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Brasil planeja pacote financeiro da COP30 para adaptação climática

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Na COP que pretende virar a chave da negociação para a implementação de medidas discutidas à exaustão, o Brasil pretende sair de Belém no próximo mês com um acordo que permita levar aos países mais recursos para se adaptarem às mudanças climáticas dos próximos anos, disse à Reuters o presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago.

“Eu acho que nós vamos ter anúncios muito positivos sobre recursos para adaptação”, afirmou em entrevista na última segunda-feira, em Brasília.

“Alguns vêm de países ricos, alguns vêm de filantropia e, sobretudo, da atenção dos bancos multilaterais de desenvolvimento para adaptação.”

A cúpula que começa em Belém em cerca de duas semanas ocorre em um cenário mundial em que as medidas ambientais ambiciosas vêm perdendo apelo político e, consequentemente, recursos disponíveis, mesmo com o aumento dos eventos climáticos extremos e desastres naturais que afetam o dia a dia das pessoas.

Encontrar alternativas de financiamento que possam ajudar os países a se adaptar ao que o aquecimento global pode trazer nos próximos anos é uma forma, defende o embaixador, de fazer o resultado chegar à população.

“As negociações têm que ter resultados. Nós temos que, de alguma maneira, conseguir transmitir que há progresso nessa agenda, porque nós estamos enfrentando uma fase em que a maioria dos nossos interlocutores acha que essa agenda está perdendo espaço. A gente tem que conseguir provar o contrário”, defendeu o embaixador.

Relatório divulgado hoje pela ONU mostra que o mundo precisa de US$ 310 bilhões por ano até 2035 para se preparar para o aumento do nível do mar, dias mais quentes e outras condições de uma atmosfera mais quente, valor 12 vezes maior do que o gasto hoje nos esforços anuais de adaptação climática.

Apesar de não estar entre os compromissos definidos para essa COP de Belém, encontrar alternativas de financiamento seria uma forma de entregar um resultado concreto, que tire a conferência da negociação e passe para a implementação — mote constantemente usado por Corrêa do Lago para mostrar que as conversas já foram feitas e precisam agora começar a sair dos gabinetes para a vida das pessoas.

O Acordo de Paris para limitar o aquecimento global tem duas vertentes principais: a mitigação, na intenção de evitar, reduzir ou compensar os impactos no meio ambiente para tentar controlar o aquecimento global, e a adaptação, ou preparação dos países para enfrentar as consequências inevitáveis do aquecimento que já ocorre.

Em um mundo cada vez mais propenso a desastres climáticos de proporções catastróficas, a adaptação torna-se urgente.

“A gente está chamando isso um pouco de COP da adaptação, porque mais do que nunca o público em geral, os governos em geral, as cidades em geral, querem recursos para adaptação”, disse o embaixador, explicando que nas negociações está se tentando montar “um pacote” de recursos para adaptação.

“Agora você vê que a ironia é que esses recursos não estão na negociação. Daí a importância nesta COP de a gente mostrar, inclusive para os negociadores, que o mais importante hoje é implementação e a implementação não depende da negociação, porque é cumprir o que já foi negociado”, ressalta.

As alternativas existem, defende o embaixador, mas as partes precisam ser capazes de implementá-las. É por isso que o Brasil defende a ideia de que a COP30 deve ter sua marca na implementação: tirar do papel o que foi acertado.

O presidente da COP elogia a UNFCCC e o Acordo de Paris como as únicas estruturas legítimas para negociação, e aponta que o negociado até agora é suficiente para mitigar a maior parte do que é necessário para conter o aumento da temperatura global.

“Ainda há mais a ser feito, ainda há mais a ser negociado e, à medida que tudo se torna mais complexo, sempre haverá algo a ser negociado. No entanto, seria muito importante que o público compreendesse que, com o que negociamos até agora, provavelmente já podemos fazer 90% ou mais do que é necessário para limitar o aumento a 1,5°C. Mas isso requer dinheiro.”

O necessário, agora, é encontrar os recursos para cumprir o acordado.

Há um consenso entre as partes de que os recursos a fundo perdido, até hoje a base da maior parte do financiamento climático para países em desenvolvimento, estão desaparecendo. O resultado das negociações em Baku (Azerbaijão), em 2024, é uma demonstração dessa dificuldade, quando o compromisso aceito pelos países ricos chegou a apenas US$ 300 bilhões, quando a conta atual é que seriam necessários US$1,3 trilhão.

Com os EUA abandonando o Acordo de Paris e a Europa lutando para aumentar os gastos com defesa, o ambiente financeiro tornou-se mais difícil desde então, mas o resultado considerado lamentável em Baku levou os países a encomendarem a Corrêa do Lago e a seu antecessor, o presidente da COP29 Mukhtar Babayev, um relatório com alternativas para aumentar a disponibilidade de recursos.

O “Mapa do Caminho”, que será apresentado na semana que vem, inclui alternativas que vão desde a redução da burocracia para aprovação de financiamento para projetos ao aumento da capacidade de bancos de desenvolvimento atraírem mais recursos privados para esse tipo de investimento, passando ainda por alternativas para trocar dívidas de países pobres por investimentos em adaptação.

O próprio embaixador ressalta, no entanto, que o documento é apenas isso, um relatório, sem força legal.

“Tem recomendações em vários níveis, mas, evidentemente, é apenas um relatório. Não tem nem força legal nem legitimidade de ser aprovado por um grande número de países”, explicou.

Fonte: ECOA UOL

Conselho Nacional de Justiça mostra aumento nas ações contra distribuidoras de energia

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Foram mais de 177 mil até setembro deste ano

Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostram aumento nas ações contra distribuidoras de energia. De acordo com o levantamento, foram 233 mil processos em 2023, 261 mil em 2024 e mais de 177 mil até setembro deste ano.

Por conta disso, a Agência Nacional de Energia Elétrica, a Aneel, aprovou uma resolução que obriga as distribuidoras a indenizar os consumidores afetados por apagões prolongados.

Em áreas urbanas, quem ficar mais de 24 horas sem energia terá direito a ressarcimento financeiro. Nas zonas rurais, o prazo é de 48 horas.

“A resolução tem uma alteração relevante no que se refere a estado de emergência e calamidade que eventualmente venha a se observar na região de concessão da concessionária de distribuição. Ela está prevista para os consumidores do grupo B, ou seja, consumidores residenciais e pequenos comércios e esse pedido deve ser feito à concessionária de distribuição”, explica o advogado Urias Martiniano Neto.

Para ter direito ao ressarcimento, é preciso comprovar os danos. Notas fiscais, fotos de alimentos perdidos e de eletroeletrônicos danificados podem fazer a diferença.

“Ter formalizado todo o evento, o que possa ocorrer em decorrência de um apagão em decorrência de uma descarga elétrica, para que você tenha elementos para apresentar à concessionária de distribuição para mitigar eventuais prejuízos em decorrência de uma eventual falha na prestação de serviço”, acrescenta o advogado.

Fonte: TV Cultura

Plenário aprova uso de inteligência artificial pela administração pública

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Matéria de iniciativa do vereador Lucas Kitão (União Brasil) regulamenta uso de IA para implementação de políticas públicas por meio da inovação aberta e transformação digital

O plenário aprovou na quarta-feira, 29, matéria do vereador Lucas Kitão (UB), que fixa diretrizes para utilização de sistemas de inteligência artificial pela Administração Pública, direta e indireta, estabelecendo medidas de governança, mitigação de riscos e diretrizes para contratações públicas.

“Os potenciais benefícios da Inteligencia Artificial não se restringem a esfera privada, podendo ser de grande valia para aumento da eficiência da administração pública, bem como para a disponibilização de novas facilidades e oportunidades ao cidadão, seja para o desfrute de serviços públicos seja para o seu engajamento cívico e participação da esfera publica. Como é sabido, o desenvolvimento dessa tecnologia é fortemente baseado na análise de dados por sistemas de inteligência artificial, capazes de trazerem informações relevantes para a gestão, atendimento ao cidadão e predições que dão suporte a tomada de decisão em diversos setores estratégicos como a prestação de serviços públicos e preservação do meio ambiente”, justifica Kitão.

O vereador adiciona que “a administração pública direta e indireta do município de Goiânia é uma consumidora de produtos de IA, e o uso desses produtos e suas tecnologias impactará a vida dos cidadãos. Portanto, é fundamental ter diretrizes claras sobre a contratação e o desenvolvimento interno de sistemas de IA”.

Conforme o projeto, o uso de sistemas de inteligência artificial em âmbito municipal tem como objetivos:

I – Melhoria na prestação de serviços públicos ao cidadão e implementação de políticas públicas por meio da inovação aberta, transformação digital e simplificação do acesso;

II – O aumento da competitividade e da produtividade do Município de Goiânia;

III – A promoção do desenvolvimento econômico sustentável e inclusivo e do bem-estar da sociedade por meio do desenvolvimento científico e tecnológico;

IV – Garantir a segurança, a privacidade e a proteção de dados pessoais, de acordo contidas na Lei Federal n° 13.709. de 14 de agosto de 2018.

Fonte: Câmara Municipal de Goiânia

O Valor do Tempo Certo – Por que a Precisão da Informação é uma Moeda do Transporte Público

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Como a previsão do tempo para o passageiro muda a percepção do usuário

No debate sobre a modernização do transporte coletivo, muito se fala em infraestrutura, veículos novos e tarifa zero. No entanto, uma revolução silenciosa, e talvez mais impactante para o passageiro, deve ocorrer através da palma de nossas mãos. A verdadeira percepção de qualidade do serviço não se mede mais apenas pela idade da frota, mas pela confiabilidade da informação. A pergunta “que horas o meu ônibus vai passar?” tornou-se um ponto central da experiência do usuário, e a precisão dessa resposta é uma nova moeda de troca para a confiança e fidelidade do passageiro.

Essa mudança de percepção não surgiu do nada. Ela foi impulsionada pela revolução dos aplicativos de ride-hailing. Quando plataformas como Uber e 99 entraram no mercado, elas não venderam apenas uma “carona”; elas venderam previsibilidade. O usuário passou a ver o ícone do carro no mapa, saber o nome do motorista e, o mais importante, receber um ETA (Tempo Estimado de Chegada) com precisão de minutos.

Essa experiência redefiniu fundamentalmente a expectativa do consumidor. O “padrão Uber” de informação em tempo real tornou-se a nova régua pela qual todos os serviços de mobilidade são medidos. De repente, a incerteza crônica do transporte coletivo não era mais uma fatalidade inevitável do dia a dia; tornou-se uma falha de serviço gritante em comparação. O passageiro agora sabe que é tecnologicamente possível ter previsibilidade.

É por isso que a psicologia do transporte se tornou tão relevante. Estudos na área demonstram consistentemente que o tempo de espera percebido é mais estressante e parece mais longo do que o tempo de espera conhecido. Um passageiro que espera 10 minutos por um ônibus, sabendo que ele chegará em 10 minutos, tem uma experiência de viagem superior àquele que espera 5 minutos em total incerteza. A ansiedade de não saber se o ônibus já passou, ou se vai demorar mais 30 minutos, mina a confiança no sistema.

É aqui que a tecnologia, fundamentada em dados de qualidade, assume seu papel de protagonista para o transporte coletivo. A capacidade de fornecer um ETA preciso não é mágica; é o resultado de um ecossistema de dados complexos e bem gerenciados.

O pilar de todo esse sistema é o GTFS (General Transit Feed Specification). O GTFS estático é o “plano de voo”: ele mapeia de forma padronizada todas as rotas, paradas e horários programados. Sem um GTFS estático preciso, todo o sistema de informação ao usuário já nasce com um defeito de origem. Se o mapa básico está errado, a localização em tempo real não pode ser corrigida.

O segundo componente é o GTFS-RT (Real-Time), que é a camada de realidade aplicada sobre o plano. Ele utiliza os dados de GPS dos veículos para informar onde eles realmente estão, considerando o planejado, atrasos ou adiantamentos.

A precisão do ETA que o usuário vê no aplicativo é uma fusão sofisticada desses dois mundos, onde os algoritmos não devem apenas corrigir o presente, mas também aprender com o passado.

No entanto, como exaustivamente defendido, a IA só pode ser tão boa quanto os dados que a alimentam. Se o GTFS estático está desatualizado (uma rota mudou e não foi atualizada, mesmo quadro de horário de dia útil aplicado para fim de semana), ou se o GPS do veículo falha (ou está alocado em rota errada), o ETA se torna uma ficção. E uma informação errada é, muitas vezes, pior do que nenhuma informação, pois ela quebra ativamente a confiança do usuário.

Aqui reside outra falha comum na gestão de dados: se um veículo perde velocidade todos os dias em um determinado trecho congestionado às 18h, isso deixou de ser um “atraso” (um evento inesperado) e tornou-se um “comportamento padrão” (um evento previsível).

Figura 1- Padrão comportamental de velocidade por trecho em dias úteis
Figura 1- Padrão comportamental de velocidade por trecho em dias úteis. Enviado por Gustavo Balieiro

Uma gestão de dados verdadeiramente inteligente não usa o GTFS-RT (GPS) apenas para informar ao passageiro que o ônibus está atrasado novamente. Ela usa o histórico desses “atrasos” previsíveis para corrigir o dado planejado (o GTFS estático). Na prática, o tempo de viagem programado para aquele trecho, naquele horário específico, já deve ser ajustado para refletir a realidade do trânsito.

Ao fazer isso, o ETA se torna muito mais preciso por duas razões:

  1. O “Plano” é Realista: O horário programado que o usuário consulta já é muito próximo da realidade, diminuindo a discrepância inicial.
  2. O “Tempo Real” Foca no Inesperado: O sistema em tempo real (GTFS-RT) passa a ter que corrigir apenas desvios reais e não-programados (como um acidente, uma manifestação ou uma chuva forte), e não a ineficiência de um planejamento que ignora a realidade diária.
Figura 2 - Ferramenta de calibração para previsão, da Bus2 com dados históricos e GPS, em tempo real
Figura 2 – Ferramenta de calibração para previsão, da Bus2 com dados históricos e GPS, em tempo real. Enviado por Gustavo Balieiro

Portanto, investir na qualidade dos dados de transporte não é um gasto técnico supérfluo; é um investimento direto na satisfação do cliente. Gestores de transporte que focam apenas na estrutura financeira, mas negligenciam a precisão de seus sistemas de informação, estão ignorando o principal fator de qualidade percebida na era digital. A confiança perdida por dados errados demora muito mais para ser recuperada do que um assento de ônibus leva para ser consertado. No jogo real da mobilidade, a informação precisa é um dos caminhos para fidelizar o passageiro e tornar o transporte coletivo competitivo.

Figura 3 - Ferramenta de medição da precisão do ETA
Figura 3 – Ferramenta de medição da precisão do ETA. Enviado por Gustavo Balieiro

 

BNDES e Ministério das Cidades apresentam 187 projetos para ampliar a mobilidade urbana até 2054 em estudo inédito

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Conteúdo subsidiará a elaboração de políticas públicas envolvendo União, estados e municípios para melhorar o transporte coletivo em 21 regiões metropolitanas do país

Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU), realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Ministério das Cidades, concluiu a definição de 187 projetos para ampliar as redes de transporte público coletivo de média e alta capacidade (TPC-MAC) nas 21 maiores regiões metropolitanas (RMs) do país.

Ao todo, são estimados investimentos da ordem de R$ 430 bilhões, sendo R$ 230 bilhões em metrôs, R$ 31 bilhões em trens, até R$ 105 bilhões em veículos leves sobre trilhos (VLT), até R$ 80 bilhões em bus rapid transit (BRTs) e R$ 3,4 bilhões em corredores exclusivos de ônibus. A aceleração desses investimentos dependerá do modelo de financiamento adotado, sendo os investidores privados via concessões e parcerias uma ferramenta relevante.

A implementação de todos os projetos previstos no ENMU resultará na redução estimada de 8 mil mortes em acidentes de trânsito ao até 2054nas 21 RMs. E, também, evitará a emissão de 3,1 milhões de toneladas de CO2 por ano, equivalentes a uma absorção de carbono de uma área estimada de floresta amazônica de 6.200 km², equivalente a 5 vezes a área do município do Rio de Janeiro.

Outros benefícios incluem a redução do custo da mobilidade urbana em cerca de 10%, considerando sistemas mais eficientes, e o aumento do acesso da sociedade a empregos, escolas, hospitais e áreas de lazer em menor tempo. Haverá, também, a redução no tempo médio de deslocamentos nas cidades, com um impacto econômico estimado de mais de R$ 200 bilhões. Integram o estudo as seguintes RMs: Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), Curitiba (PR), Santos (SP), Campinas (SP), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Vitória (ES), Goiânia (GO), Distrito Federal, Salvador (BA), Maceió (AL), Recife (PE), João Pessoa (PB), Natal (RN), Teresina (PI), São Luís (MA), Fortaleza (CE), Belém (PA) e Manaus (AM).

“Com o estudo, o BNDES contribui com a produção de uma política pública para a formulação de uma estratégia nacional de mobilidade urbana, de longo prazo e sustentável, unindo esforços da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal. O objetivo é melhorar a qualidade de vida dos brasileiros e brasileiras, com um transporte mais eficaz, menos poluidor e mais seguro”, afirma o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

“Os projetos selecionados mostram que o Brasil está buscando se adaptar às mudanças do clima, com ações que unem sustentabilidade, mobilidade e inclusão social”, afirma o ministro das Cidades, Jader Filho. “Investir em transporte coletivo limpo é investir nas cidades e nas pessoas, para que os centros urbanos se tornem mais resilientes, com menos poluição e deslocamentos mais rápidos e seguros.”

Acesse o Boletim Informativo 5 do ENMU.

Fonte: Agência BNDES de Notícias

Lançamento do Projeto “Energias da Floresta” e assinatura do Acordo de Cooperação Técnica com o IEMA serão realizados nesta quinta-feira (30/10)

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Evento terá transmissão ao vivo no canal do YouTube da ANEEL

Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) realiza, nesta quinta-feira (30/10), o lançamento do Projeto Sandbox Regulatório Energias da Floresta e a assinatura do Acordo de Cooperação Técnica com o Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA). O evento terá início às 9h30 e será transmitido ao vivo pelo canal do YouTube da Agência.

O Projeto Energias da Floresta é uma iniciativa da ANEEL em parceria com o IEMA que busca ampliar o acesso à energia elétrica e melhorar a qualidade da prestação do serviço em regiões isoladas e remotas da Amazônia Legal, habitadas por povos e comunidades tradicionais (indígenas, quilombolas, extrativistas e ribeirinhos). Atualmente, cerca de 1,2 milhão de pessoas ainda vivem sem energia nos estados do Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e o oeste do Maranhão, devido a desafios logísticos, ambientais e sociais.

A partir da criação de um ambiente de experimentação regulatória e da institucionalização de uma rede coordenada de parcerias entre a ANEEL e organizações governamentais e não governamentais que atuam em prol da acessibilidade da energia elétrica, a iniciativa pretende contribuir para: identificar problemas regulatórios, construir alternativas de soluções, aprimorar políticas públicas, modernizar a legislação e regulação setorial, atuar na redução da pobreza energética, além de desenvolver projetos de parcerias público-privadas.

Durante o evento, serão apresentadas as etapas e diretrizes do Projeto que visa garantir o acesso universal, equitativo, seguro e sustentável à energia elétrica para populações que vivem em áreas de preservação ambiental e territórios tradicionais.

Fonte: Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)

Novas metas de emissão reduzem em 17% impacto no clima

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Na projeção para 2030, a redução é 6%

As atualizações das metas de emissão de gases do efeito estufa apresentadas por 64 países participantes do Acordo de Paris, juntas, são capazes de diminuir em 17% os impactos na mudança do clima, na comparação com as emissões em 2019. Na projeção para 2030, a redução é de 6%, em relação ao que havia sido proposto nas metas anteriores.

As informações foram divulgadas nesta terça-feira (28) no Relatório Síntese das Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC na sigla em inglês), publicado pelo secretariado da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês).

O documento é uma das ferramentas de avaliação do Acordo de Paris sobre o avanço das ações climáticas nas 198 nações que integram o tratado internacional, mas foi elaborado com base nas metas atualizadas por menos de um terço (64) dos países entre janeiro de 2024 e setembro de 2025.

De acordo com o relatório, se as novas NDCs forem plenamente cumpridas até 2035, serão capazes de reduzir as emissões em 13 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente (CO2e).

O documento destaca também que as ambições apresentadas mostram etapas claras para trajetórias de redução em longo prazo e objetivo de alcançar neutralidade nas emissões, “embora ainda seja necessária uma aceleração das ações”, destaca.

O relatório aponta ainda que as NDCs estão mais completas, indo além de ambições para mitigação ao incluírem elementos sobre adaptação, financiamento, transferência de tecnologia, capacitação e abordagem de perdas e danos e, ainda, refletindo de forma mais abrangente sobre o Acordo de Paris.

“As novas NDCs mostram uma progressão em termos de qualidade, credibilidade e cobertura econômica, com 89% das Partes comunicando metas para toda a economia”, destaca o relatório.

Na avaliação da presidente do Instituto Talanoa, Natalie Unterstell, as metas ficaram mais sofisticadas, mas o principal problema permanecerá.

“Estamos gerindo uma crise sem a urgência de uma crise. Há algo de profundamente equivocado em celebrar uma queda de 17% nas emissões quando a ciência diz que precisamos de 60%”, critica.

Para o líder de mudanças climáticas do WWF-Brasil, Alexandre Prado, o cenário é preocupante e indica que as ações climáticas continuam sendo adiadas e empurradas para as gerações futuras. Por outro lado, a integração de medidas de adaptação das cidades aos planos de redução das emissões pode ser considerada uma decisão promissora.

“Especialmente em ações baseadas na natureza, como a conservação de manguezais e florestas. Essas soluções reduzem custos, aumentam a resiliência das comunidades e trazem benefícios que vão muito além do carbono, como a manutenção da biodiversidade, da água e do equilíbrio climático”, explica.

Finanças

Entre os países que apresentaram as novas NDCs, 75% incluíram a necessidade de soluções inovadoras e do fortalecimento da cooperação internacional para o desbloqueio de um financiamento climático capaz de viabilizar a implementação das metas nos países em desenvolvimento.

Para o diretor sênior de políticas públicas e incentivos da Conservação Internacional, Gustavo Souza é essencial garantir que mecanismos como os mercados de carbono de alta integridade, o REDD+ e o Tropical Forest Forever Facility (TFFF) ofereçam financiamento previsível para aqueles que protegem a natureza.

“Apesar de uma maior ambição, as novas NDCs também destacam que persistem lacunas de financiamento para ações climáticas baseadas na natureza. As florestas representam um terço da solução global para as mudanças climáticas, mas recebem apenas 3% do financiamento climático. Esse desequilíbrio precisa ser corrigido”, reforça.

Brasil

Desde que o Brasil foi escolhido como sede da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), a presidência brasileira que conduzirá a próxima rodada de negociações, tem se empenhado em incentivar a entrega das atualizações dos compromissos pelos países.

O Brasil foi o segundo país a entregar a NDC antes mesmo do primeiro prazo para entrega, em fevereiro, ser prorrogado para setembro.

Os 64 países incluídos no relatório foram os que entregaram dentro do novo prazo e não incluem os compromissos de grandes emissores como China e Índia.

“O mundo ainda aguarda dois terços das novas NDCs esperadas e, a menos de duas semanas da COP30 em Belém, mais países precisam submeter suas NDCs para sinalizar que a ambição coletiva está aumentando e que as metas do Acordo de Paris continuam ao nosso alcance”, destaca Gustavo Souza.

Fonte: Agência Brasil

Furacão Melissa chega em Cuba após deixar rastro de destruição na Jamaica

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Tempestade, que está em categoria 3, derrubou postes, arrancou telhados e deixou mais de meio milhão de pessoas sem energia na ilha caribenha

O furacão Melissa enfraqueceu para a categoria 3 pouco antes de atingir, nesta quarta-feira, 29, a costa leste de Cuba. O Melissa abriu um caminho de destruição pela Jamaica nesta terça-feira, 28, após atingir o país como uma das mais fortes tempestades de categoria 5 já registradas na região.

As autoridades cubanas informaram que 735 mil pessoas foram evacuadas, especialmente nas províncias de Santiago de Cuba, Holguín e Guantánamo. Na localidade de El Cobre, na região da cidade de Santiago de Cuba, a defesa civil tentava resgatar 17 pessoas bloqueadas pela cheia de um rio e por um deslizamento de terra, segundo o jornal estatal Granma.

De acordo com o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos, o ciclone que se aproxima da província de Santiago de Cuba tem ventos máximos sustentados de cerca de 205 km/h e rajadas ainda mais fortes. Para a instituição, o Melissa deve continuar sendo um furacão de grande intensidade ao se deslocar por Cuba, pelas Bahamas e nas proximidades de Bermudas.

“Espera-se que Melissa continue com grande intensidade enquanto se desloca por Cuba, pelas Bahamas e próximo a Bermudas”, indicou o centro em seu último boletim.

A passagem prolongada por terra enfraqueceu parte da força da tempestade, que foi rebaixado para categoria 4 quando começou a se afastar da costa norte da Jamaica, ainda na tarde de terça-feira. Antes de se enfraquecer, Melissa chegou à categoria 4 e já provocou dez mortes: três na Jamaica, três no Haiti, três no Panamá e uma na República Dominicana.

A extensão dos danos na Jamaica ainda não é conhecida, já que muitas áreas permanecem isoladas. O ministro Desmond McKenzie afirmou que a paróquia de St. Elizabeth está “submersa” e que o governo ainda não tem dados oficiais sobre mortes relacionadas à tempestade.

Mais de 500 mil pessoas, cerca de um sexto da população, ficaram sem energia elétrica, e 15 mil buscavam abrigo em centros de emergência, segundo autoridades jamaicanas. Meteorologistas alertam para o risco de inundações repentinas e deslizamentos de terra nas regiões montanhosas, com previsão de mais 15 a 30 centímetros de chuva nas próximas horas.

O NHC informou que Melissa deve manter ventos sustentados acima de 250 km/h enquanto se aproxima de Cuba./NYT e AFP

Fonte: Terra

A força das parcerias: como stakeholders e fatores críticos definem o sucesso das PPPs no Brasil

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Modelo de cooperação entre setor público e privado ganha destaque por gerar valor social e econômico

O modelo de Parcerias Público-Privadas (PPPs) consolidou-se no Brasil em um contexto de retração da intervenção estatal na economia e de escassez de recursos públicos para investimentos em infraestrutura. Diante das crescentes demandas sociais e do reduzido espaço fiscal, os governos passaram a recorrer à iniciativa privada para viabilizar obras e serviços essenciais, estabelecendo um arranjo cooperativo de longo prazo entre os setores público e privado. Essas parcerias, regidas pela Lei nº 11.079/2004, configuram um modelo institucional e contratual que busca unir competências, recursos e responsabilidades em prol de objetivos comuns, como a melhoria da infraestrutura e dos serviços públicos.

Leia mais: P3C Regional Nordeste reúne lideranças e reforça o potencial da região em PPPs e Concessões 

Essas parcerias, que unem a eficiência do setor privado ao compromisso público com o interesse coletivo, são formadas por uma complexa rede de atores. São os chamados stakeholders: grupos ou indivíduos que podem afetar e ser afetados pelos objetivos da parceria. Identificar quem são esses atores e compreender suas motivações é essencial para o sucesso de qualquer PPP. Há diferentes formas de classificá-los: alguns pesquisadores apontam que os stakeholders podem ter maior ou menor poder de cooperação ou ameaça em relação ao projeto; outros destacam atributos como poder, legitimidade e urgência. Também se reconhece a existência de atores que atuam como reguladores, colaboradores, legitimadores, controladores ou formadores de agenda, todos com algum tipo de influência sobre as decisões e resultados da parceria.

O êxito de uma PPP depende diretamente dos chamados fatores críticos de sucesso: pontos de atenção que determinam se a parceria atingirá seus objetivos. Esses fatores abrangem dimensões políticas, administrativas, ambientais, culturais, econômicas e regulatórias. Entre os mais importantes estão o apoio político e institucional, a existência de uma unidade especializada em PPPs, o cumprimento de exigências ambientais, a estabilidade econômica e a clareza do marco regulatório. Cada um desses elementos interfere na execução e na sustentabilidade dos projetos, exigindo coordenação entre diferentes órgãos públicos e uma boa relação entre os parceiros.

Leia mais: Julho tem pico de 54 novas PPPs, com destaque para rodovias 

Outro aspecto central é a cooperação entre as partes envolvidas. Parcerias dessa natureza costumam nascer da necessidade de combinar recursos, superar assimetrias e buscar eficiência: reduzindo custos, otimizando processos e melhorando a qualidade dos serviços prestados à população. A integração entre etapas como construção, operação e manutenção cria incentivos para uma gestão mais eficiente e transparente. No entanto, contratos de longo prazo também trazem riscos, como o de comportamentos oportunistas, o que reforça a importância de mecanismos de governança flexíveis e bem estruturados.

Mais do que eficiência econômica, as PPPs devem ser avaliadas pela sua capacidade de gerar valor público. O valor criado por uma parceria desse tipo não se resume ao retorno financeiro, mas inclui benefícios sociais, ambientais e institucionais. Ele se manifesta na ampliação do acesso a serviços essenciais, na melhoria da qualidade de vida e na geração de confiança entre governo, empresas e sociedade. Em outras palavras, o valor produzido por uma PPP vai além do contrato: ele se reflete no impacto social do projeto.

Leia mais: IA em projetos de Infraestrutura: as perguntas que os estruturadores de PPPs e Concessões estão ou deveriam estar começando a se fazer 

A criação de valor ocorre justamente quando diferentes atores conseguem combinar seus recursos e capacidades de forma complementar, alcançando resultados que nenhuma das partes obteria sozinha. Esse valor pode ser tangível, como ganhos de eficiência e produtividade, ou intangível, como o fortalecimento das relações de confiança e a legitimidade perante a sociedade. Por isso, a análise de desempenho das PPPs deve levar em conta tanto os resultados financeiros quanto o retorno social, ambiental e institucional que elas proporcionam.

Apesar dos avanços na compreensão desse modelo, ainda existem lacunas importantes. A principal delas é a falta de estudos que incluam os usuários e as comunidades afetadas nas análises, já que são eles os principais beneficiários  e, em muitos casos, também os mais impactados pelas parcerias. Além disso, é necessário integrar o estudo dos fatores críticos de sucesso à análise dos stakeholders, reconhecendo que o desempenho das PPPs depende diretamente da atuação, do poder e do grau de cooperação desses atores.

O debate sobre PPPs caminha, cada vez mais, para uma visão ampliada de valor e governança. Entender como o valor é percebido e distribuído entre os diferentes envolvidos é um passo fundamental para aprimorar esse modelo. Afinal, o verdadeiro sucesso das Parcerias Público-Privadas não está apenas em cumprir metas contratuais, mas em transformar cooperação e investimento em benefícios reais para a sociedade.

A discussão sobre stakeholders, fatores críticos e geração de valor em PPPs ganha destaque também em eventos como o P3C Regional Nordeste, que reúne especialistas, gestores públicos e representantes do setor privado para debater os desafios e oportunidades das parcerias no contexto regional. A edição destacou como estados nordestinos têm avançado na estruturação de projetos que conciliam desenvolvimento econômico e inclusão social, com atenção especial à infraestrutura, saneamento, energia e mobilidade urbana. O encontro, que aconteceu no dia 7 de novembro em Maceió, evento patrocinado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Governo Federal reforçou a importância do diálogo entre os diferentes atores, públicos, privados e comunitários, para fortalecer a governança e aprimorar a entrega de valor público por meio das PPPs, consolidando o Nordeste como um território estratégico na expansão desse modelo no Brasil.

Para saber mais sobre o evento, clique aqui

População indígena quase dobra em 12 anos e chega a 1,69 milhão, aponta Censo 2022

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Levantamento do IBGE identificou 391 etnias e 295 línguas indígenas no país; São Paulo é o estado com maior diversidade étnica

A população indígena no Brasil praticamente dobrou em 12 anos, passando de 896.917 pessoas em 2010 para 1.694.836 em 2022, segundo dados do Censo Demográfico divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (24). O total representa 0,83% da população nacional.

O levantamento identificou 391 etnias e 295 línguas indígenas faladas no país — um aumento em relação às 305 etnias e 274 línguas registradas no censo anterior.

O IBGE observou que São Paulo é o estado com maior número de etnias (271), seguido por Amazonas (259) e Bahia (233). Ao todo, os povos indígenas estão presentes em 3.923 municípios — mais de 70% do total de cidades brasileiras.

Desses, 737 municípios abrigam mais de 10 etnias diferentes, o que evidencia a ampla dispersão e diversidade cultural dos povos indígenas no território nacional.

Entre as línguas mais faladas estão Tikúna (51.978 falantes), Guarani Kaiowá (38.658), Guajajara (29.212) e Kaingang (27.482).

O Censo também apontou que 474.856 pessoas indígenas com dois anos ou mais (29,19% do total) falam alguma língua indígena no domicílio. Desse total, 78% vivem em Terras Indígenas.

O número de Terras Indígenas mapeadas também aumentou. Foram 505 unidades consideradas em 2010 e 577 em 2022, com 72 novas áreas reconhecidas.

Indígenas nas cidades

Os dados mostram ainda que cresce a presença indígena nas cidades. Em 2022, 844,7 mil indígenas viviam em áreas urbanas fora de Terras Indígenas, contra 324,8 mil em 2010. Em áreas rurais fora das Terras Indígenas, o número passou de 80,6 mil para 227,2 mil no mesmo período.

Entre as 391 etnias registradas, 29 possuem mais de 10 mil pessoas, enquanto 21 contam com menos de 15 indivíduos. A diferença revela a diversidade e a vulnerabilidade de alguns grupos, com populações muito pequenas e dispersas.

O instituto ressalta que parte do crescimento está associada a melhorias na metodologia de identificação e ao reconhecimento de novas etnias e povos, especialmente fora das Terras Indígenas — resultado de maior autodeclaração e representatividade nas comunidades urbanas.

Fonte: R7