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Goiânia sedia Reunião Estratégica Regional para debater o futuro das cidades inteligentes em Goiás

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Evento reunirá governo, especialistas e lideranças para discutir soluções urbanas em Goiás, estado que se destaca pela inovação, sustentabilidade e conectividade no cenário nacional

No dia 22 de agosto, Goiânia será palco de um encontro decisivo para o futuro das cidades do estado. A capital goiana recebe a Reunião Estratégica Regional Connected Smart Cities, iniciativa que integra uma série de encontros promovidos pela Plataforma Connected Smart Cities, movimento nacional voltado à transformação urbana por meio da troca de experiências, tecnologias e estratégias. O evento será realizado a partir das 13h30, no Auditório Mauro Borges, no Palácio Pedro Ludovico Teixeira.

Com apoio do Governo do Estado de Goiás, por meio da Gerência de Cidades Inteligentes da Secretaria-Geral de Governo, a reunião tem como proposta reunir representantes municipais, especialistas e convidados estratégicos para debater os desafios e as potencialidades do desenvolvimento urbano em Goiás. A intenção é fomentar soluções que contribuam para cidades mais conectadas, sustentáveis e alinhadas às necessidades de suas populações.

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A escolha de Goiás para sediar o encontro não é por acaso. Com um Produto Interno Bruto de R$ 318,6 bilhões, o estado se destaca nacionalmente por sua força econômica, baseada em três pilares fundamentais: agropecuária, indústria e serviços. Goiás abriga um dos maiores polos agropecuários do país, sendo referência na produção de grãos como soja, milho e feijão, além de manter o segundo maior rebanho bovino do Brasil. A indústria também tem papel central na economia, com destaque para o polo automotivo instalado na região — com fábricas da Mitsubishi, Hyundai e Suzuki — e o parque farmaquímico de Anápolis, que impulsiona a biotecnologia e os biocombustíveis. Já o setor de serviços cresce a passos largos, especialmente nas áreas de educação, saúde, comércio e comunicação.

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Esse dinamismo econômico se reflete nos dados do Ranking Connected Smart Cities, que elenca as cidades mais inteligentes e conectadas do Brasil. Goiás aparece com cinco municípios entre os 100 primeiros colocados: Goiânia (22º), Anápolis (51º), Rio Verde (54º), Aparecida de Goiânia (82º) e Itumbiara (91º). Além disso, Goiânia conquistou o Selo Ouro no CSC e Jussara recebeu o Selo Bronze na categoria GovTech, reconhecimento pelo uso estratégico de tecnologias na gestão pública.

Mas o protagonismo goiano vai além dos números. A capital do estado é referência nacional em arquitetura Art Déco e em políticas públicas voltadas à transformação digital, tendo conquistado recentemente o primeiro lugar no Prêmio Conexão Inova 2025. O estado também investe em mobilidade urbana, com a modernização da malha viária e projetos voltados à logística do agronegócio e ao fortalecimento do transporte público nas cidades.

A qualidade de vida em Goiás é reforçada por um patrimônio natural, histórico e cultural que impulsiona o turismo e valoriza a identidade regional. Caldas Novas, por exemplo, é o maior parque hidrotermal do mundo e atrai cerca de um milhão de visitantes por ano, sendo um dos dez destinos mais visitados do Brasil. Já a Chapada dos Veadeiros, o rio Araguaia, Pirenópolis e a Cidade de Goiás são destinos de natureza e cultura, onde se preservam tradições como as cavalhadas e a Festa do Divino. A gastronomia do cerrado também ganha destaque, com pratos típicos como a galinhada, a pamonha e o arroz com pequi, além de doces e embutidos tradicionais.

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A Reunião Estratégica Regional em Goiânia é, portanto, mais do que um evento: é um espaço de construção conjunta de soluções, onde a pluralidade de experiências e saberes se transforma em estratégia. Para a Plataforma Connected Smart Cities, nenhuma cidade é igual, mas todas podem ser melhores. E é justamente ao reunir os atores do ecossistema urbano que se criam as condições para o surgimento de um futuro mais integrado, sustentável e inteligente.

Para saber mais sobre Reunião Estratégica Regional de Goiânia, clique aqui

Cidade na Holanda monitora qualidade do ar com sensor instalado em bicicletas da população

Além de ter o maior bicicletário do mundo, com vagas para mais de 20 mil bikes, Utrecht tem iniciativas voltadas a incluir o ciclismo como parte das políticas públicas

A região de Utrecht, na Holanda, desenvolveu uma estratégia inédita para monitorar a qualidade do ar: instalar sensores de poluição nas bicicletas da própria população. Conhecido como Snuffelfiets (em tradução livre, “bicicleta farejadora”), o projeto mobiliza ciclistas voluntários equipados com sensores de partículas finas acoplados às bikes.

Enquanto pedalam por diferentes áreas da cidade, eles coletam dados em tempo real sobre a poluição atmosférica. Dessa forma, geram um mapeamento detalhado da qualidade do ar em diversas rotas e horários. A iniciativa se tornou uma referência internacional de ciência cidadã , modelo em que a população participa ativamente da coleta de informações para subsidiar políticas públicas.

Ao todo, 500 kits sensores foram distribuídos aos moradores da província. Portanto, a iniciativa registra o nível de partículas no ar em locais e horários que nem sempre são cobertos pelas estações fixas de monitoramento.

Como funciona a coleta de dados com bicicletas

Cada sensor de ar das bicicletas mede a concentração de partículas finas enquanto o ciclista percorre seu trajeto habitual. Os dados têm registro por GPS e transmitidos automaticamente para uma plataforma online, o Samen Meten Utrecht, que significa “Medir Juntos Utrecht”. Essa plataforma integra informações de diversas fontes, como medições fixas e móveis, permitindo que especialistas e moradores acompanhem os níveis de poluição em tempo real.

Os pesquisadores também atuam na calibração e no tratamento dos dados para garantir maior precisão. De acordo com artigo do periódico International Journal of Urban and Regional Research, um dos desafios do projeto foi justamente processar a grande quantidade de dados. Porém, a equipe conseguiu desenvolver metodologias para interpretar essas informações com confiabilidade.

Os resultados são utilizados por órgãos públicos e planejadores urbanos para identificar pontos críticos de poluição e pensar políticas de mobilidade e saúde pública. Um dos ganhos do monitoramento por bicicletas é permitir uma visão mais dinâmica da qualidade do ar em diferentes horários do dia e estações do ano.

Leia também: Você já sentiu diferença na forma de se comportar ao trocar o carro pela bicicleta?

Resultados do Snuffelfiets

As medições já mostraram, por exemplo, que a qualidade do ar tende a ser pior em vias com maior fluxo de veículos e próximo a cruzamentos movimentados. Em contrapartida, áreas próximas a parques e ciclovias afastadas do trânsito apresentaram menores índices de poluição.

Esses dados ajudam o poder público a planejar novas rotas cicloviárias, pensar em medidas de restrição de tráfego e orientar campanhas de conscientização. Além disso, o projeto mostrou ser uma ferramenta eficiente para alertar sobre a importância da mobilidade ativa em áreas urbanas.

O Snuffelfiets também contribui para a educação ambiental. Com o compartilhamento de forma aberta com a população, as informações aumentam a conscientização sobre o impacto da poluição do ar e estimulando mudanças no comportamento.

Outras iniciativas de ciência cidadã

O monitoramento por bicicletas é apenas uma das ações do programa Samen Meten Utrecht, que reúne diversos projetos de ciência cidadã na região. Entre eles estão iniciativas de medição de temperatura para identificar ilhas de calor, monitoramento de ruído urbano e acompanhamento da qualidade da água em córregos e canais. A ideia é envolver cada vez mais moradores na coleta de dados ambientais. Dessa forma, a cidade democratiza o acesso à informação e tornando a população parte ativa no desenvolvimento das políticas públicas.

Além do Snuffelfiets, o programa participa do projeto GLOBE, que mobiliza estudantes do ensino médio para medir partículas em suspensão no ar com sensores portáteis.

Bicicletas como parte da política pública

Utrecht já é conhecida mundialmente por integrar a bicicleta como meio de transporte prioritário. Em 2023, a cidade inaugurou o maior bicicletário do mundo, com capacidade para 22 mil vagas na estação central de trem. O espaço busca estimular ainda mais o uso da bicicleta no dia a dia da população, conectando esse modal aos demais transportes públicos.

Fonte: Mobilidade Estadão

Para uma transição energética justa, é preciso reduzir a demanda por petróleo

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No Brasil, um dos maiores produtores de petróleo, a cadeia de óleo e gás é relevante para a economia; encerrá-la sem alternativas pode gerar impactos sociais e regionais

No debate climático, é comum afirmar que precisamos “deixar o petróleo no solo”. A urgência em frear as mudanças climáticas e evitar pontos de não retorno justifica o fim da exploração de fósseis. No entanto, enquanto a demanda continuar alta, a pressão por extração continuará. Por isso, a transição energética deve ser entendida como transformação da demanda por energia, não só como restrição da oferta.

O World Energy Outlook 2024, da Agência Internacional de Energia, mostra esse desafio: mesmo com o aumento de quase 50% da capacidade instalada de renováveis, dois terços da demanda foram atendidos por fósseis em 2023. Como resultado, as emissões energéticas globais bateram recorde. Ou seja, não basta restringir a oferta se seguimos consumindo petróleo intensamente.

Esse dilema é crítico nos setores mais intensivos em petróleo: indústria, petroquímica e transportes. Segundo o Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), esses setores responderam por mais de 50% das emissões energéticas em 2023 — cerca de 223 milhões de toneladas de CO2 equivalente.

Para uma transição energética justa e eficaz, é preciso reduzir a demanda por petróleo com foco em transporte coletivo, combustíveis renováveis, mobilidade urbana sustentável e modernização industrial, especialmente nos segmentos dependentes de fósseis. Focar na demanda acelera a descarbonização e amplia os benefícios sociais e econômicos da transição.

Há sinais positivos, como o avanço da China na mobilidade elétrica e na eletrificação industrial. Mas a migração da demanda para países como a Índia reforça a necessidade de estratégias globais coordenadas, considerando diferentes realidades.

No Brasil, um dos maiores produtores de petróleo, a cadeia de óleo e gás é relevante para a economia. Encerrá-la sem alternativas pode gerar impactos sociais e regionais. É urgente um planejamento energético de longo prazo que viabilize a substituição do petróleo sem ampliar desigualdades. Contudo, o governo segue promovendo leilões, como a nova rodada de 332 blocos ofertados em 17 de junho.

Sediar a COP-30 traz ao Brasil o desafio de liderar ações pela descontinuidade dos fósseis e, internamente, priorizar soluções para atender à demanda com energia de baixo carbono. Isso inclui fortalecer o sistema elétrico — transmissão, armazenamento e geração — com eletrificação dos usos finais e biocombustíveis. São alternativas concretas à dependência de novos leilões de óleo e gás.

Fonte: Terra

4 pontos da nova lei de licenciamento ambiental: o que acontece agora?

Aprovado na Câmara dos Deputados, projeto de lei poderá sofrer vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ser contestado no Supremo Tribunal Federal, segundo membros do governo e organizações não-governamentais.

Aprovado na Câmara dos Deputados na madrugada de quinta-feira (17), o projeto de lei que cria novas normas para o licenciamento ambiental no Brasil poderá sofrer vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ser contestado no Supremo Tribunal Federal (STF), segundo membros do governo e organizações não-governamentais.

De um lado, ambientalistas classificam o texto com o “PL (projeto de lei) da devastação” sob o argumento de que ele fragiliza mecanismos de proteção ambiental e coloca em risco a sustentabilidade de ecossistemas e a saúde da população.

A aprovação acontece a quatro meses de o Brasil sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém.

Por outro lado, parlamentares da bancada ruralista defendem a lei aprovada argumentando que ela destravaria investimentos e facilitaria a execução de projetos de infraestrutura supostamente paralisados por pendências junto a órgãos ambientais.

Como foi aprovada em segundo turno pela Câmara dos Deputados, a lei agora vai à sanção presidencial. Só então ela começa a entrar em vigor ou não. Caso haja vetos, ainda caberá ao Congresso mantê-los ou derrubá-los.

A aprovação do projeto aconteceu apesar de críticas de membros do governo contrários ao texto.

Entre eles, o da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Nas suas redes sociais, Marina reprovou a aprovação da lei.

“(A lei) flexibiliza ao extremo os procedimentos de licenciamento ambiental e fragiliza todo o arcabouço legal que sustenta a proteção socioambiental, sem trazer ganho de eficiência ou agilidade […] A proposta aprovada na Câmara impõe retrocessos estruturais e cria vulnerabilidades socioambientais e insegurança jurídica, podendo inclusive ser questionada na justiça por setores da sociedade”, afirmou a ministra em uma postagem.

Em entrevista ao jornal O Globo, Marina não descartou a hipótese de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetar trechos da nova lei aprovada e de, eventualmente, a lei ser questionada judicialmente no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Os processos de judicialização virão de todos os lados, da sociedade civil, da comunidade científica, do Ministério Público, de agentes públicos. Isso não vai alcançar o objetivo de agilizar, porque uma coisa é agilizar sem prejudicar a qualidade do licenciamento. Outra coisa é passar por cima da qualidade em nome da agilidade”, disse a ministra ao jornal.

Já o deputado federal e presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Pedro Lupion (PP-PR), comemorou a aprovação.

“Finalmente, aperfeiçoamos uma legislação para destravar investimentos, desburocratizar o sistema e gerar oportunidade e renda ao país”, disse o parlamentar.

O licenciamento ambiental é uma etapa em que órgãos de controle avaliam a viabilidade ambiental de um determinado empreendimento. Nesta fase, as autoridades verificam o potencial poluidor de uma determinada atividade, se ela pode ser desempenhada em um determinado local e que medidas de mitigação dos seus impactos devem ser adotadas.

Mas o que o projeto muda na prática? Confira abaixo quatro pontos sobre as principais mudanças aprovadas pelo Congresso Nacional sobre o licenciamento ambiental.

1. Licenciamento Ambiental Especial

Este tipo de licenciamento foi sugerido por uma emenda feita pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil – AP), durante a tramitação do texto no Senado Federal.

Esta modalidade prevê um processo de licenciamento ambiental mais rápido e simplificado para empreendimentos classificados pelo governo federal como estratégicos.

Atualmente, o licenciamento ambiental convencional é requerido independentemente de um determinado projeto ser considerado prioritário ou não para o governo.

A definição sobre quais projetos serão considerados estratégicos deverá ser feita pelo Conselho de Governo, que é um órgão de assessoramento da Presidência da República, a cada dois anos.

Um dos pontos criticados por ambientalistas é que este tipo de licenciamento fragiliza a atuação dos órgãos ambientais e poderá ser aplicado mesmo se o empreendimento puder causar grande degradação do meio ambiente.

Outra crítica é que a definição de projetos prioritários poderá passar por pressões políticas, como é o caso de projetos como a exploração de petróleo na bacia sedimentar da Foz do Amazonas, na Costa do Amapá, Estado por onde Alcolumbre é senador.

2. Licenciamento por adesão

Outra alteração nas normas ambientais é a ampliação do uso do licenciamento ambiental por adesão e compromisso, o chamado LAC.

Este tipo de licenciamento é mais simples pois não há necessidade de o responsável pelo empreendimento apresentar ou realizar estudos de impacto ambiental. Estes estudos trazem informações sobre as consequências ambientais de um determinado projeto ou atividade econômica na localidade onde se planeja instalá-lo.

Atualmente, por determinação do STF, apenas empreendimentos de pequeno porte e de pequeno potencial poluidor poderiam utilizar este tipo de licenciamento.

A lei aprovada, no entanto, amplia esse tipo de licenciamento para empreendimentos de médio porte e de médio potencial poluidor.

Esse tipo de licença poderá ser utilizada para serviços e obras de duplicação de rodovias, pavimentação de estradas que já existem, instalação e ampliação de linhas de transmissão que estejam nas faixas de domínio das rodovias.

Para obter a licença, o responsável pelo empreendimento deverá apresentar apenas um Relatório de Caracterização do Empreendimento (RCE). Este relatório deverá conter informações como a localização, dimensões e atividade que se pretende desenvolver.

No entanto, a análise desses dados pelos órgãos ambientais responsáveis não será obrigatória. Além de essa análise ser feita por amostragem, os deputados aprovaram que ela será facultativa.

Uma outra alteração na lei tem impacto direto sobre projetos como a pavimentação da BR-319, localizada entre os Estados de Rondônia e Amazonas. Ela cruza uma área preservada da região Amazônica e sua pavimentação é defendida por políticos e empresários dos dois Estados.

O Ministério do Meio Ambiente (MMA), no entanto, defende que a obra passe por um processo de licenciamento ambiental criteriosos para evitar que ela se transforme em vetor de desmatamento.

O projeto aprovado, no entanto, dispensa de licenciamento ambiental obras classificadas como serviços de manutenção e melhoramento de infraestrutura em instalações já existentes.

Um dos argumentos dos defensores da pavimentação da rodovia é justamente o fato de que ela já existe, portanto, seu processo de licenciamento deveria ser mais simples do que o de uma estrada construída do zero.

3. Mudanças para o agronegócio

A lei aprovada também prevê mudanças para o processo de licenciamento ambiental voltado ao agronegócio.

A principal delas é a dispensa de licenciamento ambiental para atividades como:

  • cultivo de espécies agrícolas temporárias, semiperenes ou perenes
  • pecuária semi-intensiva e extensiva
  • pecuária intensiva de pequeno porte
  • pesquisa agropecuária sem risco biológico

Atualmente, a depender da dimensão do empreendimento agropecuário, o produtor rural precisa ter uma autorização do órgão ambiental responsável e de uma avaliação sobre os possíveis impactos ambientais da atividade.

Pela lei aprovada, para que agricultores e pecuaristas desenvolvam suas atividades, bastará preencher um formulário auto-declaratório informando que a atividade não apresenta riscos ambientais e entregá-lo aos órgãos ambientais locais.

As medidas eram defendidas por ruralistas que argumentam que ela facilitaria investimentos no setor e dariam mais segurança jurídica. Ambientalistas, por outro, criticam a medida.

“O texto aprovado atende aos anseios do setor produtivo, ao evitar retrocessos e estabelecer segurança jurídica e ambiental para o país e para a economia”, disse o coordenador de sustentabilidade da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Nelson Ananias, em nota divulgada pela entidade.

Por outro lado, ambientalistas criticam:

“Além das dispensas citadas, a proposta aprovada pela Câmara contempla um grande número de dispensas, expondo a lógica de desconstrução do licenciamento ambiental no país”, diz um trecho do posicionamento divulgado pela organização não-governamental Observatório do Clima, após a aprovação da lei.

4. Atribuição de responsabilidade

O texto também aprovou mudanças sobre o poder dos órgãos ambientais, indígenas e de proteção a comunidades quilombolas e ao patrimônio histórico. De acordo com a nova lei, apenas terras indígenas ou quilombolas que já foram demarcadas ficariam sujeitas à proteção dos órgãos federais responsáveis.

Em termos práticos, a Fundação Nacional do Índio (Funai) ou o Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) só seriam ouvidos durante o processo de licenciamento ambiental de um empreendimento que afete uma terra indígena ou quilombola se elas já tiverem sido homologadas pela União.

Caso a terra ainda esteja no processo de homologação, a Funai e o Iphan ficarão de fora deste processo. Atualmente, os órgãos ambientais e indigenistas são consultados mesmo quando as áreas em questão ainda não foram homologadas.

Hoje, há 114 terras indígenas e quilombolas ainda não homologadas pela União.

Uma nota técnica divulgada pela organização não-governamental Instituto Socioambiental (ISA) avalia que a nova lei poderá afetar negativamente uma área de áreas atualmente protegidas equivalente ao Estado do Paraná.

“Esse retrocesso geraria imediata judicialização perante o STF, pela declaração de inconstitucionalidade do dispositivo, uma vez que o tema tem seu fundamento explicitamente tratado na Constituição Federal”, diz a nota.

Além disso, a lei aprovada na Câmara prevê a obrigatoriedade de análise apenas dos impactos ambientais diretos das atividades ou empreendimentos, não incluindo os impactos indiretos, que segundo cientistas, podem ser tão graves ou até mesmo pior que os impactos diretos.

No caso de empreendimentos localizados em unidades de conservação federais, por exemplo, a participação do órgão responsável, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, será obrigatória somente quando o empreendimento afetar diretamente a unidade ou sua zona de amortecimento, que é a área localizada no seu entorno.

Ainda que haja impactos indiretos sobre a unidade de conservação, o órgão não deverá participar do processo de licenciamento.

Outra mudança é que os pareceres dos órgãos ambientais responsáveis pela unidades de conservação afetadas por novos empreendimentos não serão mais vinculantes.

Isso quer dizer que o ente que conduzirá o licenciamento poderá, se quiser, desconsiderar a posição do órgão responsável pela unidade de conservação contra um determinado empreendimento.

Fonte: G1

ChatGPT lança agente virtual “faz-tudo” que controla um computador inteiro

A nova ferramenta integra os recursos Deep Research e Operator, que antes atuavam separadamente

A OpenAI lançou, nesta quinta-feira (17), o novo agente do ChatGPT capaz de executar tarefas complexas de ponta a ponta, como preencher formulários, navegar por sites, desempenhar códigos e até criar apresentações sofisticadas, tudo isso usando um computador virtual próprio.

De acordo com a empresa, o modelo só realiza ações sensíveis mediante autorização. A nova ferramenta integra os recursos Deep Research e Operator, que antes atuavam separadamente. O primeiro era focado na navegação por sites; o segundo, na análise e síntese de informações.

Agora, ambos estão fundidos em uma única solução que permite ao ChatGPT refletir, agir e interagir com a web em tempo real. A experiência, segundo a OpenAI, foi projetada para ser colaborativa, com o usuário podendo pausar, redirecionar ou retomar tarefas sempre que quiser.

Além de oferecer respostas, o ChatGPT passa a executar comandos como “analise concorrentes e monte uma apresentação” ou “preencha este formulário com base nos dados fornecidos”. Para isso, o modelo escolhe automaticamente as ferramentas ideais: pode usar APIs, acessar planilhas, clicar em botões, fazer login (com sua permissão) e retornar com arquivos editáveis.

Testes de desempenho

Nos testes de desempenho, o agente superou não apenas versões anteriores do modelo, mas também analistas humanos em tarefas como análise e modelagem de dados.

Nos benchmarks DSBench e SpreadsheetBench, que simulam situações reais de trabalho com planilhas e relatórios, o agente do ChatGPT atingiu resultados significativamente superiores à geração anterior, a GPT‑4o.

Aplicação no dia a dia

O novo recurso também mira aplicações do cotidiano. Entre os exemplos citados estão agendamentos, organização de eventos, edição de arquivos financeiros, roteiros de viagem e até acompanhamento de métricas. Por segurança, o modelo diz que nunca executa ações críticas sem supervisão e é treinado para resistir a comandos maliciosos ou uso indevido.

Como usar

É possível ativar os novos recursos agênticos do ChatGPT diretamente no menu suspenso de ferramentas. Basta selecionar a opção “modo agente” em qualquer conversa e descrever a tarefa desejada.

Conforme a tarefa é realizada, uma narração na tela mostra exatamente o que o ChatGPT está fazendo. Sempre que necessário, você pode interromper e assumir o controle do navegador para garantir que as tarefas permaneçam alinhadas aos objetivos.

Além disso, é possível agendar tarefas concluídas para repetição automática. Isso é muito útil caso você queira gerar um relatório de métricas semanal, por exemplo.

Quem pode usar os novos recursos?

O modo Agent já está disponível para os usuários dos planos Pro, Plus e Team, e será liberado para clientes Enterprise e Education ainda em julho. Usuários do plano Pro contam com acesso ilimitado às tarefas. Já os demais têm direito a 50 ações mensais, com opção de créditos extras.

A OpenAI também confirmou que, após um período de transição de 30 dias, o site do Operator será desativado e suas funções incorporadas ao novo sistema.

Com atualizações previstas para os próximos meses, o agente do ChatGPT ainda deve ganhar melhorias na criação de apresentações e na integração com planilhas.

Fonte: CNN Brasil

Câmara aprova projeto que altera regras de licenciamento ambiental

Proposta dividiu opinião entre deputados; texto será enviado à sanção presidencial

A Câmara dos Deputados aprovou, na madrugada desta quinta-feira (17), o projeto de lei que estabelece regras gerais de licenciamento ambiental. A proposta também cria novos tipos de licença, como para empreendimentos estratégicos e de adesão por compromisso com procedimentos simplificados e prazos menores para análise. O texto será enviado à sanção presidencial.

O substitutivo aprovado pela Câmara dos Deputados incorpora 29 emendas do Senado ao Projeto de Lei 2159/21, com parecer favorável do relator, deputado Zé Vitor (PL-MG).

Ele afirmou que as emendas do Senado contribuem para estabelecer regras claras e objetivas para o licenciamento ambiental. “Após amplo debate com todos os setores interessados que buscaram um diálogo construtivo em prol de um texto equilibrado e que contribua com o desenvolvimento sustentável do País, o projeto se mostra apto”, disse.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que o relator da proposta atendeu cerca de 70% das demandas do governo. Segundo ele, houve negociação até o último momento e buscou-se construir uma convergência de um projeto bom para o País. “A primeira a ser visitada pelo deputado Zé Vitor foi a ministra [do Meio Ambiente] Marina Silva”, disse Motta.

A votação dividiu opiniões. Os deputados a favor do projeto argumentaram que ele favorece o desenvolvimento do país. Quem votou contra reclamou que ele pode causar novas tragédias ambientais.

Licença Ambiental Especial

Uma das emendas aprovadas cria um novo tipo de licenciamento ambiental, chamado de Licença Ambiental Especial (LAE), que poderá ser concedida mesmo se o empreendimento for efetiva ou potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente.

Esse tipo de licença poderá ser usada para atividades ou empreendimentos considerados estratégicos pelo Conselho de Governo, órgão de assessoramento do presidente da República quanto à política ambiental.

A definição das prioridades será bianual, e uma equipe técnica deverá se dedicar permanentemente à função.

Com prazo de 12 meses para conclusão da análise e decisão sobre o pedido de licença, a LAE terá prazo de validade de 5 a 10 anos, e a autoridade licenciadora dará prioridade à análise dos pedidos de LAE em detrimento de outras licenças.

Segundo o texto, a análise da LAE deverá ocorrer em uma única fase, e a autoridade licenciadora poderá solicitar informações adicionais uma única vez.

Outros órgãos que precisem emitir licenças deverão dar prioridade à emissão de anuências, licenças, autorizações, certidões, outorgas e demais documentos necessários em qualquer esfera administrativa.

Mineração

Quanto à mineração de grande porte e/ou alto risco, com aprovação de emenda dos senadores, não serão mais observadas normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) até lei específica tratar do tema.

Licença por adesão

Um licenciamento ambiental simplificado por adesão e compromisso (LAC) poderá ser pedido pelo interessado sem necessidade de estudos de impacto.

Cada ente federativo, conforme a competência concorrente de licenciamento ambiental, definirá quais atividades de pequeno ou médio porte e baixo ou médio potencial poluidor poderão usar a LAC, cuja vigência será de 5 a 10 anos.

O uso dessa licença poderá ocorrer se forem atendidas, de forma cumulativa, certas condições, como conhecimento prévio das características gerais da região e de como se darão a instalação e a operação da atividade, os impactos ambientais do tipo de empreendimento e as medidas de controle ambiental necessárias.
Além disso, a intervenção não poderá derrubar vegetação se isso depender de autorização ambiental.

Para obter a licença, o empreendedor deverá apresentar o Relatório de Caracterização do Empreendimento (RCE), mas devido a emenda aprovada a análise por amostragem dessas informações será facultativa em vez de obrigatória. Já as vistorias por amostragem no local passam a ser anuais para conferir a regularidade de atividades autorizadas por meio da LAC.

A LAC poderá ser utilizada para serviços e obras de duplicação de rodovias ou pavimentação naquelas já existentes ou em faixas de domínio; e ampliação e instalação de linhas de transmissão nas faixas de domínio.

Entretanto, outra emenda aprovada incluiu em trecho diferente do texto dispositivo que dispensa de licenciamento ambiental serviços e obras de manutenção e melhoramento de infraestrutura em instalações existentes ou em faixas de domínio e de servidão, incluídas rodovias anteriormente pavimentadas e dragagens de manutenção.

Autoridades envolvidas

Uma das emendas aprovadas retira de outras autoridades envolvidas no licenciamento ambiental o poder de definir os tipos de atividades ou empreendimentos de cujos licenciamentos deverão participar.

Isso envolve órgãos que devem se manifestar sobre impactos em terras indígenas (Funai) ou quilombolas (Ministério da Igualdade Racial), sobre o patrimônio cultural acautelado (Iphan) ou sobre as unidades de conservação da natureza (ICMBio).

No entanto, o prazo total de prorrogação para que as entidades envolvidas no licenciamento ambiental apresentem seu parecer passa de 10 para 15 dias a mais do prazo padrão de 30 dias. Essa prorrogação precisará de justificativa.

Como o novo texto, a manifestação dessas autoridades deverá ser considerada pela autoridade licenciadora apenas se apresentada no prazo fixado.

Ao mesmo tempo, autoridade ambiental licenciadora não precisará mais avaliar e decidir motivadamente sobre a justificativa da autoridade envolvida quanto ao impacto do empreendimento.

Sobre terras indígenas, por exemplo, o projeto permite a manifestação da Funai apenas sobre aquelas com demarcação já homologada.

Nota técnica da organização não governamental Instituto Socioambiental (ISA) indica que há pelo menos 259 terras indígenas em processo de demarcação (equivalente a 32% da área total desse tipo de terra) que ficariam de fora da análise por ainda não estarem homologadas.

Maior impacto

Quando o empreendimento ou atividade sob licenciamento tiver de apresentar Estudo de Impacto Ambiental (EIA) ou Relatório de Impacto Ambiental (Rima), as outras autoridades envolvidas deverão se manifestar em 90 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, caso houver nas proximidades:

  • terras indígenas com demarcação homologada;
  • área interditada em razão da presença de indígenas isolados;
  • áreas tituladas de remanescentes das comunidades dos quilombos;
  • bens culturais ou tombados; ou
  • unidades de conservação, exceto áreas de proteção ambiental (APA).

As condicionantes para o funcionamento do empreendimento (uma usina hidrelétrica, por exemplo), tais como proteção ambiental de determinadas áreas ou realocação de pessoas afetadas (pela barragem, por exemplo), deverão ser fiscalizadas pelo próprio órgão consultado.

Leia mais: Com faixa gigante, grupo faz protesto na Avenida Paulista contra projeto de lei que flexibiliza regras de licenciamento ambiental

Termo de referência

Para atividades e empreendimentos que dependam apenas de um termo de referência, com estudos menos complexos, a participação de outros órgãos dependerá de as terras, bens tombados ou unidades de conservação estarem próximos do local da intervenção no meio ambiente.

A distância depende ainda do tipo de empreendimento. Assim, por exemplo, na Amazônia, haverá consulta se a distância for de até 8 km para implantação de ferrovias, portos, hidrelétricas sem reservatório e mineração. Em outros biomas, a distância será de 5 km para esses casos, exceto ferrovias (3 km).

Produção indígena

Esses órgãos e a autoridade ambiental poderão cooperar para disciplinar procedimentos específicos para licenciamentos cujos empreendedores sejam indígenas ou quilombolas quando as atividades forem realizadas dentro de suas respectivas terras.

Unidades de conservação

Quando o empreendimento afetar unidade de conservação específica ou sua zona de amortecimento, o licenciamento não precisará mais da autorização do órgão responsável por sua administração (no caso federal, o ICMBio).

Ibama X órgãos estaduais

Outra mudança feita pelos senadores e acatada pela Câmara determina que, se órgãos ambientais fiscalizarem atividades sob licença não expedida por eles, deverão apenas comunicar ao órgão licenciador as medidas para evitar a degradação ambiental verificada em autuação.

O órgão licenciador poderá inclusive decidir que não houve infração, o que tornaria sem efeito as multas aplicadas por aquele órgão que fiscalizou.

Assim, por exemplo, quando o Ibama (órgão ambiental federal) fiscalizar e multar empreendimento licenciado por órgão ambiental estadual, o texto prevê que sempre a versão deste último prevalecerá.

Quanto ao processo administrativo, em vez da lei federal serão aplicadas subsidiariamente as leis dos outros entes federativos sobre o assunto.

Mata Atlântica

Na lei de preservação da Mata Atlântica (Lei 11.428/06), emenda dos senadores aprovada exclui a necessidade de autorização do órgão ambiental estadual para o desmatamento de vegetação desse bioma se ela for primária ou secundária em estágio avançado de regeneração.

Exclui ainda a necessidade de autorização de órgão ambiental municipal para desmatamento de vegetação em estágio médio de regeneração desde que o município possua conselho de meio ambiente.

Renovação automática

O texto permite ainda a renovação automática da licença ambiental por igual período a partir de declaração on-line do empreendedor na qual ele ateste o atendimento da legislação ambiental e das características e porte do empreendimento e das condicionantes ambientais aplicáveis.

Isso será válido para empreendimentos de baixo ou médio potencial poluidor e de pequeno ou médio porte.

Um relatório assinado por profissional habilitado deverá ser apresentado para atestar o atendimento das condicionantes ambientais.

Em relação a qualquer tipo de licença, se o requerimento for apresentado com antecedência mínima de 120 dias do fim da licença original, o prazo de validade será automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva da autoridade licenciadora.

Recursos humanos

A Câmara aprovou ainda emenda excluindo dispositivo que determinava aos órgãos de licenciamento ambiental e às autoridades envolvidas a apresentação de um relatório sobre os recursos humanos necessários ao cumprimento da lei de licenciamento.

O Poder Executivo deveria dar resposta sobre o atendimento ou não das carências relatadas.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Alexandre de Moraes valida aumento do IOF pelo governo, mas revoga um trecho; entenda

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu preservar quase integralmente o decreto do governo federal que elevou as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Moraes é relator de ações que contestam ou defendem o decreto no STF, ponto central de um impasse entre o Executivo e o Congresso Nacional.

A única exceção de Moraes foi a tributação sobre as operações conhecidas como “risco sacado” — um modelo usado principalmente no varejo, no qual empresas antecipam o pagamento a fornecedores com a intermediação de bancos, que cobram uma taxa pelo serviço. Antes da mudança feita pelo governo, essa operação não era considerada crédito e, portanto, não estava sujeita ao IOF.

Com o decreto, o governo passou a tratar o risco sacado como operação de crédito, sujeitando-o à tributação. A expectativa era de arrecadar R$ 12 bilhões em 2025 e R$ 31,2 bilhões em 2026. A retirada do risco sacado da base de cálculo do imposto, contudo, deve reduzir essa projeção em R$ 450 milhões no próximo ano e em até R$ 3,5 bilhões em 2026.

Ao justificar sua decisão, Moraes afirmou que o governo ultrapassou sua competência ao tentar, por decreto, equiparar o risco sacado a uma operação de crédito, prática que fere o princípio da legalidade tributária. Segundo o ministro, essa equiparação também compromete a segurança jurídica, já que o próprio poder público sempre diferenciou os dois tipos de operações.

Ainda assim, o ministro reconheceu que o Executivo tem prerrogativa constitucional para alterar alíquotas do IOF por decreto, dado seu caráter extrafiscal. Ele destacou que não foi comprovado qualquer abuso de poder ou desvio de finalidade na elevação das alíquotas.

A decisão desta quarta-feira (17) ocorre após semanas de disputa entre Executivo e Congresso e sucede uma tentativa de conciliação conduzida pelo próprio Moraes no Supremo. No início do mês, o ministro havia suspendido tanto os decretos do governo que aumentavam o IOF quanto o decreto legislativo aprovado pelo Congresso para anulá-los. Ele também marcou uma audiência de conciliação entre representantes dos três Poderes para o dia 15 de julho, mas o encontro terminou sem acordo.

O caso chegou ao STF por meio de três ações. De um lado, o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, protocolou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) para barrar os decretos presidenciais que elevaram o imposto. De outro, o PSOL questionou o decreto legislativo que derrubava as medidas do governo. Já a Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com uma Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC), defendendo a validade do ajuste promovido pelo Executivo.

Ao decidir pela suspensão dos decretos no início do mês, Moraes já havia ressaltado que o STF tem competência para resolver impasses entre os Poderes e zelar pelo cumprimento da Constituição. Na decisão, ele escreveu que o confronto entre Executivo e Legislativo, com medidas e contramedidas sucessivas, ameaçava a harmonia entre os Poderes prevista no artigo 2º da Constituição.

“Mais do que determinar a independência dos Poderes, o texto constitucional exige a harmonia entre eles, como princípio básico e inafastável de nosso Estado democrático de direito em busca do bem comum para toda a sociedade brasileira”, afirmou Moraes à época.

A linha do tempo da batalha do IOF

O governo enviou uma primeira proposta de aumento do IOF em maio, que reforçaria o caixa em R$ 20,5 bilhões em 2025 e em R$ 41 bilhões em 2026.

Com a resistência do Congresso, a equipe econômica alterou a proposta, sugerindo uma alta menor do imposto. Com isso, a arrecadação prevista caiu para R$ 10 bilhões neste ano e R$ 30 bilhões no seguinte.

Por outro lado, o Executivo propôs outras medidas para compensar a arrecadação menor do IOF, como taxar em 5% títulos financeiros que hoje são isentos de Imposto de Renda (IR), como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs).

Essa proposta também sofre resistência no Congresso. A apresentação do parecer do relator do projeto na Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), estava prevista para o último dia 27 de junho, mas foi adiada após a derrubada dos decretos do IOF, que aconteceu na antevéspera.

No dia 3/7, Lira retomou o tema, disse ter concluído o primeiro esboço do texto que será apresentado à Comissão Especial do tema na Casa e sinalizou que as negociações devem avançar na próxima semana.

Junto ao aumento do IOF, o governo anunciou em maio um congelamento de R$ 31,3 bilhões no orçamento deste ano, com objetivo de cumprir a meta fiscal de 2025.

Em 25 de junho, o Congresso aprovou a anulação do decreto presidencial que aumentava alíquotas do IOF, em uma derrota para o governo.

A decisão foi aprovada na Câmara dos Deputados e depois no Senado.

Na Câmara, foram 383 votos a favor e 98 contra a derrubada da medida, um placar que mostrou que mesmo parlamentares de partidos da base aliada do governo ficaram contra os interesses do Palácio do Planalto.

No Senado, a votação foi simbólica — sem contagem de votos.

No dia 30/6, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, publicou vídeo nas redes sociais defendendo a derrubada do aumento do IOF pelo Congresso e rebatendo críticas do governo à decisão.

“Quem alimenta o ‘nós contra eles’ acaba governando contra todos. A Câmara dos Deputados, com 383 votos de deputados de esquerda e de direita, decidiu derrubar um aumento de imposto que afeta toda cadeia econômica. A polarização política tem cansado muita gente, e agora querem criar a polarização social”, disse Motta.

Na postagem, o parlamentar negou ter traído o governo por ter pautado o projeto que derrubava a alta do IOF sem avisar.

“Capitão que vê o barco indo em direção ao iceberg e não avisa não é leal, é cúmplice, e nós avisamos ao governo que essa matéria do IOF teria muita dificuldade de ser aprovada no Parlamento. Presidente de qualquer Poder não pode servir ao seu partido, tem que servir ao seu país”, afirmou.

Em 1º de julho, a AGU protocolou ação junto ao STF com o objetivo de reverter a derrubada do decreto que aumentava alíquotas do IOF.

Na ação, a AGU alegava que a decisão do Congresso de barrar o aumento do IOF “violou os princípios da separação dos poderes e da legalidade tributária”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a judicialização do caso.

“Se eu não entrar com um recurso no Poder Judiciário, não for à Suprema Corte, não governo mais”, disse ele em entrevista à TV Bahia, afiliada da Globo, no dia 2/7.

“Cada macaco no seu galho. Ele [Congresso] legisla, e eu governo.”

Em 5 de julho, o ministro Alexandre de Moraes suspendeu temporariamente os efeitos da decisão do Congresso que anulou o decreto do IOF e convocou uma mediação entre Executivo e Legislativo para tentar resolver o impasse.

Contudo, a mediação não avançou e, em 16 de julho, Moraes revogou a suspensão, confirmando a decisão do Congresso e encerrando o aumento do IOF.

Por que o governo propôs a alta do IOF

A elevação do IOF foi proposta pelo Ministério da Fazenda com objetivo de equilibrar as contas públicas e cumprir as regras do arcabouço fiscal.

Sem a medida, a pasta terá que buscar outras fontes de receita extra ou cortar gastos.

O governo argumenta que a alta do IOF impactaria sobretudo os mais ricos. Já o corte de despesas, diz a gestão Lula, afetaria programas que atendem os mais pobres.

“O decreto do IOF corrige uma injustiça: combate a evasão de impostos dos mais ricos para equilibrar as contas públicas e garantir os direitos sociais dos trabalhadores”, argumentou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

A oposição, por sua vez, diz que a população já paga muitos impostos e que o ajuste das contas públicas tem de vir de cortes de despesas. Para os oposicionistas, o imposto maior aumentaria o custo de produção no país.

“É um confisco unicamente visando arrecadar recursos. Ataque ao setor produtivo: agro, serviços, comércio, indústria, tudo afetado”, argumentou em suas redes sociais o líder da oposição na Câmara dos Deputados, Luciano Zucco (PL-RS).

Congresso protege o ‘andar de cima’, diz economista

Em entrevista recente à BBC News Brasil, o economista-sênior da consultoria LCA e pesquisador-associado da FGV, Bráulio Borges, defendeu que o governo Lula adote medidas para conter a alta de despesas, como interromper os reajustes do salário-mínimo acima da inflação.

A medida tem impacto importante nas contas públicas, porque as aposentadorias e pensões pagas pelo INSS são atreladas ao piso salarial.

Por outro lado, ele afirmou que o ajuste fiscal também demanda aumento de receitas e concordou com o governo sobre o impacto do IOF atingir os mais ricos.

Borges ressaltou ainda que o Congresso tem dificultado o trabalho do governo de ajustar as contas públicas, ao aprovar benefícios tributários para empresas que desfalcaram a arrecadação nos últimos anos, como as prorrogações de um programa emergencial criado para o setor de eventos na pandemia (Perse) e da desoneração da folha de pagamentos — uma política de emprego ineficiente, segundo estudos econômicos.

O Congresso não só manteve a desoneração de empresas, como estendeu o benefício a pequenos municípios no final de 2023, uma medida “eleitoreira”, na visão de Borges.

As duas medidas (Perse e desoneração) representaram uma renúncia de receita de quase R$ 50 bilhões no ano passado.

“Irrita ver o Congresso querendo posar como se fosse o adulto na sala, sendo que o Congresso, do ponto de vista do equilíbrio fiscal, atrapalhou muito”, criticou.

Borges também aponta limitações em uma das propostas que a oposição e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), mais têm defendido para equilibrar as contas públicas: uma reforma administrativa para reduzir o custo com servidores.

Na sua visão, a medida é importante para melhorar o serviço público, mas faria apenas “cócegas” na questão fiscal, ao gerar uma economia de até R$ 3 bilhões.

Muito mais eficiente, argumenta, seria reduzir as emendas parlamentares, que mais que quadruplicaram a partir de 2020.

“É uma excrescência. As emendas parlamentares não eram para estar nos R$ 50 bilhões por ano. Eram para estar em R$ 10 bilhões, que é mais ou menos a média que a gente teve de 2015 a 2019”, crítica.

Fonte: BBC

Nova tecnologia pode aposentar o chuveiro elétrico: conheça o modelo híbrido que promete banho quente com até 74% de economia na conta de luz

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Nova tecnologia de chuveiro híbrido promete aquecer a água com até 74% de economia de energia em relação ao chuveiro elétrico. Veja como funciona e se vale a pena instalar.

O chuveiro elétrico é um dos itens mais presentes nos lares brasileiros. Simples, acessível e fácil de instalar, ele garante banhos quentes mesmo nas regiões mais frias do país. Mas também é apontado como um dos maiores responsáveis pela alta na conta de luz, principalmente durante o inverno. Agora, uma nova tecnologia começa a mudar esse cenário: o chuveiro híbrido.

Com uma proposta inovadora, essa nova geração de aparelhos combina diferentes fontes de energia — elétrica, solar ou gás — e promete manter o conforto térmico do banho, mas com uma economia de energia que pode chegar a 74%, segundo estudo recente da USP. A promessa é clara: mais eficiência, sustentabilidade e menor impacto no bolso.

O que é o chuveiro híbrido e como ele funciona?

Como o próprio nome indica, o chuveiro híbrido utiliza duas ou mais fontes de energia para aquecer a água. Ao contrário do chuveiro elétrico tradicional, que depende exclusivamente da rede elétrica e exige alta carga instantânea, o modelo híbrido opera de forma inteligente: aquece rapidamente com eletricidade e, em seguida, alterna para uma fonte secundária — como o aquecimento solar ou gás encanado.

Essa transição é automática e invisível para o usuário. Ou seja, a temperatura da água permanece estável durante todo o banho, mas o consumo de energia elétrica cai significativamente. Essa capacidade de adaptação energética faz com que o chuveiro híbrido seja hoje um dos sistemas mais econômicos e tecnológicos do setor.

Economia comprovada: até 74% menos consumo de energia

Um estudo conduzido pelo Centro Internacional de Referência em Reúso de Água (CIRRA), em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), comparou diferentes tipos de aquecimento residencial. O resultado apontou que o chuveiro híbrido é o mais econômico entre todas as opções disponíveis, inclusive superando aquecedores solares isolados e modelos elétricos de alta eficiência.

A pesquisa identificou que, em uma residência comum, a substituição do chuveiro elétrico tradicional por um sistema híbrido pode reduzir o consumo de energia em até 74%, o que representa uma economia significativa ao longo do mês — especialmente em casas com várias pessoas.

Chuveiro híbrido é também uma opção mais sustentável

Além da economia direta na fatura de luz, o chuveiro híbrido se destaca como uma alternativa ecologicamente correta. Ao utilizar energia solar, uma fonte limpa e renovável, o aparelho contribui para a redução da emissão de gases poluentes e para a diminuição da dependência da matriz elétrica brasileira, ainda baseada em fontes hídricas e termoelétricas.

Essa característica o torna especialmente atrativo para consumidores que buscam soluções mais sustentáveis para o dia a dia, sem abrir mão do conforto de um banho quente.

Tipos de chuveiros híbridos disponíveis no mercado

Com a popularização da tecnologia, o mercado brasileiro já conta com diversas opções de chuveiros híbridos, adaptáveis a diferentes orçamentos e perfis de uso. Entre os principais modelos estão:

  • Digitais, com controle fino da temperatura por meio de painéis eletrônicos;
  • Eletrônicos, que permitem ajustar a temperatura mesmo com o aparelho ligado;
  • Multitemperatura, com foco em economia de água e controle eficiente do calor.

A escolha do modelo ideal depende da estrutura da casa, da disponibilidade de energia solar ou gás e do nível de automação desejado.

Vale a pena trocar o chuveiro elétrico por um híbrido?

A resposta é: depende do seu perfil de consumo e infraestrutura da residência. O chuveiro híbrido exige um investimento inicial mais alto, principalmente em casos onde será necessário instalar um sistema auxiliar, como placas solares ou aquecedor a gás. A instalação costuma ser mais complexa, e pode envolver alterações na rede hidráulica e elétrica da casa.

Por outro lado, o retorno financeiro vem a médio prazo. Em residências com uso intensivo de banho quente, a economia gerada no consumo de energia compensa o valor gasto na instalação inicial. E a durabilidade dos sistemas híbridos tende a ser maior do que a dos modelos elétricos tradicionais, o que também pesa na equação.

Apesar do custo inicial mais elevado, a economia gerada ao longo dos meses, somada ao impacto positivo no meio ambiente, fazem do chuveiro híbrido uma opção cada vez mais viável — e uma tendência em alta nos projetos de casas inteligentes e eficientes.

Fonte: CPG – Click Petróleo e Gás

Brasil tem potencial para dobrar rede de transporte público nas maiores regiões metropolitanas até 2054

A 4ª edição do Boletim Informativo do Estudo Nacional de Mobilidade Urbana trouxe mais detalhes sobre o futuro da mobilidade urbana de 21 localidades

Brasília (DF) – O Brasil tem potencial para ganhar cerca de 2.500 quilômetros de novas redes de transporte público coletivo de média e alta capacidade (TPC-MAC) até 2054. Atualmente, a rede de transporte público nessas localidades tem 2.007 quilômetros de extensão. A projeção, que inclui a expansão de metrôs, VLTs, BRTs e corredores exclusivos de ônibus, foi divulgada na 4ª edição do Boletim Informativo do Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU), realizado pelo Ministério das Cidades em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

As propostas abrangem as 21 maiores regiões metropolitanas do país e foram desenvolvidas a partir da análise dos 400 projetos levantados e divulgados na 3ª edição do Boletim Informativo, em março deste ano. Com base em dados locais e projeções de demanda até 2054, o estudo estruturou a Rede Futura de TPC-MAC, validada em reuniões com gestores estaduais e municipais, promovidas pelo Ministério das Cidades ao longo de junho.

Projetos priorizam integração, eficiência e inclusão social

Como resultado dos encontros, 200 projetos prioritários foram selecionados. Eles irão compor o primeiro Banco Nacional de Projetos, base para o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e orientarão o planejamento de investimentos em mobilidade urbana ao longo das próximas três décadas. Os projetos não se limitaram à avaliação dos planos já existentes: os consultores do ENMU também sugeriram novos investimentos para a mobilidade urbana seguir avançando.

“Estamos fortalecendo o planejamento urbano com base em dados concretos, que nos permitem identificar prioridades e orientar ações de médio e longo prazo. Nosso foco, com a mobilidade urbana, é tornar o transporte coletivo mais eficiente, dinâmico e sustentável, assegurando qualidade de vida à população. Reduzir o tempo de deslocamento, com conforto e segurança, transforma a forma como as pessoas vivem, acessam oportunidades e se relacionam com as cidades”, afirmou o ministro das Cidades, Jader Filho.

As ampliações previstas somam 2.446 quilômetros, divididas entre diferentes meios de transporte, como metrôs (323 km), trens urbanos (96 km), BRTs/VLTs/monotrilhos (1.930 km) e corredores de ônibus (157 km). As 21 RMs que integram a iniciativa são: Belém, Belo Horizonte, Campinas, Curitiba, Distrito Federal, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Maceió, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, Santos, São Luís, São Paulo, Teresina e Vitória.

“Esse é um projeto pioneiro, inédito, que busca enfrentar os maiores desafios de mobilidade urbana, nas maiores regiões do Brasil. O objetivo é estabelecer quais serão os principais investimentos necessários para o transporte de média e alta capacidade”, destacou o Secretário Nacional de Mobilidade Urbana, Denis Andia.

“Queremos otimizar os recursos públicos federal, estaduais e municipais, canalizando os esforços de todos para as mesmas obras e também modelando os investimentos”, complementou.

De todas as regiões metropolitanas estudadas, 80% delas podem alcançar, no futuro, ao menos 30% da população morando a até um quilômetro de distância de estações de transporte público, com efeito progressivo no atendimento à população mais vulnerável. Em sete das regiões, esse índice pode passar de 40%. Hoje, a média é de apenas 13%.

“O investimento em corredores de transporte mais eficientes é uma política pública necessária para ampliar o acesso a oportunidades e melhorar a qualidade de vida das pessoas, especialmente das populações mais carentes. Além disso, contribui para o aumento da produtividade e a dinamização da economia nas grandes cidades”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

O estudo trouxe mais resultados inéditos ao simular os impactos das redes futuras em um “cenário otimizado”. Esse panorama considera a adoção de políticas públicas voltadas à mobilidade sustentável, como a tarifa módica, a integração tarifária e o desestímulo ao transporte individual motorizado.

As simulações demonstram que as medidas podem ampliar a oferta e a cobertura dos serviços, além de incentivar o uso do transporte público coletivo. A expectativa é que haja mais acessibilidade para a população, reduzindo a desigualdade e melhorando a eficiência nos sistemas de transporte.

Próximos passos

Nos próximos meses, o ENMU se dedicará à elaboração do banco de projetos, que trará o detalhamento técnico e financeiro dos cerca de 200 projetos estratégicos por meio de “Fichas de Projeto”. Cada ficha irá conter estimativas de investimento, custos, receitas, benefícios e análises econômico-financeiras preliminares, de forma a orientar a prioridade de investimentos nas regiões metropolitanas.

Com sua abrangência técnica, visão de futuro e articulação interfederativa, o estudo tem se consolidado como um dos programas mais inovadores em curso no país, um verdadeiro marco no planejamento da mobilidade urbana brasileira.

Para mais informações sobre o ENMU e os resultados parciais da iniciativa, acesse o site do BNDES.

Fonte: Ministério das Cidade

Aneel aprova bônus para contas de luz em agosto; entenda

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Descontos nas faturas serão aplicados de forma automática e proporcional ao consumo

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, na terça-feira (15), o repasse de R$ 883 milhões para o bônus de comercialização da parte brasileira da Usina Hidrelétrica Itaipu Binacional deste ano. O valor, segundo a entidade, será aplicado em descontos na conta de luz de agosto.

O chamado “bônus de Itaipu” é um valor distribuído aos consumidores anualmente após apuração do saldo registrado na conta de comercialização da energia da usina – compartilhada com o Paraguai – no ano anterior. A medida é uma forma de devolver aos brasileiros os recursos excedentes das operações.

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Na prática, os consumidores residenciais e rurais que, ao longo de 2024, mantiveram consumo inferior a 350 quilowatts-hora (kWh) por mês em pelo menos alguns meses do ano receberão um crédito na fatura emitida entre os dias 1º e 31 de agosto. A compensação será automática e proporcional ao consumo.

A aprovação do bônus deve promover um alívio ao bolso dos consumidores. Isso porque a bandeira tarifária vermelha, que adiciona custo de R$ 4,56 a cada 100 kWh consumidos, está vigente desde junho, deixando as tarifas mais altas. A medida é tomada devido ao uso intensificado de usinas termelétricas, que entram em operação quando os níveis dos reservatórios das hidrelétricas estão baixos.

Fonte: SBT News