Desafio constante das grandes metrópoles, a mobilidade deve ganhar um importante aliado com o surgimento de ferramentas personalizadas para o espaço público.
Redução de custos e aumento da segurança são alguns dos benefícios mais comuns que surgem quando um município começa a utilizar tecnologias como suporte para aprimorar a gestão de recursos. Além dessas áreas mais óbvias, a mobilidade é outro setor que tem muito a ganhar com a digitalização das cidades.
E como a aplicação de tecnologia pode, de fato, melhorar como as pessoas transitam pela cidade? Membros do Forbes Agency Council, uma iniciativa da Forbes que reúne especialistas de diversas áreas do conhecimento, nomearam alguns exemplos de tecnologias que, aplicadas em cidades, melhoram o bem-estar das pessoas. Trago abaixo alguns exemplos focados na mobilidade:
IA na gestão do tráfego
O uso de inteligência artificial para otimizar o trânsito deve ocorrer de duas formas: a mais clássica, que é a utilização de softwares que analisam e sugerem ajustes para otimizar o fluxo de carros em horários de pico; e a integração com sensores e outros dispositivos de Internet das Coisas, para a coleta e processamento de dados em tempo real. Diversas cidades utilizam IA para coleta e processamento de informações para a tomada de decisão de forma preventiva, antecipando cenários e permitindo à cidade a análise de dados concatenados com aplicação de simulações reais x dados históricos que contribuem de sobremaneira para o estabelecimento de políticas públicas de monitoramento.
Flexibilidade para trabalhar e se locomover
As cidades inteligentes do futuro serão mais descentralizadas, para evitar que as pessoas passem horas em um transporte público até chegar ao trabalho. E parte desse processo acontece com a construção de espaços de trabalho focados em auxiliar micro e pequenas empresas a prosperar.
De acordo com especialistas do Forbes Agency Council, esses novos espaços serão parecidos com os coworkings que já existem; o diferencial é que, além de oferecer o espaço, mobília e utilidades, esses locais também serão pontos de encontro para colaboração e mentorias.
A expansão de veículos elétricos é outro fator que deve influenciar na mobilidade dos grandes centros. Especialistas apostam na criação de centrais que integrem bikes elétricas, scooters e viagens de carros autônomos – todos conectados por um app único, apresentando qual modal seria mais vantajoso de acordo com a necessidade de cada cidadão.
Entregas que chegam até você
O crescimento do uso de porteiros eletrônicos e a dinâmica de quem vive em cidades com grande tempo de deslocamento devem expandir o uso de guarda-volumes de autoatendimento, mais conhecidos como lockers.
Agendar a entrega de uma encomenda ou refeição em um locker próximo do trabalho, destravando-o com um código digitado ou escaneado por QR Code, deve ser uma ação muito comum nos próximos anos.
Também deve ser comum a criação de um endereço físico móvel, que pode “alugar” um espaço em um locker por um tempo determinado entre o usuários e a empresa responsável por ofertar o espaço, como forma de garantir que as compras sejam recebidas e armazenadas em um lugar de mais fácil acesso tanto para quem envia como para quem a recebe.
Sistemas ágeis de transformação digital
Além das tendências de mobilidade apontadas pelos especialistas da Forbes, vale ressaltar que essas e outras implementações ganham mais velocidade nas cidades inteligentes quando realizadas por meio de produtos e soluções de transformação digital de documentos e processos.
Ao mapear processos e digitalizar etapas, os funcionários públicos conseguem trabalhar de forma mais padronizada, cidadãos e empresas fazem solicitações de forma 100% on-line, com o uso de recursos como assinaturas digitais, e os gestores municipais têm acesso a uma gama maior de dados, o que facilita o entendimento das necessidades da população e a criação de melhorias focadas no bem-estar de todos. Iniciativas como essa possibilitam um maior democratização das políticas de atendimento ao cidadão.
As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities.