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Quem instala primeiro lucra mais: como prédios estão ganhando com a recarga elétrica

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Carro elétrico não é só produto: é comportamento. E isso transforma o mercado, seja ele automotivo, corporativo ou imobiliário

Quando se fala de mobilidade elétrica, a maioria ainda acha que é “papo de futuro”. Que carro elétrico serve apenas para “o pessoal da Faria Lima”. Que carregador na garagem “é luxo de prédio novo”. E mais: que essa revolução vai demorar.

Mas basta prestar atenção nas ruas de São Paulo, nas vagas ocupadas, nas placas verdes se multiplicando para perceber que a mudança já chegou. E quem não enxergar isso agora, vai pagar o preço – em atraso, em custo ou em relevância.

Vamos aos fatos

Em 2023, de acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o Brasil bateu o recorde histórico de emplacamentos de veículos eletrificados: foram 93.927 unidades, um crescimento de 91% em relação a 2022. Em janeiro de 2024, o número saltou ainda mais: 15.587 carros vendidos, um aumento de 167% sobre o mesmo mês do ano anterior, ainda segundo a ABVE.

E essa curva não vai cair. Pelo contrário. O crescimento é exponencial — e irreversível. Mas o que isso tem a ver com prédios, com empresas, com imóveis? Tudo. Porque o carro elétrico não é somente produto: é comportamento. E comportamento transforma o mercado — seja ele automotivo, corporativo ou imobiliário.

Quem tem um carro elétrico precisa carregá-lo e não quer depender de shopping, de favores ou de sorte pelo caminho. Quer carregar em casa, no trabalho. Quer praticidade, segurança e autonomia. O prédio que não possuir essa infraestrutura, logo, perde valor competitivo (e possibilidade de ganhos).

Mais valorizados

Condomínios que não oferecerem infraestrutura adequada podem afastar novos moradores e dar dor de cabeça aos atuais. Empresas que não têm ponto de recarga em seus estacionamentos carregam a fama de desatualizadas. Levantamento da Brain Inteligência Estratégica aponta que imóveis com diferenciais sustentáveis — como recarga elétrica — valem em média 14% a mais no mercado.

Em prédios comerciais, a lógica se inverte: não é só atrair; é manter clientes, inquilinos e a reputação. E monetizar: com os modelos de carregamento tarifado, o prédio pode gerar receita com cada carga feita.

Funciona assim: o morador, visitante ou colaborador usa o carregador via aplicativo, a cobrança é feita digitalmente, e o condomínio recebe a compensação mensal de energia. Simples, seguro e com retorno.
É a piscina que se paga. A vaga que se transforma em ativo. O imóvel que se valoriza pela decisão de estar preparado.

E isso vale para hoje. Não é 2030. É agora. Atualmente, já existem dezenas de projetos rodando com esse modelo em São Paulo, ativando espaços residenciais e comerciais onde circulam marcas como Azul, Philips e Coca-Cola (Femsa). Todos no mesmo movimento: parar de improvisar e começar a planejar.

Carregar carro elétrico em 2025 não significa instalar uma tomada – significa cuidar de uma rede. Pensar em expansão. Compreender que infraestrutura é o que sustenta a inovação — e não o contrário. Muitos, contudo, acreditam que é necessário trocar toda a rede elétrica. Que vai custar caro demais. Que só prédio novo pode ter e é “complicado”. Não é.

Na maioria dos casos, tudo começa com um bom diagnóstico. Uma análise técnica da capacidade elétrica, um projeto sob medida, uma instalação bem-feita. É possível, é acessível e tem sido cada vez mais necessário.

Decisão rápida

Há um segundo erro, ainda mais grave: achar que dá para esperar. A verdade é que, quem adia essa decisão hoje, adia também seu lugar no mercado. Ninguém precisa entender tudo sobre carros elétricos.

Mas precisa entender, sim, o que eles estão provocando nos prédios, nas empresas, e nos negócios.

Carregador de carro elétrico não é mais inovação nem diferencial. É infraestrutura básica. O mínimo que o novo consumidor espera. Quem entender isso agora, não vai precisar correr depois.

Fonte: Mobilidade Estadão

Unidades de Conservação do RN poderão ser adotadas; entenda como funciona

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Lei prevê que pessoas físicas, empresas e organizações possam firmar parcerias para manutenção e recuperação dos espaços ambientais.

O Governo do Rio Grande do Norte sancionou uma lei que institui o programa RN Mais Verde. A iniciativa, executada pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema), permite a adoção de áreas em Unidades de Conservação Estaduais por pessoas físicas, empresas e organizações.

A proposta busca ampliar o cuidado, a manutenção e a recuperação dos espaços, com objetivos voltados à preservação de recursos naturais, fauna, flora e ecossistemas. Também está prevista a utilização das áreas para turismo sustentável, lazer, recreação e educação ambiental.

Segundo a lei, a adoção não transfere a posse da área, mas garante que os adotantes assumam responsabilidades de manutenção, conservação e revitalização, por meio de um Termo de Parceria firmado com o Estado.

Empresas ligadas à comercialização de produtos nocivos ao meio ambiente não poderão participar. Os parceiros habilitados poderão executar projetos paisagísticos, promover atividades culturais e educativas, além de instalar placas de identificação informando a adoção.

A coordenadora da Unidade de Gestão da Biodiversidade (UGBio) do Idema, Iracy Wanderley, disse que a medida aproxima a sociedade da gestão ambiental.

“O Programa RN Mais Verde é uma oportunidade de aproximar a sociedade da gestão das nossas Unidades de Conservação. Quando cidadãos, empresas e comunidades se envolvem diretamente nesse cuidado, nós multiplicamos esforços em prol da preservação e ampliamos os benefícios ambientais, sociais e educacionais para toda a população”, afirmou.

As propostas de adoção deverão ser apresentadas ao Idema por meio de uma Carta de Intenção acompanhada de um projeto detalhado, contendo plano de manutenção e conservação da área escolhida.

Atualmente, o Rio Grande do Norte conta com 11 Unidades de Conservação Estaduais, que somam cerca de 253 mil hectares, o equivalente a 2,41% do território potiguar — sendo 2,14% da área continental e 14,53% da área marinha.

Unidades de Conservação Estaduais do RN:

  1. Área de Proteção Ambiental Bonfim-Guaraíra
  2. Área de Proteção Ambiental Dunas do Rosado
  3. Área de Proteção Ambiental Jenipabu
  4. Área de Proteção Ambiental Piquiri-Una
  5. Área de Proteção Ambiental dos Recifes de Corais
  6. Parque Ecológico do Cabugy
  7. Parque Estadual Dunas do Natal “Jornalista Luiz Maria Alves”
  8. Parque Estadual Florêncio Luciano
  9. Parque Estadual Mata da Pipa
  10. Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão
  11. Monumento Natural Caverna – Mona Martins

Fonte: G1 | Rio Grande do Norte

51% dos brasileiros que entram na faculdade não se formam nem 3 anos após o prazo previsto

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Na média da OCDE, índice é de 30% — também considerado alto no ‘Education at a Glance’, estudo divulgado nesta terça-feira (9). Só no primeiro ano da graduação, 1 a cada 4 universitários brasileiros (25%) abandona o curso no país, contra 13% nas demais nações analisadas.

Suponha que 100 alunos brasileiros tenham começado, em janeiro de 2021, uma graduação de quatro anos de duração. Em tese, eles deveriam ter se formado em dezembro de 2024, certo?

Mas, pelo que indicam dados divulgados nesta terça-feira (9), a tendência é que, mesmo em 2027, três anos após a data esperada para a formatura, 51 desses estudantes NÃO tenham terminado o curso. Boa parte (25 deles) terá desistido ainda no 1º ano da faculdade.

Esses números foram comparados aos de nações que são referência em desenvolvimento humano, como Luxemburgo, Suíça e Noruega, na edição de 2025 do estudo “Education at a Glance”, produzido anualmente pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Veja:

  • No Brasil, 25% dos alunos abandonam o bacharelado ainda no 1º ano. Na média da OCDE, o índice é de 13%, também considerado alto no relatório.
  • Entre os brasileiros, apenas 38% terminam a graduação dentro do prazo esperado (versus 43% na OCDE).
  • Três anos após a data em que, em tese, todos deveriam ter concluído o curso, 51% dos alunos no Brasil continuam sem o diploma. Na OCDE, a média é de 30%.

Essas baixas taxas de permanência e de conclusão explicam por que apenas 24% dos jovens adultos (25 a 34 anos) têm ensino superior completo no Brasil (versus 49% na OCDE).

“Altas taxas de evasão no primeiro ano podem indicar um descompasso entre as expectativas dos alunos e o conteúdo ou exigências do curso, possivelmente refletindo falta de orientação profissional ou de apoio aos calouros”, afirma a análise do “Education at a Glance”.

Por que tantos desistem?

Ernesto Martins Faria, diretor-fundador do Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), aponta três fatores principais que explicam a alta evasão no ensino superior brasileiro, não só no início dos cursos:

  • Baixa qualidade da educação básica: “Poucos alunos saem com um bom nível de aprendizado, o que impacta a continuidade da graduação. Eles chegam com lacunas importantes nos conhecimentos [que deveriam ter sido aprendidos na escola]”, afirma o especialista.
  • Fator financeiro: “Muitos têm dificuldade de se manter no ensino superior, seja pela questão de custo, já que boa parte está na rede privada, mas também por não haver remuneração no período de estudos”.
  • Falta de perspectiva: “Grande parte dos cursos é de qualidade média ou baixa e, por isso, não passa um efeito sinalizador de grandes retornos financeiros. Os alunos não ficam tão seguros de que, se concluírem a graduação em determinadas faculdades, terão grande compensação depois”, diz Faria.

Claudia Costin, especialista em políticas educacionais e ex-diretora global de educação do Banco Mundial, levanta outras três hipóteses:

  • Consequência da universalização tardia da educação básica: “Pessoas mais vulneráveis passaram a ter acesso à escola só nas últimas décadas — e é ótimo que isso tenha acontecido”, diz.

“Mas o Brasil foi um dos últimos países da América a alcançar esse objetivo. Temos agora alunos que são da primeira geração a fazer faculdade na família. É mais difícil engajar esses estudantes que não têm ainda uma referência [acadêmica] em casa.”

  • Dificuldade de escolher o curso: “Nos Estados Unidos e na Finlândia, a formação profissional acontece não na graduação, mas no mestrado. No Brasil, a escolha [da carreira] pode estar ocorrendo cedo demais, fazendo com que o aluno eventualmente não goste [da faculdade]”, explica Costin.
  • Busca pela opção menos concorrida: “Há quem escolha o curso de licenciatura, por exemplo, não porque quer ser professor, mas porque é um vestibular menos competitivo. E aí, entra na graduação e não se identifica com o que encontra ali”, afirma a especialista.

Nos cursos de STEM (sigla em inglês para Science, Technology, Engineering, and Mathematics — ou seja, Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática), a taxa de conclusão é ainda menor do que na área da Saúde, aponta o relatório: 38% contra 46%, respectivamente.

“Essa grande evasão na Engenharia, por exemplo, é muito influenciada pela questão da qualidade da educação básica — principalmente, por causa da lacuna em matemática que parte da população tem”, explica Faria, diretor-fundador do Iede.

Nos países da OCDE, mais da metade (58%) dos ingressantes em STEM termina a graduação — índice bem mais alto do que no Brasil, mas também preocupante, afirma o documento.

No Brasil, 76% dos ingressantes das universidades tiraram um ano de intervalo após o fim do ensino médio. É um percentual bem acima da média do registrado pela OCDE, de 44%.

Veja outros dados:

Diferenças entre homens e mulheres

  • Em todos os países, as mulheres que ingressam em cursos de bacharelado têm mais probabilidade do que os homens de concluir a graduação no tempo certo ou em até três anos após a data prevista para a formatura.
  • Por outro lado, elas são maioria na geração “Nem-Nem”. Em 2024, no Brasil, quase um quarto dos jovens (24%) de 18 a 24 anos no Brasil não trabalhava, nem estudava — taxa de 29% entre as mulheres e de 19% entre os homens.

“Temos o problema da gravidez na adolescência e do cuidado com irmãos mais novos. Como a cultura de escola em tempo integral ainda não é predominante no Brasil, alguém precisa ficar em casa para cuidar dos pequenos”, diz Costin. “Em geral, é a própria mãe ou a irmã mais velha.”

Na média da OCDE, a taxa geral de “Nem-Nem” é de 14%.

Alunos podem não perceber, mas salários estão ligados ao diploma

As desigualdades de renda entre trabalhadores com diferentes níveis de escolaridade são altas no Brasil:

  • Adultos de 25 a 64 anos com ensino superior completo ganham, em média, 148% a mais do que aqueles com ensino médio completo (na OCDE, o abismo é menor, de 54%).
  • Quem tem escolaridade abaixo do ensino médio recebe, em média, 75% do rendimento de quem completou a educação básica.
  • Em média, indivíduos com mestrado têm empregabilidade e rendimentos significativamente mais altos do que aqueles que só estudaram até o bacharelado. Só 1% dos brasileiros chega a esse nível da pós-graduação stricto sensu. Na OCDE, índice é de 16%.

Nem sempre esse incremento salarial trazido pelo diploma é algo imaginado pelo jovem que está na faculdade.

“Ele acha que vai ganhar mais se largar o curso e começar a trabalhar. É uma visão errada do que ocorre: quem tem curso superior ganha o triplo de quem não tem”, explica Costin.

Gasto por aluno no Brasil continua baixo em comparação à média da OCDE

Do ensino fundamental ao superior, o gasto governamental por aluno é de 3.762 dólares a cada ano (cerca de R$ 20,4 mil) , cerca de um terço da média da OCDE.

Comparado a outras nações da América Latina, o valor é menor do que os registrados na Argentina, no Chile e na Costa Rica, mas maior do que no México e no Peru.

Por outro lado, quando expresso em percentual do PIB, o investimento brasileiro em educação (4,3%) supera a média da OCDE (3,6%).

Observação: Os gastos com educação no Brasil representam uma parcela do PIB semelhante às da Suécia e da Nova Zelândia, considerados referência em desenvolvimento.

No entanto, o que realmente importa na comparação é o investimento que cada nação faz por aluno. Usar o PIB como critério significa considerar realidades econômicas e sociais totalmente diferentes:

  • O PIB do Brasil em 2022 foi de US$ 1,92 trilhão, enquanto na Suécia foi de US$ 591,2 bilhões e, na Nova Zelândia, de US$ 248,1 bilhões.
  • As populações destes países eram, no mesmo ano, de 215,3 milhões de pessoas no Brasil, 10,49 milhões na Suécia e 5,124 milhões na Nova Zelândia.

Ou seja, mesmo que o PIB do Brasil seja mais alto e que o percentual de investimento esteja próximo aos dos outros dois países, a população brasileira é muito maior, com número consideravelmente superior de alunos e de professores.

Diluindo o valor gasto pelo número de estudantes, fica nítido que os gastos com educação são proporcionalmente menores no Brasil.

“O nosso problema é gastar pouco por investir pouco na qualidade do professor. Os salários melhoraram com a Lei do Piso, mas estão muito abaixo de profissões que demandam a mesma escolaridade. É preciso aumentar a remuneração dos docentes”, diz Costin.

O que é o relatório ‘Education at a Glance 2023’?

  • Divulgado anualmente pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o relatório “Education at a Glance” reúne e compara os principais indicadores internacionais ligados à educação.
  • Os números mostram a realidade de 49 países, incluindo os 38 membros da OCDE e 11 parceiros (Argentina, Brasil, Bulgária, Croácia, China, Índia, Indonésia, Peru, Romenia, Arábia Saudita e África do Sul).
  • Os dados são fornecidos pelos próprios países.

Fonte: G1

COP30 coloca Amazônia e sustentabilidade no centro do debate

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Líderes mundiais discutirão clima, florestas e energia limpa

Às vésperas da realização da trigésima  Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP-30, os debates sobre o futuro do planeta ganham força!  Questões essenciais como a redução de emissões, investimentos em energias renováveis, preservação de florestas e biodiversidade, além de justiça climática, estarão na mesa do encontro, que vai reunir em Belém, no Pará, líderes mundiais, cientistas e representantes da sociedade civil.Mas, essa batalha ambiental vem de longe e se sedimentou em 1997. Naquele ano um tratado internacional estabeleceu compromissos mais rígidos para a redução da emissão dos gases que agravam o efeito estufa, considerado causa da elevação anormal da temperatura média do planeta.

Primeiro acordo global contra a poluição, o Protocolo de Quioto entrou em vigor para valer em 16 de fevereiro de 2005, estabelecendo metas de redução de emissões para os países desenvolvidos. E ganhou o nome por ter sido assinado na cidade japonesa de Kyoto.

A proposta era que os países mais poluidores promovessem um corte maior nas suas emissões.

Ao menos 30 nações industrializadas se comprometeram em reduzir cerca de 5% de suas emissões de gases nocivos até 2012, frente aos níveis de 1990.

O líder em Mudanças Climáticas do WWF-Brasil, Fundo Mundial para a Vida Selvagem,  Alexandre Prado, explica como foi esse processo.

Entre outras novidades, o acordo criou um mercado de créditos de carbono, em que países com emissões reduzidas passaram a ganhar créditos, com possibilidade de vendê-los às nações mais poluentes.

O Protocolo de Quioto estabeleceu um rigoroso sistema de monitoramento, revisão e verificação dos registros precisos dessas transações.

O Protocolo também auxiliou os países na adaptação aos efeitos adversos das mudanças climáticas. E facilitou o desenvolvimento e a implantação de tecnologias para aumentar a resiliência aos impactos das mudanças climáticas.

Segundo o ambientalista Alexandre Prado,  por conta do tratado internacional,  o Brasil avançou na legislação ambiental.

Em 2015, o mundo deu mais um salto nas questões climáticas. O Acordo de Paris substituiu o Protocolo de Quioto, e é o documento que vale até hoje. Nos primeiros sete anos, nada menos que 194 países assinaram o acordo, se comprometendo a reduzir as emissões para manter o aumento da temperatura média mundial abaixo dos 2°C em relação aos níveis pré-industriais.

Agora, a expectativa é que todas essas questões, assim como as discussões sobre financiamento para países em desenvolvimento, ganhem espaço na COP-30.

A proposta é reforçar as metas de descarbonização, os avanços em sustentabilidade e economia verde, estabelecidos no Acordo de Paris.

Tudo isso, daqui a cerca de dois meses, quando será aberta a COP-30. Entre os dias 10 e 21 de novembro, a Conferência fará os olhos do mundo se voltarem para o norte do Brasil, que abriga uma joia ambiental: a região amazônica, parte da maior floresta tropical do mundo

Fonte: Agência Brasil

Carbono Oculto: secretaria da Fazenda de SP cassa inscrição de três distribuidoras de combustíveis

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A decisão vem na esteira da portaria publicada na última sexta-feira pela secretaria de Fazenda que estabelece critérios mais rigorosos para a concessão e alteração da inscrição estadual de empresas que atuam no setor de combustíveis.

A Secretaria Estadual da Fazenda do Estado de São Paulo cassou a inscrição estadual de três distribuidoras de combustíveis investigadas pela Operação Carbono Oculto, que mirou fraudes e lavagem de dinheiro envolvendo o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Duas delas são ligadas à Refit: a Estrela Distribuidora de Combustíveis e a VMR Distribuidora de Combustíveis e Lubrificantes, ambas sediadas em Jardinópolis. A cidade no interior paulista é um dos polos do comércio ilegal exposto na operação deflagrada no dia 28 de agosto.

A terceira empresa com inscrição estadual cassada foi a Petroworld Combustíveis.

A decisão vem na esteira da portaria publicada na última sexta-feira pela secretaria de Fazenda que estabelece critérios mais rigorosos para a concessão e alteração da inscrição estadual de empresas que atuam no setor de combustíveis.

A empresa a Estrela Distribuidora teve um faturamento total de 3 bilhões entre janeiro de 2024 e maio de 2025 e movimentou 230 milhões de litros no primeiro semestre de 2025. Já a VMR teve baixa movimentação de vendas pois seria usada como “empresa reserva”, caso o outro CNPJ do grupo Refit fosse cassado.

Segundo o processo administrativo, a Petroworld vendeu 175 milhões de litros em igual período em mercados como São Paulo e Goiás.

A Refit não encaminhou o posionamento sobre a sanção admnistrativa. Os responsáveis pela Petroworld não foram localizados.

Fonte: CBN

Novo sistema aumenta a produção de biogás a partir de resíduos de frutas e verduras

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O modelo permite aproveitar integralmente frutas e hortaliças impróprias para o consumo humano, resultado das perdas durante o transporte e armazenamento

Todos os meses, 17 a 25 toneladas de resíduos da Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa – CE) são enviadas ao aterro sanitário, a um custo aproximado de R$ 230 mil. Para transformar esse passivo em energia renovável, pesquisadores da Embrapa e da Universidade Federal do Ceará (UFC) desenvolveram o Sistema Integrado de Reatores Anaeróbios. A inovação aumenta a produção de biogás, com alto teor de metano, ocupa menos área e reduz custos e emissão de GEE. Projetada para a Ceasa do estado, a tecnologia tem potencial de replicação nas outras 57 centrais de abastecimento brasileiras.

O modelo permite aproveitar integralmente frutas e hortaliças impróprias para o consumo humano, resultado das perdas durante o transporte e armazenamento. Essa biomassa não utilizada, altamente biodegradável, é ideal para produzir um biogás rico em metano, aproveitável na forma de combustível.

No método usual, a fermentação dos resíduos de frutas e verduras ocorre em Reatores de Mistura Completa (CSTR, sigla em inglês), que possuem limitações operacionais e exigem grandes volumes. O novo sistema aprimora esse processo ao aplicar um pré-tratamento que separa os resíduos por meio de trituração e prensagem em duas frações: líquida e sólida. Cada uma delas é direcionada a um reator especializado. A fração líquida é tratada em reatores de manta de lodo de fluxo ascendente (UASB, sigla em inglês), eficazes para cargas orgânicas elevadas, e oferecem excelente rendimento na digestão de substratos altamente biodegradáveis. E a fração sólida é encaminhada para compostagem, o que resulta em um fertilizante de alta qualidade, ou para reatores de metanização seca, capazes de operar com resíduos com alto teor de sólidos, mas ainda em fase de estudos.

Segundo o pesquisador que coordenou esse trabalho, Renato Leitão, da Embrapa Agroindústria Tropical (CE), com o uso do novo sistema, a quantidade de biogás gerada na Ceasa-CE pode produzir energia elétrica suficiente para suprir a demanda dessa central em até 100% da energia nos horários de ponta e mais 20% da energia fora desses períodos. “Caso não seja utilizado na própria Ceasa, esse biogás pode ser comercializado na forma de biometano após tratamento adequado”, complementa. Entre as vantagens desse tipo de aproveitamento está a redução do impacto ambiental e também a diminuição de custos de transporte e tratamento do material, visto que atualmente existe um contrato para encaminhamento desses resíduos para o aterro sanitário.

Renato Leitão explica que o sistema representa uma solução promissora para transformar grandes volumes de resíduos orgânicos em energia renovável, reduzindo custos de descarte e emissões de gases do efeito estufa. O próximo passo do estudo é ampliar a escala de produção, mas para isso é necessária a construção de uma unidade-piloto maior, para calibrar os equipamentos.

“O impacto pode ser enorme: energia limpa, menos resíduos, mais empregos e economia circular na prática.”, acrescenta o professor André dos Santos, do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da UFC.

Biohidrogênio: uma nova frente

Os pesquisadores também testaram a produção de biohidrogênio a partir do material. Embora não tenha chegado a um volume competitivo, a pesquisa abre possibilidade para estudar uma nova rota de produção no futuro. Os pesquisadores usaram fermentação escura, uma tecnologia emergente para geração de energia limpa. O estudo utilizou reator anaeróbio de leito estruturado (AnStBR, sigla em inglês) alimentado com a fração líquida do resíduo.

Fonte: Embrapa

Saiba como funciona o programa de passagem gratuita para mães e responsáveis por crianças em SP

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Famílias precisam estar inscritas no CadÚnico e ter crianças matriculadas em creches

O programa Mamãe Tarifa Zero oferece gratuidade no transporte público para mães e responsáveis por crianças matriculadas em creches na cidade de São Paulo. De acordo com estimativa da Prefeitura de São Paulo, 15 mil pessoas podem ter acesso ao cartão de transporte.

Lançado em março, o Mamãe Tarifa Zero pode chegar a representar cerca de R$ 200 reais por mês na renda das famílias; valor equivalente a uma passagem de ida e outra de volta ao longo de um mês, no transporte público.

O cartão de transporte, direcionado para os responsáveis legais por crianças matriculadas em creches públicas, está disponível para familiares de qualquer grau de parentesco. Mães, pais, avós ou tios, por exemplo, podem acessar o benefício, desde que estejam cadastrados junto à creche.

As crianças matriculadas devem ter entre 0 e 4 anos e morar a mais de 1,5 quilômetros da instituição. A família responsável também precisa estar cadastrada no CadÚnico.

Como fazer o cartão Mamãe Tarifa Zero?

Para solicitar o Bilhete Único Mamãe Tarifa Zero, os responsáveis pelas crianças precisam acessar o site da SPTrans e inserir alguns dados pessoais para comprovar, por exemplo, a inscrição no CadÚnico. Após isso, é possível solicitar a entrega do cartão.

De acordo com a Prefeitura de São Paulo, o bilhete único é entregue no endereço escolhido em até dez dias depois da solicitação. Os créditos são inseridos no cartão a partir de três dias desde o recebimento, com a quantidade equivalente para viagem de ida e volta da creche. Calculados com base nos dias letivos de cada mês, o cartão de transporte deve receber carga mensalmente.

Para carregar, o titular do cartão precisa apenas aproximar o Bilhete Único especial em qualquer máquina de recarga disponível nos terminais, estações e interior dos ônibus.

Requisitos obrigatórios para ter passagem gratuita:

  • Ser responsável legal de criança entre 0 e 4 anos e estar matriculadas na creche;
  • Criança regularmente matriculada (com CPF próprio) em uma creche da rede municipal;
  • Família devidamente cadastrada no CadÚnico;
  • Distância entre residência da criança e a creche superior a 1,5 km;
  • Não ser usuária do Transporte Escolar Gratuito – TEG.

Fonte: Mobilidade Estadão

Comissão debate impacto da inteligência artificial nos direitos autorais

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A Comissão Especial sobre Inteligência Artificial da Câmara dos Deputados realiza, nesta terça-feira (9), nova audiência pública. Desta vez, para discutir os impactos dessa tecnologia na proteção dos direitos autorais.

O debate foi solicitado pelos deputados Gustavo Gayer (PL-GO), David Soares (União-SP), Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), Adriana Ventura (Novo-SP) e Vinicius Carvalho (Republicanos-SP).

A audiência está marcada para as 13h30, em plenário ainda a ser definido.

A proposta em debate

A comissão analisa o Projeto de Lei 2338/23, que classifica os sistemas de inteligência artificial conforme os níveis de risco para a vida humana e divide as aplicações em duas categorias: inteligência artificial; e inteligência artificial generativa.

Quanto aos direitos autorais, o projeto, de autoria do Senado, prevê que conteúdos protegidos poderão ser utilizados livremente apenas por instituições de pesquisa, de jornalismo, museus, arquivos, bibliotecas e organizações educacionais. O material precisa ser obtido de forma legítima e a aplicação não pode ter fins comerciais.

Nos demais casos, o titular de direitos autorais poderá proibir o uso dos conteúdos protegidos. Caso elas sejam utilizadas no desenvolvimento de sistemas comerciais de inteligência artificial, o titular terá direito a remuneração.

Comissão debate impacto da inteligência artificial nos direitos autorais
Fonte: Agência Câmara

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Pesquisa mede impacto de mudanças do clima e desmatamento na Amazônia

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Trabalho é de pesquisadores da Universidade de São Paulo

O período de estiagem na Amazônia brasileira está mais severo e a temperatura da floresta aumentou 2 graus entre 1985 e 2020, segundo estudo liderado por cientistas da Universidade de São Paulo. A análise revisou 35 anos de dados de desmatamentos, temperatura e chuvas no bioma, o que permitiu medir o impacto do desmatamento e da emissão de gases de efeito estufa em todo o mundo sobre a floresta. O desmatamento é responsável por 74,5% da redução de chuvas e 16,5% do aumento da temperatura do bioma nos meses de seca.

A pesquisa separou o território do bioma em 29 blocos de análise. Esses blocos, com área delimitada de 300 quilômetros (km) por 300 km, foram pensados assim pois permitiam análises que consideravam o comportamento do clima em escala ampla, considerando grandes chuvas e sistemas climáticos com escala de quilômetros. Sua precisão, porém, era bem mais próxima: usando o mapeamento desenvolvido para monitoramento de supressão de vegetação, pela rede MapBiomas, a “visão” dos pesquisadores chegava a impressionantes 30 metros. Cruzando essas informações, foi possível acompanhar como, nos diferentes quadrantes da região, as mudanças em cobertura vegetal ao longo das décadas tiveram impacto na precipitação e na temperatura.

Além de entender o processo, acenderam mais uma luz de alerta: a manutenção dos ritmos atuais de devastação aqui e de emissão de gases no planeta aumentará os extremos climáticos na região, chegando mais próximo do que seria um ponto de estresse, com impactos cada vez mais profundos no equilíbrio da vida na região, já para 2035. Hoje, a média é de 19% de perda da cobertura, porém há áreas com pico de 80% de superfície desmatada.

“A Amazônia é um bioma bastante complexo, que recebe umidade do oceano e tem dinâmica bastante equilibrada a respeito do ciclo hidrológico. Ela já está impactada, precisamos começar a reverter este processo e não há margem para mais fatores de estresse do bioma, internos ou não”, explicou o professor Marco Franco , do Instituto de Astronomia da USP, principal autor do artigo, que recebeu destaque na revista Nature.

Os pesquisadores preferem não falar em ponto de não retorno para a floresta, pois o termo não tem consenso na comunidade científica, mas não têm dúvidas em afirmar que não há margem segura para permitir a exploração na região. Grandes empreendimentos, como minas e usinas, podem desequilibrar ainda mais o entorno, com potencial para afetar áreas extensas.

“Isso já tem sido sentido na produção da safrinha, que é uma condição rara do nosso agronegócio, em relação ao mundo. Em algumas áreas do bioma ela tem tido quedas relevantes. A seca está aumentando, em média, 12 dias a cada 10 anos”, disse Franco.

Ela já é sentida a partir de um limiar relativamente pequeno de supressão, com 10% de perda da vegetação nas áreas analisadas. Segundo os dados obtidos, taxas de supressão entre 10% e 40% da vegetação nativa levam a uma queda mais brusca das chuvas e acentuam o aumento local de temperaturas. A partir daí, a taxa de impacto diminui, porém é cada vez mais difícil reflorestar.

Conhecendo esse impacto, alertam os participantes, fica mais transparente a responsabilidade e a possibilidade de cooperação entre governos.

“Já sabíamos que as alterações climáticas ocorriam, a partir de outros estudos. Agora conseguimos mensurar isso, o que nos permite sentar e conversar com os responsáveis. Saber o nosso papel, do Brasil, em relação ao desmatamento, e conversar com o resto do mundo sobre o impacto que as emissões de gases globais de efeito estufa têm sobre a floresta”, explicou o professor Luiz Machado, que acompanhou e coordenou o levantamento.

Segundo os resultados obtidos, as chuvas apresentaram redução de cerca de 21 milímetros (mm) na estação seca por ano, com o desmatamento contribuindo para uma diminuição de 15,8 mm. A temperatura máxima aumentou cerca de 2 °C, sendo 16,5% atribuídos ao efeito da perda florestal e o restante às mudanças climáticas globais. Esse peso varia. Áreas da Amazônia oriental, onde a cobertura vegetal está mais próxima da original, com supressão abaixo de 10%, sofrem bem menos com a seca. Lá a contribuição para o aumento de temperatura é quase exclusiva da emissão industrial, externa e ligada aos países do norte global, como Estados Unidos e a China. Em áreas do sudeste do bioma, como a região de Santarém, no Pará, o impacto do desmatamento no aumento da temperatura é mais equilibrado, além do impacto das secas ser bem mais relevante, explicou Franco.

No artigo, os pesquisadores alertam que se o desmatamento continuar sem controle, a extrapolação dos resultados sugere um declínio adicional na precipitação total durante a estação seca e maior elevação da temperatura. O próximo desafio do grupo está em mensurar o impacto possível, em diferentes cenários, para a floresta, até o ano de 2100. Uma das contribuições do grupo além da mensuração e da comprovação dessa relação entre desmatamento, precipitações e aumento das temperaturas, está na disponibilização de parâmetros para outros grupos de pesquisa, permitindo por exemplo, que biólogos usem esses dados para entender impactos em espécies e territórios mais restritos, dentro do bioma.

A Amazônia brasileira perdeu 14% da vegetação nativa entre 1985 e 2023, de acordo com dados do MapBiomas, atingindo uma área de 553 mil km2, o equivalente ao território da França. A pastagem foi a principal causa no período. Mesmo com a queda nos últimos dois anos em relação à área desmatada, o fogo e o avanço de áreas agrícolas continuam ameaçando a região.

Fonte: Agência Brasil

O que é Justiça Climática?

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Calor extremo, desmatamento e avanço do mar atingem populações que menos contribuíram para o problema — e esse é um dos temas centrais da cúpula em Belém

O calor extremo chegou para todos, mas seus efeitos não são iguais. Em 2024, o ano mais quente da história, a cidade brasileira que mais sofreu com extremos foi Melgaço (PA), município com o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil.

Na cidade, muitas casas são de palafita, não têm energia elétrica ou isolamento térmico. Enfrentar temperaturas de 40 °C nesse cenário é completamente diferente de viver em prédios com ar-condicionado.

Esse contraste é um exemplo do que especialistas chamam de justiça climática: entender que a crise do clima não atinge todo mundo da mesma forma.

No cenário global, países tropicais como o Brasil são os primeiros a sentir a alta das temperaturas, mesmo sem serem os principais responsáveis pelas emissões.

E o exemplo mais dramático vem do Pacífico: Tuvalu, país insular com 11 mil habitantes, corre o risco de desaparecer nas próximas décadas. O ponto mais alto do território tem apenas cinco metros de altitude — vulnerável ao avanço dos oceanos.

A crise climática não é só ambiental, mas também social. Ela amplia desigualdades e escancara contrastes.

Por isso, a participação dos países ricos é vista como essencial: eles são os maiores responsáveis históricos pelas emissões e precisam financiar a adaptação e a transição em regiões que sofrem mais.

Esse é um dos grandes desafios da COP30, que será realizada em novembro, em Belém. A conferência deve discutir como garantir recursos para países emergentes enfrentarem os extremos climáticos e avançarem rumo a uma economia menos poluente.

Fonte: G1