não será mais ou menos humana do que as anteriores — será humana de outro modo. Carregará consigo o desafio de integrar a natureza com o artificial, o biológico com o algorítmico, o instintivo com o preditivo. E talvez seja justamente nessa integração, feita desde o berço, que emerja a primeira geração verdadeiramente híbrida da história. Uma geração que não teme a tecnologia, mas a incorpora como extensão de si, permitindo que o humano floresça em novas direções.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Portal CSC 

COP30: Brasil lança Plano Nacional de Arborização para garantir cidades mais verdes até 2045

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Dados do IBGE de 2022 que apontam que cerca de 33% das cidades do país não possuem sequer uma árvore em frente às residências.

No quarto dia da COP30, o Ministério do Meio Ambiente e do Clima apresentou o Plano Nacional de Arborização e Urbanização das Cidades Brasileiras.

O lançamento ocorre diante de dados do IBGE de 2022 que apontam que cerca de 33% das cidades do país não possuem sequer uma árvore em frente às residências, situação que preocupa as autoridades. O plano prevê que, até 2045, todas as cidades brasileiras contem com áreas urbanas arborizadas, como forma de reduzir os impactos das mudanças climáticas e melhorar a qualidade de vida da população.

Maurício Guerra, diretor de meio ambiente urbano do Ministério do Meio Ambiente e do Clima, conversou com a CBN sobre o assunto.

“Os estados também vão poder prover agora recursos de apoio aos municípios para também elaborar seus planos municipais de arborização urbana. Agora, isso passa a ser uma política de governo federal, de uma política da União junto aos seus entes federados, para prover até 2045 que 100% dos municípios brasileiros tenham seus planos municipais de arborização urbana.”

O levantamento levou em consideração os recentes impactos climáticos registrados em diversas regiões do país, incluindo Paraná e Rio de Janeiro, entre outros estados. Segundo o Ministério do Meio Ambiente e do Clima, esses eventos motivaram a aceleração do lançamento do programa durante a COP30, marcando também o início de sua implementação.

Fonte: CBN

Dez anos da tragédia de Mariana: Justiça britânica decide que BHP é responsável pelo desastre ecológico

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Sentença do Tribunal Superior de Londres pode abrir caminho para indenizações bilionárias a mais de 600 mil afetados pelo rompimento da barragem de Fundão, em 2015

Um tribunal britânico decidiu nesta sexta-feira que a gigante mineradora australiana BHP, coproprietária da Samarco ao lado da mineradora brasileira Vale, é “parcialmente culpada” pela tragédia em Mariana — um dos maiores desastres ambientais do Brasil, ocorrido em 2015 —, em uma decisão que pode abrir caminho para indenizações bilionárias.

O julgamento no Tribunal Superior de Londres (High Court) ocorreu entre outubro de 2024 e março de 2025, com depoimentos de especialistas e vítimas apresentados de forma sucessiva.

Com o reconhecimento da responsabilidade da BHP, mais de 600 mil afetados ainda terão de esperar um segundo julgamento, previsto para começar em outubro de 2026, para a definição dos valores de reparação.

O colapso da barragem de rejeitos da mina de ferro de Fundão, em 5 de novembro de 2015, perto de Mariana, em Minas Gerais, deixou 19 mortos, destruiu comunidades inteiras e despejou 40 milhões de metros cúbicos de lama tóxica. O material percorreu 650 quilômetros pelo Rio Doce até alcançar o oceano Atlântico.

Os autores da ação recorreram à Justiça britânica por considerarem insuficientes os processos conduzidos no Brasil. Eles reivindicam 36 bilhões de libras (mais de R$ 251 bi) por danos e prejuízos.

Mais de 600 mil afetados

Entre os mais de 600 mil afetados estão 31 municípios brasileiros, empresas e diversas comunidades indígenas. A tragédia deixou mais de 600 desabrigados, matou milhares de animais e devastou áreas de floresta tropical protegida.

A BHP mantinha duas sedes à época do rompimento, uma delas em Londres, o que possibilitou o julgamento no Reino Unido. Desde o início, a empresa negou ser “poluidora direta”. Já os advogados das vítimas afirmam que a companhia tinha conhecimento, praticamente desde o começo, dos graves riscos representados pela barragem.

Após o início da ação em Londres, a Justiça brasileira absolveu as empresas em novembro, alegando que as provas analisadas não foram “determinantes” para estabelecer a responsabilidade. Pouco antes, em 25 de outubro, quando o julgamento britânico acabara de começar, autoridades brasileiras firmaram com as empresas um acordo de indenização de R$ 132 bilhões (cerca de US$ 25 bilhões).

“No Brasil, não houve justiça”, afirmou em março, em Londres, Pamela Rayane Fernandes, uma das três vítimas presentes no último dia do julgamento, que perdeu a filha de cinco anos na tragédia.

Esperança na Justiça britânica

A empresa australiana afirmou ter prestado assistência financeira a 432 mil pessoas, empresas locais e comunidades indígenas. Mas os advogados do grupo de vítimas sustentam que o acordo firmado pela BHP com autoridades brasileiras cobre menos de 40% dos afetados.

— As empresas simplesmente tentam pagar o mínimo possível para prolongar a situação e o sofrimento das vítimas — declarou em março Tom Goodhead, diretor-geral do escritório britânico Pogust Goodhead, que representa os autores da ação. E acrescentou: — Estamos tentando obter mais dinheiro para mais pessoas. Para as vítimas, mais importante que o dinheiro é a responsabilização.

O prefeito de Mariana, Juliano Duarte, que participou de uma audiência sobre o caso em Londres em julho, também demonstrou confiança na Justiça britânica.

— Nossa esperança é que aqui, em Londres, o município seja ouvido, porque no Brasil não fomos ouvidos — disse à AFP.

Para Duarte, a decisão desta sexta-feira pode levar a BHP a negociar diretamente com os demandantes.

— O município está aberto ao diálogo e às negociações, mas não aceitaremos migalhas como as que foram oferecidas no Brasil — afirmou.

Fonte: O Globo

Cidades precisam estar preparadas para eventos climáticos, alertam especialistas

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“Nossas cidades foram adaptadas para o clima do passado e não para o clima do futuro”, alertou Lena Fuldaer, executiva da Allianz

Belém — As mudanças climáticas estão afetando a frequência de eventos climáticos nas cidades, afetando a vida da população e, consequentemente, o mercado de seguros, de acordo com especialistas que participaram de um debate sobre cidades resilientes e planejamento urbano para um clima imprevisível, na Casa do Seguro, em paralelo à 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas (COP30), em Belém, na manhã desta quarta-feira (12/11).

“Nossas cidades foram adaptadas para o clima do passado e não para o clima do futuro”, alertou Lena Fuldaer, líder de Sustentabilidade Global e Soluções Resilientes da Allianz. Com base em dados da ONU, ela lembrou que, até 2050, 70% das pessoas devem viver nas áreas urbanas. “O clima dessas cidades não são desenhadas para as mudanças climáticas e precisamos construir cidades para se adaptarem a isso”, explicou, durante evento na Casa do Seguro em Belém.

Ela citou exemplos como Cingapura, Roterdã, nos Países Baixos, e Medellín, na Colômbia, que possuem espaços verdes que ajudam na proteção para enchentes e no resfriamento local. “Essas cidades mostram três princípios: soluções com benefícios para a população local, design para extremos, não médias, e integração com o conhecimento das comunidades, que são fundamentais para adaptação e integração”, afirmou.

David White, diretor da Coalizão para Infraestrutura Resiliente a Desastres (CDRI), destacou que a boa notícia é que todos acabam investindo agora em resiliência contra enchentes. “Essa é a oportunidade”, alertou.

Especialistas lembraram que, nas últimas décadas, os estudos recentes mostram que a ocorrência desses eventos climáticos aumentou 200% nas últimas décadas. No caso das enchentes no Rio Grande do Sul, em 2024, os prejuízos somaram R$ 100 bilhões, mas apenas R$ 6 bilhões desse montante estavam cobertos com alguma apólice,ou seja, havia uma lacuna de proteção de 94%, conforme dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg).

“Houve aumento de mais de 20% ao ano de sinistros por conta de alagamentos, afetando a nossa frota, que lá atrás, uma grande enchente no mercado de seguro, demorava para acontecer. Agora, a gente percebe que os eventos climáticos são mais frequentes”, afirmou Fabio Morita, diretor e executivo de Auto, Massificados e Vida da Allianz, em referência à base de veículos segurados pela empresa alemã, de 2,5 milhões.

“Acreditamos que a indústria de seguros tem um grande papel de reduzir riscos com sustentabilidade e resiliência”, afirmou. Segundo ele, as seguradoras estão tendo que se adaptar a riscos seguráveis, na linha da mitigação da pegada de carbono, ampliando o leque e coberturas, tanto que houve aumento de 34% do uso de bicicletas nas capitais desde 2020. “Hoje, há novas formas de mobilidade e as redes e oficinas preparadas para a assistência a carros elétricos e guincho 24 horas preparado para a pane elétrica, que está substituindo a pane seca, e, assim, levar o veículo até o ponto de recarga mais próximo”, explicou.

Fonte: Correio Braziliense

Medellín: Uma Inspiração para Cidades Inteligentes no Brasil

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Como o modelo de inovação urbana de Medellín, focado em educação, inclusão e tecnologia pode servir de exemplo para as cidade brasileiras

Em setembro de 2021, tive a oportunidade de participar de uma missão técnica a Medellín, na Colômbia, junto a uma comitiva composta por representantes do Executivo e Legislativo de Criciúma. O objetivo era conhecer o ecossistema de inovação da cidade, que a transformou de uma das mais violentas do mundo para uma das mais inovadoras.

A visita nos permitiu entender como Medellín conseguiu criar um modelo sustentável de desenvolvimento, focado na educação, na integração social e no uso inteligente da tecnologia. Diferentemente do Vale do Silício, que busca impacto global, Medellín concentra seus esforços na autosustentação da cidade e na melhoria da qualidade de vida de seus habitantes. Essa abordagem deve servir de inspiração para cidades brasileiras que buscam evoluir de forma integrada e inclusiva.

A Revolução da Comuna 13

No primeiro dia de visita, conhecemos a Comuna 13, um símbolo da transformação urbana e social da cidade. Antes uma das regiões mais perigosas de Medellín, hoje é um dos pontos turísticos mais visitados, repleto de grafites, manifestações culturais e jovens envolvidos em projetos de dança e arte. O que antes era sinônimo de medo, tornou-se um espaço de criatividade e desenvolvimento comunitário.

Essa mudança só foi possível graças a investimentos em infraestrutura, cultura e educação. Quando pensamos em requalificação urbana no Brasil, precisamos entender que não basta construir prédios e vias, é essencial criar um ambiente onde as pessoas possam se desenvolver e prosperar.

O Valle del Software: Tecnologia como Motor da Economia

Outro destaque da visita foi o Valle del Software, um programa que incentiva o desenvolvimento de startups e a formação de profissionais capacitados para a Quarta Revolução Industrial. Esse ecossistema de inovação tem sido fundamental para atrair investimentos, gerar empregos e consolidar Medellín como um hub de tecnologia na América Latina.

O modelo pode servir de inspiração para cidades brasileiras que buscam fomentar a economia digital. Criar espaços de coworking acessíveis, incentivar parcerias entre universidades e empresas, e apoiar startups locais são iniciativas que poderiam ser replicadas com sucesso no Brasil. Mas isso exige planejamento estratégico e uma visão de longo prazo. Precisamos começar agora para colher resultados no futuro.

Educação como Pilar da Inovação

Um dos fatores mais impressionantes em Medellín é o seu modelo educacional. A cidade investiu pesadamente na construção de bibliotecas-parques e centros educacionais de alta qualidade em regiões periféricas, garantindo acesso ao conhecimento e oportunidades para todos. O impacto dessa política é evidente na redução da violência e no aumento da empregabilidade.

Aqui está uma reflexão importante: se queremos um Brasil mais desenvolvido, precisamos priorizar a educação de forma estruturada. Não basta apenas aumentar o número de escolas, é essencial garantir qualidade no ensino e conexão com as demandas do mercado de trabalho.

Mobilidade Integrada e Infraestrutura Sustentável

Outro ponto de destaque foi o Sistema Integrado de Transporte, que combina metrô, teleféricos, ônibus e bicicletas, permitindo que os cidadãos se locomovam pela cidade de forma eficiente e acessível. A implantação do Metrocable, um teleférico interligado ao sistema de metrô, melhorou significativamente a mobilidade das comunidades nos morros, reduzindo o tempo de deslocamento e aumentando a segurança.

Além disso, Medellín se destaca pelo planejamento urbano sustentável. A cidade prioriza a arborização, garantindo espaços verdes que contribuem para a qualidade do ar e o bem-estar da população. A utilização da arquitetura em terra cota harmoniza a estética urbana entre o centro e as periferias, promovendo uma identidade visual integrada.

Esse é um ponto que merece atenção no Brasil: precisamos de cidades mais sustentáveis, onde a mobilidade e o meio ambiente sejam prioridades. Projetos inovadores não devem ser exclusivos de grandes metrópoles, mas sim adaptáveis a diferentes realidades urbanas.

O que o Brasil pode aprender com Medellín?

A experiência em Medellín mostrou que a inovação não está apenas ligada à tecnologia, mas também às políticas públicas voltadas para a educação, mobilidade e inclusão social. As cidades brasileiras poderiam adotar estratégias semelhantes, adaptadas às suas realidades, investindo em:

  1. Urbanização inclusiva – projetos que integrem comunidades periféricas ao centro econômico.
  2. Fomento ao empreendedorismo e inovação – criação de hubs tecnológicos para startups e economia digital.
  3. Educação transformadora – bibliotecas e centros de aprendizado acessíveis para todas as camadas sociais.
  4. Mobilidade inteligente – sistemas de transporte eficientes e sustentáveis.
  5. Sustentabilidade urbana – ampliação de áreas verdes e construção de espaços que harmonizem com o meio ambiente.

Medellín nos ensina que a verdadeira inovação é aquela que melhora a vida das pessoas. Ao implementar estratégias baseadas nesse modelo, podemos construir cidades mais inteligentes, humanas e sustentáveis no Brasil e no mundo.

E agora, qual será o nosso próximo passo?

A transformação de Medellín não aconteceu da noite para o dia. Foi fruto de planejamento, persistência e investimentos contínuos. Precisamos aprender com essa experiência e buscar soluções inovadoras para nossos desafios urbanos.

O que podemos fazer hoje para tornar nossas cidades mais inteligentes? Como cada um de nós pode contribuir para um futuro mais sustentável e inclusivo?

Que essa reflexão nos motive a agir. O futuro das nossas cidades depende das decisões que tomamos agora!

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Portal CSC.

P3C Regional Nordeste destaca potencial e desafios da infraestrutura na região

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Evento em Maceió reúne mais de 500 participantes e destaca oportunidades em infraestrutura, energia e desenvolvimento social no Nordeste

Maceió foi palco da edição Nordeste do P3C, o mais importante evento nacional sobre parcerias e investimentos em infraestrutura. Realizado no Espaço Armazém, o encontro reuniu 508 participantes presenciais e contou com 44 palestrantes distribuídos em três palcos simultâneos, consolidando-se como um espaço de diálogo estratégico entre o setor público, privado e a sociedade civil.

Com foco no desenvolvimento regional e nas oportunidades específicas do Nordeste, o evento abordou temas como descarbonização, energias renováveis, mobilidade e transporte, infraestrutura de abastecimento de água e saneamento, além de pautas sociais. O objetivo foi discutir soluções e projetos capazes de gerar impactos positivos e sustentáveis para mais de 56,4 milhões de pessoas, o que representa 26,9% da população brasileira.

O BNDES foi um dos patrocinadores do P3C Regional Nordeste, reforçando seu papel histórico no fomento à infraestrutura do país. Durante o evento, Luciene Machado, Superintendente da Área de Soluções para Cidades do banco, destacou a relevância do encontro e a importância da cooperação entre diferentes agentes para impulsionar o desenvolvimento econômico e social da região: “O BNDES é um tradicional parceiro da infraestrutura. Eu entendo que a Plataforma P3C e todos nós que participamos dela, de alguma forma, integramos esse enorme ecossistema, que é muito relevante para o país em termos dos desdobramentos que os investimentos em infraestrutura provocam na economia, quer na economia nacional, quer na macroeconomia, mas em específico nas economias locais, com seu potencial de geração de empregos de alta qualidade, de renda e de eficientização, de forma geral, que são efeitos que se espraiam para outros setores da economia também”, afirmou.

Leia mais: Pedidos de reequilíbrio econômico desafiam concessões e PPPs de saneamento

O P3C Regional Nordeste contou ainda com um ecossistema de peso, reunindo 18 patrocinadores e 25 apoiadores. O sucesso da edição também se refletiu na comunicação: foram registradas mais de 1.329 curtidas e 1,1 mil interações nas plataformas digitais. 

Leia mais: P3C Regional chega a Maceió para impulsionar PPPs e Concessões no desenvolvimento da infraestrutura regional

A programação reforçou as particularidades do Nordeste como uma região de grandes oportunidades e contrastes. Enquanto o investimento em energias renováveis desponta como um dos principais motores de crescimento, questões ligadas à infraestrutura de saneamento e abastecimento de água ainda representam desafios estruturais e, ao mesmo tempo, campos férteis para novos investimentos. Cidades nordestinas vêm se destacando em projetos voltados a infraestruturas municipais, como escolas, hospitais, clínicas, centros administrativos, centros de eventos e parques urbanos.

Destinado a profissionais do setor, executivos de empresas privadas e estatais, investidores, consultores, financiadores, agentes públicos, acadêmicos e estudantes, o P3C Regional Nordeste consolidou Maceió como um importante ponto de encontro para a troca de conhecimento e o fomento de parcerias voltadas à transformação da infraestrutura brasileira- com ênfase nas potencialidades e desafios da região Nordeste.

Para saber mais sobre a Plataforma P3C, clique aqui.

A desigualdade verde nas grandes cidades da América Latina

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Nas metrópoles latino-americanas, em geral, os ricos vivem mais perto de parques e árvores do que os pobres. Nas periferias, mesmo quando há vegetação, a acessibilidade é um desafio.Vista de cima, Paraisópolis, a maior favela da maior cidade do Brasil, é um círculo cinza rodeado por verde. Ao redor do aglomerado de casas precárias, ficam as residências espaçosas e os prédios de luxo do bairro do Morumbi, um dos mais ricos de São Paulo – e, não por acaso, também um dos mais arborizados.

A justaposição da favela pobre e do bairro rico já se tornou um lugar comum no Brasil. Fotos dessas realidades contrastantes são comuns nos livros didáticos do país, onde servem como ilustração da disparidade econômica. Entretanto, há um aspecto menos evidente da desigualdade vista na imagem: além de pobre, Paraisópolis é cinza. Além de rico, o Morumbi é verde.

Isso é importante porque viver em locais arborizados está associado a uma série de benefícios. A presença de vegetação reduz a sensação térmica em dias de calor extremo , e quem vive cercado por verde costuma ter melhor saúde mental e fazer mais atividades físicas, por exemplo.

Nas megacidades da América Latina, porém, a arborização acompanha divisões de classe e renda, de acordo com especialistas em urbanismo e ecologia das seis maiores cidades da região.

Pesquisadores de São Paulo (Brasil), Cidade do México (México ), Lima (Peru ), Bogotá (Colômbia ), Buenos Aires (Argentina ) e Santiago (Chile ) relatam que o crescimento urbano desordenado, a ausência de políticas públicas e a escassez de recursos fazem com que bairros pobres não tenham uma quantidade adequada de parques, espaços verdes e árvores nas vias. Tudo isso é visível de cima, usando imagens de satélite – e através delas podemos identificar onde estão os bolsões de verde e de cinza em cada cidade.

Menos árvores, mais calor

La Molina e San Isidro são dois dos bairros mais verdes de Lima, a capital do Peru. Ambos ficam em regiões ricas e, apesar do clima árido da cidade, praticamente dobraram sua cobertura verde desde os anos 1980, de acordo com um estudo recente que mensurou a densidade de vegetação em diferentes localidades usando imagens de satélite.

Em bairros periféricos, como Carabayllo e San Martín de Porres, aconteceu o oposto: o verde diminuiu ao longo das décadas, conforme a cidade se expandia de forma desordenada e a vegetação natural dessas áreas foi sendo substituída por uma urbanização densa e, muitas vezes, precária.

Para o estudo, os pesquisadores também compararam as temperaturas de bairros com diferentes graus de arborização e confirmaram que, em Lima, os bairros mais verdes são significativamente mais frescos que os demais. As áreas ricas, portanto, ficam menos expostas ao calor extremo.

“Há bairros onde os moradores têm telhados de zinco. Como não há áreas verdes suficientes, a temperatura, somada à presença desse tipo de material, aumenta. Isso gera estresse térmico. Não é o mesmo que morar em um bairro com mais arborizado e com materiais de construção mais adequados”, diz Dámaso Huaroto, professor de engenharia ambiental na Universidade Científica do Sul (UCSUR, na sigla em espanhol) e um dos autores do estudo.

A realidade que Huaroto descreve – um desenvolvimento urbano precário que prejudica os mais pobres – não é uma exclusividade de Lima. É, na verdade, algo comum nas metrópoles da América Latina.

Durante décadas, a migração em massa fez com que estas cidades crescessem sem planejamento, gerando zonas residenciais extensas e densamente povoadas nas periferias.

“Nos bairros marginalizados, quase todos os espaços são necessários para habitação. E quando as cidades crescem muito, as moradias começam a ficar cada vez mais distantes, o que exige deslocamento. Mesmo os espaços que não são utilizados para moradia passam a ser utilizados para transporte”, explica Francisco de la Barrera, pesquisador do Centro de Desenvolvimento Urbano Sustentável (Cedeus, na sigla em espanhol), um centro de pesquisa em urbanismo sediado em Santiago, capital do Chile.

Acesso a espaços verdes é marcado por divisão social

Um estudo conduzido por Barrera e outros seis pesquisadores mapeou áreas verdes em diversas regiões do Chile. Os pesquisadores também calcularam quantas pessoas moravam a uma distância a ser percorrida a pé para chegar até elas.

Em Santiago, a região com mais verde acessível fica ao redor do Cerro San Cristóbal, o maior parque da cidade – um local que concentra uma população de renda mais alta.

Em regiões mais pobres, a acessibilidade diminui. É o caso, por exemplo, de algumas áreas da Comuna de San Ramón.

Pesquisadores da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) detectaram uma realidade parecida na Cidade do México. Lá, existe uma correlação negativa entre o nível de marginalidade de uma região e a quantidade de áreas verdes de que ela dispõe. Na prática, isso significa que, quanto mais vulnerável socialmente é um local, menos parques e praças estão disponíveis para seus moradores.

A razão, assim como no Chile, envolve uma grande demanda por habitação. “A especulação imobiliária nessas zonas levou as construtoras a maximizar os lucros, se aproveitando da necessidade das pessoas de ter um lugar para viver. Elas se aproveitam de qualquer metro quadrado disponível”, diz Luís Zambrano, ecologista da UNAM.

O pesquisador, porém, também destaca uma aparente contradição: fugindo da regra, algumas das áreas residenciais pobres estão muito perto de áreas de vegetação preservada, o que resulta em uma cobertura verde acima da média – um fenômeno contraintuitivo que também acontece em outras cidades.

Quando há verde na periferia

Embora riqueza e cobertura verde estejam correlacionados, nem sempre os bairros pobres e periféricos são densos e cinzas. Em alguns casos, eles chegam a ser os locais mais verdes da cidade, em números absolutos.

De volta à São Paulo, por exemplo, a região periférica de Cidade Tiradentes, no extremo leste, tem uma cobertura vegetal maior que a de áreas ricas no centro. O mesmo ocorre em outros bairros nos extremos da cidade, como em Parelheiros, na Zona Sul. Ali, a vegetação é abundante, mas fica em locais de difícil acesso, como no topo de morros.

De acordo com Luiza Fernanda Tamas, gestora ambiental formada pela Universidade de São Paulo (USP) e moradora da cidade, viver perto desse tipo de vegetação não garante acesso aos benefícios que essas regiões oferecem.

“Eu sou do extremo norte de São Paulo, do bairro do Morro Doce, onde fica o Parque Anhanguera, o pico de Jaraguá, onde há remanescentes de Mata Atlântica”, conta Tamas, mencionando alguns dos maiores espaços verdes do município. “Mas no bairro em si há muita aridez e solo impermeabilizado. Na rua, onde a população anda, não há árvores.”

Uma realidade semelhante ocorre em Bogotá, capital da Colômbia. O bairro de Usme, no extremo sul, concentra a maior quantidade de cobertura verde por habitante, de acordo com uma pesquisa conduzida por Jéssika Zambrano, engenheira topográfica colombiana que hoje faz doutorado na Universidade Federal do Paraná (UFPR).

O extremo sul da capital colombiana, assim como o extremo norte de São Paulo, é cercado por reservas naturais e morros, mas suas zonas residenciais são densas e pouco arborizadas, com crescimento populacional rápido e desordenado.

“Apesar de Usme ter essa vista do parque, das florestas e das montanhas, a pobreza continua sendo a característica fundamental do bairro”, ressalta Jéssika Zambrano. “A localização dessas árvores não é nas vias, mas nos arredores, e as pessoas não têm acesso – só olham de longe”.

Os desafios da densidade

À primeira vista, a capital da Argentina, parece uma exceção. Um estudo realizado pela fundação sem fins lucrativos Bunge & Born mapeou as áreas verdes em todo o país, e a grande Buenos Aires é uma das poucas onde os mais ricos e os mais pobres vivem, em média, igualmente próximos de uma área verde.

No entanto, de acordo com Antonio Vazquez Brust, um dos autores do estudo, isso acontece porque há poucos parques na cidade e mesmo as áreas mais ricas são densamente povoadas – com a exceção dos condomínios fechados, que têm muitos espaços verdes que não são acessíveis ao público.

Uma saída, de acordo com um estudo de caso publicado pela mesma organização, seria converter locais como estacionamentos e depósitos em praças verdes, especialmente nas áreas mais centrais.

Outras sugestões mencionadas pelos pesquisadores entrevistados incluem priorizar espécies nativas em espaços públicos, a fim de reduzir os custos de manutenção, e, fundamentalmente, incluir as populações marginalizadas no debate sobre onde e como novas infraestruturas verdes devem ser desenvolvidas.

“As cidades são tão maleáveis quanto a natureza. Se precisarmos demolir um prédio para fazer um parque, isso pode ser feito”, diz Luís Zambrano, pesquisador da UNAM. “Parte do problema é que acreditamos que a batalha já está perdida, mas o asfalto pode ser removido. Custa muito tempo e dinheiro, mas é muito melhor do que continuar vivendo como vivemos agora. ”

Fonte: Terra

COP30: Cidades debate como enfrentar a elevação do nível do mar

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Evento dá continuidade ao seminário Resiliência Climática e Redução de Riscos de Desastres em Cidades Costeiras, realizado em Brasília em outubro pelo Ministério das Cidades em parceria com o UNDRR.

elevação do nível do mar pode provocar diversos problemas para as cidades. Inundações ocasionais e erosão na costa são os efeitos mais visíveis, mas até cidades sem praia podem ser muito afetadas, por exemplo, pela salinização de rios importantes para o abastecimento de água de cidades. Para discutir estratégias diante desse tipo de ameaça, o Ministério das Cidades participa nesta quarta-feira (12) do painel Gestão Abrangente de Riscos para Enfrentar os Impactos em Cascata da Elevação do Nível do Mar nas Cidades.  

O evento será realizado na Casa Vozes dos Oceanos (Centro Cultural Casa das Onze Janelas), em Belém (PA), dentro da programação oficial de eventos paralelos da COP30. A discussão abordará os múltiplos impactos da elevação do nível do mar sobre cidades costeiras e ribeirinhas e a necessidade de estratégias integradas para fortalecer a resiliência urbana. 

O debate contará com a participação do chefe da Assessoria Internacional do Ministério das Cidades, embaixador Antônio da Costa e Silva, do coordenador-residente do Sistema das Nações Unidas no Caribe Oriental, Simon Edward Springett, coordenadora regional para as Américas e o Caribe da iniciativa Cidades Resilientes 2030 (MCR2030) do Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNDRR), Adriana Campelo, e do gerente de projetos de Infraestrutura Verde-Cinza da Conservação Internacional Brasil, Renan Alves. A moderação será conduzida pelo professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Coordenador executivo do Veleiro de Expedições Oceanográficas da UFSC e Rede Clima, Paulo Horta. 

De acordo com dados do Escritório para Redução do Risco de Desastres das Nações Unidas (UNDRR), parceiro na organização do evento, um centímetro de aumento no nível do mar pode resultar na perda de até dez metros de faixa costeira, com efeitos em cascata que se estendem por mais de 100 quilômetros a partir do litoral. Esses impactos incluem a destruição de moradias e infraestruturas, afetando diretamente a saúde, a segurança e o bem-estar das populações. 

O evento dá continuidade ao seminário Resiliência Climática e Redução de Riscos de Desastres em Cidades Costeiras, realizado em Brasília em outubro pelo Ministério das Cidades em parceria com o UNDRR. O encontro reuniu especialistas e gestores públicos para ampliar o conhecimento sobre as causas da elevação do nível do mar e orientar políticas de adaptação nos municípios. 

Na ocasião, o ministro das Cidades, Jader Filho, destacou que a agenda brasileira para a COP30 prioriza estratégias de adaptação e resiliência nas regiões costeiras. “Precisamos cuidar do meio ambiente para evitar o aumento da temperatura dos oceanos e a elevação do nível do mar, mas também garantir que nossas cidades estejam preparadas para se adaptar. Esse é um tema central que levaremos à COP30”, afirmou o ministro. 

Seguindo a mesma linha, o embaixador Antônio da Costa e Silva reforçou a importância de integrar o planejamento urbano, a infraestrutura verde e azul e a adaptação climática para enfrentar os desafios das cidades costeiras. “O Mutirão Global da COP30 é uma oportunidade de fortalecer políticas e dar visibilidade a soluções inovadoras que conectam resiliência climática e desenvolvimento urbano sustentável”, afirmou. 

A discussão em Belém reforça a liderança do Brasil na promoção de uma abordagem multinível para a resiliência climática. No dia 14, ainda na programação da COP 30, o Ministério das Cidades promove mais um evento com o objetivo de dar maior visibilidade ao tema da elevação do nível do mar e seu impacto nos territórios urbanos. 

Fonte: Ministério das Cidades