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Inteligência artificial pode devorar 90% da energia mundial?

À medida que a inteligência artificial (IA) avança e se integra a diversos setores da sociedade, cresce também a preocupação sobre o seu impacto no consumo global de energia. Desde 2020, o desenvolvimento de algoritmos mais complexos e o aumento das aplicações computacionais para IA têm chamado atenção de especialistas em energia e sustentabilidade. Este crescimento acelerado traz questionamentos importantes sobre os recursos necessários para manter sistemas de IA em funcionamento nos próximos anos.

Segundo pesquisadores, existe a possibilidade de que tecnologias baseadas em IA, se mantido o ritmo atual de expansão, possam chegar a consumir até 90% da demanda energética mundial nas próximas décadas. Esse cenário levanta dúvidas sobre a sustentabilidade dessa trajetória e exige a análise de diversos fatores que influenciam o consumo energético das máquinas inteligentes.

Como a inteligência artificial afeta o consumo de energia?

O consumo de energia por sistemas de IA está diretamente ligado à necessidade de processamento de grandes volumes de dados. Treinar modelos de aprendizado profundo, por exemplo, requer uma infraestrutura robusta, composta por milhares de servidores em data centers. Estes data centers operam continuamente, processando informações para tarefas como reconhecimento de voz, tradução automática, análise de imagens e outras funções essenciais da inteligência artificial.

Além do treinamento inicial, a manutenção e atualização constante desses modelos também consomem muita energia. Esse ciclo energético intensifica-se à medida que soluções de IA são implementadas em dispositivos móveis, carros autônomos, sistemas financeiros e indústrias. O crescente acesso à tecnologia, impulsionado por avanços como o 5G, amplia ainda mais a necessidade de energia para processar, armazenar e transmitir dados.

Por que a IA pode consumir até 90% da energia mundial?

A previsão de que a inteligência artificial consuma 90% da energia mundial baseia-se principalmente em projeções do crescimento exponencial do processamento de dados e da dependência de sistemas computacionais em tarefas diárias. Algumas das razões centrais para esse número elevado incluem:

  • Expansão dos Data Centers: O número de servidores utilizados para IA tem aumentado em ritmo acelerado, o que eleva a demanda elétrica global.
  • Modelos cada vez mais complexos: A busca por resultados de alta precisão faz com que pesquisadores criem redes neurais profundas, exigindo maior poder computacional e, consequentemente, mais energia.
  • Automação em massa: A automação de processos industriais, logísticos e administrativos por IA demanda sistemas ativos 24 horas por dia.
  • Crescimento da Internet das Coisas (IoT): A integração de dispositivos inteligentes ao cotidiano potencializa o tráfego de dados e requer comunicação constante com servidores de inteligência artificial.

Se tais tendências não forem acompanhadas de mudanças significativas na eficiência energética dos equipamentos ou na adoção em larga escala de fontes renováveis, existe o risco real de que os sistemas de IA se tornem os principais consumidores de energia do mundo.

Quais desafios e soluções existem para o consumo energético da IA?

A questão do consumo energético da inteligência artificial abriu espaço para pesquisas em diferentes áreas, visando otimizar o uso dos recursos e minimizar impactos ambientais. Entre os principais desafios estão o desenvolvimento de hardware mais eficiente, a criação de algoritmos menos dependentes de energia e a adoção de fontes renováveis em data centers.

  1. Eficiência computacional: Empresas de tecnologia têm realizado investimentos em processadores mais econômicos e recursos de otimização de código para reduzir o custo energético das operações.
  2. Estratégias de processamento: Utilizar técnicas como aprendizado federado e computação de borda, que distribuem o processamento diretamente nos dispositivos, diminui a necessidade de comunicação constante com servidores centrais.
  3. Energia limpa: A transição para fontes renováveis, como energia solar e eólica, é uma alternativa em curso para alimentar data centers e mitigar o aumento das emissões de carbono.

A combinação dessas estratégias pode evitar que a inteligência artificial alcance níveis críticos de consumo energético, ajudando a manter um equilíbrio entre desenvolvimento tecnológico e sustentabilidade ambiental. De acordo com especialistas, o planejamento sustentável e o uso consciente da tecnologia serão essenciais para que a IA contribua de forma positiva para o futuro do planeta.

Fonte: Correio Braziliense

Como a experiência do usuário define o futuro da mobilidade urbana

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Experiência do usuário como motor da transformação urbana, compreenda o papel das tecnologias inteligentes e da mobilidade integrada.

Estamos acompanhando um cenário de transformação nos centros urbanos e podemos dizer que a experiência do usuário se torna o eixo central das soluções de mobilidade. Muito mais do que chegar ao destino, o que define o sucesso de uma jornada urbana é a maneira como ela acontece. Essa percepção já tem sido identificada pelos gestores públicos e tem influenciado desde o desenho de políticas públicas até a adoção de tecnologias do setor privado.

De acordo com estudo do McKinsey Center for Future Mobility, da McKinsey & Company, centro global de pesquisa aplicada e análise de tendências sobre mobilidade urbana e transportes, mais de 60% dos usuários de áreas urbanas estão dispostos a adotar modalidades compartilhadas de transporte, como micromobilidade (bicicletas e scooters) e transporte autônomo, o que indica uma substituição parcial do uso de veículos privados.

Nessa mesma linha, surgem as tecnologias inteligentes, que apoiam nessa experiência. Destaco aqui sistemas de smart parking, como sensores de ocupação em estacionamentos e de reconhecimento de placa, por exemplo, que reduzem o tempo médio de busca por vaga em até 43%, conforme estudos da University of Sydney. Por lá, essa redução se traduziu também em menor estresse, melhor fluidez urbana e maior satisfação nos pontos de entrada e saída. E é inegável que esses indicadores impactam diretamente a percepção do usuário.

Além disso, experiências integradas, como as mediadas por plataformas de ‘Mobility as a Service’ (MaaS), têm grande apelo junto ao público urbano. Um relatório recente destaca que os consumidores valorizam experiências unificadas, infraestrutura acessível e mobilidade eletrificada, listadas como as três expectativas principais para a mobilidade do futuro.

E não podemos deixar de falar sobre o impacto da sustentabilidade na experiência do usuário. Essas soluções estão diretamente ligadas a esse aspecto. O smart parking não apenas melhora a conveniência, mas reduz emissões e congestionamentos. Pesquisas já mostram que essa tecnologia pode diminuir emissões por veículos circulantes em até 30% em áreas centrais.

Na INDIGO, essa integração de tecnologia e experiência já acontece, aliando infraestrutura, tecnologia e serviço. Ao integrar opções como sensores em vagas de estacionamento, painéis digitais, recarga para veículos elétricos e atendimento inteligente, os usuários têm uma experiência mais agradável, conveniente e ágil.

Somadas, essas iniciativas comprovam que a experiência do usuário é determinante para a eficácia de qualquer solução urbana. Gestores, tanto da iniciativa privada quanto pública, precisam estar atentos a isso. O futuro da mobilidade será definido por quem tiver capacidade de centralizar as expectativas dos usuários e integrar todo o ciclo do cliente diante das necessidades diárias de deslocamento.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

Brasil sai novamente do Mapa da Fome, segundo relatório da ONU

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Após ter voltado ao Mapa em 2022, país é classificado fora da zona de insegurança alimentar grave. Para a ONU, menos de 2,5% da população está em risco de subnutrição.

O Brasil saiu novamente do Mapa da Fome, de acordo com relatório divulgado nesta segunda-feira (28) pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Segundo o levantamento, menos de 2,5% da população está em risco de subnutrição, o que tira o país da categoria de insegurança alimentar grave, após três anos.

O Mapa da Fome é elaborado pela FAO, agência da ONU especializada em Alimentação e Agricultura, e mede o acesso da população à alimentação suficiente para uma vida ativa e saudável.

O anúncio foi feito durante evento oficial da 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU, em Adis Abeba, na Etiópia.

O Brasil já havia saído da lista de países com fome em 2014. No entanto, após a análise dos dados de 2018 a 2020, a ONU recolocou o país na categoria, apontando um aumento da insegurança alimentar no período.

Agora, com base na média de dados de 2022 a 2024, o novo relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025” concluiu que o índice de risco caiu novamente abaixo do limite de 2,5%, considerado o critério para saída do Mapa.

🔎A ONU define como desnutrida a pessoa que, habitualmente, consome menos calorias e nutrientes do que o necessário para manter uma vida saudável.

O Brasil e a fome

Especialistas ouvidos pelo g1 explicam por que o Brasil, apesar de ser um dos maiores produtores de alimentos do mundo, ainda tem dificuldade para alimentar toda a sua população.

  • no Brasil, não falta alimentos, mas há muita gente sem dinheiro para comprar comida suficiente – o desemprego caiu, mas os preços dos alimentos têm subido;
  • alguns afirmam que a produção agropecuária tem se voltado mais à exportação do que ao abastecimento interno, e que isso precisa ser reequilibrado para garantir segurança alimentar no futuro;
  • outros discordam e afirmam que o modelo de produção do país tem dado conta tanto do mercado interno como do externo, e que aumentar a produção não vai tirar pessoas da fome;
  • as mudanças climáticas são, hoje, o principal risco para o desabastecimento.
  • o Brasil ainda tem locais com pouca ou nenhuma oferta de alimentos saudáveis, chamados de desertos alimentares.

    Fonte: G1

Do caos ao transporte inteligente: como as cidades brasileiras podem reinventar a mobilidade urbana

Soluções como inteligência artificial, robotáxis, veículos elétricos e mobilidade como serviço (MaaS) apontam caminhos para um transporte mais eficiente e sustentável

Noel Rosa já cantou que o bonde parecia uma carroça: “coisa nossa, muito nossa”, atestou o bamba, em 1932. Meio século depois, a escola de samba Em Cima da Hora viajaria pelos trilhos do subúrbio carioca com o trabalhador que, de “peito amargurado”, batucava na marmita para esquecer a tristeza quando o trem quebrava. Na década seguinte, Gabriel o Pensador alertou: “É um assalto, malandro!” E se choveu, pronto, “tudo alagado”. Era a rotina, convertida em rap, de quem sacolejava nos ônibus da antiga linha 175 (Barra da Tijuca-Central).

O ir e vir de milhões de brasileiros nos transportes costuma inspirar a música popular. As agruras cantadas no passado resistem, como evidencia a vida em metrópoles como Rio de Janeiro e São Paulo. Mas, se os artistas continuarão refletindo esse cotidiano, outros cenários devem aparecer em suas obras.

A mobilidade urbana do futuro já está em construção. Dos veículos autônomos à inteligência artificial (IA) a serviço da gestão do tráfego, tendências ganham as ruas mundo afora. Mudanças climáticas impõem a urgência de soluções mais sustentáveis, como a eletrificação das frotas de ônibus. E o desenvolvimento de novas tecnologias acelera a expectativa de tornar as cidades mais disponíveis a todos.

— Será uma mobilidade descarbonizada, com a extinção gradativa do uso dos combustíveis fósseis, autônoma e conectada, com mais veículos guiados por IA. Vai ser também compartilhada, sob demanda, reduzindo a propriedade de veículos individuais, e altamente planejada e orientada por dados — prevê Glaydston Ribeiro, professor do programa de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ. — Vejo as cidades interagindo com os veículos, e os veículos interagindo com as cidades, que devem ser mais humanas e equitativas, nas quais o transporte não será só um meio, mas um direito que estrutura o acesso a elas.

No pé no chão da realidade nacional, diz Ribeiro, alcançar esse amanhã não é utopia, porém é preciso agir. Estudos com comparações globais põem em perspectiva os desafios brasileiros. Enquanto os serviços de alta capacidade, como trem e metrô, são recomendados para as áreas mais populosas, um relatório recente da Associação Internacional de Transporte Público (UITP, na sigla em inglês) mostra que, com base em dados de 2022, a Região Metropolitana do Rio tinha quatro quilômetros de linhas de metrô para cada um milhão de habitantes, e a de São Paulo, mais numerosa, cinco. Na mesma proporção, Londres contava com 46 quilômetros, Madri, com 44, e Santiago do Chile, 20.

Impacto na saúde

Outro levantamento sobre transporte público, do aplicativo Moovit, indica que, no ano passado, o Rio registrou o maior tempo médio entre dez capitais do país no deslocamento casa-trabalho: 58 minutos, o oitavo pior resultado entre 50 regiões do mundo.

— No final do dia, olhamos para as pessoas e vemos indignação, cansaço. É sofrimento que impacta na saúde física e mental delas — lamenta Marcus Quintella, diretor da FGV Transportes, centro de estudos que produz o Índice de Qualidade da Mobilidade Urbana. — Em entrevistas em São Paulo, Rio e Belo Horizonte, a população deu notas de zero a 10 aos transportes. Nenhuma das capitais chegou à média ideal. A do Rio foi a pior: 4,6 (contra 4,8 em Belo Horizonte e 5,4 em São Paulo) — afirma ele sobre a edição de abril da pesquisa.

Tarifas pesadas

O diagnóstico, segundo Quintella, passa por integração ineficiente entre os modais e passagens que pesam no bolso. No Rio, onde a tarifa única segue como promessa, um dos desencontros mais recentes envolve a bilhetagem eletrônica. Prefeitura e estado não chegam a um acordo e, a partir do mês que vem, muitos usuários terão que usar dois cartões (Jaé e Riocard) se embarcarem, por exemplo, numa linha de ônibus municipal e, depois, num trem.

— Costumo dizer: de nada adianta uma cidade inteligente, com tecnologia, se não há o básico — lamenta Quintella.

Na contramão do que se preconiza, cresceu no pós-pandemia da Covid-19 o uso do transporte motorizado individual, e mais gente migrou para carros e motos por aplicativo. Mas há luz no fim do túnel, afirmam especialistas: atalhos na busca de soluções.

Alguns foram testados e adotados. Entre eles, a construção de terminais multimodais, como o carioca Gentileza — que integra ônibus, BRTs e VLT — e a instauração de autoridades metropolitanas para articular decisões conjuntas entre cidades, como faz a Grande Vitória. O transporte sobre trilhos se impõe. E seguem na agenda faixas exclusivas para ônibus, BRT e soluções hidroviárias, como as barcas no Rio e o projeto de transporte aquático pelos rios de São Paulo.

Outros caminhos se apoiam nas transformações tecnológicas. Não são os carros voadores que, embora em testes, podem demorar a se tornar viáveis em larga escala. Trata-se de apostas mais factíveis e aplicáveis nos grandes centros urbanos.

Tendências para o futuro de acordo com as propostas dos especialistas

Nesse rumo, Estocolmo, na Suécia, e Helsinque, na Finlândia, estão na vanguarda no modelo de MaaS (mobilidade como serviço), que não tem nada de restrito a contextos como o dos países nórdicos. A Confederação Nacional do Transportes define que o conceito se baseia “na integração entre os modos de transporte disponíveis em um determinado território, sejam eles públicos ou privados, individuais ou coletivos”. Glaydston Ribeiro explica que isso pode ocorrer por meio de uma plataforma digital ou aplicativo para celular em que a pessoa consegue encontrar as informações sobre os trajetos que deseja, planejar seu itinerário da forma mais rápida e confortável, reservar e pagar as tarifas de forma única (por viagem, mensalidade ou até anuidade). Tudo à mão.

Quanto à IA e à internet das coisas (IoT), sensores instalados em veículos, sinais e vias públicas passaram a ser empregados em diversas cidades para otimizar a gestão do tráfego, regular padrões de semáforos, prever congestionamentos e recomendar rotas alternativas, além de identificar as áreas de estacionamento livre. Desde o começo deste ano, o Rio é uma das capitais que testam sua IA, chamada de Cora, no Centro de Operações e Resiliência (COR). O objetivo é estabelecer protocolos para agilizar respostas a engarrafamentos e intempéries.

Planeta afora, essa nova revolução digital permite que veículos autônomos convivam com convencionais, seja no transporte de passageiros, como os “robotáxis” de São Francisco, nos Estados Unidos, ou na entrega de mercadorias, como acontece em Vilnius, capital da Lituânia. É questão de tempo esbarrar com uma dessas novidades na Avenida Paulista, no carioca Túnel Rebouças ou no Eixo Monumental de Brasília.

Mobilidade sustentável

Já o Estudo Nacional de Mobilidade Urbana, do Ministério das Cidades e do BNDES, cita Londres como referência. Na capital inglesa, está em curso uma estratégia de redução da dependência dos carros, ampliação para 80% da proporção de viagens a pé, de bicicleta ou por transporte público coletivo até 2041, redução drástica das mortes no trânsito e promoção de mobilidade sustentável. Uma ações já é famosa: a Zona de Emissão Ultra Baixa (Ulez), onde motoristas de veículos mais poluentes pagam taxa para entrar.

No Brasil, é impositivo levar a mobilidade para o centro do debate sobre a crise climática, diz Nabil Bonduki, professor de Planejamento Urbano da USP e vereador em São Paulo.

— Vêm da mobilidade urbana 60% a 65% dos gases de efeito estufa nas cidades. Uma pessoa em um carro emite aproximadamente 75% mais que um passageiro de ônibus. Por isso, é inevitável a transição do modal individual para o coletivo — diz ele, que aposta na eletrificação da frota como parte das medidas para um futuro sustentável. — Devemos acelerar a eletrificação dos ônibus e dos carros.

Na América Latina, apesar de cerca de três vezes mais caros, ônibus elétricos integram a paisagem de capitais como Santiago (Chile) e Bogotá (Colômbia). No Brasil, se espalham aos poucos. A plataforma E-bus Radar, que monitora a transição, indica que, dos 1.059 ônibus elétricos em circulação no país em abril passado, 789 (74,5%) estavam na cidade de São Paulo. No programa federal Novo PAC foram incluídos investimentos para a compra, nos setores público e privado, de cerca de 2.300 desses veículos. No Rio, a prefeitura promete que, na licitação dos ônibus municipais prevista para ocorrer em etapas até o fim de 2028, a nova frota terá motor Euro 6 (movido a diesel, porém, menos poluente) e, em menor parcela, bateria elétrica.

A eletricidade também move bicicletas, patinetes e motonetas que tomam áreas da Zona Sul do Rio ou a região da Faria Lima, em São Paulo. São recursos da chamada mobilidade ativa ou micromobilidade, que inclui deslocamentos a pé e com bicicletas comuns. Por todos os cantos, o país produz cenas que mostram a adesão das pessoas a esse movimento. As mudanças de comportamento, no entanto, parecem ocorrer mais rapidamente do que a capacidade de adaptação das cidades.

— Há morosidade tanto na criação de infraestrutura para a mobilidade ativa quanto na regulamentação do uso dos veículos elétricos, que podem desenvolver velocidades acima dos 20km/h — diz Clarisse Linke, diretora-executiva do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP). —Hoje, pedestres e ciclistas, que já dividem espaço com os carros, também disputam com bicicletas elétricas, motonetas… — completa ela, ao defender que as cidades encarem a redução do espaço para carros.

Ela faz coro com urbanistas que propõem vias dedicadas à mobilidade ativa, a criação de zonas de baixa velocidade na malha viária ou a construção de bicicletários amplos e seguros perto das estações de transporte de média e alta capacidade, para estimular que a micromobilidade seja um alimentador de modais como BRTs, metrô e trens.

— Precisamos ter bacias cicloviárias e de pedestres nos bairros, além de uma ambiência melhor para esses deslocamentos. Mas é necessário também haver integração com o transporte público — ressalta Clarisse.

Alcançada essa conjuntura, os benefícios, mais uma vez, são para os cidadãos e para o planeta. O estudo “Cenário de cidades compactas eletrificadas”, do ITDP, demonstra o impacto da eletrificação da frota e da substituição dos modais pela mobilidade ativa, frente às mudanças climáticas. Nas próximas três décadas, calculam os pesquisadores, a combinação desses dois cenários reduziria as emissões de dióxido de carbono oriundas do transporte em cerca de 87%.

Soluções locais

Diante das muitas vias possíveis para o futuro, o professor Glaydston Ribeiro destaca que se deve investir no desenvolvimento de tecnologias locais com o intuito de se encontrar saídas para desafios particulares do Brasil.

—Isso colocaria o país numa posição estratégica, porque nossas soluções seriam ‘tropicalizadas’ — afirma ele, ao ressaltar a expertise da Coppe/UFRJ na modelagem de sistemas complexos de transportes e em eletromobilidade. — Estamos falando de respostas para a nossa realidade. Não se pode só replicar uma solução de Copenhague, na Dinamarca, no Rio. Nossa região é diferente, do clima às demandas sociais. É preciso tropicalizar as soluções e replicar, aí sim, em cidades com características parecidas.

Na recente Cúpula da UITP, em Hamburgo, na Alemanha, em junho, esse mesmo debate ecoou. Ao comparar a Europa com a América Latina, o secretário-geral da associação, Mohamed Mezghani, frisou: aplicar modelos de mobilidade não é uma tarefa simples de copiar e colar. É preciso levar em conta, como já cantava Noel, que há “coisa nossa, muito nossa”.

Desafios que o setor precisa enfrentar

Na semana em que o metrô do Rio fez seu primeiro aniversário, a edição do GLOBO de domingo, em 9 de março de 1980, estampou: “Rápido, barato e confortável. Os passageiros, claro, disseram sim”. Trinta e seis anos mais tarde, em 31 de julho de 2016, a primeira página do jornal anunciava: “Sorria, o metrô chegou à Barra” — era o dia seguinte à abertura da Linha 4. Desde então, prestes a completar uma década daquela inauguração, a cidade não ganhou um único quilômetro a mais do modal. As obras da estação Gávea, que tinham ficado para trás, só recentemente foram retomadas. Inércia que, na capital fluminense e em outras cidades brasileiras, tem origem quase sempre nos mesmos obstáculos, que, para especialistas, precisam ser tirados do caminho para destravar o desenvolvimento dos transportes urbanos.

Déficit

A demanda de investimentos é superlativa: R$ 670 bilhões, se considerados apenas 403 projetos de sistemas de transporte público de média e alta capacidades já existentes em 21 regiões metropolitanas do país com população conurbada superior a um milhão de habitantes. O mapeamento é do BNDES com o Ministério das Cidades para o Estudo Nacional de Mobilidade Urbana, em andamento para construir uma estratégia nacional para reduzir o déficit de investimentos no setor. Do total, o estudo propõe a realização de 194 projetos de metrô, trens urbanos, BRTs, VLTs, monotrilhos e corredores de ônibus.

O plano é aumentar em 122% a rede atual implantada, passando dos 2.007 quilômetros de sistemas de transporte público de média e alta capacidades para 4.453 quilômetros. Seriam 2.446 quilômetros de ampliações, sobretudo, nas regiões metropolitanas de São Paulo (563 quilômetros), Brasília (295), Belo Horizonte (230) e Rio (195). Numa próxima etapa do estudo, serão calculados os investimentos requeridos até 2054.

Financiamento

Encontrar formas de financiar obras do setor é um desafio central. Parcerias público-privadas (PPPs) se tornaram uma das saídas. Já Clarisse Linke, do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP), defende reposicionar o transporte público como serviço essencial para cidades mais resilientes e adaptadas às mudanças climáticas. Reside aí, afirma, a oportunidade de aproveitar a onda de financiamentos globais ligados a esse cenário:

— Argumento pelo transporte público limpo, que promova a redução do efeito estufa e dos gases poluentes locais. Os projetos também precisam incluir elementos de infraestrutura verde e levar em consideração o aumento da temperatura, as ondas de calor, enchentes e as variações na precipitação.

Subsídios

Onde já há serviços de transportes, a busca é por subsídios à operação, com redução da tarifa para o usuário. A pergunta é: de onde vêm os recursos quando os cofres públicos estão combalidos? No mundo, há alternativas como pedágios urbanos para carros que ajudam a financiar o transporte coletivo. Nabil Bonduki, arquiteto e urbanista da USP, defende a criação de um fundo nacional que poderia ser abastecido pela Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre os combustíveis. Em Brasília, discute-se a criação de um Sistema Único de Mobilidade Urbana Sustentável (SUM), com gestão e custo do transporte público divididos entre os governos federal, estadual e municipal.

Foco nos trilhos

Quando o assunto é planejamento, muitas cidades sequer têm planos de mobilidade urbana elaborados. Nos trajetos onde há mais de 30 mil passageiros/hora/sentido, Ana Patrizia Gonçalves Lira, diretora executiva da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), não tem dúvidas de que se deve priorizar os modais de alta capacidade, como metrô e trem:

— Hoje, as cidades não fazem isso. São 1.100 km de trilhos, com 2,6 bilhões de passageiros transportados por ano no país. O potencial de crescimento é enorme. Sobre trilhos, há menos acidentes e poluição.

Expansão

Em São Paulo, apesar de haver empecilhos, há expansão gradativa do metrô. Em Salvador, foi assinada recente autorização para publicação de edital de ampliação da malha metroviária. No Rio, são antigos os planos para extensão da Linha 2, até a Praça Quinze, e para levar a Linha 4 ao Recreio dos Bandeirantes. Com relação à Linha 3 — ligando a capital a Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, e na mesa dos políticos desde 1968— o governo do estado contratou este ano a Coppe/UFRJ para a realização de um estudo técnico.

Mesmo diante de compreensível ceticismo, o professor Glaydston Ribeiro, que trabalhou no estudo, garante que é uma expansão factível, inclusive, com um túnel sob a Baía de Guanabara.

— Estamos falando de 2 milhões de pessoas afetadas diretamente pela Linha 3. É imperativo que aconteça — diz ele, citando exemplos de túneis subaquáticos pelo mundo, do Eurotúnel, entre a Inglaterra e a França, em operação desde 1994, ao Fehmarnbelt, entre a Dinamarca e a Alemanha, com previsão de conclusão em 2029.

Rafael Galdo é editor de Rio do GLOBO

Fonte: O Globo

Mato Grosso sedia Reunião Estratégica do P3C para impulsionar parcerias em infraestrutura

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Especialistas, investidores e gestores públicos se reúnem em Cuiabá para debater soluções em infraestrutura e ampliar parcerias estratégicas no estado

No próximo dia 5 de agosto, o auditório da Escola Superior de Contas do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE/MT), em Cuiabá, será palco de um encontro decisivo para o futuro da infraestrutura regional. A Reunião Estratégica Regional do P3C – Plataforma PPPs e Concessões – reunirá especialistas, gestores públicos, investidores e representantes do setor privado em um ambiente exclusivo de debate, análise e construção de soluções voltadas ao fortalecimento das parcerias público-privadas (PPPs) e concessões no estado.

A Plataforma P3C é um movimento nacional que busca transformar a infraestrutura brasileira a partir da valorização de boas práticas, soluções inovadoras e parcerias estratégicas. Com foco em governança, responsabilidade social e sustentabilidade, a iniciativa visa tornar o ambiente de negócios no Brasil mais previsível e seguro para investidores, ao mesmo tempo em que conecta os principais atores do setor e promove a evolução contínua dos projetos de infraestrutura.

Leia mais: Lançamento do Evento P3C marca encontro decisivo para o futuro das PPPs e Concessões no Brasil

Com o tema “Fortalecendo a infraestrutura de Mato Grosso: desafios e oportunidades em PPPs e concessões”, o evento irá explorar as potencialidades do estado, que tem se destacado como uma das regiões mais promissoras do país para o desenvolvimento de novos projetos. O setor de transporte e logística do estado têm atraído a atenção de investidores, por meio de projetos que visam a melhoria dos serviços públicos no estado.

A programação da reunião contará com a participação de lideranças nacionais e especialistas renomados. Entre os confirmados estão Adalberto Vasconcelos, CEO da ASV Infra Partners; Carlos Alexandre Nascimento, coordenador geral do MBA PPP e Concessões; Caio Albuquerque, secretário adjunto de Logística e Concessões do Governo do Mato Grosso; Fábio Marchiori, CEO da VLI Logística; Fernando Marcato, professor e sócio da FGV e do podcast Infracast; Guilherme Theo Sampaio, diretor geral da ANTT; Jefferson Bernardino e Simony Jin, auditores do TCE-MT; Luciano Uchoa, CEO da Nova Rota do Oeste; Marco Aurélio Barcelos, diretor-presidente da ABCR; Mauricio Portugal Ribeiro, sócio do escritório Portugal Ribeiro & Jordão Advogados; Natascha Schmitt, sócia da Carneiro Sampaio & Schmitt; e Paula Faria, CEO da Necta e idealizadora da Plataforma P3C.

Leia mais: P3C promove Reuniões Estratégicas Regionais e Setoriais para impulsionar infraestrutura brasileira

Ao longo do dia, os participantes poderão mergulhar em análises sobre o cenário atual das PPPs em Mato Grosso, discutir os entraves enfrentados por projetos em andamento, identificar caminhos para novas concessões e fortalecer redes de colaboração entre o poder público e o setor privado. As discussões promovidas nessas reuniões são parte essencial do ciclo de eventos do P3C e culminam no maior encontro do setor no Brasil: o P3C Nacional, que acontecerá em fevereiro de 2026, em São Paulo. Este evento reunirá os principais nomes da infraestrutura brasileira para aprofundar os debates iniciados nos encontros regionais e acelerar a implementação de projetos estruturantes em todo o território nacional.

A realização da reunião em Mato Grosso reforça o compromisso do P3C com o desenvolvimento sustentável e qualificado de todas as regiões do país. Além de proporcionar um espaço de escuta e troca entre especialistas e lideranças locais, o evento tem como missão fomentar novas parcerias, estimular investimentos estratégicos e contribuir para a criação de um ecossistema mais eficiente, integrado e colaborativo.

O P3C está selecionando novos estados e organizações parceiras para sediar suas reuniões regionais e setoriais até dezembro de 2025. As temáticas abordadas vão desde mobilidade urbana e infraestrutura social até saneamento, logística, resíduos sólidos e iluminação pública. Interessados em organizar uma reunião podem entrar em contato com a plataforma e contribuir ativamente para a construção de soluções que conectam conhecimento, experiência e oportunidade, com foco no desenvolvimento sustentável da infraestrutura brasileira.

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IA sem governança de dados é risco real para as empresas

Ao ser alimentada por dados de baixa qualidade, enviesados ou sem conformidade, a IA pode gerar decisões equivocadas, prejuízos financeiros e sanções, comprometendo a inovação e a competitividade

A explosão do volume de dados gerados e armazenados por empresas tem acendido um alerta sobre a necessidade urgente de estruturar práticas robustas de governança. Segundo projeções da IDC, o mundo deverá produzir mais de 180 zettabytes de dados até o fim de 2025 — um crescimento de mais de 300% em comparação a 2020. Em meio à corrida pela inovação com inteligência artificial, cresce também a preocupação com a forma como os dados são gerenciados, protegidos e utilizados.

Para especialistas, a governança de dados deixou de ser uma recomendação e passou a ser uma exigência para organizações que desejam inovar com segurança e responsabilidade. “Sem políticas claras, os dados utilizados por soluções de IA podem estar enviesados, incompletos ou até mesmo ilegais, o que representa riscos altos para a organização”, afirma Letícia Carvalho, Chief Strategy Officer da Dataside, consultoria especializada em Dados e Inteligência Artificial.

De acordo com o DAMA-DMBOK, a governança de dados é o conjunto de políticas, processos, padrões e métricas que asseguram o uso consistente, seguro e responsável das informações dentro de uma organização. No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) foi um marco importante para impulsionar o tema, mas os especialistas destacam que a discussão vai além da conformidade legal.

Apesar da crescente relevância, a implementação ainda enfrenta desafios estruturais e culturais. Uma pesquisa da McKinsey mostra que 70% das iniciativas de dados e analytics falham em atingir os objetivos esperados. Entre os principais obstáculos, a consultoria Dataside destaca a resistência à mudança, a fragmentação de dados em departamentos, a escassez de profissionais especializados e os custos iniciais de estruturação.

“É importante envolver a alta liderança desde o início, começar por projetos-piloto com escopo controlado, capacitar as equipes e utilizar ferramentas adequadas como soluções de MDM (Master Data Management) e catálogos de dados”, recomenda Nelson Anchite Junior, analista de Governança de Dados da Dataside. “Outro ponto essencial é formar uma equipe dedicada ou um comitê de governança, com autonomia para aplicar políticas e acompanhar indicadores”, complementa.

A relação entre governança e inteligência artificial também tem respaldo em estudos internacionais. Um relatório do MIT Sloan Management Review aponta que 62% das empresas com desempenho acima da média em IA possuem práticas maduras de governança de dados. Isso porque a IA depende diretamente da qualidade das informações com as quais é treinada e alimentada.

“O desenvolvimento de soluções de IA depende da confiança nos dados. Quando alimentadas por informações imprecisas ou obtidas sem consentimento, essas soluções podem gerar decisões equivocadas e até expor a empresa a sanções legais”, destaca Caio Amante, CEO da Dataside.

Com a intensificação da digitalização dos negócios, os especialistas defendem que a governança de dados seja tratada como uma infraestrutura crítica — ao lado de cibersegurança e gestão de riscos — fundamental para sustentar a inovação de forma ética, eficiente e sustentável

Fonte: Terra

Biometria: Entenda como vai funcionar a tecnologia nos benefícios sociais

Nova medida determinará uso obrigatório de biometria vinculada à Carteira de Identidade Nacional para recebimento de benefícios como Bolsa Família

O governo federal implementará uma nova medida que tornará obrigatório o uso da biometria para o recebimento de benefícios sociais. A tecnologia estará vinculada à Carteira de Identidade Nacional, que se tornará a base oficial de referência para os cadastros.

A iniciativa visa aprimorar a segurança e o controle na distribuição dos recursos, combatendo fraudes nos pagamentos e evitando a duplicidade de cadastros. O sistema promete garantir um acesso mais justo aos programas sociais.

Benefícios da nova tecnologia

Entre as vantagens anunciadas, destaca-se a agilidade no processo de pagamento, a redução das filas e a diminuição da necessidade de deslocamentos para recebimento dos valores. Os programas contemplados incluem o Bolsa Família, Farmácia Popular e benefícios trabalhistas e previdenciários.

O governo informou que já possui uma extensa base de dados biométricos cadastrada, dispensando a necessidade imediata de comparecimento aos postos de identificação. O cronograma de implementação será definido pelo Ministério da Gestão e Inovação.

Fonte: CNN Brasil

Pitch Challenge 2025 destaca soluções tecnológicas para transformar a gestão pública

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Iniciativa da ABES e do Cidade CSC reunirá startups e empresas do ecossistema GovTech no Connected Smart Cities para apresentar inovações com impacto direto nas cidades brasileiras.

O Pitch Challenge Connected Smart Cities 2025 promete ser um dos destaques da próxima edição do evento, reunindo soluções tecnológicas inovadoras que buscam transformar a gestão pública brasileira. Fruto de uma parceria entre a ABES (Associação Brasileira das Empresas de Software) e o Cidade CSC, a iniciativa é voltada exclusivamente para empresas associadas à ABES e expositoras do evento, com o objetivo de impulsionar a digitalização de serviços e processos no setor público.

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Com inscrições abertas até 11 de agosto de 2025, o Pitch Challenge está em busca de propostas com impacto comprovado ou validado, abrangendo desde startups em estágio inicial até empresas já operacionais que atuam no ecossistema GovTech e em áreas relacionadas a cidades inteligentes. A única exigência é que as soluções tenham impacto público claro e mensurável. As iniciativas inscritas serão organizadas em três categorias temáticas: GovTech, voltada à digitalização de processos, serviços públicos digitais, compras públicas e gestão de dados; Cidades Inteligentes, que contempla áreas como saneamento, mobilidade, iluminação pública, resíduos sólidos, energia e acessibilidade; e Tecnologias Transversais, com foco em saúde, educação, meio ambiente, inclusão, segurança e sustentabilidade.

Para participar, as empresas devem preencher um formulário eletrônico contendo dados institucionais e uma descrição detalhada da solução, incluindo o problema público que ela resolve, funcionamento, diferenciais em relação ao mercado, público-alvo, estágio de desenvolvimento, impacto potencial com dados ou projeções, e aplicações anteriores, se houver. Também é obrigatória a submissão de um vídeo pitch de até dois minutos, hospedado no YouTube em português (público ou não listado), além de um material visual de apoio com no máximo duas páginas. 

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As empresas selecionadas serão divulgadas até o dia 1º de setembro e terão a oportunidade de apresentar suas propostas presencialmente no dia 24 de setembro de 2025, durante o Connected Smart Cities. Cada pitch contará com até cinco minutos de duração e será avaliado por uma banca de especialistas convidados, que darão feedbacks breves após cada apresentação. Os critérios de avaliação consideram a clareza e objetividade da proposta, inovação e diferencial competitivo, aplicabilidade e impacto na gestão pública ou urbana, além da escalabilidade e viabilidade da solução. Vale destacar que o foco da seleção é qualitativo: não haverá premiação formal, mas sim a oportunidade de visibilidade, conexões estratégicas e reconhecimento público.

A participação no Pitch Challenge é gratuita e requer presença obrigatória no evento. A ausência implica em exclusão da programação. Os participantes autorizam o uso institucional de seus nomes, logos, imagens e materiais para fins de divulgação, e terão visibilidade nos canais oficiais do Connected Smart Cities e da ABES. A comissão organizadora reserva-se o direito de ajustar o número de pitches conforme a programação do evento.

Em um momento em que a inovação se torna cada vez mais essencial para enfrentar os desafios urbanos e melhorar a eficiência da gestão pública, o Pitch Challenge surge como uma vitrine para soluções que podem fazer a diferença na construção de cidades mais inteligentes, inclusivas e sustentáveis.

Clique aqui para mais informações. 

Motoristas de app recebem placas contra o assédio nesta sexta-feira (25) em SP

Pit Stop Não Se Cale acontece no Autódromo de Interlagos durante o dia

A Secretaria de Políticas para a Mulher do Estado de São Paulo realiza nesta sexta-feira, 25 de julho, o Pit Stop Não Se Cale, ação voltada à segurança das mulheres nos transportes. Das 9h às 17h, motoristas de aplicativo e de autoescolas poderão receber placas informativas contra o assédio, no Autódromo de Interlagos. A iniciativa, que integra o Protocolo Não Se Cale, conta com apoio do Detran-SP, Prefeitura de São Paulo, Uber e LadyDriver.

As placas fixadas nos veículos trazem um QR Code que direciona ao site da SP Mulher, com orientações sobre serviços de proteção e o gesto de pedido de ajuda, um sinal simples, mas eficaz: palma da mão aberta, polegar dobrado e dedos fechando sobre ele.

“Esse pedido de ajuda é um instrumento poderoso de proteção. Queremos que ele seja amplamente reconhecido”, diz Valéria Bolsonaro, secretária estadual de Políticas para a Mulher.

O evento aberto ao público terá cerimônia oficial às 11h, com participação de parceiros do protocolo. Além disso, o público orientações do Detran-SP sobre segurança no trânsito e um ponto de atendimento com técnicos da SP Mulher. Cada motorista terá uma placa instalada no veículo e poderá se vacinar contra a gripe no local.

Assédio é problema para motoristas de app

Uma pesquisa realizada pela 99 em parceria com a consultoria Think Eva traçou um panorama da rotina e dos desafios das mulheres motoristas de aplicativo no Brasil. O levantamento, feito com 878 mulheres em seis capitais brasileiras, mostra que sete em cada dez motoristas são mães e que, para 79% delas, a direção por aplicativo é a principal fonte de renda. Além disso, 93% das motoristas afirmam perceber que as passageiras se sentem mais seguras quando são conduzidas por mulheres.

Aliás, outro dado relevante é a diferença entre a percepção de risco das motoristas ativas e das potenciais motoristas. Enquanto 51% das motoristas em atividade relatam medo de assédio sexual, entre as que ainda não dirigem o número chega a 90%. Essa diferença, conforme o estudo, revela a importância do acolhimento e da informação sobre as ferramentas de segurança disponíveis no aplicativo.

Reconhecimento facial se espalha pelo Brasil e levanta debate sobre segurança, privacidade e viés racial

Tecnologia já ajudou a prender mais de 2.700 pessoas em São Paulo, mas especialistas alertam para riscos de erro e discriminação

O uso de câmeras com reconhecimento facial está se tornando cada vez mais presente no cotidiano dos brasileiros. A tecnologia, que conta muitas vezes com inteligência artificial, movimentou R$ 14 bilhões em 2024 – e já é usada em estádios, condomínios e nas ruas de grandes cidades. A expectativa é de que o mercado cresça mais de 22% em 2025.

O Profissão repórter desta terça-feira (22) investigou como essas câmeras estão sendo usadas na segurança pública e os impactos no dia a dia da população. Assista à íntegra do programa no vídeo acima.

A reportagem visitou um laboratório da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) para entender como a tecnologia funciona. Na prática, esse sistema compara imagens captadas pelas câmeras com fotos armazenadas em um banco de dados, analisando características como textura da pele, olhos e boca.

Mas o reconhecimento nem sempre é preciso.

“Muitos desses algoritmos foram treinados apenas com imagens de pessoas brancas, dificultando o reconhecimento de pessoas negras, indígenas ou asiáticas”, alerta um professor da universidade. Esse viés pode levar a erros graves, como prisões injustas.

Além disso, manter o banco de dados atualizado com imagens recentes é essencial para garantir a precisão. A Unicamp também estuda formas de burlar o sistema, como o uso de disfarces ou alterações faciais. “É uma guerra de gato e rato. Antes falsificavam cheques, agora tentam enganar a biometria”, diz o pesquisador.

Estádios e condomínios visam aumentar a segurança

Desde a retomada do Campeonato Brasileiro, os clubes foram obrigados a adotar o reconhecimento facial nas catracas dos estádios. A medida visa dificultar a ação de cambistas e ajudar a polícia a localizar foragidos da Justiça.

“Acho legal, hoje tudo tem digital, íris… Está tranquilo”, comentou um torcedor.

Nos condomínios, por sua vez, a tecnologia também avança. Em bairros como Perdizes, na zona oeste de São Paulo, moradores têm aprovado a instalação de câmeras voltadas para as ruas.

“É a segurança privada apoiando a segurança pública”, explica Camila Ricci, diretora de inteligência artificial.

O Profissão Repórter acompanhou uma assembleia de moradores que aprovou a instalação do sistema, com custo mensal entre R$ 500 e R$ 1.500, dividido entre os condôminos.

Smart Sampa: mais de 30 mil câmeras conectadas

Na capital paulista, o programa Smart Sampa já conta com cerca de 31 mil câmeras — 20 mil públicas e 11 mil privadas — integradas ao sistema da prefeitura. Desde novembro do ano passado, quase 1,5 mil foragidos foram capturados com ajuda da tecnologia.

O secretário municipal de Segurança Urbana, Orlando Morando, explica que o sistema cruza imagens em tempo real com um banco de dados da Secretaria de Segurança do Estado.

“Mesmo com barba, óculos e boné, a inteligência artificial identificou o chefe de uma quadrilha de furtos em condomínios de luxo”, conta.

Para o alerta ser disparado, a similaridade entre as imagens precisa ser de pelo menos 92%. O sistema também já ajudou a localizar 71 pessoas desaparecidas e prendeu mais de 2,7 mil em flagrante.

Em uma das ações acompanhadas pelo Profissão Repórter, uma mulher foragida foi identificada enquanto trabalhava como vendedora ambulante no Brás. Ela foi abordada por guardas civis e levada à delegacia. Segundo a polícia, ela tinha uma condenação por tráfico de drogas e ainda precisava cumprir cinco anos de pena.

Fonte: G1