spot_img
Home Blog Página 19

UNIÃO EUROPEIA APROVA MAIS UMA LEI ESG QUE IMPACTA EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS

A partir de 2027, empresas que fazem negócios com qualquer um dos 27 países da UE precisarão provar que seus fornecedores respeitam direitos humanos e meio ambiente — multas podem chegar a 5% da receita

O parlamento europeu aprovou na última semana uma lei que obriga companhias de todos os setores da economia que fazem negócios com a União Europeia a verificação de suas cadeias de valor.

Chamada de Diretiva de Due Diligence de Sustentabilidade Corporativa e batizada com a sigla CS3D (em alusão ao acrônimo CSDDD), a lei engloba desde a extração da matéria-prima à distribuição, venda e marketing do produto ou serviço final, e implica na necessidade de adoção de indicadores ambientais, sociais e de governança (ESG), sobretudo no que diz respeito a violações de direitos humanos e do meio ambiente.

As empresas que tiverem mais de mil funcionários e faturamento global acima de 450 milhões de euros precisarão auditar suas fornecedoras, por exemplo, sobre prática de desmatamento ilegal e implicações sobre perda de biodiversidade, trabalho análogo à escravidão e trabalho infantil. A previsão de especialistas é de que a lei tenha um efeito cascata – das grandes empresas às pequenas, com um potencial de transformação difícil de calcular.

A CS3D complementa uma série de outras leis estabelecidas pela UE nos últimos anos para incentivar a economia de baixas emissões de gases de efeito estufa, e já não é surpresa para exportadores brasileiros e seus fornecedores. Um exemplo de outra regra recente aprovada é a que proíbe a exportação para o bloco europeu de produtos agrícolas cultivados em áreas de desmatamento ilegal.

A diretiva implica cada um dos 27 países-membros da UE a criar uma legislação específica que atenda às exigências mínimas estabelecidas e colocar essas leis em vigor em até dois anos. Atualmente, França e Alemanha possuem leis de sustentabilidade corporativa e precisarão adequá-las aos novos parâmetros da UE.

A nova lei passa a valer entre 2027 e 2029, conforme o tamanho da empresa, começando pelas maiores – as que tiverem mais de 5 mil funcionários e faturamento global superior a 1,5 bilhão de euros em 2027. As empresas com 3 mil trabalhadores e um volume de negócios de 900 milhões de euros serão impactadas em 2028. E as com mil empregados e volume de negócios de 450 milhões de euros serão impactadas em 2029.

A diretiva ainda vai passar pela aprovação final dos ministros dos estados membros da UE e deverá ser publicada no Diário Oficial da UE.

Fiscalização

A Comissão Europeia deverá emitir uma série de recomendações, melhores práticas e diretrizes para o plano de transição das empresas e para o compartilhamento de informações auditadas.

O objetivo é que as empresas descubram os riscos e façam as mudanças necessárias para reduzir seu impacto negativo na sociedade e no planeta. As empresas também terão de adotar um plano de mitigação climática, em linha com o Acordo de Paris, para limitar o aquecimento global a 1,5ºC, descrevendo em detalhes a estratégia de transição detalhado, informando metas, prazos e investimentos.

A fiscalização deverá ser feita por autoridades nacionais competentes no estado em que a companhia está sediada, ou no local de onde provém a maior parte de seu faturamento. O valor da multa para quem infringir a diretiva poderá chegar a 5% da receita da companhia.

A recomendação de especialistas é que as empresas desde já identifiquem sua situação em relação às recomendações e passem a atuar para transformar o que for necessário para estar em conformidade.

Fonte: CNN Brasil

PARQUE DA MOBILIDADE URBANA 2024: TRANSFORMANDO AS CIDADES RUMO A UM FUTURO SUSTENTÁVEL

0

Evento na ARCA reúne líderes e especialistas para discutir tendências, desafios e soluções para a mobilidade urbana no Brasil

Nos dias 13 e 14 de junho de 2024, São Paulo se tornará o epicentro das discussões sobre mobilidade urbana sustentável, inclusiva e disruptiva com a realização do Parque da Mobilidade Urbana. Este evento, que ocorrerá na ARCA, não apenas busca expor e discutir as últimas tendências e desafios da mobilidade, mas também visa proporcionar uma experiência imersiva e reflexiva para todos os participantes.

O evento apresentará uma série de palestras, exposições e experiências interativas, com o objetivo de oferecer uma imersão completa no universo da mobilidade urbana. Esta edição abordará temas essenciais para a mobilidade urbana no país, incluindo transporte público; indústria da mobilidade; logística urbana inteligente e frotas conectadas; planejamento da mobilidade urbana nas cidades; tecnologia e inovação; segurança no trânsito nas ruas e inclusão; mobilidade ativa e mobilidade compartilhada; tendências em mobilidade aérea urbana e drones.

Com o intuito de promover debates e compartilhar conhecimento, o evento contará com 8 palcos simultâneos, rodadas de negócios, experiências interativas, exposições, workstations, transmissão ao vivo, espaços de convivência e a loja do Parque da Mobilidade Urbana.

Local e Data:

A ARCA, localizada em São Paulo, será o cenário para este evento inovador. Com quase 9.000m2 de área total e uma estrutura erguida na década de 1960, a ARCA desempenhou um papel crucial no desenvolvimento industrial da cidade. Hoje, é um espaço dedicado à indústria criativa, alinhando-se perfeitamente com a visão do Parque da Mobilidade Urbana. As atividades estão programadas para ocorrer nos dias 13 e 14 de junho de 2024, com horários detalhados para conferências e exposições.

Para quem é:

O Parque da Mobilidade Urbana é o maior evento de Mobilidade Urbana da América Latina e tem o objetivo de reunir organizações comprometidas com o desenvolvimento da mobilidade urbana sustentável, disruptiva e inclusiva e permeia os diferentes atores que fazem parte desse contexto e permite que o assunto seja abordado por meio de diversas esferas. 

O evento conta com exposição de produtos, serviços e tecnologias; demonstrações interativas; test drive e test ride; atividades recreativas; espaços de convivência; e muito conteúdo relevante sobre esse universo.

Empresas do Ecossistema de Mobilidade Urbana:

As organizações desse setor têm um papel fundamental para as tendências que guiarão o mercado e a manutenção e desenvolvimento urbano – o que reflete no futuro das cidades e da própria mobilidade urbana.

Para superar os desafios atuais da mobilidade é necessária a orquestração de diferentes iniciativas que dialoguem com todos os atores da esfera urbana. 

No amplo universo da mobilidade, aparecem negócios de todos os tipos: centenárias fabricantes de veículos, incluindo os micromodais, startups diversas, companhias de sistemas de transporte público de massa, transporte particular, mobilidade elétrica, seguradoras, consultorias, empresas ligadas à infraestrutura, entre outras.

Inclusão e Acessibilidade:

Um tema central nas discussões será a inclusão e acessibilidade na mobilidade urbana. Com a desigualdade entre diferentes áreas da cidade, garantir que todos os cidadãos tenham acesso a opções de transporte é fundamental. Além disso, a discussão sobre o papel do carro na mobilidade urbana destaca a importância de integrar veículos particulares aos sistemas de transporte público, tornando-os mais sustentáveis e acessíveis.

Palestrantes Confirmados:

O evento contará com uma lista extensa de palestrantes especializados em diferentes áreas do setor, incluindo líderes governamentais, especialistas em mobilidade urbana, representantes de empresas e organizações da sociedade civil.

  • Adão Castro, Secretário de Mobilidade Urbana – Prefeitura de Porto Alegre
  • Adriano de Andrade Bresolin, Coordenador do Laboratório de Eletromobilidade – IFSC- Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Santa Catarina
  • Arnaldo Lyrio, Conselheiro do Conselho de Arquitetura e Urbanismo – Prefeitura do Rio de Janeiro
  • Ariadne Samios, Coordenadora de Mobilidade Ativa – WRI Brasil
  • Bruno Rizzon, Coordenador de planejamento da mobilidade – WRI Brasil
  • Caio Figueiroa, Vice-presidente – ABRADE – Associação Brasileira de Direito Administrativo e Econômico
  • Celso Haddad Lopes, Presidente – EPT – Empresa Pública de Transportes de Maricá
  • Daniel Santini, Coordenador de projetos – Fundação Rosa Luxemburgo
  • Edson Guedes Filho, Secretário Municipal de Mobilidade Urbana e Pesquisador – Prefeitura de Jacareí e ITA
  • Felipe Stracci, Diretor – Plantar ideias
  • Flavio Soares de Freitas, Gerente de Projetos – Ciclocidade – Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo
  • Gabriel Fajardo, Secretário de Estado Adjunto de Parcerias e Concessões – Secretaria de Parcerias e Concessões – Governo do Estado do Rio Grande do Sul
  • Gilmar Pereira Miranda, Secretário Executivo de Transporte e Mobilidade Urbana – Prefeitura de São Paulo
  • Isabela Castro, Especial de Mobilidade Urbana Prefeitura de Fortaleza
  • Janaina Schoenmaker, Gerente – METRÔ – Companhia do Metropolitano de São Paulo
  • Letícia Diniz Dominguez Lima, Secretária Adjunta de Mobilidade Urbana – Prefeitura de São José dos Campos
  • Leandro Rodrigues e Silva, Gerente de Planejamento, Pesquisa e Inovação – CODEMGE – Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais
  • Leticia Sabino, Diretora Presidente e Coordenadora Executiva de Projetos – Instituto Caminhabilidade
  • Luis Fernando Villaça Meyer, Diretor de Operações – Instituto Cordial
  • Mariangela Marini dos Santos Pereira, Coordenadora de Educação e Cidadania – EMDEC – Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas
  • Márcio D’Agosto, Professor Associado – COPPE/UFRJ
  • Michelle da Silveira Rosa, Coordenadora de Inovação em Urbanismo e Mobilidade – EMDEC – Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas e SETRANSP – Secretaria de Transportes de Campinas
  • Mike Munhato, Business Dev Manager for eMobility – Mercedes Benz Brasil
  • Rafaella Basile, Coordenadora de Mobilidade e Políticas – Vital Strategies
  • Paula Faria, CEO e Idealizadora da Plataforma Connected Smart Cities
  • Renata Marè, Pesquisadora Associada – Núcleo de Apoio à Pesquisa USP Cidades – POLI-USP
  • Ronaldo Tonobohn, Diretor de Trânsito – Secretaria de Mobilidade e Transportes – Prefeitura de Diadema
  • Renato Boareto, Conselheiro Diretor – Instituto MDT
  • Ricky Ribeiro, Fundador – Mobilize Brasil
  • Sanderson Pajeú, CEO – NaPorta
  • Samuel Salomão, Co-Founder e CIO – Speedbird Aero
  • Simone Caberlon, Técnica em Trânsito e Transporte e Doutoranda e Pesquisadora – Empresa Pública de Transporte e Circulação – EPTC da Prefeitura de Porto Alegre e Universidade Presbiteriana Mackenzie
  • Sergio Avelleda, Sócio Fundador – Urucuia Inteligência em Mobilidade Urbana
  • Tarcísio Abreu, Presidente – CMTC – Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos
  • Ursula Troncoso, Urbanista e Fundadora – Ateliê Navio
  • Vinícius Issa Lima Riverete, Diretor-Presidente – EMDEC – Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas
  • Virginia Tavares, Coordenadora de Eletromobilidade – WRI Brasil
  • Willian Rigon, Sócio-diretor de Novos Negócios – Plataforma Connected Smart Cities & Mobility

Destaques Maio Amarelo:

Durante o evento, acontecerá a cerimônia de condecoração dos Destaques Maio Amarelo 2024, realizada pelo Observatório Nacional de Segurança Viária, a premiação tem o objetivo de reconhecer as ações realizadas durante o mês de maio e que visam promover a segurança no trânsito.

Além disso, o Observatório também marcará presença no Parque da Mobilidade Urbana com painéis de discussão sobre o tema.

Prêmio PMU: 

O objetivo do Prêmio Parque da Mobilidade Urbana é reconhecer e premiar iniciativas (públicas e privadas) e pessoas que promovam a mobilidade urbana sustentável, segura e inclusiva.

Além do reconhecimento pela ousadia, inovação e capacidade de liderar e implementar, o prêmio vai proporcionar visibilidade e, o mais importante, a possibilidade de escalabilidade dos projetos e iniciativas, assim como inspirar potenciais líderes a se espelharem em carreiras inspiradoras e disruptivas.

Sobre o Connected Smart Cities: O Connected Smart Cities funciona como uma plataforma completa de conteúdo com múltiplos canais e formatos que nos permitem estar sempre no dia a dia dos profissionais do ecossistema de cidades inteligentes. 

Sobre o Mobilidade Estadão: O Mobilidade Estadão é a unidade de negócios do Grupo Estado que possui uma plataforma que conecta milhões de pessoas com interesse sobre temas ligados à mobilidade, através dos super verticais ligados à Autos, Motos, Caminhões e Mobilidade. 

Junte-se a nós nesta jornada rumo a uma mobilidade urbana mais disruptiva, sustentável e inclusiva!

 

COMPLEXOS TURÍSTICOS SÃO OPORTUNIDADE PARA IMPLEMENTAÇÃO DE SOLUÇÕES DE MOBILIDADE MAIS SUSTENTÁVEIS

0

 O setor de Turismo tem grande potencial e oferece uma expressiva diversidade de atrações nas cidades brasileiras: praias, estâncias turísticas, gastronomia variada, pontos históricos, museus, atividades culturais, parques, entre outras.

O turismo é uma importante atividade para a economia brasileira e contribui, principalmente, para o desenvolvimento regional de diversas cidades, gerando emprego e renda. Contribuição essa que é reconhecida pela população, como revelou uma pesquisa divulgada recentemente pelo Ministério do Turismo que apontou a atividade como a segunda mais importante do país na avaliação dos brasileiros.

E não é para menos. O setor de Turismo tem grande potencial e oferece uma expressiva diversidade de atrações nas cidades brasileiras: praias, estâncias turísticas, gastronomia variada, pontos históricos, museus, atividades culturais, parques, entre outras. Muitos parques, aliás, são hoje verdadeiros complexos turísticos e reúnem opções de lazer, hospedagem, restaurantes e lojas. O setor de estacionamentos tem que estar inserido nessa infraestrutura, oferecendo serviços que garantam conforto, acessibilidade e segurança para os visitantes.

A Indigo Brasil enxerga nesses complexos turísticos uma oportunidade para desenvolver e implantar projetos de mobilidade turística com soluções mais sustentáveis. É o que estamos fazendo no Complexo Multiexperiências Boulevard Encantado, na cidade de Encantado, no Rio Grande do Sul, onde estão sendo incorporadas soluções, criadas pelo nosso departamento de Mobilidade e Parcerias, que já foram aplicadas separadamente em diferentes operações da Indigo no país e agora estarão todas reunidas num só local.

Além do estacionamento com 230 vagas para veículos e um bolsão com 20 vagas para os ônibus de excursão, a Indigo terá no local equipamentos para aluguel de bicicletas, patinetes e cadeiras de rodas motorizadas, e serviço de transfer em veículos elétricos. O objetivo é que os visitantes do Complexo Multiexperiências Boulevard Encantando deixem seus carros estacionados e usem esses modais para se locomoverem por todas as atrações que o espaço abriga, como a Lagoa Garibaldi e o Cristo Protetor. 

Além disso, o estacionamento será totalmente automatizado, terá três pontos de recarga para carros elétricos dos visitantes e contará com uma equipe de operadores para atender os usuários.

Esse é o primeiro projeto de mobilidade turística desse porte que a Indigo está implantando no Brasil. Com ele, acreditamos que vamos garantir acessibilidade e serviço eficiente, e vamos também contribuir para a redução de emissões de carbono, um compromisso do Grupo Indigo em todos os países onde atua.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

CURSO DE RENEGOCIAÇÃO DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS: CAPACITAÇÃO ESSENCIAL PARA PROFISSIONAIS DA INFRAESTRUTURA

0

Desafios e Diretrizes na Renegociação de Contratos Administrativos no Brasil

O mundo das concessões no Brasil está passando por uma revolução. Com programas de renegociação de contratos sendo implementados pelo Governo Federal desde 2023, profissionais da infraestrutura se veem diante de desafios inéditos. Em resposta a essa demanda crescente, o P3C apresenta o Curso de Renegociação de Contratos Administrativos, uma oportunidade única para compreender e atuar nesse cenário em constante transformação.

Entendendo o Contexto:

O Governo Federal deu início, no ano de 2023, a iniciativas de readequação dos acordos de concessão que abrangem 14 dos 22 contratos de concessão de estradas, além de pelo menos 3 contratos de concessão de aeroportos. Estas ações de reajuste surgem após a revisão do contrato de concessão da rodovia BR 163-MT, sob responsabilidade da Concessionária da Rota do Oeste (CRO), e a instauração, pelo TCU, de uma secretaria especializada em negociações e readequações contratuais, a SECEX-Consenso.

Embora a revisão de contratos não seja uma prática estranha em outros países e tenham ocorrido algumas poucas revisões de contratos de concessão nos últimos 15 anos em âmbito estadual e municipal – como por exemplo, no caso das concessões de rodovias no Estado de São Paulo e da concessionária Águas de Cuiabá – não houve o estabelecimento e a consolidação de diretrizes, limites e métodos para tais revisões contratuais. Isso se deve principalmente à visão predominante no Brasil de que a indisponibilidade do interesse público e a imutabilidade do objeto dos contratos administrativos impediam tais revisões.

Por isso, não é incomum que mesmo aqueles que estão profundamente envolvidos na gestão e na teoria sobre contratos administrativos tenham dificuldade de responder a perguntas como: em que casos faz sentido renegociar contratos administrativos ou caminhar para a sua extinção? Como diferenciar o equilíbrio econômico-financeiro da sustentabilidade econômico-financeira de contratos? O que significa na prática renegociar? Quais os limites de alteração das condições econômico-financeiras que são lícitas em processos de renegociação? Que outras alterações dos contratos são viáveis em processos de renegociação? Como lidar com o problema do “moral hazard” e da isonomia nos processos de renegociação? O que já foi feito no Brasil em processos de renegociações dos contratos? Quais as proteções que o poder concedente pode exigir para cumprimento dos contratos renegociados? O que se pode extrair da experiência existente no Brasil de renovações dos contratos? Enfim, como deveriam ser estruturados programas de renegociação de contratos administrativos?

Informações Gerais sobre o Curso:

O Curso de Renegociação de Contratos Administrativos visa capacitar agentes públicos e privados para entender e atuar em processos de renegociação de contratos administrativos. Com uma carga horária de 14 horas, o curso acontecerá nos dias 05 e 06 de agosto de 2024, no Crea-SP, em modalidade presencial, oferecendo 150 vagas. Confira aqui a live de lançamento do curso, com a participação dos professores do curso: Mauricio Portugal Ribeiro, Sócio Fundador – Portugal Ribeiro & Jordão Advogados e Felipe Sande, Sócio da BRL Parcerias, Pesquisador e Professor – FIPE – Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas.

Para Quem é Indicado:

Destinado a reguladores, gestores de contrato, executivos do setor de infraestrutura, consultores, financiadores e demais profissionais envolvidos com contratos de concessão, PPPs e obras públicas na área de infraestrutura econômica, social ou ambiental, o curso busca fornecer uma visão abrangente e prática sobre a renegociação de contratos administrativos. Clique aqui para fazer a inscrição no curso.

Pré-requisitos:

Embora não obrigatórios, é desejável que os participantes possuam formação superior completa e experiência em contratos de concessão, PPPs ou obras públicas.

Esta iniciativa do P3C representa uma oportunidade única para adquirir conhecimentos essenciais e enfrentar os desafios do cenário atual de infraestrutura no Brasil. Não perca a chance de fortalecer sua atuação profissional nesse contexto em constante evolução. Garanta sua vaga e faça parte dessa capacitação indispensável para os profissionais da infraestrutura.

Sobre a Necta

A Necta é uma das principais promotoras de conteúdo e eventos no Brasil especialista em aproximar os públicos B2B, B2G, G2B e G2G através da implementação de atividades orientadas a impactar positivamente os ecossistemas onde estão inseridas.

Criamos plataformas que conectam pessoas e transformam ecossistemas por meio de soluções de conteúdo especializado, promoção de eventos de negócios, premiações, cursos, rankings, estudos, marketplace e utilização de ferramentas de inteligência de mercado.

Somos os idealizadores e realizadores do Connected Smart Cities, única plataforma de cidades inteligentes e mobilidade urbana do Brasil, e da principal plataforma de PPPs e Concessões, o P3C Investimentos em Infraestrutura.

Sobre o P3C

Organizado pela Necta, com correalização da B3, da Portugal Ribeiro & Jordão Advogados e do Estadão Blue Studio, o P3C é especializado no mercado de PPPs e Concessões com foco nos investimentos em infraestrutura no Brasil envolvendo empresas, entidades e governos com a missão de envolver essa cadeia para debater sobre a colaboração entre os diferentes atores, com a finalidade de encontrar alternativas para tornar o ambiente de negócios mais previsível e seguro para os investidores no Brasil seguindo critérios ambientais, sociais e de governança. 

 

CHUVAS DO DIA DO TRABALHADOR: A MAIOR CATÁSTROFE NATURAL DA HISTÓRIA BRASILEIRA

0

Os eventos meteorológicos extremos que assolam o Rio Grande do Sul desde o segundo semestre de 2023 são sem dúvidas os mais significativos na história moderna brasileira.

O cenário Brasileiro de desastres muda quando grandes tragédias ocorridas na região Sudeste entre 2008 e 2011, tendo como as mais notáveis o desastre do Morro do Mumba em Niterói, e os deslisamentos de terra em Petrópolis na região Serrana do Rio de Janeiro, expuseram o a falta de preparo do Estado Brasileiro  para o enfrentamento de catástrofes naturais. A partir disso, houve restruturação de políticas públicas que culminaram na lei que Instituiu a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (lei 12.608 de 10 de abril de 2012), a criação do CEMADEN – Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e a reformulação do CENAD – Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres, órgão da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil subordinado ao Ministério do Desenvolvimento Regional. Até então, reportavam-se desastres pontuais, tempestades severas em pequenas cidades do interior, as quais ganhavam luz sob a mídia e desapareciam com a mesma velocidade. Seguíamos assim, todos os brasileiros, abençoados por deus em um país livre de desastres.

A legislação foi criada, as instituições federais como o CEMADEM também, sistemas que funcionam dentro das melhores práticas exercidas nos centros internacionais. Mas com parte da tarefa ficou sob a responsabilidade dos estados, nem todos cumpriram satisfatoriamente o seu dever de casa, os fatos falam por si, não é necessário explicar o que aconteceu no estado do Rio Grande do Sul.

Também alheia aos regramentos Legais, a natureza seguiu seu ciclo.

Normalmente o Rio Grande do Sul tem seu regime de chuva controlado por dois fenômenos típicos: ciclones extratropicais que promovem a passagem de frentes frias, no período final de outono e inverno e grandes sistemas convectivos de mesoescala que provocam chuvas no período de primavera-verão. Estes sistemas são responsáveis pela maior parte da chuva na região Sul do Brasil.

A região de latitudes médias no globo é marcada por um forte contraste térmico, característica presente no Sul da América do Sul. O fenômeno que fornece energia termodinâmica para o desenvolvimento dos ciclones e grandes tempestades. Para que essa energia seja liberada, necessitamos outro ingrediente em níveis superiores, região que fica aproximadamente a 5km da superfície, é necessário que passem trens de ondas atmosféricas sobre a região, hora estabilizando , hora instabilizam a atmosfera, criando condições para a liberação da energia termodinâmica na forma de tempestades que produzem chuvas. Neste processo o ar quente e úmido condensa, forma nuvens e volta para sua fase líquida liberando o calor acumulado em níveis superiores. Neste perpétuo ciclo, o sistema atmosférico terrestre luta indefinidamente tentando homogenizar as temperaturas, destruindo os gradientes térmicos entre a região equatorial e polar do planeta.

Neste final de fenômeno El Niño, dentro de um claro contexto de mudanças climáticas, no final de abril, um padrão de escoamento atípico formou-se no oceano Pacífico. Em 2024, as chuvas do Feriado do Trabalhador, fenômeno atípico conhecido como padrão de bloqueio, passou a atuar no oceano Pacífico, desviando os trens de onda atmosférica em níveis superiores para Sul da Argentina. Sem estas ondas passando sobre a região Sul do Brasil houve a intensificar o gradiente térmico. A formação de uma bolha quente no Brasil Central que contrastava com as temperaturas da região Polar, formando uma Frente Estacionária, cuja principal característica é garantir a persistência das condições de tempo sobre uma região por vários dias. Estabeleceu-se então uma condição para a formação de chuvas contínuas, uma região onde as tempestades se regeneravam continuamente na região central do rio grande do Sul. As chuvas que ocorreram entre os dias 29 de abril e 05 de maio de 2024 na Região Centro, bacia hidrográfica do Rio Jacuí no Rio Grande do Sul totalizaram 465mm. Com a evolução do sistema Meteorológico também começou a chover na Serra Gaúcha, na bacia hidrográfica Taquarí-Antas, com a mesma intensidade, as tempestades produziram os volumes acumulados de até 600mm. Pouco tempo após a chuva, toda essa água foi drenada para a região metropolitana de Porto Alegre, ponto de convergência destes rios. Rapidamente as águas do Lago Guaíba subiram atingindo a cota de inundação de 3m, na sequência atingiram a marca de 5,5m em um sistema de diques, bombas e contenções projetadas para suportar até 6m. A falta de manutenção e o descaso ao longo de governos criou o cenário perfeito para a catástrofe humanitária que estamos vivendo. Os números da meteorologia e hidrologia impressionam, mas impressionam mais as 2.12 milhões de pessoas afetadas, 500mil desalojados , aproximadamente 100mil pessoas vivendo em abrigos e um total de mortos de 150 pessoas, mas o número duro e frio só será conhecido quando as águas baixarem. Também foram afetados rebanhos, lavouras, animais domésticos. Entre os dias 10 e 12 de maio a Frente Estacionária voltou, produzindo chuvas que ficaram entre 150 e 400mm no estado, mantendo os níveis da cheia na Grande Porto Alegre.

De maneira irônica, o Rio Grande do Sul é o único estado Brasileiro que possui duas Universidades Federais com cursos de graduação e pós-graduação em meteorologia, estes profissionais se encontram trabalhando em todo o país e no exterior, trabalham em sistemas estaduais de meteorologia em da Amazônia, Ceará, São Paulo, Santa Catarina e Paraná. Nestes dois últimos, são quase 40 profissionais da área atuando. Optando por um modelo não estatal, o Rio Grande do Sul conta com apenas 3-4 profissionais e cumpre a risca um ditado tipicamente gaúcho: “Na casa do Ferreiro o espeto é feito de pau”.

A VISÃO DE GÊNERO E RAÇA NA MOBILIDADE URBANA

O perfil de óbitos por sinistros de trânsito revela que a insegurança viária afeta diretamente a população economicamente mais vulnerável

Estamos no mês do Maio Amarelo, movimento que visa alertar sobre o alto índice de mortos e feridos em sinistros de trânsito, além de colocar em pauta o tema segurança viária para mobilização da sociedade. A campanha, que acontece em todas as cidades e Estados do Brasil, além de em outros países, envolve governos, empresas, organizações não governamentais e a comunidade em geral.

Tendo como base o tema deste ano, que é “A paz no trânsito começa por você”, me pergunto: será mesmo? Na minha visão, a responsabilidade, na verdade, se inicia pelos gestores e tomadores de decisão. E quando falo sobre isso, trago a discussão também acerca da construção de infraestrutura necessária para todos, principalmente para os pedestres e ciclistas, que acabam sendo os mais vulneráveis quando o assunto é sinistro de trânsito.

A falta de investimento em transporte público, calçadas e ciclovias é histórica. E, tão importante quanto, é necessário avançar na priorização de políticas e investimentos em transporte público de qualidade e adequado, e, ao mesmo tempo, desestimular o uso de transportes motorizados individuais, fomentar o uso da bicicleta e da mobilidade ativa e difundir os direitos dos ciclistas e de pedestres.

Insegurança viária

Sinistros de trânsito podem ser evitados com diversas estratégias: redesenho das vias, diminuição de velocidade, alteração nas leis de trânsito, maior fiscalização e fortalecimento de políticas públicas, mencionando apenas alguns exemplos.

E toda essa discussão é urgente, não somente em maio, mas ao longo de todo o ano. As mortes de pessoas nas vias são um reflexo da insegurança viária que ocorre no Brasil e em outros paises.

Quando olhamos para raça, números do MobiliDADOS, plataforma que reúne indicadores e dados abertos para apoiar a elaboração e monitoramento de políticas públicas de mobilidade urbana, eles mostram que, somente em 2021, quase 60% (ou exatos 59.34%) das mortes no trânsito foram de negros e negras, e 22,51% eram de pessoas na faixa entre 20 e 29 anos.

O perfil de óbitos por sinistros de trânsito mostra que a insegurança viária afeta diretamente a população economicamente mais vulnerável. Ao analisar o uso da bicicleta, em 2021 foram registradas 33.813 mortes em sinistros de trânsito em todo o Brasil, de acordo com o DATASUS, do Ministério da Saúde.

Os ciclistas respondem por 5% deste total, contabilizando 1.906 óbitos em acidentes no Brasil, número que tem aumentado a cada ano. Segundo o DATASUS, 35% das mortes são de motocicletas e em sua maioria homens e negros e jovens, da mesma forma que eles são os maiores alvos da repressão do Estado de maneira geral.

Representatividade

No Instituto Aromeiazero, discutimos pautas sociais como essa todos os dias. Acreditamos que não apenas no mês de maio, mas durante todo o ano, elas precisam estar no centro das decisões de empresas, sociedade civil e Poder Público.

Acreditamos que a construção de um trânsito mais seguro para toda a sociedade brasileira requer a adoção, também, de uma perspectiva de gênero e de raça no planejamento urbano e na definição de políticas públicas. Isso exige, por exemplo, a participação de mais mulheres e de pessoas negras ocupando cargos de poder em mobilidade e nos transportes.

Apenas assim as tomadas de decisão poderão refletir o que as pessoas realmente precisam em seus deslocamentos diários. Esse é um exemplo de discussão que queremos ver acontecendo também.

Que os futuros Maio Amarelo sejam de muitos debates e reflexões acerca das pautas urgentes e que levem em consideração, também, a perspectiva da representatividade, especialmente de mulheres e pessoas negras.

Acreditamos que esse olhar para gênero e raça seja fundamental para a criação de cidades mais seguras para pedestres, ciclistas, além dos usuários de transporte público de maneira geral.

Fonte: Mobilidade Estadão

NOVA YORK LANÇA PRIMEIRO ORÇAMENTO CLIMÁTICO PARA REGISTRO DE DESPESAS COM MEDIDAS SUSTENTÁVEIS

A partir de agora, clima também estará integrado à tomada de decisões orçamentárias da cidade

Nova York publicou o primeiro orçamento climático da cidade, como parte do Orçamento Executivo do Ano Fiscal (AF) de 2025. A partir deste texto, as despesas e ações relacionadas ao clima estarão no processo de tomada de decisão orçamental da cidade. A cidade de Nova York é a primeira dos Estados Unidos a adotar este tipo de orçamentação, seguindo outras cidades como Londres, Oslo e Mumbai.

De acordo com a Prefeitura de Nova York, o processo permitirá à cidade “compreender o impacto climático dos dólares gastos, identificar onde são necessários mais esforços para enfrentar as alterações climáticas e defender investimentos virados para o futuro”. A publicação também servirá como ferramenta para atingir os objetivos de emissões zero até 2050, assumidos pela cidade.

“Ao ponderar estes impactos – tanto positivos como negativos – nas fases iniciais críticas do processo orçamental, saberemos como cada dólar gasto pela cidade afecta a sustentabilidade e a resiliência de toda a cidade”, afirma o prefeito Eric Adams.

O novo orçamento climático também dialoga com o Plano de Compromisso de Capital FY24-FY28 da cidade. Algumas metas deste plano incluem o direcionamento de 5,8 mil milhões de dólares para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa nas instalações da cidade. Além disso, reserva US$ 292 milhões para compras de veículos elétricos, balsas, caminhões e ônibus escolares.

Orçamento climático

Até o momento, a cidade já tem definido algumas despesas. Cerca de US$ 27 milhões nos próximos quatro anos fiscais serão direcionados para a compra de sensores inteligentes de esgoto. Parte deste valor estará disposto para a modelagem do sistema de esgoto para a prevenção de enchentes.

Conforme o texto do Orçamento Executivo, esforços adicionais para tornar a cidade mais sustentável e resiliente, também estão incluídos. O documento prioriza investimentos na limpeza de sifões de esgoto, substituição de bacias de captação e atualizações de estações de bombeamento para permitir que a água flua melhor através do sistema de esgoto.

Além disso, contará com o financiamento para começar a trabalhar em um Centro de Inovação Climática no Terminal do Exército do Brooklyn e outras estruturas, como uma estação de carregamento elétrico rápido.

Fonte: Mobilidade Estadão

ZONA OESTE TEM MAIS EXPOSIÇÃO A CARBONO NEGRO EM SÃO PAULO, REVELA MAPA DE POLUIÇÃO

Pesquisadores da USP avaliaram dados de emissão de carbono produzidos por ônibus, carros e metrô

Em comparação com outras regiões da cidade de São Paulo, a zona oeste é a que mais está exposta a gases poluentes emitidos por veículos. O resultado é fruto do projeto de pesquisadores do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) e da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP). O grupo desenvolve um mapa de poluição em que rastreia as regiões da cidade e os níveis de emissão de carbono negro em cada uma delas.

De acordo com os dados coletados pelo mapa de poluição, a zona oeste tem cerca de 10 ug/m³ espalhados no ar. As regiões norte e sul apresentaram cerca de 8 ug/m³ de concentração de carbono negro, e a zona leste, 7 ug/m³. O termo carbono negro é utilizado para designar os gases emitidos na combustão de combustíveis fósseis.

Com dados de equipamentos portáteis, os pesquisadores puderam medir os poluentes no ar, comparando a emissão de ônibus, carro particular e metrô. De acordo com Thiago Nogueira, professor da FSP da USP, os pesquisadores também utilizaram dados de GPS para poder fazer o georreferenciamento da poluição.

“Nós queríamos comparar os modos de transporte (metrô, ônibus e carro), então, no caso do metrô, utilizamos a rota que a linha faz: na zona sul, saindo de Jabaquara, por exemplo”, explica. Para os outros veículos, os pesquisadores buscaram rotas semelhantes, que passassem nos pontos mais próximos à rota do metrô.

Veículos no mapa de poluição

Em se tratando dos veículos, os resultados mostraram que há uma maior concentração de carbono negro nos corredores de ônibus e dentro do transporte público. “Essas concentrações eram mais altas dentro do ônibus e dentro de carros em locais em que se tinha corredores de ônibus”, afirma.

“Em São Paulo, pelo menos nas rotas selecionadas, grande parte desses corredores estavam localizados na zona oeste, observando maior poluição na região”, explica. Conforme registrado no mapa, os ônibus concentravam, aproximadamente, 11 ug/m³ desses poluentes. Os carros privados e o metrô reuniam, respectivamente, 8 ug/m³ e 5 ug/m³.

Apesar do resultado da poluição dos ônibus, Nogueira alerta para a modalidade de transporte ao comparar ônibus e carros privados. “Os ônibus rodam com diesel e o diesel é um poluente em potencial maior do que o carro movido a gasolina, mas os ônibus têm um poder de transporte de massa muito maior, então, apesar de emitir mais individualmente, ele acaba conseguindo transportar mais pessoas”, explica.

Em veículos particulares, as concentrações de carbono negro foram maiores em semáforos. “Essas condições de trânsito [como] de engarrafamento, fez com que essas concentrações fossem maiores”, afirma. De acordo com Nogueira, a preocupação com a concentração de partículas poluentes também se estende para dentro dos veículos.

Para controlar essa circulação, além de priorizar combustíveis renováveis e menos poluentes, o pesquisador enfatiza mudanças que podem acontecer no trânsito e nos veículos. “Para isso, teria que se pensar em formas de que a porta não ficasse tanto tempo aberta, que o ponto de parada [dos ônibus] não fosse tão próximo do ponto de parada do veículo da outra faixa”, sugere.

Fonte: Mobilidade Estadão

POR QUE É PRECISO FALAR DE MOBILIDADE ATIVA?

Recebidas com descrença no início, o tempo mostrou que as estruturas cicloviárias dos grandes centros tinham uma demanda que só aumentaria ao longo dos anos

Todos os dias, milhares de pessoas passam horas preciosas no trânsito, especialmente em regiões onde há grande concentração de prédios residenciais e comerciais, como a da Faria Lima, em São Paulo. Da janela de seus automóveis, no entanto, é possível observar uma alternativa: os cerca de 3.500 ciclistas que diariamente pedalam pela ciclovia que corta a região.

Uma saída, por sinal, que não só economiza tempo, mas também traz impactos positivos para a saúde e o meio ambiente. São importantes benefícios que podem ser aproveitados em muitas regiões da maior parte dos centros urbanos do País.

Sendo assim, cabe a pergunta: por que não se constroem mais estruturas para circulação de bicicletas em São Paulo e em outras grandes cidades brasileiras já sufocadas pelo excesso de carros?

Impacto positivo

Quem utiliza mobilidade ativa nem sempre o faz pensando nos benefícios para sua saúde, mas está, sim, colhendo os frutos positivos de pedalar. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo, recomenda que adultos entre 18 e 64 anos pratiquem entre 150 e 300 minutos de atividade física moderada por semana, um objetivo facilmente atingido por quem se desloca de bicicleta pelas cidades.

Entre os benefícios apontados pela OMS estão a diminuição da mortalidade por doenças cardiovasculares, diminuição na incidência de hipertensão, de alguns tipos de cânceres e de diabetes tipos 2, além de melhora na saúde mental e cognitiva e no sono.

Entretanto, não é apenas nosso corpo que se beneficia da mobilidade ativa. Pedalar também faz muito bem para o meio ambiente. Vale lembrar que as infraestruturas dos aglomerados urbanos são fundamentais para o objetivo de diminuir a emissão de gases de efeito estufa.

No Brasil, por exemplo, o Observatório do Clima aponta que o setor de energia foi o terceiro maior emissor em 2021, sendo que o transporte correspondia a 50% do total.

Além disso, um estudo promovido pela Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike) e pela UFRJ estimou que o universo de mais de 8 milhões de ciclistas brasileiros evitam anualmente a emissão de 1,9 milhão de toneladas de gases de efeito estufa.

Freio puxado

Mesmo com todos os benefícios, porém, o que temos visto é que a implementação de novas vias exclusivas para a mobilidade ativa sobre duas rodas tem desacelerado sensivelmente.

Segundo monitoramento da Aliança Bike, a malha de ciclofaixas e ciclovias cresceu um total de apenas 169 km na soma de todas as capitais brasileiras, ou seja, de 4.196 km em 2022, para 4.365 km em 2023.

Apesar da lentidão para a construção de estruturas cicloviárias, o brasileiro quer, de fato, pedalar. Um relatório produzido pelo Strava, aplicativo de monitoramento de atividades físicas, mostrou que o ciclismo foi o esporte mais praticado no Brasil em 2023.

Da mesma forma, a região da Faria Lima também demonstra isso, já que entre outubro e dezembro de 2023 houve um crescimento de 17% na circulação de bicicletas em relação ao mesmo período do ano anterior.

Estímulo e segurança

E a vontade de pedalar só se fortalece quando as pessoas encontram ciclovias por perto. Um estudo apoiado pela Fapesp mostrou que regiões próximas a estruturas cicloviárias aumentam em até 154% a chance de os moradores usarem bicicleta como meio de transporte.

Em meados da década passada, a implantação de estruturas cicloviárias em São Paulo foi recebida com descrença. O tempo mostrou que não só havia demanda naquele momento, como ela aumentaria ao longo dos anos. Por todas estas razões, a mobilidade ativa sobre duas rodas precisa ocupar cada vez mais um lugar central no planejamento urbano das grandes cidades.

Para que isto ocorra, é preciso tirar do papel os planos já existentes para criação de novas estruturas. E, também, é necessário pensar estrategicamente a integração das vias para ciclistas com os modais de transporte público, como trens e ônibus.

Apostar na mobilidade ativa é um dos caminhos para um futuro com cidades mais sustentáveis e habitantes mais saudáveis. E, tão importante quanto os impactos positivos das bicicletas, está uma questão central e democrática: o brasileiro quer pedalar!

A EDUCAÇÃO CONECTADA E AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2024

0

No Brasil, a educação conectada tem sido progressivamente integrada às políticas governamentais.

As eleições municipais de outubro ocorrem em um momento disruptivo para o setor educacional, especialmente se levarmos em conta o crescente foco na educação conectada. Este conceito abrange o uso intensivo de tecnologias digitais e de internet banda larga para enriquecer o ambiente de aprendizado. A transformação digital na educação é vital para modernizar os métodos de ensino e também para assegurar que o país se destaque na nova economia digital, em especial na formação da mão de obra qualificada, uma demanda que já existe hoje e seguirá no futuro.

Nesse contexto, o momento eleitoral é uma ótima oportunidade para que o debate sobre a infraestrutura de conectividade nas escolas, principalmente as públicas, seja realizado de modo a esclarecer a sociedade sobre sua importância. O acesso à internet é fundamental para que as instituições de ensino possam integrar a digitalização às suas práticas pedagógicas e garantir a todos os estudantes o direito a uma formação mais adequada às necessidades do atual cenário econômico.

No Brasil, a educação conectada tem sido progressivamente integrada às políticas governamentais. O leilão não arrecadatório do 5G, case de sucesso no mundo todo, destinou recursos para o avanço da internet em escolas públicas. Atualmente, programas, como a “Estratégia Nacional de Escolas Conectadas”, são esforços dos governos, em colaboração com os sistemas de ensino, que visam direcionar e garantir a conectividade e o apoio à aquisição e melhoria dos dispositivos e equipamentos.

Contudo, a transformação digital no setor educacional envolve mais do que simplesmente equipar escolas com tecnologia. Trata-se de criar um ecossistema educacional que promova a inovação e a criatividade. A inclusão digital, garantindo acesso igualitário a recursos tecnológicos, é fundamental nesse processo. É esperado que novas políticas sejam formuladas para eliminar barreiras geográficas e socioeconômicas que impedem alunos de diversas regiões do país de acessar tais recursos.

Para tanto, é necessário superar desafios associados à falta de expansão da internet banda larga, especialmente o 5G. Em meu último artigo, no qual foquei no conceito de cidades inteligentes, ressaltei que, para a concretização da transformação digital, é necessária a existência de uma infraestrutura de telecomunicações robusta, atualizada e preparada para atender às exigências produtivas atuais.

No caso dos municípios, um dos elementos críticos é a promulgação das chamadas Leis das Antenas, regulações que permitem a ocupação do solo para a instalação de sistemas como torres, mastros, postes, antenas e outros equipamentos essenciais para atender às demandas do 5G. Cada município precisa de sua própria regulação, por isso, espera-se que essa questão esteja contemplada nos programas de governo e nas agendas dos próximos vereadores e prefeitos. 

O uso de tecnologias digitais no ambiente escolar inclui desde plataformas de aprendizado online até ferramentas interativas como quadros digitais e realidade virtual. Essas tecnologias permitem uma abordagem mais personalizada do ensino, adaptando-se ao ritmo e estilo de aprendizagem de cada aluno, e facilitam o engajamento por meio de métodos interativos e colaborativos. 

A inteligência artificial e a computação em nuvem também são ferramentas à disposição de gestores escolares, professores e alunos. Estas tecnologias oferecem possibilidades como a personalização do aprendizado, através de sistemas que adaptam conteúdos e avaliações à evolução de cada estudante, e a possibilidade de armazenar e acessar grandes quantidades de dados educacionais com segurança, eficiência e inteligência. Isso já acontece na China, por exemplo.

Por fim, é necessário considerar também estratégias que priorizem tanto a infraestrutura quanto a capacitação docente. Os investimentos devem focar em conectividade, dispositivos tecnológicos e na formação de professores para que possam utilizar eficazmente essas ferramentas em sala de aula, valorizando seu papel de orientador e o seu saber dentro da trilha tecnológica.

À medida que o Brasil se aproxima das eleições de 2024, a educação conectada surge como um tema crucial para o desenvolvimento do país na nova economia digital. A capacidade de integrar com sucesso as tecnologias digitais no sistema educacional será um indicativo significativo do compromisso do país com a inovação e o progresso. Portanto, é fundamental que os líderes eleitos priorizem e expandam o acesso à educação digital, garantindo que o Brasil possa competir globalmente no século 21.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities.