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GABRIEL FAJARDO: “A CRIAÇÃO DA SECRETARIA DE PARCERIAS E CONCESSÕES VEM COM O MOTE DE IMPULSIONAR A CONTRATUALIZAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS”

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Secretário Adjunto de Parcerias e Concessões do Rio Grande do Sul destaca o papel crucial das parcerias público-privadas no desenvolvimento social no Rio Grande do Sul e compartilha estratégias para superar desafios e engajar a população para legitimar ações. Confira!

O fortalecimento da agenda de parcerias público-privadas de impacto social é uma pauta fundamental para o Brasil. Tais colaborações não apenas proporcionam segurança jurídica aos investidores, mas também incentivam a modernização na gestão pública.

Isso porque as parcerias público-privadas de impacto social possibilitam que governos, ao conceder a execução das ações por meio de contratos a organizações não governamentais, prestem serviços públicos que, muitas vezes, não teriam recursos técnicos ou financeiros para realizar. Além disso, garantem a sustentabilidade dos serviços ou obras sem interferências pelas trocas de gestão – o que proporciona melhoria e sustentabilidade na prestação de serviços à população.

Existem diversos mecanismos legais que permitem ao Estado delegar a gestão de serviços públicos a entes não-governamentais. Parcerias público-privadas (PPPs), contratos de gestão, MROSC, entre outros, são modelos de contratualização.

Diante da importância estratégica do tema, o Rio Grande do Sul criou, em 2023, a Secretaria de Parcerias e Concessões com o objetivo de fortalecer a contratualização como instrumento de políticas públicas, garantir o investimento privado e assegurar a entrega de serviços públicos de qualidade à população.

Em conversa exclusiva com a Comunitas, o Secretário Adjunto de Parcerias e Concessões do Rio Grande do Sul, Gabriel Fajardo, abordou a experiência do Rio Grande do Sul na implementação de contratos de longo prazo, destacando os desafios e resistências enfrentados. Além disso, ele ressaltou a necessidade de uma comunicação eficaz para legitimar as contratualizações, envolver a população e obter licença social.

Fajardo também falou dos resultados alcançados com relação aos serviços executados e à atração de novos projetos em áreas sensíveis, ressaltando o foco no bem-estar do cidadão e o papel do Estado como fomentador das contratualizações nos municípios.

Confira a entrevista abaixo:

Crédito da Imagem: LinkedIn

1 – Na sua visão, qual é a importância das contratualizações para o desenvolvimento do país?

A contratualização é fundamental para o desenvolvimento do país na medida em que traz, de um lado, segurança jurídica e previsibilidade para os investidores, e consegue fazer com que as normas sejam claras e que a gente tenha definição a respeito daquilo que se demanda em termos de necessidades públicas.

Do ponto de vista do governo e das políticas públicas, essa colaboração é essencial para a contratação e implementação efetiva dessas políticas. Então, a gente tem um movimento muito interessante de conseguir longevidade dentro daquilo que o Estado faz. A gente consegue garantir que esse instrumento – por que a contratualização nada mais é do que um instrumento – fique como legado e tenha como perspectiva as próximas entregas e medidas que serão tomadas sem que haja a descontinuidade própria dos ciclos políticos-partidários-eleitorais. A gente precisa ter as entregas sendo realizadas e as políticas sendo desenvolvidas para além de governos.

2 – Como o governo do Rio Grande do Sul vem desenvolvendo ações com foco no fortalecimento da pauta de contratualização?

O Rio Grande do Sul vem fortalecendo a pauta de contratualizações, especialmente a partir dos contratos de longo prazo, contratualizando investimentos privados nas concessões e nas parcerias público-privadas.

Desde 2019, a gente passa a ter uma pasta voltada a isso – que antes era uma secretaria extraordinária, e, agora, ganha o status de uma secretaria de Estado – para poder encarteirar o maior número de projetos de concessões, que nós temos nas mais diversas áreas, como saúde, educação, rodovias, aeroportos, presídios, saneamento. É, realmente, uma carteira muito diversificada.

Além disso, estamos promovendo os órgãos e entidades de Estado para poder lidar com essa política. A gente tem o fortalecimento da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul, a AGERGS, bem como a melhoria dos fluxos e do planejamento, que é fundamental para que possamos ter novas políticas de contratualização sendo realizadas a partir de evidências. Esses eixos se conectam a partir do momento em que a gente planeja as novas contratualizações e não fica só lidando com as demandas do agora, mas, também, antecipando as demandas do futuro.

A criação da Secretaria de Parcerias e Concessões vem com o mote de impulsionar a contratualização como instrumento de políticas públicas, de garantir o investimento privado, e, também, a concretização dos serviços públicos de qualidade para a população. A Secretaria é um órgão que é um grande articulador e organizador desses interesses para poder oferecer as melhores soluções e serviços para os cidadãos.

3 – Quais são as principais dificuldades que o RS enfrenta ao implementar contratualizações? Quais setores apresentam mais desafios e o que o governo gaúcho tem feito para superá-los?

Diante dos desafios enfrentados pelo Rio Grande do Sul, é crucial assegurar o respeito e a observância desses contratos.

A gente conseguiu criar fluxos que, de parte a parte, possam obedecer e satisfazer aquilo que o contrato determina como uma política que precisa ser desenvolvida. Portanto, é muito importante a gente conseguir articular todos os interesses do poder concedente, que, no caso, é a secretaria que delegou o serviço, a agência reguladora, a concessionária, os usuários e os financiadores. Fazer essa orquestração de interesses é fundamental para que a gente possa ter esses contratos respeitados.

Eu acho que essa dificuldade de implementar contratualizações acontece por estarmos no Brasil, que possui um ambiente regulatório muitas vezes instável, não só nos estados, mas, também, no âmbito nacional. As decisões judiciais e as decisões dos tribunais de conta influenciam e dificultam o respeito a esses contratos, mas o Rio Grande do Sul vem conseguindo fazer isso de uma forma muito proveitosa e atraindo bastante investimento a partir dessa preocupação.

Leia também: Malha cicloviária de São Paulo cresceu 9 km entre outubro e dezembro de 2023

4 – Quais são os principais desafios e resistências encontrados no contexto social ao implementar contratualizações no Estado? Além disso, você tem alguma dica sobre como comunicar de maneira eficaz a importância das contratualizações para a população? 

A gente sempre fala de projetos de longo prazo, de grande impacto, como os projetos de concessão e parcerias público-privadas, e como a gente precisa ter licença social, em como a gente precisa legitimar as nossas entregas e, consequentemente, os nossos contratos, visto que o contrato é o instrumento, é o documento que acaba lastreando essas relações. Mas ele se manifesta na vida das pessoas a partir da entrega, a partir dos serviços que são oferecidos. Então a gente precisa legitimá-lo e ter licença social.

A comunicação vai no sentido de sensibilizar as pessoas a respeito do que está sendo feito, em como esse contrato gera direitos e deveres para essas pessoas que vão ser, de alguma forma, impactadas por aquela prestação. Ela também é fundamental para estabelecer uma relação, especialmente quando o Estado delega o serviço. Nesse contexto, a concessionária deve operar dentro dos limites daquele contrato para poder entregar a tempo, a modo e com a devida qualidade os serviços que são ofertados.

É preciso trazer sempre a população para perto e a gente consegue fazer muito isso por meio de uma política de escuta e de aproximação com a população. Não é a população que tem que chegar até o governo, é o governo que precisa chegar à população. É o nosso dever ter braços e pernas para conseguir comunicar. E isso está nas mais diversas ações, como redes sociais e matérias de jornal, mas, também, está no dia a dia.

Só como um exemplo, no Free Flow, que a gente substituiu praças de pedágio por cobrança automática, nós fizemos um trabalho de comunicação personalizada para os usuários daquela localidade, explicando que faríamos a substituição na forma de cobrança, para conseguir explicar o porquê, quais os motivos e como era, de fato, o funcionamento daquele sistema de cobrança automático, para que a gente pudesse trazer esse cidadão para o nosso lado e ele pudesse sentir aquilo como uma pauta positiva. Era pedágio do mesmo jeito, mas comunicar isso da forma correta faz toda a diferença para você legitimar as suas ações.

5 – Quais resultados têm sido alcançados por meio das contratualizações no RS? Você poderia compartilhar quais são as principais iniciativas e projetos em andamento na Secretaria de Parcerias e Concessões do RS?

Os resultados obtidos até agora são bastante satisfatórios. Podemos observar feedbacks positivos em relação aos serviços já delegados, confirmando que os investimentos estão sendo efetivos, os contratos estão surtindo efeito e as políticas estão sendo implementadas com sucesso. Além disso, temos conseguido apresentar novos projetos para atender às demandas sociais existentes.

Hoje, a gente tem na carteira diversos projetos em áreas super sensíveis, como saúde, em que a gente quer construir um hospital, operar esse hospital, oferecer o serviço médico-hospitalar e o serviço administrativo. Com relação à educação, queremos qualificar a infraestrutura de 100 escolas, localizadas em áreas de vulnerabilidade social do Estado, a partir de um programa que o Estado criou chamado RS Seguro, que consegue identificar clusters de áreas de vulnerabilidade social para gente conseguir fornecer àquela população não só as reformas das escolas, da infraestrutura escolar, mas conseguir ofertar dignidade e auto estima para as pessoas a partir da escola como um vetor de transformação social.

Também posso citar o desafio da universalização do saneamento e o cumprimento das metas do novo Marco de Saneamento Básico, cujo objetivo é ter entre 95% e 100% de água e esgoto tratados para a população. Estamos implementando programas abrangentes para melhorar a segurança rodoviária e reduzir acidentes, incluindo um programa de concessões rodoviárias.

Além disso, estamos apoiando os municípios na implementação de contratos através de concessões e PPPs. Para o cidadão, não importa se um determinado serviço é competência do Estado ou do município, o que importa é como esses serviços chegam até ele. E o Rio Grande do Sul desempenha um papel crucial como impulsionador dessas parcerias nos municípios.

Nosso foco é ampliar iniciativas em todos os setores, tanto na infraestrutura social quanto na econômica, para promover desenvolvimento e atrair investimentos, sempre com ênfase no benefício direto para o cidadão.

Fonte: Comunistas.org

IA VAI REVOLUCIONAR O DESENVOLVIMENTO DOS VEÍCULOS ELÉTRICOS

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A integração das IAs nos veículos elétricos revoluciona a indústria automotiva, redefinindo a mobilidade com eficiência e segurança.

A integração da inteligência artificial (IA) em carros elétricos representa uma revolução significativa na indústria automotiva, proporcionando benefícios tanto em termos de eficiência quanto de segurança. A convergência dessas duas tecnologias está moldando o futuro da mobilidade de maneira inovadora.

Já podemos afirmar que a IA vai desempenhar um papel crucial na otimização do desempenho dos carros elétricos, gerenciando a distribuição de energia, monitorando a condição da bateria e ajustando dinamicamente o consumo de energia com base em padrões de condução e condições de tráfego. Isso não apenas maximiza a eficiência do veículo, estendendo sua autonomia, mas também contribui para a sustentabilidade, otimizando o uso da energia armazenada nas baterias.

Além disso, a segurança é aprimorada por meio de sistemas avançados de assistência ao motorista (ADAS) que fazem uso extensivo de algoritmos de aprendizado de máquina. Esses sistemas capacitam os carros elétricos a antecipar e reagir a situações de tráfego complexas, proporcionando recursos como frenagem automática de emergência, assistência de manutenção de faixa e controle de cruzeiro adaptativo.

Com sua capacidade de processamento avançada, a IA também será fundamental para a evolução da condução autônoma em modelos elétricos. Sensores integrados, como câmeras e radares, coletam dados em tempo real, e os algoritmos de IA interpretam essas informações para tomar decisões instantâneas de direção.

Isso não só pode melhorar a segurança rodoviária, minimizando o risco de acidentes, mas também vai oferecer uma experiência de condução mais confortável. Hoje, além de ser uma construtora de automóveis, a Tesla possui como grande negócio, o uso dos dados obtidos dos veículos (bateria, recargas, condições dos componentes) e das formas de condução de seus usuários.

Estas informações estão contribuindo para o aperfeiçoamento da condução autônoma FSD – Full Self Driving, já em uso nos EUA. Recentemente, o empresário Elon Musk anunciou que a Tesla integrará o novo assistente de inteligência artificial Grok, desenvolvido por sua startup xAI, em seus veículos elétricos.

A integração da IA em carros elétricos também está impulsionando o desenvolvimento de soluções inovadoras de gerenciamento de frota, otimizando rotas, agendamento de carregamento e manutenção preventiva.

Isso não apenas reduz os custos operacionais, mas também contribui para a sustentabilidade, maximizando a eficiência de uso das frotas de veículos elétricos. A Inteligência Artificial também já está auxiliando na fabricação de baterias mais eficientes, ainda que demandem uma longa jornada antes de poderem ser produzidas em larga escala.

A fusão da inteligência artificial com carros elétricos está redefinindo a experiência automotiva, impulsionando a eficiência, a segurança e a sustentabilidade. À medida que essas tecnologias continuam a evoluir, podemos esperar uma transição cada vez mais suave para uma era de mobilidade elétrica inteligente e autônoma.

Fonte: TecMundo

UNIÃO EUROPEIA TEM A MENOR EMISSÃO A PARTIR DE COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS EM 60 ANOS

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Em 2023, a queda foi de 8%; as emissões de CO2 geradas exclusivamente com a queima de carvão caíram pela metade desde 2015

O ano de 2023 na União Europeia (UE) teve um marco importante: foi alcançado o menor nível de emissões de dióxido de carbono gerado a partir de combustíveis fósseis. A retração foi de 8% em comparação aos níveis de 2022. A UE atingiu os menores níveis desde o início da década de 1960.

De acordo com relatório do Centro de Investigação em Energia e Ar Limpo (Crea), trata-se da maior queda anual registrada após 2020, quando fábricas foram fechadas e voos suspensos por conta da pandemia de covid-19.

Carvão encolheu

As emissões de CO2 da UE a partir da queima de carvão diminuíram para metade desde 2015 e registaram uma redução anual de 25%. Já as emissões relacionadas com o gás diminuíram 11%, enquanto as provenientes do petróleo retraíram 2%, em comparação com o ano anterior.

Apesar dos números, a UE segue como uma das principais responsáveis pelo aquecimento do planeta, contribuindo para as condições climáticas cada vez mais extremas.

Leia também:Quais os benefícios de pedalar e como ajuda na mobilidade urbana

É preciso avançar

Recentemente, alguns dos conselheiros climáticos da UE afirmaram que “o ritmo das reduções precisa de aumentar consideravelmente” se o bloco quiser atingir a sua meta para 2030. Os 27 Estados-Membros têm de reduzir as emissões cerca de duas vezes mais rapidamente do que fizeram, em média, nos últimos 17 anos, de acordo com um relatório do Conselho Consultivo Científico Europeu sobre Alterações Climáticas.

O grupo apresentou uma relação com 13 recomendações para alcançar números melhores. Entre elas, a eliminação urgente e progressiva dos subsídios aos combustíveis fósseis, a expansão do regime europeu de preços de emissões para incluir a agricultura e a aprovação das leis finais do acordo verde europeu.

Fonte: Exame

MELHOR USO DAS INFRAESTRUTURAS URBANAS OCIOSAS

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A administração pública municipal está numa posição estratégica para promover melhor uso dos seus ativos

Em um mundo voltado para a alta rotação de inovações transformadoras, muitos dos maiores centros urbanos brasileiros têm conseguido absorver os benefícios dessas iniciativas. Os diversos aplicativos de transporte, hospedagem, entregas em domicílio já são amplamente conhecidos e utilizados nas cidades brasileiras de médio e grande porte. 

A consolidação dessas tecnologias foi precedida por intensas discussões jurídico-regulatórias num ambiente de intensa disrupção, tendo de um lado o poder público e do outros as empresas. A favor das empresas estava o conhecimento das lições aprendidas nas experiências pregressas em grandes centros urbanos, com diferentes legislações e desafios regulatórios.  Ao mesmo tempo, as oportunidades e impactos positivos desses novos serviços eram evidentes e a população aspirava por se beneficiar rapidamente dessas conveniências. Às prefeituras, coube criar algum tipo de regulação sobre esses serviços e acompanhar sua evolução. De algum modo, quando provocadas a achar um caminho para que a cidade convivesse com esses serviços inteligentes, as prefeituras foram capazes de reagir de forma tempestiva e resolutiva. 

Seria razoável, portanto, imaginar que as Prefeituras passariam a ter maior inspiração para, com iniciativas próprias, também provocar inovações no campo da infraestrutura urbana, em especial daqueles ativos que estão sob sua gestão direta ou indireta.  

Vale lembrar que a administração pública municipal está numa posição estratégica para promover melhor uso dos seus ativos. E aqui não me refiro necessariamente ao uso primário das infraestruturas municipais (transporte, saúde, educação) mas principalmente aos seus usos alternativos, aproveitando a disponibilidade ociosa desses ativos. A partir de aspectos associados ao desenvolvimento de cidades resilientes e aos conceitos de sustentabilidade oriundos da economia compartilhada, várias prefeituras europeias têm liderado ações que pretendem assegurar um planejamento urbano mais alinhado com a dinâmica atual das aglomerações urbanas. Essas iniciativas envolvem bancos de ensaio (“test bed”) com o intuito de testar formas de promover cidades mais sustentáveis (desde mudanças nos hábitos de consumo até o melhor aproveitamento de espaços públicos e privados). 

Aqui, explorarei o aproveitamento de infraestruturas públicas existentes, que por si só, já seria um enorme avanço para as cidades brasileiras.  As prefeituras dispõem de um amplo conjunto de ativos (imóveis, servidores, contratos, bancos de dados) que poderiam ter seu uso otimizado para atender objetivos de sustentabilidade. Além do mais, a gestão pública municipal tem as melhores condições para identificar e organizar as demandas e necessidades dos munícipes. 

Nesse contexto, experiências internacionais mostram enorme potencial para o uso de infraestruturas públicas ociosas. Pense, por exemplo, nos espaços de escolas públicas, que ficam desocupadas em vários períodos e finais de semana. Tais espaços poderiam ser utilizados em horários alternativos para abrigar práticas esportivas, reuniões, seminários e aulas referentes a temas de interesse da comunidade local. Além disso, poderiam ser disponibilizados como espaços compartilhados de trabalho para pequenos empreendedores da região, desde que observados determinados critérios de enquadramento definidos por políticas públicas. 

No campo do transporte público, é notório que, no período noturno e na madrugada, há uma diminuição relevante na oferta de veículos. Ainda assim, eles circulam com uma taxa de ocupação muito baixa, o que comportaria o acesso de mais usuários nesses horários alternativos. O melhor aproveitamento dessa infraestrutura ociosa poderia ser fomentado através de incentivos como redução de tarifas ou gratuidades nesses períodos.  

Nos ativos imobiliários das prefeituras brasileiras, não é incomum encontrarmos imóveis sem uso. Geralmente, isso se dá pela insuficiência de recursos para recuperar edificações degradadas, ou por imbróglios legais ou ainda pelos precários inventários patrimoniais que a gestão municipal dispõe, onde sequer são conhecidos o conjunto de imóveis da prefeitura. A subutilização dos ativos imobiliários municipais é uma das mais comuns oportunidades desperdiçadas pelas prefeituras. Existem diversos arranjos contratuais, já consolidados na realidade brasileira, em que a administração pública é capaz de capturar valor através de operações imobiliárias em parceria com o setor privado. Principalmente nos grandes centros, é comum encontrarmos prédios públicos em áreas de grande interesse comercial, com investidores dispostos a pagar bons preços pela aquisição/uso desses imóveis ou mesmo construir e manter novas edificações públicas como contrapartida. 

O deslocamento dos gestores públicos municipais também é campo fértil para promover maior sustentabilidade urbana. Veículos oficiais e motoristas ficam ociosos a maior parte do tempo, e atendem a demandas individualizadas desconectadas de um planejamento integrado para deslocamento de servidores. Há diversas iniciativas e ferramentas disponíveis – em especial por meio de tecnologia – para racionalizar a aquisição e uso de veículos, os gastos com combustíveis, bem como diminuir o tempo de viagem e reduzir as emissões de CO2. Programas de substituição de carros oficiais pelo uso de aplicativos de transporte, planejamento de viagens compartilhadas por servidores públicos, sistemas de informações para capturar demandas por deslocamento e otimizar rotas são alguns exemplos práticos de como as prefeituras podem reduzir custos e ineficiências, promovendo um ambiente urbano mais sustentável. 

Em suma, os agentes públicos municipais têm a “faca e o queijo na mão” para melhorar a qualidade de vida da população, apenas valendo-se do que já está disponível. Outra boa notícia: existem inúmeras ações já conhecidas (e testadas) que podem ser colocadas em prática rapidamente e sem “reinventar a roda”. O desafio maior, portanto, é o de chacoalhar o modelo comportamental dos gestores municipais, exatamente aqueles que reúnem as melhores condições para articular ações e promover o bem-estar dos munícipes.  

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

AINDA DÁ TEMPO DE SE INSCREVER NO LEVANTAMENTO 100+ CONNECTED SMART CITIES EM PARCERIA COM O MOBILIDADE ESTADÃO

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Confira como participar e quais são os critérios de avaliação para participar

À medida que as cidades e suas populações se expandem, impulsionando a diversidade nos mercados produtivos e industriais e contribuindo para o crescimento econômico nacional, surge a necessidade de abordar os atuais desafios relacionados ao planejamento e à implementação de uma gestão eficaz da mobilidade urbana. Nesse contexto, o Connected Smart Cities, em colaboração com a vertical de Mobilidade do Estadão, apresenta um levantamento pioneiro que tem como meta promover uma representação abrangente e atualizada do cenário da mobilidade urbana no Brasil, permitindo que organizações relevantes contribuam para a construção do panorama atual.  

Com o objetivo de garantir uma visão abrangente e atualizada do cenário da mobilidade urbana no Brasil, as inscrições para o levantamento das 100+ Connected Smart Cities ainda estão abertas. Empresas que atuam em diversos segmentos do setor são convidadas a participar dessa iniciativa, que visa construir um panorama anual representativo e enriquecedor.

A participação das entidades não apenas fortalece a transparência e a representatividade do levantamento, mas também enriquece as discussões sobre inovação e sustentabilidade no âmbito da mobilidade urbana. O período de inscrições estará aberto até 14 de fevereiro, proporcionando uma oportunidade valiosa para as empresas interessadas destacarem suas contribuições e avanços no setor.

Segmentos e Categorias

As empresas serão distribuídas nas seguintes categorias, representando as diferentes vertentes que compõe a mobilidade urbana:

  • Fabricantes e Operadores de Transporte Público
  • Fabricantes e Operadores de Veículos
  • Fabricantes e Operadores de Caminhões
  • Fabricantes e Operadores de Motos
  • Fabricantes e Operadores de Bicicletas, incluindo elétricas, patinetes e outros levíssimos
  • Tecnologias e Operadores de Compartilhamento
  • Tecnologia & Inovação para Mobilidade
  • Consultorias
  • Mobilidade Aérea Urbana

Critérios de Avaliação

O processo de seleção das empresas mais influentes será baseado em critérios rigorosos, refletindo os desafios e demandas contemporâneos da mobilidade urbana:

  1. Inovação: As empresas serão analisadas quanto ao comprometimento com programas inovadores e progressos tecnológicos que contribuam para a modernização da mobilidade urbana. A capacidade de inovação torna-se crucial em um contexto de constante evolução e transformação digital.
  2. ESG (Ambiental, Social e Governança): As empresas serão avaliadas nos quesitos de Eficiência Energética, Comprometimento com o Meio Ambiente, Direitos Humanos, Inclusão (diversidade e equidade), Transparência e Ética. Essa abordagem reflete a crescente importância do comprometimento com práticas sustentáveis e responsáveis na construção do futuro da mobilidade urbana.

Faça sua inscrição! 

Confira como foi o caderno especial da última edição das 100 empresas mais influentes em mobilidade

Sobre a Necta

A Necta é uma das principais promotoras de conteúdo e eventos no Brasil especialista em aproximar os públicos B2B, B2G, G2B e G2G através da implementação de atividades orientadas a impactar positivamente os ecossistemas onde estão inseridas.

Criamos plataformas que conectam pessoas e transformam ecossistemas por meio de soluções de conteúdo especializado, promoção de eventos de negócios, premiações, cursos, rankings, estudos, marketplace e utilização de ferramentas de inteligência de mercado.

Somos os idealizadores e realizadores do Connected Smart Cities, única plataforma de cidades inteligentes e mobilidade urbana do Brasil, e da principal plataforma de PPPs e Concessões, o P3C Investimentos em Infraestrutura.

 

PRIMEIRO BRT COM FROTA 100% ELÉTRICA LIGARÁ SÃO BERNARDO À CAPITAL EM ATÉ 40 MINUTOS

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O projeto de implantação do BRT-ABC, primeiro com frota 100% elétrica do Brasil, vai beneficiar mais de 200 mil passageiros por dia, que poderão percorrer o trajeto entre São Bernardo do Campo e São Paulo em até 40 minutos. Com inauguração prevista para 2025, o sistema – com 92 ônibus elétricos – conectará, ao longo de 17 km, a região do Grande ABC à capital paulista, passando também por São Caetano do Sul e Santo André.

O projeto conta com financiamento de R$ 80 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os recursos são do Fundo Clima, programa que financia projetos de mitigação das mudanças climáticas. O investimento total previsto no empreendimento é de R$ 1,2 bilhão e a expectativa é de que sejam gerados mais de 10 mil empregos.

O financiamento do BNDES foi aprovado para a empresa ABC Sistema de Transporte SPE S.A. (Next Mobilidade), concessionária estadual responsável pelo transporte intermunicipal por ônibus da área 5 da região metropolitana de São Paulo: Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e São Paulo.

“A liderança do presidente Lula abriu uma janela de oportunidade histórica para o Brasil liderar o processo global de transição energética. No caso do projeto do BRT-ABC, sob responsabilidade da Next Mobilidade, trata-se do primeiro do país com uma frota de ônibus 100% elétrica”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

“O BRT do ABC inaugura um modo de transporte eficiente, limpo e integrado aos sistemas de alta capacidade de transporte da região metropolitana de São Paulo. Além de contribuírem para a mitigação da mudança climática, os ônibus elétricos não emitem gases nocivos à saúde que ficam retidos na atmosfera das grandes cidades”, explicou o chefe do Departamento de Mobilidade Urbana e Logística do BNDES, Rafael Pimentel.

Ele ressaltou ainda que, do ponto de vista social, o sistema vai trazer redução dos tempos de deslocamento e ampliação do acesso a serviços a milhares de pessoas por dia, além de ser um importante incentivo ao desenvolvimento da indústria nacional e à geração de empregos.

Leia também: QUAIS OS BENEFÍCIOS DE PEDALAR E COMO AJUDA NA MOBILIDADE URBANA

Projeto – O sistema vai afetar positivamente o tempo de deslocamento da população que transita diariamente das cidades do ABC paulista rumo à capital, para trabalhar, estudar e acessar serviços públicos.

Serão 16 estações de embarque e desembarque por onde circulará uma frota de veículos climatizados, silenciosos e não poluentes, em três modalidades de serviço: expresso, semiexpresso e parador. A expectativa é de que o percurso entre o Terminal São Bernardo e o Terminal Sacomã, na capital, seja feito em 40 minutos na modalidade expressa.

Além do serviço expresso, com menos paradas e velocidade média de 25 km/h, o passageiro poderá escolher outras duas opções: semiexpresso, com percurso previsto de 43 minutos, e parador, de 52 minutos. Semáforos inteligentes, faixas exclusivas e pontos de ultrapassagem entre os ônibus vão permitir o deslocamento rápido e seguro dos usuários.

Integração com metrô e trem – O BRT-ABC vai integrar os sistemas municipais ao metrô e ao trem. No Terminal Tamanduateí, haverá integração do BRT com a Linha 2 Verde do Metrô de São Paulo e a Linha 10 Turquesa da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. Pelo Terminal Sacomã, será possível acessar o centro de São Paulo por meio do corredor Expresso Tiradentes e da Linha 2 do Metrô.

Fonte: O Grande ABC

DISPONIBILIDADE DE ÁGUA NO BRASIL PODE SER REDUZIDA EM 40% ATÉ 2040, DIZ RELATÓRIO DA ANA

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Bacias hidrográficas do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e parte do Sudeste podem ser afetadas

O Brasil pode perder 40% de disponibilidade de água até 2040, de acordo com estudo da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) divulgado nesta quarta-feira (31).

A pesquisa “Impacto da Mudança Climática nos Recursos Hídricos do Brasil” foi lançada em uma live da agência que deu início à Jornada da Água 2024, que terá como tema “A Água nos Une, o Clima nos Move”.

Participaram da transmissão ao vivo os ministros Waldez Góes, do Desenvolvimento Regional, e Jader Filho, das Cidades, e o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, João Paulo Capobianco, além da diretora-presidente interina da agência, Ana Carolina Argolo, e dos diretores interinos Nazareno Araújo e Marcelo Medeiros.

A pesquisa inédita apresenta os efeitos da mudança climática na disponibilidade de água no Brasil.

O levantamento é dividido em três recortes temporais: de 2015 a 2024; de 2041 a 2070 e de 2071 a 2100. “O nosso estudo foi baseado em diversos modelos climáticos. Portanto, não é apenas um modelo climático, a partir dos modelos climáticos globais, várias modelagens foram desenvolvidas, o que nos fez identificar um consenso, uma convergência de cenários que permite ao gestor antecipar e tomar decisões na formulação de políticas públicas”, explicou Nazareno Araújo.

Segundo a publicação, a disponibilidade de água pode diminuir nas bacias hidrográficas do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e parte do Sudeste. Pela pesquisa, existe uma tendência na região nordeste de aumento do número de trechos de rios intermitentes – que secam de forma temporária. A região também deve ter redução dos volumes de chuva, intensificando a seca no semiárido e na faixa litorânea.

Na região Sul, ao contrário das demais, há uma tendência de aumento da disponibilidade hídrica de até 5% até 2040. No entanto, há uma maior possibilidade de imprevisibilidade climática, como eventos de secas e cheias e inundações, como já tem ocorrido nos últimos anos.

Para o Norte, região que abriga grande parte da Amazônia, o estudo aponta que há perspectiva de secas mais frequentes e intensas, além da redução nas vazões dos rios e volumes médios de chuvas.

Concentração de grandes centros urbanos, o Sudeste tende a ter uma redução nas vazões em função da mudança climática, o que ocasiona a diminuição da disponibilidade de água nas bacias hidrográficas. O levantamento ainda aponta um cenário incerto sobre as condições climáticas futuras no Centro-Oeste.

Sobre a emissão de gases do efeito estufa, a ANA destaca a necessidade de conter a emissão para evitar uma estiagem em três das cinco regiões do Brasil.

Leia também: União Europeia tem a menor emissão a partir de combustíveis fósseis em 60 anos

Jornada da Água 2024

Após o anúncio do tema “A Água nos Une, o Clima nos Move”, o ministro Waldez Góes disse que o tema exige “sinergia muito grande”. Ao falar dos eventos climáticos que atingiram o país em 2023, o ministro lembrou das cidades que decretaram emergência.

“No ano passado, só para ter uma ideia, nós tivemos 2.123 municípios vivendo em situação de emergência. Por aí já dá para se ter a dimensão. Ou por falta, ou por excesso de água”, disse Góes. Em sua fala, o ministro Jader Filho apontou que é necessário o trabalho de preparação para os eventos. “Quando se trata de urbanismo hoje em dia, se trata em dois temas: adaptação e resiliência”, destacou o ministro das Cidades.

Representando a ministra Marina Silva, o secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco, citou os 100 milhões de brasileiros que ainda não possuem acesso a saneamento, de acordo com números do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, do Ministério das Cidades.

O secretário lembrou, também, que dos 88 programas propostos pelo Plano Plurianual, aprovado pelo Congresso Nacional no ano passado, 50 são programas transversais voltados à questão ambiental e do clima. “A governança e gestão de recursos hídricos é uma das principais ferramentas de adaptação aos impactos das mudanças climáticas”, pontuou Capobianco.

Fonte: CNN Brasil

REGULAÇÃO DE EVTOLS NO BRASIL COMEÇA SEM REGRA GERAL PARA EVITAR BARREIRA DE ENTRADA, INDICA ANAC

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A regulação do setor de eVTOLs no Brasil começará avaliando caso a caso, sem uma regra geral, certificando para operação os veículos que forem apresentados, como forma de observar o desenvolvimento do setor e não criar barreiras de entrada.

É o que indicou o superintendente de Aeronavegabilidade da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), Roberto Honorato, em entrevista à Agência iNFRA. Essa superintendência é a que vem liderando o processo de implantação desses veículos no país, apelidados de “carros voadores” (o nome eVTOL vem do inglês: electric vertical take-off and landing).

“Precisa regulamentar? A gente olha essa questão com um pouco de cautela. Não é preciso fazer isso neste momento. É difícil fazer uma regra geral agora”, explicou Honorato.

Segundo ele, a área da agência tem mecanismos para permitir operações seguras no processo de certificação dos equipamentos, discutindo o caso concreto do veículo apresentado e as regras de operação que serão aplicadas a ele. E esse será o melhor caminho para os eVTOLs.

“Se a gente sentar agora para fazer uma regra geral, a gente consegue. Mas como a gente vai regulamentar o que a gente não conhece, tendo que acertar? A gente pode fazer algo para menos ou para mais e matar [a indústria], porque isso vai ser custo”, disse o superintendente.

A ideia, de acordo com Honorato, é aprender o que é relevante a ser observado e, no futuro, quando houver algum nível de padronização da indústria, fazer uma regulamentação mais geral.

“A regulação atual não representa barreira ao desenvolvimento da atividade e oferece portas de entrada.”

Preocupação com a segurança
Segundo ele, a preocupação com a segurança estará presente no processo que antecede a regulação, que é a certificação dos equipamentos, que já está iniciada com a abertura da Consulta Setorial 10/2023, de dezembro deste ano, para a primeira empresa que solicitou, a EVE, subsidiária da Embraer.

O superintendente explicou que os conhecimentos que a agência tem sobre segurança de aeronaves de pequeno porte e de helicópteros serão usados para certificar os veículos que forem apresentados. E a agência está buscando conhecimento em áreas novas, como de funcionamento de baterias, para também avaliar os aspectos que não estão presentes na aviação atual e que estarão nos eVTOLs.

De acordo com Honorato, a perspectiva da ANAC é finalizar a etapa atual de base de certificação do equipamento da EVE neste semestre. A empresa já fez testes operacionais no Brasil (relatório neste link). Ele explicou que a base de certificação é uma espécie de “regra do jogo” para que a empresa possa seguir com o desenvolvimento do equipamento e tenha os elementos essenciais sobre como ele vai poder funcionar. E, só então, pedir a certificação.

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Piloto
É nesse processo, por exemplo, que serão definidos parâmetros de onde operar, em que circunstâncias, quantidade de passageiros, distâncias, entre outros. E também como será a certificação dos pilotos, algo que terá que haver, ainda que os equipamentos já estejam sendo desenvolvidos para que sejam operados remotamente.

“Não há como abrir mão de alguém certificado para operar”, informou Honorato, que indicou poder ser uma certificação para piloto remoto.

Atenção do mundo
A certificação do eVTOL da EVE pela ANAC, segundo Honorato, é motivo de atenção em todo o mundo. Isso porque a companhia é uma das que mais têm encomendas desses equipamentos no mundo. Até o momento, não há nenhum equipamento certificado pelas agências norte-americana e europeia.

Os que estão mais avançados, segundo ele, são os equipamentos da alemã Lillium e da inglesa Vertical. No fim do ano passado, essas duas agências firmaram acordos de cooperação com a ANAC para que elas possam reconhecer a certificação uma das outras, apenas homologando o que a parceira tiver certificado.

“Estamos super envolvidos no tema e participando efetivamente. Além da brasileira [EVE], temos dois grandes operadores aéreos que têm intenção forte de trazer equipamentos estrangeiros para o Brasil”, explicou Honorato, lembrando dos acordos da Azul com a Lillium e da Vertical com a Gol, anunciados em 2023.

Em 2025
Apesar dos avanços, não há perspectiva de que nenhuma dessas empresas tenha operações de fato em 2024. Mas, de acordo com Honorato, há perspectivas para 2025. Ele lembrou que tem havido alguns anúncios de empresas que dizem que venderão o equipamento, inclusive no Brasil.

Ele tem alertado a essas companhias que elas devem informar aos possíveis compradores de que os equipamentos só poderão operar no país se tiverem a certificação da ANAC ou a homologação das certificações de parceiras.

Honorato, no entanto, não vê no momento um modelo de vendas individuais dos eVTOLs. Segundo ele, o foco dos principais desenvolvedores é buscar uma operação que seja complementar à da aviação, pelas características atuais das máquinas, que só têm alguma perspectiva de viabilidade em voos mais curtos.

“É uma indústria que surge da evolução de baterias e motores, o que deu margem à criação de um conceito que tem semelhança com o drone, mas o propósito de aplicação e o nível de segurança é bem diferente. Eles nem gostam de ser comparados aos drones”, explicou. “Eles encontram nos problemas dos centros urbanos os motivos para desenvolver.”

Revolucionar a aviação
Para ele, a intenção é “revolucionar” o modelo de aviação civil, com check-ins mais rápidos, por exemplo.

“A ideia é quebrar paradigmas para que eles se insiram nas cidades de uma forma mais fácil”, indicou Honorato. “Os fabricantes estão sentando na mesa para verem o que pode mudar, de tudo o que vocês imaginarem.”

Mas os desafios para o funcionamento não estão restritos ao funcionamento das aeronaves e, segundo Honorato, envolverão muitas áreas. Os fabricantes já estão em conversas com concessionárias de aeroportos e de mobilidade para criar o que está sendo chamado de Vertport, locais de onde vão ser feitas as operações com os eVTOLs.

“Já tem várias concessionárias que estão estruturando modelos de operação em que o eVTOL sai do aeroporto e entra dentro das cidades, e tem conexão dedicada com modais de transporte das cidades”, contou Honorato.

Interação com o setor elétrico
Já estão sendo identificadas necessidades específicas que terão que ser atendidas pelo setor elétrico. Os veículos não poderão ser carregados em sistemas comuns, como os que abastecem os carros elétricos, por exemplo. É preciso ter uma subestação de energia próxima ao local. Há também preocupações com os impactos ambientais nas cidades, especialmente o sonoro.

Esses temas estão sendo trabalhados em conjunto com outras áreas da agência e do governo. Já na parte de navegação aérea, segundo Honorato, há uma forte integração com o Decea (Departamento do Controle do Espaço Aéreo), da Aeronáutica, para que também sejam identificados os padrões adequados para as operações dos eVTOLs.

Segundo ele, a indústria já nasce com um padrão de informação dos voos muito elevado, com praticamente tudo monitorado. Mas os primeiros testes têm indicado a necessidade de cuidados com os chamados microclimas nas regiões onde ocorrem os voos e com o fato de os radares atuais não registrarem veículos abaixo de uma certa altura.

Fonte: Agência Infra

CENTRO DE CONTROLE OPERACIONAL: MUITO ALÉM DA SEGURANÇA

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Os conhecidos CCOs também podem contribuir para a integração de serviços públicos e beneficiar outras áreas dos governos municipais

Quando temos notícia sobre a implementação de um Centro de Controle Operacional (CCO) em algum município ou outro órgão público geralmente associamos este investimento à área da segurança. 

De imediato, pensamos que as câmeras e as tecnologias empregadas nesta central de inteligência irão contribuir apenas na prevenção e combate de roubos, furtos e demais crimes.

Em grande parte, isso é verdade! Investir em monitoramento urbano traz muitos benefícios para a população, desde a maior sensação de segurança até a diminuição de estatísticas oficiais de criminalidade. 

Divulgação Prefeitura de Santos.

E a criação de um CCO sob a gestão municipal também pode contribuir para a integração de serviços públicos e beneficiar diversas outras áreas dos governos municipais.

Na Prefeitura de Santos, inauguramos há pouco mais de três anos – em 11 de setembro de 2020 – um avançado Centro de Controle Operacional no Palácio José Bonifácio, prédio do Paço Municipal localizado no Centro Histórico da Cidade. 

Inspirado em iniciativas de sucesso no País e exterior, como as do Rio de Janeiro e de Nova Iorque, ele recebeu mais de R$ 40 milhões de investimentos em obra, mobiliário, equipamentos e avançados sistemas. 

A central integra atualmente 1.736 câmeras instaladas em vários pontos e equipamentos públicos, monitoradas todos os dias (24 horas) em tempo real.

Divulgação Prefeitura de Santos.

No CCO de Santos, muitos recursos tecnológicos estão em operação, como o sistema IVA (análise de vídeo inteligente), que permite verificar automaticamente pessoas em locais e horários que não são permitidos, ajudando principalmente a evitar invasões de escolas e unidades de saúde.

Nos principais acessos à Cidade e avenidas de maior fluxo, há câmeras dotadas com o sistema OCR (reconhecimento óptico de caracteres, tradução da sigla em inglês), que permite a leitura de placas de veículos.

As imagens captadas são repassadas em tempo real ao sistema Detecta, utilizado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado, e à plataforma Córtex, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Divulgação Prefeitura de Santos.

Ao todo, o CCO santista foi planejado para reunir 22 agências públicas, visando maior eficiência das equipes em atividades diárias e situações de emergência, como acidentes de trânsito, alagamentos e ocorrências policiais.

A unidade conta com o trabalho das equipes da Guarda Municipal, Defesa Civil, Ouvidoria, Urgência Urbana, Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), SAMU e Polícia Militar, além de apoio a outras corporações, com supervisão da Secretaria Municipal de Governo.

Divulgação Prefeitura de Santos.

O equipamento contabilizou, até o final de 2023, mais de 254 mil ocorrências relacionadas a monitoramento urbano e atendimento ao cidadão, uma média de 6.500 por mês.  

Deste total, as ocorrências relacionadas à segurança representaram 18% do total, atrás das demandas de serviços públicos (29%) e de ouvidoria (39%). Entre as principais solicitações, as cinco primeiras foram relativas à limpeza, iluminação, guia rebaixada, manutenção de vias e vistorias. 

OTIMIZAÇÃO 

Um exemplo da integração que um CCO permite pode ser dado por um acidente de trânsito. Pelas câmeras, os operadores identificam a gravidade da ocorrência, se há vítimas ou pessoas presas em ferragens, obstrução ou congestionamento da via pública e outras importantes informações. 

Todos estes dados captados ajudam a definir se é preciso enviar uma ambulância, de qual tipo e o percurso mais rápido, quantos agentes de trânsito são necessários e até solicitar o serviço responsável pela desobstrução da via. 

Assim, há maior agilidade no atendimento da ocorrência e otimização dos recursos empregados, também gerando economicidade aos cofres públicos.

Drones ampliam atuação do CCO 

O sistema de monitoramento também pode contribuir para coibir invasões e ocupações irregulares, proteção de áreas de preservação e controle do tráfego nas ruas e avenidas. Neste sentido, a utilização de drones pode ser uma grande aliada, ampliando o alcance do centro de controle operacional. 

Em Santos, dois equipamentos de alta performance foram adquiridos pelo Município no final de 2023, os quais permitem a transmissão das imagens em tempo real para o CCO. 

Eles foram utilizados no patrulhamento durante a festa do Réveillon e também estão sendo usados na região da Orla – área de maior fluxo de motoristas e pedestres na temporada de verão – para auxiliar nas ações em prol de maior fluidez e segurança do trânsito.

Divulgação Prefeitura de Santos.

Ainda, contribuem para o monitoramento do acesso de veículos à faixa arenosa, estacionamento irregular, trânsito lento e outras ocorrências, contribuindo para o deslocamento de agentes com maior agilidade.

AMPLIAÇÃO

A nossa meta é que, cada vez mais, o CCO seja a ‘nave-mãe’ da Administração Municipal coletando dados estruturados e não estruturados para auxiliar na tomada de decisões estratégicas.

Em breve, iremos dobrar o número de câmeras, superando a marca de 3 mil aparelhos, garantindo a cobertura em 100% das escolas e unidades de saúde.

Paralelamente, por meio de parcerias público-privadas (PPPs) pretendemos que a gestão da limpeza e destinação dos resíduos sólidos e da iluminação pública também esteja integrada ao CCO. 

Este avanço permitirá, por exemplo, rastrear e monitorar em tempo real as frotas de caminhões de coleta dos resíduos e dos serviços de manutenção das luminárias, aperfeiçoando a supervisão e resultando em melhores serviços prestados à população.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

MALHA CICLOVIÁRIA DE SÃO PAULO CRESCEU 9 KM ENTRE OUTUBRO E DEZEMBRO DE 2023

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Expansão ocorre, principalmente, com construção de novas ciclofaixas pela capital

Entre outubro e dezembro de 2023, a malha cicloviária de São Paulo cresceu 9,1 km. No final do ano, a cidade tinha alcançado a marca dos 731 km de extensão cicloviária. Atualmente, em números absolutos, São Paulo é a capital com mais quilômetros de estrutura exclusiva para ciclistas do País.

Considerando valores proporcionais à população, a cidade aparece na lista em 19º lugar, com apenas 5,6 km para cada 100 mil habitantes. Para comparação, utilizando essa mesma média, a capital com mais trechos para ciclistas por 100 mil habitantes possui mais de 22 km de ciclovias e ciclofaixas, em Florianópolis.

Dessas construções, 6,5 km das novas estruturas foram implantadas por meio do Termo de Parceria (PPP) firmado entre a Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito (SMT) e a Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab), com apoio da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Os outros 2,6 km estavam sob a responsabilidade da SMT.

Onde ficam as ciclofaixas da nova malha cicloviária de SP

  • Vital Brasil: com 1.300 metros de extensão, a ciclofaixa está localizada entre as avenidas Corifeu de Azevedo Marques e Lineu de Paulo Machado. A nova estrutura faz conexão com as ciclofaixas Lineu de Paula Machado, Camargo, Gaspar Moreira e com a Corifeu de Azevedo Marques. Também é possível realizar a transferência de modal na Estação Butantã do Metrô e no terminal urbano;
  • Corifeu de Azevedo Marques (trecho 1): com 1.600 metros, entre a Avenida Vital Brasil e Praça Elis Regina, com conexão às ciclofaixas da Vital Brasil e Benjamin Mansur, também implantada por meio da PPP;
  • Rua Benjamin Mansur/Domingos Barbieri: com 1.400 metros de extensão entre as Avenidas Eliseu de Almeida e Corifeu de Azevedo Marques, e conexão com a estrutura localizada na Eliseu de Almeida e com a ciclofaixa Hugo Carotini;
  • Agostinho Gomes: possui 1.200 metros de extensão, localizada entre as Ruas Dom Lucas Obes e Rua Comandante Taylor; fazendo conexão com as ciclofaixas da Dom Lucas Obes e da rua do Grito. Os ciclistas que circulam por lá tem a opção de realizar a intermodalidade na Estação Sacomã do Metrô;
  • Nossa Senhora da Saúde (trecho 1): tem 900 metros de extensão, entre as ruas Divinópolis e a Av Pres. Tancredo Neves, com ligação possível entre a ciclovia Tancredo Neves e ciclofaixa Ribeiro Lacerda.

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Estrutura cicloviária em São Paulo

Thomas Wang, conselheiro da Câmara Temática de Bicicleta do Conselho Municipal de Trânsito e Transportes da Prefeitura de SP (CTB/CMTT), avalia a expansão da estrutura cicloviária de São Paulo como lenta. “A cidade tem, aproximadamente, 20 mil km de vias e túneis, por exemplo. Atualmente, nós temos, mais ou menos, apenas 700 km de áreas reservadas para ciclistas”, afirma.

O Plano de Metas 2021-2024 de São Paulo prevê a criação de 300 novos quilômetros de estruturas cicloviárias. Para alcançar esse objetivo, a gestão precisaria construir, em média, 75 km de ciclovias ou ciclofaixas por ano. Até o momento, segundo levantamento da própria Prefeitura de São Paulo, apenas 31 km dos novos projetos foram entregues.

Com a entrega desses 300 km, a cidade poderia alcançar 1.000 km totais de malha cicloviária. De acordo com a prefeitura, mais 120 km de estrutura estão em execução pela PPP da Habitação. As estruturas projetadas passam por audiências públicas e são discutidas com a sociedade civil e nas Câmaras Temáticas de Bicicleta, que ocorrem mensalmente.