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TEM ESPAÇO PARA BICICLETA NAS GRANDES CIDADES NORDESTINAS?

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Para moradores de grandes centros urbanos, o deslocamento cotidiano para trabalho ou estudo gera estresses com a perda de tempo, de grana e até mesmo de saúde física e mental. A construção de uma mobilidade desigual atinge diretamente o acesso às oportunidades e a possibilidade de ascensão social quando falamos de uma população com menor renda, que depende de metrô, trem e ônibus, ou de ruas com calçadas adequadas ou infraestrutura cicloviária. Problemas urbanos, do trânsito nosso de cada dia, comprometem a qualidade de vida e faz muitas pessoas se questionarem se de fato vale a pena morar nas maiores cidades do Nordeste. O Censo de 2022 mostrou que metrópoles como Fortaleza, Recife e Salvador perderam moradores nos últimos anos, com destaque para a capital baiana que diminuiu em 9,6% em comparação ao censo de 2010.

Plano Nacional de Mobilidade de 2012 fala em “prioridade dos modos de transportes não motorizados sobre os motorizados” e “dos serviços de transporte público coletivo sobre o transporte individual motorizado”. Mas essa prioridade não se materializa nos incentivos políticos. No primeiro semestre deste ano, a indústria automobilística se fortaleceu com um desconto do Governo Federal para compra de carros. Já em agosto de 2023 um novo Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) foi lançado, destinando 349 bilhões de reais para o “transporte eficiente e sustentável”. A mobilidade ativa (não motorizada) não foi incluída. O dinheiro vai para rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias do País.

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Atualmente cerca de um quarto das emissões globais de CO2 tem origem no transporte motorizado movido a combustão. Nas três maiores cidades nordestinas, o principal responsável pela emissão de CO2 é o setor de transportes, com destaque para o veículo particular. Segundo os inventários municipais mais recentes de emissões de gases de efeito estufa, o setor responde por 74% das emissões de Salvador, 59% de Fortaleza e 57% de Recife. Por ser um veículo simples, barato e não poluente, a Organização das Nações Unidas (ONU) classifica a bicicleta como “símbolo do transporte sustentável”.

Atualmente a mais populosa cidade do Nordeste conta com um total de 428 km de ciclovias, ciclofaixas, ciclorrotas ou passeios compartilhados. O Plano Diretor Cicloviário de Fortaleza, lançado em 2015, prevê 524 km até o prazo máximo de 2030. O texto fala em prioridade de atendimento às áreas adensadas com baixa renda. Segundo a plataforma Mobilidados, que reúne informações sobre mobilidade e desenvolvimento urbano, 51% da população mora a até 300 metros de alguma infraestrutura cicloviária. É a maior porcentagem entre as capitais nacionais. Além de rotas pedaláveis, a capital cearense tem investido em bicicletas compartilhadas, conexão com transporte público e redução da velocidade em algumas avenidas. Cerca de 235 mil pessoas realizam viagens diárias de bicicleta. A Prefeitura fala em dobrar esse número nos próximos dez anos.

“Fortaleza tem mais de oito anos de continuidade numa política de ciclomobilidade muito relacionada à segurança viária, ao esforço em reduzir acidentes. Além disso, outro ponto foi a da comunicação interna, para demonstrar à população a importância da pauta, e também externa, para atrair mais olhares e investimentos para a cidade”, diz Bernardo Serra, gerente de Políticas Públicas e Clima do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP). Apesar do destaque em nível nacional, o mapa cicloviário de Fortaleza ainda mostra uma concentração da infraestrutura em bairros centrais, onde mora uma população mais rica, mais motorizada e que, em geral, pedala menos.

“Tem essa mística, que muitas vezes é real, de que as pessoas que vocalizam a pauta da bicicleta são aquelas de renda média e alta. Mas essa é uma classe que não é a principal beneficiada. Via de regra, quem usa mesmo é uma população mais pobre, mais negra, e que está nas periferias”, explica Bernardo. Ele conta que é necessário entender a bicicleta para além do esporte ou do lazer no fim de semana. Afinal, para a maioria das pessoas que a utilizam, ela é um veículo de transporte cotidiano. Sua atratividade, porém, ainda é baixa devido à falta de segurança pública e viária nas grandes cidades.

Apesar de serem maioria da população, mulheres pedalam bem menos do que homens. Além da falta de infraestrutura, elas estão mais sujeitas a violências e manifestações da cultura do machismo na rua. Seu deslocamento também costuma ser mais segmentado ao longo do dia, sendo as principais responsáveis por levar a criança para a escola, fazer compras e visitar familiares com problemas de saúde. Outro ponto da desigualdade de gênero é que, ao contrário dos homens, muitas mulheres não aprendem a pedalar ou não são incentivadas a fazer isso durante a infância.

Uma mulher negra veste blusa rosa e saia branca e pedala uma bicicleta simples. Ela está em um cruzamento, esperando o sinal abrir, entre duas vias movimentadas. À sua direita, passam um carro, um ônibus e outra bicicleta
Mulher num cruzamento da cidade do Recife, nas primeiras contagens de ciclistas, em 2013 | Foto: Pedro Guedes/Ameciclo

Em Recife, a arquiteta Bárbara Barbosa começou no ativismo ensinando mulheres a pedalar por meio da rede de voluntários do Bike Anjo. Hoje ela é uma das articuladoras da Associação Metropolitana de Ciclistas do Recife (Ameciclo), que desde 2013 faz pesquisas, estudos e incidência política no território. Em 2014, Pernambuco, em parceria com 14 prefeituras, lançou o Plano Diretor Cicloviário da Região Metropolitana do Recife, um ano antes de Fortaleza. Porém, mesmo saindo na frente, Recife conta hoje com 183 km de rotas cicláveis, quase 250 km a menos que a capital do Ceará. Apenas 30% da população mora a até 300 metros de alguma infraestrutura cicloviária.

Bárbara explica que, por falta de interesse político, o modal fica sempre no fim da fila, e que mesmo as pequenas conquistas só vieram ao custo de muita pressão. “O cicloativismo entra nesse lugar de mostrar para a comunidade os nossos direitos. Foi caro fazer o Plano Diretor Cicloviário, e não dá para todo ano morrer um ciclista. Mas por que a bicicleta? Qual o impacto que ela tem na cidade? Como ela auxilia a agenda do clima? A gente (ativista) senta, se reúne e debate a pauta, lei orçamentária, plano de descarbonização, e mastiga as informações de forma que todo mundo consiga entender”, afirma a arquiteta.

Em 2021, a Ameciclo fez um estudo mostrando que apenas 15% da população recifense se desloca com veículo motorizado particular, mas que esse público fica com 85% dos investimentos da Prefeitura em mobilidade. “Toda vez que eu não incentivo o deslocamento ativo, eu aumento o consumo de gasolina e diesel, eu estimulo o uso de transporte individual com emissão de carbono. A gente precisa pensar numa cidade diferente, com calçadas adequadas, com ruas onde eu possa me sentir segura. A gente precisa priorizar quem está a pé, de bicicleta ou de ônibus”, destaca Bárbara.

Mesmo não sendo totalmente livre de poluentes, o transporte coletivo movido a combustão também é ativo, já que ele não busca o usuário na porta, força seu deslocamento a pé até uma parada ou terminal integrado mais próximo. Além disso, segundo este estudo do Ipea, um único ônibus com 70 passageiros substitui 50 automóveis na via pública, a um média 1,5 pessoa por veículo particular. Mais ônibus significa uma drástica redução nos congestionamentos e nos níveis de poluição atmosférica e sonora nos centros urbanos.

Em agosto de 2023, o Governo de Pernambuco retirou 200 ônibus da frota que atende a Região Metropolitana do Recife, ao passo que aumentou os incentivos tributários para compra e uso de carro e motocicleta. “Se o debate climático não fala de redução da mobilidade passiva e motorizada, da racionalização dos recursos que extraímos e do corte de subsídios concedidos às indústrias automotivas, esse debate climático não está com os pés no chão”, afirma Lucas Vinícius, programador, estudante de Análise de Sistemas no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) e também integrante do Observatório de Mobilidade de Salvador (ObMobSSA).

Um mapa destaca o território de Salvador, na Bahia, entre o Oceano Atlântico e a Baía de Todos-Os-Santos. Esse mapa compara a renda familiar média e a rede cicloviária próxima (ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas) nos bairros de Salvador. A cor varia entre o bege (mais claro), para os bairros com menor renda, e o marrom escuro, para os de maior. A rede cicloviária é representada no mapa como uma linha verde. A linha aparece de forma de mais intensa nos bairros mais ricos da cidade ao mesmo tempo que desaparece nos mais pobres
Relação entre renda familiar média estimada nos bairros de Salvador e a rede cicloviária existente. Nos bairros mais pobres, de coloração clara, falta infraestrutura | Fonte: PlanMob Salvador, 2017

A capital baiana tem 310 km de malha cicloviária. Ao contrário de Fortaleza e Recife, a cidade ainda está elaborando o seu plano diretor cicloviário, instrumento que serve de base para a execução de políticas públicas. O mapa atual expõe uma concentração de ciclovias e ciclofaixas nos bairros mais próximos da Orla Atlântica, rota turística onde reside uma população com maior poder aquisitivo. Neste relatório de diagnóstico, bairros populosos do subúrbio e do miolo da cidade apresentam imensos vazios em termos de infraestrutura. Segundo o Mobilidados, Salvador tem apenas 21% da sua população morando a até 300 metros de um espaço minimamente seguro para se pedalar.

“Pedalar em Salvador é desafio. É um tipo de ‘esporte radical’, pois estamos expostos a ônibus e caminhões em alta velocidade, motoristas debochados, os ‘donos da rua’. Ser ciclista, aqui, é estar sempre no lado mais fraco da corda, exposto a todo o tipo de intempérie. Ainda assim, para alguns motoristas, nós somos uma ameaça, como se nós estivéssemos ‘roubando’ as ruas deles”, relata Lucas Vinícius. Na sua opinião, a bicicleta ainda é vista como um acessório para pequenos grupos desfrutarem de pequenas partes protegidas de Salvador, o que se reflete em uma malha reduzida, desconectada, em mau estado de uso e perigosa. Um ‘desenvolvimento urbano’ que não promove equidade, não reduz a emissão de poluentes, tampouco os sinistros e episódios de violência no trânsito.

É consenso entre pesquisadores que investir em infraestrutura cicloviária atrai mais pessoas à rua. A bicicleta, além de ser um carro a menos, pode ser utilizada tanto para deslocamentos curtos, dentro de uma comunidade, como para longos percursos metropolitanos em integração com ônibus ou metrô. No entanto, nas três maiores cidades nordestinas, pedalar continua sendo um ato de resistência, ainda que em graus de dificuldade diferentes. Em meio a uma estrutura desigual e com a conta climática batendo na nossa porta, já passou da hora de inverter as prioridades no espaço público. Só existe futuro sustentável possível com o direito à mobilidade no centro do debate.

Fonte: Eco Nordeste 

REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO, TELETRABALHO E DOMENICO DE MASSI

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Com uma visão estreita do futuro as empresas banem o teletrabalho de forma sutil e atrasam o desenvolvimento do ciclo virtuoso por vir

O ecossistema de tecnologia elevou o teletrabalho nos anos 2020 e 2021 ao patamar de destaque na gestão de recursos humanos permitindo a manutenção do trabalho e aperfeiçoamento laboral com melhorias de entregas, para em 2022 e 2023 o mercado insistir no trabalho presencial e reduzir pouco-a-pouco o home office, utilizando-se estrategicamente do trabalho híbrido.

Essa insistência sinestésica das empresas é gerada não só pelas suas culturas organizacionais, ou por sua incapacidade gerencial de manutenção ou melhoria de produtividade, mas principalmente pelo arcaísmo de toda uma sociedade (ai incluído o próprio colaborador) em manter seu status quo na tradicional estrutura hierárquica chefe-subordinado. 

Poucos sabem a origem da palavra trabalho. É importante notar que a própria etimologia da palavra “trabalho” remonta a um instrumento de opressão que causava dor, o tripalium. No Japão, o trabalho estava associado a perigo e sujeira, contrastando com a figura de nossa icônica personagem preguiçosa, o Macunaíma, no Brasil.

Com uma visão otimista, o futuro do trabalho foi profundamente estudado pelo filósofo italiano Domenico de Massi (01/02/38 * 09/09/23+). Domenico, ainda no século XX, conseguiu descrever não só as bases do teletrabalho dos dias atuais, mas dos anos vindouros, onde haverá uma crescente necessidade do home office, que se constituirá não um fim em si para a realização das empresas e labor dos seus colaboradores, mas um meio singelo e clarividente para a realização plena do ser humano na criação e na realização.

Na visão de Domenico, o futuro promissor reside na busca do bem-estar dos trabalhadores, proporcionando-lhes mais tempo livre para a criatividade. Isso impulsionará a humanidade na criação de riqueza, permitindo uma redução substancial da jornada de trabalho, com aumento da produtividade, qualidade e conhecimento. O conceito-chave aqui é o “ócio criativo”, uma revolução comportamental que promete transformar a sociedade.

O filósofo foi incisivo “Nos próximos anos, a porcentagem de quem trabalha em tempo integral em troca de um salário vai diminuir e a porcentagem de quem não trabalha, ou que trabalha algumas horas, vai crescer, transformando várias atividades de graça (voluntariado, esporte, arte etc.) e receber rendimentos de cidadania. A maioria das atividades não será paga e servirá àqueles que as carregam para atender às suas necessidades de introspecção, amizade, amor, beleza, diversão e convívio. Isto é, ócio criativo.”

Com uma visão estreita do futuro as empresas banem o teletrabalho de forma sutil e atrasam o desenvolvimento do ciclo virtuoso por vir. Essa tendência de retorno ao escritório também vem do mindset voltado para o passado impossibilitando um passo largo na nova direção. De fato, parece impossível nessa primeira metade do século XXI fazermos a virada de chave com o modelo atual de gestão usado pelas corporações, e com os profissionais disponíveis no mercado.

Por outro lado, alguns esforços estão em andamento. No Recife, por exemplo, o Prefeito João Campos recomendou ao seu time que todos lessem “Utopia para Realistas” de Rutger Bregman, escritor que defende abertamente a redução da carga de trabalho repercutindo na melhoria dos negócios. No Recife, ainda, a EMPREL empresa pública responsável pela tecnologia no município regulou através de acordo com os trabalhadores o “Teletrabalho Inteligente” inspirado em Domenico de Massi. Não há obrigatoriedade de adesão de nenhuma das partes, até porque nem todo trabalhador está apto ao teletrabalho, como também nem todos o querem. Críticas e elogios vieram de parte a parte, mas sempre construtivas para melhorar a produtividade da empresa, com qualidade de vida para o trabalhador.

Nesse contexto de interesses divergentes, é possível encontrar um caminho que ofereça menos trânsito, melhor qualidade de vida, redução de despesas, ar mais puro e mais tempo livre para as pessoas. No entanto, isso requer o comprometimento e a qualificação dos gerentes para apoiar os colaboradores e alcançar metas com excelência.

A nível nacional, o Governo Federal está retomando a discussão sobre a redução da jornada de trabalho para trinta e duas horas semanais. Embora seja essencial debater essa questão, em um processo de transformação, o diálogo é crucial, pois decisões abruptas que não contam com o acordo de ambas as partes interessadas podem levar ao fracasso e ao retrocesso. O progresso inspirado no legado do grande, admirado e saudoso Domenico de Massi passa pela construção de um consenso que visa à evolução da humanidade, onde o trabalho deixe de ser um tripalium e se torne um momento de prazer e realização.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

PELA 1ª VEZ NA HISTÓRIA, FOI REALIZADO ONTEM UM VOO TRANSATLÂNTICO COM 100% DE COMBUSTÍVEL SUSTENTÁVEL

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A fabricante norte-americana de jatos executivos Gulfstream Aerospace anunciou hoje, 20 de novembro, que concluiu com sucesso o primeiro voo transatlântico da história usando 100% de combustível de aviação sustentável (SAF).

Realizado no domingo, dia 19 de novembro, o voo foi feito com uma aeronave Gulfstream G600, que saiu da sede da empresa em Savannah, nos Estados Unidos, e pousou 6 horas e 56 minutos depois no aeroporto de Farnborough, na Inglaterra.

Imagem: Gulfstream

Equipada com motores Pratt & Whitney PW815GA, ambos alimentados com 100% de SAF, esta missão mostra o potencial para o uso futuro de combustíveis renováveis ​​na aviação, que apresentam menor teor de carbono, enxofre e aromáticos.

Os dados coletados deste voo ajudarão a Gulfstream e seus principais fornecedores a avaliar a compatibilidade das aeronaves com futuros combustíveis renováveis ​​de baixo teor de aromáticos, especialmente sob temperaturas frias para voos de longa duração.

O SAF utilizado no voo foi produzido pela World Energy e entregue pela World Fuel Services. Era composto 100% de ésteres e ácidos graxos hidroprocessados ​​(HEFA puro), que tem pelo menos 70% menos emissões de CO2 no ciclo de vida do que o combustível de aviação de base fóssil, ajudando a reduzir o impacto da aviação no clima.

Além disso, este combustível com zero adição de aromáticos tem um impacto reduzido na qualidade do ar local e um teor de enxofre muito baixo, o que pode reduzir os impactos ambientais não relacionados com o CO2.

Mark Burns, presidente da Gulfstream, disse: “Uma das chaves para alcançar as metas de descarbonização de longo prazo da aviação executiva é o amplo uso de SAF em vez de combustível de aviação de base fóssil. A conclusão deste voo de classe mundial ajuda a avançar a missão abrangente de sustentabilidade da aviação executiva e a criar impactos ambientais positivos para as gerações futuras.”

A Gulfstream ressalta que foi o primeiro fabricante de equipamento original do segmento de jatos executivos a voar 100% SAF. Outros parceiros importantes que apoiam este marco incluem Honeywell, Safran e Eaton.

“Gostaríamos de agradecer a todos os nossos parceiros pela ajuda na concretização deste voo marcante e pela parceria contínua na colaboração para defender o caminho da indústria da aviação para o uso 100% do SAF”, disse Burns.

Fonte: Aeroin

PRÊMIO P3C: CALL FOR PAPERS

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Prêmio P3C Reconhece Líderes e Inovações na Mobilidade Urbana

O Prêmio P3C destaca-se como uma iniciativa pioneira no cenário brasileiro, consolidando-se como um catalisador para tornar o ambiente de negócios mais previsível e seguro para investidores. Organizado pela Necta e co-realizado pelo Estadão, o P3C tem apoio da B3 e do Portugal Ribeiro Advogados, sendo o principal evento multissetorial sobre infraestrutura especializado no mercado de Parcerias Público-Privadas (PPPs) e Concessões, reunindo empresas, entidades e governos com a missão fundamental de encontrar alternativas que promovam critérios ambientais, sociais e de governança. Este evento é direcionado a profissionais do setor de infraestrutura e serviços, congregando executivos de empresas privadas e estatais, investidores, concessionárias, operadoras, consultores, financiadores, agentes públicos, seguradoras, procuradores e demais interessados nos desafios e oportunidades que permeiam os setores de infraestrutura.

Call for Papers

Em paralelo ao Prêmio P3C, lançamos o Call for Papers, uma oportunidade única para pesquisadores, estudiosos, empreendedores e organizações compartilharem propostas inovadoras que impulsionam o avanço e desenvolvimento do setor de infraestrutura. O objetivo é valorizar a diversidade de perspectivas e experiências, buscando contribuições que promovam a solidez do ambiente de negócios no Brasil. Os trabalhos selecionados serão apresentados em formato de mesa redonda durante a 3ª edição do P3C, agendada para fevereiro de 2024, em São Paulo.

O Call for Papers está aberto a pesquisadores, estudiosos, empreendedores e organizações dedicados a projetos e estudos inovadores, focados em soluções para tornar o ambiente de negócios mais previsível e seguro para os investidores no Brasil.

Prêmio

A terceira edição do Prêmio P3C está agendada para o dia 26 de fevereiro de 2024, na B3, e promete ser um evento notável destinado a reconhecer destacados profissionais, empresas e órgãos públicos que se destacaram na atuação em infraestrutura econômica, social e ativos ambientais no Brasil. Com o propósito de celebrar aqueles que contribuíram significativamente para o fortalecimento e desenvolvimento sustentável do setor, o Prêmio P3C destaca-se como uma plataforma anual de reconhecimento.

O distinto corpo de jurados inclui Felipe Sande, Especialista em modelagem econômico-financeira de concessões e reequilíbrio de contratos, também Coordenador do curso de Modelagem Econômico-Financeira de Concessão e PPPs na Fipe/Radar PPP. Renata Perez Dantas, Mestre e Investment Officer da IFC, do Grupo Banco Mundial, que atua como advogada e Investment Officer na Unidade de PPP da International Finance Corporation-IFC, e Marcelo Lennertz, sócio da Lobo de Rizzo Advogados, especialista em questões relacionadas à estruturação e regulação de projetos de infraestrutura. Este evento anual pretende destacar e celebrar o compromisso excepcional desses profissionais e organizações na construção de um ambiente de negócios mais robusto e sustentável no Brasil. Mais informações sobre o Prêmio P3C podem ser encontradas no site do evento

Prazos Importantes:

  • Envio de propostas Call for Papers: 06 a 27 de Novembro de 2023
  • Período de Inscrições para o Prêmio: de 13 de novembro a 08 de dezembro de 2023
  • Análise das propostas Call for Papers: 02 a 12 de Janeiro de 2024
  • Julgamento do Prêmio: 08 a 19 de janeiro de 2024
  • Confirmação de Call for Papers: 15 de Janeiro de 2024
  • Divulgação da programação: 22 de Janeiro de 2024
  • Apresentação dos ganhadores: 26 de fevereiro de 2024

Estamos entusiasmados em receber propostas inovadoras e participantes engajados para juntos construirmos um ambiente de negócios mais robusto e promissor para o Brasil. Para mais informações e submissões, acesse site do evento.

Agradecemos antecipadamente pela sua contribuição para o sucesso do Prêmio P3C e do Call for Papers.

Sobre a Necta

A Necta desenvolve plataformas que conectam pessoas, criando ecossistemas de negócios nos segmentos de aeroportos, aviação, PPPs, infraestrutura, cidades, mobilidade, segurança pública e inovação social. A equipe é formada por profissionais das áreas de marketing, comercial, comunicação, designer, web, mídia social, pesquisa e estratégia. A Necta cria plataformas de conteúdo para clientes e parceiros, e também desenvolve projetos próprios, como o Connected Smart Cities & Mobility; AirConnected & Connected Urban Air Mobility, PMU – Parque da Mobilidade Urbana. 

Assessoria de Imprensa:
imprensa@nectainova.com.br
+55 11 95368-8829

INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA MOBILIDADE: PARQUE DA MOBILIDADE URBANA DESTACA TENDÊNCIAS NA EDIÇÃO REGIONAL CENTRO-OESTE

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O Parque da Mobilidade Urbana Regional Centro-Oeste acontecerá no dia 14 de dezembro de 2023 e terá o Distrito Federal como anfitrião.


O Parque da Mobilidade Urbana emerge como uma iniciativa comprometida em promover a mobilidade urbana sustentável, inclusiva e disruptiva. O crescimento acelerado das cidades, a partir da expansão da urbanização, desafia cada vez mais o poder público e gestores de negócios a buscarem soluções estratégicas para o aperfeiçoamento da dinâmica do ecossistema de mobilidade em prol da maior integração e do incentivo à sustentabilidade no funcionamento de espaços compartilhados.

O PMU, realizado pelo Connected Smart Cities, em conjunto com o Mobilidade Estadão, visa proporcionar experiências enriquecedoras e reflexões profundas para o avanço da mobilidade nas cidades. Com atividades que abrangem exposições de produtos, serviços e tecnologias, demonstrações interativas, test drives e test rides, atividades recreativas, espaços de convivência e conteúdo relevante, o Parque da Mobilidade Urbana é o maior evento do gênero na América Latina. 

Parque da Mobilidade Urbana Regional Centro-Oeste: 

O ecossistema da mobilidade urbana é multifacetado, conectando pessoas, bens e serviços nas cidades com impactos socioeconômicos, logísticos e ambientais. O Parque da Mobilidade Urbana Regional Centro-Oeste, que acontecerá no dia 14 de dezembro de 2023, com o Distrito Federal como anfitrião, busca aprofundar discussões regionais, considerando questões locais e destacando desafios e oportunidades na região Centro-Oeste: “nesse contexto, investimentos significativos no Distrito Federal, como o programa Brasília Vida Segura e a expansão de ciclovias, refletem o compromisso com a mobilidade urbana sustentável“, ressalta Paula Faria, idealizadora do evento e da Plataforma Connected Smart Cities.

Temas em Destaque no Parque da Mobilidade Urbana Regional Centro-Oeste

Mobilidade Ativa e Compartilhada

O Distrito Federal conta com Plano de Mobilidade Ativa, que visa orientar e coordenar as ações voltadas à mobilidade a pé e à ciclomobilidade. Além dos 664,7 km de ciclovias, o governo irá publicar edital de mais 105 km de ciclovias e prevê para os próximos anos a existência de 1.000 paraciclos para bicicletas compartilhadas.

Eletrificação do Transporte Coletivo

Em circulação desde 2018 em Brasília, ônibus elétricos já deixaram de emitir cerca de três mil toneladas de CO2 na atmosfera, o que equivale ao plantio de mais de 21 mil árvores. No mesmo período foram economizados mais de 150 mil litros de óleo diesel.

Já em Goiás, o Governo do Estado prevê a modernização e aquisição de 65 ônibus elétricos para circular no Eixo Anhanguera, principal corredor de mobilidade urbana da Região Metropolitana de Goiânia.

Tendências

Entre os temas e tendências para a mobilidade urbana no Centro-Oeste, estão: aplicativos públicos para o sistema de caronas compartilhadas; o uso de informações e dados para a gestão da mobilidade urbana e o transporte coletivo; a expansão dos centros de operação e controle para outras cidades, assim como já existente no Distrito Federal; o sistema de pagamento digital ampliado para novos formatos; a integração modal; a eletrificação da frota de veículos e muito mais.

—Patrocinador Apresentador – FAP

Serviço:

Parque da Mobilidade Urbana  – Regional Centro-Oeste 2023

Local: PMURC-  Centro de Eventos e Convenções Brasil 21, Brasília – DF

Quando: 14 de dezembro de 2023

Site: https://parquedamobilidadeurbana.com.br/pmu-regional-centro-oeste/

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INOVAÇÃO E TECNOLOGIA DIVERSIFICAM RECURSOS PARA TRANSPORTE COLETIVO MUNDIAL

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Avanços da engenharia automotiva ampliam a participação de empresas brasileiras entre os grandes players do segmento de mobilidade

Em outubro deste ano, estive no maior evento direcionado ao transporte coletivo da Europa – a Busworld 2023, realizada na Bélgica. Por lá, pude acompanhar os investimentos de diferentes empresas para o desenvolvimento de ônibus que atendam às exigências e anseios mundiais por veículos mais sustentáveis e que contribuam com a descarbonização, além de produtos movidos à combustão com recursos que aliam conforto, segurança e sustentabilidade em sua composição.

O Brasil, que tem grande expertise no setor, também marcou presença no evento. A indústria nacional mostrou seu potencial de inovação e apresentou soluções como um ônibus rodoviário que representa um avanço em inovação, com diferenciais de segurança, conforto, conectividade, dirigibilidade e ergonomia, para passageiros e motoristas, bem como um veículo movido a célula de combustível de hidrogênio. A presença brasileira no mercado europeu é um resultado do interesse mundial e a preocupação com um transporte coletivo mais seguro, confortável e aliado às expectativas de sustentabilidade ambiental.  

Diante deste cenário, a tecnologia aproxima os mercados e os clientes. Neste sentido, o que vimos é que os fabricantes brasileiros estão habilitados a fornecer ônibus equipados com acessórios que transformam as viagens em experiências mais prazerosas e conectadas, equiparados aos grandes líderes mundiais do segmento.

Os avanços tecnológicos aproximam pessoas, criam laços de afetividade com as marcas e ajudam a globalizar veículos que podem ser adaptados para diferentes públicos, países e necessidades. Por esses recursos inovadores, projetos brasileiros como um micro-ônibus autônomo, ônibus elétricos ou movidos a hidrogênio podem ser amplamente reproduzidos no cenário internacional, aumentando a competitividade e trazendo maior visibilidade para a indústria automotiva nacional.

A inovação é um motivo de orgulho para o Brasil, uma vez que, por meio dela, conquistamos mercados e construímos projetos diferenciados e posicionamos o país entre os grandes players mundiais no segmento do transporte coletivo.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities.

RAÍZEN POWER E INDIGO SE UNEM PARA IMPULSIONAR RECARGA ELÉTRICA NO BRASIL

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Por meio da rede Shell Recharge, empresas querem alavancar a mobilidade sustentável e o desenvolvimento de smart cities no país

Raízen Power, marca dedicada às soluções de energia elétrica renovável da Raízen, acaba de fechar uma parceria estratégica com a Indigo, líder mundial em gestão de estacionamentos, para expansão da rede pública e semi-pública de carregamento de veículos elétricos no Brasil.

Por meio do programa Shell Recharge, referência global em infraestrutura de recarga rápida, o acordo entre as empresas busca alavancar a rede de carregadores e outras soluções de mobilidade sustentável em estacionamentos de diversos locais no país, proporcionando desde recargas de conveniência até carregamentos ultrarrápidos para impulsionar o ecossistema de mobilidade elétrica nacional e o desenvolvimento de smart cities.

A parceria entre esses dois grandes players de mobilidade traz um avanço significativo tanto para o setor de veículos elétricos como para o país, proporcionando maiores investimentos, tecnologias e sustentabilidade.

“Nosso propósito é democratizar a mobilidade sustentável em todo o Brasil, o que significa expandir em locais estratégicos e isso inclui os locais nos quais a Indigo está presente. Junto à Indigo, estamos entusiasmados em dar mais um passo rumo ao avanço da eletromobilidade, somando sinergias para a conexão de pessoas, locais, negócios sustentáveis e serviços de forma responsável e eficiente”, comenta Frederico Saliba, CEO da Raízen Power.

Parte importante do portfólio de Raízen Power, uma das maiores comercializadoras de energia do Brasil, com mais de 40 mil clientes conectados no seu amplo portfólio de soluções, o programa Shell Recharge tem a meta de alcançar mil estações de recarga em âmbito nacional em 2024.

O objetivo da solução é facilitar o carregamento dos veículos elétricos e oferecer um serviço que atenda às necessidades dos motoristas em todos os momentos da sua jornada, de forma a trazer a melhor experiência, com estações localizadas em corredores estratégicos e destinos de conveniência.

Além do programa Shell Recharge, a marca Raízen Power oferece serviços de geração e comercialização de energia renovável para consumidores residenciais até grandes negócios e tem intensificado sua estratégia de conectar novos clientes para democratizar o acesso à energia limpa.

Já a Indigo, multinacional francesa do Grupo Indigo, possui um plano estratégico baseado em ações ESG, incluindo a instalação de painéis solares para fornecer e suprir parte da demanda de energia da operação, soluções para mobilidade individual (cadeiras de rodas motorizadas, patinetes e bicicletas elétricas) e carros elétricos compartilhados.

Atualmente, a Indigo está presente em mais de 99 cidades e 24 estados brasileiros, além do Distrito Federal, com presença em 369 estacionamentos, que somam mais de 295 mil vagas nos principais shoppings, avenidas de grande fluxo e grandes aeroportos. O objetivo da empresa é ampliar a rentabilidade dos estacionamentos por meio da oferta de diferentes serviços.

“Com essa parceria com a Raízen, a Indigo reforça seu compromisso de buscar soluções inteligentes e sustentáveis para as cidades e de contribuir com a expansão da mobilidade elétrica no país. Além disso, seguindo as diretrizes do Grupo Indigo, companhia francesa com atuação em diversos países, temos várias iniciativas que visam o equilíbrio ambiental, como a compensação de carbono de nossas operações, e a garantia de um serviço de excelência”, comenta Thiago Piovesan, CEO da Indigo Brasil.

Fonte: Jornal Cana

CAMINHOS PARA REDUZIR DESIGUALDADES SOCIAIS EM FORTALEZA

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Milhares de ruas e avenidas desenham os 121 bairros de Fortaleza. Ao longo de seus 297 anos, a vila expandiu seguindo um padrão xadrez de vias paralelas, esparramou-se. Vista de cima, o formato é de mão espalmada, como quem tece vidas. Virou morada de 2,4 milhões de pessoas, com mais de 7 mil habitantes por quilômetro quadrado. É a quarta cidade mais populosa do Brasil e a primeira do Nordeste. O desafio é proporcional, fazer com que essa densidade demográfica não seja um indutor de desigualdades sociais.

Nesse contexto, surge a necessidade de criar mecanismos para integrar uma parcela significativa da população que enfrenta dificuldades de inserção no mercado de trabalho, avalia o professor universitário e membro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Ricardo Coimbra.

“É essencial desenvolver, ao longo do tempo, políticas públicas específicas que identifiquem as múltiplas características da população e suas demandas. A implementação dessas políticas requer órgãos municipais especializados, capazes de criar um planejamento de médio a longo prazo para atender às crescentes necessidades e carências decorrentes do desenvolvimento populacional”, analisa.

Por isso, investir em capacitação profissional e empreendedorismo é como costurar um novo padrão no tecido social. Em setembro deste ano, Fortaleza alcançou, pela primeira vez, o topo nacional do Ranking Connected Smart Cities, no eixo empreendedorismo. O estudo é publicado anualmente, desde 2015, quando a capital cearense não integrou a lista. Em seguida, as colocações da capital cearense foram 2016 (10ª), 2017 (9ª), 2018 (30ª), 2019 e 2020 (22ª), 2021 e 2022 (4ª).

O indicador, desenvolvido pela consultoria Urban Systems, qualifica as cidades mais inteligentes e conectadas do País. O estudo considera o conceito de conectividade como a relação entre os diversos segmentos da sociedade, compreendendo que investir em saneamento pode ajudar também na economia, por exemplo. Quanto ao termo smart cities, o ranking leva em conta as cidades em que seus agentes de desenvolvimento da cidade entendem a importância da conectividade entre esses setores.

Ações

A Secretaria de Desenvolvimento do Município (SDE) vem adotando uma abordagem centrada no pequeno empreendedor, visando gerar empregos e fortalecer a economia local. “Mais de 60 mil capacitações foram oferecidas em todos os 121 bairros, priorizando empreendedores na periferia, como proprietários de pequenos comércios. Nosso foco está na capacitação técnica e gerencial, e isso vem mudando a vida das pessoas da cidade, porque o que eles ganham gira no próprio bairro. É um ciclo virtuoso”, afirma o titular da pasta, Rodrigo Nogueira.

À medida que indivíduos aprendem e se aprimoram, o tecido social se fortalece, reflete diversidade de talentos e experiências. A sociedade se beneficia da riqueza gerada pela multiplicidade de habilidades. De acordo com a secretária da Coordenadoria Especial de Programas Integrados (COPIFor), Manuela Nogueira, os programas municipais de capacitação e empreendedorismo buscam justamente costurar essa colcha social.

“É preciso olhar para a desigualdade da cidade, não como dois contrapontos, mas buscando formar conexões. É isso que as políticas públicas de Fortaleza estão fazendo. Não olhamos somente para um território específico, mas trabalhamos de modo a encontrar formas de conectar as pessoas e os segmentos”, observa.

Na trama da capacitação, cada linha representa uma habilidade adquirida, um conhecimento absorvido. O empreendedorismo, por sua vez, assemelha-se a um ato de criar a própria tapeçaria. Nesse sentido, Fortaleza conta hoje com 11 programas e ações de incentivo econômico e social, voltados para o pequeno empreendedor.

Projetos que tecem histórias de superação

Erbene Nogueira, pedagoga e artesã de brinquedos de pano, participa do programa municipal Costurando o Futuro (Foto: Nicolás Leiva)

Era uma vez uma menina muito amada pelo pai, mas quis a morte que ele partisse, deixando a filha em necessidade com uma família que não tinha aprendido a amá-la. “Sabe a história da Cinderela, a gata borralheira? Pronto, sou eu todinha”, conta Erbene Nogueira, 55 anos, pedagoga e artesã de brinquedos de pano, sem hesitar e com um sorriso de superação que impressiona. A história dela é forte, traça semelhanças com a personagem do conto de fadas. Mas, mas ao invés de sapatinhos de cristal, nossa heroína foi salva por agulha e linha.

Seus calçados eram compartilhados com a irmã mais velha, que estudava em turno diferente para que pudessem alternar o uso. Se à primogênita e aos irmãos havia palavras de estímulo, para Erbene não sobrava afeto da matriarca. Ainda em gestação, houve tentativa de interromper a gravidez. Após nascida, pele mais escura que os irmãos, conheceu a rejeição.

Aos 17 anos, após o falecimento do pai, ela e os irmãos precisaram aprender a costurar para ajudar a suprir as necessidades básicas da família. “A gente passou dificuldade, mas foi através da costura que minha mãe sustentou todos os filhos”, relata. Essa foi a primeira vez que agulha e linha salvaram sua vida e realizaram um sonho. Erbene nunca pôde ter bonecas, passou a costurar as suas.

Em 2011, casada e com três filhos, viu o marido abandonar a família. Sem trabalhar a pedido dele, caiu em depressão. “Foi aí que minha mãe realmente foi mãe. Ela me pediu perdão, me incentivou a fazer faculdade, a voltar a costurar e a vender minhas bonecas de pano nas escolas dos meus filhos. Hoje eu vejo tudo que passei com a minha mãe, a luta dela com a perda do meu pai. Sinto que estava me preparando para passar pelo mesmo processo”, avalia.

A vida retalhada por necessidade e rejeição encontrava remendo, mas as linhas nem sempre seguiram retas. No início de 2023, costurando à mão, sem dinheiro para comprar máquina, com poucos clientes e volume de vendas concentrado nas festas de fim de ano, Erbene quase desistiu.

“Eu estava muito sobrecarregada, peguei as coisas, amarrei tudinho. Mas uma vizinha que eu não via há muito tempo apareceu e me falou do Costurando o Futuro, projeto da Prefeitura de Fortaleza. Disse que lá tinha um ateliê, máquina de graça para costurar, não pagava energia nem conserto, tinha material de doação, linha, e eles ainda direcionam para vender nas feiras. Eu nem acreditei”.

No dia seguinte, Erbene estava inscrita. O que antes ela levava oito dias para produzir, hoje é feio em um dia e meio. As vendas ocorrem com muito mais frequência, com participação dela nas feirinhas organizadas pela gestão municipal, ou por outras integrantes do projeto, que levam suas bonecas de pano e as vendem em troca de uma porcentagem por peça comercializada.

O Costurando o Futuro existe desde 13 de dezembro de 2021 e segue a lógica de coworking. É um espaço compartilhado, colaborativo e gratuito, voltado para as atividades de corte e costura, produzido por pessoas em situação de vulnerabilidade social. Os 12 equipamentos estão localizados nos bairros Bom Jardim, Vila União, Ancuri, Jangurussu, Vila Velha, Cristo Redentor, José Walter, Conjunto Ceará, Barra do Ceará, Vicente Pinzón, Canindezinho e Mondubim.

A Prefeitura ainda deve instalar novos ateliês no Cuca Pici e uma unidade referencial próximo à antiga Fábrica Guararapes. “Eu digo que o ateliê é uma colcha de retalhos. Cada um chega com seu pedacinho de conhecimento e vai passando para as outras. Depois a gente junta tudo e faz uma colcha enorme de tudo aquilo”, reforça Erbene.

Karina Soriano, fundadora da Curando a Pele, empresa de cosméticos naturais, participou do programa Nossas Guerreiras (Foto: Divulgação)

Nossas Guerreiras

Para o professor universitário e membro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Ricardo Coimbra, há uma mão de obra, principalmente a feminina, que muitas vezes fica excluída e precisa de incentivo. “A criação de programas específicos potencializa a reinserção dessa força de trabalho no mercado e, ao longo do tempo, torna-se possível realocar essa parcela da população dentro de toda a cadeia produtiva”, observa.

Lançado em 21 de outubro de 2021, o programa Nossas Guerreiras também vem ajudando a estimular o empreendedorismo feminino na Capital. A iniciativa já beneficiou 8.498 mulheres com crédito orientado de R$ 3 mil, tendo investido R$ 25 milhões na economia local. A meta é ofertar crédito para até 17 mil empreendedoras locais.

A fisioterapeuta Karina Soriano, 39 anos, é fundadora da Curando a Pele, empresa de cosméticos naturais. Surgiu durante a pandemia de covid-19, quando ela iniciou seus estudos sobre clareamento natural. “Os cosméticos são todos feitos por mim, meus primeiros produtos foram os séruns clareadores. Em 2022, comecei a fazer os sabonetes clareadores, e a empresa começou a crescer”, lembra.

Karina soube do Nossas Guerreiras por meio de uma notícia de jornal. “Consegui fazer todo o processo pela internet, desde a inscrição até o momento de assinar a documentação para receber o crédito. O programa foi um divisor de águas no meu empreendimento, pois, além do crédito para investir em produtos e cursos, tive oportunidades de participar de várias feiras organizadas pelo Município”, conta.

Por meio do Nossas Guerreiras, Karina também teve acesso aos cursos de outro programa de formação, o Fortaleza Capacita. “Os cursos ajudam muito na profissionalização do empreendimento, permitem que a gente cresça profissionalmente. Antes dos programas, eu praticamente não vendia. Hoje, todos os meus rendimentos são da Curando a Pele. Já consegui terminar minha pós em dermatologia funcional e pago plano de saúde pra mim, tudo com o que ganho”, comemora.

Fonte: O Otimista

MOBILIDADE URBANA É O PIOR ÍNDICE DE SERVIÇO PÚBLICO, APONTA PESQUISA

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O principal motivo de insatisfação é o trânsito, que chega a 73% de avaliações negativas

Uma pesquisa realizada entre as capitais brasileiras revelou que a mobilidade urbana é o maior descontentamento entre os entrevistados. Porto Velho é a capital com a pior nota de mobilidade urbana (2,67), seguido por Rio de Janeiro (2,83) e São Luís (2,83). Além do trânsito, o número de mortos em acidentes de trânsito também pesa na avaliação dos cidadãos.

Tempo gasto no deslocamento para o trabalho, custo médio do transporte na renda média, e a emissão de gases de efeito estufa per capita foram outros pontos negativos que contribuíram para o mau desempenho do serviço. No topo do ranking, com as melhores notas, ficam as capitais Florianópolis (5,66), Curitiba (5,66) e Vitória (4,83).

Para realizar a pesquisa, seis dimensões de serviços públicos prestados à população na esfera municipal foram analisados: educação, saúde, proteção social, desenvolvimento econômico, mobilidade e gestão de qualidade. A soma das notas gerou uma média para as capitais analisadas.

Curitiba tem nota 6,72 e lidera o ranking geral. Segundo Sergio Andrade, cientista político e diretor executivo da Agenda Pública, culturalmente a cidade mantém um diálogo contínuo com os moradores, o que facilita uma nota mais positiva nos quesitos avaliados.

Palmas, no Tocantins, aparece em segundo lugar na lista geral (6,54) e destoa do resto da região Norte, que só reaparece na 12º posição, com a capital Boa Vista (4,78). Andrade destaca ações isoladas da cidade e bons indicadores de proteção social, como o número de Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) disponíveis na cidade, que ajuda a explicar a disparidade da nota da cidade.

Na outra ponta, Belém ficou com a menor média analisada (3,04) entre as cidades. Na capital paraense, o pior índice analisado foi desenvolvimento econômico, que ficou em 1,83.

Na saúde, em todas as capitais pesquisadas, o tempo de espera para realização de consultas e exames é o fator que mais gera avaliações negativas. Contudo, Andrade chama a atenção para a boa avaliação dos profissionais de serviços públicos, que melhorou o desempenho da nota, “o atendimento dos profissionais de saúde foi reconhecido pelos usuários e essa valorização puxou a nota para cima”, reconhece.

São Paulo lidera o ranking em desenvolvimento econômico, mas não é intermediária nas outras categorias. Ou seja, mesmo sendo a capital mais rica e que mais cresce economicamente, não reverte esses índices em bem-estar para a população. A capital paulista tem o pior indicador de vulnerabilidade social entre o Sudeste. “Os serviços públicos oferecidos especialmente para a população vulnerável contribuem para o pior desempenho da cidade”, ressalta o diretor.

A Pesquisa de Qualidade dos Serviços Públicos nas Capitais Brasileiras mediu a performance da gestão pública nas capitais brasileiras, fazendo um diagnóstico para oferecer a oportunidade de propor soluções para os desafios enfrentados. “Os dados obtidos com essa avaliação devem ser utilizados para estudar e melhorar os serviços oferecidos à população, aumentando o bem-estar de todos”, diz Andrade.

A qualidade dos serviços públicos foi analisada nas 26 capitais, menos o Distrito Federal. A pesquisa utilizou dados oficiais disponíveis em bancos de dados públicos para avaliar as seis dimensões de serviços públicos e os normatizou para gerar notas entre zero e dez.

Fonte: Valor 

COM POTENCIAL DE R$ 8,8 BI, INICIATIVAS DE PPPS DE ÁGUA E ESGOTO CHEGAM AO MELHOR PATAMAR DO ANO

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Destaque do levantamento, o setor teve sete novas licitações abertas em setembro, juntando-se a outras oito iniciativas que já estavam com seus editais publicados

Os investimentos estimados em concessões e parcerias público-privadas no setor de Água e Esgoto em setembro chegaram em seu maior patamar de 2023, com valor de R$ 8,8 bilhões, segundo cálculos da consultoria Radar PPP, que criou o índice iRadarPPP para monitorar diariamente mais de 4.600 projetos no país. Os dados correspondem ao estoque de investimento, que estima os valores de aportes relacionados ao estágio de desenvolvimento dos projetos. Mensalmente, a EXAME divulga, com exclusividade, o número atualizado do valor investido em PPPs e concessões no Brasil.

Destaque do levantamento, o setor teve sete novas licitações abertas em setembro, juntando-se a outras oito iniciativas que já estavam com seus editais publicados. No total, são 619 iniciativas de água e esgoto em diferentes estágios de maturidade. Frederico Ribeiro, sócio da Radar PPP, avalia que o índice foi sustentado pelo lançamento de diversos projetos em municípios, que podem ter avançado por causa dos decretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o marco do saneamento.

“Esse avanço não tem uma relação imediata, até porque esses sete projetos em fase de licitação não começaram a ser estruturados em julho ou no começo do ano. Mas os decretos aumentaram a segurança jurídica para que esses projetos conseguissem avançar”, diz Ribeiro.

Entre os 15 projetos mapeados, destaque para as iniciativas de Campinas e Marília, em São Paulo, Governador Valadares, Minas Gerais, e Imperatriz, no Maranhão, municípios com população superior a 230.000 habitantes.

O decreto alterou a regra que condicionava o apoio técnico e financeiro da União à adesão do município em um consórcio regional de prestação dos serviços de água e esgoto.

Além disso, o governo retirou a possibilidade de empresas públicas pudessem realizar a prestação de serviços de saneamento básico sem licitação em municípios integrantes de estruturas regionalizadas.

As mudanças também excluíram a flexibilização dos critérios necessários à demonstração da capacidade econômico-financeira pelas companhias de saneamento básico ao admitir a inclusão de contratos provisórios não formalizados e outras situações de natureza precária no processo de comprovação. As companhias, porém, têm de atestar sua capacidade às agências reguladoras competentes até 31 de dezembro de 2023.

“A expectativa é de que outros municípios, não pertencentes a estruturas regionalizadas, encorajem-se a estruturar projetos neste segmento, gerando um importante mercado para médias empresas e caminhando rumo à tão desejada universalização dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário”, escreve Angélica Petian, Sócia da área de infraestrutura e projetos do Vernalha Pereira, no iRadar de setembro.

Outros destaques do iRadar de setembro

Outros destaques do iRadar em setembro vieram de diferentes setores, como Sistema Prisional, Habitação e Urbanização e Educação. Eles são considerados pelo levantamento como iniciativas potenciais para atração de novos investimentos privados.

Considerando as movimentações capturadas no levantamento em setembro, o saldo do índice foi positivo em R$ 6,6 bilhões. Na prática, o iRadar mostrou um aumento das expectativas de mais investimentos privados em infraestrutura no Brasil, em comparação com os cancelamentos ou paralisações de projetos.

Apesar do resultado, o iRadarPPP fechou o mês de setembro em queda de 5,58%, aos 96,510679 pontos – isso ocorreu, pois os contratos já assinados consomem o estoque de investimentos, à medida que o tempo passa e se aproximam do seu fim.

Como o iRadarPPP é construído

Elaborado pela consultoria Radar PPP, o índice iRadarPPP soma todos os valores de PPPs e concessões que estão com contratos assinados e uma série de outras estimativas que são decorrentes de iniciativas que estão em fase de desenvolvimento em diversos estágios. Entra nessa conta uma intenção pública anunciada, ainda sendo modelada, por exemplo. Quando não há estimativa de valor de investimento, é feito um cálculo médio com base em todas as outras iniciativas existentes dentro do banco de dados da consultoria.

O objetivo do iRadarPPP é mostrar o total de investimentos estimados em contratos em execução, ou que ainda estão em fase inicial, por todos os entes federativos (municípios, estados, União e empresas públicas). Mensalmente, a EXAME divulga, com exclusividade, o número atualizado do valor investido em PPPs e concessões no Brasil. O iRadarPP conta ainda com parceiros jurídicos do Azevedo Sette Advogados e do Vernalha Pereira Advogados.

Qual diferença entre PPP e concessão?

Nas PPPs, o poder público banca uma parte dos custos de operação de um serviço concedido à iniciativa privada. O modelo é feito quando não há cobrança de tarifa ou o valor é insuficiente para remunerar a empresa que presta o serviço. Nas concessões, a empresa concessionária tem sua fonte de receita totalmente oriunda da tarifa cobrada do usuário ou outras formas de receita, sem que haja uma compensação de governos ou empresas públicas. Nas duas modalidades, o Estado continua a ser dono dos bens públicos.

Fonte: Exame