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CURSO MARCA UMA DÉCADA DE CIDADES INTELIGENTES NO BRASIL COM FORMAÇÃO HÍBRIDA PARA GESTORES PÚBLICOS E PROFISSIONAIS DO SETOR PRIVADO

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Curso combina 12 horas presenciais no Crea‑SP, transmissão ao vivo e 24 módulos EAD, apresentando ferramentas, indicadores e casos práticos aplicados em cidades brasileiras nos últimos 10 anos.

Em uma década marcada por avanços tecnológicos e crises urbanas igualmente rápidas, o Connected Smart Cities realiza nos dias 28 e 29 de abril o curso “10 Anos de Cidades Inteligentes no Brasil”. A proposta vai além de um treinamento técnico: é um mergulho na memória recente do país, revisitando a trajetória que transformou o termo “smart city” de modismo corporativo em política pública. Fundamentado no Relatório Connected Smart Cities – 10 Anos, produzido com a colaboração de mais de 150 especialistas dos setores público, privado e acadêmico, o programa condensa os acertos, tropeços e oportunidades que moldaram a pauta no Brasil desde 2015.

Concebido especialmente para prefeitos eleitos, secretários municipais e equipes estratégicas, o curso oferece doze horas de imersão presencial no auditório do CREA‑SP, na Avenida Angélica, em São Paulo, com transmissão ao vivo, seguidas da modalidade EAD de vinte e quatro horas distribuídas em vinte e quatro módulos assíncronos. No CREA, das 9h às 17h, os participantes revisitam momentos‑chave da plataforma CSC, percorrem os estágios evolutivos de uma cidade e confrontam os desafios que despontam na próxima década: transformação digital extensiva, 5G massificado, governança de dados, mobilidade de baixo carbono e o dilema da sustentabilidade financeira. Ferramentas como o Plano Municipal de Cidade Inteligente e as parcerias público‑privadas surgem não como dogmas, mas como instrumentos maleáveis, capazes de acomodar realidades tão díspares quanto as de Maceió e Balneário Camboriú.

No segundo dia, o foco é abordar o futuro próximo. A metodologia do Ranking Connected Smart Cities 2025 é esmiuçada eixo por eixo – mobilidade, segurança, meio ambiente, inovação, entre outros – revelando como métricas impactam, na prática, a tomada de decisão local. Segue‑se um debate sobre governança colaborativa, onde plataformas de engajamento cidadão deixam de ser vitrine tecnológica para se converter em engrenagens de um novo modelo que une gestão pública e sociedade. A tarde encerra com a apresentação dos Selos CSC de Cidades Inteligentes e Ecossistemas de Inovação, distinções que chancelam municípios comprometidos com gestão baseada em evidências e cultura de inovação.

Terminada a etapa presencial, o cronograma se expande no ambiente virtual. Ali, prefeitos, assessores e técnicos avançam, no próprio ritmo, por trilhas que alternam Internet das Coisas para iluminação pública inteligente, inteligência artificial aplicada à manutenção preditiva de vias, modelos de cloud computing para interoperabilidade de sistemas e módulos inteiros de cibersegurança. A mobilidade urbana ganha foco especial, do MaaS à descarbonização de frotas, enquanto o bloco de sustentabilidade explora urbanismo verde e gestão de recursos naturais em consonância com as metas climáticas. Ao longo dos módulos, cases concretos comprovam que inovação não é privilégio de metrópoles: Jacareí reduziu a mortalidade no trânsito com planejamento de baixo custo; Santana de Parnaíba digitalizou processos e alavancou a transparência; Jaguariúna transformou parques tecnológicos em polos de empreendedorismo local.

A abordagem híbrida garante flexibilidade sem abrir mão da troca presencial, e cada participante só recebe o certificado após percorrer ambos os percursos. Nenhum requisito é intransponível: formação superior é desejável, mas o que conta de fato é estar na linha de frente de projetos de cidade inteligente, inovação ou governo digital. 

Quem se sentar nas cadeiras do auditório no fim de abril não encontrará fórmulas mágicas nem dashboards mirabolantes, mas sim um retrospecto lúcido de dez anos que sacudiram a gestão urbana brasileira e um mapa de rotas plausíveis para os dez que vêm aí. Entre narrativas de fracasso e sucessos retumbantes, o curso se consolida como ponto de virada: um convite para que gestores olhem para suas cidades não como um somatório de problemas, mas como ecossistemas vivos, prontos para redesenhar seu destino com as ferramentas certas, o conhecimento apropriado e, sobretudo, a disposição para aprender com quem já trilhou caminhos parecidos.

TRUMP, O BRASIL E A NOVA INDÚSTRIA NACIONAL

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O neoprotecionismo tumultuará as cadeias produtivas globais, mas pode abrir
uma grande oportunidade para as empresas brasileiras de transporte sustentável

O mundo acompanha com um misto de espanto e temor o terremoto na ordem econômica internacional causado pelo governo Trump.

Mas aqueles que conseguem manter a cabeça fria já percebem que o caótico neoprotecionismo americano pode abrir excelentes oportunidades para países como o Brasil e outros.

Penso especialmente no setor que represento: a indústria nacional de ônibus elétricos, que tem todas as condições de tornar-se líder global em transporte público sustentável.

Mas também na indústria de motores elétricos, baterias, inversores, carregadores, chassis e carroceria, sem contar aplicativos e serviços de tecnologia associados às eletromobilidade.

Mais do que nunca, a liderança brasileira em sustentabilidade (tecnológica e ambiental) é um ativo a ser trabalhado intensamente por uma diplomacia comercial inteligente.

A economia e a política internacionais passarão por grandes traumas nos próximos meses e anos, mas as oportunidades estão à vista. Não podemos perdê-las.

Países e regiões prejudicados pelas políticas trumpistas, como Canadá, México e Europa, sem contar as nações africanas privadas dos recursos humanitários da USaid, configuram-se como mercados potenciais para a nova indústria brasileira da eletromobilidade.

Para chegarmos lá, no entanto, será preciso mais ousadia e pragmatismo dos líderes políticos nacionais (leia-se: Executivo e Congresso) e dos formuladores da política externa.

Teremos de reaprender a dialogar em torno dos temas que realmente importam para o futuro do Brasil, sem factoides, sem polarização e sem preconceitos. 

Na verdade, isso já começou a acontecer. Depois de 25 anos de negociações estagnadas, Mercosul e União Europeia finalmente fecharam um acordo. Foi no dia 6 de dezembro, exatamente um mês depois da vitória eleitoral de Donald Trump.

No final de março, os governos do Japão, Coreia do Sul e China – adversários históricos entre si – anunciaram as bases de um acordo de livre comércio que dificilmente teria avançado tanto, fosse outro o atual ocupante da Casa Branca.

Aqui mesmo no Brasil, vimos no começo de abril um fenômeno raríssimo e de forte simbolismo: a aprovação no Senado, por unanimidade, e no dia seguinte na Câmara, por votação simbólica, de um projeto de lei que dá plenos poderes ao Executivo para retaliar o tarifaço americano.

O fato é que, diante de um inesperado inimigo comum, governos de diferentes correntes políticas e visões ideológicas descobrem (ou redescobrem) pontos de convergência e se unem para reconfigurar as cadeias globais de produção.

Temos de aproveitar esse momento e nos inserir nessas novas cadeias de valor. Mais do que nunca, temos de saber “vender” a tecnologia nacional e os produtos da indústria brasileira vinculada à descarbonização da economia.

A opção dos Estados Unidos pelo isolamento abre um imenso espaço para novas ideias, novos parceiros e mais ousadia dos governos e empreendedores.

É fundamental que a indústria brasileira vinculada ao transporte sustentável tenha um peso crescente na pauta de exportação do país. 

Nesse inédito momento da economia global, é hora de mostrar que a estratégia comercial brasileira não se limita a commodities, produtos agrícolas e etanol. Esses produtos são muito importantes, claro, mas não são os únicos.

A nova indústria brasileira já tem o que mostrar a qualquer mercado. E esse trabalho tem de começar imediatamente.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade da autora, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

Próxima Reunião Estratégica Regional do Connected Smart Cities acontece em Maceió

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Capital de Alagoas recebe evento estratégico para impulsionar o desenvolvimento urbano e a transformação das cidades inteligentes no Brasil

No dia 09 de maio, Maceió será palco da Reunião Estratégica Regional da Plataforma Connected Smart Cities, um evento exclusivo que reunirá os principais atores do ecossistema urbano, especialistas e convidados estratégicos para debater os desafios e delinear soluções para o futuro das cidades. O evento acontecerá às 13h30, no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AL), em Jacarecica, Maceió, Alagoas.

A Plataforma Connected Smart Cities busca transformar as cidades brasileiras, respeitando a regionalidade e promovendo o impacto positivo em cada uma das regiões do país. A premissa da plataforma é que nenhuma cidade é igual, mas todas podem ser melhores e é com essa visão que a reunião tem como objetivo reunir gestores públicos, empresários, acadêmicos e especialistas para compartilhar soluções inovadoras e discutir como as cidades podem evoluir por meio de tecnologia, inovação e sustentabilidade.

Leia mais em: Programa de Parcerias Estratégicas de Maceió

Maceió, capital de Alagoas, destaca-se no cenário nacional, com um PIB de R$23 bilhões e um IDH de 0,721. Conhecida por suas belíssimas praias e por sua crescente economia no setor turístico, a cidade também tem se tornado um centro de inovação e desenvolvimento urbano. Com projetos de mobilidade e desenvolvimento sustentável, Maceió já figura com destaque no Ranking Connected Smart Cities, alcançando a 40ª posição no ranking nacional e a 4ª posição na Região Nordeste. A cidade ocupa ainda a 23ª posição entre as cidades com mais de 500 mil habitantes, a 22ª no recorte de Tecnologia e Inovação, e a 25ª no recorte de Mobilidade.

Além de ser uma cidade referência no turismo e qualidade de vida, Maceió conquistou importantes selos de reconhecimento, como o Selo CSC Ouro de Boas Práticas em Cidades Inteligentes e o Selo CSC GovTech Prata, destacando suas boas práticas em governança de ecossistemas de inovação e desenvolvimento urbano.

Leia mais em: Manaus recebe a primeira reunião estratégica regional de 2025 

A Reunião Estratégica Regional da Connected Smart Cities é uma oportunidade única para Maceió reforçar seu papel como referência em inovação e desenvolvimento sustentável, ao mesmo tempo em que se conecta com outras cidades que compartilham os mesmos desafios e aspirações para o futuro.

Para mais informações sobre o evento, clique aqui

GovTech Brasil 2025 reúne governo, startups e investidores para acelerar a inovação no setor público

Evento será realizado em Brasília no dia 15 de maio e marca um novo capítulo na transformação digital do Estado, com foco em soluções escaláveis, parcerias estratégicas e impacto social

No dia 15 de maio de 2025, Brasília se tornará o epicentro das discussões sobre o futuro da administração pública com a realização do GovTech Brasil 2025. O evento, que acontecerá no Espaço TEIA – CAIXA, localizado dentro do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, tem como missão consolidar a agenda GovTech no Brasil, conectando governos, startups e investidores em prol de um Estado mais eficiente, transparente e digital.

Idealizado por três importantes atores do ecossistema de inovação — CSC GovTech, braço do Connected Smart Cities; KPTL, uma das maiores gestoras de venture capital da América Latina; e Cedro Capital, referência em investimentos voltados ao setor público — o GovTech Brasil 2025 nasce da crença de que a tecnologia não é mais apenas uma aliada, mas uma urgência para modernizar a máquina pública e melhorar a entrega de serviços à população.

Leia mais: Inovação no Setor Público: A Revolução Silenciosa das GovTechs

Em um cenário onde a transformação digital já é imperativa, o evento se posiciona como um espaço estratégico de diálogo entre gestores públicos, startups e fundos de investimento que compartilham o compromisso de acelerar a inovação governamental. Com um formato presencial, a programação contará com painéis temáticos com especialistas e tomadores de decisão, apresentação de cases reais de GovTechs em atuação e um espaço dedicado ao networking e geração de negócios, fortalecendo pontes entre soluções tecnológicas e os desafios concretos enfrentados pela gestão pública.

Entre os nomes confirmados estão Gustavo Maia, fundador e CEO da Colab; Thiago Alvim, cofundador e diretor executivo da Prosas; Leonardo Ladeira, CEO do Portal de Compras Públicas; Eduardo Reis Alexandre, fundador e CEO da DataPolicy; Paula Faria, idealizadora da Necta e do Connected Smart Cities; Bruno Brito, sócio-diretor da Cedro Capital; e Renato Ramalho, CEO e sócio da KPTL. O evento contará ainda com representantes do Tribunal de Contas da União (TCU), da FUNARTE e do Consórcio Brasil Central, reforçando o engajamento de instituições-chave na agenda de inovação pública.

“Os objetivos do GovTech Brasil 2025 são ambiciosos e urgentes: conectar gestores públicos federais com soluções inovadoras e escaláveis, posicionar as GovTechs como aliadas estratégicas na modernização do Estado, estimular políticas públicas de fomento à inovação e fomentar parcerias entre startups e fundos especializados, como o FIP GovTech” destaca Paula Faria, idealizadora da Necta e do Connected Smart Cities. O público-alvo inclui desde gestores públicos federais até organizações multilaterais, bancos de desenvolvimento, startups GovTech e investidores interessados no impacto social da tecnologia.

Leia mais: Transformação Digital: O Surgimento da GovTech e seu Potencial Bilionário

Com a expectativa de gerar novas conexões qualificadas, aumentar o engajamento institucional e dar visibilidade a startups com propostas concretas para o setor público, o GovTech Brasil 2025 promete ser um marco na construção de um novo paradigma de governança, em que a inovação deixa de ser um discurso e passa a ser prática cotidiana.

O evento é uma oportunidade única para quem acredita que a transformação do Brasil passa também pela transformação do setor público — e que, para isso, é preciso inovar com inteligência, investir com propósito e colaborar com visão de futuro.

Para saber mais acesse: https://connectedsmartcities.com.br/evento-govtech-brasil/

TARIFA ZERO NÃO É SOLUÇÃO DE TRANSPORTE PARA O BRASIL

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Mudar o modelo de remuneração no transporte não é adotar tarifa zero

O modelo de financiamento do transporte público tem sido um dos principais entraves para a melhoria da mobilidade urbana. Historicamente, o sistema tem sido sustentado pela arrecadação tarifária dos passageiros, um formato que tem se tornado cada vez mais inviável. Esse modelo reforça uma lógica perversa: a sustentabilidade financeira do sistema depende da superlotação e da redução de frotas e viagens, fatores que comprometem a qualidade do serviço e afastam ainda mais os passageiros.

Diante desse cenário, a tarifa zero tem sido apresentada como solução para a mobilidade urbana. No entanto, quando implementada sem o devido planejamento e capacidade de atendimento, pode se tornar um desastre operacional. É inegável que a gratuidade pode ampliar o acesso ao transporte e gerar impactos positivos para a população de baixa renda. Mas sem uma estrutura financeira e operacional robusta, a qualidade do serviço é comprometida, reforçando a percepção de que o transporte coletivo é ineficiente e pouco confiável.

Experiências recentes mostram que cidades que adotaram a tarifa zero sem planejamento adequado enfrentaram um aumento abrupto da demanda, sem uma expansão proporcional da frota e dos serviços. O resultado foi a lotação excessiva dos veículos, queda na confiabilidade dos horários e um serviço precarizado que, mesmo gratuito, continua mal avaliado pelos usuários.

Prefeitos que herdaram ou implementaram a tarifa zero têm confidenciado nos bastidores que não podem voltar atrás na medida, mas também não possuem capacidade orçamentária para melhorar a oferta e a qualidade do serviço. Pior ainda, reconhecem que a medida retira recursos de áreas essenciais como saúde e educação. Como eles próprios admitem: “o caixa é o mesmo, é preciso fazer uma escolha.”

Outro ponto importante a considerar é que, hoje, o Vale Transporte representa uma receita significativa para o sistema de transporte. A maioria dos trabalhadores que o utilizam não percebe diretamente o custo da tarifa. Com a tarifa zero, esse fluxo de receita é perdido, criando um buraco financeiro que precisa ser coberto pelo orçamento público.

Ao invés de apostar em uma gratuidade total inviável, ou enquanto medidas como do artigo de especialista não são aprovadas, é possível encontrar um meio-termo mais equilibrado. A tarifa zero é o resultado da capacidade de um município em cobrir integralmente os custos do transporte, mas, quando essa capacidade plena não existe, há alternativas viáveis. Programas de tarifa reduzida, subsídios para grupos específicos e financiamento escalonado permitem garantir acesso ao transporte sem comprometer sua qualidade. A adoção de um modelo dinâmico entre custo e receita, como já apontado em artigo anterior, permite que o município adeque sua capacidade de investimento ao mesmo tempo que avalia os impactos de cada política implementada. Assim, é possível ampliar gradualmente o custeio público do transporte, garantindo melhorias reais para a população.

Portanto, é essencial que as cidades que buscam melhorar o transporte coletivo priorizem mudanças estruturais na remuneração dos serviços e garantam que qualquer iniciativa de tarifa reduzida ou zero seja acompanhada de um planejamento financeiro e operacional sólido. O transporte público não pode ser tratado como uma promessa política de curto prazo, mas sim como um serviço essencial que precisa ser gerido com responsabilidade, segurança jurídica e compromisso com a população.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

GRUPO CCR LANÇA INICIATIVA PARA ADOTAR INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL GENERATIVA EM SUAS OPERAÇÕES ATÉ O PRIMEIRO SEMESTRE DE 2025

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Em parceria com EY, o projeto tem como objetivo impulsionar a eficiência e melhorar a experiência do cliente nas plataformas de negócios da companhia

O Grupo CCR, maior empresa de infraestrutura de mobilidade do Brasil, acaba de lançar uma iniciativa inédita em seu setor para adotar soluções de Inteligência Artificial Generativa (IA Gen) em seus negócios, projeto estratégico que visa aumentar a eficiência operacional e aprimorar a experiência dos clientes. O projeto, realizado em colaboração com a EY, tem como meta possibilitar que a Companhia implemente os primeiros projetos de IA Gen em suas atividades até o primeiro semestre de 2025.

A Jornada CCR de IA Generativa foi organizada em quatro ondas para preparar a Companhia para aproveitar todo o potencial da tecnologia. A primeira fase envolve a análise de prontidão, por meio de pesquisas com colaboradores e entrevistas com a alta liderança, para entender o nível de maturidade em relação ao conhecimento da tecnologia e suas oportunidades.

Por meio de sessões de ideação (discovery) com centenas de colaboradores das plataformas de rodovias, mobilidade urbana e aeroportos e do centro corporativo, foram identificadas as primeiras oportunidades de aplicação de IA Gen. Para executar esta etapa, a Companhia aprovou um investimento inicial de cerca de R$ 10 milhões para a realização de, no mínimo, 10 MVP (minimum viable product) para avaliar se a tecnologia entrega os ganhos de eficiência esperados, dos quais quatro projetos já estão em andamento.

Como parte das ações desta primeira onda, Companhia já está promovendo um programa de Letramento Digital, com o intuito de conscientizar e esclarecer todos os níveis organizacionais sobre IA Gen, incluindo ações em parceria com Massachusetts Institute of Technology (MIT) e outras iniciativas de capacitação. A primeira ação de letramento sobre a Jornada de IA foi realizada em outubro de 2024, durante o Encontro de Líderes da Companhia, que contou com a presença de mais de 400 executivos das áreas corporativas e operacionais. O treinamento sobre o tema fará parte dos conteúdos permanentes da Academia CCR.

A partir dos resultados obtidos na análise de prontidão, a diretoria de Tecnologia & Digital do Grupo CCR vai iniciar a construção do modelo de governança para o uso de IA Gen dentro da organização, estabelecendo os papéis e responsabilidades e os critérios para a seleção e priorização de novos projetos baseados na tecnologia – este último tópico será objeto de deliberação do recém-criado Comitê Digital & Inovação. Este momento marca o início da onda 2 do projeto, no qual será desenhado o Centro de Competência em IA (CoE), que irá, entre outros pontos, fomentar a cultura digital e estruturar a arquitetura de tecnologia e dados. A expectativa é que o CoE esteja implementado até o final do primeiro semestre de 2025.

“A IA Generativa é uma tecnologia disruptiva e emergente, capaz de transformar processos organizacionais. Porém, apesar do enorme potencial, ainda há um grande desconhecimento de como essa inovação pode ser aplicada de forma estratégica para impulsionar eficiência operacional e tomada de decisão. A Jornada CCR de IA Generativa é uma iniciativa central para introduzirmos a tecnologia de forma sustentável e bem-sucedida para capturamos todos os seus benefícios”, diz a diretora de Tecnologia e Digital do Grupo CCR, Cristiane Gomes.

A terceira onda da Jornada CCR em IA Generativa compreende a implementação das ações estruturadas nas duas fases anteriores. Além do Centro de Competência em IA, esta etapa contempla a implementação da tecnologia de dados e do modelo de LLM (large language model) que irá suportar os projetos de IA Generativa, das ações de capacitação e mudança de cultura, mensuração dos benefícios dos primeiros projetos e definição do roadmap para adoção de soluções em IA Gen e outras iniciativas para escalar (scale-up) a tecnologia por toda a organização. A onda quatro tem como foco as ações de sustentação da jornada, de modo a possibilitar que o Grupo CCR continue a liderar as inovações no tema.

Potenciais aplicações de IA Gen

Como maior empresa de infraestrutura de mobilidade do Brasil, transportando 3 milhões de pessoas diariamente suas operações de trens, metrô e VLT, embarcando 43 milhões de pessoas por ano em seus 20 aeroportos e recebendo mais de 2 milhões de veículos por dia em suas rodovias, um dos potenciais usos da IA Gen no Grupo CCR está no atendimento aos seus clientes em canais como 0800 e ouvidoria. Atualmente, a Companhia já usa chatbot em suas operações, e a nova tecnologia permitiria aprimorar a interação com os usuários.

A sistematização de políticas, normas e procedimentos de diversas áreas da organização é outra possível aplicação. “Isso tem potencial para melhorar a segurança dos colaboradores, por exemplo. Quando um agente de manutenção está realizando a atividade, ele conseguiria ter acesso mais facilmente às normas e aos procedimentos necessários para realizar a tarefa. Com a IA Generativa, isso vira um processo de perguntas e respostas, e este colaborador consegue acessar de mais forma ágil todas as informações”, destaca Cristiane.

No âmbito corporativo, a IA Generativa tem grande potencial para aplicação na área jurídica. A tecnologia possibilita avaliar, com mais agilidade, a jurisprudência para ações ao acessar os bancos de dados públicos do sistema judiciário e identificar padrões e tendências. O Grupo CCR também identifica oportunidades nas áreas de engenharia para melhorar a assertividade de novos projetos, o que irá resultar em estimativas de investimento mais precisas.

Outra oportunidade potencial já mapeada na análise de dados históricos para tornar a manutenção preditiva dos ativos mais precisa, definindo, por exemplo, o melhor momento para realizar esta ação e diminuir o tempo de indisponibilidade do serviço para os clientes. Outra frente é na área de compras e contratação de fornecedores, agilizando e melhorando a análises dos processos de itens recorrentes e de baixo nível estratégico para a organização.

“A IA Generativa é um marco na nossa evolução digital. Acreditamos que a tecnologia pode transformar a forma como operamos e nos relacionamos com nossos clientes. Este é um passo importante na nossa jornada digital, que nos permitirá não apenas otimizar processos, mas também oferecer um serviço mais ágil e personalizado para melhorar a experiência dos nossos clientes. Nosso objetivo é ampliar os ganhos de eficiência e a proatividade em todas as áreas do Grupo CCR”, ressalta Cristiane.

Foco na eficiência operacional por meio da Transformação Digital 

A Jornada de IA da Companhia faz parte de um novo momento do Grupo CCR na área de Tecnologia & Digital, que investiu cerca de R$500 milhões em 2024 para acelerar o uso de soluções digitais e novas tecnologias em suas plataformas de rodovia, mobilidade urbana e aeroportos. Essa estratégia visa aumentar a eficiência e melhorar a experiência do cliente, consolidando a inovação como um dos pilares para alcançar as metas de longo prazo.

Recentemente, a Companhia anunciou a criação de uma Diretoria de Tecnologia e Digital, cadeira que é ocupada pela executiva Cristiane Gomes. Para fazer frente aos desafios de aumentar a eficiência operacional e melhorar a experiência dos clientes, a nova diretoria tem implementado soluções em um vasto rol de tendências tecnológicas. Projetos de smart Mobility, o uso de big data e analytics são exemplos disso. Outra frente está conectada a aplicações de inteligência artificial. Esse movimento é suportado por investimentos na modernização do parque tecnológico, com incremento da capacidade de servidores e cloud.

A implementação da nova estrutura já consolidou conceitos em todas as plataformas do Grupo. Um exemplo é o conceito “Digital First”, que busca priorizar a digitalização desde a concepção das novas estratégias, com o objetivo de integrar soluções e estruturas digitais aos projetos, e que já vem sendo aplicado em todas as unidades de negócios.

A criação da diretoria e o investimento relevante em tecnologia são partes cruciais da estratégia do Grupo CCR para atingir as suas metas de eficiência operacional, que incluem reduzir a relação Opex Caixa / Receita Líquida para 38% até 2026 e 35% até 2035, conforme previsto na Ambição 2035, plano estratégico de longo prazo da Companhia.

Fonte: Grupo CCR

ESTACIONAMENTOS GANHAM PROTAGONISMO AO PENSAR A MOBILIDADE NOS GRANDES EVENTOS

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Quando bem estruturados, ajudam a evitar congestionamentos e tornam a chegada e a saída dos eventos mais organizadas

Quando se fala em grandes eventos como o Lollapalooza ou o Rock in Rio, a experiência do público vai muito além das atrações no palco. O deslocamento até o local e a logística de acesso são fatores que impactam diretamente a percepção do evento. Ou você, caro leitor, não vai dizer que a primeira coisa que pensa ao ir a um evento de grande porte é: “Mas como eu vou?”. Posso dizer que o estacionamento é parte fundamental da jornada dos espectadores. Quando bem estruturado e integrado à operação, os pátios se tornam um “agente facilitador”, que considero essencial nesse contexto.

Não se trata apenas de uma questão de conveniência. Estudos mostram que motoristas gastam entre 10 e 30 minutos procurando vagas, o que gera 30% do tráfego urbano em áreas congestionadas – como revelou a empresa espanhola Urbiotica. Em um ano, esse tempo perdido pode chegar a 100 horas por motorista, equivalente a mais de quatro dias inteiros. Em eventos, onde a concentração de veículos é exponencial, a falta de gestão adequada amplifica esses números. O resultado? O entorno se transforma em um verdadeiro caos.

Trazendo para a nossa realidade, espaços que comportam grandes eventos já realizam esse tipo de ação. São diversas opções de transporte disponíveis: shuttles exclusivos, transporte público, modais alternativos e o carro particular. No entanto, independentemente do modal escolhido, a chegada e a saída do público precisam ser eficientes para evitar longas esperas, congestionamentos e, claro, frustrações. Ou seja, no “quebra-cabeças” da mobilidade urbana, já está na hora de olharmos para esses espaços como peça estratégica dessa engrenagem.

A INDIGO, líder mundial em gestão de estacionamentos, trabalha para que esses espaços não sejam apenas locais de parada, mas hubs de conectividade para diferentes modais. Como? Em eventos de grande porte, o estacionamento pode se tornar um ponto intermediário de contato com o cliente, permitindo que ele estacione seu carro em pontos estratégicos e finalize o trajeto com outros meios de transporte, como ônibus exclusivos, bicicletas ou até mesmo veículos elétricos compartilhados.

O impacto vai além. Iniciativas como essa reduzem a “pressão” sobre o entorno do evento e melhoram a fluidez do trânsito, como comprovado em cidades como Santander (Espanha) e Gramado (RS), onde sensores inteligentes em vagas diminuíram em 25% o tempo de circulação de veículos.

Esse é um dos pontos em que a tecnologia é fundamental. Quando bem usada, podemos dizer que ela se torna indispensável. A plataforma Indigo Neo, por exemplo, usada em mais de 200 cidades em todo o mundo, permite não apenas a reserva antecipada de vagas, mas também ajusta preços conforme a demanda – uma prática recomendada por Donald Shoup, referência global em mobilidade, que defende uma taxa de ocupação de 80-85% para equilibrar oferta e fluxo.  

Aos organizadores de grandes eventos, pensem nisso: não vejam os estacionamentos como espaços isolados. Planejem os festivais incluindo o estacionamento como parte do core business. É necessário ir além da visão tradicional e integrar soluções como parklets (que transformam vagas em áreas de convívio) e modelos de economia compartilhada. É necessário ir além da visão tradicional e planejar de forma ampla e inteligente toda a logística operacional, unindo gestão eficiente, conveniência, excelência e boa experiência.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

O IMPACTO E A GESTÃO DOS DISPOSITIVOS IOT NO DESLIGAMENTO DAS REDES 2G E 3G NO BRASIL

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A transição tecnológica que envolve o desligamento das redes 2G e 3G no Brasil tem gerado intensos debates, especialmente no que diz respeito ao impacto sobre dispositivos de Internet das Coisas (IoT). Com milhões de equipamentos IoT ainda dependentes dessas redes legadas, o desafio não se limita à modernização tecnológica, mas também à gestão dessa migração de forma eficiente e sustentável.

As motivações para o desligamento das redes móveis 2G e 3G são todas plausíveis, e podem ser inclusive consideradas urgentes. A transição para tecnologias mais avançadas, é vista como um passo lógico para melhorar a eficiência espectral e oferecer melhores serviços aos usuários sejam empresas ou o cliente final.

Motivações para o Desligamento

  1. Eficiência Espectral: As redes 2G e 3G ocupam frequências valiosas que poderiam ser melhor aproveitadas por tecnologias mais modernas, como o 4G e o 5G, que oferecem maior capacidade de transmissão de dados e menor latência.
  1. Redução de Custos Operacionais: Manter redes legadas implica custos elevados para as operadoras, tanto em manutenção quanto em energia. O desligamento bem conduzido pode promover ganhos de eficiência e sustentabilidade que serão capturados por toda a sociedade.
  1. Inovação Tecnológica: A transição permite a implementação de soluções mais avançadas, como aplicações de Internet das Coisas (IoT), que demandam conectividade mais robusta e eficiente.

O Cenário Atual dos Dispositivos IoT

  1. Dependência de Redes Legadas: Um número significativo de dispositivos IoT no Brasil, como módulos instalados em veículos, máquinas industriais e equipamentos agrícolas, opera exclusivamente em redes 2G ou 3G. Muitos desses dispositivos estão em locais de difícil acesso ou integrados a sistemas que dificultam sua substituição ou atualização.
  1. Amplitude do Impacto: Estima-se que milhões de dispositivos IoT estejam conectados às redes legadas. Diferentemente de outros países, onde o desligamento ocorreu sem grandes impactos devido à baixa adoção de IoT nessas redes, o Brasil enfrenta uma realidade mais complexa.
  1. Equipamentos Não Acessíveis Externamente: Alguns módulos IoT estão embutidos em componentes internos de máquinas ou veículos, como blocos de motor. A remoção ou substituição desses dispositivos pode ser tecnicamente inviável ou economicamente proibitiva.

Diante desse contexto desafiador é importante que a sociedade entenda os desafios e oportunidades apresentados pelo tamanho do mercado de IoT, as dimensões geográficas e as diversas aplicações que utilizam dessas redes.

Desafios da Migração

  1. Custo da Substituição: A troca de dispositivos IoT 2G ou 3G para modelos compatíveis com redes mais modernas pode representar um custo elevado. Esse ônus financeiro é um ponto central da discussão, especialmente em setores onde margens de lucro são estreitas.
  1. Coordenação entre Setores: A falta de uma estratégia coordenada entre operadoras, órgãos reguladores e fabricantes dificulta a transição. A Anatel, por exemplo, regula frequências e não tecnologias específicas, o que complica a implementação de políticas claras para mitigar o impacto dos usuários quando do desligamento das redes legadas.
  1. Impacto nos Serviços Críticos: Muitos dispositivos IoT são utilizados em aplicações críticas, como monitoramento remoto em áreas rurais ou controle de frota. A interrupção desses serviços pode gerar prejuízos operacionais significativos.

Soluções Propostas

A ABINC entende que é necessário uma coordenação mais ampla e um suporte consultivo para conduzir o processo de transição tecnológica de forma a mitigar os impactos da transição tecnológica.

Essa coordenação poderia passar pelos seguintes pontos:

  1. Planejamento Gradual e Regionalizado: Um cronograma escalonado para o desligamento das redes pode ajudar a mitigar os impactos. Áreas com maior concentração de dispositivos IoT dependentes das redes legadas poderiam ter prazos mais longos para adaptação.
  1. Programas de Incentivo à Substituição: Parcerias entre governo e setor privado podem viabilizar subsídios ou financiamentos para a troca de dispositivos antigos por modelos compatíveis com as novas tecnologias.
  1. Criação de Redes Alternativas (Fallback): Manter uma rede mínima para suportar dispositivos IoT críticos durante o período de transição seria uma solução intermediária para evitar interrupções abruptas nos serviços.
  1. Engajamento Setorial: Associações como a ABINC têm papel fundamental na articulação entre os diferentes atores do setor, promovendo discussões técnicas e propondo soluções práticas para a migração dos dispositivos IoT.

Conclusão

O desligamento das redes 2G e 3G no Brasil representa um avanço tecnológico necessário, mas traz desafios significativos para a gestão dos dispositivos IoT conectados a essas infraestruturas. Uma abordagem planejada e colaborativa será essencial para minimizar os impactos econômicos e operacionais dessa transição, garantindo que o país avance rumo à modernização sem comprometer serviços essenciais nem sobrecarregar usuários finais.

A ABINC pode ajudar a coordenar as ações e garantir um processo de inovação tecnológica suave sem impacto para seus associados e para a sociedade. Está na hora de darmos a devida atenção a essa discussão para que a sociedade brasileira possa usufruir dos benefícios da transição tecnológica e da liberação de espectro para outras aplicações sem, contudo, trazer um impacto significativo para toda a indústria de IoT que utilizou de forma consistente essas tecnologias nos últimos 25 anos.

Fonte: ABINC

TEMPORADA DE PREMIAÇÕES DO CONNECTED SMART CITIES 2025 ESTÁ OFICIALMENTE ABERTA

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Iniciativas reconhecem projetos inovadores, cidades conectadas e soluções que moldam o futuro das cidades no Brasil

A temporada de premiações e iniciativas do Connected Smart Cities já começou, e com ela surge a oportunidade de dar visibilidade a ideias, projetos e cidades que estão transformando o Brasil em um território mais inteligente, sustentável e conectado. As inscrições para o Cidade CSC 2025 já estão abertas, reunindo iniciativas que reconhecem o impacto positivo de gestores públicos, empresas e pesquisadores que atuam na construção do futuro das cidades.

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Entre as oportunidades disponíveis está o tradicional Call for Papers, que convida especialistas de todo o país a submeterem palestras com propostas inovadoras para os desafios contemporâneos das cidades. Os selecionados apresentarão suas ideias durante o evento, ampliando conexões e colaborando com soluções reais.

Outro destaque da temporada são os Selos CSC Cidades Inteligentes e CSC Ecossistemas de Inovação, certificações que reconhecem práticas de inovação com impacto social, ambiental e econômico nos setores público e privado. Eles se somam ao Prêmio Connected Smart Cities, que desde sua criação valoriza soluções aplicadas e boas práticas que transformam a vida nas cidades.

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Na mesma linha, o Prêmio Parque da Mobilidade Urbana (PMU) volta a premiar projetos que promovem uma mobilidade mais inclusiva, segura e eficiente. A premiação destaca experiências que rompem paradigmas e tornam o deslocamento urbano mais acessível e sustentável.

Além disso, cidades de todo o país já estão participando do Ranking Connected Smart Cities, a principal referência para medir o grau de inteligência das cidades brasileiras. O ranking oferece visibilidade para municípios que se destacam em áreas como mobilidade, meio ambiente, urbanismo, governança, saúde, educação e empreendedorismo.

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Todos esses reconhecimentos e premiações acontecem durante o evento Cidade CSC 2025, mas exigem inscrição prévia. Por isso, o momento de garantir sua participação é agora. Não perca a chance de mostrar como sua ideia, seu projeto ou sua cidade está colaborando para construir um país mais inteligente.

O prazo para inscrições é limitado. Para saber mais e garantir sua participação nas iniciativas, acesse o site oficial do programa: Call for Papers, Ranking CSC, Selos CSC Cidades Inteligentes e CSC Ecossistemas de Inovação, Prêmio CSC e Prêmio PMU.

Saiba mais e inscreva-se agora

COP 30: AS DURAS CRÍTICAS ÀS POLÍTICAS AMBIENTAIS DO BRASIL PUBLICADAS EM IMPORTANTE JORNAL CIENTÍFICO

“Como anfitrião, o Brasil não está liderando pelo exemplo.”

Oito meses antes da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP 30, que será realizada em novembro na cidade Belém do Pará, a atuação do governo brasileiro virou alvo de críticas num editorial da prestigiada revista científica Science.

Assinado pelos cientistas Philip Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), e Walter Leal Filho, da Universidade de Ciências Aplicadas de Hamburgo, na Alemanha, o texto aponta que, “com exceção do Ministério de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, virtualmente todos os setores do governo promovem atividades que aumentam as emissões de gases do efeito estufa“.

Como exemplo, eles citam o projeto do Ministério dos Transportes de recuperar a BR-319, que vai de Manaus, no Estado do Amazonas, a Porto Velho, em Rondônia.

Segundo os autores, a restauração dessa rodovia pode “abrir grandes áreas da Floresta Amazônica à entrada de desmatadores”.

“Essa vasta região que será exposta pelas estradas contém carbono suficiente para empurrar o aquecimento global a um ponto irreversível”, alertam eles.

Fearnside e Leal Filho também citam o subsídio oferecido pelo Ministério da Agricultura para “transformar pastagens em plantações de soja“. Segundo eles, esse é outro elemento incentivador do desmatamento.

“Quando a terra se torna mais valiosa para o plantio de soja, pecuaristas (incluindo aqueles que vêm de fora da Amazônia) vendem a terra para agricultores e usam os lucros para comprar áreas maiores e mais baratas em regiões remotas da Amazônia”, argumentam eles.

“Cada hectare de pasto convertido em plantação de soja pode gerar muitos hectares de desmatamento.”

Os autores do editorial ainda citam a ação do Ministério de Minas e Energia para a abertura de novos campos de exploração de petróleo e gás na Floresta Amazônica e em regiões costeiras — incluindo os planos para avaliar o potencial energético na foz do rio Amazonas.

Os especialistas avaliam que o plano brasileiro de continuar a buscar novos poços de petróleo até o país alcançar o nível econômico de países desenvolvidos é “a fórmula para um desastre climático”.

Eles lembram que, em 2021, a Agência Internacional de Energia se mostrou favorável a não abrir qualquer novo ponto de exploração de gás ou petróleo, além de restringir a extração nos campos já abertos. A proposta da instituição é acabar com esse tipo de atividade até 2050.

Para Fearnside e Leal Filho, os estudos sobre petróleo na foz do Amazonas implicam efeitos de longo prazo. Eles calculam que um campo de exploração aberto ali demoraria cinco anos para começar a operar e outros cinco anos para dar retorno financeiro.

“E porque ninguém quer apenas recuperar o investimento, uma iniciativa dessas levaria a décadas de extração — muito além de quando o mundo precisaria abandonar os combustíveis fósseis”, escrevem eles.

‘Impactos catastróficos’

Para os especialistas que assinaram o editorial na revista Science, o fato de o Brasil assumir a liderança na luta contra as mudanças climáticas faz todo o sentido — e não apenas porque o país vai sediar a COP 30.

Eles lembram que o aumento da temperatura fora de controle terá “impactos catastróficos” no país.

“[Nesse cenário de impactos catastróficos,] O Brasil perderia a Floresta Amazônica, incluindo o papel vital que ela tem ao reciclar a água que supre a Grande São Paulo, a quarta maior região metropolitana do mundo.”

A bacia hidrográfica que chega a São Paulo recebe entre 16% e 70% de sua água das chuvas, cujo vapor é transportado a partir da Amazônia a partir dos chamados “rios voadores”.

Estimativas apontam que a destruição desse bioma aumentaria a frequência de secas extremas no Sudeste do país.

“A região semi-árida no Nordeste, que é densamente populada, se transformaria num deserto, e as populações que habitam a costa litorânea seriam expostas a um aumento das tempestades e do nível do mar.”

“O agronegócio e a agricultura familiar brasileiras também sofreriam impactos pesados. Secas de uma severidade ‘sem precedentes’ são esperadas no Brasil, e a frequência desses eventos poderia aumentar em pelo menos dez vezes.”

Com isso, “surpresas climáticas” — como as enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul em 2024 — se tornarão mais comuns, apontam os pesquisadores.

‘Mudança radical’

Por fim, os responsáveis pelo editorial opinam que, para a COP 30 ser um evento capaz de reverter o “curso desastroso em direção ao ponto de não-retorno climático”, será necessário não apenas conter o desmatamento

“É preciso facilitar uma transição rápida para o fim do uso de combustíveis fósseis“, dizem eles.

Fearnside e Leal Filho defendem que o Brasil, como anfitrião da conferência, precisa ser “encorajado a modificar as práticas atuais”.

“A COP 30 enfrenta grandes desafios para atingir os seus objetivos. E uma parte importante disso envolve conter as emissões de gases a partir da Amazônia“, escrevem eles.

Os cientistas defendem uma “mudança radical nas políticas do governo brasileiro, tanto nos fatores que causam desmatamento quanto na extração de combustível fóssil”.

O que diz o governo

A BBC News Brasil entrou em contato com os ministérios citados no editorial para que eles pudessem se posicionar sobre o debate.

O Ministério do Transporte informou que “as políticas ambientais do Governo Federal são definidas pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima” e ficou à disposição para mais esclarecimentos sobre as políticas da pasta.

Já o Ministério de Minas e Energia pontuou que “os projetos exploratórios na Bacia da Foz do Amazonas não estão próximos à Floresta Amazônica”.

“Os blocos atualmente sob contrato nessa região estão situados em águas ultraprofundas, a cerca de 500 km da foz do Rio Amazonas e a 180 km do litoral do Amapá.”

“A pesquisa dessas áreas segue rigorosos padrões ambientais, com avaliações técnicas detalhadas conduzidas pelos órgãos reguladores competentes. O objetivo é conhecer o potencial geológico da Margem Equatorial, uma nova fronteira exploratória offshore que pode contribuir para a segurança energética do Brasil.”

O ministério ainda defendeu que “a transição para uma economia de baixo carbono é um processo gradual”.

“O petróleo seguirá desempenhando um papel estratégico na matriz energética global até 2050, e reduzir sua exploração de forma abrupta, sem planejamento, pode gerar impactos econômicos e sociais significativos. Além disso, a exploração brasileira tem uma das menores pegadas de carbono do mundo, o que a torna uma alternativa mais sustentável frente à produção global.”

“Se o Brasil deixar de explorar suas reservas, poderá se tornar dependente da importação de petróleo nas próximas décadas, resultando em perda de arrecadação e vulnerabilidade energética. De acordo com projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e do próprio MME, a não exploração da Margem Equatorial pode levar a perdas de até R$ 3 trilhões até 2050.”

Por fim, o ministério reafirmou “o compromisso com uma transição energética justa, sustentável e alinhada às metas climáticas globais, garantindo ao mesmo tempo o desenvolvimento econômico e a segurança energética do país”.

O Ministério da Agricultura e Pecuária não enviou respostas até a publicação desta reportagem.

Fonte: BBC