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P3C Regional Nordeste reúne lideranças e reforça o potencial da região em PPPs e Concessões

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Evento em Maceió destaca oportunidades em saneamento, energia renovável e infraestrutura

A Plataforma P3C desembarca em Maceió para realizar o P3C Regional Nordeste, reunindo os principais representantes do setor público e privado, investidores e especialistas, que tem como objetivo discutir os desafios e oportunidades de infraestrutura e serviços na região. O evento, que integra o calendário nacional da Plataforma, reforça o compromisso de promover um ambiente de negócios mais previsível, seguro e orientado por boas práticas de governança, responsabilidade social e ambiental.

Com mais de 600 participantes, 45 palestrantes, três palcos simultâneos e nove painéis temáticos, o encontro traz para o centro das discussões temas estratégicos como descarbonização, energias renováveis, mobilidade e transporte, portos, saneamento e infraestrutura social. A 3ª P3C Regional Nordeste conta com a participação do BNDES, fortalecendo ainda mais o diálogo sobre investimentos e modelos de parceria no país. Representantes dos nove estados nordestinos vão se reunir para debater soluções inovadoras e fortalecer o ecossistema de parcerias público-privadas (PPPs), que têm se mostrado um caminho eficiente para transformar a infraestrutura e impulsionar o desenvolvimento regional.

Dentre os palestrantes do P3C Regional Nordeste, destacam-se líderes do setor público e privado, entre eles: João Henrique Caldas, Prefeito de Maceió; José Aliperti Jr, CEO e fundador da Astra, Infraestrutura e Concessões Educacionais; Luiz Felipe Graziano, sócio da Giamundo Neto Advogados; Caio Buarque, Subsecretário de Parcerias e Ações Estratégicas da Prefeitura de Maceió; Rafael Tinelli, Diretor de Parcerias e Concessões do IPGC – Instituto de Planejamento e Gestão de Cidades; Fernando Vieira, Diretor-Geral da Iguá Saneamento Sergipe; e Luciene Machado, Superintendente da Área de Soluções para Cidades do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

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A Região Nordeste, que abriga 26,9% da população brasileira, cerca de 56,4 milhões de pessoas, tem se destacado por seu potencial em áreas que combinam urgência social e oportunidades de investimento. Projetos voltados à infraestrutura de abastecimento de água e saneamento, por exemplo, têm sido apontados como essenciais não apenas para a melhoria dos serviços urbanos, mas também para o desenvolvimento do semiárido, com impacto direto na economia local.

Outro ponto alto do evento é a pauta das energias renováveis. O Nordeste concentra 90% da capacidade instalada de energia eólica do país, além de se destacar pelo potencial de expansão em energia solar, com mais de 50 novos projetos em análise. Essa vocação natural para a geração limpa se soma a iniciativas em mobilidade, transporte, turismo e desenvolvimento urbano, que reforçam o protagonismo da região em projetos sustentáveis e de alto impacto social.

Leia mais: Encontro de Municípios de FDIRS reúne gestores para debater PPPs e concessões 

Além dos debates nos palcos, o evento conta com rodadas de negócios, espaços de exposição e estações de trabalho, que criam um ambiente dinâmico de integração entre governo, investidores e operadores. Essas iniciativas regionais culminam no P3C Nacional, que será realizado em São Paulo e reunirá os principais atores do ecossistema brasileiro de infraestrutura. O evento nacional consolida o propósito da Plataforma P3C: fortalecer um movimento coletivo de transformação, capaz de unir boas práticas, inovação e parcerias estratégicas para impulsionar um Brasil mais sustentável, conectado e competitivo.

Para saber mais sobre o evento, clique aqui.

Prefeitura anuncia implantação de 12 novas estações da NitBike

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A Prefeitura de Niterói anunciou que, nos próximos meses, a cidade vai ganhar 12 novas estações da NitBike, sistema gratuito de compartilhamento de bicicletas. Com a expansão, oito bairros serão contemplados, incluindo três que ainda não possuem o serviço: São Francisco, Charitas e Ilha da Conceição.

“Niterói tem investido em políticas públicas que colocam as pessoas no centro das decisões. A expansão da NitBike é um passo importante para consolidar uma cidade mais humana, sustentável e com alternativas reais de mobilidade. Queremos que cada morador tenha a opção de se deslocar com segurança, economia e qualidade de vida”, destaca o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves.

As novas estações serão instaladas de forma gradual em cada bairro, acompanhando o cronograma de expansão do sistema. A previsão é que, até o fim de novembro, o bairro de São Francisco receba três estações. Em dezembro, será a vez de Charitas, com duas estações, e do Pé Pequeno, com uma unidade.

Em janeiro, o Barreto ganhará duas estações e a Engenhoca, uma. Já em fevereiro, a Ilha da Conceição e a Cantareira, em São Domingos, também receberão uma estação cada, e Icaraí passará a contar com uma nova estação família, equipada com bicicletas para adultos e crianças.

“O sistema NitBike nasceu da convicção de que mobilidade é um direito e que uma cidade democrática precisa oferecer meios para todos se moverem com dignidade. Com a chegada das novas estações, mais pessoas terão acesso ao serviço, garantindo mobilidade integrada em mais pontos da cidade”, afirma Filipe Simões, coordenador do Niterói de Bicicleta.

Mobilidade integrada

Inaugurado em julho de 2024, o Sistema NitBike já registrou mais de 1,6 milhão de viagens e reúne mais de 150 mil usuários. Atualmente, conta com 50 estações e registra, em média, 7 mil viagens por dia, consolidando-se como um dos sistemas mais movimentados do país.

As estações são planejadas com distanciamento estratégico, garantindo operação integrada e um fluxo contínuo de retiradas e devoluções de bicicletas ao longo do dia.

Em setembro, a NitBike recebeu menção honrosa no Prêmio Iniciativas em Favor da Mobilidade Ativa, do Parque da Mobilidade Urbana, durante o evento Connected Smart Cities, em São Paulo.

Fonte: Prefeitura de Niterói

Lula defende comércio em moedas locais e reforça aliança com a Indonésia

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Com os acordos assinados nesta quinta-feira em áreas como estatística, agricultura, energia, ciência, tecnologia e promoção comercial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira, 23, que o Brasil e a Indonésia devem avançar no comércio bilateral baseado em moedas locais, sem depender do dólar, e reforçou a aliança entre os dois países na consolidação do Sul Global.

A declaração foi feita ao lado do presidente Prabowo Subianto, após a cerimônia de assinatura de atos de cooperação no Palácio Merdeka, em Jacarta.

“Brasil e Indonésia não querem uma nova Guerra Fria. Queremos comércio livre, multilateralismo, democracia comercial e não protecionismo”, afirmou Lula.

O presidente também defendeu que os dois países, que somam quase 500 milhões de habitantes, elevem o nível do intercâmbio comercial, atualmente em torno de US$ 6 bilhões anuais. “É pouco para o Brasil e é pouco para a Indonésia”, disse.

Com os acordos assinados nesta quinta-feira em áreas como estatística, agricultura, energia, ciência, tecnologia e promoção comercial, Lula apontou para “uma cooperação mais profunda e diversificada” entre as duas nações.

Na esfera internacional, o brasileiro agradeceu o apoio da Indonésia à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém (PA), em novembro, e defendeu a criação de mecanismos de financiamento para a preservação das florestas tropicais.

O presidente reafirmou ainda o apoio à entrada da Indonésia no Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) e saudou a atuação conjunta no Brics e no G20.

Fonte: InfoMoney

COP30: 144 países apresentam planos para adaptação climática

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Relatório da ONU mostra que iniciativas vão de projetos hídricos a agricultura adaptada, mas financiamento ainda é desafio

A menos de um mês da COP30, que será realizada em Belém, 144 países já apresentaram planos para reduzir a vulnerabilidade às mudanças do clima, segundo relatório da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima. A iniciativa avança agora da fase de planejamento para a implementação das ações.

Os planos identificam riscos como seca, inundações, aumento das temperaturas, elevação do nível do mar e mudanças nos padrões de chuva. As principais áreas de adaptação incluem agricultura, segurança alimentar, recursos hídricos e proteção de zonas costeiras e marinhas.

Leia também: Foz do Amazonas: entenda a decisão do Ibama e a polêmica em torno da exploração de petróleo na região

Entre os exemplos práticos, o Brasil desenvolve o projeto hídrico “Marajó Resiliente”. No Peru, há ações para proteger ecossistemas e biodiversidade, enquanto a Zâmbia adapta a produção agrícola com armazenamento de alimentos movido a energia solar.

No Haiti, cupons de alimentos se combinam com programas de poupança e crédito, levando em conta diferenças de impacto entre homens e mulheres.

O financiamento segue como principal desafio. Segundo Simon Stiell, Secretário-Executivo da ONU para Mudanças Climáticas, a COP30 pretende mobilizar até US$ 1,3 trilhão em recursos para implementar as adaptações necessárias.

Fonte: CNN Brasil

Reforma Casa Brasil estará disponível para contratações a partir de 3 de novembro

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O Reforma Casa Brasil, programa do Ministério das Cidades, em parceria com o Ministério da Fazenda e a Caixa Econômica Federal, estará disponível para as contratações em 3 de novembro em todo o país. O programa foi lançado nesta segunda-feira (20), em Brasília (DF), pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o objetivo de financiar melhorias e ampliações de moradias em todo o Brasil. Ao todo serão liberados R$ 40 bilhões em crédito com juros a partir de 1,17% ao mês.

Durante a apresentação do programa, o ministro das Cidades, Jader Filho, destacou a importância da iniciativa. “Muitas famílias querem ter direito a fazer um cômodo a mais, melhorar o telhado e hoje isso está proibitivo as classes mais baixas. Com o programa, nós vamos movimentar a indústria, vamos gerar renda, vamos empregar arquitetos, engenheiros, pintores, são muitos que vão se beneficiar. A reforma está chegando para que vocês recebam a família de vocês com a dignidade que elas merecem”, afirmou.
Assim como no Minha Casa Minha Vida, o programa será dividido por faixas de renda e financiará valores que iniciam em R$ 5 mil e podem chegar a até 50% do valor de avaliação do imóvel.

Para as famílias com renda de até R$ 3,2 mil, os juros serão de 1,17% ao mês, o valor financiado pode ir de R$ 5 mil a R$ 30 mil e o prazo de pagamento, de 24 a 60 meses. Para quem ganha de R$ 3.200,01 a R$ 9,6 mil, a taxa de juros será 1,95% ao mês com o mesmo teto e prazo de contratação.

Para famílias com renda maior que R$ 9,6 mil, os valores financiados serão superiores a R$ 30 mil e poderão chegar a 50% do valor de avaliação do imóvel. O pagamento, neste caso, pode variar até 180 meses e taxa de juros de até 1,95%, de acordo com valor do financiamento.

Durante o lançamento, o presidente Lula reformou o papel social do Estado. “Nem todo mundo quer comprar uma casa nova, nem todo mundo precisa comprar uma casa nova. Às vezes, o cara tem uma casinha que ele construiu 30 anos atrás e ele não quer mudar da vila que ele mora, não quer mudar do bairro que mora, mas está caindo o telhado. Às vezes, ele tem uma lojinha em que precisa fazer um banheiro novo para atender os clientes, um balcão novo. Se a gente não olhar para essa gente, quem vai olhar?”, destacou.

Os recursos poderão ser utilizados para compra de material de construção, contratação de mão-de-obra, projetos e serviços de orientação técnica. As duas primeiras faixas serão financiadas com R$ 30 bilhões de recursos oriundos do Fundo Social. Já a terceira faixa contará com R$ 10 bilhões da Caixa Econômica, oriundos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE).

Como funcionará

O presidente da Caixa, Carlos Vieira, destaca que o acesso ao programa será simples e fácil. “Nossa intenção é facilitar ao máximo a jornada das famílias para que elas possam usar os recursos rapidamente e resolver problemas que afetam a qualidade de vida de muitos brasileiros”, ressalta.

De forma prática, pelo aplicativo CAIXA, os interessados poderão selecionar o serviço que pretendem contratar e simular a operação de crédito. Para a liberação da primeira parcela, será necessário enviar fotos do local que será reformado. Após a compra do material e realização da obra, será preciso comprovar, com fotos, a conclusão dos serviços e receber a parcela final.

Se não houver comprovação da realização integral da obra, será cobrada multa e efetuada a inclusão no cadastro restritivo. Os interessados poderão obter todas as informações no site da CAIXA.

Fonte: Ministério das Cidades

Governo publica norma para aprimorar reutilização do plástico

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Regras abrangem todo o ciclo de vida desses materiais

Para aprimorar a infraestrutura e a logística de recolhimento, reciclagem e reutilização do plástico, o governo federal instituiu, por decreto, o Sistema de Logística Reversa de Embalagens de Plástico. Publicada nesta terça-feira (21), a norma abrange todo o ciclo de vida desses materiais e traz, pela primeira vez, metas para reutilização dos produtos e reintrodução dos conteúdos reciclados em novas embalagens, a partir do próximo ano.

Pelo texto, o Brasil se compromete a coletar e reciclar 50% de todas as embalagens plásticas até 2040. Em 2026, essa taxa será de 32%. Quanto à reutilização do produto, a meta do país é sair de 22% para alcançar a marca dos 40% até 2040.

Dados da OCDE, Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, apontam que apenas 9% do resíduo plástico é reciclado no mundo.

Adalberto Maluf, secretário Nacional de Meio Ambiente Urbano, Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental, afirma que o decreto traz importantes inovações para a Política Nacional de Resíduos Sólidos, ao estabelecer regras mais claras aos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes.

“O decreto estrutura e incentiva várias ações que podem reduzir o impacto ambiental da má gestão dessas embalagens, estimulando embalagens reutilizáveis, recicláveis, retornáveis, trazendo conteúdo reciclado obrigatório mínimo para produzir novas embalagens e, com isso, garantir uma estabilidade maior do preço. Também a promoção de mercados e consumo de produtos feitos com esses materiais reciclados, e, com isso, fomentar uma cultura de reaproveitamento”, ressalta.

Anderson Nassif, representante do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis e diretor de Logística Reversa da Associação Nacional dos Catadores, destaca que o decreto é de grande importância para esses profissionais, que são responsáveis pela maior parte da coleta e destinação pós-consumo do plástico. O representante do movimento social aponta ainda o avanço com a mudança na responsabilidade pela destinação dos rejeitos plásticos após a triagem dos materiais pelas cooperativas:

“São materiais de baixa reciclabilidade, que acabam por se tornar rejeito dentro das organizações de catadores, e o decreto traz algo que é muito importante para nós, que essa responsabilidade não caberá às organizações de catadores, e sim aos fabricantes e importadores. Ademais, o Movimento Nacional de Catadores estará pronto para, novamente, contribuir e defender, obviamente, os interesses da nossa categoria.”

A importância do decreto para economia circular também foi citada por Paulo Teixeira, presidente da Abiplast, Associação Brasileira da Indústria do Plástico. Teixeira explica que a norma traz segurança jurídica para investimentos no setor e aponta alguns desafios para implementação das novas regras:

“Esse decreto traz a obrigatoriedade de conteúdo reciclado nos produtos, né? Então, o desafio para a implementação é sempre grande, porque a gente não sabe a disponibilidade de matéria-prima que vai ter. Mas, toda vez que acontece uma coisa nova dessa, o mercado, aos poucos, vai se adaptando e a gente vai negociando isso. O setor de reciclagem de transformador dos plásticos, que é o nosso setor, está preparado, vem fazendo investimentos há anos, para poder responder a essa demanda de novos conteúdos reciclados em embalagens”.

Para impulsionar a reciclagem, o decreto também estimula a participação dos consumidores no descarte das embalagens plásticas em pontos de entrega voluntária, além de ações de comunicação e de educação ambiental.

Fonte: Rádio Agência

Foz do Amazonas: entenda a decisão do Ibama e a polêmica em torno da exploração de petróleo na região

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Pesquisa por petróleo na região gera críticas de ambientalistas e comemorações de políticos de diferentes espectros, além de organizações de trabalhadores

Após anos de diálogo e de uma tentativa frustrada em 2023, a Petrobras conseguiu do Ibama o licenciamento ambiental para iniciar as perfurações de poços para procurar por petróleo na região da foz do Rio Amazonas, no estado do Amapá. Agora, a empresa afirma ter cumprido os requisitos para iniciar os trabalhos “imediatamente”.

A conquista da empresa recebeu reações mistas da sociedade. Enquanto por um lado houve comemorações dentro do governo e até de movimentos de trabalhadores como a Federação Unificada dos Petroleiros (FUP), ambientalistas criticam a atividade petroleira na região pelos altos riscos oferecidos a uma zona sensível e por constituir um avanço da indústria petroleira em um momento de agravamento das mudanças climáticas.

Em nota, o Ibama defende suas ações e afirma que, após o indeferimento em 2023, o órgão e a empresa “iniciaram uma intensa discussão, que permitiu significativo aprimoramento substancial do projeto apresentado, sobretudo no que se refere à estrutura de resposta a emergência”.

O licenciamento chega a poucos dias do início da COP-30, conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) que trata das mudanças climáticas e tem como objetivo justamente buscar alternativas para reduzir o gás carbônico emitido na atmosfera.

Onde está a Bacia da Foz do Amazonas?

A Margem Equatorial é uma vasta área geológica no litoral brasileiro que se estende por mais de 2,2 mil quilômetros, desde o estado do Amapá até o Rio Grande do Norte. O epicentro do interesse e também da controvérsia está na Bacia da Foz do Amazonas, a porção mais ao norte da Margem Equatorial. É nesta região, especificamente no bloco FZA-M-59, que a Petrobras planeja iniciar a perfuração de um poço exploratório.

A área é ambientalmente muito sensível devido à sua proximidade com ecossistemas únicos, como os Corais da Amazônia, descobertos em 2016, além de manguezais e da grande biodiversidade marinha influenciada pela foz do maior rio do mundo.

O que mudou desde 2023?

Discussões sobre a exploração de petróleo na região ocorrem há mais de uma década, com debates nos governos de Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro.

Há menos de três anos, durante o primeiro ano do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, um parecer do Ibama não autorizou o início das pesquisas na região naquele momento.

“Isso é muito normal para grandes obras”, analisa a advogada Priscila Artigas, presidente da Comissão de Direito Ambiental do IASP (Instituto dos Advogados de São Paulo). “Todas as grandes obras do Brasil passaram assim por essas discussões. A Petrobras fez então um trabalho de aprimorar os estudos e análises que o Ibama exigiu.”

O projeto avançou em meio a forte pressão política. O presidente Lula demonstrou em diversas ocasiões apoio a exploração de petróleo na região, assim como nomes expressivos da política do Amapá como os senadores Davi Alcolumbre (União Brasil – AP) e o líder do governo no Senado Randolfe Rodrigues (PT – AP).

Professor de direito ambiental da PUC-SP, André Gerardes acredita no entanto que a decisão do Ibama foi sobretudo técnica. “O Ibama é conhecido como uma instituição que sempre conseguiu manter uma certa autonomia. Os técnicos têm a garantia do funcionalismo público. Só quem preside o órgão é cargo de confiança”, diz.

Entre as novidades entregues pela Petrobras estiveram mais estudos e até simulações de situações de emergência realizadas ao longo dos últimos meses. Em uma delas, brinquedos foram utilizados para representar animais em risco durante um resgate noturno.

O Ibama destaca que o licenciamento decorre de um Estudo de Impacto Ambiental, formulado a partir de “três audiências públicas, 65 reuniões técnicas setoriais em mais de 20 municípios dos estados do Pará e do Amapá, vistorias em todas as estruturas de resposta à emergência e unidade marítima de perfuração, além da realização de uma Avaliação Pré-Operacional, que envolveu mais de 400 pessoas, incluindo funcionários e colaboradores da Petrobras e equipe técnica do Ibama”.

“Houve, portanto, um processo de amadurecimento institucional, que consolidou práticas de precaução mais sofisticadas”, analisa a advogada Helena Duarte Pereira, da área de direito regulatório do Gaia Silva Gaede Advogados.

Entre as exigências do Ibama que foram atendidas pela empresa estão:

  • Construção de Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) de grande porte para tratar animais vítimas de vazamento de óleo no município de Oiapoque (AP). Já havia outro centro em Belém (PA);
  • Inclusão de três embarcações offshore dedicadas ao atendimento de fauna vítima de vazamentos;
  • Quatro embarcações de atendimento nearshore.

Licença ambiental ainda pode ser revogada?

O professor André Gerardes lembra que o Ibama é a última instância quando tratamos de licenciamento ambiental no país.

“Não cabe um recurso para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, nem o próprio presidente Lula pode rever a decisão. O máximo que é possível acontecer é o Ministério Público entender que a decisão não está fundamentada e recorrer ao judiciário”, diz Gerardes.

Após a divulgação do licenciamento, organizações da sociedade civil já afirmaram que irão à Justiça contra a licença. Observatório do Clima, Greenpeace e Painel Científico para a Amazônia estão entre as organizações críticas à medida.

“Essa decisão contraria os compromissos com a transição energética e coloca em risco as comunidades, os ecossistemas e o planeta”, afirmou Paulo Artaxo, integrante do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e especializado em crise climática e Amazônia à Agência Brasil. “Precisamos de um acordo global para eliminar a extração de petróleo de forma justa, equitativa e sustentável. Até lá, o mínimo que temos que fazer é impedir sua ampliação”, disse.

É importante destacar que a licença emitida pelo Ibama autoriza apenas a pesquisa na região para averiguar se de fato há petróleo na bacia da Margem Equatorial. “A própria pesquisa eventualmente pode me indicar que não tem petróleo, que não tem viabilidade econômica ou técnica para a exploração”, diz Priscila Artigas. Caso seja comprovado potencial econômico, outro licenciamento, de exploração, deverá ser emitido.

O potencial da Margem Equatorial

Especialistas acreditam que a região pode ser a próxima potência petrolífera brasileira. A crença no potencial da região decorre de sua proximidade com a Guiana, país que na última década viveu um “boom” econômico catapultado pela exploração de petróleo. Também nos arredores está a Venezuela, com a maior reserva mundial desta commodity no mundo. Mais próxima da região, a Guiana Francesa também tem planos de perfurar seu solo.

A pesquisa que a Petrobras inicia agora será determinante para definir o futuro, na visão do pesquisador João Victor Marques, da FGV Energia.

“Será possível dimensionar o volume existente no reservatório, bem como sua qualidade e características físico-químicas, e, por fim, verificar a viabilidade econômica para produção”, explica Marques.

“Finalmente, declarada a comercialidade, tem-se início a fase de desenvolvimento, quando o projeto de produção é desenhado, incluindo a unidade estacionária de produção e o modelo logístico de escoamento do óleo”, segue Marques. Ele destaca que, dado o contexto atual de enfrentamento às mudanças climáticas, “o projeto precisa seguir estritamente as condições de resiliência ambiental e econômica para ser competitivo, ambientalmente responsável e socialmente justo”.

Fonte: Istoé Dinheiro

A cidade mais densa do Brasil onde vivem mais de 13 mil pessoas por quilômetro quadrado

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Município paulista atingiu densidade de 13,4 mil habitantes por quilômetro quadrado, segundo o IBGE

Localizada na Grande São Paulo, Taboão da Serra alcançou um marco inédito: é o município com maior densidade populacional do país, segundo o Censo de 2022 do IBGE. São 13.416 habitantes por quilômetro quadrado em um território de pouco mais de 20 km², completamente tomado por construções. O apelido de “formigueiro humano” traduz bem a realidade de uma cidade onde não há mais espaço para crescer.

Com 273 mil moradores registrados em 2022 — número que já chegou a 284 mil em 2024, conforme estimativas —, Taboão da Serra tem 100% do território urbanizado. Não há áreas rurais nem terrenos livres para novos empreendimentos. A expansão horizontal foi substituída por projetos verticais e obras de requalificação urbana, uma tentativa de adaptar o município à falta de espaço físico.

Para se ter uma ideia da densidade, cada quilômetro quadrado da cidade — o equivalente a cerca de 140 campos de futebol — abriga quase 100 pessoas por campo. O cálculo ajuda a dimensionar o tamanho do desafio de planejar uma cidade que literalmente não tem mais onde crescer.

O município nasceu no início do século XX como um pequeno núcleo rural ligado a Itapecerica da Serra. Emancipada em 1959, a cidade cresceu impulsionada pela proximidade com a capital paulista e virou refúgio de quem buscava moradia mais barata sem abrir mão da localização. O avanço foi rápido e desordenado: loteamentos e conjuntos habitacionais tomaram o lugar das antigas chácaras, e em poucas décadas o território se tornou completamente urbano.

Hoje, a falta de espaço pressiona a infraestrutura. Ruas saturadas, escassez de áreas verdes e carência de equipamentos públicos estão entre os principais desafios da administração local. Técnicos da prefeitura defendem incentivos à verticalização e ao uso misto dos edifícios, além da melhoria do transporte público e da redistribuição dos serviços.

Fonte: Revista Forum

Petrobras obtém licença de operação para pesquisa exploratória em águas profundas do Amapá

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A Petrobras recebeu ontem (20/10) a licença de operação do Ibama para a perfuração de um poço exploratório no bloco FZA-M-059, localizado em águas profundas do Amapá, a 500 km da foz do rio Amazonas e a 175 km da costa, na Margem Equatorial brasileira.

A sonda se encontra na locação do poço e a perfuração está prevista para ser iniciada imediatamente, com a duração estimada de cinco meses. Por meio desta pesquisa exploratória, a companhia busca obter mais informações geológicas e avaliar se há petróleo e gás na área em escala econômica. Não há produção de petróleo nessa fase.

“A conclusão desse processo, com a efetiva emissão da licença, é uma conquista da sociedade brasileira e revela o compromisso das instituições nacionais com o diálogo e com a viabilização de projetos que possam representar o desenvolvimento do país. Foram quase cinco anos de jornada, nos quais a Petrobras teve como interlocutores governos e órgãos ambientais municipais, estaduais e federais. Nesse processo, a companhia pôde comprovar a robustez de toda a estrutura de proteção ao meio ambiente que estará disponível durante a perfuração em águas profundas do Amapá. Vamos operar na Margem Equatorial com segurança, responsabilidade e qualidade técnica. Esperamos obter excelentes resultados nessa pesquisa e comprovar a existência de petróleo na porção brasileira dessa nova fronteira energética mundial”, disse Magda Chambriard, presidente da Petrobras.

A Petrobras atendeu a todos os requisitos estabelecidos pelo Ibama, cumprindo integralmente o processo de licenciamento ambiental. Como última etapa de avaliação, a companhia realizou, em agosto, um simulado in loco, denominado Avaliação Pré-Operacional (APO), por meio do qual o Ibama comprovou a capacidade da Petrobras e a eficácia do plano de resposta à emergência.

A companhia segue comprometida com o desenvolvimento da Margem Equatorial brasileira, reconhecendo a importância de novas fronteiras para assegurar a segurança energética do país e os recursos necessários para a transição energética justa.

Fonte: Agência Petrobras

Brasil inicia novo ciclo para o setor mineral com governança voltada ao desenvolvimento sustentável

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CNPM define prioridades da Política Mineral Brasileira e aprova medidas para modernizar e tornar mais sustentável a mineração nacional

Oministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, presidiu, nesta quinta-feira (16/10), a 1ª reunião ordinária do Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM) que marca um importante passo para a formulação de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento sustentável e estratégico do setor mineral brasileiro.

“Deste conselho, vão partir as decisões estratégicas para o futuro da mineração no Brasil. O objetivo é contribuir para que o país possa se posicionar internacionalmente como não somente um supridor desses minerais, mas também utilizando esses recursos para gerar riquezas no nosso próprio território. Inauguramos hoje um novo capítulo da história da mineração, introduzindo uma governança pioneira no setor e promovendo a necessária articulação interministerial. É o caminho seguro para que a nação possa lançar mão de todo o potencial dos minerais, incluindo também os críticos e estratégicos”, afirmou Silveira.

O CNPM aprovou as prioridades da Política Mineral Brasileira, que busca impulsionar uma mineração mais sustentável alinhada com a legislação, além de definir as diretrizes para elaboração do Plano Nacional de Mineração (PNM-2050) e para o Plano de Metas e Ações do setor mineral brasileiro, propondo uma abordagem transversal e de longo prazo quanto ao uso responsável dos recursos minerais ligados à transição energética, à segurança alimentar e ao futuro da indústria.

A política promove o interesse nacional, o uso responsável dos recursos minerais, a modernização da governança e das regras do setor, o reforço da segurança e da sustentabilidade, o incentivo à inovação e ao valor agregado, o avanço do conhecimento geológico e o aprimoramento da arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) com transparência e eficiência.

O Conselho aprovou, ao todo, seis propostas de resolução que vão estruturar o novo ciclo de atuação do colegiado. Além do PNM 2050, estão a aprovação do Regimento Interno do Conselho e a criação de quatro Grupos de Trabalho (GTs) que buscam modernizar, integrar e fortalecer a governança do setor, são eles:

  • GT para realizar Estudo Diagnóstico sobre a Fiscalização das Atividades de Mineração no Brasil: Realizar estudo diagnóstico sobre a fiscalização das atividades do setor com foco na atuação da Agência Nacional de Mineração (ANM) e na possibilidade de atuação conjunta entre entes da federação para mapear as competências legais e constitucionais de cada ente da federação relativas ao registro.
  • GT sobre Taxas de Fiscalização e Encargos Setoriais e instrumentos de Incentivo ao Aproveitamento de Recursos Minerais: Realizar estudos sobre as taxas de fiscalização e outros encargos, visando um ambiente mais justo, previsível e eficiente, além de desincentivar a retenção de áreas sem produção mineral;
  • GT sobre Minerais Críticos e Estratégicos: Estruturar políticas para desenvolver a cadeia de valor dos minerais críticos e estratégicos, estimulando não apenas a extração, mas também o beneficiamento e a industrialização no Brasil; e
  • GT sobre Desenvolvimento Sustentável na Mineração: Analisar e propor medidas para integrar a mineração às políticas ambientais, sociais, territoriais e de desenvolvimento sustentável, minimizando conflitos e promovendo o crescimento socioeconômico.

Sobre o CNPM

Composto por 18 ministros de Estado e pelo presidente do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), o CNPM tem como objetivo assessorar o Presidente da República na formulação de políticas e diretrizes para o setor mineral, de modo a fortalecer a governança pública e o alinhamento entre as políticas de desenvolvimento econômico, social e ambiental.

Fonte: Ministério de Minas e Energia