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OS NOVOS PREFEITOS E O TRANSPORTE SUSTENTÁVEL

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Está nas mãos dos eleitos fazer história e consolidar a eletrificação das frotas de ônibus

A eleição dos novos prefeitos e vereadores é sempre uma boa oportunidade para enfatizar a importância do transporte sustentável na melhoria da qualidade de vida nas cidades.

Como detêm o poder concedente sobre esses serviços na maioria dos municípios, eles terão um grande desafio: revigorar o sistema de transporte urbano por ônibus, trazendo de volta os milhões de passageiros que o deixaram nas últimas décadas.

Segundo a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), o Brasil teve uma queda de 44,1% nas viagens de ônibus urbanos nos últimos dez anos. Em 2023, foram 19,1 milhões de passageiros pagantes por dia a menos do que em 2014.

A Covid-19 certamente acentuou essa tendência, mas a diminuição do total de passageiros transportados por ônibus no Brasil é contínua desde a década de 90.

Os motivos são vários, porém o pano de fundo é uma percepção difusa de queda da qualidade do serviço de transporte público nas grandes cidades. 

A eletrificação das frotas tem um papel decisivo na revalorização desse modal. 

Os ônibus elétricos de zero emissão não são importantes “apenas” para a saúde pública e para combater as mudanças climáticas. Mas também porque são veículos modernos, agradáveis, silenciosos e não poluentes. 

Mudar o status das viagens de ônibus é essencial para trazer de volta ao sistema de transporte aqueles milhões de passageiros perdidos. E para aumentar a frequência de usuários de classe média, dando-lhes uma alternativa ao automóvel.

Ainda assim, estamos no começo dessa jornada. O Brasil tem 103 cidades com mais de 200 mil habitantes. Mas segundo o Portal E-Bus Radar (julho/2024), só 20 delas têm ônibus elétricos em circulação, incluindo as regiões metropolitanas de São Paulo, Salvador e Vitória.

No primeiro semestre, as prefeituras que se inscreveram no programa PAC Seleções do Governo Federal previram somente 2.296 ônibus elétricos nos pleitos de financiamento para renovação de frotas. Menos do que os pedidos de ônibus a diesel Euro 6 (3.015).

Os atuais prefeitos foram modestos. A indústria nacional de ônibus elétricos tem, hoje, capacidade instalada para produzir 10 mil ônibus elétricos/ano.

Em julho, havia 5.899 ônibus elétricos em circulação na América Latina, segundo o E-Bus Radar. Desses, apenas 602 no Brasil – pouco mais de 10%. Chile (2.659) e Colômbia (1.590) seguem muito à frente. O Brasil, no entanto, tem 32% da população do continente latino-americano e 44% da área total. 

Como entramos tarde no processo de eletrificação do transporte público, começamos a colher seus benefícios com atraso.

Em setembro, por exemplo, um estudo apurou a redução de emissões de um grupo de 49 ônibus elétricos produzidos pela Eletra, que entraram em operação na cidade de São Paulo em setembro de 2023. Em apenas um ano, esses ônibus rodaram 4 milhões 138 mil km e deixaram de emitir 7.208 toneladas de CO² na atmosfera.

São Paulo tem hoje cerca de 450 ônibus elétricos em operação, inclusive 201 trólebus que circulam há mais de dez anos. Imagine a contribuição que essa ainda modesta frota elétrica já deu à despoluição da maior cidade do país”. Se todos os 13 mil ônibus paulistanos a diesel forem de zero ou baixa emissão (como prevê a Lei 16.802), a frota deixará de emitir na atmosfera nada menos de 14,3 milhões de toneladas de gás carbônico (CO²) em 20 anos! Afora os poluentes tóxicos à saúde humana, como óxidos de nitrogênio NOx), material particulado (MP) e outros.  

Essas vantagens estão disponíveis para todos os prefeitos que tomarão posse em janeiro. 

Se apostarem na eletrificação do transporte público, melhorarão substancialmente a qualidade de vida de seus municípios e terão excelentes indicadores ambientais e sociais para apresentar a seus eleitores. 

Está na mão dos novos prefeitos fazer história e mudar os rumos dos serviços de transporte urbano no país. Mais do que isso: eles terão o poder de transformar o Brasil num líder global em transporte sustentável. 

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade da autora, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

CURSO DO P3C CAPACITA PROFISSIONAIS PARA RENEGOCIAÇÃO DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS NO BRASIL

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curso tem como objetivo preparar profissionais para atuar em processos complexos de renegociação e garantir a sustentabilidade dos contratos de concessão no país

Com o aumento da demanda por renegociação de contratos de concessão, impulsionado pela reestruturação da BR 163-MT e a criação da SECEX-Consenso no Tribunal de Contas da União (TCU), o Programa de Parcerias de Contratos Concessivos (P3C) lançou um curso focado na capacitação de agentes públicos e privados para atuarem nesses processos. O curso, que se inicia em 22 de setembro e vai até 22 de novembro de 2024, é oferecido no formato EAD e promete fornecer aos participantes as ferramentas e conhecimentos necessários para enfrentar os desafios dessa prática no Brasil.

Um tema emergente no cenário brasileiro

Apesar de a renegociação de contratos administrativos ser comum em outros países, no Brasil, o tema ainda é relativamente novo e complexo. Nos últimos anos, alguns estados e municípios passaram por processos de renegociação, como o das rodovias paulistas e o da concessionária Águas de Cuiabá, mas o país carece de diretrizes claras e consolidadas para orientar essas renegociações.

Com o recente interesse do Governo Federal, que atualmente avalia 14 contratos de rodovias e três de aeroportos, a necessidade de profissionais capacitados nesse campo se tornou ainda mais urgente. O curso do P3C surge para atender essa demanda, capacitando profissionais para compreender quando faz sentido renegociar contratos ou caminhar para sua extinção, como assegurar o equilíbrio e a sustentabilidade econômico-financeira e quais são os limites legais e práticos das alterações contratuais.

Objetivos e público-alvo

O curso é direcionado a reguladores, gestores de contratos, executivos do setor de infraestrutura, consultores, financiadores e outros profissionais que atuam com contratos de concessão, Parcerias Público-Privadas (PPP), obras públicas e gestão de ativos ambientais. É recomendado que os participantes tenham formação superior e experiência prévia com contratos de concessão ou obras públicas.

Mauricio Portugal Ribeiro e Felipe Sande, especialistas em contratos administrativos e com experiência prática na renegociação de concessões desde 2016, são os professores responsáveis pelas aulas. Com uma abordagem multidisciplinar, que abrange aspectos jurídicos e econômico-financeiros, o curso visa não só apresentar a teoria por trás das renegociações, mas também oferecer uma visão prática baseada em casos reais.

Detalhes do curso

O curso tem carga horária total de 14 horas, com aulas gravadas em módulos, disponibilizadas de forma online. As inscrições estão limitadas a 100 vagas, garantindo um acompanhamento mais próximo e eficaz. As aulas foram liberadas no dia 22 de setembro de 2024 e o curso se estenderá até 22 de novembro de 2024.

Os participantes terão a oportunidade de entender como lidar com questões como o “moral hazard” e a isonomia em processos de renegociação, além de explorar as melhores práticas para proteger o poder concedente e garantir o cumprimento dos contratos renegociados.

O curso do P3C chega em um momento estratégico, à medida que o Brasil busca aperfeiçoar a gestão de contratos de concessão e promover um ambiente mais seguro para investimentos. Com o avanço dos programas de renegociação do Governo Federal e a maior profissionalização do setor, espera-se que o Brasil desenvolva um arcabouço sólido de parâmetros para conduzir esses processos de forma eficiente, transparente e benéfica para o interesse público.

Com a formação dos primeiros profissionais especializados em renegociação de contratos administrativos, o país se prepara para enfrentar os desafios futuros de forma mais estruturada, contribuindo para a estabilidade e o desenvolvimento do setor de infraestrutura nacional.

Acesse o link e participe! 

MOBILIDADE NO DIVÃ: PORQUE O PLANEJAMENTO URBANO FOCADO NOS MODOS SUSTENTÁVEIS DE TRANSPORTE PARECE SESSÃO COM PSICÓLOGO

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Mesmo sabendo das soluções, o caminho rumo à transformação é bloqueado, não por falta de conhecimento ou de recursos, mas por barreiras estruturais, alimentadas por interesses econômicos enraizados e a apatia política.

Os especialistas em mobilidade urbana têm respostas claras para tornar nossas cidades mais eficientes, saudáveis e sustentáveis. Defendemos com veemência a priorização dos modos ativos de transporte – a pé e bicicleta – conectados a sistemas de transporte coletivo bem estruturados e acessíveis.

Essas soluções não são apenas técnicas; são amparadas por estudos robustos que mostram seus impactos positivos na saúde pública, na redução de emissões de carbono e na melhoria da qualidade de vida urbana. 

No entanto, com uma frequência desconcertante, esbarramos no mesmo entrave: a resistência política. Esse obstáculo, invisível, mas incrivelmente sólido, frustra e freia qualquer progresso significativo.

Essa experiência é comum na psicoterapia, quando dizemos: “Estou passando por isso novamente, nesse processo automático, o tal padrão repetitivo de comportamento”. 

No caso dos especialistas em mobilidade, é quase como se as cidades, em seu processo político e econômico, repetissem um ciclo vicioso de inação. Mesmo sabendo das soluções, o caminho rumo à transformação é bloqueado, não por falta de conhecimento ou de recursos, mas por barreiras estruturais, alimentadas por interesses econômicos enraizados e a apatia política.

A questão torna-se ainda mais intrigante quando consideramos o ciclo de esperança e desilusão vivido por esses profissionais. Participam de conferências, elaboram planos, propõem soluções em reuniões públicas e privadas, apenas para ver muitas de suas ideias sendo gradualmente desconsideradas ou descaracterizadas pela máquina política. A frustração não vem da falta de ideias ou da ineficácia das propostas, mas sim do fato de que as mudanças necessárias parecem eternamente ao alcance e, ao mesmo tempo, impossíveis de serem implementadas.

Assim como na terapia, onde o paciente precisa confrontar as raízes de seus padrões automáticos, os especialistas em mobilidade urbana enfrentam uma espécie de espelho coletivo. As cidades, com suas estruturas permeadas de poder e influência, resistem à mudança, mesmo quando essa mudança é claramente o caminho lógico e necessário para um futuro mais próspero. 

Tal como o terapeuta que observa seu paciente repetir padrões destrutivos, os urbanistas assistem às cidades optarem, repetidamente, por soluções que mantêm os mesmos padrões insustentáveis de mobilidade, ampliando as vagas de estacionamento gratuito, diminuindo a frequência de linhas de ônibus, apagando ciclofaixas.

Da mesma forma que a terapia é um processo de repetição e, eventualmente, de transformação, o trabalho dos especialistas em mobilidade urbana é contínuo e resiliente. Estejamos cientes das barreiras e das dinâmicas de poder que enfrentamos, sabendo que cada esforço para promover uma cidade mais caminhável e ciclável, com transportes coletivos eficientes, planta uma semente de mudança.

A comparação com a psicoterapia nos ajuda a entender o papel dos especialistas em mobilidade urbana dentro de um processo que, por vezes, é lento e frustrante, mas que também promove saltos nos patamares da consciência e pode ser incrivelmente transformador para as cidades.

Afinal, o que está em jogo não é apenas a melhoria da mobilidade urbana, mas a forma com que construímos nossas cidades e a qualidade de vida de todos que nelas habitam. Trata-se de mudanças, de alterar as lógicas vigentes, de oferecer novas possibilidades, de agir com ousadia. 

Que possamos manter a coragem e produzir propostas mais ousadas, superando os enfrentamentos que virão, sem desistir da possibilidade de uma cidade mais saudável, ainda que o caminho exija novas habilidades e nos tire totalmente da nossa zona de conforto.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

AS ENTREGAS DE ÚLTIMA MILHA E A INTELIGÊNCIA DE TRÁFEGO NAS CIDADES

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Os desafios desse segmento incluem questões como planejamento de rotas e conhecimento sobre elas, além de manutenção de frota, entre outros pontos.

Quando me perguntam sobre os principais agentes de inovação em mobilidade, costumo incluir as empresas de delivery ou de last-mile, que são as chamadas entregas de última milha. Afinal, elas encurtam a distância entre as pessoas e os produtos ou serviços, de forma ágil. Essa facilidade dialoga diretamente com o conceito das cidades inteligentes, em que os serviços estão próximos dos habitantes.

Dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm) mostram que, em dez anos, de 2018 a 2028, o mercado de e-commerce deve ter um aumento de mais de R$200 bilhões em faturamento. São serviços que já fazem parte da rotina das famílias e vão seguir crescendo exponencialmente, mesmo após a pandemia de COVID-19.

Mas como aprimorar isso? Entendo que os estacionamentos devem liderar essa mudança e proporcionar maior conveniência para necessidades variadas. Para que essa etapa final da jornada logística seja cada vez mais eficiente, empresas que realizam as entregas diretas ao consumidor inovam constantemente para otimizar serviços. Os desafios desse segmento incluem questões como planejamento de rotas e conhecimento sobre elas, além de manutenção de frota, entre outros pontos.

Em Paris, capital francesa que popularizou o conceito de “cidades de 15 minutos” – segundo o qual a maioria das necessidades diárias de um cidadão deve ser atendida a pé ou de bicicleta a partir de suas casas –, há exemplos de uso de estacionamentos com infraestrutura e localização estratégicas para facilitar as entregas de produtos frescos. Em um nível subterrâneo de um estacionamento, veículos podem rotacionar e ser abastecidos de mercadorias, armazenadas em sala fria. Dada a distância curta, veículos leves, como bicicletas, guardados e ajustados no local, também podem ser usados nas entregas rápidas.

No Brasil, esses espaços têm o potencial de servir de apoio e organização de frotas. Estacionamentos próximos a centros de distribuição de produtos podem ser fundamentais para dar apoio aos entregadores, por exemplo, gerando receita também para o estabelecimento, que cede vagas e tem mais uma fonte de receita em horários de pouco ou nenhum movimento, além de organizar o fluxo de carros no entorno.

Além disso, estacionamentos de shoppings – que são estrategicamente localizados, reunindo uma gama de serviços e com boa infraestrutura – podem, com base em uma análise de dados, ter conhecimento prévio do perfil dos consumidores para estimular o consumo de outros itens no local. Uma loja de roupas pode gerar um cupom de desconto para atrair aquele cliente de last-mile.

Assim, a eficiência das cidades no contexto atual que vivemos, de crescente demanda por rapidez e conveniência, passa por pensar melhor o uso de espaços e trajetos, com o uso de dados e ferramentas tecnológicas como aliados.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

P3C REGIONAL NORDESTE 2024: RECIFE RECEBE O PRINCIPAL EVENTO DE INFRAESTRUTURA E PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS DO ANO

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Evento reúne especialistas para debater o futuro da infraestrutura no Nordeste e impulsionar novas oportunidades de investimento na região

Com a expectativa de reunir mais de 600 participantes e mais de 60 palestrantes renomados, a cidade de Recife se prepara para sediar o P3C Regional Nordeste, a edição mais esperada do evento que promove o desenvolvimento de infraestrutura por meio de Parcerias Público-Privadas (PPPs) e concessões no Brasil.

No dia 14 de novembro, o evento irá concentrar discussões sobre os principais desafios e oportunidades para a infraestrutura na Região Nordeste, com foco em áreas estratégicas como energia, mobilidade urbana, saneamento e descarbonização. As atividades serão realizadas em quatro palcos simultâneos, com rodadas de negócios, work stations e salas de reuniões para estimular a interação entre especialistas, investidores e agentes públicos.

A programação do P3C trará temas como “Cidades Dinâmicas e Centros Urbanos”, “Infraestrutura Social”, “Portos e Aeroportos”, “Financiamento de Projetos”, “Soluções de Conflitos”, “Energia”, “Mobilidade Urbana”, “Saneamento”, “Matriz de Risco e Reequilíbrios Contratuais”, “Cidades Conscientes”, “Governança em Projetos de Infraestrutura” e “Rodovias e Ferrovias”. Cada uma dessas áreas será discutida a partir de uma perspectiva voltada ao desenvolvimento da Região Nordeste, considerando as peculiaridades e desafios locais.

O evento conta com autoridades já confirmadas: Ministro Silvio Costa Filho, do Ministério de Portos e Aeroportos; Paulo Câmara, Presidente do BNB; Rodrigo Ribeiro de Queiroz, Secretário de Projetos Estratégicos – Governo de Pernambuco; Luciene Machado, Superintendente da Área de Soluções para Cidades – BNDES; Diogo Bezerra, Secretário de Mobilidade e Infraestrutura – Governo de Pernambuco; Felipe Borim Villen, Superintendente de Infraestrutura – BNDES; Joaquin Guerrero, Diretor Geral – Aena Brasil; Daniel Rocha Sobrinho, Assessor Empresarial – Banco do Brasil; Denis Mendes de Melo Matias, Gerente Nacional de Desenvolvimento de Parcerias e Serviços Especiais para Governo – CAIXA; Bernardo Bahia, Especialista em Parcerias Público-Privadas – UNOPS; Gustavo Valente, Diretor de Infraestrutura – Vinci Partners.

Os painéis irão aprofundar discussões sobre o papel do setor privado na melhoria de serviços essenciais como saneamento e abastecimento de água, áreas que ainda apresentam um grande déficit na região e, ao mesmo tempo, são promissoras para novos investimentos e parcerias. Outro destaque será a abordagem sobre energias renováveis, que vem consolidando o Nordeste como um líder na geração de energia eólica e solar, proporcionando não apenas crescimento econômico, mas também soluções sustentáveis para a matriz energética brasileira.

O evento também trará uma perspectiva estratégica para a descarbonização e a gestão de riscos em projetos de infraestrutura, contribuindo para a formação de cidades mais conscientes e adaptadas às novas exigências ambientais e sociais. Com representantes dos nove estados do Nordeste, o P3C promete ser um catalisador de ideias e oportunidades, que beneficiem diretamente a população e alavanquem o desenvolvimento regional.

Recife: Cidade-Símbolo do Desenvolvimento Regional

Recife foi escolhida como cidade anfitriã por ser um símbolo do crescimento econômico e da inovação no Nordeste. Com uma população que compõe 26,9% dos brasileiros — cerca de 56,4 milhões de pessoas —, a região tem se destacado em investimentos em energias renováveis, mobilidade e reestruturação urbana. Ao sediar o evento, a capital pernambucana reafirma seu papel como um dos principais polos para investimentos no Brasil, especialmente em setores estratégicos como portos e infraestrutura social.

Com um público diversificado, composto por profissionais do setor, executivos de empresas privadas e estatais, investidores, consultores, acadêmicos e agentes públicos, o P3C se consolida como um espaço de convergência entre diferentes setores. Além das discussões em torno de soluções de conflitos e governança em projetos de infraestrutura, os participantes poderão interagir nas rodadas de negócios e explorar novas parcerias, fomentando um ecossistema de inovação e desenvolvimento na região.

A expectativa é que, ao fim do evento, novas iniciativas e acordos sejam estabelecidos, promovendo o crescimento econômico de maneira sustentável para o Nordeste e para o Brasil como um todo.

Saiba mais: P3C Regional Nordeste – P3C

RECIFE COMO PROTAGONISTA NO USO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO BRASIL

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Recife tem sido amplamente reconhecido por seus avanços em tecnologia e inovação, sendo agraciado com prêmios importantes nos anos de 2023 e 2024 pelos progressos na transformação digital.

Recife tem se consolidado como um polo inovador no uso da Inteligência Artificial (IA), destacando-se no cenário nacional como uma cidade que abraça a tecnologia para melhorar a vida de seus cidadãos. Nos últimos anos, o município tem investido em soluções tecnológicas para áreas essenciais como saúde, educação e mobilidade urbana, integrando IA em várias etapas dos processos públicos, além de abrigar o maior hub privado de tecnologia do Brasil: o Porto Digital.

Recife tem sido amplamente reconhecido por seus avanços em tecnologia e inovação, sendo agraciado com prêmios importantes nos anos de 2023 e 2024 pelos progressos na transformação digital. O município recebeu mais de vinte prêmios nacionais, como o 1º lugar no Brasil no Smart City Expo Curitiba 2024, 1º Lugar Nacional no ANCITI Awards 2023 e 2024, 1º lugar 2023 e 2024 no Agile Trends, Prêmio Nacional de Inovação em Gestão Pública Digital da ENAP, Selo Ouro 2023 do Connected Smart Cities 2023, Selo Diamante no Connected Smart Cities 2024 que reconhecem a excelência na aplicação de tecnologias emergentes, especialmente IA, para melhorar a eficiência dos serviços públicos e a qualidade de vida dos cidadãos. Esse reconhecimento não só reforça o protagonismo de Recife no cenário tecnológico brasileiro, como também serve de modelo para outras cidades que buscam transformar-se digitalmente.

Um dos principais exemplos dessa vanguarda está na gestão da saúde pública. A Prefeitura do Recife, por meio do programa E.I.T.A. Recife, desenvolveu um robô baseado em IA que auxilia os médicos nos encaminhamentos de pacientes. Esse robô analisa dados clínicos e recomenda o melhor procedimento ou unidade de saúde para cada caso, otimizando o fluxo de pacientes, reduzindo o tempo de espera por atendimento especializado, e redução do absenteísmo, criando um overbooking inteligente. Além disso, a cidade está implementando sistemas que utilizam IA para prever neoplasias e tratamento preventivo. Esses algoritmos conseguem analisar dados de pacientes, como históricos médicos e padrões de sintomas, e fornecer diagnósticos mais precisos, facilitando a triagem e reduzindo a sobrecarga dos profissionais de saúde. A telemedicina com suporte de IA também tem permitido o atendimento remoto de pacientes, algo especialmente relevante em comunidades vulneráveis.

Na educação, Recife se prepara para se destacar com plataformas de aprendizado adaptativo que utilizam IA para personalizar o ensino de acordo com o ritmo de cada aluno. Essas ferramentas serão aplicadas nas escolas municipais, ajudando a identificar defasagens educacionais e sugerir metodologias de ensino mais eficazes. Isso torna o processo educacional mais inclusivo e eficiente, promovendo maior equidade no aprendizado.

Um outro uso inovador da IA está no programa CredPop, criado pela Prefeitura de Recife para apoiar microempreendedores de qualquer segmento econômico da cidade. A Inteligência Artificial é usada para analisar o perfil de risco de cada solicitante, avaliando dados como endereço efetivo no Recife, comportamento de pagamento e o potencial de crescimento do negócio, além de dar suporte aos mutuários para desenvolver um bom plano de negócio. Isso permite uma concessão de crédito mais justa e eficiente, ampliando o acesso ao crédito para quem mais precisa, sem a burocracia tradicional, e se transformando no crédito popular com a liberação mais rápida no Brasil. Além de facilitar o processo, a IA no CredPop ajuda a reduzir inadimplências e a otimizar os recursos disponíveis.

Recife também tem se tornado um hub de inovação, com startups e centros de pesquisa focados no desenvolvimento de soluções baseadas em IA. A parceria entre o setor público, universidades e empresas privadas tem sido essencial para impulsionar esse ecossistema, criando um ambiente propício para o desenvolvimento de novas tecnologias. Exemplo disso é o Porto Digital, que abriga empresas e startups inovadoras no setor de tecnologia, muitas delas dedicadas à IA.

O protagonismo de Recife no uso da Inteligência Artificial não apenas posiciona a cidade como uma referência nacional, mas também demonstra o compromisso com o futuro. Ao investir em tecnologia de ponta, Recife está criando um modelo de desenvolvimento sustentável, inclusivo e voltado para o bem-estar dos cidadãos, abrindo caminho para que outras cidades brasileiras sigam esse exemplo.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities 

DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO SETOR DE MOBILIDADE URBANA

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Os projetos de mobilidade urbana no Brasil visam integrar modais de transporte por meio de Parcerias Público-Privadas, buscando eficiência e qualidade de vida.

Os projetos de mobilidade urbana no Brasil envolvem a colaboração de todos os níveis de governo — municipal, estadual e federal — para enfrentar os desafios crescentes de urbanização e transporte. Desde a estruturação de modais até a concessão dos serviços de transporte, esses projetos são estratégicos para melhorar a eficiência do deslocamento e a qualidade de vida nas cidades. A integração entre ônibus, metrôs, VLTs, ciclovias e outros modais tem sido uma prioridade, com o objetivo de tornar o transporte mais eficiente e acessível para a população.

A mobilidade urbana vai além da oferta de diferentes tipos de transporte. É fundamental que esses modais sejam integrados para facilitar o deslocamento e reduzir o tempo de viagem. A estruturação dos modais, como BRTs, metrôs, VLTs e bicicletas, e a concessão dos serviços de transporte, são frequentemente organizadas por meio de Parcerias Público-Privadas (PPPs), buscando eficiência operacional e sustentabilidade financeira. Investimentos em infraestrutura e tecnologia são essenciais para garantir a implementação de soluções inovadoras, como sistemas de bilhetagem eletrônica e monitoramento em tempo real, que contribuem para um transporte mais ágil e sustentável.

Um dos principais focos dos projetos de mobilidade urbana é a integração de diferentes modais. Cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte têm trabalhado para conectar ônibus, metrôs, VLTs e ciclovias, com bilhetes integrados e tarifas unificadas. Isso permite ao usuário transitar de maneira mais rápida e econômica, reduzindo a dependência do transporte individual. Além disso, a eficiência dos serviços é um ponto-chave, e o uso de novas tecnologias de monitoramento e gestão do tráfego vem se expandindo, garantindo uma operação mais eficiente dos sistemas de transporte coletivo.

O financiamento do transporte público é outro desafio central. Modelos de financiamento que atraem investimentos privados são necessários para garantir a viabilidade e manutenção dos projetos de mobilidade. A eletrificação das frotas de ônibus, por exemplo, requer grandes investimentos em infraestrutura elétrica, incluindo subestações e novas tecnologias para atender a demanda energética. O setor de transporte sobre trilhos, que já possui expertise em eletrificação, pode servir de modelo para a implementação de soluções energéticas no transporte sobre pneus.

Pneus: BRTs, Corredores e Renovação de Frotas

No setor de transporte sobre pneus, cidades como Curitiba, Rio de Janeiro e Belo Horizonte lideram projetos de expansão de sistemas de BRT (Bus Rapid Transit) e corredores exclusivos para ônibus. Essas iniciativas buscam aumentar a eficiência e reduzir o tempo de deslocamento, com algumas delas sendo implementadas via Parcerias Público-Privadas (PPPs). Além disso, a renovação das frotas de ônibus com veículos elétricos e sustentáveis está em pauta, embora desafios relacionados ao fornecimento e à infraestrutura energética precisem ser superados para garantir a escalabilidade dessa transição.

Trilhos: Metrô e Trem

No transporte sobre trilhos, cidades como São Paulo, Salvador e Recife têm expandido suas redes de metrô e VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) para aumentar a capacidade de transporte e reduzir a emissão de poluentes. A Linha 6 – Laranja do metrô paulistano, a expansão do VLT carioca e a expansão do metrô de Belo Horizonte são exemplos de projetos que estão em andamento e que envolvem concessões públicas e privadas. Além disso, o setor de trilhos, com sua longa experiência em eletrificação e grandes projetos de infraestrutura, oferece um exemplo de sucesso para a integração de energias renováveis e transporte público eficiente.

No contexto do evento P3C 2025, a mobilidade urbana será um dos temas centrais, abordando os desafios e oportunidades para o setor no Brasil. O evento discutirá a importância das Parcerias Público-Privadas na estruturação e concessão dos serviços de transporte, explorando como essas colaborações podem viabilizar projetos de BRTs, corredores exclusivos, e a expansão de redes de metrô e VLT. Além disso, será debatido o papel das PPPs no financiamento e na implementação de tecnologias inovadoras para otimizar a eficiência do transporte público e a integração entre diferentes modais.

A ECONOMIA DE DADOS COM INSTRUMENTO PARA FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS BASEADAS EM EVIDÊNCIAS

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Governos em todo o mundo têm adotado estratégias digitais para coletar, compartilhar e analisar dados que podem informar políticas públicas em tempo real.

Com o crescimento exponencial da digitalização e da coleta de dados, as administrações públicas ao redor do mundo começaram a perceber o potencial da economia de dados como um recurso essencial para a formulação de políticas públicas. Uma economia de dados bem estruturada permite que governos tomem decisões mais informadas, eficientes e direcionadas, com base em evidências concretas coletadas a partir de grandes volumes de dados.

A economia de dados refere-se à produção, coleta, processamento e uso de dados como ativos econômicos. Em um contexto de políticas públicas, isso significa que os governos utilizam dados como base para a criação, implementação e avaliação de suas políticas. A relevância desse conceito está no fato de que ele proporciona uma base empírica para a tomada de decisões, o que pode resultar em maior precisão e eficácia das políticas adotadas.

Governos em todo o mundo têm adotado estratégias digitais para coletar, compartilhar e analisar dados que podem informar políticas públicas em tempo real. O avanço tecnológico não apenas facilita a coleta de dados, mas também possibilita uma análise mais precisa e rápida dessas informações, permitindo que governos se adaptem de forma ágil às necessidades emergentes da sociedade.

Essa transformação pode ser vista em ações como a Estratégia de Governo Digital adotada pelo Canadá, que visa integrar os dados em todas as esferas do governo para melhorar a entrega de serviços públicos e a formulação de políticas. O mesmo ocorre em países da União Europeia, que têm adotado modelos de governança baseados em dados abertos, permitindo que informações coletadas pelo setor público sejam acessadas e reutilizadas para o desenvolvimento de soluções inovadoras. A digitalização foi um fator chave nessa transformação e, na promoção dessa economia de dados.

Um dos principais benefícios da economia de dados na formulação de políticas públicas é a capacidade de fornecer uma base empírica sólida para as decisões. Ao utilizar dados em tempo real, governos podem identificar evidencias, tendências e padrões, o que deve influenciar o desenvolvimento de políticas mais assertivas que atendam às reais necessidades da população.

Além disso, uma economia de dados pode promover a transparência governamental. Quando as políticas públicas são baseadas em dados acessíveis ao público, há maior responsabilização e controle social, o que pode fortalecer a confiança nas instituições públicas. Em muitos países, a abertura de dados já é uma realidade, promovendo o engajamento cidadão e permitindo que a sociedade civil participe ativamente da avaliação e monitoramento das políticas adotadas.

Apesar dos muitos benefícios, a implementação de uma economia de dados para políticas públicas também enfrenta desafios significativos. Um dos principais problemas é a falta de infraestrutura adequada, especialmente em países em desenvolvimento. Sem uma rede tecnológica eficiente, a coleta e o processamento de grandes volumes de dados podem ser inviáveis, o que limita a capacidade dos governos de adotar políticas públicas baseadas em evidências.

Além disso, questões relacionadas à privacidade e à segurança dos dados também precisam ser abordadas. Em um mundo onde os dados pessoais são frequentemente coletados, governos precisam garantir que os dados sejam protegidos e que as políticas de uso de dados respeitem os direitos dos cidadãos. A implementação de regulamentos sobre a Proteção de Dados, é um exemplo de como governos podem equilibrar a utilização de dados com a proteção da privacidade.

Outro desafio significativo está relacionado à capacitação de profissionais da administração pública. Para que os dados sejam utilizados de forma eficiente, é fundamental que os gestores públicos possuam as habilidades técnicas necessárias para interpretar e utilizar esses dados de maneira apropriada. A falta de treinamento pode resultar no subaproveitamento dos dados coletados ou em políticas mal formuladas.

No Brasil, a construção de uma economia de dados ainda está em seus estágios iniciais. Há iniciativas com o uso de plataformas abertas para dados públicos, o que indica um movimento positivo em direção à adoção de políticas públicas baseadas em evidências. Já o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços discute com diferentes stakeholders a Política Nacional para Economia de Dados. 

Embora haja avanços em termos de digitalização e abertura de dados, como a criação de plataformas de transparência governamental, o país ainda enfrenta desafios significativos em termos de infraestrutura e desigualdade no acesso à tecnologia. Essas limitações dificultam a coleta e o uso eficiente de dados em diversas áreas, como saúde, educação e segurança pública. Contudo, para que a economia de dados realmente se consolide no País, será necessário investir em infraestrutura tecnológica, capacitação profissional e na criação de um arcabouço legal que assegure o uso ético e seguro dos dados.

A economia de dados representa uma nova fronteira na formulação de políticas públicas baseadas em evidências. Ao permitir que governos coletem e analisem dados de maneira eficiente, a economia de dados oferece a possibilidade de implementação de políticas públicas mais precisas, eficientes e transparentes. No entanto, para que esse potencial seja plenamente realizado no Brasil ainda temos que enfrentar os desafios relacionados à infraestrutura, privacidade e capacitação profissional.  Apenas com uma base sólida, será possível integrar plenamente a economia de dados na governança pública, promovendo políticas que realmente atendam às necessidades da população.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

BIOCOMBUSTÍVEIS: O PAPEL CRUCIAL NA DESCARBONIZAÇÃO DO SETOR ENERGÉTICO

Entenda o que são os biocombustíveis, principais tipos e como eles podem impulsionar o Brasil na Transição Energética. 

Biocombustíveis são combustíveis sustentáveis produzidos a partir de matéria orgânica renovável, como plantas e resíduos agrícolas ou industriais. Eles substituem os combustíveis fósseis e ajudam a reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Explicamos tudo sobre os Biocombustíveis no Blog da GreenIO. Veja a seguir!

Compreendendo os Biocombustíveis

Antes de mais nada, compreende-se que os biocombustíveis são uma fonte de energia sustentável que permitem uma diversificação da matriz energética. Ademais, a produção de biocombustíveis estimula o desenvolvimento rural. Promovendo a geração de emprego e renda no campo.

Contribuindo para a segurança energética, ao reduzir a dependência de combustíveis fósseis. Além de incentivar a bioeconomia e a descarbonização.

Conheça os Principais Tipos de Biocombustíveis

Os biocombustíveis incluem o Biodiesel, Etanol, Biogás, Bioquerosene e Hidrogênio Verde, todos produzidos a partir de fontes renováveis e com potencial para reduzir emissões. Cada um desempenha um papel importante na descarbonização de setores específicos. Quer saber mais sobre os tipos de biocombustíveis? Confira a seguir:

1. Biodiesel

Biodiesel

De forma geral, produz-se o biodiesel a partir de óleos vegetais, como soja e palma, ou gorduras animais, sendo uma fonte renovável por utilizar matérias-primas orgânicas. Através da transesterificação, os triglicerídeos desses óleos reagem com álcool (metanol ou etanol), gerando biodiesel e glicerina.

Ele funciona em motores a diesel convencionais, sem grandes adaptações, sendo ideal para o transporte rodoviário. Outrossim, o biodiesel é biodegradável, não tóxico e reduz em até 90% as emissões de CO₂, oferecendo uma alternativa mais limpa em relação ao diesel fóssil.

Biodiesel no Brasil

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de biodiesel, com uma produção de mais de 7,5 bilhões de litros em 2023, segundo o Anuário Estatístico da ANP. Esse aumento foi impulsionado pela elevação da mistura obrigatória de biodiesel no diesel para 12%.

O cenário é positivo, com novas metas estabelecidas pelo projeto “combustível do futuro”, que prevê 15% de biodiesel no diesel até 2025 e 20% até 2030.

Ademais, o Painel Dinâmico de Produtores de Biodiesel, da ANP, oferece dados sobre a localização, produção regional, matéria-prima e capacidade de armazenamento dos produtores regulados de biodiesel. Além disso, as tabelas com essas informações estão disponíveis para consulta pública, facilitando o acesso a dados atualizados sobre o setor.


2. Etanol

Etanol

Primeiramente, o etanol é um tipo de álcool obtido pela fermentação de açúcares de materiais vegetais, como cana-de-açúcar e milho. Ele emite menos CO₂ que a gasolina, é biodegradável e pode ser usado puro (E100) ou misturado com gasolina (E27).

Suas principais vantagens incluem baixo custo de produção, redução de emissões e contribuição para a segurança energética, com aplicações em carros “flex-fuel” e usinas de cogeração de eletricidade.

Etanol no Cenário Nacional

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de etanol, atrás apenas dos Estados Unidos. Em 2023, a produção de etanol foi de aproximadamente 35,4 bilhões de litros, com 29,5 bilhões de litros provenientes de cana-de-açúcar e 5,9 bilhões de litros de milho. Uma produção 15,4% maior em relação a 2022, conforme a Análise de Conjuntura dos Biocombustíveis 2023 da Empresa de Pesquisa Energética – EPE.

Do mesmo modo, no mesmo ano o Brasil importou 59,6 mil m³ de etanol, uma redução de 81,1% em relação a 2022, sendo 99% proveniente do Paraguai. Em contrapartida, as exportações brasileiras cresceram 2,9%, alcançando 2,5 milhões de m³, impulsionadas pelas regiões da América Central e do Sul, Oriente Médio, África e Ásia-Pacífico.

Os principais destinos do etanol brasileiro foram a Ásia-Pacífico (44,1%), Europa (24,7%) e América do Norte. A Coreia do Sul se destacou como o maior importador, adquirindo 820,3 mil m³, o que representou 32,7% do total exportado.


3. Biogás e Biometano

Biogás

De maneira geral, o biogás é um combustível gasoso gerado pela decomposição de matéria orgânica, como resíduos agrícolas e lixo orgânico. Através de processos anaeróbios, ou seja, sem a presença de oxigênio.

Sua principal composição é o metano (CH₄), com alto poder energético. Ele transforma resíduos descartáveis em energia, sendo utilizado para gerar eletricidade, calor e, quando convertido em biometano, como combustível para veículos.

As vantagens incluem a redução de emissões de metano, melhor gestão de resíduos e menor dependência de combustíveis fósseis. Além disso, suas principais aplicações são em estações de tratamento de esgoto, aterros sanitários e como substituto do GNV em veículos.

Crescimento do Biogás e Biometano no Brasil em 2023

Atualmente, o Brasil foca sua produção de biometano no mercado interno, substituindo o gás natural em veículos, indústrias e geração de energia. Embora ainda em expansão, o biometano é fundamental para a descarbonização da matriz energética brasileira, com grande potencial para o futuro.

Em 2023, o Brasil alcançou uma capacidade instalada de 131 MW para geração distribuída de biogás, com uma oferta de 460 mil toneladas equivalentes de petróleo (tep). A produção de biometano cresceu 12,3%, atingindo 74,9 milhões de m³, sendo transportado como gás comprimido ou Bio-GNL, substituindo o gás natural em várias aplicações. Conforme o Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2024.

O Rio de Janeiro liderou o processamento de biogás, com 69,8% do total, seguido por Ceará e São Paulo. A maior parte da produção de biometano concentrou-se nas Regiões Sudeste e Nordeste. Com a expansão da produção e iniciativas como o RenovaBio, o Brasil tem potencial para exportar biometano no futuro.


4. Bioquerosene para Aviação

Bioquerosene para aviação

O bioquerosene para aviação, ou SAF (Sustainable Aviation Fuel), é uma alternativa renovável ao querosene convencional, produzido a partir de biomassa como óleos vegetais e resíduos orgânicos. Quimicamente semelhante ao querosene tradicional, o SAF pode ser misturado em até 50% sem afetar o desempenho dos motores.

Esta solução visa reduzir as emissões de carbono na aviação, ao mesmo tempo que usa resíduos, evitando a competição com alimentos e promovendo a sustentabilidade ambiental.

Além disso, o SAF não requer ajustes nos motores das aeronaves. Facilitando sua adoção em larga escala e contribuindo significativamente para a descarbonização do setor aéreo.

Cenário do SAF no Brasil

O mercado brasileiro de SAF está em fase inicial, com algumas iniciativas piloto em andamento. A primeira usina de produção comercial de bioquerosene foi inaugurada em 2022, com capacidade de 5 mil litros por dia. Este avanço é crucial para a expansão da produção de SAF no país e atende à crescente demanda das companhias aéreas por soluções sustentáveis e à necessidade de reduzir a pegada de carbono no setor aéreo.

Recentemente, foi publicado no Diário Oficial da União um acordo de cooperação técnica entre a ANP (Agência Nacional do Petróleo) e a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Com duração de cinco anos, o acordo tem o objetivo de desenvolver a regulamentação necessária para a inserção dos SAF no Brasil e criar o fórum Conexão SAF, que reunirá representantes da sociedade civil para impulsionar o mercado de SAF no país.

Além disso, o Projeto de Lei nº 528/2020, conhecido como PL do Combustível do Futuro, está em andamento. Já aprovado na Câmara dos Deputados e aguardando sanção do presidente Lula, o PL institui o Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação (ProBioQAV). O programa busca reduzir as emissões de gases de efeito estufa no setor aéreo por meio da utilização de SAF, em conformidade com as diretrizes da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI).

Entretanto, apesar das oportunidades significativas para a bioeconomia e liderança do Brasil na transição energética, o setor de SAF enfrenta desafios industriais e econômicos. A competitividade do SAF em relação ao querosene fóssil e a necessidade de avanço tecnológico são obstáculos a serem superados. Com iniciativas robustas e um marco legal em evolução, o Brasil está bem posicionado para liderar a implementação de combustíveis sustentáveis na aviação.


5. Hidrogênio Verde

Hidrogênio Verde

Por fim, o hidrogênio verde é uma aposta global para a transição energética. Produz-se a partir da eletrólise da água usando energia elétrica de fontes renováveis, como solar e eólica, o que elimina as emissões de carbono associadas à sua produção.

Além disso, caracteriza-se por alta eficiência, com uma das maiores densidades energéticas por peso, e é extremamente versátil, sendo aplicável em células de combustível, processos industriais e armazenamento de energia.

Seu principal benefício é que, ao ser utilizado, o único subproduto é vapor d’água, contribuindo para a descarbonização de setores complexos como a siderurgia e o transporte marítimo e ferroviário.

Perspectivas do H2V no Brasil

No Brasil, o hidrogênio verde está em fase inicial de desenvolvimento, com vários projetos em andamento e colaborações entre empresas de energia. Contudo, o setor enfrenta desafios significativos, incluindo a necessidade de investimentos elevados em infraestrutura, a criação de uma rede eficiente para distribuição e armazenamento, e a superação de barreiras tecnológicas para reduzir os custos de produção e aumentar a eficiência.

As perspectivas para o hidrogênio verde são promissoras, com a possibilidade de se tornar uma peça chave na transição energética global. O Brasil tem a oportunidade de se destacar como líder na produção e utilização de hidrogênio verde, aproveitando seu potencial de geração de energia renovável.

Avanços dos Biocombustíveis

Como vimos, a produção e comercialização de biocombustíveis no Brasil têm mostrado crescimento significativo nos últimos anos.  Impulsionadas pela transição energética e por políticas públicas como o RenovaBio, que busca reduzir as emissões de carbono no setor de combustíveis.

O avanço tecnológico e os investimentos estratégicos podem posicionar o país como um hub global para soluções sustentáveis, impulsionando a economia e contribuindo para metas de descarbonização.

Fonte: Greenio

VEÍCULOS ELÉTRICOS: EMPRESAS BRASILEIRAS ESTÃO PRONTAS PARA RECICLAR BATERIAS

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Reaproveitamento muito elevado dos materiais usados no componente do carro elétrico reduz impacto ambiental

Baterias de veículos elétricos empilhadas em ferros velhos ou jogadas em terrenos baldios. Essa era a imagem que muita gente fazia quando acabasse a vida útil do componente mais importante do veículo elétrico. A preocupação era recorrente: como seria o descarte da bateria após o uso?

Cinco anos depois do início da venda em escala comercial dos automóveis eletrificados no Brasil, ainda é muito cedo para as baterias serem descartadas. Afinal, após equipar os carros ao longo de oito a 10 anos, elas passam por um segundo ciclo de vida em aplicações estacionárias, como fornecer energia para ligar eletrodomésticos.

A partir daí, a destinação da bateria está bem longe dos depósitos de lixo. Ela será levada para a reciclagem e a indústria global está se preparando para fazer esse processo.

Dessa forma, empresas especializadas no Brasil – como Energy SourceRe-Teck e Lorene – estão prontas para atender ao mercado automotivo no momento certo.

Baterias de lítio dos veículos elétricos já são usadas faz tempo

“Há 25 anos as baterias de íons de lítio fazem parte da sociedade brasileira”, afirma Marcelo Cairolli, diretor de infraestrutura da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) e vice-presidente de negócios para América Latina da Re-Teck, companhia de logística reversa de eletroeletrônicos.

Isso quer dizer que as baterias de lítio, presente na maioria dos veículos elétricos vendidos no País, utilizam a mesma tecnologia de aparelhos como telefone celular, notebook, bicicleta elétrica e aspirador de pó.

“Por isso, já temos experiência com a reciclagem de baterias”, revela Ariane Mayer, diretora de negócios e ESG da Energy Source, companhia de economia circular e tecnologia sustentável.

Pesquisa feita pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP), divulgada em 2023, revela que o Brasil tinha, então, 249 milhões de smartphones e 115 milhões de tablets e notebooks ativos.

“Isso equivale a 42,2 mil toneladas de baterias em operação. Ou seja, não se trata de tecnologia nova no País e as empresas de reciclagem estão a postos para servir o mercado automotivo”, acrescenta Cairolli.

Segundo dados da ABVE, as baterias de lítio podem ser 100% recicladas, evitando riscos ou prejuízos ao meio ambiente. “É claro que sempre haverá uma perda mínima. Assim, de 95% a 98% dos materiais contidos na bateria são reaproveitados”, diz Mayer.

No caso da Energy Source, de 2021 até janeiro de 2024, foram recuperadas 25 toneladas de lítio, 150 toneladas de cobalto, 20 toneladas de níquel, 250 toneladas de grafite, 60 toneladas de cobre e 35 toneladas de alumínio.

Massa negra

Mayer explica que a reciclagem completa demora dois dias e acontece em duas etapas. A primeira consiste na separação física e mecânica dos materiais e a segunda realiza processos químicos, por meio da hidrometalurgia, que envolve a dissolução dos minerais em meio aquoso.

O trabalho consegue processar três toneladas de bateria bruta por turno. Os minérios que compõem a bateria formam a chamada “massa negra”, valioso subproduto extraído com a descaracterização do componente, tecnologia difundida mundialmente e empregada também no Brasil.

“Todos os cuidados são importantes. A bateria que será reciclada é transportada em um recipiente homologado, apelidado de sarcófago, e passará pelo manuseio totalmente seguro de profissionais treinados”, atesta Mayer. “É preciso evitar riscos à saúde ocupacional, como choque elétrico.”

Como a tecnologia da bateria de um smartphone é a mesma usada pelas montadoras nos veículos eletrificados, o processo de reciclagem também é parecido.

A diferença é que o componente automotivo exige equipamentos mais robustos e potentes, como trituradores, devido ao tamanho e ao peso de aproximadamente 300 quilos.

Peças danificadas vão para a reciclagem

Vale ressaltar que, em caso de avaria, nem sempre é preciso substituir a bateria completa do carro. O proprietário pode solicitar um teste das células e trocar apenas as danificadas, que são enviadas para a reciclagem.

O processo vai separar plásticos, retalhos de alumínio e cobre e os metais nobres – reinseridos na cadeia produtiva e reaproveitados, inclusive, na fabricação de novas baterias.

Outra destinação possível é a aplicação dos produtos na nutrição animal e nutrição foliar. Em um círculo virtuoso, as baterias feitas com material reaproveitado poderão sofrer mais reciclagens no futuro. “Os metais jamais perdem a capacidade de performance”, explica Mayer.

Os benefícios da reciclagem vão além. Ela reduz a necessidade de extração dos minérios para a produção de baterias, minimizando a emissão de gases de efeito estufa (GEE) e, consequentemente, o impacto ambiental.

Fonte: Mobilidade Estadão