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A IMPORTÂNCIA DAS MULHERES NO DESENVOLVIMENTO DE CIDADES INTELIGENTES

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Na edição comemorativa de 2025, o Connected Smart Cities cria espaço dedicado para fortalecer a presença das mulheres na liderança de projetos urbanos e discutir os desafios da cidades inteligentes

O Connected Smart Cities 2025 prepara uma edição especial em comemoração aos 10 anos da plataforma, que hoje é referência no desenvolvimento de soluções para cidades inteligentes no Brasil. Entre as novidades, existe a criação de um espaço de workshop exclusivo para mulheres, com o objetivo de ressaltar o papel essencial que elas desempenham na liderança de projetos urbanos inovadores e sustentáveis.

Esse espaço exclusivo, cuidadosamente planejado, pretende reunir mulheres líderes e profissionais que atuam nas mais diversas áreas das cidades inteligentes e da mobilidade urbana. Serão dois dias de apresentações e debates que prometem enriquecer a experiência e fortalecer a rede de contato entre as mulheres do setor e demonstrar a importância daquelas que já atuam na transformação das cidades brasileiras. Além disso, a iniciativa conta com uma seleção criteriosa de público-alvo, facilitada pela base de participantes do Connected Smart Cities, ampliando a visibilidade das participantes e permitindo um diálogo alinhado aos desafios e tendências da área.

Para os organizadores, esse espaço dedicado às mulheres reafirma o compromisso do Connected Smart Cities com a inclusão e diversidade, fundamentais para garantir uma perspectiva ampla e equitativa no desenvolvimento de cidades. Ao longo dos dias de evento, a iniciativa também se torna uma oportunidade única para as participantes capturarem leads e formarem conexões estratégicas que fomentem o progresso de suas carreiras e projetos. Desde sua primeira edição, o Connected Smart Cities conta com amplo protagonismo feminino, nas figuras de pesquisadoras, secretárias municipais, dirigentes de entidades, prefeitas, destacando suas realizações no futuro das cidades inteligentes.

A Cidade CSC 

A edição de 2025, intitulada “Cidade CSC”, se configura como o evento mais inovador da plataforma, sendo realizado no Expo Center Norte, um dos maiores complexos comerciais e turísticos de São Paulo. Essa nova estrutura reflete a grandiosidade do evento, que busca aprofundar discussões sobre governança, meio ambiente e responsabilidade social nas cidades brasileiras, incluindo a promoção do protagonismo das mulheres nesses processos.

Além do workshop, a Cidade CSC abrigará outros eventos nacionais: o AirConnected, que explora a mobilidade aérea; o Parque da Mobilidade Urbana (PMU), voltado para soluções de mobilidade disruptiva, sustentável e inclusiva; e o CSC GovTech, com foco em inovações e transformação do setor público. Todos os eventos estão conectados pela agenda ESG e pela missão de promover um futuro mais inclusivo e eficiente para as cidades do país.

Participação e Patrocínio

Empresas e startups interessadas têm várias opções de exposição e patrocínio, incluindo áreas exclusivas para estandes, rodadas de negócios e painéis interativos. Os pacotes de patrocínio oferecem exposição máxima da marca e a possibilidade de conexões estratégicas, enquanto as startups têm a oportunidade de apresentar suas inovações no espaço reservado para o segmento emergente. O evento oferece também pacotes personalizados de exposição, permitindo flexibilidade e ampla visibilidade às marcas participantes.

O Connected Smart Cities 2025, ao celebrar uma década de inovação, reafirma seu compromisso com a diversidade, sustentabilidade e colaboração, colocando as mulheres no centro das discussões.

Acesse o link para mais informações: https://evento.connectedsmartcities.com.br/

GOVERNO DE SP PREVÊ R$ 20 BI EM INVESTIMENTOS COM 5 LEILÕES PREVISTOS ATÉ O FINAL DO ANO

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Projetos envolvem concessões e parcerias público-privada (PPPs) nas áreas de mobilidade, educação e saúde

A agenda do Governo do Estado de São Paulo prevê cinco leilões de concessões até o final de 2024. A expectativa é levantar cerca de R$ 20 bilhões em investimentos privados por meio dos certames realizados entre novembro e dezembro.Os projetos envolvem concessões e parcerias público-privada (PPPs) nas áreas de mobilidade, educação e saúde.

Na próxima quarta-feira (30) vai a leilão a concessão do lote rodoviário da Rota Sorocabana. O investimento de R$ 8,8 bilhões é o maior entre os cinco certames previstos até o final do ano no Estado.

O projeto abrange 460 quilômetros de estradas localizadas na região Sudoeste de São Paulo.

Ainda no setor rodoviário, o governo paulista irá leiloar o trecho da Nova Raposo no dia 28 de novembro, com previsão de R$ 7,9 bilhões em investimentos.

Serão concedidos 92 quilômetros de trechos de vias operadas atualmente pela ViaOeste e estradas sob gestão do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo (DER-SP).

PPP Novas Escolas

A agenda inclui ainda a parceria público-privada para construção de 33 novas unidades escolares que irão atender 35 mil estudantes dos ensinos fundamental e médio.

O escopo da PPP inclui a construção, adequação e manutenção predial e está dividido em dois lotes com 29 municípios paulistas.

Os leilões da PPP de Novas Escolas serão realizados nos dias 29 de outubro (Lote Oeste) e 4 de novembro (Lote Leste).

Concessão de Loterias

No dia primeiro de novembro, serão concedidos os serviços públicos de loteria estadual, com previsão de arrecadar cerca de R$ 3,4 bilhões, recurso que será aplicado em investimentos para a saúde.

O projeto prevê 31 unidades exclusivas (lotéricas) e estima mais de 11 mil pontos não exclusivos em todo o território paulista.

A futura concessionária vencedora poderá explorar o serviço de maneira física ou virtual, em duas modalidades de jogos. A concessão dos serviços lotéricos será uma fonte para o financiamento de políticas públicas, segundo o Governo de São Paulo.

Fonte: CNN Brasil

PROCURA-SE KAMIKAZE POLÍTICO QUE QUEIRA SALVAR NOSSAS CIDADES

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Para que mudanças estruturais possam se concretizar, seria valioso um líder ousado o suficiente para propor soluções impopulares para aqueles que se beneficiam do status quo, mas que são cruciais para garantir um futuro sustentável

Já dispomos das soluções técnicas para transformar nossas cidades em espaços mais sustentáveis e inteligentes (confira no meu último artigo aqui), mas o verdadeiro desafio é como viabilizar essa implementação de maneira vitoriosa.

Como gestora pública que acaba de superar um ano eleitoral, percebo que o melhor atalho para o Brasil atingir esse objetivo seria através de uma liderança política visionária, que não se deixe levar pela auto estima política, mas sim pela transformação real, profunda e irreversível na forma como organizamos nossas cidades. 

Para que mudanças estruturais possam se concretizar, seria valioso um líder ousado o suficiente para propor soluções impopulares para aqueles que se beneficiam do status quo, mas que são cruciais para garantir um futuro sustentável.  Enrique Peñalosa, por exemplo, desafiou diretamente a indústria automobilística em sua gestão municipal, influenciando não só a capital colombiana, mas corroborando para a valorização dos modos mais sustentáveis de transporte em todo o país.

Peñalosa sabia que priorizar o transporte coletivo e os modos ativos de transporte — como caminhar e pedalar — era a única maneira de garantir um futuro mais sustentável e eficiente para todos. Ele foi o responsável pela implementação do sistema de ônibus TransMilenio, além de ciclovias e áreas pedestres, que abriram espaço para uma nova forma de viver a cidade.

A resistência foi massiva. Grandes corporações, políticos locais e até a opinião pública, acostumada ao uso do carro, atacaram Peñalosa ferozmente. No entanto, ele manteve o foco no futuro da cidade, mesmo sabendo que sua postura poderia custar sua carreira política. 

Ousadia semelhante à de Anne Hidalgo, prefeita de Paris desde 2014, cuja opinião pública tem sido polarizada. De um lado, amplamente admirada por sua visão ambiciosa de transformar Paris em uma cidade mais sustentável e amigável aos pedestres e ciclistas, promovendo a redução do espaço para carros, a criação de ciclovias e o fechamento de áreas ao trânsito motorizado. Essas medidas ganharam apoio daqueles que defendem cidades mais verdes e menos dependentes de automóveis.

Para outros, entretanto, Hidalgo é vista como uma figura autoritária, que prioriza uma agenda ecológica, sem considerar os impactos sociais e econômicos imediatos, criticada por implementar reformas sem o consenso dos cidadãos.

Essa divisão de opiniões é politicamente custosa, e reflete um debate mais amplo sobre o futuro das cidades: precisamos decidir entre manter o status quo ou promover mudanças estruturais para alcançar maior sustentabilidade. 

As cidades do presente, com seu modelo centrado no automóvel, padrões de construção que maximizam áreas impermeáveis e falta de priorização dos modos ativos de transporte e do transporte coletivo, são exemplos de um sistema que “dá certo” apenas na superfície e no curto prazo. Manter esse modelo é politicamente confortável, pois não são necessárias mudanças estruturais nem alteram o cotidiano dos eleitores. 

Para realmente transformar as cidades, precisamos adotar mudanças estruturais e sustentáveis que coloquem o ser humano e o meio ambiente no centro das decisões urbanas. Esse futuro demanda estratégias como a implementação de infraestrutura verde, a priorização de modos de transporte mais limpos e a revalorização dos espaços públicos e das comunidades locais. 

Não se trata apenas de um novo urbanismo ou novas tecnologias; essas mudanças são um novo contrato social com a vida urbana, que questiona a lógica da cidade como espaço de consumo e transporte privado e propõe um ecossistema humano integrado.

Em um ambiente onde o horizonte de muitos gestores se limita ao ciclo eleitoral e à busca pela reeleição, alguém capaz de colocar o bem-estar da população à frente de qualquer cálculo político seria marcante para nosso país. 

Mas esse líder precisaria estar disposto a explodir seu próprio capital político por uma visão de longo prazo. 

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

‘COM O SAF, PODEMOS REDUZIR AS EMISSÕES DA AVIAÇÃO EM QUASE 62% ATÉ 2050’, AFIRMA EXECUTIVO DA IATA

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Para Pedro de la Fuente, gerente de relações exteriores e sustentabilidade da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA), Brasil dá um passo pioneiro no setor

No último dia 8 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a Lei do Combustível do Futuro. O texto estabelece uma série de diretrizes para o mercado de combustíveis sustentáveis, assim como cria programas de incentivo à produção e uso de diversas fontes de energia.

Dentre os programas elaborados pela nova lei, estão projetos voltados para o diesel verde, biometano, combustíveis sintéticos e combustível sustentável de aviação, o SAF. O Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação (ProBioQAV) estabelece que, a partir de 2027, os operadores aéreos devem reduzir as emissões de gases do efeito estufa nos voos domésticos através do uso do SAF.

De acordo com o projeto, o objetivo é gradual e inicia em 1% de redução, com crescimento de 10% até 2037. Em comparação com combustível de origem fóssil, o SAF emite cerca de 75% menos CO₂, desde o processo de produção à combustão durante voo.

De acordo com o estudo “Disponibilidade de matéria-prima para combustíveis sustentáveis ​​de aviação no Brasil”, o País pode produzir até 9 bilhões de litros de combustível sustentável de aviação por ano. O valor equivale a 125% do consumo nacional de combustível fóssil no mesmo período. A pesquisa foi realizada pela Mesa Redonda sobre Biomateriais Sustentáveis (RSB, na sigla em inglês), em parceria com a Boeing.

“É um passo pioneiro do Brasil, primeiro de tudo, em alinhar as políticas às necessidades da indústria e ao que a indústria está buscando”, afirma Pedro de la Fuente, sobre a sanção da nova lei. Fuente é gerente de relações exteriores e sustentabilidade da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA, em inglês). “Segundo que [a lei] estabelece uma marca e sinaliza aos outros países o que é possível fazer para alcançar o que o Brasil está fazendo”, afirma.

“É um passo pioneiro do Brasil, primeiro de tudo, em alinhar as políticas às necessidades da indústria e ao que a indústria está buscando”, afirma Pedro de la Fuente, gerente de relações exteriores e sustentabilidade da IATA.

Confira, a seguir, a entrevista com Pedro de la Fuente sobre SAF e os principais desafios para a implementação do combustível:

O que é SAF e como ele pode impactar a mobilidade aérea e a aviação?

Pedro de la Fuente: SAF ou combustível de aviação sustentável, em tradução livre, é um combustível produzido de maneira compatível com a nossa infraestrutura existente. O que quero dizer com infraestrutura, é que o SAF é seguro e está apto para uso e operação em todas as aeronaves, todos os tipos que temos hoje e em todos os tipos que serão construídos no futuro.

Quando dizemos que ele é sustentável, estamos falando também da maneira como é produzido, seguindo os critérios de sustentabilidade que nós, como indústria, adotamos. Não só em relação às emissões de gases com efeito estufa, mas também nos aspectos sociais e econômicos.

Garantindo, por exemplo, redução de impactos ambientais, levando em consideração a conservação da água, a conservação da terra e menos uso de produtos químicos. Além disso, também preservando os direitos humanos e os direitos da terra, assegurando que não utilizam trabalho de exploração ou abuso infantil, por exemplo.

SAF já é utilizado em larga escala no mundo?

De La Fuente: O primeiro desafio que temos é que, hoje, o SAF representa apenas 0,2% do total de combustível de aviação em 2023. Ao todo, foram produzidas cerca de 300 mil toneladas de SAF globalmente. Este ano, esperamos um aumento de três vezes na produção, mas ainda não vai atingir o nível de ambição que desejamos.

O que precisamos, na verdade, é de uma aceleração e de mais investimentos para produzir esse tipo de combustível, porque a demanda que a indústria terá até 2050, globalmente, são cerca de 449 bilhões de litros de SAF.

Quais são os principais desafios para utilizar combustível sustentável de aviação hoje no mundo?

De La Fuente: O primeiro desafio está do lado político. Não existem políticas o suficiente em todo o mundo que criem um verdadeiro incentivo de mercado para o SAF, além da abordagem de incentivo que vemos na União Europeia e nos EUA. Mas em outros mercados, não; com exceção do Brasil, recentemente.

O segundo desafio que temos é que não há capacidade de produção suficiente. Embora hoje saibamos que há uma certa capacidade de produção global, utilizando instalações usadas para biodiesel ou bioetanol, esses locais não são necessariamente dedicados à SAF. Mas, ao menos inicialmente, eles poderiam ser.

Outro desafio é que não há investimentos suficientes e é dispendioso produzir estes tipos de instalações. Os governos precisam de encontrar formas de incentivar estas produções. E quando eu digo que os governos precisam encontrar seus caminhos [para incentivo], não é do ponto de vista da indústria, mas porque estamos falando de segurança energética, também.

Não podemos olhar para isto apenas como uma procura do mercado de aviação comercial, mas como uma questão de segurança energética. A partir dessa produção própria, os países podem quebrar a dependência que têm na importação de combustível para aviões e na própria produção. Agora, eles também podem produzir a partir de recursos locais e ter um impacto positivo.

Como a América Latina está posicionada na discussão sobre combustível sustentável de aviação?

De La Fuente: Obviamente, [a América Latina] não está avançando no ritmo que queríamos. O que gostaríamos de ver é mais países seguissem o exemplo do Brasil, e há um punhado de governos que estão analisando isso. Recentemente, por exemplo, o Chile publicou o que chamamos de roteiro para a produção de SAF, explorando maneiras de produzi-lo. A Colômbia também está no mesmo ritmo de atividades e regulamentações.

O Brasil, por outro lado, está na vanguarda dessas discussões, por já ter estudos de viabilidade e de como produzi-lo. A nova lei também vai, de certa forma, obrigar o setor aéreo a reduzir as emissões de carbono em 1% a partir de 2027. Essa decisão envia um sinal ao mercado de que nós precisamos de SAF.

“O Brasil está na vanguarda dessas discussões, por já ter estudos de viabilidade e de como produzi-lo”, Pedro de la Fuente.

Além disso, outros países precisam perceber o potencial que têm. A América Latina possui grandes países em termos de produção agrícola e produções agrícolas sustentáveis, podendo haver formas de desenvolver economias, não apenas como uma oportunidade econômica, mas também como uma oportunidade social e ambiental.

Podemos dizer que SAF é a resposta para a descarbonização da aviação?

De La Fuente: A nossa estratégia, enquanto indústria, está distribuída em quatro pilares. Além de SAF, um outro pilar são as novas tecnologias, como hidrogênio e aeronaves elétricas, que têm deficiências. Em primeiro lugar, hoje não temos uma frota de aeronaves que voem com hidrogênio ou eletricidade. Estas ainda estão em processo de construção. Outro desafio destas tecnologias é que elas não substituirão os voos de longas distâncias, devido às limitações tecnológicas.

“Com o SAF, podemos reduzir as emissões da aviação em quase 62% até o ano de 2050”, Pedro de la Fuente.

Outra maneira de reduzir as emissões provém da eficiência operacional: o que podemos mudar permanentemente na infraestrutura do espaço aéreo para reduzir estas emissões? Por exemplo, pensar em alterar a forma como pousamos. Mas essas são estratégias já utilizadas há muitos anos e que não mostraram resultados tão significativos. Também existe a compensação de carbono. Nós somos a favor do uso da compensação de carbono, mas não como a única medida para descarbonizar a aviação, porque queremos realmente reduzir a quantidade de emissões que temos.

E isso nos leva ao SAF. Esse combustível não requer nenhuma mudança tecnológica, não exige operar diferentes rotas, não demanda o uso de compensações de carbono… Com o SAF, podemos reduzir as emissões da aviação em quase 62% até o ano de 2050.

Fonte: Mobilidade Estadão

 

BRASIL ACELERA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA COM HIDROGÊNIO VERDE E INVESTIMENTOS EM FONTES RENOVÁVEIS

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Com novas concessões e PPPs, o país avança na geração de energia limpa e iluminação pública inteligente, preparando-se para liderar a transição global e contribuir com as metas da COP28 para 2030.

O Brasil, reconhecido por sua matriz energética predominantemente limpa, ocupa uma posição estratégica na transição global para energias renováveis e no desenvolvimento do setor. Em 2022, o país contava com cerca de 83% da energia elétrica gerada a partir de fontes renováveis, sendo que agora o principal objetivo é buscar a ampliação desse potencial e atrair novos investimentos por meio de parcerias público-privadas (PPPs) e concessões, garantindo uma transição energética sustentável e a expansão do uso do hidrogênio verde, considerado o combustível do futuro.

O país tem registrado um crescimento notável em fontes renováveis como energia solar e eólica, que juntos representam cerca de 30% da capacidade elétrica nacional. Entre 2022 e 2024, houve uma expansão de aproximadamente 89% na capacidade instalada dessas fontes, consolidando o Brasil como um dos líderes em produção energética limpa e diversificada. Com essa força no setor, o Brasil atraiu atenção na COP 28, onde foram estipuladas metas globais de triplicar a capacidade instalada de fontes renováveis até 2030 e duplicar os ganhos de eficiência energética.

Para que o Brasil se posicione como potência verde global, superar desafios como a modernização da infraestrutura, inovação tecnológica e a captação de recursos privados são passos fundamentais. As parcerias público-privadas (PPPs) têm se mostrado um caminho viável e cada vez mais recorrente para investimentos em energia renovável e infraestrutura.

A produção de hidrogênio verde – feito a partir de fontes renováveis e que emite apenas vapor d’água em sua combustão – está no centro das apostas para o futuro energético do país. Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou incentivos fiscais para estimular esse mercado emergente, ajustando o marco regulatório da produção de hidrogênio de baixo carbono. Entre as medidas, estão créditos tributários vinculados à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), que visam reduzir o custo do hidrogênio verde e torná-lo economicamente competitivo em relação a combustíveis fósseis.

Esse incentivo é especialmente relevante para o Nordeste brasileiro, que se destaca pelas condições naturais favoráveis à produção de energia solar e eólica, essenciais para a geração de hidrogênio verde. Segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Brasil possui uma das condições mais competitivas para produzir o combustível em larga escala, e projetos como o de hidrogênio verde já em desenvolvimento pelo banco podem ultrapassar os US$ 7 bilhões em investimentos. A expectativa é que, até 2025, o Brasil inicie seu primeiro grande projeto de hidrogênio verde, consolidando o país como um dos principais fornecedores dessa tecnologia no mercado global.

Iluminação Pública e Expansão das PPPs

Outro exemplo de avanço por meio de parcerias público-privadas é o setor de iluminação pública, que tem se transformado em todo o país. Desde 2019, o número de contratos de PPP para modernização dos parques de iluminação saltou de 17 para 116, com investimentos contratados de R$ 27 bilhões. As novas parcerias buscam substituir tecnologias tradicionais por lâmpadas de LED e sistemas inteligentes, promovendo uma economia significativa de energia e, ao mesmo tempo, modernizando a infraestrutura urbana. Cidades como São Paulo, Belo Horizonte e Fortaleza já contam com projetos que, além de modernizar a iluminação, oferecem serviços adicionais que impactam a qualidade de vida e a segurança da população, como sensores de qualidade do ar e câmeras de monitoramento.

Os projetos de Smart Cities visam integrar diversos serviços urbanos em uma única infraestrutura, oferecendo à população uma cidade mais conectada e eficiente. Ao explorar o potencial das fontes renováveis, fomentar a produção de hidrogênio verde e investir em cidades inteligentes, o Brasil demonstra seu compromisso ambiental aliado à melhoria da qualidade de vida da população. Através de concessões e PPPs, o país abre caminho para uma infraestrutura energética mais limpa e sustentável.

Os temas estarão presentes no P3C 2025, um evento focado em parcerias público-privadas e concessões. Durante o evento, especialistas e representantes do governo discutirão como essas parcerias podem ajudar o Brasil a avançar na transição para energias renováveis e na modernização da infraestrutura urbana. Confira mais informações aqui.

Sobre a Necta

A Necta é uma das principais promotoras de conteúdo e eventos no Brasil especialista em aproximar os públicos B2B, B2G, G2B e G2G através da implementação de atividades orientadas a impactar positivamente os ecossistemas onde estão inseridas.

Criamos plataformas que conectam pessoas e transformam ecossistemas por meio de soluções de conteúdo especializado, promoção de eventos de negócios, premiações, cursos, rankings, estudos, marketplace e utilização de ferramentas de inteligência de mercado.

Somos os idealizadores e realizadores do Connected Smart Cities, única plataforma de cidades inteligentes e mobilidade urbana do Brasil, e da principal plataforma de PPPs e Concessões, o P3C Investimentos em Infraestrutura.

 

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO: UMA FERRAMENTA INDISPENSÁVEL PARA GESTORES PÚBLICOS

O planejamento estratégico é uma ferramenta essencial para qualquer instituição, mas destacaremos aqui sua importância para a gestão pública, especialmente em momentos de transição, como após as eleições municipais. Ele fornece uma direção clara e definida para a administração pública, permitindo que os gestores alinhem recursos e esforços em direção a objetivos comuns e de longo prazo. Por meio de um planejamento bem estruturado, é possível otimizar o uso de recursos, melhorar a eficiência e a efetividade dos serviços prestados à população, e garantir que as políticas públicas atendam às reais necessidades da comunidade.

Um bom planejamento deve transcender uma gestão, sendo um plano de estado, não de governo. Se a cada troca de grupo de gestão o passado for desconsiderado e os processos forem reiniciados, não há avanços.

Benefícios do Planejamento Estratégico:

  1. Direção e Foco: Ajuda a definir uma visão clara para o futuro, estabelecendo objetivos e metas específicas. Isso cria um senso de direção e propósito para o colegiado, servidores e a população em
  2. Alocação Eficiente de Recursos: Permite uma análise detalhada das necessidades e prioridades, facilitando a distribuição adequada de recursos financeiros, humanos e materiais.
  3. Adaptabilidade: Em um ambiente em constante mudança, o planejamento proporciona flexibilidade para ajustar as estratégias conforme necessário, mantendo o foco nos objetivos principais.
  4. Engajamento e Colaboração: Envolve diversas partes interessadas no processo de planejamento, promovendo um ambiente de colaboração e engajamento entre gestores, servidores e a comunidade.
  5. Monitoramento e Avaliação: Estabelece indicadores de desempenho que permitem o acompanhamento contínuo dos resultados, facilitando ajustes e melhorias nas ações.

Etapas de Construção do Planejamento Estratégico:

  1. Análise Situacional: Avaliar o ambiente interno e externo, identificando forças, fraquezas, oportunidades e ameaças (análise SWOT). Isso fornece uma base sólida para a tomada de decisões, além de gerar um senso de pertencimento nos servidores envolvidos.
  2. Definição de Propósito, Visão e Valores: Clarificar o propósito (razão de estar ali), visão (onde se quer chegar) e os valores (princípios que guiam a atuação) da gestão.
  3. Estabelecimento de Objetivos e Metas: Definir objetivos estratégicos de longo prazo e metas específicas de curto e médio prazo, que sejam mensuráveis e alcançáveis.
  4. Desenvolvimento de Estratégias e Planos: Criar estratégias e desenhar ações concretas para alcançar os objetivos e metas estabelecidos, considerando os recursos disponíveis e as restrições existentes.
  5. Implementação do Plano: Colocar em prática as estratégias definidas, assegurando que todos os envolvidos compreendam suas responsabilidades e o cronograma de execução.
  6. Monitoramento e Avaliação: Estabelecer um sistema de governança para monitorar o progresso e avaliar os resultados, utilizando indicadores de desempenho para garantir que os objetivos estão sendo alcançados.

A Importância da Governança para o Monitoramento dos Resultados

Governança pública é o conjunto de mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a gestão, com vistas à condução de políticas públicas e à prestação de serviços de interesse da sociedade (Decreto Federal nº 9.203).

A governança eficaz é crucial para o sucesso do planejamento estratégico. Ela garante que os processos de tomada de decisão sejam transparentes, responsáveis e participativos.

Na Exxas, desenvolvemos um Programa de Governança Pública que alinha boas práticas da governança corporativa com princípios da governança pública estabelecidos pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Se quiser saber mais a respeito, estou à disposição.

“Uma boa governança é a chave para o progresso social, econômico e político.”— Tony Blair

Em suma, um bom planejamento, alinhado a uma governança eficiente, é uma ferramenta indispensável para gestores públicos que desejam conduzir suas administrações de forma efetiva.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

“É PRECISO IR ALÉM DA IDEIA ORIGINAL DE CIDADE INTELIGENTE”, DIZ PROFESSOR DO MIT

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Em entrevista exclusiva à EXAME, Kent Larson falou sobre impacto da tecnologia para resolver problemas urbanos e plano de lançar laboratório no Brasil

É preciso ir além da visão tradicional sobre o que seria uma cidade inteligente. Essa é a principal ideia defendida por Kent Larson, professor do MIT, em uma entrevista exclusiva à EXAME. O pesquisador, referência em estudos de arquitetura e urbanismo, afirma que o uso de novas tecnologias no espaço urbano deve ser incentivado, mas é preciso pensar nas melhores formas de usá-las.

Larson virá ao Brasil no final de outubro para participar do evento Semana de Inovação 2024, promovido pela Enap (Escola Nacional de Administração Pública). E, durante a sua passagem, pretende avançar com a ideia de implementar uma unidade do MIT City Science Lab no Brasil para pesquisar soluções de urbanização específicas para a realidade brasileira.

Para o pesquisador, é importante entender que “a visão clássica de cidade inteligente é de otimizar, sem contestar o modelo atual, por meio da tecnologia. Por exemplo, é um modelo que defende usar sensores e semáforos inteligentes para reduzir o trânsito, mas sem pensar em um jeito de nos livrarmos do próprio trânsito”.

Essa visão de cidade inteligente é muito limitada e técnica. Além disso, virou um instrumento de marketing que as empresas usam para vender produtos para as cidades. É algo que precisamos superar”, defende.

Um novo tipo de cidade inteligente

Ao ser questionado sobre sua visão para cidades inteligentes, Larson diz que é preciso, primeiro, voltar para o passado. Mais especificamente, em um período anterior à Revolução Industrial, quando “as cidades eram bem compactas, com poucos bairros. As pessoas trabalhavam, se divertiam, compravam, viviam dentro desses bairros compactos”.

“Tudo mudou com o carro, a abordagem ocidental para o zoneamento e as cadeias de suprimento internacionais. Foi um modelo estabelecido pelas construtoras, e as coisas começaram a ficar fragmentadas, com as cidades divididas em uma zona comercial, industrial, residencial. A ideia era conectar tudo via carros e ter vários estacionamentos espalhados pela cidade”, diz, citando Brasília como exemplo do modelo.

O professor comenta que essa visão era o “futuro” imaginado no anos 1950 e 1960, mas que, hoje “poucas pessoas pensam nisso como o futuro”. Por isso, ele acredita que a chave está em “recuperar o melhor do que foi perdido” no modelo anterior, em especial “os laços sociais fortes, o acesso aos serviços a nível local” e combinar esses elementos com o melhor do modelo atual, usando a tecnologia para resolver problemas como de saneamento e moradia.

a ele, o movimento seria um retorno ao “padrão básico de povoamento por comunidades, mas tirando vantagem de tudo que é positivo, novo e poderoso que ganhamos nas últimas décadas. Hoje, temos grandes quantidades de dados, a IA generativa, novas formas de produzir energia e comida, processar lixo, filtrar a água”.

E, apesar de rejeitar a visão tradicional sobre cidades inteligentes, Larson reconhece o papel importante da tecnologia nesse processo. Para ele, é preciso primeiro entender as condições atuais de uma comunidade, como a quantidade de pessoas que se deslocam diariamente para ir ao trabalho, o acesso a amenidades como parques e museus, os tipos de moradias existentes e outros elementos antes de pensar em qual tecnologia aplicar.

“É preciso coletar dados, interpretá-los e ver novas formas de aproveitá-los. Já estamos usando os LLMs [grandes modelos de linguagem, por trás das IAs generativas] para ajudar nesse processo, estruturando os dados que as cidades possuem e que estão desorganizados”, explica.

A partir disso, há um processo de reunir a comunidade e discutir “não se os prédios estão muito altos e coisas do tipo, mas sim que tipo de futuro, trabalhos, moradias, ruas, recurso, querem”, onde o professor vê grande potencial de intersecção com tecnologias como realidade virtual e aumentada para dar mais concretude a essas visões.

Por fim, é preciso levar essa visão de futuro criada para os governos, criando projetos “mais concretos e detalhados” e com sistemas de incentivos e correções para a sua realização. “É onde podemos usar blockchain e contratos inteligentes, sem precisar ter um burocrata verificando tudo, é um grande uso”, pontua.

Mudanças climáticas e preparação para o futuro

Um ponto que o professor do MIT considera crucial ao pensar as cidades do futuro é o combate às mudanças climáticas, cujos efeitos se tornam cada vez mais próximos e frequentes nos ambientes urbanos. Mas, novamente, ele acredita que é preciso repensar as estratégias para lidar com o problema.

“A abordagem tradicional de cidade inteligente diria que você precisa achar a tecnologia que solucionaria as mudanças climáticas, então você substituiria todos os veículos por elétricos, colocaria painéis solares nos prédios e coisas do tipo e isso vai salvar o meio ambiente”, diz.

Para ele, é preciso pensar que “mais de 70% das emissões de poluentes vêm das cidades. E a maior parte vêm das emissões de veículos que transportam grandes quantidades de pessoas todos os dias, as levam da casa para o trabalho e vice-versa. Precisamos olhar para as raízes do problema e entender como reduzir drasticamente essas emissões”.

Larson ressalta que a solução “fundamentalmente envolve colocar os locais de trabalhos perto da casa das pessoas, colocar amenidades próximas, produzir coisas localmente, ter lugares menores para viver mas capazes de desempenhar várias funções. É ter um uso hipereficiente da terra”.

Esse movimento, que depende da aplicação correta de tecnologias, pode ir além de simplesmente reduzir emissões: “A performance econômica e social da cidade também aumenta, então consegue ter laços sociais maiores, mais segurança, equidade, moradias a preços acessíveis, maiores oportunidades de inovação e empreendedorismo. É um cenário de vitória nas três frentes.

Para auxiliar nesse processo, o MIT já possui o City Science Lab, dedicado a estudos sobre soluções urbanísticas em diferentes países. Agora, Larson quer trazer o projeto para a América Latina, com laboratórios associados no Brasil. No momento, o México e o Chile já contam com laboratórios do tipo.

“Eu sempre quis ter um laboratório no Brasil, há seis anos, quando fui para o Brasil pela última vez, isso não era possível, porque precisa ter as pessoas ideais, a organização, financiamento, apoio do governo local, mas agora acho que temos uma chance de conseguir”, explica.

A princípio, Larson e sua equipe de pesquisadores brasileiros associados estuda o potencial de criação de um laboratório em Belém, no Pará, onde o professor vê potencial para “juntar o melhor do passado e do futuro, combinando as tecnologias com a capacidade de viver em harmonia com a natureza, oferecendo oportunidades econômicas e qualidade de vida. O laboratório busca ajudar a entender como chegaremos nisso”.

Fonte: Exame

COMBUSTÍVEL DO FUTURO IRÁ IMPULSIONAR A DESCARBONIZAÇÃO NO BRASIL

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O Brasil tem metas desafiadoras pela frente e vai alcançá-las graças à sua imensa capacidade de criar alternativas e comandar as mudanças que o País e o mundo exigem

As demandas da sociedade junto aos poderes públicos e ao setor privado por ações concretas e urgentes no enfrentamento das mudanças climáticas acabam de receber uma resposta decisiva para a conquista de uma matriz energética mais limpa no Brasil.

Programa Combustível do Futuro, uma das políticas públicas mais relevantes no País, estabelece as diretrizes para o desenvolvimento de combustíveis sustentáveis, no maior programa de descarbonização dos transportes e da mobilidade do planeta. Seremos exemplo para o mundo.

O elevado potencial da legislação recentemente aprovada no Congresso Nacional, e sancionada pelo presidente da República, resulta de uma construção conjunta entre os poderes Legislativo e Executivo, a indústria automobilística, os fornecedores e a cadeia de biocombustíveis.

Além da descarbonização e da vocação brasileira na produção de combustíveis alternativos aos fósseis, também foi considerada a coexistência de diversas tecnologias de vanguarda já disponíveis, entre elas o avanço da eletrificação.

O que é o Programa Combustível do Futuro?

Além de ter consolidado há mais de duas décadas o carro flex (etanol e gasolina), o Brasil tem um dos maiores porcentuais de biodiesel no diesel vendido nos postos e já é um dos líderes globais na produção de energia derivada de biomassa renovável, inclusive biometano e biogás.

Assim, o passo que faltava à importância dos biocombustíveis foi dado agora com a sanção da nova lei. O Programa Combustível do Futuro acerta ainda ao incrementar, gradualmente, os percentuais de adição de biocombustíveis à gasolina e ao diesel, com cronograma, previsibilidade e segurança jurídica.

O novo programa orientará investimentos em projetos para a transição energética, com respeito ao desenvolvimento econômico e ao meio ambiente. Produtores poderão ampliar sua capacidade de oferta e competitividade da mesma forma que as fabricantes de veículos leves e pesados farão desembolsos em suas fábricas.

Ninguém avançará isolado na descarbonização. Aliás, a partir do novo marco legal, passamos a ter a dobradinha fantástica do ponto de vista ambiental, social e econômico: Combustível do Futuro e Mover (Programa Mobilidade Verde e Inovação, Lei 14.902/2024).

Entretanto, enquanto o primeiro abarca desde a produção até o abastecimento do veículo, o segundo incentiva investimentos das empresas para a fabricação de veículos sustentáveis.

Programa Combustível do Futuro e reindustrialização

O Programa Combustível do Futuro se conecta a outras políticas públicas vigentes, como a Nova Indústria Brasil (NIB), lançada no início deste ano pelo governo federal, que trata da reindustrialização do País com ênfase em novos processos produtivos e economia circular, criando empregos e estimulando a exportação de manufaturados.

Dessa forma, o próximo passo para a descarbonização, dentro das políticas públicas, é trabalhar com o tema de “Corredores Sustentáveis”, conceito que trata de estimular o uso dos combustíveis renováveis em veículos sustentáveis nas rodovias.

E, dessa forma, acelerando investimentos em infraestrutura e ampliando a rede de postos com oferta de combustíveis renováveis.

Assim, mais à frente, as transportadoras e caminhoneiros autônomos, que optarem por novas tecnologias, poderão obter desconto em pedágio, entre outros estímulos.

A indústria automotiva brasileira já fabrica veículos movidos com as novas tecnologias. A eletrificação, o biometano e o biodiesel já estão no cardápio dos modelos produzidos em nosso território. E não há uma tecnologia melhor que a outra, mas a que faz mais sentido ser aplicada em determinado lugar e ocasião.

O Brasil tem metas desafiadoras pela frente e vai alcançá-las graças à sua imensa capacidade de criar alternativas e comandar as mudanças que o País e o mundo exigem. Agora, ainda mais!

Fonte: Mobilidade Estadão 

TRANSFORMANDO IMPACTO EM MÉTRICA: PRINCIPAIS DESAFIOS DOS NEGÓCIOS DE IMPACTO NA CONSTRUÇÃO DE INDICADORES

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A habilidade de traduzir métricas em narrativas convincentes, que conectem dados com histórias de transformação real, é essencial para criar engajamento e reconhecimento de valor.

Em um cenário onde a busca por impacto socioambiental positivo é cada vez mais central, a criação, manutenção e comunicação de indicadores de sucesso e impacto permanece como um dos maiores desafios enfrentados pelos negócios de impacto. Esses indicadores são cruciais não só para guiar decisões internas, mas também para atrair investidores, engajar públicos de interesse e, principalmente, comprovar que o propósito do negócio está sendo cumprido na prática.

A complexidade começa na definição de quais métricas são realmente relevantes e como traduzi-las de maneira que façam sentido para diferentes públicos. O impacto, muitas vezes, é qualitativo, tornando sua medição um processo cheio de nuances. A pergunta essencial que surge é: como mensurar mudanças que envolvem pessoas, territórios e realidades sociais tão diversas?

Outro obstáculo é a manutenção desses indicadores. Negócios de impacto, especialmente os de menor porte, enfrentam barreiras relacionadas à escassez de recursos – tanto financeiros quanto de tempo e equipe. Com equipes enxutas, a medição de impacto acaba ficando em segundo plano, ofuscada pelas demandas operacionais e comerciais. Manter o monitoramento contínuo exige investimento em ferramentas, capacitação e, muitas vezes, o apoio de consultorias especializadas, o que nem sempre está ao alcance de todos.

Por fim, o desafio de comunicar esses indicadores é igualmente complexo. Por mais que os negócios de impacto tenham clareza sobre os resultados alcançados, a forma como esses dados são apresentados pode dificultar o entendimento por parte de públicos externos. Muitas organizações ainda se perdem em relatórios densos ou em tentativas de simplificação que acabam não refletindo a profundidade do impacto gerado. A habilidade de traduzir métricas em narrativas convincentes, que conectem dados com histórias de transformação real, é essencial para criar engajamento e reconhecimento de valor.

Então, por onde começar? Negócios de impacto podem adotar algumas boas práticas para melhorar a criação e gestão de seus indicadores de sucesso e impacto. Primeiro, é crucial definir claramente e validar o objetivo de impacto e alinhá-lo às métricas. Isso significa que, ao invés de medir tudo, as empresas devem focar em indicadores que façam sentido para seu propósito e modelo de negócio. Um bom ponto de partida é utilizar frameworks conhecidos, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas ou metodologias de mensuração como a Teoria da Mudança, que ajudam a desenhar uma linha lógica entre as atividades do negócio e os impactos gerados.

Em segundo lugar, é importante garantir processos de coleta de dados que sejam factíveis no dia a dia do negócio, preservando a ‘agenda do viável’. Para isso, o uso de ferramentas acessíveis, que ajudam a organizar e monitorar progressivamente os dados de interesse – interessam ao seu negócio e aos seus parceiros – podem ser de grande ajuda, sem sobrecarregar as equipes.

Além disso, a colaboração é uma ferramenta poderosa. Parcerias com outras empresas, organizações ou até redes de negócios de impacto podem fornecer não só apoio técnico para definir métricas, mas também oportunidades para compartilhar boas práticas e até dividir custos de ferramentas.

O benefício dessa abordagem é claro: com indicadores bem construídos, negócios de impacto conseguem tomar decisões mais assertivas sobre suas operações, identificar rapidamente o que está funcionando e o que precisa ser ajustado. Além disso, comunicar de forma clara o impacto gerado fortalece a confiança dos investidores e outros públicos de interesse, criando um ciclo virtuoso de engajamento e novas oportunidades de sustentabilidade financeira. A longo prazo, isso consolida a credibilidade do negócio, como diferencial de mercado, projetando sua relevância no ecossistema de impacto.

Embora a criação de indicadores de sucesso e impacto continue um desafio atual, negócios de impacto que investem tempo e recursos nesse processo têm muito a ganhar. Estabelecer métricas claras e alinhadas ao propósito não apenas melhora a gestão interna, mas também garante que o impacto positivo gerado seja efetivamente reconhecido e valorizado.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities.

INOVAÇÃO NO SETOR PÚBLICO: A REVOLUÇÃO SILENCIOSA DAS GOVTECHS

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Esse ecossistema no Brasil cresceu 493% nos últimos quatro anos, em volume e qualidade

Nos últimos anos, a tecnologia transformou diversos setores da sociedade, e agora estamos vendo a mesma revolução impactar a forma como governamos.

As govtechs — startups e empresas que desenvolvem soluções tecnológicas para o setor público — estão ganhando cada vez mais espaço, redefinindo como governos se relacionam com os cidadãos e geram eficiência administrativa.

Prestes a atingir um valuation de US$ 1 trilhão até 2025, segundo dados da consultoria inglesa Public, o mercado govtech pode se tornar um dos setores digitais mais importantes da economia global, se não o mais importante, criando novos e melhores serviços públicos.

Esse ecossistema no Brasil cresceu 493% nos últimos quatro anos, em volume e qualidade. Em 2020, apenas 80 govtechs vendiam regularmente para governos ou atuavam em parcerias consistentes com o setor público.

Hoje, 475 novas startups e pequenas empresas estão oferecendo ou colaborando com soluções voltadas para o setor público. O número de iniciativas de inovação aberta e laboratórios de inovação no Brasil saltou de 20 para 330, segundo dados do Mapa Govtech.

Mais da metade dessas iniciativas estão vinculadas ao Poder Executivo, o que reforça o impacto da digitalização dos serviços públicos nos municípios.

Esse movimento não se limita à oferta de novas soluções e empresas no mercado. Os investimentos no setor acompanham o crescimento.

Os aportes multiplicaram-se por 11 nos últimos quatro anos, e mostra que trabalhar com o setor público é tão atrativo quanto investir em fintechs, healtechs ou startups de inteligência artificial.

Recentemente, o maior aporte em uma govtech da América Latina foi para a Aprova, empresa que fundei em 2017. Na época, a expressão “govtech” ainda engatinhava no Brasil, mas já era visível a necessidade de modernizar processos públicos com tecnologia.

Em 2022, recebemos R$ 22,5 milhões em uma rodada Seed liderada pela VOX Capital e pela Astella, com apoio do CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe) e da Endeavor, através do programa Scale-Up.

Esse investimento representou quase metade dos R$ 48 milhões captados pelas govtechs brasileiras em oito grandes operações divulgadas desde 2020, segundo dados da LAVCA (Association for Private Capital Investment in Latin America) e Sling Hub.

À medida que gestores públicos reconhecem a importância dessa transformação digital, a demanda por soluções cresce, melhorando a oferta de serviços para a população.

Em Florianópolis, por exemplo, a emissão automatizada do alvará de construção acelera e garante mais segurança às obras na capital catarinense.

O pedido de alvará é feito pelo formato autodeclaratório. Os interessados que cumprem todas as etapas do processo e fornecem corretamente os dados sobre lote, propriedade e informações técnicas do projeto, conseguem emitir o alvará de forma imediata.

O sistema faz a pré-análise das informações em tempo real, o que garante que as determinações do Plano Diretor sejam atendidas durante o preenchimento. Esse modelo de emissão também é utilizado em cidades como Cascavel, no Paraná, e São Paulo.

Essa evolução, já em curso em muitos municípios brasileiros, é o que fortalece a ideia de que empreender no setor público pode ser tão atrativo quanto atuar em outros nichos tecnológicos.

Estamos vivendo o que chamo de uma “revolução silenciosa”, onde a América Latina se destaca como um continente digital em ascensão, capaz de oferecer serviços públicos tão eficientes e inovadores quanto as experiências que as pessoas encontram no setor privado.

Assim como decidimos onde comer, viajar e socializar, já podemos interagir com os serviços públicos com a mesma facilidade e agilidade através da tecnologia.

O futuro das govtechs é promissor. Com cada vez mais empreendedores e investidores engajados nesse ecossistema, trabalhar com o governo será tão “sexy” quanto atuar nos setores mais populares da inovação tecnológica.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities