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CONFIRA OS HIGHLIGHTS DO PRIMEIRO BLOCO DA SÉRIE TEMÁTICA:OS DESAFIOS DA ELETRIFICAÇÃO DO TRANSPORTE NO BRASIL

A série, realizada em parceria entre a Enel X e a Plataforma Connected Smart Cities, promove imersão no tema eletrificação do transporte no Brasil, com o foco na discussão sobre o desenvolvimento da mobilidade elétrica no país, promovendo também a articulação entre o setor público e privado

No último dia 09 de setembro aconteceu o primeiro bloco da série temática sobre eletrificação do transporte no Brasil, que teve como tema “O papel da Enel X para apoiar o desenvolvimento da infraestrutura para a implantação da eletromobilidade no Brasil”. Abaixo é possível conferir os principais highlights apresentados neste bloco, que continuará no dia 23.

Carlos Eduardo Cardoso Souza (Cadu Souza), Responsável e-city da Enel X, abriu o primeiro bloco ressaltando que o objetivo do evento, “será complementar aos assuntos discutidos na semana passada, na série eletrificação, e ainda iremos abordar como a Enel X está contribuindo para a eletromobilidade urbana, os desafios da descarbonização, sustentabilidade e a otimização de custos”, completou. O executivo destacou ainda que “traremos o conceito de uma cidade cada vez mais eficiente, sustentável, circular e resiliente”.

Cadu continuou a apresentação com relevantes dados sobre a eletromobilidade no Brasil, que conta com cerca de sessenta veículos elétricos a bateria em operação ou com as operações em fase de iniciação. “Continuamos com uma grande oportunidade de expansão nesse mundo da eletromobilidade, temos cerca de 500 ônibus com essa oportunidade para ser feita uma modernização”, destacou.

Na sequência,Cadu Souza compartilhou mais informações, “esse modal gera 70% das emissões de carbono, então a transição para uma unidade cada vez mais sustentável é fundamental para um planeta cada vez mais habitável. O objetivo da Enel X é criar cada vez mais projetos para contribuir com essa nova realidade aqui no Brasil e em toda a América Latina”, concluiu. 

Cristina Albuquerque, gerente de mobilidade urbana do WRI Brasil, compartilhou alguns projetos para melhoria da mobilidade urbana.  Ela ressaltou a importância dos eventos do setor, os quais promovem a discussão do assunto. Albuquerque seguiu contando um pouco mais sobre a iniciativa da TUMI E-Bus Mission, que conta com a participação de diversas organizações do setor, para ajudar 20 cidades a estruturarem bons projetos de eletromobilidade, e estabelecer uma rede de cidades para replicar esses projetos, com o intuito de aumentar a rede de escala. “O grande objetivo é que até 2025 tenham 500 cidades em nível internacional prontas para licitarem cem mil ônibus elétricos”.     

Cristina enfatizou também que apesar das barreiras do modal, muitas já estão sendo quebradas, e o grande desafio do alto valor dos veículos elétricos pode ser solucionado ao entendermos cada cidade, para assim adaptar e viabilizar os modelos de negócio. A executiva reforçou ainda que essa transição pode trazer muitos benefícios para a saúde da população. 

Para Carmen Araujo, diretora geral Brasil do ICCT Brasil – The International Council on Clean Transportation, o significado dessa transição, na parte da energia, é muito mais previsível que o diesel, uma vez que essa contribuição fornece previsibilidade em função do preço do contrato de compra de energia e ajuda na solução do transporte das cidades. 

Araújo completa dizendo que “além de estarmos passando por uma perda de passageiros, a partir do momento em que qualificamos o transporte, seja pela redução de ruído ou mais oferta de ônibus elétrico, podemos atrair mais passageiros e começamos a resolver outras questões”.

Carmen detalhou também o Projeto Zebra, que tem alguns pilares em seu desenho original, sendo o primeiro a garantia dos compromissos das cidades nessa transição; o segundo, a disponibilização de produtos oferecidos pela indústria; o terceiro, a articulação com financiadores e investidores e por último, também a intensificação das trocas.

O terceiro convidado, Ilan Cuperstein, diretor regional interino para América Latina da C40 Cities, refletiu sobre o aprendizado que os eventos trazem: a partir deles é possível alcançar mais stakeholders, divulgar os desafios e soluções que envolvem a eletromobilidade, além de mobilizar o setor público e privado. De acordo com Ilan, “fizemos um levantamento com base em metas oficiais, e mais de três mil ônibus foram comprometidos pelas prefeituras a se tornarem parte da implementação dos elétricos, no prazo dos próximos anos”.   

Cuperstein afirmou que apesar do poder público entender a importância e a viabilidade da eletromobilidade, “o que falta no Brasil é a ausência de políticas nacionais de eletromobilidade, sem uma posição clara de como o país irá encarar a transição de uma frota zero emissão”

Os participantes encerraram o bloco reforçando sobre outras oportunidades no modal da eletrificação, não só a ampliação dos ônibus elétricos, mas também o desenvolvimento de outros segmentos importantes, no qual a aplicação de recursos e esforços por parte de investidores será bastante relevante. 

Participe do próximo bloco e acompanhe a discussão sobre eletrificação do transporte no Brasil. Inscreva-se gratuitamente aqui.

ELETRIFICAÇÃO DE MASSA

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Região metropolitana de Salvador recebe iniciativa de mobilidade elétrica

A mobilidade elétrica está crescendo no Brasil e no mundo, apesar de uma série de barreiras. Se o segmento de veículos elétricos leves já conta com números animadores, no transporte público eletrificado a situação é outra, bem mais delicada. A cidade de São Paulo, por exemplo, tem uma frota de mais de 13 mil ônibus urbanos, sendo apenas 219 eletrificados, 201 trólebus e 18 a bateria. São José dos Campos (SP), que tem se mostrado referência nas iniciativas de mobilidade elétrica de massa, possui apenas 12 unidades elétricas. Por outro lado, capitais como Curitiba (leia reportagem na edição de 15 de junho) e Salvador estão começando a implementar projetos relacionados à mobilidade elétrica de massa.

Desde 2017, o Estado da Bahia vem buscando soluções com matriz energética limpa para as linhas rodoviárias metropolitanas, sempre esbarrando na questão dos custos. Finalmente, em março deste ano, lançou uma licitação para comprar 20 unidades eletrificadas. Venceu a fabricante BYD com o modelo Padron, com piso baixo e carroceria Marcopolo. O modelo de negócios foi inspirado em Santiago do Chile, no qual o Poder Público adquire o ativo e contrata o operador para executar o serviço.

Inspiração chilena

“Em todo tipo de modelagem que fazíamos, o custo não fechava. O ônibus elétrico é quase três vezes mais caro que o a combustão. Não existem juros diferenciados, e os operadores não teriam condições de viabilizar o negócio”, afirma Marcus Cavalcanti, secretário de Infraestrutura do Estado da Bahia. “O primeiro ponto que avaliamos foi a modicidade tarifária. Ou seja, não poderíamos passar os custos ao passageiro – a tarifa deveria permanecer inalterada. A solução, então, foi comprar os ônibus e realizar um pregão para definir o operador. Dessa forma, a remuneração do prestador de serviços fica garantida e a nossa receita vem para a câmara de compensação, juntamente com o sistema metrô e ônibus metropolitano”, complementa.

O Projeto Piloto Ônibus Elétrico foi iniciado na última segunda-feira, dia 5, com 18 veículos em operação, e deve realizar cerca de 80 viagens diárias entre Salvador e Lauro de Freitas e Salvador e Simões Filhos, integrando boa parte da região metropolitana da capital baiana. De acordo com o secretário, foram realizados testes iniciais por quase um mês, e os resultados são bastante animadores. “Temos feito, em média, 170 quilômetros diários, sendo que os ônibus são recarregados à noite, na garagem do operador ou em cargas de oportunidade nos terminais próximos ao metrô”, informa Cavalcanti.

Influência do Estado

Segundo o secretário, nos primeiros meses, serão observados vários aspectos, como custo de manutenção (que deve ser muito reduzido), custo das revisões (como a do circuito elétrico) e a própria recarga. Sendo bem-sucedida, após o período de experiência, a ideia é expandir o projeto. Ele afirma que pretendem comprar mais unidades elétricas, mas também investir em outras opções, como hidrogênio verde e gás natural.

Questionado sobre o retorno do investimento, o secretário afirma que, no setor privado, o que conta é a viabilidade econômica, mas que, no setor público, é necessário outro tipo de análise, que não está nas planilhas de Excel. “O que vem primeiro? A infraestrutura ou a demanda? Se fossemos pensar em retorno financeiro pura e simplesmente, não existira metrô”, conclui.

BYD se firma no mercado de ônibus

Em um mercado ainda incipiente de ônibus elétricos, a BYD tem em circulação mais de 90 unidades, em cidades como Belém, Fortaleza, Bahia, Vitória, Brasília, São José dos Campos, São Paulo, Bauru, Santos, Campinas, Maringá e Rio de Janeiro, entre operações urbanas e privadas. Com fabricação local desde 2015, a empresa possui cerca de 20% de nacionalização das peças, incluindo a bateria, que é produzida em Manaus.

“A indústria nacional está capacitada para atender ao mercado de ônibus elétrico. Apesar de termos produção no exterior, somos totalmente a favor de estimular o mercado local. Trazer e desenvolver tecnologia e gerar empregos. Atualmente, temos uma capacidade instalada de 2 mil unidades, por ano, mas estamos prontos para investir se houver sinais de crescimento. O Brasil é um dos maiores países do mundo, e não pode ficar de fora desse cenário da eletrificação para transportes de massa, tanto para consumo local quanto para exportação”, decreta Marcello Von Schneider, diretor institucional e líder da unidade de ônibus da BYD Brasil.

Fonte: Mobilidade Estadão

A IMPORTÂNCIA DAS STARTUPS PARA AS SMART CITIES

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Empresas criam inovações para promover novas formas de viver em comunidade

A sociedade humana é uma obra em progresso. Fruto desse ambiente de constantes transformações e inovações tecnológicas, as cidades inteligentes são um caminho para espaços urbanos mais conectados, eficientes e sustentáveis. Impulsionadas pelo contexto, as startups se apresentam como atalhos para o tal futuro, mas o movimento ainda exige cautela.

O tema não é novo. Aliás, em meio a tantos debates em torno do conceito, é até difícil encontrar unanimidades e certezas. O mais próximo disso é o substantivo eficiência. “Cidades inteligentes são cidades que conseguem utilizar todos os recursos disponíveis, sejam eles técnicos, sejam humanos, sejam administrativos, para a construção de um lugar melhor”, contextualiza Renato Cymbalista, professor da FAU-USP.

Tanto quanto uma questão de política pública, as cidades inteligentes se tornaram, então, uma oportunidade de fazer negócios. Em uma espécie de corrida para surfar nesse oceano de possibilidades, nasceram startups de diversos formatos, segmentos e modelos de atuação. Desde mobilidade e infraestrutura urbana, passando por saneamento, até gestão governamental, os empreendimentos se propõem a descomplicar práticas atuais.

Esse é o caso da Stattus4, startup que utiliza inteligência artificial e ferramentas de IoT (internet das coisas) para identificar vazamentos de água em encanamentos. Enquanto o procedimento tradicional depende de denúncias de moradores de bairros sofrendo com vazamentos, a ferramenta criou um dispositivo, que é acoplado aos hidrômetros, para coletar os ruídos.

“Mapeamos a cidade para entender a distribuição de água e calcular consumo e pressão com base nos sons que os hidrômetros fazem. Nossa ferramenta compara esse barulho com outros para entender se tem algo errado”, exemplifica Juliana Lara, coordenadora de vendas da empresa. “Atendemos companhias privadas de distribuição e governos, acelerando um processo que manualmente demoraria muito mais”, alega.

Coleta e análise de dados

O levantamento Smart Cities Distrito Report, divulgado, em 2020, pelo hub de inovação Distrito, apontou 166 startups voltadas à mobilidade urbana no Brasil. Diante da velocidade de mudança do setor, é provável que o número seja bem maior atualmente, mas o estudo ajuda a ilustrar que o volume de investimentos nesse mercado tende a seguir uma linha progressiva de crescimento.

É isso que prevê Gustavo Araújo, CEO do Distrito. “Tudo o que impacta de maneira positiva a qualidade de vida das pessoas que vivem nas cidades deve ser destacado”, acredita. “O celular democratizou a conectividade. Pessoas, empresas e órgãos públicos estão constantemente conectados, e essas conexões geram dados que ajudam as startups a encontrar soluções. É um grande ecossistema para eliminar ineficiências”, acredita.

Os dados são importantes como ouro nesta era da hiperconectividade. Eles direcionam campanhas eleitorais, norteiam estratégias de empresas e, entre muitas outras coisas, definem políticas públicas. É dessa perspectiva que se alimenta a Bright Cities, uma startup especializada em consolidar dados para identificar melhorias de transformação nas cidades.

Na prática, a companhia reúne informações de diversas fontes oficiais e oferece diagnósticos consolidados às cidades. Tudo isso de forma automatizada. “Nosso objetivo é ajudar a direcionar os investimentos públicos em melhorias. Entendemos que a principal dor do gestor governamental é saber por onde começar”, afirma Raquel Cardamone, CEO da Bright Cities.

Apresentando-se como uma govtech, a companhia provém dados para que prefeituras, governos estaduais e federais possam definir gastos e melhorias nas cidades. “Nosso objetivo é melhorar a eficiência do setor público”, garante Raquel. “Por falta de cultura de inovação, ainda existem muitas burocracias e obstáculos para quem atua nesse segmento, mas estamos em um caminho de adaptação.”

Alguns problemas que startups buscam resolver para construir cidades inteligentes

  • Mobilidade
  • Infraestrutura
  • Meio ambiente
  • Operações municipais
  • Logística de transporte
  • Gestão de resíduos
  • Planejamento e gestão de políticas
  • Comunicação ineficiente com a população
  • Serviços urbanos

Fonte: Mobilidade Estadão 

O METRÔ DA REGIÃO METROPOLITANA DE BH E A EXPANSÃO DA MOBILIDADE URBANA ATRAVÉS DA CONCESSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS

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um bom exemplo de como a mobilidade pode ser beneficiada por projetos de parcerias público-privadas 

Um dos projetos mais emblemáticos para Minas Gerais é a concessão e ampliação do metrô da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O sistema, atualmente, atende dois municípios – Contagem e Belo Horizonte, por meio de uma rede de 28,1 km de extensão e 19 estações (Linha 1). Além dessa linha, foi iniciada a construção da Linha 2, mas as obras foram paralisadas e estão inacabadas.

Por diversas vezes, tentou-se realizar a ampliação desta rede metroferroviária, sempre com eventos supervenientes que dificultavam ou impediram sua conclusão

Uma série de fatores explica esse destino fatídico, com especial destaque para o contexto que enreda os atores que têm competência sobre o serviço e sobre a empresa que atualmente o presta. 

Como resultado de um processo histórico, os serviços de transporte público coletivo metroferroviário por trens na RMBH são atualmente prestados pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos, a despeito da alocação de competências entre os entes federativos introduzida pela Constituição Federal de 1988. A CBTU foi constituída em 1984, como subsidiária da Rede Ferroviária Federal S.A, a partir da alteração da denominação e do objeto social da Empresa de Engenharia Ferroviária S.A., autorizada por meio do Decreto Federal nº 89.396, de 22 de fevereiro de 1984.

Inicialmente, a CBTU ficou responsável por executar os serviços de transporte público metroferroviário nas Regiões Metropolitanas de Belo Horizonte, Recife, João Pessoa, Maceió, Natal, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. No entanto, a partir de 1993, com a edição da Lei Federal nº 8.693, de 3 de agosto de 1993, deu-se início à descentralização da prestação dos serviços que era realizada pela CBTU, com o objetivo de que fossem criadas sociedades específicas para a operação dos sistemas metroferroviários em cada uma destas regiões metropolitanas.

Com a Constituição Federal de 1988, o estabelecimento de competências entre os entes federativos limitou a atuação da União aos “serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território” (art. 21, XII, “d”). Lado outro, os serviços intermunicipais de transporte ferroviário foram elencados como de competência dos estados (art. 25, § 1º) e, em caso de interesse local, dos municípios (art. 30, I). Dessa forma, a atuação da CBTU passou a não encontrar amparo no ordenamento jurídico vigente.

A partir da nova ordem constitucional, a União não mais seria o Poder Concedente dos serviços de transportes terrestres de passageiros, mas sim os Estados ou os Municípios. Logo, por um lado, caberia ao novo ente competente a assunção direta do serviço ou a delegação ao setor privado. Por outro lado, não seria competência da União atuar na condição de concessionária desse serviço ou manter estatal destinada a tanto.

A situação, portanto, é de precariedade na prestação do serviço público: enquanto o Estado de Minas Gerais é, por superveniência da Constituição Federal de 1988, o ente competente no transporte de passageiros intermunicipal e metropolitano, quem atualmente presta o referido serviço, no caso metroferroviário, é uma empresa pública estatal da União, sem qualquer relação com o Estado mineiro. 

Assim, o Governo Federal e o Governo do Estado de Minas Gerais modelaram conjuntamente um projeto que, de um lado, envolveria a correção desta impropriedade da titularidade dos serviços, e, de outro, iniciaria o processo de desestatização da CBTU/MG. 

O projeto ainda prevê que, ao novo concessionário – e adquirente da CBTU/MG – caberá a requalificação da Linha 1 e sua operação, bem como a construção e operação da Linha 2 do metrô. 

Este é um bom exemplo de como a mobilidade pode ser beneficiada por projetos de parcerias público-privadas (aqui entendida a expressão em sentido amplo), tendo em vista a incapacidade de governos de realizarem investimentos públicos de alta monta. Embora o projeto do metrô da RMBH conte com recursos públicos que serão destinados à concessão, estes seriam insuficientes para fazer frente à gama de intervenções necessárias para ampliação da rede. 

Daí que a capacidade de investimento privado, associada à otimização e racionalização de custos, propiciará o montante restante para o projeto. É importante considerar ainda que, neste cenário, o valor da tarifa cobrada do usuário (tarifa pública) permanecerá a mesma – o que de fato demonstra que há, em suma, uma capacidade de se realizar mais com o mesmo, tendo em vista que o parceiro privado receberá uma tarifa de remuneração menor àquela arrecada dos usuários. 

Não se está a defender a todo e qualquer custo a realização de projetos que envolvam, necessariamente, a retirada do Estado da intervenção direta, com a prestação do serviço por meio de particulares. Mas é importante se considerar que, neste caso, não preenchidos os pressupostos dos art. 173 da Constituição Federal, o fomento à prestação privada, devidamente regulada, tem o condão de oferecer serviços mais adequados à população. 

O caso do metrô da RMBH é um entre tantos – com as peculiaridades que lhe são próprias – que exemplificam como a mobilidade pode se valer de grandes projetos público-privados para tornar o planejamento estatal políticas públicas efetivas e imediatas. 

¹ A última tentativa foi realizada em 2015, quando o modelo de Parceria Público-Privada, na modalidade concessão patrocinada, foi colocado em consulta pública pelo Estado de Minas Gerais. À época, contudo, não se discutia a privatização da Companhia Brasileira de Transporte Urbano neste arranjo.

² Nos termos da Lei nº 12.587/2012:
Art. 17. São atribuições dos Estados:

I - prestar, diretamente ou por delegação ou gestão associada, os serviços de transporte público coletivo intermunicipais de caráter urbano, em conformidade com o § 1º do art. 25 da Constituição Federal;

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities 

SOLUÇÕES DE MEIO AMBIENTE PARA CIDADES INTELIGENTES

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Brasil ainda não foi capaz de resolver o básico quando se trata dos indicadores deste eixo

Cobertura de serviços essenciais como água, esgoto e coleta de resíduos, indicadores da qualidade do ar, de energia e o gerenciamento de áreas de risco são fatores que contribuem para a formação de cidades inteligentes. Todos eles fazem parte do eixo Meio Ambiente, do ranking Connected Smart Cities, estudo feito anualmente e que avalia os níveis de desenvolvimento dos municípios brasileiros.

O objetivo é contribuir dessa avaliação é contribuir com a qualidade de vida da população. “Indicadores como saneamento básico e distribuição de água, por exemplo, não estão nas pesquisas de cidades inteligentes globais. Mas, por aqui, como ainda não atingimos a universalização desses serviços, temos uma realidade um pouco diferente”, explica Willian Rigon, diretor comercial e de marketing da Urban Systems, responsável pelo ranking Connected Smart Cities.

ODS e Smart Cities

Luana Pretto, CEO do Instituto Trata Brasil, lembra que o serviço de saneamento básico se relaciona com diversos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). “Universalização do saneamento é a base das cidades humanas e inteligentes, para diminuir gastos com saúde, para que crianças possam ter um melhor aproveitamento escolar e com a qualidade de vida da população de maneira geral”, diz.

No Brasil, temos 84,1% da população com acesso à água, o que quer dizer que ainda há 35 milhões de pessoas que ainda não têm esse acesso. Apenas 50,8% do esgoto gerado é tratado, causando poluição e diversos problemas de saúde, e 40,1% da água é perdida antes de chegar nas residências.

Parceria fortalece municípios

O impacto na sociedade de eventos climáticos, como fortes chuvas, é um problema grave do Brasil e um dos aspectos que o estudo avalia. De acordo com Cátia Valente, head de projetos governamentais do Climatempo, a iniciativa pública pode contribuir com os gestores públicos.

“Dentro do que temos disponível no País, são várias maneiras de atuar para minimizar os impactos. Temos o que chamamos de Salas de Situação, muitas delas ligadas às secretarias de meio ambiente dos municípios, que são áreas de monitoramento hidrometeorológico, que podem ajudar na tomada e decisão, na prevenção e nas respostas aos eventos críticos”, diz Valente.

Ela explica que a sala de situação da Bahia já foi responsável por 166 avisos de atenção e 97 alertas desde 2019. A Climatempo também possui esses centros de gerenciamento no Rio Grande do Sul, no Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio de Janeiro – estas duas últimas com um perfil diferenciado e atuando em eventos na iminência de ocorrer. Outro exemplo de ações que tem dado bons resultados e poderiam ser implementadas nacionalmente é o Sistema de Monitoramento e Alerta da Climatempo (SMAC), feito para prefeituras, que envia alertas em tempo real, em mensagens para os smartphones dos gestores públicos.

Análise dos dados

Leonardo Musumeci, pesquisador da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP) e professor do MBA Cidades e Inovações, ressalta a importância da participação pública e da governança na construção de indicadores municipais. Entre as necessidades apontadas pelo especialista está o uso de informações geoespaciais no campo da saúde pública, recurso pouco aplicado atualmente. Ele traz como exemplo um mapa de uma epidemia de cólera, em 1848, na Inglaterra, para demonstrar que a maioria dos casos se localizava próximo às fábricas, relacionando as questões ambientais da região com a pobreza e as precárias condições de saneamento básico.

“Traduzindo para nossa realidade e pensando principalmente nos municípios menores, que não possuem uma capacidade institucional para sistematizar dados como São Paulo, por exemplo, é fundamental olhar para os indicadores de saúde nas áreas de abrangência das unidades básicas de saúde, que vão dizer muito sobre a nossa condição ambiental”, diz Musumeci.

Nesse sentido, o especialista reforçou, também, a atuação das agentes de saúde municipais, lideranças locais que segundo ele são as maiores conhecedoras das famílias e das realidades regionais, capazes de engajar as populações nas melhorias do ambiente.

No Brasil, 35 milhões de pessoas não têm acesso à água
Apenas 50,8% do esgoto gerado é tratado
40,1% da água é desperdiçada antes de chegar nas residências

Conheça os indicadores do eixo Meio Ambiente
  • Atendimento urbano de água
  • Perda na distribuição de água
  • Atendimento urbano de esgoto
  • Tratamento de esgoto
  • Recuperação de materiais recicláveis
  • Coleta de resíduos sólidos
  • Resíduos plásticos recuperados
  • Monitoramento das áreas de risco
  • Idade média da frota de veículos
  • Outros modais de transporte (de massa)
  • % de veículos de baixa emissão
  • Potência outorgada da energia (fotovoltaica, eólica ou biomassa)

Fonte: Mobilidade Estadão

FNP CAPACITA 60 CIDADES PARA USO DE DADOS ABERTOS NO TRANSPORTE PÚBLICO

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Curso foi promovido pela entidade, por meio do AcessoCidades, projeto cofinanciado pela União Europeia; curso será disponibilizado em versão EaD no portal da Escola Virtual de Governo

A Frente Nacional de Prefeitos (FNP), por meio do projeto AcessoCidades, capacitou 107 técnicos e gestores municipais de mobilidade urbana em uso de dados abertos na gestão do transporte público. Dividido em dois módulos e direcionado a representantes de municípios com mais de 80 mil habitantes, o curso ocorreu de 1º de agosto a 1º de setembro, e vai certificar, em parceria com o Instituto de Políticas de Transporte & Desenvolvimento (ITDP Brasil), representantes de 60 cidades, entre elas 15 capitais.

Com os conhecimentos adquiridos ao longo das 11 oficinas, as práticas municipais já começaram a ser transformadas. Um exemplo é Novo Hamburgo/RS, que ajustou o termo de referência para contratação de empresa de bilhetagem, atualizou o georreferenciamento das paradas de ônibus e já planeja iniciar o uso de dados de GTFS (Especificação Geral sobre Feeds de Transporte Público). O propósito do município é aprimorar o fluxo de compartilhamento de dados e as ferramentas a serem disponibilizadas para o poder público, com inclusão da necessidade de disponibilidade de dados públicos e abertos sobre todo o sistema de transporte público.

De acordo com a técnica especialista em mobilidade urbana do projeto AcessoCidades, Tainá Bittencourt, dados como o de bilhetagem eletrônica, GPS e GTFS trazem informações sobre a oferta e demanda do transporte público, “que são fundamentais para planejar um sistema que seja adequado às necessidades da população, monitorar a qualidade do serviço prestado e assegurar a transparência na utilização dos recursos públicos”.

Outro exemplo de impacto no contrato é em Bragança Paulista/SP. “Faremos uma nova descrição sobre isso no novo contrato que será firmado”, garantiu o assessor Giovanni Ferraresso, ao se referir à descrição sobre acesso e fluxo de dados no novo contrato de concessão do serviço de transporte público.

Já em Florianópolis/SC, a prefeitura está qualificando a disponibilidade dos dados de transporte. “O curso auxiliou a compreensão da importância dos dados abertos, com exemplos muito relevantes e atenção a LGPD. Auxiliou também no planejamento de linhas e oferta do transporte coletivo”, comentou o chefe de Departamento de Pesquisa e Análise do município catarinense, Thales Augusto Pereira Nunes.

Para o Coordenador de TI da ETUFOR em Fortaleza/CE, Ricardo Carneiro, instrumentos legais e modelos compartilhados por outros municípios, que foram estimulados durante o curso, são fontes de inspiração para aprimorar informações contratuais na exigência de dados. “Também melhoraremos o escopo das competências necessárias para o desenvolvimento do corpo técnico do órgão responsável pela gestão do transporte no município”, garantiu.

Sobre as oficinas
As oficinas foram construídas a partir das demandas levantadas na fase de mapeamento do uso e abertura de dados de transporte público e foram divididas em dois módulos. As cidades selecionadas cumpriram requisitos necessários no primeiro ano de projeto, como participação nas atividades de trocas de experiências entre municípios, de mapeamento de boas práticas em mobilidade urbana sustentável, entre outros.

O primeiro módulo focou em aspectos fundamentais para o desenvolvimento de uma estratégia de gestão de dados de transporte público iniciando os debates com o questionamento “Por que utilizar e abrir os dados de transporte público?”.

As discussões do primeiro módulo também passaram por “boas práticas de contratos para a gestão de dados de transporte público”; “dados abertos e segurança dos dados de transporte público”; “uso de dados de transporte público para elaboração e avaliação de políticas públicas”; e “indicadores de oferta e demanda para a qualidade do transporte público”.

Já o segundo módulo foi voltado para operacionalização da gestão de dados e trouxe para a discussão temas como “gestão de dados de GTFS: noções introdutórias”; “gestão de dados de GTFS: ferramentas e boas práticas; “gestão de dados de GPS: noções introdutórias”; “gestão de dados de GPS: formatos e problemas comuns”; “gestão de dados de bilhetagem eletrônica: noções introdutórias”; e “gestão de dados de bilhetagem eletrônica: boas práticas”.

Em breve, o curso de capacitação no uso de dados abertos para a gestão do transporte público será disponibilizado em formato EaD no portal da Escola Virtual de Governo, em um convênio entre a FNP e a ENAP.

AcessoCidades
AcessoCidades é uma iniciativa da FNP/Brasil com a Confederación de Fondos de Cooperación y Solidaridad (Confocos)/Espanha e a Associazione Nazionale Comuni Italiani (ANCI)/Itália, com cofinanciamento da União Europeia. O projeto tem como objetivo qualificar políticas de mobilidade urbana no Brasil com vistas ao desenvolvimento sustentável e ao combate às desigualdades sociais, raciais e de gênero. Todas as atividades do projeto são gratuitas e não envolvem contrapartidas financeiras.

A iniciativa tem duração de três anos (entre 2021 e 2023) e quatro eixos de atuação: governança; diagnóstico e capacitação; planejamento e viabilização de boas práticas; e engajamento.

A partir disso, será possível pensar na sustentabilidade financeira do serviço de transporte público, na inovação tecnológica para qualificação e eficiência no setor, na mobilidade ativa e na regulamentação do transporte individual por aplicativos, entre outros. Mais informações: acesso.cidades@fnp.org.br

Fonte: FNP

Com informações da Assessoria de Imprensa

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ESTUDO APRESENTA GRAU DE MATURIDADE DIGITAL DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS

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Mapa de Governo Digital 2022, produzido pelo ME e Banco de Desenvolvimento da América Latina, aborda desafios estratégicos para aprimoramento das políticas públicas

Estudo realizado pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e pela Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia (SEDGG/ME), com o apoio da MacroPlan, traz um panorama da evolução da maturidade digital dos municípios brasileiros. É o Mapa de Governo Digital 2022, apresentado pelo ME na última sexta-feira (26/8). Em sua primeira edição, o estudo mostra o estágio atual dos municípios em meio a uma transformação intensificada durante a pandemia de Covid-19 e contribui para o aprimoramento das políticas públicas de governo digital na esfera municipal.

A pesquisa foi aplicada, de fevereiro a março de 2022, entre gestores de 52 cidades (sendo 16 capitais) com populações acima de 200 mil habitantes, recorte de um universo de 155 municípios que produzem 59% do Produto Interno Bruto (PIB) e onde vivem 99 milhões de pessoas. O Mapa traz a análise de mais de 80 indicadores da Pesquisa de Informações Básicas Municipais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Munic/IBGE), que estão relacionados às dimensões de infraestrutura, governança, pessoas, serviços e processos de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).

Resultados da pesquisa

A pesquisa revelou que as infraestruturas em TIC foram aprimoradas nos municípios, mas ainda persistem baixos níveis de integração de informações e sistemas, além da falta de transparência de dados. Foram identificadas, também, tendências claras de institucionalização do esforço de transformação digital, que é financiada, na maioria das vezes, por recursos próprios.

Com relação às principais motivações para o aprimoramento digital, foram apontadas a necessidade de melhoria de serviços aos cidadãos e a redução de custos de operação. O estudo constatou, ainda, que as prefeituras estão utilizando, cada vez mais, as redes sociais para promover os serviços e ouvir os moradores.

De acordo com o Mapa, para que os municípios alcancem uma transformação digital efetiva, é preciso que vençam 10 desafios estratégicos: a digitalização dos serviços públicos; a inclusão digital do cidadão; a contratação de soluções inovadoras; o patrocínio de lideranças; a segurança de dados; a conversão dos sistemas legados; o redesenho de processos; o fomento às competências digitais; a retenção de times especializados; a garantia de recursos financeiros para constante atualização e manutenção do processo.

O estudo possibilitou, também, traçar um quadro a respeito dos caminhos para o fortalecimento da agenda da transformação digital municipal. O material já está disponível aos municípios que queiram conhecer diversas práticas bem-sucedidas e avançar na agenda de transformação digital.

Rede GOV.BR

O Mapa de Governo Digital é mais um produto voltado para apoiar a transformação digital dos municípios, desenvolvido no âmbito das ações da rede integrativa do GOV.BR. A rede, de natureza colaborativa, tem como finalidade realizar o intercâmbio, a articulação e a criação de iniciativas relacionadas à temática de Governo Digital no setor público. É formada pelos entes federados mediante Termo de Adesão assinado pela autoridade máxima do Poder Executivo em nível estadual, distrital ou municipal. Já participam da rede GOV.BR 23 estados e 140 municípios.

Confira a íntegra do Mapa de Governo Digital

Fonte: Gov.br

Com informações da Assessoria de Imprensa

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SIEMENS, EM PARCERIA COM AS EMPRESAS FESTO, HEIDENHAIN E KUKA, ACELERA A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NA 6ª EDIÇÃO DO WORKSHOP INOVAÇÕES NA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA

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Evento híbrido vai apontar caminhos para o ecossistema de montadoras, fabricantes de autopeças e empresas ligadas ao setor;

Palestra de Adriano Alcaça, Engenheiro de Aplicação Sênior na Siemens, terá como tema: Edge Computing como habilitador da transformação digital no chão de fábrica;

Programação completa e inscrições estão disponíveis aqui.

A Siemens participa da 6ª edição do Workshop Inovações na Indústria Automotiva, ao lado das empresas parceiras Festo, KUKA e Heidenhain. Líder em automação industrial e software, infraestrutura, tecnologia predial e transporte, a companhia vai apresentar soluções que irão acelerar a transformação digital do ecossistema das montadoras, fabricantes de autopeças e demais empresas ligadas ao setor com conteúdo inovador. O evento híbrido acontece no Hotel Bristol em Santo André, em São Paulo, no dia 15 de setembro, presencialmente das 8h30 às 13h25, e online, das 9h às 12h25, para que interessados de outros estados brasileiros também possam acompanhar.

“Estamos trazendo respostas para que a indústria consiga desenhar a sua estratégia de transformação digital com as melhores soluções e consultoria de maneira segura e consciente. Existe um caminho que precisa ser trilhado com urgência”, diz Alexandre Sakai, Head do Segmento Automotivo e Eletromobilidade na Siemens. A agenda do evento contempla uma série de palestras, incluindo a participação de Adriano Alcaça, Engenheiro de Aplicação Sênior na Siemens, sob o tema O Edge Computing como Habilitador da Transformação Digital no Chão de Fábrica, a partir das 9h50 (confira programação completa no site do evento). Ainda durante o evento, os participantes terão a oportunidade de ver aplicações reais montadas in loco, desenhadas especificamente para a ocasião.

Agenda de palestras:

9h10 – Plataforma Festo AX: Gerando eficiência e sustentabilidade com inteligência artificial

Com Rogério Maurus, Gerente de Negócios de Digitalização na Festo Brasil

9h30 – Tecnologia para controle de posição em sistemas automatizados

Com Marcos Dias, Gerente Nacional de Vendas na HEIDENHAIN Brasil

9h50 – O Edge Computing como habilitador da Transformação Digital no chão de fábrica

Com Adriano Alcaça, Engenheiro de Aplicação Sênior na Siemens

10h10 – Custos de energia e TCO nas novas tecnologias robóticas para a indústria automotiva

Com Vagner Valentim, Gerente Contas Automotivas na KUKA Roboter do Brasil

Serviço:

  • Data: 15/09/2022
  • Horário: 8h30 às 13h25, e online, das 9h às 12h25
  • Local do evento presencial: Hotel Bristol, Av. Industrial, 885 – Jardim, Santo André, SP
  • O evento online será transmitido via plataforma zoom
  • Site do evento para mais informações e inscrições aqui

Com informações da Assessoria de Imprensa

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PROJETO DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE EM PARCERIA COM A NVIDIA CRIA BARCO AUTÔNOMO PARA MONITORAMENTO AMBIENTAL

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Projeto faz parte da iniciativa da NVIDIA de apoio à pesquisa e desenvolvimento em universidades e indústrias

Um dos principais objetivos da NVIDIA como empresa global é avançar a tecnologia em diversos setores e cenários de futuro. Justamente por isso, a empresa possui uma ação ativa junto às universidades e laboratórios de pesquisas e da indústria, que visam trazer melhorias para o mercado e para o mundo. Esse é o caso do mais recente case de sucesso entre a empresa, a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Juntas, elas estão desenvolvendo o F-Boat, um veleiro autônomo capaz de realizar monitoramento ambiental na superfície marinha da Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro. Diversas tecnologias da NVIDIA foram escolhidas para atender às necessidades de diferentes partes do projeto, que uniu um grupo de 20 pesquisadores e coordenadores, liderado pelos professores Esteban Clua e Daniel Nogueira da Universidade Federal Fluminense, além de Luiz Marcos Gonçalves da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

A proposta da embarcação é poder navegar de forma completamente independente, captando informações ambientais do oceano por meio de sensores, facilitando o trabalho de pesquisadores ambientais do mundo todo e proporcionando segurança, agilidade e o aumento da base de dados a respeito das condições ambientais dos locais de estudo. O projeto, que já é funcional e está em constante atualização para angariar mais funções, está sendo treinado com IA há dois meses para navegação completamente autônoma e identificação de obstáculos e outros objetos. O projeto também teve apoio financeiro da Prefeitura de Niterói, que pretende usar o F-Boat muito em breve.

“A preocupação com o meio ambiente nunca precisou tanto de destaque. É uma pauta da qual depende, literalmente, o nosso futuro como espécie. A NVIDIA se orgulha muito das iniciativas que apoia envolvendo cuidados do tipo”, afirma Marcio Aguiar, diretor da divisão Enterprise da NVIDIA na América Latina. “Ainda há muito a ser feito em termos de aprimoramentos, mas já podemos dizer que um grande passo foi dado em direção à um cuidado ambiental intensificado pelo bom uso da tecnologia”, explica Esteban Clua, da Universidade Federal Fluminense.

O F-Boat se move a vento, energia solar e IA, mais especificamente provida pela plataforma Jetson AGX Xavier da NVIDIA, além de ter embarcadas diversas sondas e sensores (podendo ser atualizado para portar mais equipamentos no futuro) que captam informações de índice de qualidade da água, como PH e oxigenação, e envia esses dados de forma remota a um operador, em tempo real, o auxiliando na tomada de decisão de cuidado ambiental com a região analisada.

Para viajar sozinho, o veleiro precisa de diversos sensores de navegação, que captam dados externos e os enviam ao computador com a IA, que utiliza a Jetson. Essa IA julga qual a melhor linha de ação a se tomar no quesito de movimentação, a fim de evitar obstáculos e seguir por um caminho específico dentro dos parâmetros de seu percurso. A embarcação também possui um motor elétrico, abastecido com energia solar, que é usado para momentos em que há falta de vento, de demanda por manobras mais precisas ou de emergência, quando o vento sozinho não dá conta de direcionar a embarcação à segurança. Além disso, há um controle remoto que pode ser acionado em casos de emergência, para que o F-Boat seja controlado por um operador externo, em casos mais extremos.

Toda a equipe de operação do F-Boat fica em terra, e o barco é guiado, na Baía, pelo mapeamento dos pontos de interesse apontados pela equipe para a IA. O barco, por não precisar parar nunca, ajuda os pesquisadores a terem uma maior quantidade de dados do que teriam se contassem apenas com uma análise de embarcações tripuladas. O projeto pretende ser um grande laboratório de pesquisa, tanto ambiental e marítima, quanto de IA. Para o futuro, os pesquisadores buscam instalar mais equipamentos de análise, como câmeras submersas que possam analisar a vida marinha, por exemplo.

Por enquanto, o grupo de pesquisa ainda trabalha em diversos treinamentos para tornar o barco mais completo em sua navegação, permitindo que ele identifique cada vez mais tipos de obstáculos diferentes, por exemplo. Para isso, o projeto pretende utilizar o NVIDIA Omniverse Enterprise, a fim de criar um gêmeo digital tanto da embarcação como da Baía e poder apresentar à IA diversos obstáculos diferentes, o que seria muito complexo de ser ensinado só com dados do mundo real. “Isso ajudará o barco a ter contato com situações que não são exatamente fáceis de se simular, sobretudo sem danificar o F-Boat”, conta Clua.

O trabalho de treinamento da IA é extensivo, pois ele demanda ensinar ao barco como funciona a física do mundo, as condições envolvendo obstáculos e diversas outras camadas de aprendizado que só podem ser ensinadas pela tentativa e erro, como a lidar com situações meteorológicas atípicas. Para isso, é preciso o uso de grandes módulos de dados, com reforços positivos da IA, a fim de que ela entenda os comportamentos adequados para guiar a embarcação.

Até agora, foram dois meses de treinamento intensivo da IA do barco, e o uso das DGX1 da NVIDIA possibilitaram que o processamento das informações de treinamento fossem dezenas de vezes mais rápido do que em outras plataformas de processamento. Daqui há um ano, mais ou menos, os pesquisadores esperam conseguir acoplar um módulo de análise de micro plásticos aos F-Boat, além de sensores que possibilitem uma análise de legalidade de pesca para outras embarcações e câmeras térmicas e noturnas. O treinamento de visão computacional, que está se iniciando agora, permitirá verificar análises de resíduos e derramamento de óleo, por exemplo, permitindo conhecer a trajetória desses poluentes.

“Estamos animados com o que pode ser conquistado com o F-Boat, e sabemos que mais projetos do tipo são o futuro de inciativas que intentam preservar, monitorar e melhorar o meio ambiente. A NVIDIA se orgulha muito de fazer parte dessa jornada”, finaliza Aguiar.

Com informações da Assessoria de Imprensa

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