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Brasil segue rumo à mobilidade limpa com novo fundo para ônibus elétricos

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Fundo inédito deve mobilizar 80 milhões de euros e atrair até 450 milhões em investimentos privados para ampliar a frota elétrica e impulsionar a mobilidade sustentável nas cidades brasileiras

O Ministério das Cidades deu um passo decisivo na transição para uma mobilidade urbana de baixo carbono. Nesta quarta-feira (5/11), durante o Fórum de Líderes Locais da COP30, foi lançado o Fundo de Melhoria de Crédito para Ônibus Elétricos do Brasil, uma iniciativa inédita que promete transformar o transporte público e reduzir as emissões nas cidades brasileiras.

“Ao promover a mobilidade sustentável e o desenvolvimento urbano equitativo, fortalecemos a capacidade das cidades de enfrentar a crise climática e melhorar a vida cotidiana das pessoas”, destacou o ministro das Cidades, Jader Filho.

O fundo é resultado de uma ampla parceria entre o Ministério das Cidades, Bloomberg Philanthropies, BTG Pactual, Mitigation Action Facility e WRI Brasil, e tem como meta mobilizar cerca de 80 milhões de euros para financiar a compra de ônibus elétricos e a instalação de infraestrutura de recarga em todo o país. Com a participação de investidores privados, o mecanismo deve alavancar aproximadamente 450 milhões de euros em investimentos até 2030, viabilizando a chegada de mais de 1.700 novos ônibus elétricos.

O fundo foi desenvolvido com apoio do Instituto de Política de Transporte e Desenvolvimento (ITDP Brasil), da Catalytic Finance Foundation e da C40 Cities, e busca enfrentar um dos maiores entraves à descarbonização: o acesso das cidades a crédito acessível e de longo prazo para financiar infraestrutura verde. Ao reduzir o risco para investidores, o mecanismo torna os projetos de eletrificação mais atrativos e viáveis.

A iniciativa faz parte de um conjunto mais amplo de ações lideradas pelo Ministério das Cidades para apoiar estados e municípios na adoção de soluções inovadoras e sustentáveis de mobilidade urbana. Por meio de políticas integradas e crédito facilitado, o governo federal quer acelerar a substituição de frotas movidas a diesel por veículos elétricos, reduzindo emissões, ruído e custos operacionais, e garantindo cidades mais limpas, eficientes e humanas.

Fonte: Agência GOV

Metade das cidades não tem estrutura para política de combate à fome

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Apenas 3,8% dos municípios administram restaurantes populares

Praticamente metade (49%) das prefeituras do país não tinha, em 2024, estrutura organizacional para políticas de segurança alimentar e nutricional, ou seja, um órgão público municipal específico para tratar da fome.

A mesma situação acontece em relação à existência dos conselhos de segurança alimentar e nutricional ─ instância que promove a participação da sociedade civil nas diretrizes de combate à fome. Apenas 51% dos municípios declararam a presença desses espaços de diálogo e decisão.

As constatações fazem parte da Pesquisa de Informações Básicas Estaduais e Municipais, divulgada nesta sexta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os pesquisadores traçaram um perfil das estruturas dos governos estaduais e das prefeituras para segurança alimentar e nutricional.

Organização

Dos 5.544 municípios que prestaram informações ao IBGE, 2.826 declararam ter estruturas como secretarias exclusivas ou subordinadas a outras áreas, por exemplo.

Apesar de praticamente metade das prefeituras não ter essas estruturas, o dado revela avanço em relação a 2018, quando 36,6% dos municípios tinham declarado a existência desses órgãos. Em 2023, eram 50,3% deles.

A gerente da pesquisa, Vania Maria Pacheco, aponta que os dados representam um “bom caminho” no enfrentamento à fome.

“Mesmo com números modestos, é um bom indicativo da presença da política nos municípios, da importância dessa política para esses municípios”, avalia.

O IBGE identificou relação entre o porte populacional dos municípios e a presença de estrutura organizacional de combate à fome. Entre as cidades com até 5 mil habitantes, 39,6% tinham as instâncias. A proporção é crescente à medida que aumenta o porte da cidade. Nas que tinham mais de 500 mil moradores, o índice chega a 91,7%.

Já entre as unidades da federação, todas as 26 que prestaram informações ao IBGE declararam ter instituições de segurança alimentar e nutricional. O levantamento não traz dados de Rondônia, que não repassou informações aos pesquisadores.

Conselhos com sociedade civil

Em relação aos conselhos de segurança alimentar, a presença em 51% dos municípios em 2024 também representa avanço em relação a anos anteriores. Em 2018, eram 36,4%, passando para 44,9% em 2023.

No entanto, os pesquisadores identificaram que, dos 2.851 municípios que declararam a existência do órgão no ano passado, apenas 1.826 encontravam-se ativos, isto é, com um mínimo de reuniões regulares.

“O conselho tem que existir, mas tem que estar ativo, ou seja, realizando reuniões, sendo ativo na política”, frisa Vania Pacheco.

Entre as unidades da federação, todas apresentaram conselhos de combate à fome que promoviam a participação da sociedade civil.

Legislação

O levantamento do IBGE aponta que apenas pouco mais de um terço dos municípios tem leis próprias de segurança alimentar. Em 2018, 20,9% das cidades tinham lei municipal nesse sentido, parcela que chega a 36,3% em 2024.

Em relação a plano municipal de combate à fome, somente 394 municípios (7,1%) detinham o instrumento com diretrizes e ações municipais com objetivo de respeitar, proteger, promover e prover o direito à alimentação adequada para todas as pessoas.

Em 2023, o IBGE tinha apontado 18,8% das prefeituras. Mas, de acordo com a pesquisadora Vania Pacheco, as informações estavam superdimensionadas pelos informantes.

“A informação foi prestada equivocadamente. Esse plano não existia [em 2023] ou ele ainda estava em planejamento, em elaboração”, explica.

Ações práticas

Ao levantar dados sobre ações práticas de segurança alimentar, o IBGE constatou que 3.985 municípios (71,9% dos respondentes) desenvolviam ações de promoção do acesso da população a alimentos, da seguinte forma:

  • 94,6% distribuíam cestas básicas
  • 22,7% ofereciam refeições prontas
  • 10% distribuíam benefício monetário
  • 6,2% ofereciam vale-alimentação
  • 14,5% outras formas

A pesquisa identificou também que 78,7% dos municípios lançavam mão do Benefício Eventual da Assistência Social, uma espécie de ajuda temporária em caráter emergencial para pessoas em situação de insegurança alimentar, seja em forma de cesta básica ou benefício monetário, por exemplo.

Agricultura familiar

A agricultura familiar é um modo de produção que ajuda estados e municípios nas políticas de segurança alimentar.

À exceção do Tocantins e de Mato grosso do Sul, as demais 24 unidades da federação que forneceram dados aos IBGE relataram a compra de alimentos provenientes da agricultura familiar. Entre os municípios, mais da metade (54,9%) adotava a prática.

A maior parte desses alimentos (81,1%) era destinada a redes socioassistenciais. As demais partes da produção familiar adquirida eram direcionadas a restaurantes populares, cozinhas de hospitais, cozinhas comunitárias, bancos de alimentos, mercados públicos e sacolões.

Restaurantes populares

Para traçar o perfil de estados e municípios, o IBGE coletou informações sobre a presença de equipamentos relacionados a segurança alimentar e nutricional.

Os pesquisadores identificaram que 3,8% das cidades declararam ter restaurantes populares. Eram 212 cidades nas quais funcionavam 329 desses estabelecimentos.

Nesses restaurantes, as refeições eram fornecidas de graça ou custando no máximo R$ 10. Entre as cidades com mais de 500 mil habitantes, 66,7% tinham as unidades populares.

Já os bancos de alimentos – locais que recebem gêneros alimentícios de doações ─ foram encontrados em 226 municípios, representando 4,1% dos respondentes. Cerca de 70% deles funcionavam cinco dias por semana.

Em relação aos equipamentos, como o IBGE não tem informações de anos anteriores, não foi possível fazer comparação entre períodos.

Para Vania Pacheco, a presença de ações e equipamentos é um indicativo da política de segurança alimentar “marcando presença nos municípios”.

“É uma esperança minha que esses equipamentos se tornem cada vez mais presentes, em um número maior de municípios, e forneçam alimentação segura e saudável para esse quantitativo de pessoas que, muitas vezes, são pessoas em vulnerabilidade”, diz.

Fora do Mapa da Fome

Em julho deste ano, um relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU) apontou que o Brasil deixou o chamado Mapa da Fome. O país está abaixo do patamar de 2,5% da população em risco de subnutrição ou de falta de acesso à alimentação suficiente.

O Brasil já tinha alcançado esse patamar em 2014, mas retornou ao Mapa da Fome no triênio 2018/2020.

Fonte: Agência Brasil

O que Belém fará com a mobilidade ativa que a COP29 ignorou?

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A COP29 em Baku terminou com um sentimento familiar para ativistas da mobilidade: o de que a bicicleta e a caminhada continuam sendo vistas como acessórios pitorescos nas negociações climáticas, e não como a ferramenta de redução de emissões mais barata e rápida que o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climática) insiste que são. Relatórios mostraram, mais uma vez, que a maioria dos países não inclui metas ambiciosas de mobilidade ativa em suas NDCs (planos climáticos).

Agora, a bola está com o Brasil. A COP30, em Belém, tem a chance de ser o ponto de virada, mas o risco de se tornar a maior vitrine da hipocrisia climática urbana é imenso.
Em Baku, a sociedade civil clamou: o transporte é responsável por cerca de um quarto das emissões globais de CO2, e a solução não está apenas em trocar carros a gasolina por carros elétricos (mantendo o congestionamento e a injustiça social). A solução radical é mudar o modal, incentivando a mobilidade ativa e o transporte público.

O que se viu? Uma declaração genérica sobre transportes, onde a mobilidade ativa foi, na melhor das hipóteses, um rodapé. A bicicleta é rápida, acessível e gera emissão zero, mas não tem o lobby da indústria automobilística.

O Brasil e Belém herdam essa frustração. O uso da bicicleta na COP30 se manifesta em dois planos:

O Ativismo Heroico: Teremos o COP30 Bike Ride: ciclistas pedalando milhares de quilômetros da COP anterior (ou de outros continentes) até Belém, carregando a bandeira da sustentabilidade. Isso é bonito. É midiático. É um excelente símbolo para fotos. O ativismo de longa distância serve mais para a narrativa de conscientização global do que para a transformação da cidade-sede. A COP30 precisa fazer mais do que aplaudir heróis: ela precisa de políticas concretas.

O Desafio da Infraestrutura e a “Green Zone” Vazia: O governo federal e a prefeitura de Belém têm falado em promover a mobilidade ativa na área da conferência, a chamada “Blue Zone” e a “Green Zone”, com a promessa de bicicletas e patinetes compartilhados e ciclovias temporárias.

É fácil criar uma “ilha de sustentabilidade” cosmética para delegados, enquanto a vasta maioria da população de Belém continua lutando contra o calor, a falta de infraestrutura e a insegurança para pedalar, como se ouviu no evento em setembro, durante o Bicicultura 2025, em Niterói.

Se a cidade-sede da COP não conseguir implementar uma rede cicloviária segura, conectada e permanente – que sirva, de fato, aos moradores da periferia que já usam a bicicleta por necessidade – o discurso de “soluções climáticas” do Brasil será furado. A bicicleta se tornará, ironicamente, o símbolo da desconexão entre a retórica verde e a realidade urbana.

Para que a COP30 não repita o erro da COP29, é preciso um compromisso, O Brasil, como anfitrião, deve liderar um movimento para que a próxima rodada de NDCs inclua metas quantificáveis de ciclomobilidade, não basta “incentivar”; é preciso se comprometer a dobrar a malha cicloviária nas capitais até 2030, por exemplo. Ter um financiamento dedicado, ou seja, destinar uma porcentagem clara do investimento em transporte para a infraestrutura de mobilidade ativa, retirando o foco exclusivo de estradas e veículos e prioridade de justiça social, focar a expansão cicloviária nas rotas usadas pela população de baixa renda, que é a mais impactada pela crise climática e pela ineficiência do transporte.

Se Belém for apenas o palco para bicicletas de aluguel usadas por diplomatas na “Green Zone” e ignorar a bicicleta do trabalhador que pedala sob sol escaldante, a COP30 terá falhado, provando que, para os líderes mundiais, a bicicleta é uma fantasia climática, e não a revolução do transporte que precisamos.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Portal CSC 

Mais de 50 países apoiam fundo de florestas, mas apenas Noruega, França e Portugal anunciam contribuição econômica

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Declaração apresentada pelo Brasil consegue respaldo político de países como Alemanha e Reino Unido; Noruega dará US$ 2,9 bilhões, mas apoio financeiro ainda é muito baixo

O Brasil obteve um amplo apoio político à iniciativa do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), a grande aposta do Brasil na cúpula de líderes e na COP30, mas, em matéria de recursos econômicos, os únicos países que anunciaram uma contribuição foram a Noruega, que dará US$ 2,9 bilhões, a França, que disponibilizará 500 milhões de euros, e Portugal, que injetará 1 milhão de euros. Até agora, apenas Brasil e Indonésia tinham anunciado contribuições de US$ 1 bilhão cada. Já a Alemanha vai anunciar o aporte na sexta-feira.

O apoio financeiro da Noruega, principal doador do Fundo Amazônia, foi confirmado por fontes da delegação oficial do país.

— É vital deter o desmatamento para reduzir os impactos das mudanças climáticas e limitar a perda de biodiversidade. Não há tempo a perder se quisermos salvar as florestas tropicais do mundo. O novo Mecanismo Florestas Tropicais para Sempre pode fornecer financiamento estável e de longo prazo aos países relevantes. É importante que a Noruega apoie esta iniciativa — disse o primeiro-ministro do país, Jonas Gahr Støre.

A declaração apresentada pelo Brasil sobre o TFFF foi respaldada por 53 vários países, o que implica respaldo político à iniciativa, mas deixa claro que o fundo ainda está longe de alcançar seus objetivos, entre eles o de alavancar financiamento privado a partir da adesão e contribuição de países. Segundo o embaixador Mauricio Lyrio, entre “potenciais investidores” do fundo estão China, Alemanha, Japão, Reino Unido e União Europeia.

De acordo com o texto da declaração sobre o TFFF à qual O GLOBO teve acesso, assinaram o documento os governos da Alemanha, Antígua e Barbuda, Áustria, Armênia, Dinamarca, Emirados Árabes Unidos, Irlanda, Japão, México, Mianmar, República Democrática do Congo, União Europeia, Países Baixos e Noruega, entre outros. No total, o documento contou com 47 adesões, inclusive do Reino Unido, que esta semana disse que não fará uma contribuição econômica ao TFFF.

O aporte do Brasil ao TFFF é condicionado ao apoio de outros países ao fundo, que pretende arrecadar US$ 25 bilhões de nações soberanas, para alavancar outros US$ 100 bilhões de investidores do mercado privado. Essa é a meta original até 2026. O ministro da fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta semana que o investimento de governos deve atingir US$ 10 bilhões na etapa inicial.

P3C Regional Nordeste chega a Maceió para impulsionar PPPs e Concessões no desenvolvimento da infraestrutura regional

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Com patrocínio do BNDES e do Governo Federal, o evento reunirá o ecossistema de PPPs e Concessões para debater as oportunidades de investimento e inovação em setores estratégicos do Nordeste.

A cidade de Maceió será esta semana o ponto de encontro dos principais agentes públicos e privados do país para discutir o futuro da infraestrutura no Nordeste. A capital alagoana sediará o P3C Regional Nordeste, evento patrocinado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Pelo Governo Federal, que promete reunir um público diverso e qualificado em torno de um objetivo comum: fortalecer as Parcerias Público-Privadas (PPPs) e concessões como motores do desenvolvimento sustentável da região.

O encontro acontecerá no Espaço Armazém em Jaraguá, e deve receber mais de 500 participantes, entre executivos, investidores, agentes públicos, consultores, acadêmicos e estudantes. Ao longo da programação, estão previstos mais de 45 palestrantes, nove painéis em três palcos simultâneos de conteúdo, além de rodadas de negócios, estações de trabalho, salas de reunião e uma área de exposição com as principais empresas e consultorias do setor.

Nordeste em foco

O P3C Regional Nordeste será dedicado às oportunidades específicas da região, destacando os setores com maior potencial de aplicabilidade e retorno social.

A região, que abriga mais de 56,4 milhões de habitantes, o equivalente a 26,9% da população brasileira, apresenta um cenário único: enquanto avança em energias renováveis, enfrenta desafios históricos em saneamento básico, abastecimento de água e mobilidade urbana. Essas carências estruturais, porém, representam grandes oportunidades de investimento e inovação.

Temas que guiarão o debate

Entre os temas que compõem a programação estão descarbonização, energias renováveis, mobilidade e transporte, portos, infraestrutura de água e saneamento, e PPPs sociais nas áreas de educação e saúde. Também entram em pauta discussões sobre reequilíbrios contratuais, soluções de conflitos, iluminação pública, cidades inteligentes e desenvolvimento econômico e turismo.

O evento também abordará modelos inovadores de PPPs sociais, voltados para a modernização de escolas, hospitais, clínicas e centros administrativos, com foco na eficiência dos serviços públicos e na atração de operadores especializados.

Outro destaque será o debate sobre desenvolvimento econômico e turismo, incluindo revitalização de áreas históricas, modernização de centros de convenções e projetos de requalificação de orlas, todos considerados estratégicos para o crescimento econômico regional.

Energias renováveis e infraestrutura hídrica: pilares do futuro

O Nordeste concentra 90% da capacidade instalada de energia eólica do Brasil e possui mais de 50 novos projetos em análise, o que o torna referência nacional em transição energética. A energia solar, por sua vez, desponta como um ativo estratégico não apenas para o turismo sustentável, mas também para a geração distribuída e o desenvolvimento de novas cadeias produtivas locais.

No campo da infraestrutura hídrica e saneamento, o evento promete aprofundar o debate sobre universalização dos serviços, redução de perdas e investimentos em irrigação no semiárido, tema crucial para o equilíbrio social e econômico da região.

Mobilidade e integração regional

A pauta de mobilidade e transporte também ganha destaque, com foco nas oportunidades e desafios de conectividade rodoviária e ferroviária. A infraestrutura de transporte é vista não apenas sob o prisma logístico, mas como fator essencial de integração regional, fomento ao turismo e acesso a serviços públicos.

PPP como instrumento de desenvolvimento

O P3C Regional Nordeste reforça a importância das PPPs e concessões como ferramentas de viabilização de investimentos estruturantes, capazes de gerar emprego, renda e qualidade de vida. O evento busca fomentar um diálogo construtivo entre setor público e privado, aproximando gestores municipais e estaduais de investidores e operadores dispostos a desenvolver projetos transformadores.

Com patrocínio do BNDES e do Governo Federal, a edição reforça o papel do banco no fortalecimento do ecossistema de infraestrutura nacional, impulsionando soluções inovadoras e sustentáveis que contribuam para a redução das desigualdades regionais.

Expediente:

Espaço Usina – Av. Indl. Cícero Toledo, 333 – Jaraguá

07 de Novembro das 09h00 às 18h00

Cidades precisam de ajuda para enfrentar crise climática, diz ministro

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Barbalho constata que recursos ficam concentrados em grandes centros

O ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, afirmou nesta terça-feira (4) que os municípios brasileiros precisam de recursos para enfrentar as mudanças climáticas. Segundo ele, no Brasil, muitas vezes os recursos não chegam na ponta, nas cidades. Quando chegam, acabam concentrados nos grandes centros urbanos, com mais capacidade técnica, deixando outras localidades, que precisam também de obras para se tornarem mais resilientes, sem os investimentos necessários.

“O dinheiro, se não chegar na ponta, esquece, não vai ter infraestrutura. E a gente vai continuar vendo cenas como a gente tem visto repetidamente no mundo”, enfatiza Jader Barbalho Filho.

O ministro cita como exemplo de desastres climáticos no Brasil relacionados a mudanças climáticas as enchentes no Rio Grande do Sul e a seca na Amazônia, que impactaram as cidades e a população.

“Quem é que primeiro sente os eventos climáticos extremos? São as cidades, são as nossas periferias”, diz. “Como a gente vai fazer infraestrutura nos municípios, se não tem dinheiro para fazer isso? Isso vai cair do céu?”, questiona.

O ministro participou hoje de painel no Fórum de Líderes Locais da COP30, no Rio de Janeiro. O fórum, que termina nesta quarta-feira (5), reúne mais de 300 prefeitos, autoridades subnacionais e especialistas globais, com o objetivo de discutir soluções climáticas, mobilizar compromissos e reforçar o papel das cidades e regiões como parceiros estratégicos na ação contra a crise climática.

O evento é organizado pela presidência da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) e pela Bloomberg Philanthropies, fundação de Michael R. Bloomberg, enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para Ambição e Soluções Climáticas.

Capacidade técnica

Segundo Jader Barbalho Filho, o Brasil tem feito investimentos para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. O país fez, recentemente, de acordo com o ministro, uma seleção de infraestrutura, de US$ 25 bilhões [o equivalente a R$ 135 bilhões] para obras de drenagem, mobilidade, contenção de encostas, entre outras.

Mas, ele ressalta, esses recursos não chegam a todos os municípios que precisam, pois falta capacidade técnica.

“O que acaba acontecendo é que os recursos acabam ficando só nos grandes municípios, porque eles têm a infraestrutura, eles têm os técnicos para poder fazer chegar um projeto, um projeto que seja ancorado suficientemente, estruturado. E isso não resolve o nosso problema”, diz.

O ministro acrescenta: “Nós temos mandado recursos, mas os projetos não têm suficientemente trabalho técnico estruturado para que essas obras saiam do papel. Então, o processo fica no caminho. Muitas das vezes você tem o dinheiro, mas o projeto não está estruturado suficientemente para que essas obras aconteçam”.

O ministro enfatizou ainda que a solução do tema do clima passa pelas cidades, uma vez que 80% das emissões globais vêm de cidades e são os centros urbanos que abrigam a maior parte da população. No Brasil, 82% vivem em cidades.

A prefeita de Abaetetuba (PA), Francineti Carvalho, que também participou do painel, reforçou a necessidade de apoio técnico.

“Existem, financeiramente, muitos recursos, existe dinheiro. Por que será que os municípios não acessam? Falta de capacidade técnica. Nós temos, na região Amazônica, cidades que não têm nos seus recursos humanos sequer um engenheiro”, diz.

Carvalho defende que as exigências nas seleções sejam flexibilizadas para que mais municípios possam ter acesso a eles. “A gente precisa pensar também em alguns problemas de exigências que são feitas, não se respeita uma coisa chamada equidade”.

Participação do setor privado

Para o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, a crise climática exige investimento e a participação da maior parte de atores possível. Ele destacou uma das ações do banco que tem envolvido o setor privado no financiamento de obras. Segundo ele, como os recursos do banco vêm de governos, é limitado. “Precisamos mobilizar o capital do setor privado”, diz.

“Você é do setor privado, deseja desenvolver um projeto em uma cidade específica e está preocupado com os prejuízos iniciais? Nós oferecemos as garantias necessárias. Podemos fazer isso sozinhos ou em parceria com outros bancos de desenvolvimento”, explica.

Goldfajn ressalta: “Precisamos preparar as cidades para serem resilientes a desastres naturais. Esse é um grande problema que enfrentamos. Toda semana, alguma cidade em algum país sofre um desastre natural”.

Carta das prefeituras

Também no Fórum de Líderes Locais da COP30, nesta terça, mais de 100 prefeitas e prefeitos de médias e grandes cidades brasileiras lançaram uma carta que será entregue oficialmente durante a COP30, em Belém. O texto, elaborado pela Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP), na íntegra, está disponível online.

O documento reafirma o papel essencial dos municípios na agenda climática global e propõe o fortalecimento dos governos subnacionais nas ações propostas.

“O federalismo climático é o caminho para essa transformação. A ação climática exige uma governança multinível entre governo nacional, estados e municípios, baseada na corresponsabilidade e no diálogo permanente. A FNP defende o fortalecimento do Conselho da Federação, em articulação com o Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima, de modo que ambos assegurem uma coordenação federativa efetiva da política climática nacional — alinhando planos, capacidades e meios de implementação para viabilizar uma transição justa e sustentável em todo o território brasileiro”, defendem os prefeitos.

De acordo com a carta, os municípios pedem, entre outras medidas, a participação dos governos locais na formulação das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) – documentos nos quais cada país assume para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e se adaptar aos impactos das mudanças climáticas.

Além disso, solicitam a democratização das tecnologias climáticas, com o acesso equitativo à inovação, dados e soluções digitais; e, a capacitação sobre a agenda climática dos servidores e gestores municipais.

Fonte: Agência Brasil

Plataforma CSC encerra ciclo 2025 de Reuniões Estratégicas e abre inscrições para cidades participarem da edição 2026

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Com mais de 2 mil participantes em 11 cidades brasileiras, a Plataforma CSC reforça seu compromisso com o desenvolvimento urbano sustentável e convida prefeituras a integrarem a próxima etapa de debates e ações pelo futuro das cidades inteligentes.

A Plataforma CSC encerrou em outubro o ciclo 2025 de Reuniões Estratégicas Regionais, um movimento que percorreu 11 cidades brasileiras com o propósito de fortalecer o diálogo entre diferentes setores e promover soluções para o desenvolvimento urbano regional. Ao longo do ano, os encontros reuniram 2.108 participantes, entre gestores públicos, representantes da iniciativa privada, especialistas e atores locais comprometidos com a transformação das cidades.

Os números refletem o alcance das reuniões setorizadas: foram 37 painéis realizados, com a participação de 154 palestrantes e a representação de 113 cidades de todas as regiões do país. Juntas, as reuniões geraram 68 horas de conteúdo, resultando em 62 entrevistas, 45 publicações nas redes sociais e 44 matérias na imprensa. Além disso, as 33 newsletters enviadas ao longo do período alcançaram mais de 23 mil pessoas, ampliando o impacto das discussões para além dos encontros presenciais.

Em 2025, as Reuniões Estratégicas passaram por Manaus (AM), Maceió (AL), Jaguariúna (SP), Vitória (ES), Uberlândia (MG), Santo André (SP), Londrina (PR), Guarapuava (PR), Chapecó (SC), Goiânia (GO) e Brusque (SC). Cada cidade recebeu debates personalizados, construídos a partir das demandas locais e das potencialidades regionais, reafirmando o compromisso da Plataforma CSC com a diversidade e a valorização de soluções que respeitam as especificidades de cada território.

Leia mais: Goiânia sedia Reunião Estratégica Regional para debater o futuro das cidades inteligentes em Goiás

Mais do que números, o encerramento do ciclo simboliza um movimento de conexão e aprendizado coletivo. A cada encontro, ficou evidente que nenhuma cidade é igual, mas todas podem ser melhores quando compartilham experiências e constroem juntas caminhos para um futuro mais sustentável, inclusivo e inovador. 

Com o encerramento do ciclo 2025, a plataforma convida agora as prefeituras de todo o Brasil a participarem do Edital CSC 2026, que selecionará 16 municípios para sediar e integrar as próximas Reuniões Estratégicas Regionais, a serem realizadas entre março e dezembro do próximo ano.

As reuniões de 2026 terão foco na discussão de soluções inovadoras, troca de experiências e fortalecimento de iniciativas de cidades inteligentes em diferentes regiões do país. Cada encontro contará com 70 a 100 participantes, incluindo palestrantes especializados e convidados estratégicos, promovendo um espaço de diálogo direto entre poder público, empresas, academia e sociedade civil.

Leia mais: Chapecó recebe Encontro Regional CSC com foco em inovação e desenvolvimento sustentável

Para participar, as prefeituras interessadas devem demonstrar engajamento com iniciativas de cidades inteligentes, indicar representantes com poder de decisão e dispor de estrutura para receber o evento, caso sejam selecionadas como anfitriãs. Além da reunião principal, as cidades escolhidas deverão acolher uma reunião de negócios com empresas interessadas em apresentar soluções e projetos locais, realizada no período da manhã.

Com a nova edição do edital, a Plataforma CSC reafirma seu compromisso em conectar pessoas, ideias e territórios, promovendo um movimento contínuo de inovação, colaboração e transformação. As prefeituras interessadas em participar dessa jornada rumo a cidades mais humanas, inteligentes e sustentáveis já podem se preparar para integrar a edição 2026, um convite para construir de norte a sul o futuro das cidades brasileiras.

Acesse o edital aqui.

Acesse o formulário de inscrição aqui. 

Estruturação de Projetos – BNDES

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O BNDES estrutura projetos de parceria para o governo federal, estados e municípios e, em linha com as políticas públicas, visa a melhoria da qualidade dos serviços e a alocação ótima dos gastos públicos. Atuamos tanto em setores tradicionais como em áreas inovadoras, tais como o setor de concessões florestais. Nos últimos três anos, o BNDES executou mais de 33 projetos de alto impacto na região e, atualmente, prepara outros 134, com capacidade para mobilizar R$ 300 bilhões ao longo da vigência dos contratos, entre eles:

  • Saneamento: destacam-se os projetos licitados em 2020 e 2022 com o estado de Alagoas e com a Companhia da Água e Esgoto do Ceará. Em Alagoas, já é possível observar resultados expressivos, com mais de dois milhões de pessoas atendidas e R$ 1,4 bilhões de investimento concluído. Nos últimos anos, o BNDES tem estruturado outros projetos na região, como em Sergipe, por exemplo, que foi licitado em 2024 e prevê investimentos de R$ 6 bilhões. Estamos estruturando os projetos dos Estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas (Bloco D) que, juntos, tem potencial de mobilizar cerca de R$ 27 bilhões de investimento, contribuindo para a universalização do saneamento e levando desenvolvimento econômico e social para sua população.
  • Requalificação Urbana e valorização do patrimônio: destaca-se o Projeto de Reabilitação Urbana do Entorno da Avenida Guararapes, desenvolvido em parceria com a Prefeitura do Recife. A iniciativa busca revitalizar o centro histórico da capital, com foco em moradia acessível, requalificação de espaços públicos e dinamização da economia local, articulando intervenções de infraestrutura, mobilidade e retrofit de edificações. Cabe mencionar ainda a estruturação da concessão da Fortaleza de Santa Cruz de Itamaracá (Programa Revive Brasil), que deverá promover o acesso da população a bens culturais e impulsionar o turismo e o desenvolvimento regional.
  • Setor Rodoviário: destaca-se o projeto Rota dos Sertões, com previsão do leilão em 2026. A concessão conta com trecho de aproximadamente 500km entre Feira de Santana (BA) e Salgueiro (PE), 16 municípios beneficiados e investimentos estimados em R$ 4,0 bilhões. A melhoria da infraestrutura rodoviária é relevante para o desenvolvimento regional, contribuindo para o aumento da segurança viária e para a melhoria da mobilidade dos usuários.
  • Mobilidade Urbana: o Estudo Nacional de Mobilidade Urbana, realizado pelo BNDES em parceria com o Ministério das Cidades, avaliou as regiões metropolitanas de Fortaleza, João Pessoa, Maceió, Natal, Recife, Salvador, São Luís e Teresina. Foram estimados cerca de R$ 70 bilhões de investimentos para os projetos propostos de implantação, extensão e requalificação de 770km de metrôs, trens, VLTs, BRTs e corredores de ônibus.
  • Setor Portuário: a estruturação de um projeto de implantação de um Porto-indústria Verde no estado do Rio Grande do Norte.
  • Projetos sociais: o BNDES tem aumentado sua participação na estruturação de projetos sociais tais como: (i) Projeto de Infraestrutura Escolar de Maceió: construção, gestão, operação, conservação e manutenção (serviços não pedagógicos) de até 30 Centros Municipais de Educação Infantil, com potencial de atender 7.500 novas vagas para a educação infantil municipal e (ii) Projeto de Infraestrutura Escolar de Natal, com previsão de início ainda em 2025: construção, reconstrução, gestão, operação, equipagem, conservação e manutenção (serviços não pedagógicos) de até 25 unidades educacionais, criando 7 mil vagas na rede pública de educação básica.
  • Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF): a primeira concessão administrativa da União, levará água para cerca de 12 milhões de pessoas nos estados de PE, PA, CE e RN.
  • Setor de Parques e Florestas: destacam-se (i) Projeto Parques de Recife, que contempla a concessão dos serviços de visitação de quatro parques urbanos da cidade para assegurar a conservação e a revitalização desses espaços através de investimentos de aproximadamente R$ 49 milhões; e (ii) Projeto do Parque Nacional de Fernando de Noronha, onde o BNDES apoia a estruturação da nova concessão que visa modernizar os atuais serviços já prestados no parque.

ISA leva para COP30 recomendações socioambientais para enfrentar mudanças climáticas e promover transição justa

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Documento institucional será apresentado durante a conferência da ONU, em Belém, e traz caminhos e soluções desenvolvidas por povos e comunidades tradicionais

Caminhos Socioambientais para enfrentar as mudanças climáticas e promover uma transição justa”. Esse é o documento institucional que o Instituto Socioambiental (ISA) apresentará na Conferência das Partes sobre Mudanças do Clima (COP30), que acontece de 10 a 21/11, em Belém/PA.

O material sistematiza a visão do ISA e as ações relacionadas às principais discussões que acontecerão na COP30, a partir das experiências nos territórios onde atua. O documento também apresenta sugestões e recomendações para ações de enfrentamento à crise climática, baseado nos seguintes temas: gestão territorial e ambiental, territórios tradicionais, proteção territorial, economias da sociobiodiversidade, comunicação produzida nos territórios, pesquisa intercultural, manejo do fogo, restauração de ecossistemas, integridade dos territórios e acesso à energia e luta das mulheres.

Confira também as versões em inglês e em espanhol.

As experiências e resultados relatados são desenvolvidas em comunidades indígenas, quilombolas e extrativistas no bioma Mata Atlântica, mais especificamente na bacia do Vale do Ribeira no estado de São Paulo; e no bioma Amazônia, nas bacias do Rio Negro e do Xingu, que abrangem quatro estados da região amazônica: Amazonas, Roraima, Pará e Mato Grosso.

“Ao longo de nossa trajetória, acompanhamos experiências pautadas na relação profunda e ancestral do ser humano com a natureza, que reforçam nosso lema, ‘socioambiental se escreve junto’, e que demonstram na prática como o enfrentamento às mudanças climáticas depende dos modos de vida destes povos e da proteção de seus territórios”, ressalta o ISA no documento.

“Com a chegada da COP30, em Belém, temos a oportunidade de apresentar à comunidade climática internacional esses caminhos e resultados, inspirando negociações e decisões mais justas e eficazes. Entendemos que a relevância das COPs para o desenvolvimento e implementação de soluções contra o colapso climático está condicionada à participação protagônica da sociedade e à valorização de saberes e práticas de povos indígenas, quilombolas e de comunidades tradicionais nos processos de tomada de decisão entre as Partes”, completa.

ISA na COP30

Esta ação faz parte de uma série de iniciativas que o ISA promoverá na conferência de Belém, incluindo debates, painéis e seminários em diferentes espaços da COP 30, promovidas em parceria com organizações da sociedade civil e redes de povos e comunidades tradicionais. As atividades acontecerão entre a Zona Azul, Zona Verde, Agrizone, Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Museu Paraense Emílio Goeldi, entre outros espaços.

Confira aqui a programação completa do ISA.

O material será distribuído para um público amplo, incluindo lideranças de povos e comunidades tradicionais, representantes do poder público, lideranças de organizações da sociedade civil, cientistas e pesquisadores.

Fonte: Instituto Socioambiental (ISA)

Cinco temas que os governos devem colocar no centro do planejamento para os próximos dois anos

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Tendências globais que estão redefinindo o papel dos governos e apontando caminhos para uma gestão mais inteligente, sustentável e humana.

Planejar o futuro de um governo nunca foi tarefa simples. Entre a pressão por
resultados imediatos e a necessidade de preparar o terreno para o longo prazo,
gestores públicos vivem o desafio de decidir onde investir energia, tempo e recursos.

Nesse contexto, compreender as principais tendências globais de inovação ajuda a
definir prioridades inteligentes, aquelas que combinam impacto real, custo acessível e
capacidade de execução.

seguir, apresento uma análise dos cinco grandes temas de inovação que, segundo
fontes como o World Economic Forum, a MIT Technology Review e a Harvard Business
Review, estão moldando o presente e o futuro das organizações. A intenção não é
esgotar o assunto, mas inspirar lideranças públicas a refletirem sobre o que deve estar
no centro do planejamento dos próximos dois anos.

1. Inteligência Artificial e Automação: a nova base da eficiência pública

A Inteligência Artificial (IA), especialmente em sua vertente generativa, entrou em fase de escala global. Para o setor público, trata-se de uma ferramenta capaz de transformar completamente a gestão e o atendimento ao cidadão.

Governos que já testam copilots e automações inteligentes têm reduzido drasticamente o tempo de resposta em áreas como protocolo, análise de documentos, auditoria e atendimento digital.

O desafio agora é criar governança e ética no uso da IA, assegurando transparência, privacidade e qualidade dos dados. Como alerta o World Economic Forum, a IA não substituirá o servidor público, mas amplificará a capacidade do Estado de servir melhor.

2. Sustentabilidade e Inovação Climática: política pública com retorno econômico

A sustentabilidade deixou de ser apenas uma pauta ambiental para se tornar estratégia de desenvolvimento e competitividade. No mundo todo, governos utilizam  inovação climática para atrair investimentos, gerar empregos verdes e reduzir custos com energia e infraestrutura.

O MIT Technology Review cita avanços em tecnologias como biogás, novos materiais e sistemas energéticos inteligentes como vetores de inovação acessível. Para o poder público, isso se traduz em oportunidades reais: programas de transição energética, incentivos a startups verdes, cidades carbono neutro e compras públicas sustentáveis.

A agenda verde é hoje uma agenda econômica, e governos que a entenderem dessa forma sairão na frente.

3. Saúde Digital e Biotecnologia: mais acesso e menos desigualdade

A pandemia acelerou uma transformação silenciosa na saúde pública. O avanço da biotecnologia e das soluções digitais tornou possível ampliar o acesso, reduzir filas e antecipar diagnósticos com menor custo.

Governos que apostam em telessaúde, prontuários eletrônicos integrados e uso de IA em regulação e diagnóstico já colhem resultados expressivos.

Segundo a Harvard Business Review, a próxima fronteira está em combinar dados clínicos, genéticos e sociais para personalizar políticas públicas de saúde. O desafio, e a oportunidade, é integrar sistemas e fazer da saúde digital um pilar de equidade e prevenção.

4. Transformação Digital e Cibersegurança: de digitalizar a proteger

Digitalizar processos deixou de ser inovação; é agora o padrão mínimo esperado. A nova fronteira é a integração inteligente dos sistemas e a proteção das informações que circulam entre eles.

Governos digitais maduros, segundo a OCDE e a McKinsey, economizam até três vezes mais em custos administrativos e aumentam exponencialmente a confiança do cidadão.

Mas junto com a transformação digital, cresce a superfície de risco. A cibersegurança tornou-se tema estratégico, não apenas técnico, nas ainda é tema secundário.Controles de acesso, monitoramento de IA e autenticação multifatorial precisam estar no planejamento com o mesmo peso de qualquer obra pública.

O futuro dos governos será digital, mas só será confiável se for seguro.

5. Educação e Capacitação Contínua: preparar pessoas para o novo Estado

Nenhuma tecnologia cria impacto se as pessoas não estiverem preparadas para usá-la. A transformação pública começa por dentro, com servidores e gestores capacitados para pensar digitalmente, tomar decisões com base em dados e liderar com propósito.

De acordo com o World Economic Forum, metade dos trabalhadores do mundo precisará de requalificação até 2025, e isso inclui o funcionalismo público.

Os governos que avançam nesse campo estão substituindo treinamentos genéricos por trilhas práticas de aprendizagem, conectadas a metas reais: reduzir tempo de processo, melhorar atendimento, otimizar recursos.

Mais do que ensinar sobre inovação, é preciso ensinar a inovar na prática.

Olhar estratégico para os próximos dois anos

Os cinco temas aqui apresentados, IA, sustentabilidade, saúde digital, transformação segura e capacitação, formam um mapa de prioridades para o ciclo 2026–2027.

Enquanto o setor privado inova por competitividade, o setor público inova por legitimidade e impacto. A diferença está na intencionalidade, não na tecnologia.

Governos que compreenderem isso e estruturarem planejamento baseado em dados, pessoas e propósito estarão mais bem posicionados para transformar seus territórios.

O futuro da gestão pública será definido pelos governos que conseguirem unir dados,
pessoas e propósito.

A Exxas acompanha cidades e instituições nessa travessia, por meio da Jornada de Inovação, uma abordagem que transforma a transformação digital em uma prática diária, com foco em resultados e governança.

Inovar é mais do que digitalizar, é construir um novo jeito de governar, e nós podemos ajudar você nessa travessia.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities