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RECIFE COMO PROTAGONISTA NO USO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO BRASIL

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Recife tem sido amplamente reconhecido por seus avanços em tecnologia e inovação, sendo agraciado com prêmios importantes nos anos de 2023 e 2024 pelos progressos na transformação digital.

Recife tem se consolidado como um polo inovador no uso da Inteligência Artificial (IA), destacando-se no cenário nacional como uma cidade que abraça a tecnologia para melhorar a vida de seus cidadãos. Nos últimos anos, o município tem investido em soluções tecnológicas para áreas essenciais como saúde, educação e mobilidade urbana, integrando IA em várias etapas dos processos públicos, além de abrigar o maior hub privado de tecnologia do Brasil: o Porto Digital.

Recife tem sido amplamente reconhecido por seus avanços em tecnologia e inovação, sendo agraciado com prêmios importantes nos anos de 2023 e 2024 pelos progressos na transformação digital. O município recebeu mais de vinte prêmios nacionais, como o 1º lugar no Brasil no Smart City Expo Curitiba 2024, 1º Lugar Nacional no ANCITI Awards 2023 e 2024, 1º lugar 2023 e 2024 no Agile Trends, Prêmio Nacional de Inovação em Gestão Pública Digital da ENAP, Selo Ouro 2023 do Connected Smart Cities 2023, Selo Diamante no Connected Smart Cities 2024 que reconhecem a excelência na aplicação de tecnologias emergentes, especialmente IA, para melhorar a eficiência dos serviços públicos e a qualidade de vida dos cidadãos. Esse reconhecimento não só reforça o protagonismo de Recife no cenário tecnológico brasileiro, como também serve de modelo para outras cidades que buscam transformar-se digitalmente.

Um dos principais exemplos dessa vanguarda está na gestão da saúde pública. A Prefeitura do Recife, por meio do programa E.I.T.A. Recife, desenvolveu um robô baseado em IA que auxilia os médicos nos encaminhamentos de pacientes. Esse robô analisa dados clínicos e recomenda o melhor procedimento ou unidade de saúde para cada caso, otimizando o fluxo de pacientes, reduzindo o tempo de espera por atendimento especializado, e redução do absenteísmo, criando um overbooking inteligente. Além disso, a cidade está implementando sistemas que utilizam IA para prever neoplasias e tratamento preventivo. Esses algoritmos conseguem analisar dados de pacientes, como históricos médicos e padrões de sintomas, e fornecer diagnósticos mais precisos, facilitando a triagem e reduzindo a sobrecarga dos profissionais de saúde. A telemedicina com suporte de IA também tem permitido o atendimento remoto de pacientes, algo especialmente relevante em comunidades vulneráveis.

Na educação, Recife se prepara para se destacar com plataformas de aprendizado adaptativo que utilizam IA para personalizar o ensino de acordo com o ritmo de cada aluno. Essas ferramentas serão aplicadas nas escolas municipais, ajudando a identificar defasagens educacionais e sugerir metodologias de ensino mais eficazes. Isso torna o processo educacional mais inclusivo e eficiente, promovendo maior equidade no aprendizado.

Um outro uso inovador da IA está no programa CredPop, criado pela Prefeitura de Recife para apoiar microempreendedores de qualquer segmento econômico da cidade. A Inteligência Artificial é usada para analisar o perfil de risco de cada solicitante, avaliando dados como endereço efetivo no Recife, comportamento de pagamento e o potencial de crescimento do negócio, além de dar suporte aos mutuários para desenvolver um bom plano de negócio. Isso permite uma concessão de crédito mais justa e eficiente, ampliando o acesso ao crédito para quem mais precisa, sem a burocracia tradicional, e se transformando no crédito popular com a liberação mais rápida no Brasil. Além de facilitar o processo, a IA no CredPop ajuda a reduzir inadimplências e a otimizar os recursos disponíveis.

Recife também tem se tornado um hub de inovação, com startups e centros de pesquisa focados no desenvolvimento de soluções baseadas em IA. A parceria entre o setor público, universidades e empresas privadas tem sido essencial para impulsionar esse ecossistema, criando um ambiente propício para o desenvolvimento de novas tecnologias. Exemplo disso é o Porto Digital, que abriga empresas e startups inovadoras no setor de tecnologia, muitas delas dedicadas à IA.

O protagonismo de Recife no uso da Inteligência Artificial não apenas posiciona a cidade como uma referência nacional, mas também demonstra o compromisso com o futuro. Ao investir em tecnologia de ponta, Recife está criando um modelo de desenvolvimento sustentável, inclusivo e voltado para o bem-estar dos cidadãos, abrindo caminho para que outras cidades brasileiras sigam esse exemplo.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities 

DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO SETOR DE MOBILIDADE URBANA

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Os projetos de mobilidade urbana no Brasil visam integrar modais de transporte por meio de Parcerias Público-Privadas, buscando eficiência e qualidade de vida.

Os projetos de mobilidade urbana no Brasil envolvem a colaboração de todos os níveis de governo — municipal, estadual e federal — para enfrentar os desafios crescentes de urbanização e transporte. Desde a estruturação de modais até a concessão dos serviços de transporte, esses projetos são estratégicos para melhorar a eficiência do deslocamento e a qualidade de vida nas cidades. A integração entre ônibus, metrôs, VLTs, ciclovias e outros modais tem sido uma prioridade, com o objetivo de tornar o transporte mais eficiente e acessível para a população.

A mobilidade urbana vai além da oferta de diferentes tipos de transporte. É fundamental que esses modais sejam integrados para facilitar o deslocamento e reduzir o tempo de viagem. A estruturação dos modais, como BRTs, metrôs, VLTs e bicicletas, e a concessão dos serviços de transporte, são frequentemente organizadas por meio de Parcerias Público-Privadas (PPPs), buscando eficiência operacional e sustentabilidade financeira. Investimentos em infraestrutura e tecnologia são essenciais para garantir a implementação de soluções inovadoras, como sistemas de bilhetagem eletrônica e monitoramento em tempo real, que contribuem para um transporte mais ágil e sustentável.

Um dos principais focos dos projetos de mobilidade urbana é a integração de diferentes modais. Cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte têm trabalhado para conectar ônibus, metrôs, VLTs e ciclovias, com bilhetes integrados e tarifas unificadas. Isso permite ao usuário transitar de maneira mais rápida e econômica, reduzindo a dependência do transporte individual. Além disso, a eficiência dos serviços é um ponto-chave, e o uso de novas tecnologias de monitoramento e gestão do tráfego vem se expandindo, garantindo uma operação mais eficiente dos sistemas de transporte coletivo.

O financiamento do transporte público é outro desafio central. Modelos de financiamento que atraem investimentos privados são necessários para garantir a viabilidade e manutenção dos projetos de mobilidade. A eletrificação das frotas de ônibus, por exemplo, requer grandes investimentos em infraestrutura elétrica, incluindo subestações e novas tecnologias para atender a demanda energética. O setor de transporte sobre trilhos, que já possui expertise em eletrificação, pode servir de modelo para a implementação de soluções energéticas no transporte sobre pneus.

Pneus: BRTs, Corredores e Renovação de Frotas

No setor de transporte sobre pneus, cidades como Curitiba, Rio de Janeiro e Belo Horizonte lideram projetos de expansão de sistemas de BRT (Bus Rapid Transit) e corredores exclusivos para ônibus. Essas iniciativas buscam aumentar a eficiência e reduzir o tempo de deslocamento, com algumas delas sendo implementadas via Parcerias Público-Privadas (PPPs). Além disso, a renovação das frotas de ônibus com veículos elétricos e sustentáveis está em pauta, embora desafios relacionados ao fornecimento e à infraestrutura energética precisem ser superados para garantir a escalabilidade dessa transição.

Trilhos: Metrô e Trem

No transporte sobre trilhos, cidades como São Paulo, Salvador e Recife têm expandido suas redes de metrô e VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) para aumentar a capacidade de transporte e reduzir a emissão de poluentes. A Linha 6 – Laranja do metrô paulistano, a expansão do VLT carioca e a expansão do metrô de Belo Horizonte são exemplos de projetos que estão em andamento e que envolvem concessões públicas e privadas. Além disso, o setor de trilhos, com sua longa experiência em eletrificação e grandes projetos de infraestrutura, oferece um exemplo de sucesso para a integração de energias renováveis e transporte público eficiente.

No contexto do evento P3C 2025, a mobilidade urbana será um dos temas centrais, abordando os desafios e oportunidades para o setor no Brasil. O evento discutirá a importância das Parcerias Público-Privadas na estruturação e concessão dos serviços de transporte, explorando como essas colaborações podem viabilizar projetos de BRTs, corredores exclusivos, e a expansão de redes de metrô e VLT. Além disso, será debatido o papel das PPPs no financiamento e na implementação de tecnologias inovadoras para otimizar a eficiência do transporte público e a integração entre diferentes modais.

A ECONOMIA DE DADOS COM INSTRUMENTO PARA FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS BASEADAS EM EVIDÊNCIAS

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Governos em todo o mundo têm adotado estratégias digitais para coletar, compartilhar e analisar dados que podem informar políticas públicas em tempo real.

Com o crescimento exponencial da digitalização e da coleta de dados, as administrações públicas ao redor do mundo começaram a perceber o potencial da economia de dados como um recurso essencial para a formulação de políticas públicas. Uma economia de dados bem estruturada permite que governos tomem decisões mais informadas, eficientes e direcionadas, com base em evidências concretas coletadas a partir de grandes volumes de dados.

A economia de dados refere-se à produção, coleta, processamento e uso de dados como ativos econômicos. Em um contexto de políticas públicas, isso significa que os governos utilizam dados como base para a criação, implementação e avaliação de suas políticas. A relevância desse conceito está no fato de que ele proporciona uma base empírica para a tomada de decisões, o que pode resultar em maior precisão e eficácia das políticas adotadas.

Governos em todo o mundo têm adotado estratégias digitais para coletar, compartilhar e analisar dados que podem informar políticas públicas em tempo real. O avanço tecnológico não apenas facilita a coleta de dados, mas também possibilita uma análise mais precisa e rápida dessas informações, permitindo que governos se adaptem de forma ágil às necessidades emergentes da sociedade.

Essa transformação pode ser vista em ações como a Estratégia de Governo Digital adotada pelo Canadá, que visa integrar os dados em todas as esferas do governo para melhorar a entrega de serviços públicos e a formulação de políticas. O mesmo ocorre em países da União Europeia, que têm adotado modelos de governança baseados em dados abertos, permitindo que informações coletadas pelo setor público sejam acessadas e reutilizadas para o desenvolvimento de soluções inovadoras. A digitalização foi um fator chave nessa transformação e, na promoção dessa economia de dados.

Um dos principais benefícios da economia de dados na formulação de políticas públicas é a capacidade de fornecer uma base empírica sólida para as decisões. Ao utilizar dados em tempo real, governos podem identificar evidencias, tendências e padrões, o que deve influenciar o desenvolvimento de políticas mais assertivas que atendam às reais necessidades da população.

Além disso, uma economia de dados pode promover a transparência governamental. Quando as políticas públicas são baseadas em dados acessíveis ao público, há maior responsabilização e controle social, o que pode fortalecer a confiança nas instituições públicas. Em muitos países, a abertura de dados já é uma realidade, promovendo o engajamento cidadão e permitindo que a sociedade civil participe ativamente da avaliação e monitoramento das políticas adotadas.

Apesar dos muitos benefícios, a implementação de uma economia de dados para políticas públicas também enfrenta desafios significativos. Um dos principais problemas é a falta de infraestrutura adequada, especialmente em países em desenvolvimento. Sem uma rede tecnológica eficiente, a coleta e o processamento de grandes volumes de dados podem ser inviáveis, o que limita a capacidade dos governos de adotar políticas públicas baseadas em evidências.

Além disso, questões relacionadas à privacidade e à segurança dos dados também precisam ser abordadas. Em um mundo onde os dados pessoais são frequentemente coletados, governos precisam garantir que os dados sejam protegidos e que as políticas de uso de dados respeitem os direitos dos cidadãos. A implementação de regulamentos sobre a Proteção de Dados, é um exemplo de como governos podem equilibrar a utilização de dados com a proteção da privacidade.

Outro desafio significativo está relacionado à capacitação de profissionais da administração pública. Para que os dados sejam utilizados de forma eficiente, é fundamental que os gestores públicos possuam as habilidades técnicas necessárias para interpretar e utilizar esses dados de maneira apropriada. A falta de treinamento pode resultar no subaproveitamento dos dados coletados ou em políticas mal formuladas.

No Brasil, a construção de uma economia de dados ainda está em seus estágios iniciais. Há iniciativas com o uso de plataformas abertas para dados públicos, o que indica um movimento positivo em direção à adoção de políticas públicas baseadas em evidências. Já o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços discute com diferentes stakeholders a Política Nacional para Economia de Dados. 

Embora haja avanços em termos de digitalização e abertura de dados, como a criação de plataformas de transparência governamental, o país ainda enfrenta desafios significativos em termos de infraestrutura e desigualdade no acesso à tecnologia. Essas limitações dificultam a coleta e o uso eficiente de dados em diversas áreas, como saúde, educação e segurança pública. Contudo, para que a economia de dados realmente se consolide no País, será necessário investir em infraestrutura tecnológica, capacitação profissional e na criação de um arcabouço legal que assegure o uso ético e seguro dos dados.

A economia de dados representa uma nova fronteira na formulação de políticas públicas baseadas em evidências. Ao permitir que governos coletem e analisem dados de maneira eficiente, a economia de dados oferece a possibilidade de implementação de políticas públicas mais precisas, eficientes e transparentes. No entanto, para que esse potencial seja plenamente realizado no Brasil ainda temos que enfrentar os desafios relacionados à infraestrutura, privacidade e capacitação profissional.  Apenas com uma base sólida, será possível integrar plenamente a economia de dados na governança pública, promovendo políticas que realmente atendam às necessidades da população.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

BIOCOMBUSTÍVEIS: O PAPEL CRUCIAL NA DESCARBONIZAÇÃO DO SETOR ENERGÉTICO

Entenda o que são os biocombustíveis, principais tipos e como eles podem impulsionar o Brasil na Transição Energética. 

Biocombustíveis são combustíveis sustentáveis produzidos a partir de matéria orgânica renovável, como plantas e resíduos agrícolas ou industriais. Eles substituem os combustíveis fósseis e ajudam a reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Explicamos tudo sobre os Biocombustíveis no Blog da GreenIO. Veja a seguir!

Compreendendo os Biocombustíveis

Antes de mais nada, compreende-se que os biocombustíveis são uma fonte de energia sustentável que permitem uma diversificação da matriz energética. Ademais, a produção de biocombustíveis estimula o desenvolvimento rural. Promovendo a geração de emprego e renda no campo.

Contribuindo para a segurança energética, ao reduzir a dependência de combustíveis fósseis. Além de incentivar a bioeconomia e a descarbonização.

Conheça os Principais Tipos de Biocombustíveis

Os biocombustíveis incluem o Biodiesel, Etanol, Biogás, Bioquerosene e Hidrogênio Verde, todos produzidos a partir de fontes renováveis e com potencial para reduzir emissões. Cada um desempenha um papel importante na descarbonização de setores específicos. Quer saber mais sobre os tipos de biocombustíveis? Confira a seguir:

1. Biodiesel

Biodiesel

De forma geral, produz-se o biodiesel a partir de óleos vegetais, como soja e palma, ou gorduras animais, sendo uma fonte renovável por utilizar matérias-primas orgânicas. Através da transesterificação, os triglicerídeos desses óleos reagem com álcool (metanol ou etanol), gerando biodiesel e glicerina.

Ele funciona em motores a diesel convencionais, sem grandes adaptações, sendo ideal para o transporte rodoviário. Outrossim, o biodiesel é biodegradável, não tóxico e reduz em até 90% as emissões de CO₂, oferecendo uma alternativa mais limpa em relação ao diesel fóssil.

Biodiesel no Brasil

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de biodiesel, com uma produção de mais de 7,5 bilhões de litros em 2023, segundo o Anuário Estatístico da ANP. Esse aumento foi impulsionado pela elevação da mistura obrigatória de biodiesel no diesel para 12%.

O cenário é positivo, com novas metas estabelecidas pelo projeto “combustível do futuro”, que prevê 15% de biodiesel no diesel até 2025 e 20% até 2030.

Ademais, o Painel Dinâmico de Produtores de Biodiesel, da ANP, oferece dados sobre a localização, produção regional, matéria-prima e capacidade de armazenamento dos produtores regulados de biodiesel. Além disso, as tabelas com essas informações estão disponíveis para consulta pública, facilitando o acesso a dados atualizados sobre o setor.


2. Etanol

Etanol

Primeiramente, o etanol é um tipo de álcool obtido pela fermentação de açúcares de materiais vegetais, como cana-de-açúcar e milho. Ele emite menos CO₂ que a gasolina, é biodegradável e pode ser usado puro (E100) ou misturado com gasolina (E27).

Suas principais vantagens incluem baixo custo de produção, redução de emissões e contribuição para a segurança energética, com aplicações em carros “flex-fuel” e usinas de cogeração de eletricidade.

Etanol no Cenário Nacional

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de etanol, atrás apenas dos Estados Unidos. Em 2023, a produção de etanol foi de aproximadamente 35,4 bilhões de litros, com 29,5 bilhões de litros provenientes de cana-de-açúcar e 5,9 bilhões de litros de milho. Uma produção 15,4% maior em relação a 2022, conforme a Análise de Conjuntura dos Biocombustíveis 2023 da Empresa de Pesquisa Energética – EPE.

Do mesmo modo, no mesmo ano o Brasil importou 59,6 mil m³ de etanol, uma redução de 81,1% em relação a 2022, sendo 99% proveniente do Paraguai. Em contrapartida, as exportações brasileiras cresceram 2,9%, alcançando 2,5 milhões de m³, impulsionadas pelas regiões da América Central e do Sul, Oriente Médio, África e Ásia-Pacífico.

Os principais destinos do etanol brasileiro foram a Ásia-Pacífico (44,1%), Europa (24,7%) e América do Norte. A Coreia do Sul se destacou como o maior importador, adquirindo 820,3 mil m³, o que representou 32,7% do total exportado.


3. Biogás e Biometano

Biogás

De maneira geral, o biogás é um combustível gasoso gerado pela decomposição de matéria orgânica, como resíduos agrícolas e lixo orgânico. Através de processos anaeróbios, ou seja, sem a presença de oxigênio.

Sua principal composição é o metano (CH₄), com alto poder energético. Ele transforma resíduos descartáveis em energia, sendo utilizado para gerar eletricidade, calor e, quando convertido em biometano, como combustível para veículos.

As vantagens incluem a redução de emissões de metano, melhor gestão de resíduos e menor dependência de combustíveis fósseis. Além disso, suas principais aplicações são em estações de tratamento de esgoto, aterros sanitários e como substituto do GNV em veículos.

Crescimento do Biogás e Biometano no Brasil em 2023

Atualmente, o Brasil foca sua produção de biometano no mercado interno, substituindo o gás natural em veículos, indústrias e geração de energia. Embora ainda em expansão, o biometano é fundamental para a descarbonização da matriz energética brasileira, com grande potencial para o futuro.

Em 2023, o Brasil alcançou uma capacidade instalada de 131 MW para geração distribuída de biogás, com uma oferta de 460 mil toneladas equivalentes de petróleo (tep). A produção de biometano cresceu 12,3%, atingindo 74,9 milhões de m³, sendo transportado como gás comprimido ou Bio-GNL, substituindo o gás natural em várias aplicações. Conforme o Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2024.

O Rio de Janeiro liderou o processamento de biogás, com 69,8% do total, seguido por Ceará e São Paulo. A maior parte da produção de biometano concentrou-se nas Regiões Sudeste e Nordeste. Com a expansão da produção e iniciativas como o RenovaBio, o Brasil tem potencial para exportar biometano no futuro.


4. Bioquerosene para Aviação

Bioquerosene para aviação

O bioquerosene para aviação, ou SAF (Sustainable Aviation Fuel), é uma alternativa renovável ao querosene convencional, produzido a partir de biomassa como óleos vegetais e resíduos orgânicos. Quimicamente semelhante ao querosene tradicional, o SAF pode ser misturado em até 50% sem afetar o desempenho dos motores.

Esta solução visa reduzir as emissões de carbono na aviação, ao mesmo tempo que usa resíduos, evitando a competição com alimentos e promovendo a sustentabilidade ambiental.

Além disso, o SAF não requer ajustes nos motores das aeronaves. Facilitando sua adoção em larga escala e contribuindo significativamente para a descarbonização do setor aéreo.

Cenário do SAF no Brasil

O mercado brasileiro de SAF está em fase inicial, com algumas iniciativas piloto em andamento. A primeira usina de produção comercial de bioquerosene foi inaugurada em 2022, com capacidade de 5 mil litros por dia. Este avanço é crucial para a expansão da produção de SAF no país e atende à crescente demanda das companhias aéreas por soluções sustentáveis e à necessidade de reduzir a pegada de carbono no setor aéreo.

Recentemente, foi publicado no Diário Oficial da União um acordo de cooperação técnica entre a ANP (Agência Nacional do Petróleo) e a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Com duração de cinco anos, o acordo tem o objetivo de desenvolver a regulamentação necessária para a inserção dos SAF no Brasil e criar o fórum Conexão SAF, que reunirá representantes da sociedade civil para impulsionar o mercado de SAF no país.

Além disso, o Projeto de Lei nº 528/2020, conhecido como PL do Combustível do Futuro, está em andamento. Já aprovado na Câmara dos Deputados e aguardando sanção do presidente Lula, o PL institui o Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação (ProBioQAV). O programa busca reduzir as emissões de gases de efeito estufa no setor aéreo por meio da utilização de SAF, em conformidade com as diretrizes da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI).

Entretanto, apesar das oportunidades significativas para a bioeconomia e liderança do Brasil na transição energética, o setor de SAF enfrenta desafios industriais e econômicos. A competitividade do SAF em relação ao querosene fóssil e a necessidade de avanço tecnológico são obstáculos a serem superados. Com iniciativas robustas e um marco legal em evolução, o Brasil está bem posicionado para liderar a implementação de combustíveis sustentáveis na aviação.


5. Hidrogênio Verde

Hidrogênio Verde

Por fim, o hidrogênio verde é uma aposta global para a transição energética. Produz-se a partir da eletrólise da água usando energia elétrica de fontes renováveis, como solar e eólica, o que elimina as emissões de carbono associadas à sua produção.

Além disso, caracteriza-se por alta eficiência, com uma das maiores densidades energéticas por peso, e é extremamente versátil, sendo aplicável em células de combustível, processos industriais e armazenamento de energia.

Seu principal benefício é que, ao ser utilizado, o único subproduto é vapor d’água, contribuindo para a descarbonização de setores complexos como a siderurgia e o transporte marítimo e ferroviário.

Perspectivas do H2V no Brasil

No Brasil, o hidrogênio verde está em fase inicial de desenvolvimento, com vários projetos em andamento e colaborações entre empresas de energia. Contudo, o setor enfrenta desafios significativos, incluindo a necessidade de investimentos elevados em infraestrutura, a criação de uma rede eficiente para distribuição e armazenamento, e a superação de barreiras tecnológicas para reduzir os custos de produção e aumentar a eficiência.

As perspectivas para o hidrogênio verde são promissoras, com a possibilidade de se tornar uma peça chave na transição energética global. O Brasil tem a oportunidade de se destacar como líder na produção e utilização de hidrogênio verde, aproveitando seu potencial de geração de energia renovável.

Avanços dos Biocombustíveis

Como vimos, a produção e comercialização de biocombustíveis no Brasil têm mostrado crescimento significativo nos últimos anos.  Impulsionadas pela transição energética e por políticas públicas como o RenovaBio, que busca reduzir as emissões de carbono no setor de combustíveis.

O avanço tecnológico e os investimentos estratégicos podem posicionar o país como um hub global para soluções sustentáveis, impulsionando a economia e contribuindo para metas de descarbonização.

Fonte: Greenio

VEÍCULOS ELÉTRICOS: EMPRESAS BRASILEIRAS ESTÃO PRONTAS PARA RECICLAR BATERIAS

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Reaproveitamento muito elevado dos materiais usados no componente do carro elétrico reduz impacto ambiental

Baterias de veículos elétricos empilhadas em ferros velhos ou jogadas em terrenos baldios. Essa era a imagem que muita gente fazia quando acabasse a vida útil do componente mais importante do veículo elétrico. A preocupação era recorrente: como seria o descarte da bateria após o uso?

Cinco anos depois do início da venda em escala comercial dos automóveis eletrificados no Brasil, ainda é muito cedo para as baterias serem descartadas. Afinal, após equipar os carros ao longo de oito a 10 anos, elas passam por um segundo ciclo de vida em aplicações estacionárias, como fornecer energia para ligar eletrodomésticos.

A partir daí, a destinação da bateria está bem longe dos depósitos de lixo. Ela será levada para a reciclagem e a indústria global está se preparando para fazer esse processo.

Dessa forma, empresas especializadas no Brasil – como Energy SourceRe-Teck e Lorene – estão prontas para atender ao mercado automotivo no momento certo.

Baterias de lítio dos veículos elétricos já são usadas faz tempo

“Há 25 anos as baterias de íons de lítio fazem parte da sociedade brasileira”, afirma Marcelo Cairolli, diretor de infraestrutura da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) e vice-presidente de negócios para América Latina da Re-Teck, companhia de logística reversa de eletroeletrônicos.

Isso quer dizer que as baterias de lítio, presente na maioria dos veículos elétricos vendidos no País, utilizam a mesma tecnologia de aparelhos como telefone celular, notebook, bicicleta elétrica e aspirador de pó.

“Por isso, já temos experiência com a reciclagem de baterias”, revela Ariane Mayer, diretora de negócios e ESG da Energy Source, companhia de economia circular e tecnologia sustentável.

Pesquisa feita pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP), divulgada em 2023, revela que o Brasil tinha, então, 249 milhões de smartphones e 115 milhões de tablets e notebooks ativos.

“Isso equivale a 42,2 mil toneladas de baterias em operação. Ou seja, não se trata de tecnologia nova no País e as empresas de reciclagem estão a postos para servir o mercado automotivo”, acrescenta Cairolli.

Segundo dados da ABVE, as baterias de lítio podem ser 100% recicladas, evitando riscos ou prejuízos ao meio ambiente. “É claro que sempre haverá uma perda mínima. Assim, de 95% a 98% dos materiais contidos na bateria são reaproveitados”, diz Mayer.

No caso da Energy Source, de 2021 até janeiro de 2024, foram recuperadas 25 toneladas de lítio, 150 toneladas de cobalto, 20 toneladas de níquel, 250 toneladas de grafite, 60 toneladas de cobre e 35 toneladas de alumínio.

Massa negra

Mayer explica que a reciclagem completa demora dois dias e acontece em duas etapas. A primeira consiste na separação física e mecânica dos materiais e a segunda realiza processos químicos, por meio da hidrometalurgia, que envolve a dissolução dos minerais em meio aquoso.

O trabalho consegue processar três toneladas de bateria bruta por turno. Os minérios que compõem a bateria formam a chamada “massa negra”, valioso subproduto extraído com a descaracterização do componente, tecnologia difundida mundialmente e empregada também no Brasil.

“Todos os cuidados são importantes. A bateria que será reciclada é transportada em um recipiente homologado, apelidado de sarcófago, e passará pelo manuseio totalmente seguro de profissionais treinados”, atesta Mayer. “É preciso evitar riscos à saúde ocupacional, como choque elétrico.”

Como a tecnologia da bateria de um smartphone é a mesma usada pelas montadoras nos veículos eletrificados, o processo de reciclagem também é parecido.

A diferença é que o componente automotivo exige equipamentos mais robustos e potentes, como trituradores, devido ao tamanho e ao peso de aproximadamente 300 quilos.

Peças danificadas vão para a reciclagem

Vale ressaltar que, em caso de avaria, nem sempre é preciso substituir a bateria completa do carro. O proprietário pode solicitar um teste das células e trocar apenas as danificadas, que são enviadas para a reciclagem.

O processo vai separar plásticos, retalhos de alumínio e cobre e os metais nobres – reinseridos na cadeia produtiva e reaproveitados, inclusive, na fabricação de novas baterias.

Outra destinação possível é a aplicação dos produtos na nutrição animal e nutrição foliar. Em um círculo virtuoso, as baterias feitas com material reaproveitado poderão sofrer mais reciclagens no futuro. “Os metais jamais perdem a capacidade de performance”, explica Mayer.

Os benefícios da reciclagem vão além. Ela reduz a necessidade de extração dos minérios para a produção de baterias, minimizando a emissão de gases de efeito estufa (GEE) e, consequentemente, o impacto ambiental.

Fonte: Mobilidade Estadão

SMART CITIES E MOBILIDADE: COMO A TECNOLOGIA DEVE TRANSFORMAR O ESPAÇO URBANO

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Desafio constante das grandes metrópoles, a mobilidade deve ganhar um importante aliado com o surgimento de ferramentas personalizadas para o espaço público.

Redução de custos e aumento da segurança são alguns dos benefícios mais comuns que surgem quando um município começa a utilizar tecnologias como suporte para aprimorar a gestão de recursos.  Além dessas áreas mais óbvias, a mobilidade é outro setor que tem muito a ganhar com a digitalização das cidades.

E como a aplicação de tecnologia pode, de fato, melhorar como as pessoas transitam pela cidade? Membros do Forbes Agency Council, uma iniciativa da Forbes que reúne especialistas de diversas áreas do conhecimento, nomearam alguns exemplos de tecnologias que, aplicadas em cidades, melhoram o bem-estar das pessoas. Trago abaixo alguns exemplos focados na mobilidade: 

IA na gestão do tráfego

O uso de inteligência artificial para otimizar o trânsito deve ocorrer de duas formas: a mais clássica, que é a utilização de softwares que analisam e sugerem ajustes para otimizar o fluxo de carros em horários de pico; e a integração com sensores e outros dispositivos de Internet das Coisas, para a coleta e processamento de dados em tempo real. Diversas cidades utilizam IA para coleta e processamento de informações para a tomada de decisão de forma preventiva, antecipando cenários e permitindo à cidade a análise de dados concatenados com aplicação de simulações reais x dados históricos que contribuem de sobremaneira para o estabelecimento de políticas públicas de monitoramento. 

Flexibilidade para trabalhar e se locomover

As cidades inteligentes do futuro serão mais descentralizadas, para evitar que as pessoas passem horas em um transporte público até chegar ao trabalho. E parte desse processo acontece com a construção de espaços de trabalho focados em auxiliar micro e pequenas empresas a prosperar.

De acordo com especialistas do Forbes Agency Council, esses novos espaços serão parecidos com os coworkings que já existem; o diferencial é que, além de oferecer o espaço, mobília e utilidades, esses locais também serão pontos de encontro para colaboração e mentorias.

A expansão de veículos elétricos é outro fator que deve influenciar na mobilidade dos grandes centros. Especialistas apostam na criação de centrais que integrem bikes elétricas, scooters e viagens de carros autônomos – todos conectados por um app único, apresentando qual modal seria mais vantajoso de acordo com a necessidade de cada cidadão.

Entregas que chegam até você

O crescimento do uso de porteiros eletrônicos e a dinâmica de quem vive em cidades com grande tempo de deslocamento devem expandir o uso de guarda-volumes de autoatendimento, mais conhecidos como lockers.

Agendar a entrega de uma encomenda ou refeição em um locker próximo do trabalho, destravando-o com um código digitado ou escaneado por QR Code, deve ser uma ação muito comum nos próximos anos.

Também deve ser comum a criação de um endereço físico móvel, que pode “alugar” um espaço em um locker por um tempo determinado entre o usuários e a empresa responsável por ofertar o espaço, como forma de garantir que as compras sejam recebidas e armazenadas em um lugar de mais fácil acesso tanto para quem envia como para quem a recebe.

Sistemas ágeis de transformação digital

Além das tendências de mobilidade apontadas pelos especialistas da Forbes, vale ressaltar que essas e outras implementações ganham mais velocidade nas cidades inteligentes quando realizadas por meio de produtos e soluções de transformação digital de documentos e processos.

Ao mapear processos e digitalizar etapas, os funcionários públicos conseguem trabalhar de forma mais padronizada, cidadãos e empresas fazem solicitações de forma 100% on-line, com o uso de recursos como assinaturas digitais, e os gestores municipais têm acesso a uma gama maior de dados, o que facilita o entendimento das necessidades da população e a criação de melhorias focadas no bem-estar de todos. Iniciativas como essa possibilitam um maior democratização das políticas de atendimento ao cidadão. 

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

DISTRITO FEDERAL RECEBE O PARQUE DA MOBILIDADE URBANA REGIONAL CENTRO-OESTE NO DIA 21 DE NOVEMBRO

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Evento reúne especialistas e gestores para discutir soluções inovadoras e parcerias estratégicas visando transformar a mobilidade urbana nas cidades da região

O ecossistema da mobilidade urbana é uma teia complexa e interconectada que envolve pessoas, bens e serviços, com impactos diretos nos aspectos socioeconômicos, logísticos e ambientais das cidades. Em um passo significativo para a transformação da mobilidade na região, o Distrito Federal será o anfitrião do Parque da Mobilidade Urbana Regional Centro-Oeste, que ocorrerá no dia 21 de novembro. Com curadoria da Urucuia: Mobilidade Urbana, o evento reunirá organizações comprometidas com o desenvolvimento de um sistema de mobilidade sustentável, disruptivo e inclusivo.

A edição regional do Parque da Mobilidade Urbana (PMU) tem apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) e busca criar um ambiente de troca de conhecimento, onde novos prefeitos e gestores municipais terão acesso a conteúdos exclusivos e direcionados. O objetivo é debater melhores práticas, soluções inovadoras e parcerias estratégicas para promover a evolução do transporte urbano nas cidades do Centro-Oeste.

“A mobilidade urbana é a espinha dorsal das cidades, e impacta diretamente a qualidade de vida da população. O PMU Regional Centro-Oeste é uma oportunidade única de alinharmos estratégias e ações que tornem as cidades mais sustentáveis e inclusivas para todos”, destacou Paula Faria, CEO da Necta, Idealizadora do Parque da Mobilidade Urbana e uma das palestrantes confirmadas.

Mobilidade Urbana no Distrito Federal

O Distrito Federal se destaca nacionalmente pelos seus investimentos em mobilidade urbana, permeando diversos segmentos. O programa Brasília Vida Segura, por exemplo, reduziu 43% dos acidentes fatais na capital federal. A cidade também conta com uma infraestrutura robusta que inclui 150 km de faixas exclusivas para ônibus e 664,7 km de ciclovias, formando a segunda maior malha cicloviária do Brasil. Além disso, o Distrito Federal possui um sistema consolidado de bicicletas compartilhadas e está em fase de expansão dos projetos de metrô e BRT no Corredor Eixo Oeste.

Com mais de 300 participantes confirmados, 25 palestrantes e dois palcos simultâneos, o evento promete ser um marco para a discussão de políticas públicas e inovações tecnológicas voltadas ao setor. O PMU Regional Centro-Oeste também visa fortalecer o diálogo entre o governo, a iniciativa privada e a sociedade civil, visando o desenvolvimento de soluções que atendam às necessidades regionais e aprimorem a mobilidade urbana como um todo.

Palestrantes Confirmados

Confira a lista de palestrantes que irão compartilhar suas experiências e visões no evento:

  • Sérgio Avelleda – Sócio-fundador, Urucuia: Consultoria em Mobilidade Urbana
  • Paula Faria – Idealizadora, Parque da Mobilidade Urbana
  • Marcos Daniel Souza dos Santos – Diretor na Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana, Ministério das Cidades
  • Francisco Christovam – Diretor Executivo, NTU – Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos
  • Thomas Maltese – Gerente Sênior, C40
  • Virginia Mesquita – Sócia, Demarest
  • Alex Carreiro – Secretário Executivo, SEMOB – Secretaria de Transporte e Mobilidade do DF
  • Richele Cabral – Diretora de Mobilidade Urbana, Semove
  • Yuriê Baptista César – Coordenador de Incidência Executiva, UCB – União de Ciclistas do Brasil
  • Fabrizzio Muller – Secretário de Mobilidade, Prefeitura de Salvador

Com a presença de especialistas renomados, o Parque da Mobilidade Urbana Regional Centro-Oeste promete fomentar debates relevantes e promover um ambiente propício para a construção de cidades mais conectadas e eficientes no Centro-Oeste brasileiro.

Garanta sua vaga: PMU Regional Centro-Oeste – PMU (parquedamobilidadeurbana.com.br) 

Sobre a Necta

A Necta é uma das principais promotoras de conteúdo e eventos no Brasil especialista em aproximar os públicos B2B, B2G, G2B e G2G através da implementação de atividades orientadas a impactar positivamente os ecossistemas onde estão inseridas.

Criamos plataformas que conectam pessoas e transformam ecossistemas por meio de soluções de conteúdo especializado, promoção de eventos de negócios, premiações, cursos, rankings, estudos, marketplace e utilização de ferramentas de inteligência de mercado.

Somos os idealizadores e realizadores do Connected Smart Cities, única plataforma de cidades inteligentes e mobilidade urbana do Brasil, e da principal plataforma de PPPs e Concessões, o P3C Investimentos em Infraestrutura.

 

O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ATUAL DEPENDE DA CONECTIVIDADE DE QUINTA GERAÇÃO

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Aumentar a competitividade de todos os setores econômicos no atual momento está diretamente relacionado com a capacidade de expandir a infraestrutura 5G de modo que alcance todo o território nacional e esteja disponível para toda a população e em todas as cidades

A cidade de São Paulo, um dos maiores centros urbanos do mundo, recentemente enfrentou uma de suas crises climáticas mais severas, assumindo o posto de cidade mais poluída do planeta por vários dias. As imagens de um céu encoberto por uma densa camada de poluição, combinadas com um calor sufocante, serviram de alerta para os desafios ambientais que se tornam cada vez mais agudos.

No entanto, além de grave, estamos diante de um cenário peculiar. Ao contrário do que acontecia em décadas passadas, quando o desenvolvimento parecia ser o horizonte do país, São Paulo enfrenta uma poluição que não é causada por uma pujante indústria com suas chaminés que despejam toneladas de resíduos no ar. Na verdade, trata-se de uma combinação entre a seca comum nessa época do ano e uma tecnologia agrária de tempos imemoriais que é a de aproveitar a estação para queimar o mato e limpar os campos. 

Ao mesmo tempo que recebe as consequências dessa técnica ancestral, a cidade de São Paulo documenta seu ambiente insalubre em câmeras 4k de smartphones ligados à conectividade ultrarrápida 5G. Alguns pensadores do Brasil falam dessa enorme contradição que parece ser recorrente na história do país. Uma luta insana entre o arcaico e o moderno, uma briga contínua entre o que nos prende ao passado e a necessidade de entrar definitivamente na modernidade.

Essa luta tem cobrado sua fatura na história do desenvolvimento econômico do país. Um exemplo simples: em 1980, o PIB do Brasil era o dobro do da China. Hoje, é nove vezes menor. O que aconteceu nos últimos 40 anos? Cada vez mais brasileiros e analistas que visitam a China fazem essa pergunta. Como foi possível transformar Shenzhen, que há 30 anos era apenas uma vila de pescadores, em uma moderna metrópole, centro de pesquisa e desenvolvimento das tecnologias digitais mais avançadas do mundo?

Vamos deixar que o leitor fique com essas perguntas e busque, por ele mesmo, as respostas. O fato concreto é que vivemos hoje uma oportunidade imensa de progresso econômico, que está impulsionando nações em todo o mundo. Essa janela está no inevitável avanço das tecnologias digitais, como a inteligência artificial e a computação em nuvem, capazes de gerar e lidar com zettabytes de dados. As operadoras de telefonia nacionais já fazem, por exemplo, testes com o 5.5G.

Aumentar a competitividade de todos os setores econômicos no atual momento está diretamente relacionado com a capacidade de expandir a infraestrutura 5G de modo que alcance todo o território nacional e esteja disponível para toda a população e em todas as cidades. Importante ressaltar, no entanto, que a tecnologia, por si só, não é um remédio para todos os males. Não é a tecnologia que resolve problemas, são as pessoas. As pessoas, a sociedade em si, seus governantes e empresários têm que ter planos, ambição e vontade.

As cidades inteligentes e o 5G no Brasil

Mudar a realidade ambiental de São Paulo e dos demais municípios brasileiros, ampliar o uso da conectividade na criação de serviços públicos mais inteligentes e de maior qualidade e promover a criação de novas oportunidades de negócios e de geração de renda são as tarefas atuais dos gestores públicos e privados.

O Brasil tem avançado na implantação da conectividade 5G e, podemos dizer que o processo está mais rápido do que o ocorrido com a geração anterior, o 4G. Segundo dados da Conecte 5G, uma iniciativa setorial das operadoras e da Conexis, o Brasil já conta com 651 municípios conectados, beneficiando mais de 63,8% da população. 

Muitas iniciativas de cidades inteligentes têm sido consideradas e algumas capitais brasileiras têm até conseguido prêmios internacionais, como apontamos neste artigo aqui no Portal Connected Smart Cities. Mesmo assim, é interessante notar que estamos nas vésperas das eleições municipais e pouco tempo foi dado para debater essa questão. A transformação digital parece fazer parte de uma agenda que é somente do governo federal. É importante lembrar que sua realização só pode acontecer no município. 

Eis um exemplo digno de nota: a cidade de Xangai, em parceria com a Universidade de Helsinque, está trabalhando para criar uma rede de sensores de qualidade do ar com base no  no poder do 5G, da inteligência artificial e da Internet das coisas (IoT). As fontes poluidoras de Xangai são, em sua maioria, os automóveis e o projeto fornece aos legisladores e residentes informações em tempo real sobre a qualidade do ar em toda a cidade, permitindo tomadas de decisões mais inteligentes e eficientes sobre o problema.

No ano que vem, teremos mais uma estação de seca, como temos a das chuvas, e é preciso agir em vez de esperar que o país inteiro esteja coberto por fuligem. Ou ainda, que uma das mais importantes cidades do mundo tenha a pior qualidade do ar novamente. É urgente que a transformação digital seja vista com a seriedade necessária para que o Brasil garanta seu futuro entre as nações mais desenvolvidas do mundo. 

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities. 

JORNADA DE BAIXO CARBONO MOVIMENTA MERCADO DE ENERGIA

Jornada de baixo carbono ganha força no Brasil, com empresas adotando estratégias para reduzir emissões e investindo em produtos verdes, beneficiando o meio ambiente

A jornada de descarbonização está se tornando cada vez mais presente nas operações das empresas brasileiras, impulsionando investimentos em “produtos verdes” e beneficiando tanto o meio ambiente quanto o mercado de energia.

Um exemplo notável é uma fábrica de compressores de refrigeração em Joinville, Santa Catarina, que se tornou a primeira unidade de uma multinacional a alcançar o título de carbono neutro.

O complexo industrial, que emprega cerca de 3.500 colaboradores e produz mais de 13 milhões de compressores anualmente, implementou uma série de medidas para atingir a neutralidade de carbono ainda em 2024.

Estratégias para a neutralidade de carbono

O processo de descarbonização da fábrica envolveu quatro etapas principais:

  • Medição precisa das emissões para identificar as fontes.
  • Redução das emissões através de softwares que monitoram o consumo de energia em tempo real.
  • Manutenção e reforma de equipamentos de alto consumo energético, como caldeiras.
  • Aquisição de energia renovável.

Além disso, a empresa comprou 9 mil créditos de carbono para compensar as emissões residuais.

Novo segmento no mercado de energia

A crescente demanda por soluções de descarbonização abriu um novo segmento no mercado. Uma geradora e comercializadora de energia aumentou seus investimentos em produtos verdes, tornando-se referência mundial em energia de baixo carbono.

Empresas de diversos setores e tamanhos estão buscando compensar suas emissões, incluindo indústrias de base, empresas de tecnologia e serviços.

Muitas vezes, empresas menores são pressionadas a descarbonizar suas operações para atender às exigências de grandes corporações em suas cadeias de produção.

Perspectivas futuras

Atualmente, o mercado de carbono no Brasil é voluntário, diferentemente de mercados mais regulados como o europeu.

Especialistas acreditam que a regulamentação do mercado de carbono no país trará mais oportunidades de negócios e aumentará a demanda por certificados de redução de emissões.

Com a transição energética ganhando força, parcerias entre empresas de energia e startups de descarbonização estão surgindo para acelerar o processo não apenas no Brasil, mas também internacionalmente.

Essa tendência promete impulsionar ainda mais o mercado de energia limpa e sustentável nos próximos anos.

Fonte: CNN Brasil

 

TECNOLOGIA A SERVIÇO DA QUALIDADE DE VIDA

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O maior patrimônio das cidades são as pessoas que nelas vivem. E as cidades inteligentes, na definição da União Europeia, são sistemas de pessoas que interagem e usam energia, materiais, serviços e financiamento para catalisar o desenvolvimento econômico e melhorar a qualidade de vida.  

Em Santos, seguimos esta premissa e trabalhamos na gestão pública com o objetivo de promover o bem-estar da nossa população. A Cidade tem o 6º melhor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil e pretende manter os bons indicadores por meio de todos os recursos disponíveis, principalmente com investimentos em tecnologia e inovação. 

Nos últimos anos, a Cidade adotou o conceito de ‘Santos 5.0 – Tecnologia para a Qualidade de Vida’ – inspirado no conceito japonês de Sociedade 5.0, o qual reposiciona as tecnologias em benefício do homem – e quadruplicou os investimentos em TIC (Tecnologia da Informação e Comunicações), que saltaram de pouco mais de R$ 20 milhões/ano (2020) para quase R$ 80 milhões/ano (2024). 

Centro de Controle Operacional de Santos. Crédito: Carlos Nogueira/Prefeitura.

Este choque de gestão e de modernização da máquina pública teve início há 12 anos e, desde então, contou com diversas medidas e programas que contribuíram para a construção de uma cidade mais inteligente.  

Resultado disso é que, em todas as 10 edições do Ranking Connected Smart Cities, Santos figurou entre as 15 cidades mais bem classificadas do País, à frente de várias capitais, além de ser a líder nacional no eixo de Urbanismo nos últimos três anos (2022, 2023 e 2024).

Entre as ações implementadas estão: processos 100% digitais, sistema de avaliação de desempenho e remuneração variável aos servidores, criação de um Centro de Controle Operacional (CCO), informatização da rede de saúde (prontuário eletrônico único e outros avanços), rede de wi-fi e disponibilização de tablets e lousas digitais nas escolas municipais. 

Informatização da Educação. Crédito: Isabela Carrari/Arquivo Prefeitura.

A ampliação da rede de fibra ótica da Cidade (atualmente com 470km) permitiu o aumento do número de câmeras de monitoramento nas vias e equipamentos públicos. No início de 2013, eram 188 câmeras e, hoje, são 1.904 câmeras, o que representa um aumento de 900%. Dois drones de alta performance também foram incorporados ao monitoramento urbano. 

Por meio de recursos de financiamento internacional, 1.500 novas câmeras serão instaladas até o próximo ano, totalizando assim mais de 3.200 câmeras de alta qualidade em operação por toda a Cidade. Desta forma, garantiremos que 100% das escolas e unidades de saúde estejam monitoradas 24 horas, promovendo mais segurança aos alunos, pacientes e profissionais.

Desde setembro deste ano, quando o CCO completou quatro anos de funcionamento, as equipes da Guarda Municipal e da Defesa Civil passaram a utilizar tablets com dados móveis (5G). Os equipamentos são usados durante patrulhamentos e vistorias para acesso a bancos de dados oficiais e registro das ocorrências em tempo real, contribuindo para a maior segurança dos munícipes.

Entrega de tablets para a Segurança. Crédito: Carlos Nogueira/Prefeitura.

Seguindo as metas e diretrizes do G20, também é importante que os municípios invistam em infraestrutura de internet, principalmente em áreas rurais e periféricas, para garantir que os avanços tecnológicos cheguem a todos os setores da sociedade.

Neste sentido, recentemente Santos instalou mais de 100 pontos de internet gratuita (wi-fi) em equipamentos e espaços públicos, principalmente locais de grande movimentação, como praças, centros esportivos e pontos turísticos. Também concluiu projeto para ampliar a conectividade nos bairros da Área Continental do nosso Município, local preponderantemente de proteção ambiental e de difícil acesso para a expansão da rede de fibra ótica.

Após a instalação de torres de transmissão com rádios de micro-ondas especiais, os mesmos usados por operadoras de telecomunicações, os equipamentos públicos da região agora possuem internet e transmissão de dados quase 100 vezes maior, com a mesma velocidade de conexão do que a do restante do Município (1 gigabyte/segundo), melhorando a prestação dos serviços. 

Conectividade na Área Continental de Santos. Crédito: Raimundo Rosa/Prefeitura.

Com esses avanços, os moradores têm acesso ao wi-fi público nas proximidades das antenas de retransmissão e o monitoramento urbano e predial passou a ser integrado ao CCO. Outro benefício foi a melhoria da internet nas escolas, permitindo que crianças e jovens da Área Continental usem nas salas de aula os mesmos recursos (tablets e lousas digitais) que os alunos da Área Insular, promovendo inclusão digital e reduzindo desigualdades entre as diferentes regiões da Cidade.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities