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Camada de ozônio deve ter recuperação total nas próximas décadas

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Buraco sobre a Antártida foi menor que nos últimos anos

A camada de ozônio da Terra apresentou sinais de recuperação em 2024, segundo o Boletim de Ozônio da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

O documento foi divulgado nesta terça-feira (16), Dia Mundial do Ozônio e marco dos 40 anos da Convenção de Viena, evento que reconheceu a redução do ozônio estratosférico como um problema global.

O boletim aponta que o buraco sobre a Antártida foi menor que nos últimos anos e credita a melhora à ação científica e internacional coordenada.

Caso as atuais políticas sejam mantidas, a expectativa é que a recuperação total ocorra até 2066 na Antártida, até 2045 no Ártico e até 2040 no restante do mundo.

“A Convenção de Viena e seu Protocolo de Montreal tornaram-se um marco de sucesso multilateral. Hoje, a camada de ozônio está se recuperando. Essa conquista nos lembra que, quando as nações acatam os alertas da ciência, o progresso é possível”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres.

O Protocolo de Montreal é um tratado internacional de 1989 que prevê a eliminação da produção e do consumo das substâncias responsáveis pela destruição do ozônio. Segundo a OMM, ele levou à eliminação de mais de 99% das substâncias nocivas, utilizadas em sistemas de refrigeração, ar-condicionado, espumas e até sprays.

A recuperação da camada aos níveis da década de 1980 deve reduzir riscos de câncer de pele, catarata e danos a ecossistemas causados pela radiação ultravioleta.

A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, destacou o papel da ciência no processo.

“A pesquisa científica da OMM sobre a camada de ozônio remonta a décadas. Ela é sustentada pela confiança, colaboração internacional e compromisso com a livre troca de dados – todos pilares do acordo ambiental mais bem-sucedido do mundo”, disse.

Buraco da Antártida em 2024

Segundo a OMM, a profundidade do buraco na camada de ozônio sobre a Antártida ficou abaixo da média de 1990 a 2020, com déficit máximo de 46,1 milhões de toneladas em 29 de setembro de 2024. Foi menor do que os buracos relativamente grandes entre 2020 e 2023.

Matt Tully, presidente do Grupo Consultivo Científico da OMM sobre Ozônio e Radiação Solar UV, lembrou que o trabalho não está concluído.

“Apesar do grande sucesso do Protocolo de Montreal nas décadas seguintes, este trabalho não está concluído, e ainda há uma necessidade essencial de que o mundo continue monitorando sistematicamente e cuidadosamente tanto o ozônio estratosférico quanto as substâncias que destroem a camada de ozônio e seus substitutos”, disse Tully.

Além do Protocolo de Montreal, a Emenda de Kigali de 2016, ratificada por 164 partes, prevê a redução gradual de hidrofluorcarbonetos, gases de efeito estufa usados como substitutos das substâncias nocivas à camada de ozônio.

A medida pode evitar até 0,5°C de aquecimento global até o fim do século.

Fonte: Agência Brasil

Petrobras pode reduzir dependência do petróleo e se tornar potência em energia limpa, mostram estudos

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Pesquisa da UFRJ e do Observatório do Clima defende que estatal tem condições de diversificar investimentos, ampliar atuação em biocombustíveis e hidrogênio e liderar a transição energética no país.

A Petrobras pode deixar de depender quase que exclusivamente do petróleo e se consolidar como uma potência em energia limpa, indicam dois estudos divulgados nesta terça-feira (16) por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pelo Observatório do Clima (OC).

Para isso, a estatal precisará diversificar seu portfólio, investir em novas tecnologias e assumir de forma mais clara o papel de agente da transição energética no país, defendem as análises.

Atualmente, a estratégia da empresa ainda está fortemente centrada no petróleo.

Segundo o OC, seu plano de negócios até 2029 prevê investimentos de US$ 111 bilhões, dos quais apenas US$ 9,1 bilhões, menos de 10%, são destinados a iniciativas de baixo carbono, como biocombustíveis, hidrogênio e energias renováveis. O restante está concentrado em exploração e produção de óleo – a Petrobras contesta esse valor (entenda mais ABAIXO).

Por isso, os relatórios alertam que essa aposta pode se tornar um problema junto com a busca por novas fronteiras de exploração, como na Foz do Amazonas e na Bacia de Pelotas (RS).

Segundo os pesquisadores, há grande chance de que esses projetos se tornem “ativos encalhados”, ou seja, áreas de exploração que não terão retorno financeiro diante da redução do consumo e da pressão internacional por cortes nas emissões.

“Ainda vamos conviver por bastante tempo com a necessidade de explorar petróleo. Trata-se de um recurso esgotável, de preço volátil, e, para garantir autossuficiência e manutenção das reservas, a exploração continuará sendo necessária”, explicou em uma coletiva de imprensa o professor do Instituto de Economia da UFRJ, Helder Queiroz, que coordenou um dos estudos.

“Ao mesmo tempo, como o estudo aponta, é preciso colocar mais atenção no lado da demanda. O dilema está em como lidar com os diferentes derivados e suas possibilidades de substituição, assim como nas políticas que permitam reduzir progressivamente cada um deles”, acrescentou o pesquisador.

Na avaliação de Queiroz, contudo, a fragmentação crescente da geopolítica torna os desafios dessa transição energética ainda maiores.

Isso porque, segundo ele, as petroleiras têm demonstrado hesitação, e até mesmo recuo, na diversificação de seus portfólios.

A Shell, por exemplo, cancelou em março de 2025 seus projetos de energia solar e eólica onshore no Brasil, alegando baixa rentabilidade.

Globalmente, também suspendeu novos projetos de eólica offshore e reduziu investimentos em hidrogênio.

Já a BP interrompeu 18 projetos de hidrogênio verde, vendeu ativos de eólicas onshore nos Estados Unidos e abandonou um megaprojeto de hidrogênio de US$ 36 bilhões na Austrália.

“A Petrobras, porém, está em posição de vantagem competitiva em relação a outras empresas do setor, pela excelência técnico-operacional e pela experiência já acumulada em novos combustíveis e biocombustíveis.” — Helder Queiroz, professor do Instituto de Economia (IE) da UFRJ e coordenador do Grupo de Economia da Energia do IE.

As análises foram construídas com base em dados recentes sobre produção e exportação de petróleo do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), em informações financeiras da própria Petrobras, em cenários globais da Agência Internacional de Energia (AIE) e em estimativas do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa).

Além disso, os autores consideraram nos estudos parâmetros do Acordo de Paris, a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) submetida pelo Brasil em 2024, a Estratégia Nacional de Mitigação lançada pelo governo federal em 2025 e também propostas independentes de metas climáticas elaboradas pelo OC.

O processo envolveu também oficinas de debate com organizações da sociedade civil, especialistas em energia e clima e o cruzamento de projeções econômicas, como a estimativa de crescimento médio de 2,1% ao ano do PIB brasileiro até 2050.

Cenário da transição é desafidor

Entre as rotas sugeridas pelos estudos estão ampliar investimentos em biocombustíveis de segunda e terceira geração (ou seja, produzidos a partir de resíduos e insumos que não concorrem com a produção de alimentos), desenvolver hidrogênio de baixo carbono e apostar em combustível sustentável de aviação (SAF).

Há também recomendações para que a estatal volte a investir em distribuição de energia, criando pontos de recarga para veículos elétricos ou até recomprando a BR Distribuidora.

Outro ponto levantado é a possibilidade de usar parte dos dividendos da estatal para financiar ações de mitigação, como o combate ao desmatamento, e projetos de adaptação às mudanças climáticas.

Segundo as análises, isso permitiria que a empresa se mantivesse lucrativa ao mesmo tempo em que contribuiria diretamente para que o Brasil cumprisse suas metas de redução de emissões — entre 59% e 67% até 2035, em comparação com 2005 — e alcançasse a neutralidade de carbono em 2050.

“A demanda do Observatório do Clima é que o petróleo perca progressivamente importância no portfólio da Petrobras, abrindo espaço para que a empresa avance em outras áreas de energia”, aponta Suely Araújo, coordenadora de Políticas Públicas do Observatório do Clima e uma das autoras do trabalho.

Araújo destaca ainda que a Petrobras costuma enfatizar reduções em suas operações diretas — como extração e refino —, mas lembra que o maior impacto climático dos combustíveis fósseis ocorre na queima, responsável por cerca de 80% a 90% das emissões totais.

Segundo dados analisados pelo site Fakebook.eco, uma plataforma do OC criada para combater a desinformação sobre meio ambiente, as emissões indiretas de gases de efeito estufa da Petrobras (chamadas tecnicamente de escopo 3) responderam por 85,2% do total entre 2015 e 2022, o que em 2022 equivalia a 421 milhões de toneladas de CO₂ equivalente, mais do que todas as emissões do Reino Unido no mesmo período .

“Hoje o Brasil exporta pouco mais da metade do petróleo que produz. E esse petróleo, mesmo queimado fora do país, contribui para o aumento das emissões globais de gases de efeito estufa e para o aquecimento do planeta — ainda que não pese diretamente na contabilidade nacional.” — Suely Araújo, coordenadora de Políticas Públicas do Observatório do Clima (OC).

Os estudos também destacam a necessidade de alinhar a Petrobras ao Acordo de Paris e às metas climáticas brasileiras.

Segundo o Observatório do Clima, a estatal deveria adotar um cronograma compatível com a limitação do aquecimento a 1,5°C e incorporar diretrizes de uma transição justa, garantindo empregos e desenvolvimento social.

Isso exigiria, ainda segundo os autores, rever a prioridade dada à expansão do petróleo e redirecionar recursos para setores de baixo carbono.

“É preciso aumentar o investimento em transição energética e também em mitigação”, acrescenta Carlos Eduardo Young, que também é professor do Instituto de Economia da UFRJ.

O g1 procurou a Petrobras, que afirmou estar ampliando os aportes em transição energética. A companhia destacou que, no Plano 2025-2029, destinou US$ 16,3 bilhões para iniciativas de baixo carbono, o equivalente a 15% do investimento total, o que representa, segundo ela, “um crescimento de 42% em relação ao Plano Estratégico anterior”.

A empresa acrescentou que essa fatia inclui projetos de descarbonização de operações, diversificação de produtos e pesquisa e inovação em baixo carbono.

Sobre o risco de novos projetos se tornarem ativos encalhados, a estatal disse que fará a transição “de forma gradual, responsável e compartilhada” e que a demanda por petróleo segue essencial “em todos os cenários previstos pelo Acordo de Paris”.

A companhia ressaltou que “não há contradição entre descarbonização e exploração responsável” e que o petróleo brasileiro tem uma das menores intensidades de carbono do mundo, “70% inferiores à média global por barril”.

A Petrobras também apontou reduções recentes nas emissões, citando que entre 2015 e 2024 diminuiu em 40% os gases de efeito estufa de suas operações. Segundo a estatal, houve “redução de 70% das emissões de metano” no período, resultado de soluções tecnológicas e de gestão aplicadas principalmente ao pré-sal.

Em relação a biocombustíveis, hidrogênio e SAF, a empresa informou que o plano de negócios prevê US$ 4,3 bilhões em bioprodutos e US$ 0,5 bilhão em projetos de hidrogênio, incluindo a instalação de uma unidade para produção de diesel renovável e SAF em Cubatão (SP), com início previsto em 2029.

A Petrobras afirmou ainda acreditar que o combustível sustentável de aviação “pode ser uma solução prática e imediata para reduzir as emissões do setor aéreo” e lembrou que já realizou testes em São José dos Campos (SP) para produção desse tipo de combustível.

Fonte: G1

IBGE: taxa de desemprego no Brasil cai para 5,6% e atinge mínima histórica

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A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,6% no trimestre móvel encerrado em julho. Trata-se do menor patamar da série histórica deste indicador, que teve início em 2012. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta terça-feira, 16, pelo IBGE.

Na pesquisa anterior do IBGE, referente ao trimestre encerrado em junho, a taxa de desemprego tinha ficado em 5,8%, até então a mínima recorde. A taxa de desemprego caiu 1 ponto percentual (p.p.) frente ao trimestre móvel anterior (6,6%) e 1,2 p.p. ante o mesmo trimestre móvel de 2024 (6,9%).

O número de brasileiros desempregados caiu para 6,118 milhões, o menor contingente desde o último trimestre de 2013 (6,100 milhões). Já a população ocupada, ou seja, o total de trabalhadores do país, bateu novo recorde, chegando a 102,4 milhões.

A população desalentada (aqueles que desistiram de procurar emprego) caiu para 2,7 milhões, recuando 11% (332 mil pessoas a menos) no trimestre e mostrando redução de 15% (menos 475 mil pessoas) no ano.

Para William Kratochwill, analista do IBGE, “esses indicadores demonstram que as pessoas que deixaram a população desocupada não estão se retirando da força de trabalho ou caindo no desalento, elas estão realmente ingressando no mercado de trabalho, o que é corroborado pelo recorde na ocupação”.

O resultado superou as expectativas o mercado. Economistas consultados em pesquisa da Reuters previam que a taxa ficaria em 5,7% no período.

Outros recordes do mercado de trabalho

O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) manteve o percentual recorde: 58,8%. Além disso, o número de empregados com carteira assinada também foi recorde, chegando a 39,1 milhões.

O rendimento real do trabalhador ficou em R$ 3.484 no trimestre também foi recorde, crescendo nas duas comparações: 1,3% no trimestre e 3,8% no ano. Já a massa de rendimentos do trabalho atingiu a nova marca recorde de R$ 352,3 bilhões, crescendo em ambas as comparações: 2,5% (mais R$ 8,6 bilhões) no trimestre e 6,4% (mais R$ 21,3 bilhões) no ano.

O economista André Perfeiro destaca que os dados revelam um mercado de trabalho robusto, contudo, limitam a perspectiva de corte de juros. “Salários em alta mantém o custo de serviços em alta e esta é a variável chave da análise da maioria dos economistas e do Banco Central para avaliar os componentes subjacentes da inflação”, afirma.

O Banco Central, que anuncia nesta quarta-feira, a sua decisão para a Selic, tem chamado atenção para a resiliência do mercado de trabalho mesmo em meio a sinais de desaceleração gradual da atividade econômica. A expectativa é de manutenção da taxa no patamar de 15%.

A divulgação do dado de julho para o desemprego, inicialmente prevista para o final de agosto, foi postergada após o IBGE ter detectado a necessidade de correções técnicas. Os números dos três meses encerrados em agosto serão divulgados em 30 de setembro.

Fonte: Istoé Dinheiro

Onde o rico anda de transporte público e de bicicleta: a verdadeira medida de uma cidade próspera

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Existe uma frase popular, de autoria incerta, mas de circulação mundial, que diz: “País rico não é aquele em que o pobre anda de carro, mas sim aquele em que o rico anda de transporte público”. A ideia por trás dessa afirmação é que a verdadeira medida de riqueza de um país ou cidade não se baseia na posse individual de bens, mas sim na qualidade e eficiência de seus serviços públicos, acessíveis a todos.

Essa perspectiva se estende além do transporte coletivo e abrange também o uso de meios de locomoção mais sustentáveis, como a bicicleta. A imagem de uma cidade próspera, portanto, não é a de vias congestionadas por carros particulares, mas a de ruas vibrantes com pessoas se locomovendo de maneira fluida e segura, seja em ônibus, metrô ou, cada vez mais, de bicicleta.

Cidades que priorizam o transporte público e as ciclovias criam um ambiente mais humano. Isso porque elas diminuem o tráfego e a poluição, promovem a saúde e o bem-estar e, o mais importante, democratizam o espaço urbano, antes dominado por automóveis. Nesses lugares, a necessidade de ter um carro particular se torna menor, pois a qualidade de vida está garantida pela infraestrutura disponível para todos.

Niterói: um exemplo de mobilidade e sustentabilidade

Um exemplo inspirador dessa mudança de mentalidade pode ser visto em Niterói, no Rio de Janeiro. A cidade vem investindo em um programa de sucesso chamado “Niterói de Bicicleta”, que não apenas promove o uso da bicicleta, mas também integra a cultura ciclística ao cotidiano dos moradores. A cidade tem ampliado sua malha cicloviária, incentivado o uso das bicicletas compartilhadas e educado a população sobre a importância de uma mobilidade mais verde.

Esse compromisso de Niterói com a mobilidade sustentável foi reconhecido com a escolha da cidade para sediar o evento Bicicultura 2025, que aconteceu em setembro. A realização de um evento tão significativo na cidade demonstra que a visão de um futuro mais sustentável não é apenas um ideal distante, mas uma realidade que está sendo construída ativamente, um pedal de cada vez.

Niterói mostra que uma cidade verdadeiramente rica é aquela que investe em pessoas, e não em veículos. É um lugar onde a qualidade de vida é percebida pela liberdade de se mover e pelo acesso a um ambiente mais saudável e acolhedor. A escolha da bicicleta ou do transporte público não é vista como uma necessidade, mas como a opção mais inteligente e agradável.

Estiagem, seca e chuva forte levam 18 cidades à situação de emergência

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A medida é do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional

Dezoito cidades brasileiras tiveram situação de emergência reconhecida pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional nesta segunda-feira. Estiagem, seca e chuvas fortes são as causas dos desastres.

Os municípios que sofrem com estiagem são Água Branca, Dois Riachos e Mata Grande, em Alagoas; Envira, no Amazonas; Malhada e Pintadas, na Bahia; Uruaçu, em Goiás; Parari e Boqueirão, na Paraíba; e Frei Paulo, em Sergipe.

Passam por um período de seca as cidades de Messias Targino e Monte das Gameleiras, no Rio Grande do Norte.

Já chuvas fortes atingiram os municípios de Canguçu, Chuvisca e Jaguarão, no Rio Grande do Sul. Inundações foram registradas na cidade gaúcha de São Lourenço do Sul e em Óbidos, no Pará. Nova Friburgo, no estado do Rio de Janeiro,  sofreu com queda de granizo.

Prefeituras com a situação de emergência reconhecida pelo Governo Federal podem solicitar cestas básicas, água mineral e kits de limpeza e de higiene pessoal  por meio do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres, no endereço s2id.mi.gov.br.

Fonte: Agência Brasil

Dino suspende emendas de 9 cidades por indícios de crime e envia casos à PF

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Decisão do ministro é baseada em relatório da CGU; desvio de recursos e superfaturamento estão entre as irregularidades analisadas

O ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta segunda-feira (15) que o governo federal suspenda repasses das chamadas “emendas Pix” para nove municípios brasileiros por “indícios de crime”.

A decisão do ministro é baseada em relatório da CGU (Controladoria-Geral da União). De acordo com o documento, entre 2020 e 2024, os 10 municípios que mais receberam recursos de emendas individuais concentram mais de R$ 724 milhões do total de recursos enviados.

Nove deles possuem irregularidades, sendo a única exceção a cidade de São Paulo.

O ministro determinou ainda que as informações sobre tais emendas sejam encaminhadas à PF (Polícia Federal) para investigação e que o ministro da CGU fosse oficiado para aprofundar as auditorias.

“A continuidade é necessária para separar o joio do trigo, evitar injustiças, possibilitar o exercício pleno do direito de defesa e aplicar as sanções cabíveis após o devido processo legal”, disse Dino.

São os municípios com irregularidades:

  • Carapicuíba (SP)
  • Macapá (AP)
  • São Luiz de Anauá (RR)
  • São João de Meriti (RJ)
  • Iracema (RR)
  • Rio de Janeiro (RJ)
  • Sena Madureira (AC)
  • Camaçari (BA)
  • Coração de Maria (BA)

De acordo com a CGU, algumas das irregularidades apontadas são: obras paralisadas, indicativos de superfaturamento e de desvio de recursos, desvio do objeto da execução do contrato e contratação de empresas sem comprovação técnica.

O ministro aponta ainda irregularidades na garantia de transparência e rastreabilidade das emendas, caracterizando descumprimento de ordem técnica do STF.

Fonte: CNN Brasil

Cidades reforça importância da governança climática

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Representantes da pasta participaram do 2º encontro Cidades Verdes Resilientes para debater a agenda do clima no Brasil

Autoridades, especialistas e sociedade civíl se reuniram, nesta quarta-feira (9), em Brasília, para apresentar a construção da governança climática brasileira no 2º encontro Cidades Verdes Resilientes. Organizado pelo Ministério das Cidades, em conjunto com as pastas do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o evento debateu questões estratégicas a respeito da agenda do clima no Brasil.

Coordenado pelo Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), responsável pelo monitoramento de políticas e supervisão do Plano Clima, o encontro faz parte das atividades do seminário “A Governança Climática que o Brasil Precisa”, que acontece entre terça (9) e quinta-feira (11). As discussões envolvem a adaptação e mitigação climática, financiamento, instrumentos econômicos e avaliação do Plano Clima.

O Brasil tem avançado na construção de uma governança climática mais articulada, participativa e com resultados. Reflexo disso é o fortalecimento do federalismo climático no país, a realização da COP30, em Belém, e a adesão à Coalizão para Ação Climática Multinível de Alta Ambição (CHAMP). A última iniciativa, lançada na COP28, reforça o compromisso brasileiro em colocar a mudança climática ao centro da agenda de governo, tema de um dos painéis do evento.

“Tentamos elaborar uma série de agendas de trabalho e também aderimos à CHAMP, que reflete o DNA do Ministério das Cidades, de conversar com as cidades e ouvir o que elas querem. Então, começamos a trabalhar em uma agenda climática que olhe para os territórios urbanos, trate de floresta, de desmatamento, mas que olhe sobretudo para as nossas cidades. E não apenas na ótica da adaptação, mas também da mitigação e dos meios de implementação”, disse o chefe da Assessoria Internacional do Ministério das Cidades, embaixador Antônio Costa e Silva.

“As nossas cidades têm que ser mais verdes e menos cinzas. Tem que ter novas tecnologias, novas formas de olhar o que fazemos nas cidades e de forma mais integrada com os desafios que a agenda climática nos coloca. O desafio é fazer com que o cidadão comum também perceba que essa agenda é importante para ele e sua vida cotidiana. É preciso maior participação das cidades e da comunidade nessa importante agenda internacional. Nessa COP30, todos falam que será a COP da floresta, mas esperamos que seja a COP das cidades”, acrescentou.

O evento também contou com paineis sobre federalismo climático, detalhando o Programa Cidades Verdes Resilientes (PCVR), e sobre as ações para transformar às cidades. Neste sentido, o Ministério das Cidades coordena o Plano Clima Adaptação – Cidades, focado nos riscos e vulnerabilidades climáticas dos municípios.

“Estamos inserindo lentes climáticas nas nossas políticas, desde saneamento e mobilidade até habitação. A ideia da justiça climática está sendo qualificada, especialmente para as pessoas mais vulneráveis. Acreditamos que não conseguimos construir sozinhos a política de desenvolvimento urbano, então temos que dar as mãos e buscar aperfeiçoamentos para atingir todos esses objetivos”, reforçou o diretor de Adaptação das Cidades à Transição Climática e Transformação Digital do Ministério das Cidades, Yuri Della Giustina.

“Nessa linha, nos últimos dois anos trabalhamos no Plano Clima setorial Cidades, tanto na mitigação quanto na adaptação. São ao todo 61 ações que delineamos, então damos o recado para que os municípios que forem elaborar seus próprios planos climas possam se espelhar e ter como referência o plano nacional”, explicou o diretor.

O financiamento das iniciativas em prol de cidades verdes resilientes pelo Brasil também foi assunto durante o evento. O Ministério das Cidades trabalha com duas formas de financiamento e apoio ao desenvolvimento urbano integrado, o Pró-Cidades e o Cidades Melhores.

“O Pró-Cidades é um programa de financiamento com recursos do FGTS, no qual temos uma seleção contínua no ano inteiro e R$ 1,6 bilhão disponíveis para o desenvolvimento urbano integrado. O programa tem duas modalidades, uma de reabilitação urbana e outra de cidades inteligentes, com o diferencial de poder ser financiado tanto para o setor público como para o privado e taxa de 6% ao ano”, detalhou a diretora da estruturação de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano do Ministério das Cidades, Cristiana Scorzza.

“Já o Cidades Melhores, com recurso do OGU, também cuida do desenvolvimento urbano integrado, mas através de indicações de emendas parlamentares e dentro da plataforma Transfere Gov”, completou.

Edital Periferias Verdes Resilientes

O ministro das Cidades, Jader Filho, participou da mesa de abertura do evento, ao lado de autoridades como a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e a ministra da Cultura, Margareth Menezes.

Durante a apresentação, o ministro anunciou as propostas selecionadas no primeiro edital Periferias Verdes Resilientes, da Secretaria Nacional de Periferias. A iniciativa irá destinar R$ 15,3 milhões para apoiar a implementação de projetos de Soluções Baseadas na Natureza (SBN) para adaptação das periferias urbanas às mudanças climáticas, por organizações da sociedade civil.

As sete propostas selecionadas irão beneficiar comunidades de Rio de Janeiro (RJ), Santo André (SP), Belo Horizonte (MG), Colombo (PR), Fortaleza (CE), Olinda (PE) e Belém (PA).

Além disso, foi anunciada a abertura do Edital AdaptAção, programa em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro que irá selecionar propostas de 50 municípios para atualização das políticas públicas para adaptação climática.

Foram ao todo sete anúncios e lançamentos feitos durante o evento, incluindo apresentação das Câmaras Temáticas do CIM e a assinatura do Acordo de Cooperação Técnica com o Instituto Rui Barbosa para implementação da iniciativa AdaptaCidades.

A programação do seminário “A Governança Climática que o Brasil Precisa” continua nesta quinta-feira (11), com reuniões das Câmaras Temáticas do Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), painéis temáticos do Programa Cidades Verdes Resilientes e plenarinhos sobre temas relacionados.

Na terça-feira (9), o evento contou com uma reunião do Comitê Gestor do Programa Cidades Verdes Resilientes e do grupo de coordenação nacional da Constituency LGMA (Local Governments and Municipal Authorities), além de um laboratório de ação climática.

Fonte: Ministério das Cidades.

FGV inaugura centro de referência em governança ambiental e sustentabilidade

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Novo CEPID da FAPESP é lançado a dois meses da COP30; expectativa é que se torne uma referência internacional em soluções inovadoras para os desafios ambientais

José Tadeu Arantes | Agência FAPESP – No contexto da emergência climática e a dois meses da COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV) acaba de inaugurar o FGVEarth, um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) em Governança das Mudanças Ambientais Globais financiado pela FAPESP. A expectativa é que se torne uma referência internacional em soluções inovadoras para os desafios ambientais.

Segundo o coordenador do novo CEPID, José Antônio Puppim de Oliveira, as condições para isso estão dadas. “Já começamos com cerca de 30 pesquisadores, além de pós-doutorandos e doutorandos. Nossa missão é disseminar o conhecimento gerado por meio de seminários, workshops, relatórios e também de interações diretas com empresas e formuladores de políticas públicas”, disse.

Puppim falou à Agência FAPESP por ocasião da cerimônia de lançamento do FGVEarth, que ocorreu na sede da EAESP na última quinta-feira (11/09). Professor pesquisador da FGV, ele também é docente colaborador da Universidade Fudan (China) e da Universidad Andina Simón Bolívar (Equador). E foi diretor assistente e pesquisador sênior do Instituto de Estudos Avançados sobre Sustentabilidade da Universidade das Nações Unidas no Japão (2009-2015).

A iniciativa integra o programa da FAPESP que financia projetos de longa duração e alto impacto, articulando pesquisa de excelência, formação de recursos humanos e transferência de conhecimento para a sociedade. A cerimônia de lançamento teve a presença do gestor do programa, o físico Luiz Nunes de Oliveira, que apontou uma característica marcante do FGVEarth. “O que considero notável é que o pessoal do centro está trabalhando com uma lógica de baixo para cima. Em vez de pensar apenas em negociações de alto nível entre os governos dos países, eles estão colocando em primeiro plano soluções pequenas, que envolvem cidadãos, empresas, cidades e podem escalar e gerar efeitos de alcance global”, afirmou.

A originalidade de algumas soluções fica clara nas três metas de pesquisa de um dos núcleos do novo CEPID. “Decrescimento”: investigar como a vida em comunidades sustentáveis intencionais (ecovilas) promove práticas de decrescimento para compreender os fatores culturais, emocionais e materiais do comportamento sustentável. “Durabilidade de Produtos”: examinar como produtos de alta qualidade e duráveis podem promover o consumo sustentável ao reduzir o desperdício. “Socialização Reversa”: investigar como as crianças podem atuar como agentes de mudança, influenciando as práticas de consumo sustentável de seus pais por meio de apelos emocionais e do papel de modelo.

Essas metas apontam no sentido exatamente contrário ao do paradigma que levou o mundo ao impasse atual, baseado no crescimento sem limites, no consumo desenfreado e no descarte irresponsável.

Irradiação internacional

A capacidade de irradiação internacional da nova perspectiva foi ressaltada por dois especialistas estrangeiros presentes no evento: a colombiana Maria Alejandra Gonzalez-Perez, professora da Universidad EAFIT (Colômbia) e integrante da equipe de pesquisadores do FGVEarth, e o indiano Govindan Parayil, professor da University of South Florida (Estados Unidos) e membro do Conselho Consultivo do FGVEarth.

“Este centro é crucial porque o Brasil volta a se visibilizar como capital ambiental do mundo, a exemplo do que ocorreu por ocasião das conferências Rio-92 e Rio+20. O fato de São Paulo sediar uma instituição desse porte envia ao mundo um sinal de longo prazo: que acreditamos na ciência e em decisões informadas; e que queremos produzir nosso próprio conhecimento, para depois irradiá-lo por meio de redes internacionais”, argumentou Gonzalez-Perez em depoimento à Agência FAPESP.

E Parayil acrescentou: “O FGVEarth é ambicioso ao criar um centro de excelência que mostra como o Brasil pode assumir liderança no enfrentamento das mudanças ambientais globais, especialmente em benefício dos países em desenvolvimento. Espero contribuir com minha experiência em inovação para energia sustentável, ajudando a avançar na transição para fontes renováveis”.

A inauguração do novo CEPID ocorre a apenas dois meses da COP30, que começa em 10 de novembro em Belém, no Pará. Os pesquisadores do FGVEarth pretendem ter protagonismo nesse fórum internacional, especialmente na implementação de políticas ambientais no âmbito do Sul Global.

Em conferência realizada na véspera do lançamento do FGVEarth, Gonzalez-Perez declarou que “o mundo está diante de uma bifurcação: seguir no caminho do ‘business as usual’, com impactos acelerados e perda de confiança na governança, ou iniciar uma revolução na implementação, com justiça no centro das decisões e inovação em escala”.

Segundo a especialista, das 1.500 políticas climáticas globais analisadas depois do Acordo de Paris, de 2015, apenas 63 resultaram em reduções significativas de emissões. Além disso, há um déficit financeiro anual de US$ 6,3 trilhões para viabilizar a transição climática, evidenciando a distância entre os compromissos assumidos e sua execução real. “Este ano, 2025, será um ‘momento da verdade’ para a ação climática global”, pontuou.

Com o compromisso de “fazer diferença”, o FGVEarth estruturou-se em seis núcleos temáticos, cada um voltado a uma dimensão estratégica da governança ambiental: instituições para inovações, práticas empresariais, economia do meio ambiente global, marketing e comportamento do consumidor, liderança e cidades. Os escopos e as metas de cada núcleo foram apresentados pelos respectivos coordenadores durante o evento de lançamento. E podem ser conhecidos de forma resumida no site do FGVEarth.

“A nossa proposta de inovação não é tecnológica, no sentido de gerar patentes, mas sim uma inovação na maneira de pensar, agir, criar políticas públicas e ferramentas de gestão, tanto no âmbito das organizações públicas e privadas quanto na escala individual. E não se trata apenas da crise climática. Mas do conjunto das mudanças ambientais globais, envolvendo perda de biodiversidade, desertificação, poluição por plásticos, prospecção de minerais críticos para a transição rumo à sustentabilidade”, resumiu Puppim.

Além do coordenador-geral do novo CEPID e de Nunes, a mesa do evento de lançamento do FGVEarth contou com as presenças de Tales Andreassi, vice-diretor da EAESP-FGV, Thomaz Wood Jr., coordenador de Pesquisa da FGV, e Tamara Marques, coordenadora de Parcerias Internacionais da FGV.

Da esquerda para a direita: Thomas Wood Jr, coordenador de Pesquisa da FGV, Tamara Marques, coordenadora de Relações Internacionais da FGV, Luiz Nunes de Oliveira, gestor do Programa CEPID FAPESP, Tales Andreassi, vice-dirertor da EAESP-FGV e José Antônio Puppim de Oliveira, coordenador do novo CEPID (foto: Daniel Antônio/Agência FAPESP)

Mais informações podem ser acessadas no site da FGVEarth: eaesp.fgv.br/centros/center-innovation-research-and-diffusion-cepid-governance-global-environmental-changes/sobre.

Fonte: Agência FAPESP

Cidade CSC 2025 reúne em São Paulo o maior evento de cidades inteligentes da América Latina

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O evento, que acontece de 23 a 25 de setembro no Expo Center Norte, tem como objetivo conectar cidades de norte a sul para transformar o futuro do país

Entre os dias 23 e 25 de setembro de 2025, São Paulo será palco do Cidade CSC 2025, o maior evento de Cidades Inteligentes da América Latina. Realizado no Expo Center Norte, no Pavilhão Vermelho, o encontro reunirá em um mesmo espaço quatro grandes eventos que vêm transformando a forma como pensamos o futuro das cidades: Connected Smart Cities, Air Connected, Parque da Mobilidade Urbana e CSC GovTech.

Com uma programação diversa, o Cidade CSC 2025 deve atrair oito mil participantes presenciais e contará com mais de quinhentos palestrantes distribuídos em mais de 25 palcos simultâneos. Serão vinte mil metros quadrados dedicados a experiências, conteúdos e soluções inovadoras para os desafios das cidades brasileiras.

Leia mais: Protagonismo das mulheres marca programação do Cidade CSC 

As discussões vão percorrer temas centrais para o desenvolvimento urbano, como tecnologia, conectividade, segurança, economia azul, urbanismo sustentável, inclusão social, resiliência das cidades, inovação digital, governança de dados, sustentabilidade tecnológica, educação e segurança cibernética. Também estarão em pauta a mobilidade aérea urbana, as conexões entre cidade e aeroporto, além de debates sobre mobilidade ativa e compartilhada, energia verde no transporte, planejamento urbano, logística, acessibilidade e tendências emergentes.

Além da programação de conteúdos e palestras, o Cidade CSC 2025 também aposta em experiências que ampliam a vivência dos participantes. O evento contará com uma ampla rede de espaços de apoio e conexão, como coworking, meeting point, sala VIP, áreas de amamentação, espaço kids, ambientes de descompressão e sensoriais, além de iniciativas inovadoras como a presença de cães de terapia. Para estimular a interação, o público poderá participar de atividades imersivas que vão desde apresentações culturais até experiências ligadas à mobilidade sustentável, como o simulador de trem, o pedal sensorial e a vivência das ruas completas e nas ruas tecnológicas, reforçando a proposta de um evento que conecta conhecimento, inovação e bem-estar.

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Mais do que um evento, o Cidade CSC 2025 se consolida como um espaço de convergência entre gestores públicos, empresas, pesquisadores e a sociedade civil. A proposta é criar um ambiente único para troca de experiências, construção de parcerias e desenvolvimento de projetos capazes de transformar o presente e o futuro das cidades brasileiras. A menos de um mês da abertura, o evento já se destaca como um dos mais relevantes pontos de encontro para quem acredita no poder da inovação e da colaboração na construção de um Brasil mais inteligente, humano e sustentável.

Saiba mais sobre o evento, clique aqui

Londres e as Lições do City Leaders: Formação Internacional para Cidades Inteligentes

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Entre os dias 1º e 5 de setembro de 2025, participei do City Leaders, programa internacional de capacitação sediado na University College London (UCL), promovido em parceria com a Connected Smart Cities. Estar em Londres, no coração de uma das universidades mais prestigiadas do mundo, classificada em 8º lugar no QS World University Rankings e referência global em inovação urbana, foi, ao mesmo tempo, um reconhecimento à trajetória de Criciúma no cenário de cidades inteligentes e uma grande responsabilidade pessoal e profissional.

A seleção para o City Leaders não se restringiu a um simples processo de inscrição. O programa foi desenhado para reunir 40 gestores públicos, lideranças políticas, especialistas e profissionais do setor privado que estão na linha de frente da transformação urbana no Brasil. Ser parte desse grupo é assumir o compromisso de trazer de volta experiências, reflexões e caminhos possíveis para a construção de cidades mais humanas, sustentáveis e tecnologicamente preparadas para o futuro.

O valor da certificação internacional

O curso somou 40 horas de formação intensiva, com certificação internacional emitida pela UCL, uma credencial de peso, reconhecida mundialmente, que atesta não apenas a qualidade do conteúdo, mas também a seriedade do processo acadêmico envolvido.

A Development Planning Unit (DPU) da UCL, responsável pela coordenação acadêmica, é uma referência mundial em planejamento urbano, desenvolvimento sustentável e inovação. É nesse ambiente de excelência que foram conduzidas as aulas e debates. Professores de renome internacional, como Michael Batty, Ayona Datta, Jennifer Schooling, Chen Zhong e Stephen Lorimer, compartilharam pesquisas, metodologias e experiências que estão moldando a forma como cidades do mundo inteiro se organizam e enfrentam seus desafios.

Receber um certificado dessa instituição vai além do valor curricular: simboliza pertencer a uma rede global de profissionais comprometidos em repensar o futuro urbano, sob uma perspectiva crítica, inclusiva e inovadora.

A dinâmica do programa

O City Leaders foi estruturado em cinco dias intensivos, cada um dedicado a um eixo estratégico:

  1. Introdução às cidades inteligentes: conceitos, gêmeos digitais e lições latino-americanas.
  2. Digitalização e valor público: sensoriamento remoto, dados urbanos e inovação responsável.
  3. Mobilidade urbana inteligente: visita técnica ao laboratório PEARL, espaço onde projetos urbanos podem ser simulados em escala real.
  4. Governança de cidades inteligentes: debates sobre ética, inclusão digital, desigualdades e decisões baseadas em dados.
  5. O futuro das cidades: visões prospectivas e consolidação do aprendizado com a cerimônia de certificação.

Além das aulas expositivas, o programa promoveu sessões de trabalho em grupo, apresentações de experiências brasileiras, estudos de caso e eventos de networking, ampliando o diálogo entre teoria e prática, entre academia e gestão pública.

Londres como sala de aula a céu aberto

Se a UCL foi o espaço formal de aprendizado, Londres foi a sala de aula viva. Cada caminhada pelas ruas, cada deslocamento de metrô ou ônibus, cada visita a parques e espaços públicos foi uma oportunidade de observar, na prática, os pilares de uma cidade inteligente:

  • Mobilidade urbana eficiente, com integração entre modais, clareza na comunicação e acessibilidade universal.
  • Planejamento urbano de longo prazo, evidenciado pelo cabeamento subterrâneo, pela arborização planejada e pela valorização dos espaços públicos.
  • Sustentabilidade como política de Estado, presente no transporte, na gestão de resíduos e na preservação de áreas verdes.
  • Cultura e identidade preservadas, em museus gratuitos, prédios históricos restaurados e políticas que unem tradição e inovação.

Percebi que, em Londres, a tecnologia é apenas uma ferramenta, o que realmente sustenta a inteligência urbana é a visão estratégica, a continuidade das políticas públicas e o compromisso com a qualidade de vida das pessoas.

Lições para Criciúma e o Brasil

Participar do City Leaders reforçou convicções que já orientam nossa gestão em Criciúma: a transformação digital precisa ser inclusiva, a inovação deve sempre buscar valor público, e o planejamento urbano deve conciliar desenvolvimento econômico, sustentabilidade e bem-estar social.

Algumas ideias práticas que emergem dessa experiência são:

  • Estruturar um Observatório de Dados Municipais, para orientar decisões baseadas em evidências.
  • Ampliar iniciativas de inclusão digital, garantindo conectividade em áreas vulneráveis.
  • Reforçar o planejamento urbano sustentável, priorizando arborização, mobilidade ativa e espaços de convivência.
  • Explorar gêmeos digitais e tecnologias de simulação para planejar projetos urbanos de maior impacto.

Mais que um certificado, um compromisso

Voltar ao Brasil com um certificado internacional da UCL é motivo de orgulho, mas acima de tudo é um compromisso renovado: transformar conhecimento em ação, inspirar equipes e continuar posicionando Criciúma no cenário nacional como referência em governança, inovação e cidades inteligentes.

O City Leaders foi mais que um curso: foi um marco na minha trajetória profissional e pessoal, um encontro com ideias globais que precisam se traduzir em realidades locais. Londres ensinou que cidades inteligentes não são feitas de tecnologia, mas de visão, estratégia e pessoas. O desafio agora é aplicar essas lições, para que nossas cidades brasileiras sejam, de fato, mais inclusivas, humanas e preparadas para o futuro.