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PORTO ALEGRE: STARTUPS TESTAM TECNOLOGIAS QUE PODEM AJUDAR A COMBATER O CORONAVÍRUS NA CAPITAL

Programa Start.Health, do Pacto Alegre, selecionou 16 empresas para desenvolverem softwares e equipamentos

Totens instalados nas portas de escolas, abrigos e repartições públicas que fazem reconhecimento facial, medem temperatura por sensores infravermelho e alertam autoridades sanitárias caso haja suspeita de infecção por covid-19. Drones que pulverizam água e cloro em regiões de alta movimentação, como a orla do Guaíba ou o Mercado Público. Softwares capazes de organizar automaticamente escalas em hospitais e postos de saúde, mantendo afastados médicos e enfermeiros com sintomas do coronavírus.

Reconhecido como um dos mais fortes do Brasil, o polo tecnológico da Capital foi acionado pelo Pacto Alegre, movimento que une instituições de ensino, governos, iniciativa privada e sociedade civil, para desenvolver programas e equipamentos que possam ajudar Porto Alegre a combater a pandemia. 

O programa Start.Health: Startups vs. Covid recebeu propostas de 60 startups e, em maio, selecionou 16 para avançarem nos testes. As ideias mais promissoras poderão ser financiadas para começar a fornecer tecnologia para governo do Estado e prefeitura. 

— As startups mostraram que têm projetos maduros, capazes de ajudar imediatamente a cidade a enfrentar a pandemia — analisa o assessor técnico da Diretoria da Inovação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Porto Alegre, Carlos Aranha, um dos coordenadores do Start.Health. 

Nas últimas semanas, os empreendedores selecionados receberam treinamento para ajustar seus produto aos desafios impostos pelo coronavírus. A Pix Force, empresa que usa Inteligência Artificial (AI, na sigla em inglês) para processar imagens em indústrias, fazendas e companhias de energia, adequou seu software para identificar aglomerações. O programa poderá ser rodado na rede de câmeras da prefeitura e da Brigada Militar espalhadas pela cidade, alertando autoridades quando houver grande concentração de pessoas.

— Já temos experiência em captar e interpretar imagens com AI, a única adaptação será “ensinar” as câmeras das forças de segurança a reconhecerem aglomerações e gerarem alerta — detalha o diretor da Pix Force, Danilo Moura.

Outra novidade da empresa é o totem de reconhecimento facial e medição de temperatura. A tecnologia tem sido encomendada por indústrias da região metropolitana de Porto Alegre para serem instaladas nas portas de fábricas — e apenas liberam as catracas quando o empregado está saudável. Nos próximos dois meses, a empresa espera vender mil unidades à iniciativa privada.

— A tecnologia pode ser muito eficiente para controle em estabelecimentos públicos, e a um custo baixo em relação a manter seguranças fazendo a medição da febre manualmente  — aposta Moura.

Carlos Aranha esclarece que, após a fase de adaptação, o Start.Health começará a planejar um modelo de investimento para ajudar as startups a escalarem seu produto — ou seja, produzirem em larga escala. Ainda não há prazo estabelecido para esta etapa. 

— Talvez seja criado um mecanismo de doações ou crowdfunding para injetar capital nestas empresas, deixando-as preparadas para atenderem a um chamado da prefeitura — afirma Aranha.

Por esta razão, alguns dos projetos do Start.Health fazem parte de um cenário de mais longo prazo para o avanço da doença em Porto Alegre. Ou seja, não seriam usados na fase atual, apenas diante de um agravamento. Um destes projetos é o drone de pulverização de produtos químicos para eliminar focos do coronavírus.

A empresa responsável, a SkyDrones, presta serviço de pulverização de agroquímicos em lavouras. Em testes realizados no Mercado Público e no Parque da Harmonia em março, constatou que seria possível aproveitar no ambiente urbano os mesmos drones, mudando apenas o produto químico. Cada voo pode levar 10 litros de cloro, volume que desinfecta a área de um hectare.

 — Quando houve o surto do zika vírus no Brasil, em 2014 e 2015, usamos nossos drones para pulverizar larvicida em ferro velhos. Podemos fazer a mesma coisa se os casos de coronavírus se acelerarem em Porto Alegre — afirma Ulf Bogdawa, diretor da empresa. 

Entretanto, ele avalia que ainda não é a hora dos equipamentos voarem pelas ruas de Porto Alegre. 

— Como o cloro tem cheiro forte e desagradável a muitas pessoas, seria utilizado em um contexto em que a covid-19 avançasse mais rápido na Capital ou espaços onde houvesse surtos — projeta.

Fonte: GAÚCHAZH

VACINA EM SPRAY, COM APLICAÇÃO NO NARIZ, SERÁ TESTADA CONTRA A COVID-19

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Empresa farmacêutica desenvolverá os protótipos; testes em camundongos devem começar em até três meses

Uma vacina por spray nasal é a nova aposta da USP contra a covid-19. O modelo de imunização, já testado em camundongos contra hepatite B, foi redirecionado para tentar frear a disseminação do SarS-Cov-2.

A equipe, coordenada pelo médico veterinário Marco Antonio Stephano, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP, desenvolveu uma nanopartícula a partir de uma substância natural. Dentro dela, foi colocada uma proteína do vírus. Uma vez administrada, dentro das narinas, espera-se que o corpo produza a IgA secretora – anticorpos presentes na saliva, na lágrima, no colostro e em superfícies do trato respiratório, intestino e útero. “Além de inibir a entrada do patógeno na célula, a vacina impedirá a colonização deles no local da aplicação”, explica Stephano ao Jornal da USP.

A nanopartícula criada pelos pesquisadores possui propriedade muco-adesiva, ou seja, permite que o material permaneça nas narinas de 3 a 4 horas até ser absorvido pelo organismo e ativar a resposta imune. Essa especificidade impede, também, que o antígeno seja expelido pelo organismo por meio de espirros.

VIA DE IMUNIZAÇÃO

A imunoglobulina A (IgA) é um anticorpo produzido por plasmócitos – células de defesa diferenciadas a partir dos linfócitos B – quando há um agente invasor, juntamente com outras imunogloblinas, como a IgG. Já a IGA secretora (sIgA) é a imunoglobulina A presente nas secreções e superfícies dos organismos e, devido ao componente secretor, tem a capacidade de atravessar as membranas das mucosas. Desta forma, a IgAs torna-se o primeiro anticorpo a neutralizar o vírus.

Stephano trabalha no desenvolvimento de modelos vacinais na USP desde 2009. O primeiro foi desenhado para imunizar filhotes de cães contra a parvovirose. “Pensamos nos animais que ficam desprotegidos do desmame até a primeira dose da vacina injetável v8, aplicada aos 40 dias de vida”, diz o veterinário.

Logo depois, um aluno de doutorado procurou o pesquisador com a ideia de produzir uma vacina contra a hepatite B. “Testamos em camundongos e, depois de 15 dias, eles estavam imunizados”, comemora. A tecnologia serviu de base para o desenvolvimento da vacina contra a covid-19.

Stephano diz que os protótipos devem ficar prontos em três meses, quando será possível iniciar os testes em animais.

VANTAGENS

A imunização nasal traz vantagens em relação às vacinas injetáveis. É bem aceita por crianças e idosos, não é invasiva e tem menos reações ou efeitos colaterais. “Sempre que se pensa em infecções respiratórias, acreditamos que uma vacina com esse tipo de abordagem é melhor, pois ela gera imunidade no local da aplicação e produz IgA”, explica ao Jornal da USP a imunologista Cristina Bonorino, da Sociedade Brasileira de Imunologia e professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.

Virologistas e imunologistas do Instituto de Ciências Biomédicas, especialistas em nanotecnologia do Instituto de Química da USP, pesquisadores da Plataforma Científica Pasteur-USP, da Unicamp, além de uma startup estão envolvidas no projeto. Para garantir a imunização, serão necessárias quatro doses – duas em cada narina, a cada 15 dias.

Os pesquisadores estimam que o produto seja repassado ao público a um custo de R$ 100 reais. “Temos todos os atores necessários para que ele se torne realidade”, finaliza Stephano.

Segundo a OMS, existem pelo menos 100 vacinas contra a covid-19 em desenvolvimento no mundo. Algumas delas já se encontram na fase de testes clínicos.

IMUNIDADE COLETIVA – OU DE REBANHO

Imunidade coletiva, popularmente conhecida como “imunidade de rebanho”, é o conceito criado por imunologistas para calcular quantas pessoas numa população precisam estar imunes a um agente infeccioso para que ele não atinja indivíduos vulneráveis. A ideia é simples: quanto mais pessoas vacinadas, menos pessoas doentes, menos vírus circulando.

A expressão tornou-se mais conhecida depois que o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) veio a público dizer que a epidemia só terminaria depois que 70% da população fosse contaminada. Para Cristina Bonorino, da Sociedade Brasileira de Imunologia e professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, a imunidade não é algo que se estabelece naturalmente. “O que sabemos sobre o SarS-Cov-2 é baseado em epidemias anteriores causadas por outros coronavírus, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers) e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars).”

Ainda não se sabe ao certo qual porcentagem da população precisaria contrair o SarS-Cov-2 para estar imunizada e não transmitir a doença, mas algumas pesquisas estimam que este número estaria entre 60% e 80%. Cristina enfatiza, ainda, que a proteção coletiva só é possível por meio de campanhas de vacinação. “A exposição da sociedade ao coronavírus custaria a vida de milhões de cidadãos.”

Os programas de vacinação no Brasil, por exemplo, permitiram erradicar algumas doenças que já mataram milhares de pessoas, como a poliomielite, o sarampo e a rubéola.

“Com a varíola também foi assim”, relata Cristina ao Jornal da USP. As campanhas dos anos 1960 mostraram que a vacinação em massa tinha o poder de erradicar a doença. “Nunca existiu imunidade de rebanho para a varíola; as pessoas estavam expostas porque não tinham opção. Cada vez que vinha o surto, muitos simplesmente morriam”, relembra a imunologista.

“Isso não é imunidade de rebanho, isso é fragilidade da população a um vírus”, completa.

O último caso de varíola notificado no País foi em 1971.

Por Por Fabiana Mariz

Fonte: Jornal da USP

PANDEMIA FECHA AS PORTAS DAS ESCOLAS E LEVA A EDUCAÇÃO PARA DENTRO DE CASA

Com mais de 1,1 bilhão de alunos sem aula no mundo todo, o combate ao novo coronavírus (COVID-19) mostra necessidade de utilizar com mais inteligência as ferramentas tecnológicas para ensino

A  pandemia causada pelo novo coronavírus (COVID-19) já mudou a educação mundial. Para conter o avanço do vírus instituições educacionais públicas e privadas em todo o mundo foram obrigadas a fechar as portas e utilizar as ferramentas tecnológicas disponíveis para criar conteúdo e experiências de aprendizado remoto para estudantes. Um levantamento da Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura)* mostra que, atualmente, são 150 países com escolas e universidades fechadas ou parcialmente fechadas. São mais de 1,1 bilhão de alunos afetados no mundo todo. Somente no Brasil, o fechamento das escolas afetou mais de 52,8 milhões de estudantes. Os números correspondem a alunos matriculados nos níveis de ensino pré-primário, primário, secundário e superior.

REDE PÚBLICA

A substituição de aulas presenciais pela modalidade a distância, autorizada pelo Ministério da Educação (MEC)* enquanto durar a pandemia do coronavírus, tem sido a opção da maioria das escolas e universidades brasileiras. O resultado da educação a distância em massa ainda é desconhecido, mas já levanta diversas discussões. Uma delas se refere a dificuldade dos estudantes com pior nível socioeconômico que vão desde problemas de conexão com internet até a falta de equipamentos adequados à aprendizagem remota.

O MEC criou o Comitê Operativo de Emergência (COE) para, de forma integrada, definir as principais diretrizes para a rede de ensino do País, reunir as demandas e buscar soluções para mitigar os impactos da pandemia do coronavírus.

Tatiana Filgueiras, do Instituto Ayrton Senna, destacou, em transmissão ao vivo realizada pelo Jornal Folha de São Paulo, no último dia 06 de maio, que a função da educação de reduzir a desigualdade social será posta a prova agora e que, sem inovação nas escolas públicas, isso não será possível. “Se tivermos uma visão mais inovadora, a gente pode voltar a tratar o tema da desigualdade na educação brasileira, rever, replanejar e redesenhar as escolas de uma forma que a educação seja para todos. Precisamos de políticas públicas que contemplem e entendam que cada um tem uma necessidade diferente”, comentou.

REDE PRIVADA

A experimentação de novas possibilidades de ensino levando o aprendizado para além dos muros das escolas, está acelerando uma mudança já anunciada, mas que ainda encontrava certa resistência. Sônia Barreira, Diretora Pedagógica da Bahema Educação, disse, em entrevista exclusiva ao blog, que as aulas online não eliminarão o ensino presencial, mas o atual momento irá ajudar na utilização inteligente das ferramentas e plataformas da internet. Além disso, a pandemia deixará importantes legados para a educação.

“Com o Grupo Bahema pudemos observar a maneira de lidar com essa crise em dez escolas, de diferentes tamanhos, em diferentes locais do País. Observamos que aquelas que já tinham mais facilidade em lidar com o digital, estão aproveitando melhor as potencialidades da tecnologia para o aprendizado, já as menores tiveram que correr atrás. Não chamamos esse trabalho de EAD ou educação a distância, mas sim, Ensino Remoto Emergencial”, comenta.

Sônia destaca que ainda é cedo para analisar todas as implicações da pandemia e fazer previsões certeiras. “Pode haver desde um certo esgotamento da utilização dos meios digitais, até um melhor aproveitamento. Porém a tendência é que as escolas com projetos mais consistentes na área digital passarão com mais facilidade e manterão algumas mudanças trazidas por esse período dramático”.

Legados da pandemia

Ainda segundo a diretora pedagógica, a pandemia deve deixar importantes legados, entre os quais ela destaca dois: a instauração do ensino híbrido e a revisão de práticas escolares ultrapassadas. “Definitivamente as escolas deverão instaurar a ideia do ensino híbrido, que deixa de ser um projeto piloto e passa a ser uma realidade, com uma articulação mais eficaz das atividades presenciais e ensino a distância. Outro legado importante, será a possibilidade das escolas reverem, de uma maneira muito crítica, certas práticas escolares ultrapassadas, como o sistema de avaliação dos alunos, por exemplo. Mesmo as escolas mais inovadoras têm dificuldade em superar essa visão de que avaliar é simplesmente medir a quantidade de conhecimento que o aluno assimilou. Nesse momento não é possível realizar esse sistema de avaliação, portanto, essa prática pedagógica com certeza será reavaliada”.

Sônia lembrou também que a pandemia irá colocar em pauta o papel do professor e a importância da convivência e do relacionamento no ambiente escolar. “Essa situação, com certeza, trará uma empatia maior com os professores. E é um momento para lutarmos por essa valorização do saber técnico desse profissional. Outro ganho que deve acontecer é a valorização do ambiente escolar. As crianças estão há tanto tempo sem esse ambiente que, na volta, haverá um ganho de relacionamento, de solidariedade e de valorizar o ambiente escolar que faz parte do aprendizado. As crianças e jovens irão reconhecer que uma das coisas mais importantes da escola é a convivência com os outros, a construção da cidadania”, finalizou.

*Fontes: Unesco; Portal MEC; Live – Jornal Folha de São Paulo

Fonte: Urban Systems


INICIATIVAS INOVADORAS TRANSFORMAM O SANEAMENTO NAS CIDADES

Ganhadoras do prêmio Connected Smart Cities 2019, as empresas Safe Drinking Water For All e Acqua Logi deram uma entrevista exclusiva para a plataforma. Confira:

A discussão de cidades inteligentes no Brasil está cada vez mais presente em todos os setores, contudo, ainda existe um desafio básico que as cidades devem enfrentar: dados do Sistema Nacional de Informações de Saneamento (SNIS) de 2017 mostram que a realidade é a de que apenas 52% da população tem acesso à rede de esgoto e só 46% do esgoto gerado no país é tratado- mais de 30 milhões de brasileiros não possuem água tratada e em quantidades necessárias e mais de 100 milhões não têm acesso ao esgoto. 

O Connected Smart Cities entrevistou duas empresas vencedoras do prêmio Connected Smart Cities para entender como iniciativas inovadoras podem auxiliar as cidades e gestores públicos a promoverem o acesso universal a rede de água e esgoto:

A startup de Salvador, Safe Drinking Water For All, foi a primeira colocada na categoria negócios pré-operacionais. Seu principal objetivo é solucionar problemas relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) com foco na área de água e saneamento e, para isso, desenvolveu um dessalinizador solar de água na Paraíba, o Aquasolina, que consiste na remoção de sais dissolvidos na água a níveis ou concentrações que possibilitam melhor utilização dos recursos hídricos. Além disso, a startup desenvolveu um dispositivo que possibilita a potabilização de água da chuva em cisternas nas zonas rurais semiáridas- a tecnologia depende apenas do Sol e tem durabilidade de 20 anos sem necessitar de manutenção. 

De acordo com a CEO da SDW, Anna Luísa Beserra, iniciativas assim são importantes por trazerem a possibilidade de inovar de maneira mais rápida e com menor custo, auxiliando gestores públicos a lidarem com questões que não são de seu domínio:  “O interesse em resolver questões de acesso à água e saneamento não é muito relevante para os governantes em sua maioria. Torna-se mais difícil implementar iniciativas voltadas para o social, ainda mais considerando a alta complexidade do problema. É inviável ter uma solução única para o saneamento, é necessário respeitar e avaliar todas as condições técnicas da região que a solução vai atender. Deve-se adequar custos, manutenção e eficiência de cada metodologia para a situação problema, e isso dificulta a implantação em escala das mesmas”. 

Quando questionada sobre a implementação do saneamento básico de maneira inteligente, não apenas para promover o acesso, mas também para aproximar as cidades brasileiras em smart cities, disse: “Para isso deveríamos ter um investimento maior em pesquisa e desenvolvimento para que os cientistas pudessem criar soluções viáveis economicamente para implantação a curto / médio prazo. Poderíamos pensar a integração de diversas soluções, aproveitamento de água de chuva, sistemas de tratamento de esgoto descentralizados, e incentivos fiscais para empresas que desenvolvessem tecnologias na área e para a população que aplicasse”.

O problema do fornecimento de uma rede inteligente de saneamento está muito além do acesso: O Brasil perde 7 mil piscinas olímpicas de água potável- cerca de 38% de sua produção- todos os dias.  É preciso pensar em maneiras de reduzir as perdas de água, além de otimizar a eficiência energética no processo.

A empresa Acqua Logic desenvolveu uma Inteligência Analítica composta por módulos que incorporam diversos sistemas de análise em um, permitindo uma gestão de recursos hídricos mais eficiente e reduzindo as perdas nos sistemas de água- sendo uma ferramenta de auxílio às companhias de saneamento e gestores públicos. Ou seja, com a importação de dados e utilizando a Inteligência Artificial, a plataforma auxilia gestores públicos e empresas com informações relevantes, direcionando melhor as tomadas de decisões e investimentos. 

De acordo com o engenheiro Sanitarista, Ambiental e de Segurança do Trabalho e CEO da Acqua Logic, Felipe Vieira de Luca, a falta de políticas públicas adequadas, investimentos compatíveis com a necessidade, bem como o investimento em tecnologia e inovação prejudicam o setor: “Soluções de engenharia, TI, estatística, dentre outras áreas de conhecimento, focadas na universalização e eficiência do saneamento, tendem a otimizar de forma significativa a gestão dos processos dentro das concessionárias de saneamento básico, resultando em ganhos agregados ao setor”. 

O engenheiro afirmou que as Parcerias Público Privadas são um modelo interessante para as municipalidades: “Este modelo de contrato gera benefícios para todas as partes: O Operador do Sistema de Água recebe uma plataforma de apoio para a redução das perdas e eficiência energética; O Parceiro Privado ou Apoiador consegue obter resultados mensuráveis para seus programas de sustentabilidade e ainda gerar grande impacto na qualidade de vida da população; Em nosso caso conseguimos implementar rapidamente a tecnologia”.

Ainda, ele disse que a tecnologia tem um impacto importante na criação de novas maneiras de implementar soluções voltadas para a área que, não só aumentem o acesso, como também auxiliem na criação de smart cities: “No contexto atual de mundo hiperconectado e digitalizado, onde as corporações coletam uma infinidade de dados de uma variedade enorme de fontes, sejam estas através de sensores ou não, entra a realidade da indústria 4.0. Isso se aplica a qualquer tipo de atividade economia, não sendo diferente no saneamento. Investimentos em ciência e tecnologia, a citar o advento do IoT, vêm a contribuir de forma significativa para com o setor. Há uma forte tendência mundial de soluções neste campo de trabalho haja vista a preocupação da sociedade com problemas relacionados à questão hídrica e meio ambiente”. 

Neste sentido, iniciativas como o Prêmio Connected Smart Cities são essenciais para reconhecer e premiar negócios inovadores, impulsionando a criação de cidades mais inteligentes e conectadas. Anna Luísa Beserra disse que, após ganharem o prêmio em 2019, a empresa expandiu de 50 famílias beneficiadas para 300 famílias no Nordeste, onde já atendem em 5 Estados.

 A CEO informou que também foram incorporadas mais duas tecnologias no portfólio da Safe Drinking Water For All, sendo que uma delas é destinada exclusivamente para a prevenção do covid-19 nas ruas: “o Aquapluvi – lavatório híbrido que usa água da chuva e encanada para permitir a higienização das mãos em espaços públicos, como em pontos de ônibus”. O objetivo da iniciativa é manter a cultura de higienização das mãos, mesmo pós pandemia.

Já a Acqua Logi atua em 13 cidades, 11 sistemas, com uma população de mais de 650 mil habitantes: “As concessionárias estão à procura de recursos para que possam expandir seus serviços para atendimento da demanda, mas esbarram na questão das tarifas, as quais devem ser justas para a sociedade. O recurso que falta na área de abastecimento pode ser obtido pela melhoria dos processos internos, ou seja, com programas de combate às perdas. É isso o que se propõe no sistema Acqua Logic”, informou Felipe Vieira de Luca

O Connected Smart Cities vai realizar uma série que vai colocar em evidência as melhores soluções dos ganhadores do prêmio, acompanhe nossas redes sociais para saber mais!

Bloco #02 | Soluções de rastreamento e mapeamento georreferenciado

Entrevistados: Denyson Messias, Fundador – In Loco / Luiz Eduardo Viotti, Managing Director – Kido Dynamics / Fernando Leonardi, CEO – Geopixel / Leonardo Macedo de Souza, Gerente Executivo – Spectra Systems / Wesley Moraes, Regional Sales Manager – Pelco

Entrevistadora: Paula Faria, CEO – Necta e idealizadora do Connected Smart Cities

Questões abordadas:
– Tecnologias de geolocalização e rastreamento utilizadas no Brasil e no mundo
– Utilização de tecnologias para o combate da pandemia

Este bloco é parte da “SÉRIE ONLINE – O papel da tecnologia no combate ao coronavírus” da plataforma Connected Smart Cities.

Conheça a plataforma: https://www.connectedsmartcities.com.br/
Conheça nossas séries e eventos: https://evento.connectedsmartcities.com.br/
Conheça o Ranking das cidades inteligentes: https://www.connectedsmartcities.com.br/ranking-o-que-e/

O PAPEL DA UNICAMP PARA A ESCOLHA DE CAMPINAS COMO A CIDADE MAIS INTELIGENTE DO BRASIL

A cidade de Campinas (SP) foi eleita pelo Ranking Connected Smart Cities, elaborado pela Urban Systems, como a cidade mais inteligente do Brasil em 2019. A posição do município, segundo a organização do ranking, só foi possível pela presença de universidades, parques científicos e tecnológicos e institutos de pesquisa na região. A Unicamp é destacada principalmente pela contribuição da Agência de Inovação (Inova) e pelo projeto do Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS), do qual é uma das instituições responsáveis.

Para o diretor-executivo da Inova, Newton Frateschi, e para o diretor-executivo de Planejamento Integrado da Unicamp, Marco Aurélio Pinheiro Lima, o papel da Universidade é ainda mais amplo, na medida em que a Unicamp possui excelência na formação de qualidade de profissionais.

Newton observa que, nas empresas instaladas na região, encontram-se sempre profissionais formados na Unicamp. “Se você olhar para as empresas, pequenas e grandes, você vai encontrar pessoas formadas na Unicamp. Essas pessoas levam o conhecimento com elas e elas começam e ser influenciadoras. Então acabam se formando ações entre empresas e Universidade, trocas entre pesquisadores, professores e profissionais das empresas, além do licenciamento de tecnologias e formação de novas empresas”, afirma.

Assim como o diretor da Inova, Marco Aurélio avalia que Unicamp contribui para o ranking atuando naquilo que ela saber fazer melhor: formar pessoas capazes de atuar no desenvolvimento tecnológico. “Como a Unicamp entra nesse assunto? Formando gente criativa capaz de fazer esse tipo de desenvolvimento. Inúmeras empresas que nasceram de alunos da Unicamp estão ao redor da Unicamp ou dentro da Unicamp. Isso é a universidade entregando para a sociedade pessoas capazes de fazer desenvolvimento. Não tenho dúvida nenhuma que essa é a maior contribuição da Unicamp”, observa.

Os diretores também comentam a contribuição específica da Inova e do HIDS para a classificação de Campinas no ranking:

Inova

Criada em 2003, a Inova visa ampliar o impacto do ensino, da pesquisa e da extensão em favor do desenvolvimento socioeconômico sustentado. Para Newton Frateschi, o destaque da Agência dá-se pelo fato dela ser uma ponte entre o mundo acadêmico e o exterior, com os eixos de propriedade intelectual, parcerias, empreendedorismo e comunicação fomentando um ambiente de inovação. “É uma ponte que alimenta esse ecossistema econômico sustentado que é baseado no conhecimento. Não conheço uma cidade inovadora que não tenha uma universidade”, diz. 

Dentro do escopo de atuação da Inova, está o Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, dedicado a fomentar a inovação no setor empresarial. No Parque, localizado no campus da Universidade em Campinas, estão os laboratórios de inovação, a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica e as startups. Atualmente, existem 32 empresas instaladas. Em 2019, elas obtiveram R$15 milhões em faturamento e R$11 milhões em recursos captados para Pesquisa e Desenvolvimento. Segundo Newton, 80% delas são empresas-filhas da Unicamp, ou seja, empresas fundadas por ex-alunos.

Dessa maneira, diz o diretor, Campinas se beneficia tanto pela formação de profissionais qualificados na Unicamp como pela articulação promovida pela Inova. “Para mim o segredo é uma universidade de qualidade forma talentos, que faz ensino, pesquisa e extensão da mais alta qualidade, e uma agência de inovação como a Inova, que faz uma interlocução com as empresas”. Ele também salienta que, em 2019, o faturamento das 815 empresas-filhas cadastradas no mapeamento da Agência chegou a R$7,9 bilhões. Um total de 53,6% delas encontram-se na região de Campinas. “Por que elas estão aqui? Por conta da interlocução com a universidade, pela possibilidade de recrutamento, pela possibilidade de parcerias”, analisa.

HIDS

Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável de Campinas (HIDS) é um projeto de ocupação de uma área de 11 milhões de m² contígua ao terreno da Unicamp, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas, do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) e do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e é fruto de uma parceria entre estas instituições, junto à Prefeitura de Campinas e ao Governo do Estado de São Paulo. A concepção do HIDS prevê que ele seja um distrito modelo em termos de sustentabilidade. Na Unicamp, ele é encabeçado pela Diretoria Executiva de Planejamento Integrado (Depi).

“A proposta do HIDS é criar um distrito modelo não só sob o ponto de vista urbanístico, mas você construir dentro desse distrito um laboratório vivo em um contexto de uma pequena cidade. Esse modelo de distrito, desde o início, é planejado para ser uma smart city dentro do modelo de desenvolvimento sustentável. Isso só acontece porque tem uma universidade como a Unicamp e uma cidade como Campinas, que já avançou muito em vários desses assuntos”, explica o diretor-executivo da Depi.

O professor afirma que a concepção do HIDS prosperou pelo fato de existirem, na região, instituições e pessoas que valorizam esse tipo de desenvolvimento. As duas universidades envolvidas na concepção do HIDS, Unicamp e PUC-Campinas, segundo Marco Aurélio, poderão virar uma referência para o desenvolvimento urbano sustentável no país. E os benefícios não serão restritos apenas às instituições envolvidas, mas também para a cidade de Campinas, para o estado de São Paulo e para o país, na medida em que o projeto do distrito prevê o fomento de conhecimento, de tecnologias inovadoras e de educação com vistas a mitigar e superar fragilidades sociais, econômicas e ambientais da sociedade.

O ranking

O Ranking Connected Smart Cities é realizado desde 2015 pela Urban Systems em parceria com a Necta, classificando as cidades brasileiras de mais de 50 mil habitantes que possuam grande potencial de desenvolvimento. A classificação é realizada a partir de 11 eixos temáticos: tecnologia e inovação, mobilidade, empreendedorismo, governança, segurança, urbanismo, meio ambiente, economia, energia, saúde e educação. Campinas obteve a primeira posição em Tecnologia e Inovação e a segunda posição em Empreendedorismo, sendo considerada a cidade mais inteligente em 2019. Em 2018, a cidade obteve o 4º lugar.

Fonte: Unicamp

PREFEITURA DE PORTO ALEGRE LANÇA PLATAFORMA DIGITAL DE EDUCAÇÃO PARA O ENSINO FUNDAMENTAL

A prefeitura custeará a contratação de um pacote de dados com as operadoras de telefonia para que os alunos tenham acesso gratuito à plataforma Córtex

O prefeito Nelson Marchezan Júnior lançou, em 02 de junho, em transmissão pelas redes sociais, a plataforma digital de gestão escolar e educação remota Córtex. O novo ambiente virtual vai beneficiar 40 mil alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental de 58 escolas municipais. O espaço on-line foi desenhado para proporcionar a integração entre estudantes, professores e pais, ajudando a vencer os desafios e barreiras educacionais criados pela pandemia. Na etapa inicial do projeto, serão envolvidos cerca de 13,5 mil estudantes. O acesso à plataforma pode ser feito pelos aplicativos Cortex Aluno e Cortex Professor, disponíveis gratuitamente para Android e iOS, e também por desktop.

Em transmissão pelas redes sociais, o prefeito Nelson Marchezan Júnior afirmou que a entrega representa um desafio do agora, mas também a visão do novo futuro pós-coronavírus.

“É importante ter a consciência de que hoje estamos entregando algo que é parte do futuro, que foi acelerado pela pandemia mas que ficará para sempre para Porto Alegre. Sobretudo um legado que deixaremos para as crianças mais humildes, futuros jovens e cidadãos que construirão a nossa Capital e que precisam estar preparados para as exigências de um mundo mais digital e tecnológico” – Prefeito Nelson Marchezan Júnior.

A prefeitura custeará a contratação de um pacote de dados com as operadoras de telefonia para que os alunos tenham acesso gratuito à plataforma Córtex. O secretário municipal de Educação, Adriano Naves de Brito, informou que terá, ainda nesta terça-feira, uma conversa com diretores para dar mais detalhes sobre o funcionamento da plataforma e, depois, fazer a vinculação dos professores com suas turmas. “A Córtex está dentro de um grande projeto de melhoria da educação em Porto Alegre. Com as aulas suspensas desde 18 de março para diminuir o contágio pela Covid-19, criamos uma alternativa que permita o vínculo entre aluno e professor, e que também incentiva a participação dos pais, que poderão acompanhar pelo celular as tarefas enviadas pela escola e o desempenho dos filhos, por exemplo”, explica.

Parceria – A implantação da plataforma não terá custos para o Município. O valor será custeado por doação dos empresários Jorge Gerdau Johannpeter e Klaus Gerdau Johannpeter, do Grupo Gerdau. O investimento é de R$1,23 ao mês por aluno. “Estamos construindo uma ferramenta que pode ajudar a buscarmos aquele sonho de acabar com o analfabetismo funcional. Uma possibilidade fantástica para os resultados de melhoria da aprendizagem. Só vamos ter um país digno através da educação”, afirma Jorge Gerdau.

Também participaram da coletiva virtual o fundador da plataforma parceira Árvore de Livros, João Leal; o diretor do projeto Escola de Inteligência, Sandro Resende; o sócio-fundador da Córtex, Richard Lucht; e o CEO da plataforma Matific, Dennis Szyller.

Proposta pedagógica – A Córtex é uma ferramenta de gestão escolar que permite o registro das atividades e inclui recursos para a interação entre aluno e professor, além do acompanhamento por parte das famílias. O processo incluirá planejamento, envio ao estudante, recepção pelo docente e avaliação das ações educacionais, que também podem ser feitas por meio de outras plataformas de conteúdo digital parceiras, como Matific, Elefante Letrado, Árvore de Livros, Dragon Learn, Khan Academy e Escola de Inteligência.

De acordo com a legislação, essas atividades poderão ser contadas como dias letivos dos anos finais desde que se comprove o estabelecimento de vínculo e seja assegurada a qualidade do ensino, além de validadas pelos conselhos de educação. “A relação entre professor e aluno é insubstituível nos processos de aprendizagem. Com essa ferramenta, oferecemos um meio para que todos estejam engajados durante o período de isolamento social e sigam integrados e comprometidos após a retomada das aulas”, explica o secretário de Educação, Adriano Naves de Brito.

A Secretaria Municipal de Educação informa que os alunos que não tiverem acesso à plataforma não terão prejuízo de aprendizagem, já que poderão recuperar o conteúdo posteriormente. Outras dificuldades das turmas serão avaliadas caso a caso.

Funcionalidades:
    – Chamada / lista de presença
    – Envio de conteúdo
    – Recebimento de atividades
    – Avaliações
    – Envio de mensagens, inclusive pela Smed
    – Registro de atividades / diário de classe

Etapas de implantação:
Fase 1: orientações para as direções das escolas
Fase 2: capacitação para professores
Fase 3: adesão das famílias à plataforma
Fase 4: instruções sobre as plataformas de conteúdo
Fase 5: início do uso pelos alunos e professores

Saiba mais sobre o projeto aqui.

Fonte: Prefeitura de Porto Alegre

ENERGIA SOLAR JÁ É CAPAZ DE ABASTECER 1,2 MILHÃO DE CASAS NO BRASIL

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Geração distribuída atinge a marca de 3GW de potência no Brasil, mas potencial ainda é pouco explorado. Modelo pode gerar economia de 95% na conta

A chamada geração distribuída, categoria que compreende todo tipo de geração de energia em pequena escala próxima da unidade consumidora, atingiu a marca de 3GW no Brasil, energia suficiente para abastecer mais de 1,2 milhão de residências. A geração solar responde por 99,8% do total. 

O número de instalações de sistemas de geração fotovoltaica, em residências e empresas, chegou a 300 mil. O montante representa investimentos superiores a 14 bilhões de reais, desde 2012. Apesar do avanço, a geração solar no Brasil ainda é tímida, em comparação com outros países. Atualmente, essa fonte representa menos de 1% da matriz elétrica nacional. 

Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil possui entre 10% e 20% das conexões existentes em países como Austrália, China, Japão e Estados Unidos. Todos já ultrapassaram a marca de 2 milhões de sistemas de geração solar instalados. De acordo com a associação, o uso da tecnologia fotovoltaica pode reduzir custos de energia para as empresas em até 95%.     

O Brasil possui uma matriz elétrica majoritariamente renovável. As usinas hidrelétricas respondem por 70% do total. O petróleo e o carvão são pouco utilizados para gerar eletricidade e, somadas, suas participações na matriz elétrica não chegam a 5%. A eólica, por sua vez, foi responsável por 10,7% da energia gerada no País, no ano passado.

Apesar da crise, as fontes limpas de energia, como a solar e a eólica, seguem recebendo investimentos. No mercado de energia, enquanto a indústria petroleira amarga a maior crise da história, o setor de energia limpa será o único a apresentar crescimento, segundo a Agência Internacional de Energia. Embora o avanço esperado seja menor do que 1%, é um valor mais amigável do que os -9,1% do setor de petróleo e os -7,7% do setor carvoeiro. 

Para Rodrigo Sauaia, presidente da Absolar, aumentar a participação da geração fotovoltaica é estratégico para o País. “A energia solar reduz o custo de energia elétrica da população, aumenta a competitividade das empresas e desafoga o orçamento do poder público”, diz Sauaia. 

Fonte: Exame

SERVIÇO PÚBLICO DIGITAL ESTÁ LONGE DA REALIDADE BRASILEIRA? NÃO É BEM ASSIM

A boa notícia é que a tendência de digitalização de serviços não deve retroceder mesmo com o fim da pandemia

Quem esperava que 2020 fosse ser um ano para superar as expectativas, não poderia estar mais correto. A pandemia de coronavírus trouxe muitos revezes para todo o mundo, uma vez que se trata de um momento sem precedentes, e que tem impactado especialmente o Brasil. Por onde quer que analisemos, a crise tem alterado de maneira profunda as dimensões econômicas, sociais e políticas do país.  

 No Brasil, uma das principais mudanças se deu na transformação digital, dado que um universo de soluções tecnológicas precisou ser acelerado e incorporado em diversos setores. E são diversos os exemplos de como esse movimento tem se consolidado. Para que a economia brasileira não estacionasse, grandes, médias e pequenas empresas e até microempreendedores precisaram correr contra o tempo para se adequar a novos métodos de trabalho, outros tipos de serviços e até produtos. O perfil dos consumidores mudou drasticamente por conta da necessidade do isolamento social, fazendo com que a oferta digital crescesse.

A transformação digital também chegou para o universo do setor público, especialmente na saúde, com os atendimentos médicos sendo realizados com soluções da telemedicina. Se antes essa realidade parecia ser algo muito distante, hoje é possível realizar uma consulta de rotina online e ter acesso a laudos de exames independentemente de onde se esteja. Uma alternativa que pode ser fundamental em um contexto de alta demanda dos recursos de saúde e no qual também é preciso evitar aglomerações nos serviços públicos, como prontos-socorros, espaços onde há o risco de se contaminar com o covid-19.

A boa notícia é que a tendência de digitalização de serviços não deve retroceder mesmo com o fim da pandemia. Ao contrário, há muitos incentivos para que ela seja incorporada de maneira perene no cotidiano das mais diversas instituições públicas.

Agenda atual

A digitalização de serviços é uma bandeira defendida há tempos pelo BrazilLAB, na medida em que ela contribui para que a atuação pública possa ser mais efetiva, econômica e também atenda às demandas e expectativas de cidadãos. Em outras palavras, acreditamos que a interação com o governo deve e pode ser uma experiência positiva para os cidadãos, e para que isso aconteça, as soluções tecnológicas cumprem um papel fundamental.

Além de ter comprovada sua eficiência na economia financeira, a digitalização também traz mais qualidade aos serviços, além de possibilitar a integração, convergência, transparência, controle social e, principalmente, segurança e privacidade para os dados pessoais dos brasileiros. Todos só têm a ganhar com um governo que seja, cada vez mais, digital.

Em um contexto de sérias restrições fiscais que vivemos há anos, e que só deve se acentuar nos próximos meses, a adoção de tecnologias pelos governos pode também ser um investimento em prol da eficiência e economia de recursos públicos. Segundo o relatório Estratégia Brasileira para a Transformação Digital, publicado em 2018, o custo do atendimento online é muito menor em comparação com o atendimento presencial. Uma estimativa do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão aponta que o atendimento presencial tem um custo médio de R$ 43,68, enquanto o atendimento online pode chegar a R$ 1,20, ou seja, uma economia de mais de 97% em recursos públicos por transação.

O cenário é de avanços, com experiências sendo desenvolvidas por estados e municípios do país, mas ainda temos muito o que fazer: ocupamos a 44ª posição no ranking do Índice de Governo Digital das Nações Unidas (EGDI) – considerando o conjunto de 193 países participantes.

Digitalização inclusiva

Quando falamos em transformação digital no governo, é fundamental considerar a realidade e os desafios existentes no contexto brasileiro. E a pandemia de coronavírus expôs como a digitalização pode também reforçar as desigualdades sociais e a e-Burocracia.

Sendo assim, é imprescindível que a digitalização de serviços públicos seja acompanhada por estratégias que possam garantir a inclusão de mais e mais pessoas ao universo digital, ao mesmo tempo em que se é mantido um nível constante de oferta de serviços de forma presencial. Caso não seja garantido esse equilíbrio entre digital e “analógico” podemos correr o risco de negar a milhões de pessoas a oportunidade de acessar serviços públicos de qualidade.

 É importante ressaltar, no entanto, que as duas dimensões não são excludentes entre si: ou seja, podemos e devemos avançar na digitalização de serviços públicos ao mesmo tempo em que garantimos o atendimento daqueles que não acessam os meios digitais. O governo deve ser, cada vez mais, uma plataforma para que cidadãos possam ter suas demandas atendidas, fazendo isso a partir de diferentes formas e modalidades da oferta. E tendo as tecnologias como aliadas para que o governo possa ser mais simples, eficiente e justo.

Fonte: UOL

ARTIGO: MOBILIDADE URBANA REFORMULADA

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A mobilidade terá que se adaptar à nova realidade da sociedade

Por Roberta Marchesi – Diretora Executiva da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos)

A mobilidade urbana está sendo fortemente impactada pela pandemia causada pela Covid-19. Os sistemas de metrô, trem urbano e Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) estão registrando uma queda média semanal de 74% na quantidade de passageiros transportados, sendo que alguns sistemas já registram redução de mais de 90%. Esse cenário é reflexo das medidas de distanciamento social, que são fundamentais neste momento para contribuir com a redução da propagação do coronavírus.

Após dois meses de medidas restritivas à circulação, gradualmente, algumas cidades brasileiras estão retomando as atividades. Ainda não se sabe ao certo como será essa adaptação, mas com certeza a vida não será como antes. A maneira como nos relacionamos com as pessoas, os modelos de trabalho, de consumo de bens e serviços devem mudar e algumas áreas já estão neste processo. Por exemplo, algumas empresas já sinalizaram a extensão do trabalho em casa (home office) até o final do ano; escolas estão aprimorando suas plataformas de ensino à distância; e o comércio eletrônico cresce exponencialmente.

Entretanto, temos que pensar que essas mudanças não são e nem serão homogêneas, tanto para as pessoas quanto para as cidades e atividades. Essas transformações terão que ser pensadas de forma específica para cada região, respeitando as características econômicas e sociais.

Esse novo modo de viver deve gerar um novo cenário nos deslocamentos, pois os principais motivos de viagens nos centros urbanos são por trabalho e estudo. A mobilidade terá que se adaptar à nova realidade da sociedade e será fundamental a avaliação do planejamento urbano para que os sistemas de transporte sejam estruturados sem concorrência e sobreposição, operando com integração física e tarifária.

Os corredores estruturantes deverão ser pensados para desenvolver esse papel ordenador da mobilidade, com os maiores fluxos sendo atendidos pelo transporte de alta capacidade, como os trilhos, e os demais modos de transporte interligados a ele. Desta forma, os sistemas se complementarão, racionalizando a gestão, os custos e os modos de deslocamentos, o que gera perspectivas de redução do custo da tarifa para os cidadãos e dos subsídios públicos ao transporte coletivo de uma maneira geral. Mas, para isso, é necessário o planejamento adequado, com projetos bem estruturados.

E isso se faz cada vez mais necessário, já que a crise gerada pela pandemia do coronavírus está mostrando a fragilidade da infraestrutura de transporte e a necessidade de uma nova visão em relação ao setor por parte dos governantes. O transporte é um serviço essencial e direito constitucional do cidadão e neste momento é necessária a reavaliação de tributos e encargos setoriais, de novas formas de financiamento, entre outras medidas que tornem o transporte sustentável, mesmo diante de uma anormalidade excepcional, como a que estamos vivendo.

Defendemos as políticas de desenvolvimento urbano que superem os prazos de mandatos políticos, que sejam pensadas para o futuro, levando em consideração os diferentes cenários financeiros, sociais e, agora com a pandemia, também sanitários.

Hoje, com a aceleração do processo de mudança do comportamento da sociedade, essas medidas serão fundamentais para a garantia da nova mobilidade. As diretrizes existem e são conhecidas. Cabe agora a abertura governamental, em parceria com a sociedade, entidades de classe e iniciativa privada, para a transformação da infraestrutura de transporte no Brasil.

Roberta Marchesi é Mestre em Economia e Pós-Graduada nas áreas de Planejamento, Orçamento, Gestão e Logística.